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Comunicação para o planejamento profissional
Língua, linguagem e as diferentes situações sociocomunicativas
Nesta unidade temática, você vai aprender
· 
A ler e interpretar textos verbais e não verbais;
A respeitar e compreender as manifestações linguísticas, oriundas da diversidade étnico-racial e cultural brasileira.	Comment by Lopes, Fernanda: Ms.: Oriundas: Que tem sua origem, proveniência em; que provém de; procedente, originário, proveniente: camisa oriunda da Europa.
Introdução
Não há interação humana, não há trabalho e ou mesmo vida em sociedade sem que haja comunicação. E não há comunicação sem que haja linguagem. É por meio dessa articulação que nos relacionamos não apenas com as pessoas, mas com o mundo, e a ele nos integramos. Utilizamo-nos da linguagem, em suas mais diversas formas e nos mais diferentes contextos e situações, o tempo todo. Por isso, antes de qualquer debate que venha permear a ideia central desta disciplina, precisamos explorar dois importantes conceitos: o de língua e o de linguagem, objetivo deste nosso primeiro capítulo. Veremos que a linguagem é um fenômeno social, desenvolvida pela necessidade humana de conviver em grupos, assim como abordaremos seu dinamismo, percebendo como ela se modifica e se adapta às necessidades do próprio homem. E discutiremos, por fim, o conceito de língua, juntamente ao de fala, explorando seu caráter social e coletivo e compreendendo a língua como uma das formas de linguagem. Vamos começar?	Comment by Lopes, Fernanda: Ms.: Dinamismo: Particularidade, característica, estado ou condição do que ou de quem é ou demonstra energia e movimento; energia e/ou vitalidade.
Língua
Esta língua é como um elástico que espicharam pelo mundo.
No início era tensa, de tão clássica.
Com o tempo, se foi amaciando, foi-se tornando romântica, incorporando os termos nativos e amolecendo nas folhas de bananeira as expressões mais sisudas.	Comment by Lopes, Fernanda: Ms.: Sisuda: Sério, carrancudo, mal-humorado
Um elástico que já não se pode mais trocar, de tão gasto; nem se arrebenta mais, de tão forte.
Um elástico assim como é a vida que nunca volta ao pon-
to de partida.
Gilberto Mendonça Teles.
O ser humano, como um ser social, desenvolveu a linguagem pela necessidade de se comunicar, sendo a língua um de seus meios mais utilizados. Do mesmo modo, percebemos que a língua possui uma importante função dentro de um povo e de uma cultura, pois, além da comunicação, além de um fenômeno vivo, é, também, uma forma de identificação de seus membros.
Todas as línguas vivas mudam com o tempo. É um processo dinâmico, contínuo e gradativo. Toda a língua possui variação, o que discutiremos neste capítulo.
Percebemos não só que existem variações no modo de se falar a língua portuguesa em termos regionais, a partir de diferentes sotaques, amplamente explorados nas novelas, filmes e também em quadros humorísticos, assim como perceberemos as diferenças na forma de usar a língua olhando as questões sociais. Pessoas que têm maior grau de formação, por exemplo, usam a língua de forma diferente do que aquelas que têm pouca instrução ou mesmo analfabetas. Basicamente, são três os fatores que impulsionam as variações linguísticas: fator histórico, geográfico e sociocultural. Vamos a eles.
Desde os primórdios, a humanidade se organizou socialmente, e uma das necessidades principais da vida em sociedade é a comunicação. O homem desenvolveu a linguagem porque precisava se comunicar, e assim ele faz até hoje, e a cada dia de forma mais complexa e com novas ferramentas.
A arte rupestre é uma forma de comunicação primitiva. 	Comment by Lopes, Fernanda: Ms.: Arte rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre
A linguagem nasce a partir de uma necessidade primordial do homem: a de viver em sociedade e de interagir não apenas com o próprio homem, mas com o mundo que o cerca. É, como disseram Heidegger e Gadamer, o solo de uma cultura, aquilo que possibilita o homem a participar e a estar integrado, antropologicamente, a esse “acervo de tudo aquilo que a espécie humana veio acumulando ao longo de sua experiência histórica” (REALE, 2002, p. 1). A sociabilidade e o saber humano estão, na linguagem, fundamentados.
Podemos dividir a linguagem da seguinte forma:
Linguagem verbal
A linguagem verbal é aquela que usa a palavra, escrita ou falada, para comunicação. É amplamente utilizada em diferentes situações: jornais, revistas, diálogos, sites, filmes, reportagens, livros, cartas etc.
Linguagem não verbal
A linguagem não verbal utiliza outros métodos de comunicação. Podem ser imagens, gestos, sons, símbolos, expressão facial, mímica, sinais de trânsito, linguagem corporal, gestos etc.
É a comunicação além das palavras. Alguns sinais são convenções criadas para facilitar o entendimento, como é o caso da placa do cigarro e da placa com seta virando à direita em um círculo vermelho com uma linha atravessada, indicando o sinal de proibido. Entendemos facilmente que é proibido fumar ou que é proibido virar à direita. Tal como entendemos que o dedo polegar levantado é sinal de positivo, que está tudo bem etc. Assim como o emoji, figura criada recentemente para mensagens eletrônicas, indica tristeza.
Linguagem mista
Na linguagem mista, usam-se simultaneamente a linguagem verbal e a linguagem não verbal. É o uso de palavras escritas e figuras simultaneamente. A linguagem mista também é bastante comum em nossos dias; pode aparecer em placas, histórias em quadrinhos, charges, outdoors, filmes, peças de publicidade etc.
A linguagem mista, em alguns casos, reforça o que a linguagem não verbal já apresenta por si só, que é o caso da placa: proibido fumar, cão bravo e risco de morte. Vai depender do objetivo e do público que essa mensagem quer atingir.
A língua e suas variações
Tal como a linguagem, a língua também é um fenômeno social e se desenvolve, sempre, a partir de um determinado grupo e de um determinado contexto. Jamais nasce no âmbito individual. Por isso, sempre pertencerá a um determinado povo e a uma determinada cultura. Quando discutimos a transformação de uma língua, é importante lembrar que nenhum falante pode ou consegue modificá-la conforme achar melhor, a partir de uma percepção ou verdade unicamente sua. Assim como uma cultura, que possui sua dinâmica na coletividade, a língua depende de todos, pois ela é um fato cultural como qualquer outro. Se uma pessoa que fala a Língua Portuguesa no Brasil resolvesse usar um nome diferente para os meses do ano, por exemplo, não teríamos uma transformação, mas um fato que acarretaria em uma grande dificuldade para a comunicação dela com os demais falantes. Por surgir de um grupo e pertencer a esse grupo, ela adota um regramento, uma convenção. Só assim é possível que todos se entendam, ou seja: ao mesmo tempo em que se trata de um aparato cultural, “trata-se de um sistema de natureza gramatical, pertencente a um grupo de indivíduos, formado por um conjunto de sinais (palavras) e por um conjunto de regras para combinação destes” (TERRA, 2008, p. 13).
Se a língua emana do coletivo, o mesmo não se pode dizer da fala. Ela é entendida como um ato individual, pois cada indivíduo pode optar em usar variedades da língua quando fizer uso da fala. A fala é sempre individual e seu uso depende da vontade do falante. No entanto, língua e fala estão interligadas. Uma não sobrevive sem a outra. Para compreendermos a fala, é necessário a língua, mas também há a necessidade da fala para que uma língua se estabeleça.
Vejamos, a seguir, os tipos principais de variação linguística.
Variação histórica
A variação histórica, como o nome já indica, acontece dentro de um determinado período de tempo. Só pode ser identificada quando comparamos a língua em dois momentos diferentes. Para termos uma ideia clara, vejamos, por exemplo, o texto a seguir, no qual a princesa Isabel, em 1888, assina a LeiÁurea:
De lá para cá, algumas palavras sofreram modificação na grafia, como Brazil (Brasil), extincção (extinção), súbditos (súditos), d’esta (desta), princeza (princesa), n’ella (nela), dentre outras que facilmente podem ser identificadas, o que prova justamente o caráter dinâmico.
Variação geográfica 
A variação geográfica, como também sua denominação já indica, diz respeito às diferentes formas de pronúncia, à diferença de vocabulário e também à estrutura sintática das frases dos falantes de uma mesma língua, ou seja, diz respeito às diferenças que uma mesma língua apresenta na dimensão do espaço, quando falada em diferentes regiões de um mesmo país ou em países diferentes.
O Português falado em Portugal apresenta algumas diferenças do Português falado no Brasil. Vejamos a seguir alguns exemplos.
São, portanto, as diferentes formas de falar a mesma língua em dois países diferentes. Além das palavras diversas para designar a mesma coisa, há também a questão da pronúncia da Língua, que é perceptível ao ouvirmos um nativo de Portugal falar o Português de Portugal.
Variação social
Como outra forma de variação linguística, temos aquela que se manifesta por elementos ligados à condição social de um indivíduo. Você certamente já se deu conta de que a forma como pessoas de idade usam a linguagem difere da forma como pessoas jovens o fazem. Também se percebe isso em diferentes profissões, usando jargões ou termos técnicos, ou mesmo fazendo uso de uma linguagem mais formal.
Da mesma forma, pessoas que pertencem a determinados grupos sociais, como tribos urbanas, ou mesmo a determinados grupos étnicos (que nada mais são do que pessoas que se identificam ou são identificadas com base em semelhanças culturais e/ou biológicas) que também se comunicam com uma linguagem própria daquele grupo. Portanto, essa variação, também conhecida como variação diastrática, se refere à organização socioeconômica e cultural de uma comunidade, e se relaciona ainda à idade, como já mencionamos, ao mercado de trabalho, à classe social e ao grau de escolaridade.
Idade – A idade é um fator que interfere na forma de como as pessoas usam a linguagem. Muitas das palavras que os jovens usam, talvez, causem estranheza aos seus avós e aos seus pais. O contrário também é verdadeiro. Algumas palavras soam estranhas aos jovens de hoje. Veja os exemplos:
 Gênero: 
Homens e mulheres falam de forma distinta. Isso está relacionado ao condicionamento cultural dos papéis sociais definidos tanto para os homens quanto para as mulheres. Mulheres costumam usar mais o diminutivo e as partículas “né?”, “Tá?”, “Tá bom?”, chamados de marcadores conversacionais. Estes têm a função de obter a concordância de quem os ouve. Já a linguagem dos homens costuma ser mais marcada por palavrões, gírias e linguagem chula. Como essas variações são condicionadas pelos papéis sociais, elas podem, perfeitamente, ser diferentes de um contexto para o outro ou de uma geração para outra.
Gíria: 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos sociais, muito utilizadas pelas denominadas tribos urbanas, mas, assim como os jargões e termos técnicos, podem existir em qualquer ambiente ou profissão.
Etnoleto: 
É uma variedade de uma língua falada por uma etnia ou subgrupo social, servindo como marca diferenciadora de identidade social. Geralmente, também coincide com o conceito de dialeto, pois acontece em área geográfica determinada. Equivocadamente, na cultura popular, ela é tida como uma sublíngua; no entanto, para a linguística, ela é apenas uma variação.
Classe social e escolaridade: 
Também se identificam variações linguísticas em diferentes classes sociais. Em geral, pessoas de classes sociais mais elevadas têm mais acesso à educação. É nas escolas que se aprende a língua padrão ou norma culta. Isso faz com que usem variações linguísticas diversas daqueles que têm menos acesso à educação, pois podem ter um melhor domínio da língua culta. Isso não significa, porém, que pessoas com menos instrução não se comuniquem ou não possuam conhecimento. É comum ouvirmos de pessoas de baixa escolaridade, palavras como “brusa”, “adevogado”, entre outras.
Mercado de trabalho: 
Diferentes grupos profissionais também utilizam, da mesma forma, linguagem própria em seu meio de trabalho. Um advogado usa uma linguagem diferente de um pintor. Um médico, por sua vez, difere em sua linguagem de um advogado. Um professor também pode ter seu modo de se comunicar. Alguns profissionais usam uma linguagem extremamente técnica, muitas vezes entendida somente por quem é da área. A essa linguagem dá-se o nome de jargão. Veja os exemplos a seguir:
Infográfico
Variação situacional
Outro tipo de variação é a chamada de situacional, que envolve diretamente os diferentes espaços e situações comunicacionais. Em diferentes contextos, usa-se diferentes formas de linguagem. A mesma pessoa pode, por exemplo, no seu trabalho, usar linguagem formal e, entre amigos ou família, usar linguagem informal.
A linguagem formal, como o próprio nome sugere, é a linguagem usada para atender os padrões da norma culta ou norma padrão. Pauta-se pelo uso correto das normas gramaticais e boa pronúncia das palavras. É usada em ambientes em que não há muita familiaridade entre os interlocutores, como reuniões, entrevistas de empregos, discursos oficiais, enfim, em ambientes e momentos que requerem formalidade e seriedade.
A linguagem informal, por sua vez, é a linguagem que usamos no cotidiano. É uma linguagem despreocupada em relação à norma padrão. É usada com os amigos, família, com pessoas com as quais temos grande familiaridade e em ambientes despreocupados, em que não se exige formalidade. Saber jogar com todas as formas de linguagem e perceber sua influência nas relações sociais, dentre elas as que ocorrem dentro do universo do trabalho, é o que começaremos a debater daqui para frente.

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