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Trabalho Sociologia Rural

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLOGIA
	
CAPITALISMO E NEOLIBERALISMO
ANDRESSA LIMA 
CARINA AZEVEDO 
DEBORA 
INGRID PINHEIRO SANTOS
LUANY SOUZA DA SILVA
ORIVANE SOUZA 
Itacoatiara
2019.
CAPITALISMO E NEOLIPERALISMO 
 ANDRESSA LIMA 
CARINA AZEVEDO 
DEBORA 
INGRID PINHEIRO SANTOS
LUANY SOUZA DA SILVA
ORIVANE SOUZA
Trabalho apresentado ao curso de Agronomia da Universidade Federal do Amazonas – ICET, como requisito parcial à obtenção do titulo de Sociologia Rural.
Orientadora: Prof. Márcia Reis
Itacoatiara
2019
CAPITALISMO: CONCEITO E HISTÓRIA
 O capitalismo produz estratégias para a sua expansão, o capitalismo se expandiu para todo o mundo e trouxe relações com intencionalidade econômica entre os diferentes países. O lucro passou a ser o carro chefe destas relações e todos os acordos realizados passaram a ter o tônus da lucratividade. Para isso, modos de produção foram pensados e repensados para atingir o objetivo fundamental deste sistema, a acumulação. 
 O processo de produção no capitalismo tem passado por várias mudanças durante a história para manter o padrão de acumulação, que é o seu fim maior. É importante relembrar que passou por várias fases desde sua implantação. Surgiram vários administradores que implantaram dentro das indústrias modelos de gestão. Em um modelo mais recente de gestão, encontramos a mudança nas bases da produção, que surgiu no período pós-guerra até os anos 70, sob influência dos chamados modelos Taylorista e Fordista, nos quais a produção em massa respondia à demanda de um consumo em massa, mas que após este período já não era suficiente para responder às demandas do capital. A estratégia foi a adoção de uma flexibilidade nos padrões de produção para atender às tendências e demandas do mercado. Para isso, era necessária também uma mudança no perfil do trabalhador, exigindo que este fosse mais flexível, polivalente, podendo exercer várias funções, com um salário menor, evitando a expansão da folha de pagamento. 
A sociedade como um todo apresenta um novo contorno. Além das mudanças do processo de produção, a sociedade também vem acompanhando as mudanças históricas que têm ocorrido nos tempos modernos, que certamente não estão desconectadas das intenções capitalistas e que influenciam direta e indiretamente a vida da população. Dentre as estratégias de manutenção do capitalismo está a criação da União Europeia, NAFTA (North American Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), MERCOSUL e Tigres Asiáticos. Todos esses blocos hegemônicos partilham do mesmo objetivo: se fortalecerem economicamente. A divisão entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos também se configura em estratégia de manutenção do capitalismo.
 Neoliberalismo No Brasil, a entrada no sistema capitalista de produção acontece tardiamente. Nas décadas de 20 e 30 ocorre o agravamento da questão social com a insatisfação dos operários contra as más condições de trabalho e de vida. Assim como na Europa, as precárias condições de trabalho, os baixos salários, a extenuante jornada de até 14 horas diárias e as péssimas condições de subsistência do trabalhador incomodava cada vez mais a classe trabalhadora. As fábricas eram adaptadas em locais improvisados sem a menor condição de trabalho e higiene. Explode uma onda de manifestação e greve por toda a parte no país. 
Cai a ditadura Vargas após 15 anos e o Brasil torna-se um país mais industrializado e, consequentemente, mais urbanizado, já com uma indústria de base significativa e também com a tendência agrário-exportadora forte, sendo essas características marcantes da economia brasileira.
A história nos mostra que os problemas econômicos no Brasil não são recentes, demanda algum tempo em que o país passa por grandes crises e que, na tentativa de superá-las, muitos planos econômicos foram lançados. A partir da grande crise do capitalismo dos anos 1970, as ideias neoliberais passaram a ganhar terreno. Para os neoliberalistas, a crise do sistema capitalista residia no avanço sindical e no desenvolvimento operário e suas reivindicações por melhores salários. As bases das empresas eram corroídas e estas faziam uma pressão considerável sobre o Estado. Conforme a perspectiva neoliberal, era exigido um Estado forte, capaz de romper com o poder dos sindicatos, deixá-los mais fracos no gerenciamento dos gastos sociais e de intervir na vida econômica. O estado mínimo é uma das principais preocupações e bandeiras do neoliberalismo, assim reduzi-lo em seu tamanho, papel e funções em favor do mercado se constitui no melhor e mais eficiente mecanismo de alocação de recursos. 
 Estávamos no auge de uma caminhada para a efetivação do modelo neoliberal e o governo permanecia forte, com medidas focadas neste direcionamento. As privatizações eram cada vez mais presentes e surgiam sob a justificativa de que não havia outra possibilidade senão diminuir o Estado para enfrentar a crise. O desemprego, as taxas de pobreza e as denúncias de corrupção eram constantes.
O CAPITALISMO E AS RELAÇÕES SOCIAIS
Pensar em capitalismo é pensar em capital e trabalho e no antagonismo gerado pelas classes sociais em virtude desses dois elementos. O modo de produção capitalista é concebido como uma nova estrutura social, na qual é concentrada a propriedade privada da produção numa determinada parte da população e essa sociedade determina o aparecimento de outra classe que vende a força de trabalho. A história do capitalismo é marcada por profundos conflitos,
antagonismos e lutas. Iamamoto e Carvalho (2006) afirmam que dentro da sociedade capitalista os homens estabelecem determinados vínculos e relações mútuas, dentro e por intermédio dos quais exercem uma ação transformadora da natureza, ou seja, realizam a produção.
O trabalho humano se encontra na base de toda a vida social. Os homens são impulsionados pelas necessidades do cotidiano, precisam comer, beber, morar, ter saúde, e assim apropriam-se da natureza e produzem meios necessários para a manutenção, dando- lhes condições de existir, de se reproduzir e de fazer história, assim como afirmam Marx e Engels (1982 apud MARTINELLI, 2007, p.19): “Com as necessidades primárias satisfeitas, surgem outras que vai exigindo do homem novas soluções e o direcionando a novas relações com outros homens”
O homem precisa do capital para a satisfação dessas necessidades apontadas acima. Entretanto, esse capital é transformado em mercadorias não somente aquelas indispensáveis à sua sobrevivência, mas também à própria condição de trabalho do homem, à sua própria força de trabalho. Assim, gerando lucro, vendendo a sua força de trabalho, promovendo a riqueza aos donos do capital, o trabalho do homem se transforma em mercadoria, que é negociada e vendida (mercantilizada)
AS FASES HISTÓRICAS DO CAPITALISMO
É importante destacar que esse sistema passa por várias fases até encontrarmos o modelo que temos hoje. Primeiramente, iniciamos com o capitalismo comercial ou pré-capitalismo, que abrange o período do século XVI ao século XVIII, é uma fase na qual as grandes navegações estavam acontecendo e a Europa toda se mobilizava para se expandir comercialmente através das Grandes Navegações e Expansões Marítimas. A burguesia buscou riquezas em outras terras fora da Europa e tanto os comerciantes como a nobreza buscaram ouro, pedras preciosas, especiarias e outros produtos que não eram encontrados no continente. Nesse período, o que se identifica são as seguintes características: a busca do lucro, a moeda sendo substituída pelo sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento da burguesia e desigualdades sociais.
Capitalismo Industrial. A Revolução Industrial é marcada pela sociedade do movimento e tem como símbolos principais o tear mecânico e a máquina a vapor. Modificou o modo de produção, antes o artesão era o responsável pela produção que ficou substituída pela máquina, provocando, assim,grandes transformações na sociedade como um todo.
Os donos dos meios de produção (fábricas) aumentaram consideravelmente o seu lucro, e à população trabalhadora restou o desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas.
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra em meados do séc. XVIII e consistiu numa série de avanços tecnológicos como impacto em vários processos, produtivos, econômicos e social. A Revolução Industrial iniciou-se na Europa porque os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da economia em seus Estados. 
IDEOLOGIA CAPITALISTA 
A ideologia dominante nas sociedades capitalistas baseia-se em princípios filosóficos da doutrina liberal burguesa. Trata-se de um conjunto de ideias que informa os direitos dos cidadãos como iguais à liberdade, igualdade, justiça, propriedade e democracia. Tudo isso demonstra que a democracia é vista como um estado de bem-estar de todos como possibilidades inatas de cada indivíduo, que devem ser desenvolvidas para a obtenção da paz social e desenvolvimento dos países. 
Na sociedade capitalista, a ideologia burguesa, as ideias e representações sociais predominantes são produtos da dominação de uma classe social (a burguesia) sobre a classe social dominada (o proletariado). 
Os elementos da ideologia do capitalismo estarão sempre voltados para a necessidade da propriedade privada, a defesa da livre iniciativa e da livre empresa, a mobilidade social como fator de ascensão, igualdade formal perante a lei, a liberdade do mercado recai entre o capital e o trabalho em que os trabalhadores são “livres” para vender a sua força de trabalho, o Estado como instituição complementar.
A história do capitalismo mostra como as ideias legitimaram uma exploração permanente, injustiças flagrantes que foram sendo encobertas por novas ideias, símbolos e valores. Para que a população aceitasse o capitalismo como bom e racional. 
NO QUE CONSISTIU O "CAPITALISMO AGRÁRIO"?
Por muitos milênios, os seres humanos proveram suas necessidades materiais por meio do trabalho da terra. E provavelmente durante um período mais ou menos similar estiveram divididos em classes sociais, constituídas por aqueles que trabalhavam a terra e aqueles que se apropriavam do trabalho dos outros. Essa divisão entre produtores e apropriadores tem assumido diversas formas dependendo do tempo e do lugar, mas possuindo uma característica geral, qual seja, a de que os produtores diretos têm sido camponeses. Esses produtores camponeses permaneceram na posse dos meios de produção, especificamente a terra. Como em todas as sociedades pré-capitalistas, esses produtores tinham acesso direto aos meios de sua própria reprodução. Isso significa que a apropriação do trabalho excedente pela camada exploradora era feita pelo que Marx chamou de meios "extra-econômicos" — quer dizer, por meio de coerção direta, exercida pelos senhores rurais elou Estado, pelo emprego de força superior, acesso privilegiado aos poderes militares, judiciais e políticos.
Essa relação particular entre produtores e apropriadores é, obviamente, mediada pelo mercado.
Mas o mercado no capitalismo tem uma função distinta e sem precedente. Virtualmente tudo numa sociedade capitalista é uma mercadoria produzida para o mercado. O mais importante é que capital e trabalho dependem do mercado para as condições mais básicas da sua reprodução. Assim como os trabalhadores dependem do mercado para vender sua força de trabalho como uma mercadoria, os capitalistas dependem dele para comprar a força de trabalho e também os meios de produção, e para realizarem os seus lucros vendendo bens e serviços produzidos pelos trabalhadores.
NEOLIBERALISMO: CONCEITO E HISTÓRIA
Segundo o dicionário, de forma direta, o significado de Neoliberalismo é: Forma moderna do liberalismo, que permite uma intervenção limitada do Estado, no plano jurídico e econômico.
Ou seja, Neoliberalismo é uma redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas teorias econômicas neoclássicas e é entendido como um produto do liberalismo econômico clássico. O neoliberalismo pode ser uma corrente de pensamento e uma ideologia, ou seja, uma forma de ver e julgar o mundo social ou um movimento intelectual organizado.
Esta teoria, que foi baseada no liberalismo, nasceu nos Estados Unidos da América e teve como alguns dos seus principais defensores Friedrich A. Hayeck e Milton Friedman.
Sua implantação pelos governos de vários países iniciou-se na década de 1970 pelos Estados Unidos e Inglaterra que foram não tão somente as primeiras nações a implementarem essa doutrina, como também se responsabilizaram em disseminá-la pelo mundo, como principal resposta à Crise do Petróleo. Na política, neoliberalismo é um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia, onde deve haver total liberdade de comércio, para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Os autores neoliberalistas afirmam que o estado é o principal responsável por anomalias no funcionamento do mercado livre, porque o seu grande tamanho e atividade constrangem os agentes econômicos privados.
 Os neoliberais combatem, principalmente, a política do Estado de Bem-Estar social (um dos preceitos básicos da social democracia e um dos instrumentos utilizados para combater a crise econômica iniciada em 1929).
O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a máxima desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo, a política de privatização de empresas estatais (o desaparelhamento do Estado), a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos excessivos etc. Nesse contexto, defende-se que o Estado é um péssimo gestor e que somente atrapalha o bom andamento das leis do mercado, que seria gerido pela “mão invisível”, anteriormente defendida pelo liberalismo clássico, e que funcionaria pela lei da oferta e da procura, bem como pela livre concorrência.
Esta teoria econômica propunha a utilização da implementação de políticas de oferta para aumentar a produtividade. Também indicavam uma forma essencial para melhorar a economia local e global era reduzir os preços e os salários.
O Neoliberalismo é alvo de constantes críticas, sobretudo pelo processo de desregulamentação da força de trabalho e pelo enfraquecimento ou aparelhamento das forças sindicais, o que se traduziu em uma diminuição gradativa dos direitos trabalhistas e no padrão médio de vida da classe trabalhadora em todo o mundo. O exemplo mais evidente dessa lógica, sem dúvida, são os chamados Tigres Asiáticos, países extremamente industrializados, mas com mão de obra extremamente barata, fruto da ausência de leis trabalhistas. Os trabalhadores, por exemplo, praticamente não contam com férias, e os benefícios são limitados, tudo isso para atrair empresas estrangeiras e assegurar os seus respectivos lucros. Apesar da recente crise econômica que se iniciou em 2008 e afetou, sobretudo, a União Europeia, o Neoliberalismo é o principal sistema econômico da atualidade, sendo adotado pela maioria das economias nacionais atuais.
O SISTEMA DE GLOBALIZAÇÃO E O NEOLIBERALISMO
A revolução industrial contribuiu com o processo de globalização, com os avanços tecnológicos e industriais que permitiram o nosso atual modelo de globalização.
O neoliberalismo cria as condições políticas para o atual estágio de globalização. Sem dúvidas, a globalização não seria como é hoje, sem esses modelos de discursos neoliberais. Esse neoliberalismo teve como objetivo as aberturas dos mercados, a redução do protecionismo¹. Se a globalização éentendida como uma expansão de mercados, o neoliberalismo defende o fim do protecionismo, a redução das barreiras, a redução das tarifas, permitindo uma expansão no processo de globalização.
.A globalização que vivemos atualmente é o resultado do avanço desse discurso político econômico da não intervenção do Estado, resgatando as ideias clássicas do liberalismo, que é o neoliberalismo. O neoliberalismo surgiu a partir da Segunda Guerra Mundial, tentando recuperar as visões de uma sociedade livre, uma sociedade de mercado aberto. O neoliberalismo é uma tentativa de romper com esse Estado interventor alegando que o Estado ao intervir demais tira a liberdade das ações econômicas principalmente no que diz respeito a livre iniciativa privada. 
Dentro desse prisma, as ideias neoliberais ganham forças também, a partir do colapso do bloco socialista onde tínhamos um Estado altamente interventor, a chamada “Economia Planificada”, onde o Estado determinava o que, como e quando produzir. Quando esse modelo entrou em colapso, passou a disseminar a ideia de que o Estado altamente interventor seria prejudicial para a economia, com isso, então, fez predominar a filosofia neoliberal. 
GLOBALIZAÇÃO NEOLIBERAL
A globalização neoliberal corresponde a um novo regime de acumulação do capital, um regime mais intensamente globalizado que os anteriores, que visa, por um lado, dessocializar o capital, libertando-o dos vínculos sociais e políticos que no passado garantiram alguma distribuição social e, por outro lado, submeter a sociedade no seu todo à lei do valor, no pressuposto de que toda atividade social é mais bem organizada quando organizada sob a forma de mercado. A consequência principal desta dupla transformação é a distribuição extremamente desigual dos custos e das oportunidades produzidos pela globalização neoliberal no interior do sistema mundial, residindo aí a razão do aumento exponencial das desigualdades sociais entre países ricos e países pobres e entre ricos e pobres no interior do mesmo país.
NEOLIBERALISMO NO BRASIL
No Brasil, é evidente que a mudança no regime político se deu mais rapidamente do que nas demais dimensões. É por isso que Fernando Henrique Cardoso, ainda antes de sua posse na Presidência da República, pode situar o seu governo entre duas dimensões/etapas da transição. Entre a transição político-institucional para a democracia, que se teria encerrado com a sua própria eleição e a transição para além da Era Vargas, que assume como programa de governo. Propunha-se, assim, sob as regras de uma democracia política consolidada, romper com certas articulações entre poder político, sociedade e economia remanescentes do período Getúlio Vargas.
A estratégia neoliberal da década de 90 no brasil, foi desenvolver a economia e fazer a reforma educacional, aumentando o poder da iniciativa privada, por meio do consenso ideológico. A conciliação é a estratégia política conservadora que assume uma face progressista, isto é, a de estar com história, no caso com o processo de globalização e a inserção da país na “nova ordem mundial”.
Enquanto o liberalismo político clássico colocou a educação entre os direitos do homem e do cidadão, o neoliberalismo, segundo Tomás Tadeu da Silva (Gentili & silva, 1995,p.21), promove uma regressão da esfera pública, na medita em que aborda a escola no âmbito do mercado e das técnicas de gerenciamento, esvaziando assim o conteúdo político da cidadania, substituindo-os pelos direitos do consumidor. A expressão ‘falta de produtividade” tem em contrapartida a produtividade da pesquisa relevante, isto é, utilitária, bem definida, altamente rendosa, segundo critérios mercantis.
A INTRODUÇÃO DO MODELO NEOLIBERAL NO MEIO RURAL BRASILEIRO
No Brasil, a política neoliberal só entra na pauta dos debates políticos a partir do Governo Collor (1990), quando este propõe abrir nossas fronteiras rumo à tão aclamada globalização.
Entretanto, é somente no Governo FHC (1995) que o projeto neoliberal se consolida com a promessa de incluir o Brasil no Primeiro Mundo.
A fim de cumprir o prometido, FHC não hesitou em se submeter às ordens do Fundo Monetário Internacional (FMI), ou seja, em se submeter ao programa neoliberal, que há mais dez anos havia iniciado o seu processo de hegemonização da sociedade.
Foi seguindo a lógica da política econômica global, imposta pelos organismos internacionais, todos com interesses em “sangrar” o processo de desenvolvimento dos países pobres, que o Governo FHC orientou a sua política agrária.
Em linhas gerais, a política agrária do Governo FHC teve como objetivo implementar no País o modelo norte-americano de agricultura, defendendo um projeto que contém as seguintes caracterísitcas básicas: a) abertura para o mercado externo, com aumento das exportações de comodites, aumento das importações dos mais diferentes produtos; b) ausência do setor público na agricultura, ou seja, a nacionalização do mercado; c) o estímulo às grandes fazendas; d) a integração seletiva dos pequenos agricultores na agroindústria; e) o desaparecimento da agricultura familiar de subsistência; f) maior atenção ao capital e à tecnologia, menos preocupação com a terra, entre outras.
A implantação desse modelo teve graves consequências para a agricultura brasileira. O programa de assentamentos  do   Governo FHC,  que   eles    chamam de    reforma   agrária, não objetivou mudanças estruturais que proporcionassem condições para obter um processo de democratização da terra e da renda no campo. Pelo contrário, exercitou um conjunto de políticas agrícolas que estimularam a concentração da terra, a oligapolização da produção, a marginalização econômica e social da agricultura familiar, o desemprego rural crescente, a dependência do país aos produtos agrícolas importados, a prioridade para a produção de produtos de exportação como grãos e carne bovina, a compra de terras pelo capital estrangeiro, a devastação da floresta tropical e dos cerrados.
Em outras palavras, o projeto implementado pelas elites dominantes se restringiu a uma política compensatória, sem ter por objetivo alterar o modelo de desenvolvimento da agricultura.
Subordinado aos interesses do capital internacional financeiro, o modelo adotado ao longo de oito anos de mandato presidencial (Governo FHC), além de sucatear a agricultura, também gerou uma séria crise social.
É importante considerar que foi justamente no Governo FHC que houve um aumento dos conflitos no meio rural e uma maior “pressão” social dos movimentos organizados para que a reforma agrária aconteça.
Diante desse recrudescimento das reivindicações de direitos sociais no meio rural, somos levada a entender que o que está na essência da atuação irredutível desses trabalhadores é a concentração da propriedade da terra no Brasil, justificada, dentre os vários mecanismos ideológicos, também pela política neoliberal.
A estrutura fundiária, no Brasil, ou seja, a forma de distribuição de acesso à terra, desde os primórdios da colonização, sempre foi marcada por uma grande concentração de terras nas mãos de uma pequena parcela da população e isso  pouco se alterou ao longo de seus 500 anos de história.
Desde o início do processo de colonização, o desenvolvimento do País ocorreu com base na grande propriedade, nas plantações de cana-de-açúcar e nos grandes latifúndios pecuários.
REFERÊNCIAS
PENA, Rodolfo F. Alves. "O que é Neoliberalismo?"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-neoliberalismo.htm>. Acesso em 15 de maio de 2019.
SOUSA SANTOS, B. Prefácio. In: Santos, B. S. (Org.). Produzir para viver: os caminhos da produção capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. 515p. Pp. 13-22. (Reinventar a emancipação social: para novos manifestos, 2)
http://www.angelfire.com/planet/anpuhes/klitia4.htm Acesso em: 13/05/2019
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-neoliberalismo.htm Acesso em: 13/05/2019
https://www.significados.com.br/neoliberalismo/Acesso em: 13/05/2019

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