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THE FALSE PROMISE OF INTERNATIONAL INSTITUTIONS – MEARSHEIMER Desde o fim da guerra fria, os “policymakers” do ocidente fizeram esforços para criar medidas de segurança na Europa e em outras regiões do globo, que fossem baseadas em instituições internacionais. Com isso, explicitamente rejeitaram o equilíbrio de poder politico com um conceito organizacional para o pós guerra fria. Essa aproximação da política internacional repousa sobre a crença de que as instituições são a chave para a promoção da paz no mundo. A região do mundo com as instituições maiores e melhor desenvolvidas é a Europa. Consequentemente, os policymakers do ocidente declararam a importância da criação de redes institucionais para fora da europa. Recentemente, houve também uma onda de interesse acadêmico sobre as instituições. Os institucionalistas consideram-nas a força mais poderosa de estabilidade. Os realistas mantêm as instituições como sendo um reflexo da distribuição de poder no mundo. Para o autor, Mearsheimer, as instituições tem uma influencia minima sobre o comportamento dos Estados, e são uma pequena promessa para a promoção da estabilidade no mundo pós-guerra fria. O que são Instituições O autor define instituições como: conjunto de regras que estipulam as formas em que os Estados devem cooperar e competir uns com os outros. Prescrevem formas aceitáveis de comportamento dos Estados. Essas regras são negociadas pelos Estados, que implicam na aceitação mútua das normas mais elevadas, que são padrões de comportamento definidos em termos de direitos e obrigações. As instituições são um apelo à cooperação descentralizada de Estados soberanos individuais, sem qualquer mecanismo eficaz de comando. Realismo Para o realismo, o sistema internacional é retratado como uma arena onde os estados buscam oportunidades de tirar vantagem uns dos outros, e por isso possuem poucas razões para terem confiança mútua. O dia-a-dia é essencialmente uma luta pelo poder, em que os Estados além de quererem ser o ator mais poderoso, querem assegurar que nenhum outro estado atinja essa elevada posição. As relações internacionais não são um estado constante de guerra, mas são uma incessante competição de segurança. O sistema internacional é anárquico – composto de unidades políticas independentes que não possuem autoridade acima delas. Os estados são soberanos. Os estados inerentemente possuem também alguma capacidade militar ofensiva. Além disso, os Estados nunca podem ter certeza das intenções dos demais, especificamente acerca de quando os demais estados usarão sua capacidade militar ofensiva. Outra suposição é de que a motivação mais básica dos Estados é a sobrevivência, ou seja, desejam manter sua soberania. A quinta suposição é de que os estados pensam estrategicamente sobre como sobreviver no sistema internacional, pois eles são instrumentalmente racionais. Quando vistas em conjunto, essas 5 suposições podem criar incentivos para que os Estados pensem e as vezes ajam agressivamente. Primeiro, os Estado temem uns aos outros, e antecipam o perigo; além disso, não há mecanismos de punição ao agressor. Os Estados não competem uns com os outros como se a política internacional fosse simplesmente um ambiente de mercado econômico; a competição política entre os estados é um negocio muito mais perigoso do que as relações econômicas, pois podem levar a guerra, e essa pode ocasionar a destruição total de um Estado. Segundo, cada Estado se preocupa em garantir sua própria sobrevivência, uma vez que os outros estados são potenciais ameaças e não há uma autoridade central para socorrê-los. Waltz – os estados operam num sistema de ajuda-própria. Isso não quer dizer que os estados não formam alianças, mas que elas são casamentos temporários de conveniência. Os estados operando em ajuda-própria sempre agem de acordo com seus próprios interesses. Terceiro, os estados tendem a maximizar sua posição de poder relativa sobre os outros estados – quanto maior a vantagem militar de um estado sobre os demais, mais seguro ele está. Essa lógica cria um forte incentivo para que os estados tirem vantagens dos outros. Cooperação num mundo realista A cooperação entre os estados ocorrem, por mais que possa ser difícil atingi-la e difícil de sustenta- la. Dois fatores que inibem a competição são as considerações de ganhos relativos, e as preocupações sobre traição. Os estados em cooperação devem considerar como os lucros ou ganhos serão distribuídos entre eles. Como os estados no mundo realista estão preocupados com o equilíbrio de poder, eles deem ser motivados primeiramente pelas preocupações dos ganhos relativos. Entretanto, a cooperação é mais difícil de se alcançar com a lógica dos ganhos relativos do que com a dos ganhos absolutos, pois os estados preocupados com a necessidade de ganhos absolutos apenas tem certeza de que seu ganho está se expandindo, enquanto aqueles preocupados com os ganhos relativos se importam sobre como os ganhos são divididos, o que dificulta os esforços cooperativos. Preocupações sobre traição também prejudicam a cooperação. O equilíbrio de poder muitas vezes faz com que os Estados formem alianças e cooperem contra inimigos comuns. Instituições no mundo realista Os realistas também reconhecem que os estados agem as vezes pelas instituições. Entretanto, acreditam que essas regras refletem os cálculos de interesse próprio dos estados baseado na distribuição internacional do poder. Os estados mais poderosos criam e moldam instituições para que possam manter seu poder, ou então aumentá-lo. O equilíbrio de poder é a variável independente que explica a guerra, instituições são meramente uma variável interveniente no processo. Variedades das Teorias Institucionalistas Existem três teorias institucionalistas, e cada uma oferece argumentos diferentes sobre como as instituições afastam os estados da guerra e ajudam a manter a estabilidade. Institucionalismo Liberal – foca na explicação sobre o porque a cooperação econômica e ambiental entre os estados é mais eficaz que a explicação realista. Aumentando a cooperação nesses campos, presume- se que a a guerra irá reduzir. A teoria acredita que a traição é o maior inibidor da cooperação internacional, e que as instituições são a chave para a resolução desse problema, pois cria regras que constrange os Estados, mas não mudam o desafio realista fundamental de que os Estados são atores “self-interested”. Segurança Coletiva – confronta diretamente a questão de como prevenir a guerra. A teoria começa com a suposição de que a força continuará importando no mundo politico, e que os estados terão que se proteger contra os potenciais agressores. Entretanto, a ameaça de guerra pode ser reduzida pela mudança do comportamento dos estados, e substituindo-o por três normas anti-realistas: os estados devem rejeitar a ideia de usar a força para mudar o status quo; os estados responsáveis não devem agir restritamente de acordo com seus próprios interesses; os Estados devem confiar uns nos outros para renunciar a agressão. Teoria Crítica – seu objetivo primordial é transformar a natureza fundamental da política internacional e criar um mundo onde existe não apenas uma cooperação crescente entre os estados, mas a possibilidade de paz genuína, essa teoria assume que as ideas e discursos estão ganhando força por traz do comportamento dos Estados. Os intelectuais se consideram a chave para esse processo. Institucionalismo Liberal Essa corrente não fala diretamente sobre a questão de como as instituições promovem a paz, focam na explicação da cooperação nos casos em que o interesse dos estados não são fundamentalmente opostos. Especificamente, aborda os casos em que os estados tem dificuldade de cooperar porque possuem interesses mistos. A teoria ignora questões de segurança e se concentra nas questões econômicas e ambientais. Construiu a premissa que a política internacional pode ser dividic em segurança e política econômica. Essa teoria presta pouca atenta a questão da segurança, onde questões sobre guerra e paz são de importância central. Os institucionalistas liberais as vezes afirmam que as instituições são uma causa importante da estabilidade internacional, argumentam que se a teoria mostra uma conexão causal entre instituições e e cooperação econômica, pode ser relativamente mais fácil de ligar a cooperação com a paz. O autor questiona esse pensamento, pois essa teoria define cooperação de forma restrita, de modo a evitar questões militares. Lógica causal O liberais institucionalistas aceitam que a cooperação é mais fácil de ser atingida do que os realistas reconhecem; mas enfatizam que os estados vivem em perpetua anarquia e que são racionalmente egoístas num mundo de ajuda-própria. O obstáculo principal da cooperação com interesses mútuos é a ameaça de traição – dilema do prisioneiro. Cada lado quer maximizar seus próprios ganhos, mas não se importa com os ganhos do outros; se importam com o outro lado apenas quando o outro escolhe uma estratégia que afeta seu desejo de ganho máximo. A estratégia mais atrativa para os estados é trais e esperar que o outra continue na estratégia de cooperar. Mas mesmo que a cooperação mutua não seja tão atrativa quanto a da traição, é certamente melhor que quando os dois lados não cooperam. O principal obstáculo da cooperação – medo de ser traído – deve ser resolvido pelas instituições, pois elas devem deter os traidores e protegem as vitimas. Essa corrente visa mostrar como as regras trabalham para deter o problema da traição, mesmo quando os estados querem maximizar seu próprio bem- estar. As instituições podem mudar os cálculos sobre como maximizar ganhos. As regras podem aumentar o numero de transações entre estados, desencorajando-as por aumentar os custos da traição, por em perigo suas vantagens em cooperações futuras em caso de traição, por permitir a reciprocidade a vítima e por desenvolver uma reputação ruim ao traidor. As regras podem juntar interações entre os estados em diferentes areas, interdependência, fazendo com que um estado fique relutante em cometer traição em determinada area por medo de que o outro estado o retalie em outra area. Essa estrutura pode também aumentar o numero de informações disponíveis aos participantes de acordos de cooperação, aumentando o nível de confiança por aumentar a crença de que o traidor será pego, e de que a vitima será alertada da traição podendo tomar medidas de segurança. Além disso, as regras diminuem os custos das transações. Falhas na lógica causal Essa teoria ignora o outro maior obstáculo para a cooperação: as preocupações com os ganhos relativos. Uma vez que esses são considerados na equação, torna-se impossível manter a divisão entre questões econômicas e militares, uma vez que o poderio militar e significantemente dependente do poderio econômico. Mesmo com o poder da traição resolvido, os Estados continuarão preocupados sobre os ganhos relativos devido aos gaps nos ganhos que podem ser traduzidos em vantagens militares, que podem ser usadas para coerção e agressão quando há interesses em conflito que permitem a agressão. Ganhos relativos ganhara importância nas relações econômicas entre estados industriais avançados. Krasner afirmou que os estados estão mais preocupados com os ganhos relativos do que com a traição, concluindo que o institucionalismo liberal não é relevante para o estudo da comunicação global. Grieco examinou os esforços da América e da CE para implementar, sob as regras do GATT, um numero de acordos relacionados a barreiras não tarifárias de comercio; e concluiu que o nível de sucesso não estava em função da preocupação com traição, era influenciado principalmente pela preocupação com a distribuição de ganhos. O Institucionalismo Liberal pode ser reparado? Esses teóricos devem acrescentar duas questões para repararem sua teoria. Primeiro, se as instituições podem facilitar a cooperação quando os Estados se importam muito com os ganhos relativos, ou apenas quando os estados ignoram esses ganhos, focando apenas nos ganhos absolutos. Segundo, quando que os Estados não se importam com os ganhos relativos. Mearsheimer obteve três conclusões sobre os esforços dos institucionalistas liberais para lidar com os ganhos relativos. 1) Powell buscou um mundo em que as tecnologia militar defensiva dominasse, entretanto, é extremamente difícil distinguir as armar defensivas e ofensivas; Snidal ofereceu exemplos de sistemas multicolores em que as grandes potências ignoraram as considerações de ganhos relativos. 2) O institucionalismo liberal possui pouca coisa nova para dizer acerca da preocupação dos estados com os ganhos relativos; os defensores dessa teoria escolheram adotar duas explicações realistas para essa questão: o equilíbrio ofensivo-defensivo e a distribuição do poder no sistema; dessa forma, o institucionalismo liberal deve ser considerado subordinado ao realismo e não uma alternativa a ele. 3) mesmo nas situações em que a lógica realista sobre os ganhos relativos não se aplica, lógicas não militares como estratégia de comercio pode fazer os estados pensarem em ganhos relativos. Problemas com o registro empírico Apesar de haver muita evidencia de cooperação entre os Estados, isso, sozinho, não constitui suporte para a teoria; é necessária uma evidencia de cooperação que não ocorreria na falta de instituições pelo medo da traição. O registro empírico não está totalmente vazio, mas os poucos casos históricos que os institucionalistas liberais estudaram provêm pouco suporte à teoria. Em suma, o institucionalismo liberal não fornece uma boa base de entendimento das relações internacionais e da promoção da estabilidade no pós- Guerra Fria. Essa teoria faz poucas reivindicações sobre o impacto das instituições, e mantém distancia das questões de guerra e paz, focando na explicação menos ambiciosa da cooperação econômica. Além disso, a lógica causal da teoria é falha, por não ter dado a devida importância ao problema dos ganhos relativos. Ademais, as evidencias empíricas disponíveis fornecem pouco suporte a teoria. Segurança Coletiva Essa teoria lida diretamente com a questão sobre como alcançar a paz. Reconhece que o poder militar é um fato central na política internacional. Inis Claude notou que o problema do poder deve ser controlado e não eliminado. Os teóricos da Segurança coletiva expressam um desgosto pela lógica do equilíbrio de poder e pela alianças tradicionais. No inicio do século XX, Woodrow Wilson e outros desenvolveram a Segurança coletiva, que serviu de base para a Liga das Nações. Claude notou também, que por mais que estes tiveram suas falhas, os wilsonianos foram bem sucedidos ao estabelecer a convicção de que a segurança coletiva representa uma marca da moral internacional que deve ser incorporada ao sistema de equilíbrio de poder. Lógica Causal A Segurança coletiva supõe que os Estados se comportam de acordo com o que o realismo diz, mas seu objetivo é ir além, por meio das instituições, da ajuda-própria e do equilíbrio de poder, por mais que assumam que o poder militar permanecerá sendo um fato no sistema internacional. Especificamente, o objetivo é convencer os estados a basearem seus comportamentos em três normas anti-realistas. 1. Os Estados devem renunciar o uso da força militar para alterar o status quo; esse deve ser alterado por negociações e não por guerra. 2. Estados responsáveis não devem pensar exclusivamente em seus interesse próprios quando agem contra agressores solitários, mas, devem igualar seu interesse nacional com os interesses da comunidade internacional. O ataque a um Estado deve ser considerado um ataque a todos os demais, é um sistema de assistência mutua. 3. Os Estados devem confiar uns nos outros, confiar que os demais também estão seguindo as outras duas normas. Sem confiança a Segurança Coletiva não funciona. O problema, entretanto, é que a presença de múltiplos agressores aumenta a questão sobre se a maioria dos Estados estão comprometidos com a paz, e se confiar na segurança coletiva faz sentido. Falhas na lógica causal Essa teoria é incompleta pois não fornece uma explicação satisfatória sobre como os Estados superam seus medos e aprendem a confiar uns nos outros; além de não não se manifestarem acerca das suposições realistas de que o mundo é anárquico e sobre as capacidades militares ofensivas. A intenção dessa teoria é lidar com estados que possuem intenções agressivas. Para a Segurança Coletiva funcionar, o estados devem ser capazes de distinguir claramente o agressor e a vitima, para poder atacar o agressor; essa teoria assume que qualquer agressão é errada, mas há casos em que ela é garantida; Alguns estados são amigos por razões ideológicas e históricas, e dificilmente alguma delas se juntará a uma coalizão contra uma nação amiga; Inimizades históricas também podem dificultar os esforços da segurança coletiva; se os estados concordasse em agir automaticamente e coletivamente no combate a agressão, seria difícil determinar como distribuir o fardo, uma vez que as nações tendem a querer jogar suas responsabilidades aos demais para não arcar com o alto preço desse confronto; é difícil garantir uma resposta rápida para a agressão em um sistema de segurança coletiva; os Estados tendem a ser relutantes em se juntar a causa pois esse sistema transforma um conflito local em internacional; a noção de que os estados devem responder automaticamente afeta a questão da soberania; existem algumas contradições nas aditados, que geram duvidas sobre quando que os estados responsáveis devem resgatar o estado traído. Em suma, os estados possuem varias razoes para duvidarem que a Segurança Coletiva irá funcionar quando a situação ficar ruim e a agressão parecer iminente. Recuperação de falhas As operações de manutenção da paz são expressamente não ameaçadoras e imparciais. Em essência, essa manutenção serve para implementar cessar-fogo em guerras que envolvam potências menores, não possuindo utilidade nas disputas entre as grandes potências. Além disso, proíbe a coerção, que é essencial ao sistema de segurança coletiva. Na manutenção da paz pela ONU não se pode ignorar o equilíbrio de poder e substitui-lo pela segurança coletiva. Por isso, os Estados preferem manter a lógica da auto-ajuda ao invés de depositar sua segurança nas mãos de outros Estados. Em suma, a teoria da segurança coletiva aborda a questão de como tirar os estados da guerra e promover a paz, reconhecendo que a força militar desempenha um papel central na política internacional. Mas essa teoria possui várias falhas importantes. É construída na norma de que os estados devem confiar uns nos outros, mas não explica como isso seria possível num mundo anárquico onde os estados tem poder militar e intenções incertas. Além disso, o registro histórico fornece pouco suporte a teoria. Ademais, a manutenção da paz e os concertos são descritos limitadamente mas prometendo segurança coletiva, sendo que são valores marginais na promoção da paz. Além disso, ambos – manutenção da paz e os concertos – agem em lógicas diferentes da segurança coletiva. De fato, concertos, como alianças, refletem basicamente o equilíbrio de poder, de acordo com a visão realista das instituições. Teoria Crítica Aborda a questão de como trazer a paz, e faz afirmações ousadas sobre as perspectivas de mudança de comportamento estados. Seu objetivo é transformar o sistema internacional em uma sociedade mundial, onde os estados são guiados por normas de confiança e compartilhamento. Os teóricos críticos acreditam que o discurso, ou como pensamos e falamos sobre o mundo, afetam drasticamente a prática. Ou seja, as ideias são as forças que conduzem as ideias. Reconhece que o realismo tem sido por muito tempo a teoria dominante, e de acordo com a Teoria critica, tem influenciado o comportamento dos estados. A teoria critica enfatiza que é impossível prever o futuro, e por isso foca no processo da mudança ao invés de seu fim; se concentrando na possibilidade de alcançar um movimento social, e não no fim desse movimento. Lógica Causal As instituições estão no centro da teoria critica, e seu principal objetivo é alterar as normas constitutivas e reguladoras do sistema internacional para que os estados parem de pensar de acordo com o realismo. Desejam criar comunidades de segurança pluralistas, onde estados se comportam de acordo com as mesmas normas e instituições. Os estados devem renunciar a força militar, e compartilhar as expectativas da mudança pacifica. Os estados não deverão pensar em termos da auto-ajuda ou interesse próprios, mas definir seus interesses nos termos da comunidade internacional – interesses nacionais são interesses internacionais. Para os teóricos, a chave para um sistema internacional pós-moderno é alterar radicalmente a identidade dos estados, mais especificamente, transformar o modo como os estados pensam sobre si próprios a sobre suas relações com os demais. Querem transformar o sistema anárquico em comunidade, fazendo com que os estados se importem com os direitos, obrigações e equidade. A teoria critica assume que as ideias e os discursos são forças que moldam o mundo, por mais que reconheça que esses fatores estruturais tem uma influencia um pouco menor que a realista. Em essência, a teoria critica acredita que a realidade social é constituída pela consciência intersubjetiva baseada na linguagem e que os humanos são livres para mudar o mundo por uma ação coletiva. Essa discussão sobre como os teóricos críticos pensam sobre o estado e a anarquia apontam para o fato de que o realismo e a teoria critica possuem epistemologia e ontologia diferentes. O realismo mantém que existe um mundo objetivo separado da observação individual; já os críticos veem o sujeito e o objeto no mundo histórico, e negam a possibilidade de conhecimento objetivo. Para esses, não existem constantes, significados fixos, segredos profundos, estruturas finais ou limites históricos… existe apenas interpretação. A teoria é baseada na crença de que as ideias moldam a política internacional. Reconhece que as teorias particulares triunfam no mercado das ideias, e resultam no discurso hegemônico. Mas os teóricos críticos não possuem garantia histórica de que o discurso hegemônico ira mudar pelas ideias sobre a política mundial. Falhas na lógica causal Os teóricos não explicam como a mudança no comportamento dos estados ocorre, abrindo espaço para as perguntas: o que determina que certos discursos sejam dominantes enquanto outros perdem espaço no mercado das ideias? Qual é o mecanismo usado pelos estados para dar maior ou menos importância aos discursos? Ocasionalmente, os teóricos apontam para fatores particulares que podem levar a mudanças no discurso das relações internacionais. Mas nesses casos, entretanto, acabam discutindo que as mudanças no mundo material podem levar a mudanças no discurso. A teoria critica enfatiza que o mundo é construído socialmente, e não moldado por fatores objetivos, entretanto, quando esses teóricos tentam explicar o por que de o realismo estar perdendo sua hegemonia, eles apontam para fatores objetivos como causa da mudança. Assim, o discurso aparece apenas como reflexo do desenvolvimento no mundo objetivo. Outro problema é que esses teóricos desejam substituir o realismo com o discurso de enfatizar a harmonia e a paz, enfatizando também a incapacidade de prever o futuro. Ou seja, a teoria critica não pode servir de base para prever qual discurso irá substituir o realismo, pois essa teoria fala pouco sobre a direção da mudança, ou seja, não garante que o discurso que substitua o realismo busque a paz. Problemas com o registro empírico A teoria critica é ambiciosa, mas possui falhas importantes, e por isso permanecerá na sombra do realismo. Essa teoria está preocupada em como mudar fundamentalmente o comportamento dos estados, mas fala muito pouco sobre como efetuar essa mudança. Os teóricos, ocasionalmente, apontam para causas particulares para mudança, mas quando o fazem seus argumentos passam a ser inconsistentes com a teoria critica. Além disso, possui pouca evidencia empírica que da suporte a essa teoria, e muitas que a contradizem. Conclusão Muitos policymakers, assim como acadêmicos, acreditam que as instituições são uma grande promessa para a promoção da paz. As teorias vistas, entretanto, possuem grandes problemas em suas lógicas causais, e pouca evidencia empírica. O mais impressionante sobre as instituições é o fato de elas, independentemente, afetarem pouco o comportamento dos Estados. Mesmo com essas falhas, o institucionalismo continua sendo abordado por estudiosos e elites governamentais. Isso ocorre, pois, aqueles que pensam sobre a influencia realista acabam não gostando de seus efeitos, por irem de encontro com os principais valores americanos, enquanto que o institucionalismo oferece argumentos que refletem esses principais valores. Ou seja, o institucionalismo passa a mensagem que os americanos querem ouvir, entretanto, políticas baseadas nessa teorias estão fadadas ao fracasso. Assim, as teorias institucionalistas não são uma alternativa ao realismo, e estão prestes a enfraquecer.
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