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Agravo em Execução

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AO JUÍZO DA VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA FEDERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo nº: XXXXX
Josiane Almeida, já qualificada nos autos em epígrafe, atualmente recolhida no Presídio Federal de Neves/MG, por intermédio de sua advogada constituída que esta subscreve, com escritório profissional sito no endereço contido no rodapé desta, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão que negou o pedido de desconto dos dias trabalhados na cozinha do estabelecimento prisional no total de pena ainda a cumprir, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência interpor, tempestivamente, o presente:
RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
com fundamento no art. 197 da Lei de Execução Penal n° 7.210/84, c/c súmula 700 do STF, c/c com os arts. 586 e 588 do CPP, apresentando em anexo as respectivas razões. Requer a realização do juízo de retratação (art.589, CPP) e, em sendo mantida a decisão atacada, seja o presente recurso encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para o devido processamento e julgamento. Cumpre esclarecer que houve preenchimento dos pressupostos do presente Recurso: a interposição é tempestiva, haja vista que a decisão indeferindo o pedido se deu no dia 19/08/2019, sendo o termo final do prazo o dia 26/08/2019. Informa-se ainda, que a parte possui interesse e legitimidade na sua propositura.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local, data
Advogada/OAB 
Razões Recursais
Agravante: Josiane Almeida
Agravado: Ministério Público Federal
Processo de origem nº: XXXXX
Colenda Câmara
Ínclitos julgadores
DOS FATOS:
A agravante interpôs Recursos de Apelação e Embargos Declaratórios. O primeiro visando à reforma da sentença proferida pelo MM Juiz da 9ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, fato este que não ocorreu, tendo em vista o acórdão prolatado pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Por sua vez, o segundo (embargos de declaração) visava suprir a omissão do referido acórdão, tendo em vista que o Tribunal não se manifestou quanto à preliminar de nulidade do processo por cerceamento de defesa (não realização da oitiva das testemunhas arroladas pela defesa da Ré Josiane). 
Entretanto, apesar de conhecido, os embargos de declaração, mais uma vez, não foram providos pelo Tribunal. 
Com isso, no dia 14 de janeiro de 2019 ocorreu o trânsito em julgado da sentença penal condenatória aplicada a Agravante: 06 (seis) anos de reclusão, em regime inicialmente fechado; pela prática do crime de peculato-apropriação, previsto no artigo 312, caput, 1ª parte do Código Penal. 
Encaminhados os autos à Vara de origem, foi expedido o competente mandado de prisão, que restou cumprido em 04 de fevereiro de 2019. Josiane foi recolhida ao Presídio Federal de Neves/MG.
Decorrido um ano do início do cumprimento da pena, durante uma visita feita a Ré, está relatou-me que, durante todo este período, trabalhou 150 (cento e cinquenta) dias como auxiliar na cozinha daquele estabelecimento prisional. 
Ademais, foi requerido ao Juízo da Execução Penal, o direito ao benefício do livramento condicional, como infere-se no “art. 83, inciso III, do Código Penal: comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto(...). Para que a Agravante, tenha a possibilidade de realizar o desconto desses dias trabalhados, no total de pena que ainda há para se cumprir.
Entretanto, no dia 19 de agosto de 2019, tal pedido foi indeferido, sob o argumento de que o desconto pleiteado seria incabível no caso de Josiane, por ela ter sido punida pelo cometimento de falta grave, nos termos dos artigos 49 a 60 da Lei n. º 7.210/84. 
Todavia a Agravante foi vítima de uma grande injustiça, uma vez que sequer tinha conhecimento da existência de um procedimento administrativo disciplinar em seu desfavor para apuração de falta grave e que seu comportamento sempre foi exemplar. 
Desta forma, requer que seja conhecido e provido o presente recurso, concedendo a agravante a nulidade do procedimento administrativo disciplinar, para que haja a possibilidade de remição do período trabalhado pela mesma.
DA NULIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR: VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA POR AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DO SENTENCIADO
Trata-se de violação ao princípio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, a simples supressão do procedimento. A agravante fora punida pelo cometimento de falta grave, nos termos dos artigos 49 a 60 da Lei n. º 7.210/84, mas ora nem a mesma tinha o conhecimento da existência de um procedimento administrativo disciplinar em seu desfavor para apuração de falta grave e que seu comportamento sempre foi exemplar.
 O ordenamento jurídico brasileiro, de forma mais evidente com relação às lei penal e execução penal, garante o devido processo legal, a fim de que os princípios da ampla defesa e do contraditório sejam efetivados concretamente e materialmente, haja vista o direito de ir e vir do indivíduo estar em jogo.
O raciocínio delineado é simples: o procedimento administrativo disciplinar é o imprescindível para a apuração, registro e eventual sanção, ante o reconhecimento da falta grave. 
Mas esta corte já salientou que, conquanto presente o PAD, caso esteja eivado de nulidade, ausência de defesa técnica como o caso descrito, esta deve ser reconhecida. (RHC 104.584, de minha relatoria, DJe 3.6.2011 e RE 398.269/RS, de minha relatoria, Dje 26.2.2010).
Por conseguinte, requer que seja julgado improcedente o PAD, uma vez que, são eivados de irregularidade e a decisão que o homologou são nulos.
III- EM CONSEQUÊNCIA À DECLARAÇÃO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR POSSIBILIDADE DE REMIÇÃO DO PERÍODO TRABALHADO PELO AGRAVANTE.
De acordo com a condenação prolatada, a Agravante foi condenada a 06 (seis) anos, conforme determinação legal, cumpre a sanção imposta em regime fechado.
Ocorre que a Agravante após decorrido 1(um)ano do cumprimento de sua pena, trabalhou por 150 (cento e cinquenta) dias como auxiliar de cozinha do estabelecimento prisional ao qual se encontra encarcerada onde já é em si uma demonstração de bom comportamento.
Desta feita, havendo o desconto do tempo laborado na pena em que fora submetida, a Sentenciada poderá em breve progredir do regime fechado para o semiaberto e, com isso, buscar melhores formas de ressocialização e novas oportunidades de emprego.
Ao nosso ver, com o devido respeito, comungando com o entendimento de Guilherme Nucci (2014, p. 985), a remição é um direito do preso advindo de um dever imposto pelo Estado.
Todavia, se no presídio não funciona corretamente tal fiscalização sobre o trabalho ou inexista a oportunidade deste labor, a deficiência é estatal, não podendo, para tanto, privar o detento de um direito que lhe pertence. Ainda amparando-se em Nucci (2014, p. 984), tem-se:
Em aberto, permanece a antiga questão: no presídio onde inexistir oportunidade de trabalho ou estudo, o que se faz? [...]. A deficiência é do Estado, podendo-se instaurar incidente de desvio de execução. [...] Se nenhuma medida for tomada, parece-nos correto que o preso, permanecendo à disposição para trabalhar ou estudar, deva ter os dias computados para fins de remição. (g. N.)
Diante ao exposto, requer que seja feita a remissão da pena do período trabalhado pela Agravante.
IV- ALTERNATIVAMENTE, EM CASO DE MANUTENÇÃO DA FALTA GRAVE APLICAÇÃO DA REGRA PREVISTA NO ART.127 DA LEP.
Caso mantida a decisão de homologação da falta disciplinar como de natureza grave, no que concerne à perda dos dias remidos, requeiro a reforma da decisão para que esta ocorra em seu patamar mínimo, ou seja, 01 dia, pois o artigo 127 da LEP estabelece que “em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partirda data da infração disciplinar”.
V- DOS PEDIDOS:
Desta forma, recapitulando às explanações acima, requer-se à Vossa Excelência, com o respeito:
A) Requer-se a reforma da r. decisão para que seja declarado nulo o Procedimento Administrativo Disciplinar e a falta grave nele aplicada à Agravante.
 B) consequentemente, requer-se seja a pena da Agravante remida em 50 (cinquenta) dias.
Alternativamente em caso da manutenção da falta grave, seja então aplicada a regra prevista no art.127 da LEP.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogada
 OAB

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