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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ÁLEFE JOÁS SANTOS EDINAN FERNANDES DANIUK EDUARDO ALEXANDRE GANASSOLI JOÃO PEDRO CORRÊA GIROTO RAUL SCHIAVETTO MARTURANO AVALIAÇÃO DOS DADOS DE TERMOGRAVIMETRIA E ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL PARA CAULINITA E OXALATO DE CÁLCIO PONTA GROSSA 2019 ÁLEFE JOÁS SANTOS EDINAN FERNANDES DANIUK EDUARDO ALEXANDRE GANASSOLI JOÃO PEDRO CORRÊA GIROTO RAUL SCHIAVETTO MARTURANO AVALIAÇÃO DOS DADOS DE TERMOGRAVIMETRIA E ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL PARA CAULINITA E OXALATO DE CÁLCIO Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais 1 como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de engenheiro de materiais na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professor: Leonardo Wendler Pacheco PONTA GROSSA 2019 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Curva da Análise Termogravimétrica da caulinita ........................................ 9 Figura 2: Curva da Análise Térmica Diferencial da caulinita ..................................... 10 Figura 3: Curva da Análise Termogravimétrica do oxalato de cálcio ......................... 11 Figura 4: Curva da Análise Térmica Diferencial do oxalato de cálcio ........................ 12 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dados calculados para o oxalato de cálcio ................................................ 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5 2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 7 3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 9 4.1. CAULINITA .................................................................................................... 9 4.2. OXALATO DE CÁLCIO ................................................................................ 10 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 14 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 15 5 1. INTRODUÇÃO Análise térmica é um conjunto de técnicas que visam analisar propriedades físico-químicas de uma substância ou de seus produtos de reação em função do tempo ou temperatura, quando a substância é submetida a uma programação controlada em uma atmosfera específica. Essa definição de análise térmica, proposta inicialmente pelo Comitê de Nomenclatura da Confederação Internacional de Análises Térmicas (ICTA), foi adotada tanto pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) quanto pela Sociedade Americana de Testes de Materiais (ASTM).1,2 Dependendo das propriedades que se deseja analisar, diferentes técnicas podem ser empregadas, dentre elas Termogravimetria (TG) e Termogravimetria Derivada (DTG), Análise Térmica Diferencial (DTA), Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), entre outros. Com essas técnicas é possível obter informações com relação à variação da massa, estabilidade térmica, água livre, água ligada, pureza, ponto de fusão, ponto de ebulição, os calores de transição, diagramas de fase, velocidade de reação entre outras informações importantes. Assim, as técnicas termoanalíticas representam um grande potencial para sua empregabilidade, e com isso suas aplicações vêm crescendo pelo fato de existirem inúmeras possibilidades de utilizações em diversos tipos de materiais. Essas distintas técnicas de análise térmica podem ser adotadas à materiais cerâmicos.1,2,3 A análise termogravimétrica, é a medida da variação da massa de um corpo de prova cerâmico em uma atmosfera controlada em função da variação da temperatura ou tempo quando a medida da temperatura do corpo aumenta. A análise termogravimétrica derivada (DTG) se trata de um arranjo matemático, onde se tem que a derivada da variação de massa pelo tempo (dm/dt) é registrada tanto em função da temperatura quanto tempo. A DTG nada mais é do que a derivada primeira da TG.4 A Análise Térmica Diferencial (DTA) é uma técnica que determina continuamente a diferença da temperatura da amostra e a de um material de referência termicamente inerte, quando ambas estão sendo aquecidas no forno. A análise Calorimétrica Exploratória Diferencial (DSC) é definida como sendo a técnica termoanalítica que analisa as variações da entalpia da amostra em relação a um material de referência, o qual é termicamente inerte, onde ambas estão sendo sujeitas a uma programação controlado de temperatura.4 6 Embora as técnicas DSC e DTA possam ser confundidas às vezes por apresentarem semelhanças em relação ao tipo de resultado obtido, essas técnicas são diferentes. Essa distinção entre as duas técnicas está representada na DSC, onde o método é calorimétrico, ou seja, são medidas de diferença de energia, por outro lado, a DTA registra as diferenças em temperatura.1,2,4 Nas técnicas de análise termogravimétricas, tem-se fatores que podem afetar os resultados das análises e podem ser classificados em instrumentais e características da amostra.1 Em análises térmicas, algumas vantagens que a termogravimetria derivada proporciona é que as curvas DTG indicam com exatidão as temperaturas correspondentes ao início, e o instante no qual a velocidade de reação é máxima. Tem-se também que devido aos picos serem agudos é possível distinguir claramente uma sucessão de reações que várias vezes não são claramente distinguidas nas curvas TG. Além disso, outra vantagem da termogravimetria é que as áreas dos picos estão relacionadas com a perda ou o ganho de massa e podem ser determinadas quantidades reagidas. Algumas aplicações da TG podem ser especificadas pelo estudo da decomposição térmica de substâncias orgânicas e inorgânicas, análise sobre corrosão de materiais metálicos com uma atmosfera controlada e investigação sobre a velocidade de destilação e evaporação de líquidos e sublimação de sólidos.1,2 Os resultados da DTA podem ser afetados pelo seguintes fatores: aquecimento do forno, natureza do suporte das amostras, caráter da substância inerte na qual foi utilizada como referência, cátions adsorvidos, profundidade do raio do orifício de suporte no qual é colocada a amostra, efeito da colocação de tampa sobre o orifício da amostra, presença de mistura na argila entre outros fatores.1 A aplicação da DTA se restringiu a solução de problemas que estão relacionados com cerâmica, metalurgia, edafologia e geologia. Com o passar do tempo, essa técnica passou a ser mais utilizada para resolver problemas químicos.1 7 2. OBJETIVOS Avaliar e correlacionar os dados de TG e DTA para a caulinita e o oxalato de cálcio. 8 3. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados para a realização desta prática não foram especificados. Obteve-se os dados de acordo com o tratamentodas amostras a partir de uma fonte desconhecida, fornecidas pelo professor. 9 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. CAULINITA Na Figura 1, pode ser visualizado os resultados para TG da amostra de caulinita. Figura 1: Curva da Análise Termogravimétrica da caulinita Fonte: Os autores A Figura 1 demonstra os resultados de perda de massa da caulinita em função do aumento da temperatura. No gráfico de TG da caulinita é possível notar que a massa se mantém aproximadamente constante para a maior parte das faixas de temperaturas, apresentando apenas duas quedas acentuadas. A primeira queda menos significativa acontece na faixa de 200°C a 270°C, que corresponde a menos de 1% da massa total da amostra. Não é possível realizar uma conclusão precisa sobre o que levou essa pequena queda, mas uma possibilidade levando em conta a faixa de temperatura que essa queda aconteceu é a presença de goethita na amostra, a qual passa por uma transformação entre 200°C a 300°C virando hematita.5 Já a segunda queda é muito mais expressiva em relação à primeira, e ocorreu em uma faixa de aproximadamente 320°C a 700°C, que corresponde a quase 11% da massa total da amostra. Tal queda mais acentuada ocorreu devido ao processo de desidroxilação da caulinita.5 Na Figura 2, pode ser visualizado os resultados para DTA da amostra de caulinita. 10 Figura 2: Curva da Análise Térmica Diferencial da caulinita Fonte: Os autores A Figura 2 demonstra os resultados de troca de calor em função do aumento da temperatura para a amostra de caulinita. O gráfico de DTA para a amostra de caulinita apresentou 3 picos. O primeiro e o terceiro pico mais discretos e o segundo mais acentuado. O primeiro e o segundo pico são descendentes caracterizado como uma reação endotérmica, e o terceiro pico ascendente caracterizado como uma reação exotérmica. O primeiro pico está associado a primeira queda de massa da Figura 1, e como já citado essa reação endotérmica pode ser a transformação de goethita em hematita.5 O segundo pico tem relação com a queda mais expressiva da Figura 1, ou seja, a reação endotérmica e a desidroxilação da caulinita.5 O terceiro pico é caracterizado por uma reação exotérmica, porém como não foram fornecidos os dados da composição da amostra, não é possível afirmar com certeza de qual reação se trata, porém uma possibilidade encontrada na literatura é a formação de mulita. 4.2. OXALATO DE CÁLCIO Na Figura 3, pode ser visualizado os resultados para TG da amostra de oxalato de cálcio. 11 Figura 3: Curva da Análise Termogravimétrica do oxalato de cálcio Fonte: Os autores Na Figura 3, observa-se os resultados de perda de massa de oxalato de cálcio em função do aumento da temperatura e vê-se que inicialmente o gráfico apresenta um valor de peso aproximadamente constante até ocorrer o seu primeiro declive a uma temperatura próxima de 150°C, representando a liberação de água da amostra, onde a reação ocorrida está representada em (1).4,6 CaC2O4.H2O → CaC2O4 + H2O (1) Após o primeiro declive, o gráfico manteve-se com certa estabilidade entre aproximadamente 230°C e 455°C. Após essa faixa ocorreu um novo declive onde se teve a liberação monóxido de carbono, como representado na reação (2).4,6 CaC2O4 → CaCO3 + CO (2) Posteriormente ao segundo declive, novamente o gráfico ficou com certa estabilidade em uma faixa de aproximadamente 490ºC e 700ºC, e após essa faixa temos o terceiro declive, que representa a liberação dióxido de carbono, que está apresentada na reação (3).4,6 CaCO3 → CaO + CO2 (3) Através da curva de TG e o conhecimento das etapas de decomposição é possível determinar a quantidade ou porcentagem de água liberada pela amostra no primeiro declive, de monóxido de carbono liberado no segundo declive e de dióxido de carbono liberado no terceiro declive. Pode-se assim utilizar o peso atômico dos elementos para calcular a porcentagem de peso teórica liberada em cada declive e 12 comparar com os valores experimentais. Esses cálculos são realizados através de uma razão e proporção entre peso total da amostra e o peso que variou em cada etapa, e os resultados obtidos estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1: Dados calculados para o oxalato de cálcio Declive Faixa de temperatura (°C) Perda de massa teórica (%) Perda de massa experimental (%) 1 156,32 - 241,32 12,33 11,27 2 455,32 - 493,32 19,61 13,52 3 700,32 - 851,32 30,11 24,57 Fonte: Os autores Na Tabela 1, se observa as diferenças para as várias faixas de temperatura em relação a perda de massa teórica e a perda de massa experimental. Pode-se observar também que a perda de massa experimental é percentualmente menor que a perda de massa teórica, que pode ser considerado como uma amostra pura. A diferença de perda de massa entre o experimental e o teórico pode estar relacionada a erros instrumentais e características da amostra no tocante a sua pureza. Na Figura 4, pode ser visualizado os resultados para DTA da amostra de oxalato de cálcio. Figura 4: Curva da Análise Térmica Diferencial do oxalato de cálcio Fonte: Os autores 13 Na Figura 4 pode ser visualizado os resultados da troca calor em função do aumento da temperatura para a amostra de oxalato de cálcio. O gráfico da Figura 4 apresentou 3 picos, sendo o primeiro e o terceiro descendente caracterizado como uma reação endotérmica, e o segundo pico ascendente qualificado como uma reação exotérmica. O primeiro pico está relacionado a reação (1) que é a liberação de água estrutural amostra. O segundo pico está relacionado a reação (2) que é a liberação do monóxido de carbono. O terceiro pico está associado a liberação do dióxido de carbono representado pela reação (3). 14 5. CONCLUSÃO Para este experimento não é possível determinar se as análises feitas tiveram de fato um bom resultado, pois o experimento não foi realizado, uma vez que o acompanhamento da análise das amostras foi inexistente, sendo que os dados foram fornecidos pelo professor. Para a análise termogravimétrica da amostra de caulinita, obteve-se duas quedas significativas no gráfico, que representam a perda de massa da amostra. A primeira queda não pode ser definida com precisão, pois não houve uma verificação dos processos utilizados para o preparo desta amostra, podendo a partir da literatura avaliar que possa ter ocorrido uma transformação da goethita para hematita a partir da faixa de temperatura que ocorreu a queda de 200°C a 270°C. Já para a segunda queda registrada na análise, houve uma mudança mais brusca em relação a primeira, na qual uma massa correspondente a 11% da amostra foi perdida. Para esta mudança mais brusca, é possível avaliar pela literatura que possa ter ocorrido um processo de desidroxilação da caulinita. Para a Análise Térmica Diferencial da amostra caulinita pode-se observar que houve uma mudança da troca de calor em função do aumento da temperatura, apresentando três picos, sendo que o primeiro e segundo pico apresentam um caráter endotérmico, e o terceiro pico tem caráter exotérmico. Para o terceiro pico, não há uma razão específica para ter ocorrido, podendo ser caracterizado a como a transformação da amostra em mulita. Para a análise de termogravimétrica da amostra de oxalato de cálcio, pode-se concluir que a amostra passou por três processos envolvendo a perda de massa com o aumento da temperatura, primeiramente liberando água estrutural, seguido da perda de monóxido de carbono e por fim de dióxido de carbono, demonstrando três quedas no gráfico. ParaAnálise Térmica Diferencial da amostra de oxalato de cálcio, o gráfico apresentou três picos, sendo eles relacionados com as reações de liberação de água estrutural de caráter endotérmico, de perda de monóxido de carbono de carácter exotérmico, e de perda de dióxido de carbono de carácter endotérmico. As análises TG e DTA estão relacionadas, uma vez que a análise termogravimétrica apresenta a variação de massa da amostra em função da variação da temperatura, a DTA define o tipo de reação que ocorre para essas variações de massa em reações endotérmicas ou exotérmicas. 15 REFERÊNCIAS 1 IONASHIRO, M. G. Fundamentos da Termogravimetria, Análise Térmica Diferencial, Calorimétrica Exploratória Diferencial. São Paulo: Giz Editorial E Livraria, 2004. 2 MOTHÉ, C. G.; AZEVEDO, A. D. Análise Térmica de Materiais. São Paulo: Artliber, 2009. 3 EMMERICH, K., STEUDE, A. Análise Térmica de Matérias-primas Argilosas. Cerâm. ind., vol.21, n2, p.0, 2016. Disponível em <http://s3.amazonaws.com/host- article-assets/ci/587657607f8c9d6e028b483e/fulltext.pdf>. Acesso em: 13 Abr. 2019. 4 DENARI, D. G., CAVALHEIRO, É. T. G. Princípios E Aplicações De Análises Térmicas. 2012, 40 f. Material de Apoio. Curso Teórico/Prático. Universidade de São Paulo. Instituto de Química de São Carlos. São Paulo, 2012. 5 FERREIRA, M. M. Caracterização de argilas cauliníticas do Quadrilátero Ferrífero visando seu potencial de aplicação na indústria de cerâmica. 2010, 95 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Minas Gerais, 2010. 6 LAWSON-WOOD, K., ROBERTSON, I. Study of the Decomposition of Calcium Oxalate Monohydrate using a Hyphenated Thermogravimetric Analyser - FT-IR System (TG-IR). Disponível em: <https://www.perkinelmer.com/lab- solutions/resources/docs/APP_Decomposition_Calcium%20Oxalate_Monohydrate(0 13078_01).pdf> Acesso em: 13 Abr. 2019.
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