Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE 1: COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS E LEITURA COMUNICAÇÃO: IMPORTÂNCIA Conforme as espécies evoluíam, fomos nos organizando em grupos de semelhantes. Nos demos conta de que a convivência em bandos, grupos ou tribos nos tornava mais fortes e, portanto, as chances de sobrevivência aumentavam. Para tanto, foi necessário que cada espécie desenvolvesse alguma forma de linguagem que permitisse a comunicação entre os componentes desse grupo. É um equívoco comum pensar que a comunicação depende sumariamente da palavra, uma vez que essa é uma das formas mais utilizadas na comunicação humana. Porém, isso não é verdade. Se observarmos a natureza, notaremos as diversas maneiras como os outros animais se comportam. Podendo variar desde um som, tal qual o latido e o miado, até um movimento corporal, como o abanar da cauda ou o tencionar de certos músculos, a comunicação se apresenta de inúmeras formas. Mas, então, o que é a comunicação? Ela é a transmissão de determinada informação, ou mensagem, entre uma fonte e um receptor. Ou seja, comunicação é a maneira, seja ela qual for, pela qual nós propagamos determinada informação para um ou mais indivíduos, por isso ela não se restringe ao uso de palavras. Imagens, sons, movimentos, tudo isso pode constituir linguagem e, portanto, pode ser uma ferramenta de comunicação. Haja vista sua função, a comunicação é peça cabal do funcionamento da sociedade. É por meio dela que organizamos nossas funções e nossos deveres; instituímos leis; elegemos nossos representantes; convencemos as pessoas a fazerem, ou não, algo; trabalhamos; estudamos; e convivemos com nossos parentes e amigos. Sem a comunicação seria impossível que nossas sociedades se mantivessem estáveis. LINGUAGEM OU LINGUAGENS Estabelecemos o que é a comunicação e seu propósito. Enquanto discutíamos isso, tocamos, en passant, na questão da linguagem e como ela é, na verdade, a principal ferramenta e canal pelo qual a comunicação se torna viável. Exploremos um pouco mais essa ideia. Como já foi dito, quando falamos de linguagem, está estabelecido no imaginário popular a linguagem enquanto o uso das palavras para a transmissão de determinada informação. Porém, esse é um aspecto muito particular. Se analisarmos com mais cuidado, o termo “linguagem” pode ser deveras abstrato, haja vista as inúmeras formas como ela pode se manifestar. Partamos então do seu uso, para podermos estabelecer algumas das maneiras como podemos utilizar a linguagem. Ao termos em mente que a função da linguagem é a comunicação, podemos expandir a nossa visão sobre ela. Imaginemos que você queira mandar uma mensagem para um colega, algumas formas poderiam ser consideradas para fazê-lo: uma mensagem de texto, um meme, emoticons, ou ainda uma mensagem de voz, entre outros. Somente nessa situação hipotética, já temos algumas modalidades de linguagem. Duas delas verbais, e duas não verbais. O uso dos emoticons e dos memes são o que chamamos de linguagem imagética, ou não verbal, pelo uso de imagens para transmitir determinada informação, em vez de palavras. As mensagens de texto e de voz, por sua vez, constituem a linguagem verbal, pelo uso de signos verbais para cumprirem a função já estabelecida. Isso sem citar a linguagem corporal, a do cinema, a musical, entre muitas outras. A experiência humana é variada por natureza, e a linguagem por ser uma ferramenta que possibilita essa experiência precisa ser, e é, tão diversa quanto. VARIANTES: FORMAL E INFORMAL Pois bem. Já entendemos o que é comunicação e o que é linguagem, ou, melhor dizendo, linguagens. Como vimos, a linguagem pode se apresentar de diversas formas dependendo de como você a utiliza e do seu propósito. Caso queira transmitir uma simples mensagem, você pode escrever um texto. Caso possua propósitos mais artísticos, pode escrever uma música, um poema ou até gravar um filme. A linguagem se molda à necessidade. Analisemos com mais cuidado uma fração dessa complexidade; olhemos para a linguagem verbal e para as línguas. A língua, seja ela qual for, pode, e talvez deva, ser observada como um organismo vivo e não um objeto estático e imutável. Se observarmos com cuidado, o fato de existir mais de uma língua já é um indicativo disso. Como dito anteriormente, a linguagem molda-se à necessidade; o mesmo pode ser dito da língua. Conforme nossas sociedades foram se formando em grupos diferentes e em locais diferentes, foi necessário criarmos maneiras diferentes de comunicar e nomear aquilo que nos cercava. Por isso possuímos tantas línguas no mundo. Se continuarmos pensando nessa linha, as sociedades mudaram e as realidades se transformaram, portanto as línguas evoluíram. Esse fenômeno pode ser observado em quatro diferentes formas: mudanças motivadas pelo tempo, pelo local, pelo grupo social do qual o falante participa e, por fim, pela situação. O fato de existirem situações mais formais e outras mais informais explica o motivo de existir formalidade na língua e no uso desta. Saber como utilizar as variantes da língua e quando utilizá-las é de suma importância para podermos ajustar a linguagem à situação. Não seria adequado escrever um memorando ou um relatório profissional da mesma forma que escrevemos uma mensagem para um amigo ou um post em uma rede social. É necessário, portanto, que tenhamos domínio o suficiente de nossa língua para podermos utilizá-la de diferentes maneiras, adequando-a a cada situação. LEITURA: RELEVÂNCIA Determinamos, até agora, que a língua é mutável e deve ser utilizada de forma a se adaptar às situações em que o falante se encontra, podendo variar de formal para informal e vice-versa. Como, então, desenvolver essa habilidade e acumular conhecimento suficiente para ser capaz de realizar essa mudança? Bem, pode parecer óbvio e vago, mas a resposta mais direta é estando em contato constante com a língua em suas diferentes manifestações! E como fazemos isso? A melhor forma pode, também, parecer uma resposta igualmente óbvia: lendo. É na escrita e na leitura que a língua se manifesta das formas mais variadas; e isso não se limita só à literatura. Se pensarmos bem, não escrevemos notícias, relatórios, memorandos, leis, resumos, dissertações etc., da mesma forma. Cada um desses gêneros exige uma linguagem diferenciada, cada um possui suas particularidades e características que os definem como são. Olhando, agora, para a literatura, podemos ver a língua se manifestando das mais diversas formas. Desde os livros mais antigos aos livros mais contemporâneos, podemos ver como a língua é utilizada de diversas maneiras, muitas das quais nós, talvez, nunca tenhamos pensado em utilizar. Desde o lirismo de Machado de Assis, a linguagem popular e inventiva de Guimarães Rosa, até a linguagem mais “neutra” e cotidiana de escritores como Fernando Veríssimo; a língua se torna um instrumento que os autores podem utilizar livremente, conforme desejem. Porém, para isso acontecer, eles precisaram conhecer o idioma intimamente. Por isso a leitura é tão importante. É na leitura que podemos absorver não só novo vocabulário, mas também vemos a gramática sendo utilizada e podemos absorvê-la sem, necessariamente, estudar e completar listas de exercício. Isso tudo sem citar o prazer de mergulhar em uma história. A leitura nos proporciona a bagagem linguística necessária para podermos adaptar e enriquecer nossa própria produção.
Compartilhar