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Relatório parasitologia, amebíase e Trypanossoma cruzi

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As aulas práticas de parasitologia são de extrema importância no processo de aprendizagem, pois permite que nós, estudantes de enfermagem associemos o conteúdo estudado teoricamente com a prática e realidade, através da observação microscópica de lâminas ou até mesmo no manuseio do próprio parasito em embalagens que tornam sua análise a olho nu facilitada.
A amebíase pertence ao subfilo Sarcodina, caracteriza-se por apresentar uma fase de vida comensal e se locomove por pseudópodes. A prevenção da amebíase se faz pela higiene pessoal e alimentar, pela melhoria de condições sanitárias, com destino adequado das fezes, pelo tratamento dos doentes e pelo consumo de água fervida ou filtrada.
Já o Trypanossoma cruzi é o protozoário flagelado agente da Doença de Chagas. É uma doença de evolução crônica, debilitante, que determina no homem quadros clínicos com características e consequências muito variadas. Ela está intimamente relacionada às más condições das moradias, pois essas favorecem a nidificação dos hemípteros triatomíneos, conhecidos vulgarmente como “barbeiros”.
Sendo assim, os objetivos foram a observação das lâminas de número 28, 19 e 20, em que constavam respectivamente o trofozoíto da Entamoeba Hystolitica, as formas do Trypanossoma cruzi. Nesse segundo vimos o tripomastigota, de forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo, membrana ondulamente nítida, longa com flagelo na porção anterior do parasito. E vimos o epimastigota, de forma alongada com cinetoplasta junto ao núcleo, apresenta pequena membrana ondulante logo antes da exteriorização do flagelo. 
Para isso, foram utilizados microscópios ópticos no laboratório de microscopia da universidade e com o auxílio da professora Amanda, observamos os parasitos e identificamos algumas partes que os compõem.
Ilustrações: 
Lâmina 28- Trofozoíto da Entamoeba Hystolitica. Aumento:
 . 
Lâmina 19- Trypanossoma cruzi - Lâmina 20- Trypanossoma cruzi- Aumento Aumento 
Discussão
O homem portador da amebíase se infecta ao ingerir cistos presentes na água ou nos alimentos contaminados. O desencistamento ocorre na porção final do intestino delgado, liberando os trofozoítos que passam a viver como comensais e a reproduzir-se por divisão binária. Através de mecanismos ainda desconhecidos, mas possivelmente relacionados com a ruptura do equilíbri, os trofozoítos tornam-se patogênicos e invadem a parede intestinal, alimentando-se de células da mucosa e de hemácias. Em casos de infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sanguínea, especialmente ao fígado.
Os trofozoítos que permanecem no intestino sob a forma comensal reduzem o seu metabolismo, armazenam reservas energéticas e secretam uma parede cística ao seu redor, formando os cistos, que são eliminados através das fezes. Dentro do cisto o parasito realiza divisão binária formando quatro novos indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro. Os cistos podem permanecer viáveis fora do hospedeiro por cerca de 20 dias (eles são as formas de resistência do parasito no ambiente).
Já na Doença de Chagas, o homem se infecta durante a hematofagia, quando o barbeiro elimina os tripomastigotas metacíclicos em suas fezes. Essas são as formas infectantes e podem penetrar pelas mucosas, quando o homem leva as mãos contaminadas aos olhos ou nariz, e por soluções de continuidade, como as provocadas pelo ato de coçar ou pelo orifício da picada do barbeiro. Logo após a penetração, o tripomastigota metacíclico invade células do sistema fagocítico mononuclear (célula alvo) e perde o flagelo, passando a se chamar amastigota. Nesse estágio os amastigotas multiplicam-se por divisão binária em ciclos de aproximadamente doze (12) horas, até que a célula infectada fique repleta de amastigotas. Nesse momento as amastigotas se transformam novamente em tripomastigotas. Quando a célula alvo rompe libera os tripomastigotas, que se deslocam apara infectar uma nova célula alvo, se disseminando para o restante do organismo através da circulação sanguínea e linfática. Os principais órgãos atingidos são o coração, tubo digestivo e plexos nervosos.
Conclusão
Conhecendo os ciclos e observando os detalhes que garantem a permanência do parasito em seu hospedeiro e sua perpetuação, fica mais fácil para nós como enfermeiros instruir a população sobre os riscos e as maneiras de profilaxia para não adquirir essas e outras parasitoses. São medidas básicas, porém funcionais. Por exemplo o saneamento básico que previne o contato com fezes, o cozimento ideal para carnes, uso de sapatos fechados em locais alagados, evitar matas ou casas de pau-a-pique para não ter contato com o barbeiro, além de tratar os doentes.
Referências
NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 12. ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C. Microbiologia. 6.ed. Porto Alegre: Artmed,
2008. 827 p.

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