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TRIBUNAL DO JURI E NULIDADES

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NULIDADES
A Nulidade decorre de vício processual pela não observância de exigências previstas em leis. Estas exigências têm como finalidade manter a formalidade no processo penal e parear as partes, zelando pelos princípios e formas corretas de se desenvolver o processo.
É a sanção, uma pena ou recompensa com que se tenta garantir a execução da lei, aplicável ao processo, ou ato processual, realizado com o descumprimento da forma devida, ou proibida pela lei processual.
Previstas nos artigos 563 a 573, sua existência provém da necessidade que a movimentação processual possa transcorrer em concordância com as normas exigidas para o ato processual, pois elas garantem às partes de um processo apto ou regular, trazer à tona a verdade substancial. A nulidade pode anular atos ou até processos, de forma parcial ou integral.
Classificações
Irregularidade
Podemos chamar de irregularidades os vícios em exigências formais que não tem qualquer relevância no curso do processo e sua inobservância é incapaz de gerar efeitos, pois não existe prejuízo a nenhuma das partes.
A finalidade da exigência viciada “morre em si”, não tendo qualquer efeito para o processo. Não preserva o interesse de uma ou outra parte, não gera prejuízos se o mesmo não for violado, não anula o processo e não impede que ele flua e atinja os objetivos nele descritos. 
Não acarreta em nulidade.
 Nulidade Relativa
Ocorre quando um vício violar exigências determinadas por normas infraconstitucionais. A formalidade é essencial para o ato, tem uma finalidade para o processo. Sua formalidade não se dá apenas pelo capricho, mas, busca resguardar o interesse das partes.
Se houver a violação, haverá algum prejuízo para as partes.
O prejuízo é relativo, ou seja, deve ser provado pela parte que sofreu. O ato só será invalidado se comprovado e reconhecido a nulidade pelo Juiz.
As nulidades relativas tem momento certo para serem arguidas, havendo a possibilidade de preclusão.
Nulidade Absoluta
Ocorre toda vez que for desrespeitada as normas de interesse público ou quando ocorrer desacordo a um determinado princípio constitucional. São vícios que decorrem da violação de uma determinada forma de ato, que visa à proteção de interesse de ordem pública.
Podem ser declaradas em forma de ofício pela autoridade judicial e em qualquer grau de jurisdição, sendo reconhecida a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado e em qualquer grau de jurisdição. O prejuízo sempre existirá para as partes, pois independe da reprovação dos acusados, que poderá ser feita pelo juiz em qualquer fase do processo. Quando houver prejuízo presumido, não precisa de provas pelas partes, o relato sobre o prejuízo é suficiente.
Inexistência
Ocorre quando há falta ou ausência de elemento essencial para o ato processual, não há elementos para existir ato jurídico. O ato só pode ser considerado inexistente ou não, se s se o mesmo existe. E se esse existir
Como não sabemos se o ato existiu de fato, não há como saber se o prejuízo ocorreu, mas a suposta existência pode levar a prejuízos até que provemos o fato.
Ocorrência
Interpretando o Art. 564, do Código de Processo Penal, compreendemos as hipóteses passiveis de nulidades:
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; 
Neste caso, são colocados três pontos: a incompetência pode ser territorial ou de juízo, e resultam em nulidade relativas. Deve ser arguidas em defesa inicial (resposta à acusação)
Quando tratamos de suspeição ou suborno, existe a nulidade absoluta, que deve ser declarada de ofício, não dependendo de manifestação das partes, e em qualquer tempo do processo.
II - por ilegitimidade de parte; 
A ilegitimidade da parte ad causam, ou seja, referente a condição da ação, acarreta em nulidade absoluta. Por exemplo: Nas ações penais de iniciativa pública, em que o Ministério Público é titular do direito, deve haver denúncia. Se houver queixa-crime é caso de nulidade absoluta.
A ilegitimadade também pode ser ad processum, quando trata-se dos pressupostos processuais, e acarretam nulidade relativa tendo vista que podem ser supridas. Por exemplo: Vítima que oferece queixa-crime sem ter capacidade postulatória.
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; 
Não pode existir processo sem denúncia ou queixa-crime. Se não houver de representação para as ações necessárias, há que se falar em nulidade.
Normalmente, quando não denuncia ou queixa-crime, a nulidade é absoluta. E se for por falta de representação, a nulidade é relativa.
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; 
O exame de corpo delito deve ser realizado quando houverem vestígios, se não for: acarrete nulidade absoluta. A ressalva está nos casos em que haja o desaparecimento dos vestígios, quando deve ser suprido pela prova testemunhal.
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; 
Esta hipótese está intimamente ligada ao principio da ampla defesa e acarreta em nulidade absoluta.
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; 
Associada à indisponibilidade da ação pelo Ministério Público, é causa de nulidade relativa, podendo ser suprida.
 e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; 
Causa de nulidade absoluta, a não citação do réu só pode ser suprida quando do seu comparecimento espontâneo (aí dá-se a nulidade relativa)
 f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; 
O previsto por este inciso dá causa à nulidade absoluta e dizem respeito ao tribunal do Júri.
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
Esta possibilidade aplica-se a crimes inafiançáveis, em que a presença do réu no júri é obrigatória. Se tratar-se de crime afiançável, só ocorre nulidade se houver intimação do acusado.
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; 
A não observância desta pode (ou não) causar prejuízos para uma das partes: tanto por isso, se gerar, deve ser demonstrado. Se provado, será causa de nulidade relativa.
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; 
A existência desta previsão é para garantir os sete componentes do conselho de sentença no Tribunal do Juri. Causa de nulidade relativa – pode ser suprida.
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; 
Causa de nulidade absoluta pela contaminação dos jurados. Podemos associar ao Principio da Contaminação de Provas.
k) os quesitos e as respectivas respostas; 
Causam nulidade absolutas no ato.
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
Causa nulidade absoluta.
m) a sentença; 
Qualquer vício presente na sentença é capaz de gerar nulidade absoluta.
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; 
Observamos a previsão do reexame obrigatório. A não observância deste o trânsito em julgado da decisão.
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; 
Trata-se de nulidade absoluta, mas não é sobre o despacho ou snetenças, a nuilidade recaí sobre as intimações.
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; 
Sem o número mínimo para o julgamento nos Tribunais Superiores, há nulidade absoluta.
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. 
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiênciados quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948).
Se a formalidade for essencial para o ato, e puder ser suprido acarreta em nulidade relativa. Se não houver como suprir o vício, é causa de nulidade relativa.
O paragrafo único trata de uma nulidade absoluta.
PRINCIPIOS
4.1. Princípio do Prejuízo
“Nenhum ato processual será declarado nulo, se da nulidade não tiver resultado prejuízo para uma das partes” (art. 563 do Código Processual Penal).
Este princípio apenas tem valor à nulidade relativa, onde provamos a existência do prejuízo causado por uma das partes.
Na nulidade absoluta, onde o prejuízo é presumido, não há necessidade de representação, não aplicamos esse princípio.
Para o ato ser declarado nulo, as partes tem que provar que obtiveram prejuízo, deve haver relação da causa entre o ato imperfeito e o prejuízo a outro causado.
4.2. Princípio da Instrumentalidade das formas ou da Economia Processual
“Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa”. (art. 566 do Código Processual Penal) e “também de ato que, mesmo praticado de forma diversa da qual prevista, atingiu sua finalidade” (art. 572, II).  
Nesse princípio da instrumentalidade, o instrumento é o processo, que é uma forma de resolvermos pendências de nosso interesse. O processo não pode se tornar nulo, somente por não estar dentro das formalidades jurídicas se este apresentar a verdade ou uma prova. Um ato processual mesmo praticado de maneira diferente do formal será válido se este atingir seu objetivo.
 4.3. Princípio da Causalidade ou da Sequencialidade
“A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência” (art. 573, § 1º).
No princípio da causalidade, se um ato é dito nulo, caberá ao juiz reconhecer a invalidade dos demais processos ligados a ele ou que dependam, que sejam consequência deste e anulá-los, se esse não tiver atuação na decisão.
Este princípio necessita da declaração judicial e se aplica na nulidade absoluta e relativa.
Subdivide-se de duas formas: as nulidades originárias e as nulidades derivadas.
A nulidade originária trata do vício revelado do magistrado, o que não pode ser considerado causa de anulação dos atos. Já a nulidades derivada, somente será apresentada após o término do processo, quando no desenrolar de outros atos apresentarem uma nulidade ampla que pode ser utilizada nos demais processos.
4.4. Princípio do Interesse
“Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.” (art. 565 do Código Processual Penal),
No principio do interesse, ninguém pode solicitar a nulidade para benefício próprio.
4.5. Princípio da Convalidação
No princípio da convalidação um ato não convencional poderá ser útil ou aprimorado, sem aviso prévio. Existem outras formas de convalidação:
Ratificação: é a forma de sanar um ato nulo em razão da ilegalidade da parte; uma das partes modifica os atos anteriores do processo antes da sentença;
Suprimento: é a maneira de se convalidar as exclusões frequentes na denúncia,
Substituição: adota a nulidade de citação e intimação.
4.6. Princípio da não Preclusão e do Pronunciamento
O princípio da não preclusão somente é aplicado às nulidades absolutas, pois são reconhecidas através de ofício, dados por magistrados ou pelo tribunal independente de investigação, podendo ainda estar em julgamento.
A nulidade no Processo Penal pode ser conceituada como um defeito jurídico que torna inválido ou destituído de valor de um ato ou o processo, total ou parcialmente. São, portanto, defeitos ou vícios no decorrer do processo penal, podendo, também, aparecer no inquerito policial.
Como se sabe, o processo encampa determinadas solenidades, para as quais também, a lei reserva formalidades, com a finalidade de se garantir a realização plena do devido processo legal. São portanto, normas de Direito Público.
O Código de Processo Penal, regula as nulidades nos artigos 563 a 573.
Desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, revelaram-se alguns antagonismos entre normas processuais constitucionais e normas infraconstitucionais, divergências estas que geram também, descompasso entre o sistema de nulidades do Código de Processo Penal. Por isso, embora o Código traga o rol das nulidades e as façam considerar nulidades relativas e absolutas, algumas delas que, pelo Código são relativas, em confronto com o texto mágno deveriam ser nulidades absolutas, e por vez, assim são reconhecidas.
Além das nulidades absolutas e relativas, existem situações em que o vício é tão grande que gera a inexistência do ato, como sentença prolatada por quem não é juiz. Por outro lado, o desatendimento da formalidade pode ser incapaz de gerar qualquer prejuízo ou anular o ato, tornando-se pois, de mera irregularidade ritualística (juntada de memoriais em vez dos debates no rito sumário). 
DIFERENÇA ENTRE NULIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS:
Quanto ao fundamento, a nulidade absoluta, genericamente, ocorre se a norma em apreço considerada defeituosa, houver sido instituída para resguardar, predominantemente, o interesse público. Já a nulidade relativa aparece se a regra violada servir para escoltar, em destaque, o interesse das partes.
Se a regra viciada contiver violação a um princípio constitucional, a nulidade deverá ser absoluta, ou até mesmo, inexistente. Verificamos que o processo penal nacional está resguardado, não apenas pela legalidade, mas também, por princípios mais abrangentes, com embasamento constitucional que, em certos pontos, chegam a ser desnecessários.
Quanto ao dano ou prejuízo, a nulidade absoluta tem o prejuízo presumido, ou seja, ocorrente, o ato está, por nascimento viciado, não havendo como ser consertado.
No tocante as nulidades relativas, a demonstração do prejuízo deve ser efetuada pela parte que argüir. Assim, somente haverá declaração do vício se não ocorrer outra possibilidade de se reparar o ato procedimental.
Já com relação ao momento para argüição, a nulidade absoluta pode ser reconhecida a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado e em qualquer grau de jurisdição, assim, nunca preclui. A exceção dessa regra, é o acolhimento de nulidade absoluta em prejuízo do réu, se não argüída pela acusação.
Quanto a nulidade relativa, deve ser argüída no momento oportuno, sob pena de preclusão. Assim, deve ser verificado, no sistema processual, qual o ato passível de nulidade, pois cada procedimento possui um momento fatal para argüição. O artigo 571 do CPP, nos mostra quando as nulidades devem ser argüídas peremptoriamente.
Em se tratando do interesse, as nulidades relativas dependem de provocação pela parte interessada, no momento oportuno. É a regra decorrente do interesse nas nulidades, pois que somente podem ser arguídas pela parte que dela fizer proveito, desde que não tenha dado causa (art565).
Em sendo absolutas, dispensam provocação, pois o juiz é legitimado a declará-las de ofício, salvo a exceção da Súmula 160 do STF. Assim, poderam ser levantadas por quaisquer das partes, além do juiz, bem delas não se pode dispor. 
PRINCÍPIOS: No princípio do prejuízo, não há nulidade se não houver prejuízo a parte (art 563 CPP). Tal princípio vale apenas para nulidade relativa, em que a parte suscitante necessita demonstrar o prejuízo para sí. Assim, aproveitando-se a questão do defeito prejudicial, a eventual defesa insuficiente ou defeciente do réu gera nulidade relativa, devendo-se comprovar o efetivo dano processual, o que não se compara a falta de defesa, causadora de nulidade absoluta.
Já no princípio da instrumentalidade das formas ou sistema teológico, não se declarará a nulidade de ato que não influiu na apuração da verdade e na decisão dacausa (art 566 CPP) e também de ato que, mesmo praticado de forma diversa da qual prevista, atingiu sua finalidade ( art. 572, II). Por isso, há “ prevalência do fundo sobre a forma, o ato processual é válido se atingiu seu objetivo, aínda que realizado sem a forma legal.”
Com relação ao princípio da causalidade ou conseqüencialidade, o artigo 573, § 1° e 2°, a nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência. Portanto, se um ato é nulo, os demais que dele dependam existência também pereceram. Existe, pois, a nulidade originária e a derivada. “ Cabe ao juiz, portanto, ao reconhecer a invalidade de determinado ato processual, verifica se a atipicidade não se propagou a outros atos do procedimento, relacionados ao primeiro, hipótese em que os últimos também deveram ser considerados nulos”. Assim por exemplo, se reconhecida nulidade na sentença, não se anulam os atos anteriores a essa, se não exerceram quaisquer influência na decisão.
Em se tratando do princípio da convalidação ou sanabilidade, as nulidades relativas permitem a convalidação, ou seja, poderá o ato atípico ser aproveitado ou superado. O modo sanável mais comum é a preclusão, ou seja, a ausência da argüição no tempo oportuno. Sem embargo, há outras formas de convalidação, que podem ser destacadas em:
Ratificação: é o modo de se revalidar a nulidade em razão da ilegitimidade de parte. Logo, se iniciada a lide por parte ilegítima, porém a parte legitimada comparecer antes da sentença e ratificar os atos anteriormente praticados, a nulidades se convalida (art. 568). A ilegitimidade pode ser ad causam ou ad processum. A primeira se o Ministério Público oferece denúncia em crime de ação penal privada. A segunda, se queixa-crime, em ação penal privada é oferecida por terceiro que não o ofendido ou seu representante legal. Desse modo a ratificação é apenas viável na ilegimidade ad processum, que configura nulidade relativa.
Suprimento: segundo se extrai do art. 569 CPP, é o jeito de se convalidar as omissões constantes na denùncia ou na queixa, sendo mais que a ratificação, pois implica acréscimo naquilo que já existia, como a juntada de prova de miserabilidade do ofendido.
Substituição: revalidam-se nulidades da citação, intimação ou notificação, como no caso do réu processado e é citado em apenas um de seus endereços constantes, mas não é encontrado. Realizada a citação por edital, o réu comparece para argüir a nulidade da citação. Essa atitude refaz o vício, porque o réu apareceu e desse modo, sua citação por edital fica prejudicada (art 570 CPP). 
ESPÉCIES DE NULIDADES: No artigo 564 CPP, é apresentado os casos de nulidade: 
Por incompetência, suspeição ou suborno do juiz: 
Incompetência: competência é o limite da jurisdição. Existe a distribuição da competência em razão da jurisdição (comum ou especial), da hierarquia e da matéria, bem como a recursal, que se consideram casos de competência absoluta, ou seja, imutáveis pela vontade das partes ou do juiz. Logo, a inobservância dessas competências faz brotar nulidade processual absoluta, não se convalidando, além de argüível a qualquer tempo, ou de ofício, independente da ocorrência ou não do prejuízo. A competência territorial, porém, é relativa e depende da argüição da parte, sob pena de preclusão, ocorrendo, pois, se não argüida, prorrogação da competência, sanando-se o vício.
Declara a incompetência relativa, apenas serão anulados os atos decisórios (art.570CPP).
Suspeição e susorno do juiz: o impedimento causa de inexistência e não somente de nulidade dos atos realizados. Já a suspeição demanda nulidade absoluta. O suborno ou qualquer forma de corrupção, de igual modo. 
Por ilegitimidade de parte:
Se o autor da ação não possui titularidade ou o réu não pode integrar a relação jurídica processual (por ser inimputável pela idade, por exemplo) há nulidade insanável.
Ocorrendo ausência de capacidade postulatória (o querelante é menor de 18 anos), poderá ser sanada a qualquer tempo antes da sentença e, portanto, é vício sanável (art. 568CPP). 
Por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
do preenchimento dos requisitos no oferecimento da denúncia ou queixa (art.41), na representação do ofendido ou na requisição do Ministro da Justiça;
do exame de corpo de delito nas infrações materiais, aquelas deixavam vestígio. Há, no entanto, jurisprudência que prefere absolver o réu por insuficiência de provas, ante auxência de exame;
da nomeação do defensor ao réu presente, que não o tiver, ou ao ausente, e de curador ao réu menor de 21 anos (art.261). A ausência da nomeação de defensor configura nulidade absoluta. Já a falta de curador está superada pela nova redação do Título VII, Capítulo III (art.188 a 196 CPP) que trata do interrogatório;
da intervenção do MP em todos os termos da ação penal pública ou subsidiária;
nulidade de citação do réu para se ver processar. A falta ou nulidade da citação ficará sanada desde que o interessado compareça antes de o ato cosumar-se (art.570). A ausência ou qualquer modo de citação que não previsto no CPP, como a citação em hora certa, será causa de nulidade absoluta;
interrogatório do acusado, quando presente. È acusação de nulidade absoluta, não se devendo confundir a falta, que é a não oportunidade dada pelo juiz ao réu, com a vontade deste em manter silêncio;
da concessão de prazo para a acusação e defesa. É nulidade relativa, sanável pelo art.572. Configura a mesma hipótese a concessão de prazo menor do que o legal;
da sentença de pronúncia ou irregularidades nesta, do libelo ou irregularidades na entrega de cópia do libelo com rol de testemunhas ao réu no processo do júri. A ausência reflete nulidadeabsoluta, enquanto defeitos supríveis poderam gerar nulidades relativas (art. 572, CPP);
da intimação do réu para julgamento pelo júri, quando não permitido o julgamento à revelia. Constitui nulidade relativa (art. 572, CPP);
da intimação das testemunhas arroladas no libelo ou na contrariedade. Gera nulidade relativa, sendo sanável nos casos do art. 570. Se a testemunha residir fora da comarca, deverá ser intimada e inquirida mediante carta precatória, mesmo em sessão plenária;
da presença de pelo menos 15 jurados para constituição do júri. Estabelece o art. 428, CPP esse número mínimo para sorteio do Conselho de Sentença, daí, por que, se houver comparecimento de número menor, não poderá ser realizado o sorteio, pois formalidade essencial do ato. Caracteriza nulidade absoluta;
sorteio dos jurados ou irregularidade. Configura vício absoluto a ausência do sorteio, bem como a recusa peremptória além do número legal que é de três jurados;
incomunicabilidade dos jurados. Também é causa absoluta, lembrando-se que a incomunicabilidade se refere ao assunto do processo em julgamento;
dos quesitos e suas respostas. Sempre absoluta;
da presença da acusação e defesa na sessão de julgamento. Confronta com o contraditório processual e, portanto, causa nulidade absoluta. A falta aquí não é das partes, mas sim, das respectivas manifestações. E ausência não se confunde com deficiência, como já visto acima;
da sentença ou suas formalidades. Claro é que a ausência ou irregularidade na manifestação fundamental do juiz brota nulidade absoluta. Mas o que se deve discutir são os requisitos intrínsecos do édito judicial, ou seja, aqueles relativos a causa;
do recurso de ofício, quando previsto. Note-se que a nulidade absoluta, por sinal, não alcança a decisão, mas seus efeitos;
da intimação na forma da lei, para ciência da sentença e outras decisões recerríveis. É nulidade relativa, pois sanável pelo art 570;
do quorum legal para julgamento no STF e outros Tribunais, encontradas na Lei n° 8038/1990 e seus respectivos regimentos internos. Dispõe a nulidade acerca da inobservância desse número mínimo estabelecido. 
Por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Por formalidade essencial entende-se aquela sem a qual o ato não atinge a sua finalidade. Comoexemplo, a denúncia que não descreve o fato com todas as suas circunstâncias. Em face do princípio da instrumentalidade das formas, não se anula o processo por falta de formalidade irrelevante ou incapaz de causar prejuízo às partes. 
NULIDADES E INQUÉRITO POLICIAL:
No inquérito policial podem ocorrer atos anuláveis e nulos, sem que com isso, causem reflexo na ação penal quanto a contaminação desta. Assim, os vícios do caderno policial, causam efeito
nos atos apenas dele próprio, nunca alcançando a ação penal. Por isso, se a prisão em flagrante não obedeceu as formalidades legais, o que está prejudicado é a própria prisão, não a sequência procedimental decorrente desta.

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