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Artigo Dissipação de Energia

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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR 
Umuarama – Toledo – Guaíra – Paranavaí – Cianorte – Cascavel – Francisco Beltrão
TRABALHO DE FINALIZAÇÃO DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL 2018
ESTUDO DE DISSIPADOR DE ENERGIA NO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL DA CIDADE DE TERRA RICA – ESTUDO DE CASO 
DÉBORA NARDI[1: Graduando do curso de Engenharia Civil, Universidade Paranaense – UNIPAR, campus Paranavaí.]
LAYANE CRISTINE GOVEIA[2: Graduando do curso de Engenharia Civil, Universidade Paranaense – UNIPAR, campus Paranavaí.]
DIEGO SANCHES[3: Professor do curso de Engenharia Civil, Universidade Paranaense – UNIPAR, campus Paranavaí.]
RESUMO: As águas da drenagem pluvial urbana escoam superficialmente por emissários até chegarem no seu destino final e, na maioria das vezes, é sem controle e concentradas em grandes volumes, ocasionando processos erosivos relevantes. Nestes casos são designados dissipadores de energia na saída dos emissários para a redução da velocidade dessas águas. O presente trabalho trata-se, portanto, do estudo de caso que tem como objetivo a caracterização da bacia de dissipação existente na cidade de Terra Rica-PR. Para análise, a vazão de escoamento que atua na cidade foi calculada tendo como outro dado importante o dimensionamento do dissipador existente. Baseando-se em estudos da USBR (United States Bureau of Reclamation) e na coleta de dados foram analisadas as causas da insuficiência da bacia de dissipação. Em virtude dos fatos, constatou-se que a bacia existente não suporta a vazão de escoamento atual do município.
PALAVRAS-CHAVE: Drenagem pluvial urbana, erosão, bacia de dissipação.
ABSTRACT: The waters of urban storm drainage flow superficially by emissaries to reach their final destination, most of the time uncontrolled and concentrated in large volumes, causing erosive processes of great relevance. In these cases, energy sinks are designated at the exit of the emitters to reduce the speed of the water. As a result, the present work is a case study with a characterization of the dissipation basin in the city of Terra Rica-PR. The analysis of the value in the data of value in the value of the dissipating existing. Relying on USBR (United States Bureau of Reclamation) studies and data collection was analyzed as the cause of basin dissipation. Due to the events, it was verified the existence of an existing stream current of the municipality.
KEYWORDS: Urban stormwater drainage, erosion, dissipation basin.
INTRODUÇÃO
A drenagem pluvial urbana envolve o controle do escoamento no tempo e no espaço, visando minimizar danos à sociedade e ao meio ambiente (TUCCI, 2012). É um elemento de infraestrutura necessário nas cidades para que não ocorram problemas urbanos e ambientais, tais como: inundações, enchentes, erosões e assoreamentos, tendo em vista as erosões aceleradas em áreas periurbanas, onde o grande causador não está relacionado meramente com as condições naturais do meio ambiente, mas, acima de tudo, ao planejamento inadequado das ações antrópicas. 
O crescimento da urbanização é a forma mais considerável da ação da humanidade como agente transformador da natureza e a sua realização, desestimando a fragilidade dos meios biótico e físico, levando a consequências por vezes inesperadas. A erosão é apenas uma das respostas do meio físico em relação à urbanização desordenada e a concepção indevida da drenagem pluvial (CARVALHO & PRANDINI, 1998).
A falta de planejamento urbano e a má gestão dos recursos hídricos do munícipio acarretam problemas não só ambientais, mas também sociais e econômicos, pois a infraestrutura pluvial possui baixa visibilidade política e é bastante onerosa. Porém, a falha em incorporar a drenagem na fase inicial do desenvolvimento urbano, geralmente, resulta em projetos muito dispendiosos ou, em estágios mais avançados, na sua inviabilidade técnico-econômica (BRAGA, 1994).
Para mitigar a velocidade das águas que chegam ao vale receptor são necessárias as construções de dissipadores de energia na saída dos emissários que criam mecanismos de absorção do impacto do escoamento e redução dos valores admissíveis, isto é, não erosivos para o meio. O dimensionamento inapropriado desses equipamentos de drenagem, resultante de uma deficiente avaliação dos parâmetros hidrológicos, hidráulicos e aspectos construtivos podem provocar resultados contrariamente à sua função.
O presente trabalho abordou o tema de drenagem pluvial, focando no estudo do dissipador de energia de ressalto hidráulico no município de Terra Rica e sua eficácia na redução dos impactos ocasionados pelas águas conduzidas pelo emissário. O dissipador de energia estudado foi projetado no início do desenvolvimento da cidade, dessa forma já não alcança sua eficiência de projeto. Isto se deve ao fato do grande crescimento do município neste período, alterando suas características e gerando vários problemas como a erosão, fazendo com que o sistema não atinja a finalidade esperada.
FUNDAMENTAÇÃO tEÓRICA
DRENAGEM URBANA
A drenagem urbana é um conjunto de infraestrutura cuja função é transportar as águas das chuvas que escoam pelo meio urbano, para o ponto mais baixo da bacia hidrográfica. Como aponta Botelho (1998), os sistemas de drenagem pluviais devem coletar as águas da chuva e conduzi-las ligeiramente para a jusante. Tucci (1995) relata que a drenagem urbana são sistemas preventivos de inundações que devem ser considerados desde o início do planejamento urbano. Para Braga (1994), a falha em inserir a drenagem na fase inicial resulta, em longo prazo, projetos muito dispendiosos ou, em estágio mais desenvolvido, inviabilidade técnica e econômica. 
De acordo com Tucci e Genz (1995), a drenagem urbana é classificada em medidas de controle de escoamento divididas conforme sua ação na bacia hidrográfica: a microdrenagem e a macrodrenagem. 
A microdrenagem é definida pela rede de condutos e canais pluviais urbanos responsáveis por direcionar as águas pluviais oriundas dos lotes e vias urbanas. A macrodrenagem abrange os coletores da microdrenagem coletando e encaminhando as águas para o fundo dos vales com a função de reduzir os impactos da vazão nos cursos d’água receptores (AISSE, 1997).
A macrodrenagem contempla áreas superiores a 2 km² ou 200ha, no entanto, tais valores não devem ser apontados como absolutos, pois a malha urbana pode ser representada de variadas maneiras. Ela deve ser projetada de forma a suportar precipitações superiores à da microdrenagem, analisando os potenciais de riscos de perdas humanas e materiais (TUCCI, 2003). Esse sistema tem como objetivo controlar a erosão, porém seus elementos devem ter o dimensionamento adequado de acordo com as avaliações dos parâmetros hidrológicos, hidráulicos e aspectos construtivos da região para que sua atribuição seja satisfatória, (IEP, 2010).
EROSÕES HÍDRICAS
A erosão é um processo mecânico que age na profundidade e superfície em certos tipos de solo, sob determinadas condições físicas relevantes e pela ação catalisadora do homem torna-se crítica apresentando desagregação, transporte e deposição de partículas do solo, subsolo e rocha em decomposição (Magalhães, 2001). A erosão hídrica consiste basicamente numa série de transferências de energia e matéria geradas por um desequilíbrio do sistema de água, solo e cobertura vegetal, as quais resultam numa perda progressiva do solo (GUERRA, 2005).
Segundo Polizer (2004), os solos brasileiros são favoráveis à ocorrência da erosão, pois sofre sob o fator climático de elevadas temperaturas e regime de intensas chuvas, além de outras características.
BACIAS DE DISSIPAÇÃO
Segundo Pinheiro (2006), com o excesso de energia de escoamento, obras de dissipação da energia devem ser previstas, de modo que a elevada intensidade de turbulência gerada no processo de dissipação não provoque danos na própria estrutura ou erosões inaceitáveis nos leitos a jusante. Para Sousa (2011), as bacias de dissipação são estruturas com finalidade de dissipar a energia do escoamento provenientedo descarregador. A diferença entre as superfícies livres, a montante e a jusante do aproveitamento hidráulico, originam, geralmente, à jusante, escoamentos em regime rápido com valores elevados da energia cinética. Sem a redução desta energia, este escoamento de elevada velocidade, causaria erosões no curso de água ao longo do tempo, podendo eventualmente levar à degradação do solo de fundação. 
Conforme Lencastre (1983), a dissipação de energia ocorre por transformação de parte da energia mecânica da água em energia de turbulência e, por fim, em calor por efeito do atrito interno do escoamento. As bacias se caracterizam de diversas formas, quanto aos seus acessórios ou forma de dissipação. Para Tomaz (2010), as bacias de dissipação podem ser divididas basicamente de duas formas: por impacto e ressalto hidráulico.
Bacia de dissipação por impacto
As bacias de dissipação por impacto são compostas por estrutura retangular, semelhante a uma caixa, com uma viga posicionada com o eixo longitudinal na perpendicular ao sentido do escoamento, em frente à secção de saída de água (Sousa, 2011) conforme mostrada na figura 1. A dissipação se dá através do impacto com as vigas ou blocos posicionados no centro da bacia. A bacias por impacto são utilizadas à saída de aquedutos em pressão e em canais abertos na drenagem longitudinal da via de comunicação (Peterka, 1964). A velocidade de escoamento não deve ser superior a 9 m/s. A bacia está limitada a uma descarga de 11 m³/s e para valores acima é recomendando o uso de mais de uma bacia, colocadas lado a lado (Fema, 2010).
Figura 1 – Bacia de dissipação por impacto tipo VI
Fonte: PETERKA,1964
Bacias de dissipação por ressalto hidráulico
O ressalto hidráulico ocorre através do escoamento rapidamente variado, quando o regime rápido passa bruscamente para o regime lento. Esta mudança de regime de escoamento é acompanhada de turbulência e dissipação de energia (Ramos, 2010). O fenômeno de dissipação causa grandes flutuações de pressão na soleira da zona onde ocorre a descarga de caudais. Assim, é necessária uma proteção do leito de modo a evitar erosões e escavações significativas (Sousa, 2011). Os acessórios da estrutura, caso necessário, são uma combinação de blocos de queda, blocos de amortecimento e soleiras terminais, projetados para provocar um ressalto hidráulico em combinação com uma altura de água a jusante necessária, deixando uma velocidade adequada à velocidade admissível no canal de recepção (Thompson, et al., 2006). Mediante as instalações desses acessórios, a bacia de dissipação por ressalto hidráulico, as bacias podem assumir novas configurações, como é o caso das bacias tipo II, III, IV do United States Bureau of Reclamation (USBR).
Figura 2 – Bacia de dissipação tipo II proposta por USBR
Fonte: Adaptado de Pinheiro,2006
Figura 3 – Bacia de dissipação tipo III proposta por USBR
Fonte: Adaptado de Pinheiro 2006
Figura 4 – Bacia de dissipação tipo IV proposta por USBR
Adaptado de Pinheiro, 2006
	Um dos passos fundamentais para a escolha correta do tipo de bacia de dissipação a ser utilizada baseia-se na definição de alguns parâmetros do escoamento. Estes ajudarão também a prever a eficiência da bacia em termos de dissipação de energia (Sousa, 2011).
Tabela 1 – Valores limites para cada tipo de bacia. 
	Tipo
	Fr₁
(-)
	V
(m/s)
	q
(m²/s)
	
II
	
4,5
	
33
	
-
	
III
	
4,5
	
18
	
18
	
IV
	
2,5 Fr₁4,5
	
-
	
-
Fonte: Pinheiro 2006
Como a Bacia III é uma estrutura curta e compacta, as regras devem ser seguidas de perto por sua proporcionalidade. Se a proporção for diferente daquela recomendada ou se os limites dados abaixo forem excedidos, um estudo de modelo é aconselhável. Os limites arbitrários para a bacia do Tipo III estão fixados em 5,66 m³/s por metro de largura da bacia e 15 a 18 m²/s de velocidade de entrada até que a experiência demonstre o contrário (Peterka 1964).
METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido no município de Terra Rica – Paraná. Neste local foi selecionado um dissipador de energia de ressalto hidráulico localizado em um canal de concreto aberto que foi avaliado de acordo com sua estrutura e funcionamento. 
Seguindo o princípio da microdrenagem, realizou-se uma revisão bibliográfica a respeito de métodos de dimensionamento e o dissipador existente foi verificado. A partir dos dados encontrados de precipitações, foi calculada a vazão atual do município que escoa pelo canal chegando ao dissipador, evidenciando se suas dimensões são suficientes para o volume atual de águas pluviais, afim de não ocasionar erosões na jusante.
Optou-se por utilizar o método de dimensionamento da microdrenagem para viabilizar os cálculos, devido às limitações da área de estudo, pois no município de Terra Rica não existe um plano diretor de drenagem urbana que expõe os critérios a serem utilizados no dimensionamento. 
Local de Estudo
A cidade de Terra Rica – Paraná foi escolhida para o estudo devido à existência de grandes erosões ocasionadas pela falha de planejamento da drenagem urbana. O Município está localizado no norte do Paraná, microrregião norte de Paranavaí, sua latitude é de 22°42’34” sul e longitude de 52°37’34” oeste, sua área geográfica equivale a 700,599 km² (IBGE 2010, estimativa 2017), com altitude média de 432 metros acima do mar. A área do perímetro urbano é equivalente a 7,95 km², neste caso a área de influência na bacia de estudo será de 3,28 km², devido toda a drenagem pluvial deste local ser escoada para o canal aberto de concreto e encaminhada para o dissipador de ressalto Hidráulico.
O tipo de solo que prevalece no município é o Arenito Caiuá, localizado no Terceiro Planalto do Paraná com Formação Caiuá, caracterizado por uma área de derrame Basáltico. Este tipo de solo tem granulometria fina, sem que seja possível observar seus grãos a olho nú, normalmente é composto por quartzo além das impurezas que faz dele um solo de cor avermelhada devido à presença de óxido de ferro. Por possuir essa granulometria e a presença deste minério, ele é considerado um solo com alto poder de saturação de água com baixa permeabilidade e alta suscetibilidade em erosão. (EMBRAPA,1999)
Segundo Sartori, Lombardi Neto e Genovez (2005), este tipo de solo se enquadra no Grupo Hidrológico C, em conformidade com a classificação SCS, um solo que possui características como: Baixa taxa de infiltração; Solos com profundidade de 0,5 a 1m; Taxa mínima de infiltração: 1,27-3,81mm/h. (1972 apud SARTORI; GENOVEZ; LOMBARDI NETO, 2005).
Figura 5 – Dissipador de Energia e as erosões ocasionadas pelas águas pluviais.
Fonte: Do Autor (2018).
Figura 5 – Erosões ocasionadas pela velocidade das águas pluviais.
Fonte: Do Autor (2018).
Métodos de dimensionamento
O método de dimensionamento utilizado para encontrar a vazão de projeto foi o Método Racional que calcula a vazão da bacia hidrográfica em função da área, do coeficiente de escoamento e da intensidade da precipitação (WATTS; HAWKE, 2003). Ele é indicado para bacias hidrográficas de até 4 km (TUCCI, 1997). A equação utilizada para o Método Racional é: 
Equação 1
Onde:
Q: vazão máxima (m³/s);
C: Coeficiente de escoamento Superficial ou runoff;
i: Intensidade de Precipitação (mm/h);
A: Área da Bacia em estudo (km²).
A seguir serão apresentados os conceitos necessários para a utilização do método.
Coeficiente de Escoamento Superficial
Para Tucci (1997), o coeficiente de escoamento se dá pela relação entre a parcela escoada na bacia e a precipitação. Para áreas urbanas este coeficiente pode ser encontrado de acordo com suas características, conforme a tabela do Manual de Drenagem Urbana (SUDERHSA 2002).
Tabela 2 – Valores de coeficiente de escoamento (C) para superfícies urbanas.
	Tipo de Superfície
	Valor recomendado
	Faixa de variação
	Concreto, asfalto e telhado
	0,95
	0,90 - 0,95
	Paralelepípedo
	0,70
	0,58 - 0,81
	Blockets
	0,78
	0,70 - 0,89
	Concretoe asfalto poroso
	0,03
	0,02 – 0,05
	Solo compactado
	0,66
	0,59 - 0,79
	Matas, parques e campo
	0,10
	0,05 – 0,20
	Grama solo arenoso
	0,10
	0,08 - 0,18
	Grama solo argiloso
	0,20
	0,15 – 0,30
Fonte: Manual de Drenagem Urbana (SUDERHSA 2002)
Intensidade de precipitação
Para a definição da chuva de projeto, conhecida também por máxima intensidade de precipitação (Imáx), foi utilizada a equação da Curva IDF (Curva de Intensidade-Duração-Frequência) de Fendrich (1989) para a estação de Paranavaí que tem cerca de 60 km de distância de Terra Rica, conforme apresentada na equação 2.
Equação 2
Onde:
imax: Intensidade máxima (mm.)
Tr: Tempo de Retorno (anos)
t: Tempo de duração da chuva (minutos)
Tempo de Retorno
Segundo Dias & Antunes (2010), o tempo de retorno é compreendido como período de tempo necessário para que um evento torne a acontecer. Este tempo pode ser adotado através de tabela de acordo com a região do sistema de drenagem, portanto, a tabela abaixo estabelece o tempo de retorno mínimo a ser adotado, de acordo com o Manual de Drenagem Urbana (SUDERHSA 2002).
Tabela 3 – Tempo de Retorno para Sistemas Urbanos.
	Sistema
	Intervalo (Anos)
	Valor recomendado (Anos)
	Microdrenagem
	2 a 5
	2
	Macrodrenagem
	10 a 50
	10
	Zoneamento de áreas
	5 a 100
	50
Fonte: Manual de Drenagem Urbana (SUDERHSA 2002)
Tempo de concentração
Neste método atribui-se o tempo de duração da chuva igual o tempo de concentração da Bacia. Para o cálculo do tempo de concentração será utilizado a fórmula de Kirpich conforme apresentada abaixo.
Equação 3
Onde:
tc: Tempo de concentração (min)
L: Comprimento do curso d’água principal da Bacia (km)
H: Diferença de elevação entre o ponto mais remoto da bacia e o exutório.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Determinação da área da bacia
Para a delimitação da bacia foi necessário o auxílio do software Google Earth e através da ampliação da elevação do terreno foi possível delimitar o divisor de água. A área determinada na delimitação automática foi de 3,28 km².
Figura 5 – Delimitação da microbacia em estudo, Terra Rica – PR
Fonte: Adaptado de Google Earth (2018).
Determinação do coeficiente de escoamento superficial
De acordo com as características do local de estudo e a tabela 2 apresentada foi definido o coeficiente de escoamento superficial de 0,95 para ser utilizado na equação 1.
Determinação da intensidade de precipitação
Para o cálculo da intensidade de precipitação foi utilizado um tempo de retorno do projeto de 10 anos de acordo com a tabela 3 e a estrutura de dissipação de energia que está sendo analisado. Para o cálculo do tempo de concentração foi utilizado um comprimento do talvegue de 3,26 km e diferença de elevação de 72 metros, de acordo com a figura abaixo.
Figura 6 – Perfil de elevação da Bacia, Terra Rica – PR
Fonte: Adaptado de Google Earth (2018).
tc= 43,31 min
A intensidade da precipitação foi calculada a partir da equação 2:
Imax=63,35 mm/h
Determinação da vazão de projeto
Com todos os fatores acima definidos, foi encontrada a vazão de projeto atual escoada no canal e dissipador de energia de estudo, pela equação 1: 
Q= 54,87 m³/s
Dados coletados 
Após o dimensionamento da vazão atual do munícipio, fez-se necessário a obtenção das medidas do dissipador existente conforme as figuras abaixo e verificação das dimensões projetadas capazes de suprir a geração atual de drenagem pluvial de Terra Rica.
Figura 7 – Planta do dissipador existente, Terra Rica – PR
Fonte: Do autor (2018)
Figura 8 – Vista das dimensões dos dentes do dissipador, Terra Rica - PR
Fonte: Do autor. (2018)
Figura 9 – Vista da dimensão da viga do dissipador, Terra Rica – PR
Fonte: Do autor. (2018)
Figura 10 – Vista frontal do dissipador existente, Terra Rica – PR
Fonte: Do autor (2018)
Figura 11 – Vista do dissipador de ressalto hidráulico, Terra Rica – PR
Fonte: Do autor. (2018)
Conforme os modelos de bacias apresentadas pela USBR, a que se adequa ao dissipador existente no município de Terra Rica é o de modelo tipo III. De acordo com os dados coletados no estudo, foi possível encontrar a vazão de escoamento por metro de largura dessa estrutura e analisar se a mesma corresponde aos valores adequados para o seu tipo de função. Com a vazão de escoamento total de 54,87 m³/s e uma largura de 6 metros a montante do dissipador, foi possível encontrar uma vazão por metro de largura de 9,14 m³/s. 	Com os estudos bibliográficos e estudo de caso obtivemos parâmetros relevantes para enfim apontarmos quais os motivos que causaram a insuficiência do dissipador. O ponto principal e o de maior influência para uma dissipação eficiente é a capacidade de escoamento da estrutura e o dissipador de ressalto hidráulico analisado de acordo com suas dimensões atuais apresenta uma vazão de escoamento de 9,14 m³/s por metro de largura. De acordo com Peterka, a bacia de dissipação tipo III possui uma vazão de escoamento máxima à montante de 5,66 m³/s por metro de largura e com a análise foi constatada que a vazão atual ultrapassa os limites da bacia III, na qual a estrutura se enquadra.
Dessa forma, uma alternativa para o problema será a execução de um novo dissipador, utilizando o modelo de bacia tipo II (USBR) que suporta uma vazão de escoamento até 19m³/s por metro de largura, pois a escolha do tipo de dissipador de energia vai além das condicionantes de aplicabilidade e deve ser considerado as condições locais associadas com as limitações de funcionamento da estrutura.
Outro aspecto observado foi o transporte de material sólido que é destinado ao dissipador, um fator que torna essa estrutura ineficaz, devido à deterioração por abrasão dos acessórios do dissipador. Por esta razão, é indispensável adotar medidas complementares para a proteção dessa estrutura, bem como o monitoramento e manutenção contínua por responsabilidade da Prefeitura do Município. 
Considerações finais
Diante do exposto, é possível considerar que houve uma falha de planejamento no projeto da bacia de dissipação, pois não se considerou o crescimento populacional nem o aumento da taxa de impermeabilização do município. Como sugestões para trabalhos futuros, salienta-se alguns pontos importantes, o dimensionamento de um reservatório de retenção na área montante do dissipador para a redução da vazão de escoamento, a necessidade de análise para uma proteção mais adequada ao local devido a erosão, a fim de reduzir os impactos ocasionados pela elevada velocidade de escoamento das águas e a implantação do Plano Diretor de Drenagem urbana no município de Terra Rica. 
	REFERÊNCIAS
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BOTELHO, M. H. C. Águas de chuva: engenharia das águas pluviais nas cidades. 2.ed. São Paulo: Ed. Edgar Blucher Ltda., 1998
BRAGA, B. D. F., 1994. Gerenciamento Urbano Integrado em Ambiente Tropical. In: Seminário de Hidráulica Computacional Aplicada a Problemas de Drenagem Urbana. ABRH, São Paulo.
CARVALHO, E., T. & PRANDINI, F. L., 1998. Áreas urbanas. In geologia de engenharia, Oliveira, A.M.S. & Brito, S. N. A. São Paulo – ABGE, Cap. 31, p. 487-497.
DIAS, F.S.; ANTUNES, P.T.S.C. Estudo comparativo de projeto de drenagem convencional e sustentável para controle de escoamento superficial em ambientes urbanos. 2010. 100 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: EMBRAPA/SPI, 1999. 
FEMA, 2010. Technical Manual: Outlet Works Energy Dissipators. Best Practices for Design, Construction, Problem Identification and Evaluation, Inspection, Maintenance, Renovation, and Repair.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2017.
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MAGALHÃES, Ricardo Aguiar, 2001. Erosões: Definições, tipos e formas de controle. VII Simpósio Nacional de Controle de Erosão Goiânia (GO). Brasil: Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG.
+
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