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Aula 5 – Características e ensaios em Transformadores Neste capítulo falaremos sobre impedância percentual dos transformadores, rendimento do mesmo e seus possíveis ensaios e técnicas de manutenção. 5.1 – Impedância percentual Outro dado de extrema importância nos transformadores e que também pode ser determinado no ensaio de curto-circuito é a impedância percentual ou tensão de curto-circuito percentual. Essa impedância está relacionada com a tensão aplicada ao primário para fazer circular a corrente nominal secundária, com o secundário em curto. Esse valor vem como dado de placa do transformador, pois é extremamente importante e deve ser considerado na associação paralela de transformadores. O valor fica em torno de 3% a 9%. Olhando de outro modo, com o secundário em curto, se não houvesse resistividade do cobre e reatância indutiva da bobina, a tensão de curto-circuito seria 0V, resultando uma impedância indutiva percentual de 0%. Como existe resistividade do cobre e reatância indutiva por parte da bobina, podemos esperar que, em curto, a soma vetorial da resistência do enrolamento e d reatância resulte uma impedância e seja parte da carga encontrada para o nível de tensão de curto-circuito que aplicamos ao primário do transformador. Como o secundário está em curto e seu enrolamento foi calculado com base em uma máxima potência fornecida, deve-se iniciar a inserção de tensão no primário em 0V e ir aumentando até que a In do transformador seja atingida. É óbvio que há necessidade de instrumentos conectados o temo todo ao secundário e, principalmente, ao primário do transformador, como veremos na seção de ensaios. Se tivermos a tensão de curto-circuito e a tensão nominal do primário, podemos calcular a impedância percentual, que é uma relação entre as duas: 𝑍% = 𝑈𝑐𝑐 𝑈𝑝 × 100 • Ucc = tensão de curto-circuito para atingir In no primário • Up = tensão nominal do primário Podemos utilizar a impedância percentual para determinar a corrente de curto-circuito do transformador: 𝐼𝑐𝑐 = 100 𝑍% × 𝐼𝑛 In = Corrente nominal atingida no ensaio de curto-circuito. 5.2 – Rendimento do transformador Rendimento sempre foi uma relação entre resultado e gasto. Em um transformador dimensionamos o rendimento estabelecendo uma relação entre a potencia fornecida pelo secundário e a potência absorvida pelo primário para fornecer a potencia no secundário. A equação primário do rendimento, isto é, a 20°C, é apresentada a seguir: 𝑅𝑒𝑛𝑑 = 𝑃𝑠 𝑃𝑠 + 𝑃𝑐𝑢 + 𝑃𝑓𝑒 5.3 – Classes de proteção É importante salientar que, além das características elétricas, os transformadores devem ser projetados ou escolhidos de acordo com uma classe de proteção. O que vem a ser classe de proteção? As características de trabalho do transformador são importantíssimas, mas de igual importância é o ambiente em que esse transformador vai desenvolver esse trabalho e as proteções operacionais que deve possuir. Para mensurar essas características temos as classes de proteção indicadas pelo índice de proteção IP, que é constituído com dois algarismos, o primeiro da tabela 1 e o segundo da tabela 2. Numeral Descrição sucinta do grau de proteção 0 Não protegido 1 Protegido contra objetos sólidos de ø 50 mm e mais 2 Protegido contra objetos sólidos de ø 12 mm e mais 3 Protegido contra objetos sólidos de ø 2,5 mm e mais 4 Protegido contra objetos sólidos de ø 1,0 mm e mais 5 Protegido contra poeira 6 Totalmente protegido contra poeira Numeral Descrição sucinta do grau de proteção 0 Não protegido 1 Protegido contra gotas-d’agua caindo verticalmente 2 Protegido contra queda de gotas-d’agua caindo verticalmente com invólucro inclinado até 15°. 3 Protegido contra aspersão de água 4 Protegido contra projeção de água 5 Protegido contra jatos de água 6 Protegido contra jatos potentes de água 7 Protegido contra efeitos de imersão temporário em água 8 Protegido contra efeitos de imersão contínua de água. 5.4 – Trafo seco e a óleo No cenário atual, tanto grandes indústrias, como empresas de distribuição de energia, shopping centers, hospitais, aeroportos e metrôs precisam de um número considerável de transformadores de tensão. Com a larga utilização de energia elétrica em edifícios comerciais, shoppings, estádios de futebol, estações de metrô e trem necessita-se que os transformadores sejam instalados o mais próximo possível das cargas permitindo também uma redução de custos com cabos de alimentação, melhor regulação de tensão e proteções contra fogo (STIGANT, FRANKLIN, 1983). Porém, para estas instalações internas é recomendada a utilização de transformadores secos, pois não possuem óleo, apresentam dimensões reduzidas, baixa necessidade de manutenção, simplicidade deinstalação e ausência do risco de explosão (SANTOS, COVACIC, GEROMEL, 2011). Com o objetivo de responder a esta demanda, tais empresas têm a sua disposição dois tipos de transformadores, os isolados a óleo e os transformadores isolados a seco. Estes dois tipos de transformadores possuem grandes diferenças que superam fatores econômicos, como sua manutenção, local adequado para a instalação e, os impactos ambientais, são critérios a se considerar na escolha. Mas, geralmente a maioria das empresas predomina tão somente comparação entre os custos financeiros para tomada de decisão. Outros fatores deveria compor o rol de decisão somado a questão econômica tais como, os possíveis impactos que uma escolha inadequada poderia gerar em termos sociais e ambientais. Considerando isto, o presente artigo procura contribuir através da comparação entre os dois tipos de transformadores, primeiramente às empresas que precisam realizar a escolha de maneira consciente e lúcida, e em segundo momento, à sociedade que deve estar atenta aos impactos ambientais que esta escolha possa gerar. • COMPARATIVO TÉCNICO Nesse estudo, foram tratados os dados das cinco maiores empresas para a comparação dos dois tipos de transformadores nos aspectos manutenção, vida útil, obras civis, segurança, proteção, restrições ambientais, ambiente e certificação ISO 14000 e NR-10, a qual está vinculada com a gestão ambiental em empresas. As vantagens e desvantagens dos dois tipos de isolação são apresentadas na tabela abaixo: Em pesquisa recente revelou que 89% das pessoas conhecem o transformador a óleo, e apenas 11% o a seco. Observou-se ainda que 26% das pessoas conhecem os riscos que transformadores podem gerar (CAVALHEIRO, PAVAN, 2013). Nas figuras 28 e 29 são apresentados os dois tipos de transformadores de 300kVA. No trafo a seco, a cor vermelha se deve ao pigmento adicionado a que envolve as suas bobinas. Essa resina é constituída de pó de quartzo que diminui a quantidade de metal no transformador fazendo com que sua massa, volume e susceptibilidade a oxidação diminuam. O transformador da figula 28 é um equipamento a óleo compostos seu núcleo basicamente de metal. Além de todo o metal usado na estrutura do transformador, há uma grande quantidade extra de metal utilizada na fabricação dos radiadores dos transformadores a óleo. Figura 1 - Trafo a Óleo Figura 2 - Trafo Seco Figura 3 - Rendimentos típicos para transformadores trifásico 5.5 – Manutenção em Trafos - Periodicidade das manutenções recomendadas: - Correção de temperatura do isolamento: 𝑅75 = 𝑅𝑡 2𝑎 𝑎 = 75−𝑡 10 Onde: t=temperatura medida a=fator de correção da temperatura para 75 °C - Cálculo de Índice de polarização e absorção: - Resistência mínima para trafos secos para resistência corrigida de 75 °C: 𝑅𝑀Ω = 𝐾𝑉 + 1- Resistência mínima para trafos a óleo: Aula 5 – Características e ensaios em Transformadores
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