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Economia A Lei de Escassez de recursos

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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 
___________________________________________ 
 
Prof. Drd. Marcos Rambalducci 
 
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Aula 2 
 
 
1.1.3 A lei da escassez de recursos 
 
A Economia fundamenta sua existência na escassez de bens e serviços para consumo 
e uso no sistema produtivo. Se todos os bens fossem livres, o problema econômico 
fundamental de quanto, como e para quem produzir deixaria de existir. Mas os bens são 
econômicos, isto é, relativamente raros. Os conceitos de escassez e de abundância 
diferenciam-se pela intensidade: terras agriculturáveis nos cerrados e minério de ferro em 
Minas Gerais são recursos abundantes, mas alimentos e produtos siderúrgicos são bens 
escassos, porque sua obtenção é relativamente dispendiosa. 
 
Os recursos escassos são os insumos, ou fatores de produção utilizados no processo 
produtivo para obter outros bens, destinados à satisfação das necessidades dos 
consumidores. Os fatores de produção são: 
 
a. terra, ou recursos naturais, incluindo água, minerais, madeiras, peixes, solo 
para as fábricas e terra fértil para a agricultura; 
b. trabalho, ou recursos humanos, englobando os trabalhadores 
qualificados e não qualificados, pessoal administrativo, técnicos, engenheiros, 
gerentes e administradores; 
c. capital, compreendendo o conjunto de bens e serviços, como máquinas, 
equipamentos, prédios, ferramentas e dinheiro, necessários para a produção de 
outros bens e serviços, O capital financeiro, necessário para a aquisição do 
capital fixo e o giro dos negócios (pagamento de salários e serviços e compra de 
matérias-primas), pode ser obtido em parte pelo crédito bancário; 
d. capacidade empresarial, envolvendo um segmento dos recursos humanos da 
economia, que assume riscos de perder seu capital, ou o capital tomado 
emprestado, ao empreender um negócio. O empresário é a pessoa que reúne 
capitais para adquirir recursos produtivos e produzir bens ou serviços destinados 
ao mercado, mediante determinada tecnologia, com o objetivo de realizar lucros. 
e. tecnologia, representado pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que dão 
sustentação ao processo de produção. 
 
Um bem econômico, assim, é o que possui uma raridade relativa e, portanto, um preço. 
A escassez só existe porque há procura para o bem, que tem uma utilidade suscetível de 
atender a determinada necessidade dos consumidores. O produto é um bem, porque 
satisfaz uma necessidade humana. O fumo, embora faça mal à saúde, é considerado um 
bem econômico, porque satisfaz a necessidade do fumante. A Economia, como Ciência, não 
entra em considerações éticas ou de juízos de valor; ela não questiona o que é um bem ou 
um mal para o indivíduo e não determina quais as transações que devem ou não ser 
efetuadas. 
 
O consumidor é soberano e a ele cabe decidir qual será a composição de sua cesta de 
consumo, em função de suas preferências, necessidades e a renda de que dispõe. Alguns 
indivíduos preferem levar uma vida mais simples e gastar com viagens; outros decidem 
trocar de carro todos os anos. A composição da cesta de consumo dos indivíduos depende 
também dos gostos e hábitos de consumo, que variam entre regiões e classes sociais. O 
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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 
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Prof. Drd. Marcos Rambalducci 
 
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desenvolvimento dos meios de comunicação, a publicidade, as facilidades de pagamento 
com o uso do crédito tendem a homogeneizar os hábitos de consumo da população e a criar 
novas necessidades a serem satisfeitas. 
 
Os bens econômicos são desejáveis porque são úteis e escassos (como a água e o 
diamante). Existem, porém, bens abundantes e úteis aos homens que se encontram fora da 
Economia. Estes são os bens livres, ou seja, os que se encontram disponíveis a custo zero. 
O ar atmosférico constitui um exemplo típico de bem livre e, de certo modo, a água dos rios. 
No entanto, em determinados casos, a água utilizada para a irrigação, por exemplo, pode ser 
taxada, deixando de ser um bem livre típico. 
 
Os bens econômicos classificam-se em bens de consumo final, bens de consumo 
intermediário e bens de capital. Os bens de consumo final são aqueles adquiridos pelas 
famílias e dividem-se em bens de consumo durável e não durável. Os bens de consumo 
durável são os utilizados durante um tempo relativamente longo, como um refrigerador ou 
um automóvel. Os bens de consumo não durável, como alimentos, são usados apenas 
uma vez, ou poucas vezes. 
 
Os bens de consumo intermediário, ou insumos, são aqueles utilizados pelas 
empresas, direta e indiretamente, para a fabricação de outros bens, como matérias-primas, 
barras de ferro, peças de reposição, componentes e material de escritório. Esses bens têm 
ciclo curto no processo produtivo, enquanto os bens de capital, também empregados direta 
e indiretamente na geração de outros bens, têm ciclo longo. Exemplos: máquinas, 
equipamentos, prédios e material de transporte. Os bens de produção compreendem os 
bens de consumo intermediário e bens de capital. 
 
Como as necessidades são ilimitadas, as pessoas precisam estabelecer prioridades de 
gastos. Todos precisam de habitação, alimentação, vestuário, educação, saúde, lazer. Para 
ter acesso a esse conjunto de bens, segundo suas necessidades e preferências, elas 
precisam ter uma renda disponível em quantidades suficientes. 
 
Além disso, o setor produtivo precisa produzir os bens e serviços desejados. Pode 
ocorrer que não seja possível ofertar algum tipo de produto por falta de matéria-prima no 
mercado nacional. É possível ofertar determinado produto, importando-se a matéria-prima 
necessária de outros países. Pode ocorrer, no entanto, que o país não tenha as divisas 
necessárias para pagar as importações. Quando o preço do petróleo quadruplicou nos anos 
de 1970, o racionamento de combustíveis no País foi evitado pelo financiamento de 
importações mediante endividamento externo. 
 
Existem necessidades que não podem ser atendidas porque o setor produtivo ainda 
não sabe como produzir. Exemplo disso são os medicamentos para a cura definitiva do 
câncer e da Aids. Esse é outro exemplo de que apenas ter poder de compra não é suficiente 
para que as pessoas possam satisfazer determinadas necessidades. Após Fleming ter 
descoberto a penicilina, em 1929, o setor farmacêutico pôde produzir um medicamento 
capaz de curar doenças contagiosas, como a tuberculose. 
 
O acesso a novas tecnologias permite grandes lucros para as empresas e isso as leva 
a gastar grandes somas de recursos financeiros na P&D de novos produtos e novos 
processos de produção. Novos produtos podem satisfazer necessidades ainda não 
satisfeitas, como novos medicamentos para combater o câncer, como atendem a 
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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA 
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necessidades novas ou de que os consumidores ainda não haviam se dado conta. Exemplos 
são o telefone celular, videocassete, microcomputador, televisão a cabo, comunicação via 
Internet etc. 
 
Nas economias desenvolvidas e nas classes sociais ricas dos países em 
desenvolvimento, na maior parte dos casos, o consumo ultrapassa as necessidades 
fisiológicas dos indivíduos. Isso se deve à publicidade e aos ditames da moda. A exceção 
fica por conta da economia japonesa, em que os indivíduos possuem grande propensão a 
poupar, consumindo menos do que a média dos países ricos. A solução encontrada pelas 
autoridades japonesas é promover campanhas de maior consumo interno e de incentivo às 
exportações, para absorver o excesso de bens produzidos e manter a economia em 
crescimento,ou, pelo menos, “aquecida”. 
 
Em síntese, devido à escassez de recursos produtivos, utilizados na produção de bens 
e serviços para o atendimento das necessidades dos consumidores, os agentes econômicos 
(produtores, consumidores, tomadores de decisão de órgãos do governo) precisam utilizá-
los de forma mais racional e eficiente possível, de modo a obter os melhores resultados, em 
termos de quantidade e qualidade. 
 
A teoria econômica supõe que as firmas e os consumidores sejam racionais em suas 
decisões, isto é, que os empresários procurem o máximo lucro e os consumidores a máxima 
satisfação no consumo de bens e serviços. O produtor quer minimizar custos e vender seus 
produtos aos preços mais altos possível. O consumidor, pelo contrário, age no sentido de 
obter o máximo de produtos, segundo seus gostos, com um mínimo de dispêndio. Seguindo 
a idéia de racionalidade, ele não age por caridade ou capricho, mas visando ao interesse 
próprio. 
 
 
1.2 A DECISÃO SOBRE O QUE PRODUZIR 
 
Como os fatores produtivos são escassos e as necessidades humanas ilimitadas, os 
agentes econômicos precisam decidir onde aplicar preferencialmente os recursos 
disponíveis. Por exemplo, a sociedade pode escolher entre produzir mais canhões e menos 
alimentos, ou mais escolas e menos estradas. No dia-a-dia, os consumidores fazem 
escolhas desse tipo no supermercado. O Poder Executivo, ao enviar o orçamento anual ao 
Congresso, efetua escolhas similares. 
 
Ao formular a política econômica, o Governo pode induzir a economia a produzir mais 
bens para o mercado interno nacional e menos para a exportação, ou, inversamente, 
aumentar as exportações com redução da oferta interna. Essas escolhas referem-se às 
possibilidades de produção da economia. 
 
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Suponha que a economia escolha a combinação C0, produzindo f0 de feijão para o 
mercado interno nacional e s0 de soja para atender à exportação, com todas as terras férteis 
ocupadas. Desejando aumentar a produção de soja para o mercado externo, passando, por 
exemplo, de s0 para s1, será necessário que o cultivo de soja avance em terras anteriormente 
ocupadas com feijão. Assim, a produção de feijão cairá para f1. 
 
Se a economia empregar todos os seus recursos na produção de feijão, ela obterá a 
produção máxima fm de feijão e produção nula de soja; inversamente, empregando todas as 
terras, capitais e mão-de-obra na produção de soja, ela colherá SM toneladas de soja e zero 
tonelada de feijão. Em qualquer ponto sobre a curva, haverá uma combinação tecnicamente 
eficiente na produção dos dois bens, pois todos os recursos estarão sendo plenamente 
empregados e a produção total permanece constante. 
 
O ponto final de equilíbrio dependerá dos preços de mercado ou de decisões políticas. 
Se os preços da soja (ps) subirem no mercado externo, os produtores nacionais tenderão a 
produzir mais soja e menos feijão. Tanto as oscilações de mercado como as decisões 
políticas, provocarão mudanças no preço do feijão (pf ), alterando os preços relativos (ps/pf) e 
as quantidades demandadas de cada bem. O equilíbrio mudará para outro ponto sobre a 
curva de transformação, como de C0 para C1 (Figura 1.1, (A)). 
 
Em uma situação de pleno emprego dos recursos, a curva de transformação ou 
fronteira das possibilidades de produção (FPP) indica quanto a economia deverá renunciar 
de determinado bem, por unidade de acréscimo da produção de outro. Qualquer ponto sobre 
a curva indica uma produção total constante, com a redução da produção de um bem sendo 
compensada pelo aumento da produção de outro. 
 
Havendo desemprego de recursos, ou ineficiência em sua utilização, como terras 
férteis livres, mão-de-obra desocupada, ou capital ocioso, a economia estaria em um ponto 
abaixo da FPP, como no ponto A da Figura 1.1, parte (A), produzindo fa de feijão e sa, de 
soja. Assim, no curto prazo, seria possível aumentar a produção tanto de feijão, como de 
soja. Nos anos de 1970, quando o Brasil incentivou o aumento da produção de soja para 
exportação, a idéia era a de que a existência de terras livres na fronteira agrícola e a 
concessão de crédito subsidiado para a agricultura impediriam a queda da produção de 
alimentos para o setor urbano. 
 
Também é possível aumentar-se a produção no curto prazo, com mudanças 
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tecnológicas que incrementem a produtividade dos fatores, como novas técnicas de 
plantio, sementes geneticamente melhoradas, contratação de mão-de-obra mais bem 
treinada, novos arranjos das máquinas e equipamentos existentes etc. 
 
No longo prazo, como no ano 2007, é possível aumentar simultaneamente a oferta de 
ambos os bens, deslocando a FPP para cima e para a direita, devido à realização de novos 
investimentos de capital (compra de tratores, equipamentos de irrigação e adubos). Esses 
novos investimentos podem ser realizados pela utilização de poupanças acumuladas ou por 
financiamentos, de fontes nacionais e internacionais. Assim, seria possível elevar tanto a 
produção de soja, como a de feijão, atingindo-se a combinação C1’ (s1,f1’), sobre a FPP’ da 
Figura 1.1, parte (B). 
 
Nessa figura, a mudança da curva de transformação para a direita, paralelamente, 
indica a ocorrência de mudança técnica na mesma proporção na produção dos dois bens. As 
mesmas quantidades de insumos são requeridas, como antes, para produzir uma unidade 
de cada um dos bens (custos constantes no longo prazo): o acréscimo possível da produção 
de soja (sM - sM) é igual à variação possível de feijão (fm - fm ). 
 
Já na Figura 1.2, o crescimento econômico (deslocamento da FPP) ocorre com 
acumulação de capital e progresso técnico diferenciado entre os setores. Na parte (A) da 
figura, a dotação de recursos torna-se mais intensa na produção de produtos manufaturados 
do que no setor primário (agropecuária, extrativa vegetal e mineral). Isso pode ser percebido 
pelo fato de que o acréscimo possível da produção de manufaturas, dado pela maior 
abertura da FPP no eixo das abscissas, é maior do que no caso da produção primária. 
 
 
 
 
 
Isso se explica porque, no processo de desenvolvimento, aumenta mais a demanda de 
produtos manufaturados em relação à demanda de produtos primários. Cresce 
substancialmente a demanda de eletrodomésticos, automóveis, computadores. Isso pode 
ser percebido pelo fato de que, no ponto de equilíbrio E1, o acréscimo da produção de bens 
primários (a1 - a0) foi menor do que o acréscimo da produção de bens manufaturados (m1 — 
m0). 
 
O mesmo ocorre com a produção de bens públicos, como rodovias, defesa nacional, 
educação, pesquisa científica, cuja demanda expande-se consideravelmente no processo de 
desenvolvimento econômico (parte (B) da Figura 1.2). Tendo em vista que a urbanização, 
industrialização e desenvolvimento evoluem no mesmo sentido, os gastos com a geração de 
bens públicos tendem a aumentar no tempo, elevando a produtividade e o bem-estar social. 
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