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ATUAÇÃO ÉTICA DA CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS E O PLANEJAMENTO NO BRASIL

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇOS SOCIAIS
bacharelado em SERVIÇOS SOCIAIS
ATUAÇÃO ÉTICA DA CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS E O PLANEJAMENTO NO BRASIL
CARLOS CHAGAS/MG
2014
ATUAÇÃO ÉTICA DA CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS E O PLANEJAMENTO NO BRASIL
Trabalho apresentado ao Curso de Graduação em Serviços Sociaias da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a Atividade Portofilio nas disciplinas Fundamento Históricos, Teóricos e Metológigos do Serviço Social III, Ética profissional em serviço Social, Fundamentos das Políticas Sociais e Políticas Sociais, Administração e Planejamento em serviço Social, Seminário Interdisciplinar IV nos 3º e 4º semestre.
Orientados pelos professores: Paulo Sérgio Aragão, Clarice Kernkamp, Maria Licimar Pereira, Rosane Malvezzi, Paulo sergio Aragão.
CARLOS CHAGAS/ MG
2014
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 	04
LIMITES E ENTRAVES NAS PERPECTIVAS DE APLICAÇÃO DO PROJETO ÉTICO NOS ESPAÇOS SÓCIO-OCUPACIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL 	05
CONLUSÃO	08
REFERÊNCIAS	09
INTRODUÇÃO
	
	As politicas públicas, os planejamentos em uma política social que atuam e passam a serem discutidas em espaços transnacionais, cujos acordos são impostos e aceitos a ponto de modificarem na execução e definição das politicas nacionais. Diante dos desafios é necessário o serviço social desenvolver ações relativas ao planejamento estratégico ante a nova gestão dos serviços. 
	O projeto ético-político aborda o reconhecimento da liberdade como valor ético central tais como a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de escolher entre alternativas concretas, e é neste sentido que aparece o compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. O projeto profissional vincula-se a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem dominação ou exploração de classe, etnia e gênero. Não podendo desvincular esses valores da história do serviço social, assim como das influências que foram construídas historicamente. 
	Em sua expansão política, o projeto se posiciona pela socialização da participação, pela universalização tanto do acesso aos bens e serviços relativos aos programas, planejamentos e políticas sociais quanto da riqueza socialmente produzida.
	Para falarmos do Projeto ético-político do serviço social pressupõe compreendermos os projetos societários. Estes estabelecem mediações com as profissões na medida em que ambos têm estratégias definidas em relação ao atendimento das necessidades sociais com direções ético-políticas determinadas. Assim, os projetos societários podem ser conservadores e transformadores. Os conservadores servem para afirmar a ordem social vigente, já os transformadores, suas táticas e estratégias estão vinculadas à transformação da ordem social capitalista. Neste contexto o projeto ético-político está vinculado á projetos sociais transformadores.
LIMITES E ENTRAVES NAS PERPECTIVAS DE APLICAÇÃO DO PROJETO ÉTICO NOS ESPAÇOS SÓCIO-OCUPACIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL
	É importante ressaltar que as políticas sociais são importantes mediações para o exercício profissional comprometido com a luta pela ampliação os direitos sociais numa perspectiva de emancipação humana.
	A profissionalização do Serviço Social se deu a partir da crescente intervenção do estado capitalista nos processos de reprodução e regulação social tendo as políticas sociais públicas como mediação fundamental para a execução do trabalho profissional do
	Assistente Social. No entanto, a relação do serviço social com as políticas sociais deu-se de formas históricas contraditórias. Por vezes, tendo uma postura de ignorar seus conceitos e no entanto sendo funcional à ordem e por outro, negando-a, como uma importante mediação do exercício profissional e por isso, contraditória. Ao analisar como as políticas sociais historicamente permearam o serviço social brasileiro , qual a concepção teórica presente nestas abordagens e com o serviço social brasileiro na contemporaneidade em seu projeto ético-politico profissional aborda as políticas sociais. 
	Devemos capacitar profissionais para a Gestão das Políticas Sociais, de Saúde, Educação e em especial Assistência Social, a partir do conhecimento dos aspectos históricos, teóricos, éticos e legais e da instrumentalização para a administração, planejamento, monitoramento e avaliação dessas políticas.
	A dimensão ética da profissão está fundada na liberdade concebida historicamente como possibilidades de escolhas dentre alternativas concretas, evidenciando compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. Esta perspectiva ética vincula o Serviço Social a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social sem dominação e/ou exploração de classe, etnia e gênero. A partir das escolhas que o fundam, tal projeto afirma a defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa do arbítrio e dos preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo com hegemonia do trabalho. 
O Projeto Ético Profissional foi construído no contexto histórico num processo de redemocratização da sociedade brasileira, recusando o conservadorismo profissional presente no Serviço Social brasileiro. Constata-se o seu amadurecimento em período de profundas transformações societárias que afetam a produção, a economia, a política, o Estado, a cultura, o trabalho, marcadas pelo modelo de acumulação pelo neoliberalismo.
Condições necessárias para desenvolver e aprofundar o projeto ético-político como a política, que teve na luta pela democracia seu principal rebatimento, onde as aspirações democráticas e populares foram incorporadas e intensificadas pelas vanguardas do Serviço Social. A formação profissional, cujo empenho, foi dirigido no sentido de adequá-la às novas condições, em um marco democrático da questão social. Em uma construção de planejamento, um novo perfil profissional.
Na categoria profissional, modalidades tradicionais foram resinificadas e novas áreas e campos de intervenção foram emergindo devido às conquistas dos direitos civis e sociais que acompanharam a restauração democrática na sociedade brasileira (práticas interventivas junto a categorias sociais como criança, adolescente, mulheres, e outras).
A dimensão política: se posiciona em favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização; a ampliação e consolidação da cidadania. Este projeto se reclama radicalmente democrático – socialização da participação política e socialização da riqueza socialmente produzida.
	O projeto prioriza uma nova relação sistemática com os usuários dos serviços oferecidos – compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, a publicitação dos recursos institucionais e sobretudo, abrir as decisões institucionais à participação dos usuários. A articulação com os segmentos de outras categorias profissionais que partilhem de propostas similares e com os movimentos que se solidarizam com a luta geral dos trabalhadores. Com a dimensão da produção de conhecimento no interior do Serviço Social é a esfera da sistematização das modalidades práticas da profissão, onde se apresentam os processos reflexivos do fazer profissional.
	Posteriormente, o Serviço Social ultrapassa a ideia do homem como objeto profissional. Passa-se à compreensão de que a situação deste homem – analfabeto, pobre, desempregado, etc. é fruto, não só de uma incapacidade individual, mas, também, de um conjunto de situações que merecem a intervenção profissional. O objeto do Serviço Social se coloca, então, como a situação social problema:
“... o Serviço Social atua na base das inter-relações do binômio indivíduo-sociedade. [...] Como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas” (Documento de Araxá, 1965, p.11).
A cidadania, portanto,supõe uma espécie de igualdade social básica, que se articula às desigualdades sociais e econômicas e se afirma sobre estas. Em outros termos a cidadania se sobrepõe às desigualdades da sociedade de mercado, à divisão social e econômica da sociedade de classes. A tese de Marshall é a de que a cidadania representa esse princípio de igualdade que, ao ser reconhecido e compartilhado como norma e procedimento regulador da sociedade, dilui a influencia e a auto identificação das classes. 
A ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, políticos e sociais das classes trabalhadoras. ; Posicionamento em favor da equidade e da justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional. Como diz IAMAMOTO e Carvalho, (1983); 
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. È a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o operariado e a burguesia.
 Entre política social e serviço social está presente na própria institucionalização da profissão, surgida através da intervenção estatal pela via da modernização conservadora do projeto político. Vale ressaltar que as questão social de forma a atender as demandas da ordem monopólica conformando, pela adesão que recebe de categorias e setores cuja demandas incorpora, sistemas de consenso varáveis, mas operantes. Por questão social entendemos o conjunto dos problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs no curso da constituição da sociedade capitalista. 
CONCLUSÃO
A questão social representa uma perspectiva de análise da sociedade. Isto porque não há consenso de pensamento no fundamento básico que constitui a questão social. Em outros termos, nem todos analisam que existe uma contradição entre capital e trabalho. Ao utilizarmos, na análise da sociedade, a categoria questão social, estamos realizando uma análise na perspectiva da situação em que se encontra a maioria da população – aquela que só tem na venda de sua força de trabalho os meios para garantir sua sobrevivência. É ressaltar as diferenças entre trabalhadores e capitalistas, no acesso a direitos, nas condições de vida; é analisar as desigualdades e buscar forma de supera-las. 
Em sociedades como a nossa, os projetos sociais são, necessária e simultaneamente, projetos de classe, ainda que refratem mais ou menos fortemente determinações de outra natureza culturais, de gênero, étnicas, cidadania e muito mais.
Assim, o projeto ético-político profissional está vinculado ao projeto de transformação da sociedade. Nossa ação profissional tem uma dimensão política, que ao atuarmos no movimento contraditório das classes sociais acabamos por imprimir uma direção social ás nossas ações profissionais que favorecem a um ou outro projeto societário.
A política social é um resultado de relações complexas entre Estado e sociedade, no âmbito de classe e no processo de produção e reprodução do capitalismo, daí sua impossibilidade de assegurar justiça social e equidade, porque a mesma não é a solução para erradicar a desigualdade, fruto da organização social e econômica capitalista. Em tempos neoliberais dos direitos sociais da quebra da vinculação entre política social e direitos, contenção dos gastos sociais, e assistencialização das políticas sociais é fundamental a luta pelas políticas sociais universalistas e não focalistas , enquanto possibilidade de ampliação da democracia, com a luta pela emancipação humana.
REFERÊNCIAS
ABESS/CEDEPSS. Proposta básica para o projeto de formação profissional. Serviço Social & Sociedade, XVII (50): 143-71. São Paulo, Cortez, abr. 1996
Cortez, 1984. Nº. 14. Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional.
Coletânea de Leis – CRESS 17ª Região/ES e do texto de Marcelo Braz Moraes dos Reis (professor da ESS/UFRJ. Conselheiro do CFESS - Gestão 2002-2005/2005-2008, “Notas sobre o Projeto Ético Político do Serviço Social”.
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1983.
MARLISE VINAGRE SILVA Presidente do CFESS, Publicado no Diário Oficial da União Nº 60, de 30.03.93, Seção I, páginas: 4004 a 4007.

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