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UNIDADE V – Direito Empresarial Nome Empresarial Natureza e Espécies: O nome empresarial é o elemento de identificação do empresário, reconhecido pelo CC como a manifestação de um direito da personalidade (arts. 16 e 52), razão pela qual é vedada, expressamente, sua alienação (art. 1.164 CC). Importante: Cabe frisar que o nome empresarial (elemento de identificação do empresário), não se confunde com a marca (identifica produtos ou serviços), nem com o nome de domínio (identifica a página na internet) ou, sequer, com o título do estabelecimento (o ponto) - são considerados institutos distintos, mesmo quando possuírem idêntico conteúdo e forma. São duas as espécies de nome empresarial: a firma e a denominação (1.155 CC). Quanto à estrutura: A firma só pode ter por base o nome civil do empresário individual ou dos sócios da sociedade empresária (ex. “Silva & Pereira Cosméticos Ltda.”) --- A denominação deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base qualquer expressão linguística (elemento fantasia) – ex. “Alvorada Cosméticos Ltda.”. Quanto à função: Firma é a identidade do empresário e também sua assinatura (os contratos sociais devem ter campo próprio para que o representante legal assine o nome empresarial, que usará no exercício dos poderes de representação) --- Denominação é, exclusivamente, elemento de identificação do exercente da atividade empresarial, não prestando a outra função. Formação do Nome Empresarial O empresário individual só está autorizado a adotar firma, baseado em seu nome civil, podendo ser ou não de forma abreviada e/ou agregar o ramo de atividade a que se dedica. A sociedade em nome coletivo (art. 1.039 CC) só está autorizado a adotar firma, tendo por base o nome civil de um, alguns ou todos os sócios, completos ou abreviados, podendo agregar, ou não, o ramo da empresa - caso não conste o nome de todos os sócios, é obrigatória a utilização da partícula “e companhia” (ou “& Cia.”). A sociedade em comandita simples (art. 1.045 CC) só está autorizado a adotar firma, constando o nome civil de sócio ou sócios comanditados, por extenso ou abreviado, podendo agregar o ramo do negócio da sociedade – Importante: os sócios comanditários não podem ter seus nomes aproveitados na formação do nome empresarial, sendo obrigatória a utilização da partícula “e companhia”, em referência à estes. A sociedade em conta de participação (art. 991 CC), por sua natureza de sociedade secreta, está proibida de adotar nome empresarial (firma ou denominação) que denuncie a sua existência (CC, art. 1.162). A sociedade limitada (art. 1.052 CC) está autorizada a funcionar sob ambas as espécies mas, se optar por firma, deve valer-se da partícula “e companhia” ou “& Cia.”, quando omitir o nome de algum dos sócios -- a identificação do ramo de atividade (objeto social) é optativa quando adotar firma, e obrigatória quando adotar denominação -- seja qual for a espécie adotada, é obrigatória a identificação do tipo societário, pela expressão “limitada” ou “Ltda.”. (art. 1.158 CC). A sociedade anônima (art. 1.088 CC) só pode adotar denominação, devendo constar referência ao objeto social (art. 1.160 CC), também sendo autorizado o emprego de nomes de pessoas que fundaram a companhia ou concorrem para o seu bom êxito -- em qualquer das hipóteses, é obrigatória a identificação do tipo societário, pelas expressões “sociedade anônima”, “S.A.” ou “companhia”, usada no início, meio ou fim da denominação (art. 3º Lei nº 6.404/76). A sociedade em comandita por ações (art. 1.090 CC) pode adotar firma, aproveitando apenas o nome dos sócios diretores/administradores que respondem ilimitadamente (obrigatória a locução “e companhia”) ou denominação, exigindo-se referência ao objeto social – Em ambos os casos, é obrigatória a identificação do tipo societário pela locução “comandita por ações”. Peculiaridades: - Independente do tipo societário que tenha ingressado em juízo com a medida de recuperação judicial, deve acrescer ao seu nome a expressão “em Recuperação Judicial” (LF, art. 69). - O empresário (PF ou PJ), ao se registrar como microempresário ou empresário de pequeno porte, terá acrescido ao seu nome a locução “ME” ou “EPP” (art. 72 da Lei Complementar nº 123/2006). Alteração do Nome Empresarial Pode ocorrer: pela simples vontade do empresário (se individual) ou através da concorrência da vontade dos sócios que detenham participação do capital social (se sociedade empresária), desde que respeitadas as normas de formação; ou de forma obrigatória ou vinculada. São causas de alteração obrigatória dos nomes empresariais fundados em nome civil, decorrentes do “princípio da veracidade” (art. 34 da LRE): a) saída, retirada, exclusão ou morte de sócio, cujo nome civil constava da firma social (arts. 1.158, §1º, e 1.165 CC); b) alteração da categoria do sócio, quanto à sua responsabilidade pelas obrigações sociais, se o nome civil dele integrava o nome empresarial (art. 1.157 CC); c) alienação do estabelecimento por ato entre vivos -- importante: o empresário individual e a sociedade empresária não podem alienar o nome empresarial (art. 1.164 CC). OBS: Este princípio, não se aplica à denominação da sociedade anônima, que pode ser composta por nome civil de fundador ou pessoa que tenha concorrido para o êxito da empresa (art. 1.160, par. único do CC e art. 3º da LSA). São, igualmente, causas que ensejam a mudança compulsória da firma ou denominação: a) Transformação: a sociedade empresária pode experimentar alteração de tipo societário (passar de sociedade limitada para anônima, ou vice-versa). b) Lesão a direito de outro empresário: a alteração obrigatória do nome empresarial é imposta, sempre que este lesar direito de outro exercente de atividade empresarial. Proteção ao Nome Empresarial Visa a tutela de dois interesses a serem preservados: a clientela e o crédito – o titular de um nome empresarial tem o direito à exclusividade de seu uso, podendo impedir a utilização, por outro, de nome idêntico ou semelhante, passível de provocar confusão em consumidores ou no meio empresarial – o empresário que, anteriormente, haja feito uso dele, terá direito de obrigar o outro a alterá-lo ou acrescer ao seu nome, distintivos suficientes (arts. 35, V LRE; 1.163 CC; e 3º, §2º LSA). No campo do direito penal, a lei define a usurpação de nome empresarial como crime de concorrência desleal (art. 195, V LPI). Como a lei não esclarece o que seria um nome idêntico ou semelhante, a solução pode ser dada pelo seguinte critério: há identidade ou semelhança quando esta diz respeito ao núcleo do nome empresarial, desprezando-se os elementos identificadores do tipo societário, ramo de atividade e as partículas gerais (núcleo é a expressão que é própria do seu titular, que o torna conhecido entre consumidores e fornecedores). Como exemplo, tomemos os seguintes três nomes empresariais: a) “Alvorada – Comércio e Indústria Ltda.”; b) “Primavera – Comércio e Indústria Ltda.”; c) “Companhia Exportadora e Importadora Primavera”. Os nomes a e b são nomes empresariais diferentes, já que o núcleo de um (“Alvorada”) é inconfundível com o do outro (“Primavera”) --- já os nomes b e c, apesar de possuírem somente uma expressão idêntica, essa identidade se dá, exatamente, em seu núcleo (“Primavera”), podendo o titular do nome anterior obrigar o do outro a abster-se de fazer uso dele.
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