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Curso Técnico em Eletrotécnica Eletricidade – Prof. Fábio Costa Pereira Trabalho desenvolvido para dar suporte técnico e teórico à disciplina de Eletricidade, ministrada pelo Centro Técnico Lusíadas aos alunos do curso Técnico em Eletrotécnica. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 2 APRESENTAÇÃO Este trabalho esta dividido em duas unidades com um total de dez capítulos. A primeira unidade faz uma pequena abordagem sobre os circuitos alimentados por fontes contínuas e discorre sobre conceitos básicos de eletricidade. A segunda fornecer trata dos os circuitos alimentados por fontes alternadas. Recomendamos utilizado como referencial teórico, não dispensando outras fontes. A parte prática fica a cargo dos professores durante o desenvolvimento dos assuntos. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 3 UNIDADE I: ELETRICIDADE EM CORRENTE CONTÍNUA 1. INTRODUÇÃO Os fenômenos elétricos tiveram suas primeiras descobertas na Grécia antiga. O filosofo e matemático Thales, que vivia em Mileto no século VI a.C., observou que um pedaço de âmbar (pedra amarelada, que se origina da fossilização de árvores de madeira macia), após ser atritado contra a pele de um animal, adquiria a propriedade de atrair corpos leves (pedaços de palha e sementes de grama). Somente cerca de 2000 anos mais tarde é que começaram a ser feitas observações sistemáticas e cuidadosas. Daí surgiu muitos estudos, onde se destacaram alguns cientistas como o médico inglês William Gilbert (1544-1603), Gilbert observou que outros corpos ao serem atritados, se comportavam como o âmbar e que a atração exercida por eles se manifestava em qualquer corpo, mesmo que este não fosse leve. Como o termo grego correspondente a âmbar é eléctron, surgiram às expressões “eletrização” “eletricidade”. Outros nomes importantes, destaque no campo da eletricidade, são os de: Benjamin Franklin (1706-1790), Chalés Augustin de Coulomb (1736-1806), Michael Faraday (1791-1867), Alessandro Volta (1745-1827), André-Marie ampère (1775- 1836), Geord Simom Ohm (1781-1854), Robert J van de Graaff (1901 – 1967), Robert Andrews Millikan (1869 – 1953), Thomas Edison (1847-1931), entre outros. Figura 1 – Thales de Mileto: o pioneiro pesquisador da eletricidade. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 4 2. ELETRICIDADE 2.1 CARGA ELÉTRICA Figura 2 – A estrutura de um átomo. Mesmos com muitos estudos sendo realizados como o objetivo de estudar mais a fundo a estrutura da matéria, vamos entender o átomo (figura 2) como a menor parte da matéria. Todos os átomos têm partículas chamadas elétrons, que descrevem uma órbita ao redor de um núcleo com prótons e nêutrons. Cada elemento tem sua própria estrutura atômica, porém cada átomo de um mesmo elemento tem igual número de prótons e elétrons. Essas partículas têm determinadas cargas Prótons - cargas positivas (+) e Elétrons - cargas negativas (-). Os prótons, no núcleo, atraem os elétrons, mantendo-os em órbita. Desde que a carga positiva dos prótons seja igual à carga negativa dos elétrons, o átomo é eletricamente neutro. Entretanto, essa igualdade de cargas pode ser alterada; se elétrons são retirados do átomo, este se torna carregado positivamente (+), ou caso contrario, se forem acrescidos ele torna-se carregado negativamente (-). Procurando uma explicação para este fato, Benjamin Franklin formulou a teoria, segundo a qual os fenômenos elétricos estariam presentes em todos os corpos e que a eletrização consistia na transferência de um fluido elétrico entre os corpos que se atritam. Entretanto, esta transferência não era obtida através do fluido elétrico imaginado por ele, mas, sim, pela passagem de elétrons de um corpo para o outro. 2.2 FORÇA ELÉTRICA Já sabemos então que quando um corpo esta eletrizado, ele possui um excesso de prótons (carga positiva) ou um excesso de elétrons (carga negativa). O unidade de medida da carga de um corpo, no Sistema Internacional (S.I.), é denominada 1 Coulomb = 1 C . Quando dizemos que um corpo possui uma carga de 1 C, isto significa que este corpo perdeu (carga positiva) ou ganhou (carga negativa) 6,24 x 1018 elétrons. Na eletrostática, geralmente lidamos com cargas muito menores do que 1 C. Nesse caso, é comum expressarmos os valores das cargas em mC (1mC = 10-3 C) ou em µC (1 µC = 10-6 C) . NÚCLEO CONTENDO PRÓTONS E NÊUTRONS. E ELETROSFERA COM SEUS ELÉTRONS. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 5 Quando dois corpos eletrizados estão próximos um do outro vai haver entre eles uma força de atração ou repulsão. Caso a cargas sejam de mesmo sinal, haverá uma força de repulsão e se forem de sinais opostos haverá uma força de atração entre os corpos. Chalés Augustin de Coulomb dedicou-se a pesquisas cientificas, tendo inventado a balança de Coulomb, dispositivo que lhe permitiu medir as forças elétricas com enorme precisão, levando-o a estabelecer sua celebre lei. Figura 4 – Cargas com sinais opostos se atraem Figura 3 – Cargas com sinais iguais se repelem Lei de Coulomb Duas cargas puntuais, Q1 e Q2, separadas por uma distância r, situadas no vácuo, se atraem ou se repelem com uma força F dada por F = (Q1Q2/ r 2)k0 onde k0, no SI, tem o valor K0 = 9,0x10 9 N.m2/C2 Se estas cargas forem mergulhadas em um meio material, o valor das forças entre elas torna-se K vezes menor, onde K é a constante dielétrica deste meio. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 6 2.3 CAMPO ELÉTRICO Suponha que uma carga Q fixa (positiva) colocada no centro de uma mesa, como mostra a figura 06. Se colocarmos outra carga q (positiva) em um ponto qualquer da mesa, ponto P1, a uma certa distância de Q, uma força elétrica F, de repulsão, atuará sobre a carga q. Imagine que a carga q fosse retirada, mesmo sem a carga, em qualquer ponto do espaço em torno de Q existiria um campo elétrico criado por esta carga e quanto mais próximo de Q maior será a intensidade do campo elétrico. Podemos resumir o que foi dito dizendo que: Figura 5 – Representação da Lei de Coulomb Figura 6 – Campo Elétrico criado por uma carga Q Sendo F o módulo da força elétrica que atua sobre uma carga q, colocada em um ponto do espaço, o vetor campo elétrico E neste ponto tem uma intensidade obtida por: E = F/q [N/C] A direção e o sentido do campo elétrico E são dados pela direção e sentido da força que atua na carga positiva colocada naquele ponto. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 7 2.4 POTENCIAL ELÉTRICO OU TENSÃO ELÉTRICA Olhando para a figura 7, observamos o campo elétrico criado pela carga elétrica Q (positiva) em torno dela. Se nesse campo for colocada uma carga de prova q, positiva, no ponto A, sobre ela atuará uma força elétrica F – de repulsão, visto que as cargas possuem a mesma polaridade – que deslocará a carga q até o ponto B. Para que esse deslocamento acontecesse, a força elétrica precisou realizar um trabalho, TAB, para deslocar a carga q do ponto A até o ponto B. O trabalho realizado, por um campo elétrico, no deslocamento de umacarga de um ponto A para um ponto B é chamando de diferença de potencial (ou tensão elétrica) VAB (Ler-se: diferença de potencial entre o ponto A e o ponto B, representado também pela expressão: VAB = VA – VB). Seu valor é obtido dividindo-se o trabalho realizado pelo valor da carga que foi deslocada, isto é: A unidade de tensão elétrica no S.I. é 1 J/C. Esta unidade é denominada 1 volt = 1 V, em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. Figura 7 – Trabalho realizado por um Campo Elétrico J C 1V = 1 TAB q VAB = [J/C] Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 8 2.5 CORRENTE ELÉTRICA 2.5.1 CONCEITO DE CORRENTE ELÉTRICA Quando um campo elétrico é estabelecido em um condutor qualquer, as cargas livres aí presentes entram em movimento sob a ação deste campo. Dizemos que este deslocamento de cargas constitui uma corrente elétrica. Nos metais, a corrente elétrica é constituída por elétrons livres em movimento. Nos líquidos, as cargas livres que se movimentam são íons positivos e íons negativos enquanto, nos gases, são íons positivos, íons negativos e também elétrons livres. 2.5.2 ESTABELECIMENTO DE UMA CORRENTE ELÉTRICA Alguns materiais possuem encontrados na natureza, ou mesmo produzidos pelo homem, que se opõe mais ou menos a circulação de corrente elétrica. Aqueles com maior oposição são chamados de isolantes e de menor oposição são chamados de condutores. O elemento cobre é muito empregado em sistemas elétricos, porque é um bom condutor de eletricidade. Possui 29 prótons e 29 elétrons. Os elétrons estão distribuídos em quatro camadas ou anéis. Deve-se notar, porém, que existe apenas um elétron na última camada, também chamada de camada de valência (anel exterior). Esse é o segredo de um bom condutor de eletricidade. Os elétrons mais próximos do núcleo têm maior dificuldade de se desprenderem de suas órbitas, devido à atração exercida pelo núcleo. Já os elétrons mais distantes do núcleo (última camada) têm maior facilidade de se desprenderem de suas órbitas porque a atração exercida pelo núcleo é pequena; assim recebem o nome de elétrons livres. Portanto, os elétrons livres se deslocam de um átomo para outro de forma desordenada, nos materiais condutores. Considerando-se que nos terminais do material da figura 8, aplicamos uma tensão elétrica proveniente de uma bateria, por exemplo. Assim, temos de lado um pólo positivo e de outro um pólo negativo, o movimento dos elétrons toma um determinado sentido, da seguinte maneira: Figura 8 – Fio de cobre ligado a uma fonte. Um desses elétrons próximo ao pólo positivo seria atraído por essa carga e abandonaria seu átomo. Esse átomo se tornaria carregado positivamente e atrairia um elétron do próximo, que se carregaria positivamente e assim por toda a extensão do condutor. O resultado integrado é uma movimentação (fluxo) ordenado (em um único sentido) de elétrons através do condutor entre o pólo negativo (-) e o pólo positivo (+). A este movimento ordenado de elétrons damos o nome de CORRENTE ELÉTRICA. Esse fluxo ou corrente de elétrons continuará, enquanto a diferença de potencial, tensão elétrica, for mantida nos extremos do fio. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 9 2.5.3 TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA A corrente elétrica fornecida a um circuito consumidor pode ser contínua (C.C) ou alternada (C.A), sendo que neste último caso ela ainda poderá ser monofásica (1 fase) ou trifásica (3 fases). Pode-se observar, na figura 9, que a corrente contínua mantém sua polaridade constante (+ ou -) em relação ao tempo, enquanto que a corrente alternada é variável tanto na polaridade (+ ou -) quanto na intensidade (valores medidos). Figura 9 – Tipos de corrente elétrica 2.5.4 SENTIDO DA CORRENTE ELÉTRICA Analisando a movimentação de uma carga elétrica negativa, os elétrons em nosso caso, em um campo elétrico, concluímos que o sentido real da corrente elétrica é do menor para o maior potencial. Porém se uma carga negativa movendo-se com certa velocidade dirigida, por exemplo, para a esquerda. Verifica-se que este movimento é equivalente ao movimento de uma carga positiva, de mesmo valor, deslocando-se com a mesma velocidade, porém em sentido contrário. Esta constatação levou os físicos a estabelecerem a convenção seguinte que iria facilitar o estudo das correntes elétricas: uma carga negativa em movimento será sempre imaginada como se fosse uma carga positiva movendo-se em sentido contrário. Em virtude desta convenção, em uma corrente elétrica qualquer, as cargas negativas em movimento deverão ser substituídas, em nossa imaginação, por cargas positivas movendo-se em sentido contrário. Então se pode supor que qualquer corrente elétrica seja constituída apenas por cargas positivas. Esta corrente imaginária, que é equivalente à corrente real, é denominada corrente convencional. 2.5.5 INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA A figura 9 está representando um fio condutor no qual foi estabelecida uma corrente elétrica (na figura está representada a corrente convencional). Figura 9 – Quantidade de carga que passa, por unidade de tempo, através da secção de um condutor. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 10 Considere uma secção transversal S qualquer do condutor e suponha que durante um intervalo de tempo ∆t, a quantidade de carga que passou através desta secção tenha sido ∆Q. Denomina-se intensidade da corrente através da secção S a relação entre a quantidade de carga ∆Q e o intervalo de tempo ∆t. Designado por I esta grandeza temos que: 3. CIRCUITOS ELÉTRICOS 3.1 DEFINIÇÃO Vimos anteriormente que a corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons num fio condutor. Entretanto para que haja corrente elétrica é necessário que uma diferença de potencial (tensão elétrica) seja aplicada entre os terminais de uma carga. Vamos fazer uma analogia com a instalação hidráulica mostrada na figura 10. O reservatório A está mais cheio que o reservatório B, portanto o reservatório A tem maior pressão hidráulica. Ligando-se os reservatórios A e B com um cano, a pressão hidráulica de A ”empurra” a água para B, até que se igualem as pressões hidráulicas. Figura 10 – Diferença de pressão entre A e B. O mesmo efeito ocorre com a Eletricidade. Quando ligamos um aparelho na tomada de nossa casa uma tensão elétrica é exercida sobre os elétrons para que eles se movimentem através do fio e do aparelho (foi estabelecida uma corrente elétrica), e este entra em funcionamento. Para mantermos essa corrente elétrica e consequentemente o aparelho funcionando devemos manter também a diferença de potencial (tensão elétrica) nos terminais do aparelho. A figura 11 mostra um circuito elétrico simples, formado por fontes (de tensão ou corrente) e receptores (cargas) por onde circula uma corrente elétrica. ∆Q ∆t I = A B Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 11 Figura 11 – Circuito elétrico simples. 3.2 NOMENCLATURA DE UM CIRCUITO ELÉTRICO Através da figura 12, vamos definir algumas partes de um circuito: Nó: representa o ponto de conexão entre três ou mais condutores de um circuito elétrico; Ramo: representa o espaço compreendido entre dois nós consecutivos, sem derivação entre si, de modo que a corrente seja a mesma em todosos pontos; Malha: conjunto de ramos que formam um circuito fechado. 3.3 LEI DE OHM Nascido na Bavária, o físico alemão Georg Simon Ohm publicou o resultado de seu trabalho mais importante “o circuito galvânico examinado matematicamente”. Nesta publicação ele apresentava a lei sobre a resistência dos condutores, que mais tarde foi denominada lei de Ohm. A lei OHM determina a seguinte relação: ”A corrente elétrica num circuito é diretamente proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à resistência do circuito”. E é expressa pela seguinte formula: Figura 12 – Partes de um circuito elétrico. MALHAS: ABCEFDA; ABCDA; CEFDC. RAMOS: DABC; CD; CEFD. NÓS: C; D. V = R x I Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 12 3.3.1 RESISTÊNCIA ELÉTRICA Um condutor ligado a uma bateria, como mostra a figura 13. Sabemos que a bateria estabelece uma diferença de potencial nas extremidades deste condutor e, conseqüentemente, uma corrente I passará através dele. As cargas móveis que constituem a corrente elétrica, aceleradas pela diferença de potencial VAB, realizarão colisões contra os átomos ou moléculas do condutor, havendo, então, uma oposição oferecida pelo fio á passagem da corrente elétrica através dele. Esta oposição poderá ser maior ou menor, dependendo da natureza do condutor que foi ligado entre pólos da bateria. Evidentemente, a corrente I no condutor será maior ou menor dependendo desta oposição. Para caracterizar a oposição que um condutor oferece a passagem de corrente através dele, define-se uma grandeza, denominada resistência elétrica, R, do condutor, da seguinte maneira: Para um dado valor de VAB, quanto menor for o valor da corrente I, maior será o valor de R, isto é, maior será a oposição que o condutor oferece a passagem de corrente através dele. Observando a definição de resistência, podemos concluir que a unidade desta grandeza, no S.I., será 1 volt/ampere = 1 V/A. Esta unidade é denominada 1 ohm( representa-se pela letra grega Ω), em homenagem ao físico alemão do século XIX, Georg Ohm, que colaborou no estudo de fenômenos relacionados com a corrente elétrica. Logo, temos: 3.3.2 RESISTIVIDADE DE UM MATERIAL Se tomarmos um fio condutor como o da figura 14, o valor de sua resistência dependerá de seu comprimento L e da área de sua secção reta A. Figura 13 – Resistência de um condutor. VAB I R = 1Ω 1 V A = 1ohm m = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 13 Realizando medidas cuidadosas, verifica-se que a resistência, R, do fio é diretamente proporcional ao seu comprimento L. Por outro lado, verifica-se que a resistência do fio é inversamente proporcional á área, A, de sua secção reta. Portanto, quanto mais grosso for o fio, menor será a sua resistência. Introduzindo uma constante de proporcionalidade apropriada, podemos transformar a relação anterior em uma igualdade. Esta constante que se representa pela letra grega ρ, é denominada resistividade. Virá então; A resistividade é uma grandeza característica do material que constitui o fio, isto é, cada substância possui um valor diferente para a resistividade ρ. Se consultarmos uma tabela de resistividade, encontramos que o cobre, na temperatura ambiente, possui uma resistividade de 1,72x10-8 Ω.m. 3.4 ENERGIA E POTÊNCIA ELÉTRICA Vamos imaginar dois motores elétricos. Os dois levantariam o mesmo peso a uma mesma altura. Um dos motores levanta com menor tempo a carga, então, dizemos que ele é mais potente, pois realiza um mesmo trabalho em um tempo menor. Dessa forma conceituamos potência como: “capacidade de realizar trabalho na unidade de tempo”. Então: L A Figura 14 – Resistência de um condutor. [Ω] R L A = ρ Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 14 Como já vimos anteriormente, o trabalho para transportar uma carga q de um p Então, Outras formulas relacionadas à potência: P P q VAB t = TAB = q(VA – VB), como TAB = E = q(VAB) e P = E/t, logo P= V x I P= R x I2 P = V2 R Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 15 3.4.1 EFEITO JOULE O efeito Joule consiste na transformação de energia elétrica em energia térmica em uma resistência percorrida por uma corrente elétrica. 3.5 CIRCUITOS ELÉTRICOS COM UMA FONTE DE TENSÃO 3.5.1 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE É aquela onde o terminal final de um resistor é conectado ao terminal inicial do seguinte, como mostra a figura 15. Esse tipo de circuito possui as seguintes características: A corrente vai do maior para o menor potencial (sentido convencional). Então: VA > VB > VC > VD; A corrente é a mesma em todos os resistores; A tensão aplicada no circuito é igual à soma das quedas de tensão nos resistores (V = V1 + V2 + V3 + V4); Circuito conhecido como divisor de tensão. 3.5.1.1 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE Cálculo da resistência equivalente: A resistência equivalente de uma em série é igual á soma de todas as resistências da associação. Figura 15: Associação de resistores em série Req = (R1 + R2 + R3 + ... + Rn) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 16 3.5.1.2 CIRCUITO EQUIVALENTE Dois circuitos são equivalentes quando sujeitos a mesma tensão, são percorridos por correntes iguais. A figura 16 mostra o circuito equivalente de associação em série. 3.5.2 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO É aquela onde o terminal final de um resistor é conectado os mesmos dois pontos do circuito, como mostra a figura 17. Esse tipo de circuito possui as seguintes características: A diferença de potencial (tensão) é a mesma em todos os resistores. Então: V = V1 = V2; A corrente total no circuito é igual a soma das correntes nos resistores que compõe a associação (I = I1 + I2); Circuito conhecido como divisor de corrente. Figura 16: Circuito equivalente Figura 17: Associação de resistores em paralelo. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 17 3.5.2.1 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE Cálculo da resistência equivalente: A resistência equivalente de uma em série é igual á soma de todas as resistências da associação. 3.5.2.2 CIRCUITO EQUIVALENTE Dois circuitos são equivalentes quando sujeitos a mesma tensão, são percorridos por correntes iguais. A figura 16 mostra o circuito equivalente de associação em série. 3.5.3 ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES As associações mistas, figura que incluem ligações séries e paralelas em um mesmo circuito. Neste caso, a determinação da resistência equivalente é feita por etapas, divididas em trechos séries e paralelos. 1/Req = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + ... + 1/Rn) Figura 18: Circuito equivalente Figura 19: Associaçãomista de resistores. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 18 3.5.3.1 CIRCUITO EM ESTRELA (Y) E EM TRIANGULO (∆) Alguns circuitos não nos permitem reduzi-los a uma única resistência equivalente usando os métodos discutidos até agora para combinar resistores em série e em paralelo. Entretanto os resistores dos circuitos da figura 20 podem ser reduzidos a um único resistor equivalente através de uma transformação ∆-Y. Essas configurações recebem esses nomes porque lembram uma estrela e um triângulo. CONVERSÕES a) Conversão Delta em Y : b) b) Conversão Y em Delta (D): Figura 20: Circuitos configurados em ∆-Y. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 19 3.6 CIRCUITOS ELÉTRICOS COM MAIS DE UMA FONTE DE TENSÃO Neste capitulo serão consideradas algumas técnicas de resolução de circuitos alimentados por mais de uma fonte, seja de tensão ou corrente. 3.6.1 LEIS DE KIRCHHOFF As leis de Kirchhoff, devidas ao físico alemão Gustav Robert Kirchhoff são à base do estudo de circuitos elétricos. 3.6.2 MÉTODO DAS CORRENTES DE MALHA. A Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT), ou Lei das Malhas, pode ser escrita como: "a tensão aplicada a um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão naquele circuito", isto é: Tensão aplicada = soma das quedas de tensão. Para o circuito da Figura 20, por exemplo, onde temos três resistores conectados em série, pode-se escrever, de acordo com a LKT: onde : Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 20 Escrita matematicamente, a LKT simplesmente é: 3.6.3 MÉTODO DAS TENSÕES DE NÓ. A Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) nos diz que "a soma das correntes que entram em um nó deve ser igual à soma das correntes que saem deste mesmo nó". Para o circuito da Figura 21, por exemplo, onde temos três resistores conectados em série, pode-se escrever, de acordo com a LKT: onde : I é a corrente total no circuito e I1 e I2 são as corrente em cada ramo do circuito. Escrita matematicamente, a LKC simplesmente é: 4. OUTRAS TÉCNICAS GERAIS DE ANÁLISE DE CIRCUITOS A Tabela 1 sintetiza as principais técnicas empregadas na análise e solução de circuitos. Tabela 1: Técnicas para análise de circuitos. I = I1 + I2 Figura 21: Corrente em cada ramo do circuito I + I1 + I2 = 0 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 21 1. Teorema de Thévenin 2. Teorema de Norton Figura 4 Figura 5 RTH: é a resistência vista por trás dos terminais da carga quando todas as fontes são curto- circuitadas. VTH: é a tensão que aparece nos terminais da carga (AB) quando se desconecta o resistor RL. É chamada também de tensão de circuito aberto. O teorema de Norton é utilizado para simplificar uma rede em termos de correntes em vez de tensões. A Resistência RN é obtida da mesma forma que RTH. 4. Teorema da Superposição "Numa rede com duas ou mais fontes, a corrente ou a tensão para qualquer componente é a soma algébrica dos efeitos produzidos por cada fonte atuando independentemente." A fim de se usar uma fonte de cada vez, todas as outras fontes são retiradas do circuito. Ao se retirar uma fonte de tensão, faz-se no seu lugar um curto-circuito; ao se retirar uma fonte de corrente, esta é substituída por um circuito aberto. Passos (veja o circuito com duas malhas ao lado) 1) Calcule as correntes produzidas somente pela fonte de tensão V1; 2) Calcule as correntes produzidas somente pela fonte de tensão V2; Figura 7 - Circuito com duas malhas (aplicação do Teorema da Superposição). 3) Some algebricamente as correntes individuais para determinar as correntes produzidas pelas duas fontes V1 e V2. Correntes: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 22 UNIDADE II: ELETRICIDADE EM CORRENTE ALTERNADA 5. INTRODUÇÃO A energia elétrica que alimenta as indústrias, comércio e nossos lares é gerada principalmente em usinas hidrelétricas, onde a passagem da água por turbinas geradoras transformam a energia mecânica, originada pela queda d‘água, em energia elétrica. No Brasil a GERAÇÃO de energia elétrica é 80% produzida a partir de hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por outros processos. A partir da usina a energia é transformada, em subestações elétricas, e elevada a níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60 Hertz) através de cabos elétricos, até as subestações abaixadoras, delimitando a fase de Transmissão. Já na fase de Distribuição (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centros de consumo, a energia elétrica é tratada nas subestações, com seu nível de tensão rebaixado e sua qualidade controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas ou subterrâneas, constituídas por estruturas (postes, torres, dutos subterrâneos e seus acessórios), cabos elétricos e transformadores para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente entregue aos clientes industriais, comerciais, de serviços e residenciais em níveis de tensão variáveis, de acordo com a capacidade de consumo instalada de cada cliente. Figura 22 – Sistema Elétrico Brasileiro. Quando falamos em setor elétrico, referimo-nos normalmente ao Sistema Elétrico de Potência (SEP), definido como o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição inclusive, figura 22. Com o objetivo de uniformizar o entendimento é importante informar que o SEP trabalha com vários níveis de tensão, classificadas em alta e baixa tensão e normalmente com corrente elétrica alternada (60 Hz). Conforme definição dada pela ABNT através das NBR (Normas Brasileiras Regulamentadoras) considera-se baixa tensão, a tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Da mesma forma considera-se alta tensão, a tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 23 6. CARACTERISTICAS DA ONDA ALTERNADA SENOIDAL 6.1 FORMAS DE ONDA Uma tensão alternada (CA) é aquela cujo módulo varia continuamente e cuja polaridade é invertida periodicamente, tendo como referencia o eixo zero, que é uma linha horizontal que passa pelo centro do gráfico. As variações verticais na onda de tensão mostram as variações do módulo. As tensões acima do eixo horizontal têm polaridade positiva (+), enquanto as tensões abaixo do eixo horizontal têm polaridade negativa (-). A figura 23 nos mostra algumas formas de onda alternada 6.2 FONTES SENOIDAIS Uma fonte de tensão senoidal (independente ou dependente) produz uma tensão que varia com o tempo. Uma fonte de corrente senoidal (independente ou dependente) produz uma corrente que varia senoidalmente com o tempo. O nosso estudo sobre circuitos senoidais vai tomar como referencia uma fonte de tensãosenoidal, mas as mesmas observações também se aplicam as fontes de corrente senoidais. 6.3 GERAÇÃO DE UMA TENSÃO SENOIDAIS (CA) Uma fonte de tensão CA pode ser produzida por um gerador, denominado de alternador. Considerando o gerador elementar da figura 24, a espira condutora gira através do campo magnético uniforme, cria pelos pólos norte e sul do imã permanente, interceptando suas linhas de força e conseqüentemente gerando uma tensão CA induzida em seus terminais. Figura 24 – Gerador elementar. Figura 23: Formas de onda - a) Triangular, b) quadrada, c) Senoidal Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 24 A forma de onda da tensão gerada, figura 25, é chamada de onda senoidal, que se caracteriza por possuir módulo que varia com o tempo e a polaridade é invertida constantemente. O valor instantâneo da tensão em qualquer ponto da onda senoidal é dado pela equação: Onde: V = valor instantâneo da tensão, em volt [V] VM = valor máximo da tensão, em volt [V] α = ângulo de rotação, graus. Figura 25 – Onda senoidal gerada. 6.4 EQUAÇÃO DA FUNÇÃO SENOIDAL Podemos expressar uma função senoidal através de uma função seno ou da função co-seno. Embora as duas funções sejam equivalentes, não podemos usá-las ao mesmo tempo. Para nossa discussão vamos analisar a função cosseno. Onde: VM: é a amplitude da função senoidal, também chamada de valor de pico da tensão (valor máximo que a tensão). Como a função seno varia entre -1 e +1, a função da equação varia entre – VM e + VM; ω: é a freqüência angular (em rad/s); Ф: é o angulo de fase inicial, determina o valor da função em t = 0. Para facilitar o entendimento, veja o gráfico de uma tensão em função do tempo, figura 26 (b). No instante t = 0 a função começa na origem do gráfico (Ф = 0) e como o passar do tempo o valor de v(t) cresce de 0V á +10V, sendo +10V o valor V = VM senα V(t) = VMcos(ωt + Ф) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 25 máximo positivo (+VM)da função. Depois de alcançar o valor máximo positivo a função decresce de + 10V, passa por 0V e chega a -10 V, que é o seu valor máximo negativo (-VM), votando a crescer até retornar a 0V. Observe que uma função senoidal se repete a intervalos regulares. As funções com esta propriedade são chamadas de periódicas. 6.5 FREQUÊNCIA E PERÍODO Observamos que um dos parâmetros de interesse de uma função senoidal é o tempo necessário para que a função senoidal complete um ciclo, ou seja, passe uma vez por todos os valores possíveis. Este tempo é chamado de período (T) da função. Figura 26 – Uma tensão senoidal em função do tempo. A figura 26 (a) mostra um ciclo trigonométrico, cujo raio é o vetor AO. O módulo desse vetor representa o valor máximo da tensão. Considere que o vetor AO gire em velocidade constante no sentido anti-horário. O ângulo formado entre o vetor e o eixo horizontal, varia com o tempo. Ângulo por unidade de tempo representa a velocidade angular ou frequência angular, que representamos pela letra grega ω, a mesma da equação da tensão. Sendo que: α: é o ângulo formado entre o vetor e o eixo horizontal, expresso em radianos (rad); t: Tempo em segundos; (a) (b) ω = α t Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 26 (ciclos) completados em um segundo (ciclos/segundos) é chamado de freqüência (f), sendo expresso em Hertz (Hz). A relação entre período (T) e freqüência (f) é da por: Assim, para α = 2 rad, t = T. Teremos: A equação da tensão pode ser descrita como: 6.6 VALORES CARATERÍSTICOS DE UMA ONDA SENOIDAL Uma onda senoidal CA de tensão ou de corrente possui vários valores instantâneos ao longo do ciclo, é conveniente especificar os módulos para efeito de comparação de uma onda com a outra. V(t) = VMcos(2 ft + Ф) 1 f T = Nº DE CICLOS TEMPO (t) 1 T f 1 Logo, ou f = 1 T 2 T ω = ou 2 = ωT ; ω =2 f Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 27 Figura 27 – Valores de uma onda senoidal de tensão ou corrente. Valor de pico (Vp): É o valor de máximo da onda (VM ou IM). É aplicado tanto ao pico negativo (-VM ou - IM) quanto ao positivo (+VM ou +IM); Valor de pico a pico (Vpp): É o soma dos módulos do pico negativos e do pico positivo. Também pode corresponde ao dobro do valor de pico quando, os picos positivos e negativos são simétricos (Vpp = 2. VM ou Ipp = 2. IM). Valor eficaz ou valor rms: É o valor médio quadrático da função senoidal, ou seja, é a raiz quadrada do valor médio do quadrado da função. Em termos matemáticos pode ser obtido por meio de uma integral, não demonstraremos os cálculos em nosso curso, mas essa é uma característica importante de uma função senoidal. Em termos de potência em circuitos senoidais, o valor eficaz de uma tensão alternada, é: o valor da intensidade da tensão alternada, que produz em uma resistência, a mesma dissipação de potência que uma tensão contínua produziria nessa mesma resistência, no mesmo intervalo de tempo. Uma tensão alternada com um valor rms de 115 V, por exemplo, tem exatamente a mesma eficiência no aquecimento do filamento de uma lâmpada incandescente que os 115 V provenientes de uma fonte de tensão contínua fixa. Para realçar a importância do valor eficaz, os voltímetros e amperímetros nos indicam, ao medirem grandezas senoidais, os valores eficazes da tensão ou da corrente que esta sendo medida. A expressão matemática que define o valor eficaz é: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 28 A mesma expressão aplicada para calcular o valor eficaz da tensão é aplicada para corrente. Valor Médio: Corresponde a média aritmética sobre todos os valores em uma onda senoidal para um meio ciclo. O meio ciclo é usado para a média, porque sobre um ciclo completo o valor médio seria zero. A expressão para determinar o valor médio é dada por: Para o caso de correntes alternadas senoidais: 6.7 DIAGRAMA FASORIAL Consideremos uma corrente alternada senoidal. Esta terá uma frequência, um determinado período, além disso, existirá um valor máximo e em cada instante teremos um valor instantâneo. Se a onda senoidal não começar na origem do referencial, teremos de definir um ângulo Ф, que é o ângulo que a onda faz com a origem da contagem dos ângulos, no instante inicial. A esse ângulo, dá-se o nome de ângulo de fase. Deste modo, uma forma alternativa para representação de correntes e tensões alternadas senoidais é fazendo uso do fasor. O fasor é uma entidade com módulo e sentido. O comprimento do fasor representa o módulo da tensão/corrente alternada. O ângulo em relação ao eixo horizontal indica ao ângulo de fase. Na figura 28 o vetor AO gira com velocidade angular ω no sentido anti-horário. Quando o Ângulo α, entre o vetor AO e o eixo horizontal, VM √2 VEF = ou VEF =0,707 VM IM √2 IEF = ou IEF =0,707 VM 2 Vméd = ou Vméd =0,637 VM VM 2 Iméd = ou Iméd =0,637 IM IM Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 29 vária, a projeção do vetor AO no eixo vertical, mostrará uma sucessão de valores instantâneos da grandeza senoidal. O lado esquerdo da figura é chamado de diagrama fasorial e o lado direito de onda senoidal correspondente. Figura 28 – Valores de uma onda senoidal de tensão ou corrente. Imaginemos dois fasores, VA e VB. O fasor VA representa à onda de tensão A com ângulo de fase de 0º - tendo como referência o eixo horizontal e considerado como anti-horário o sentido de giro do fasor - e o fasor VB representa à onda de tensão B com ângulo de fase de 90º. A figura 29 mostra que o ângulo de fase entre as ondas B e A é de 90º, em outras palavras, podemos dizer que VB esta adiantada 90º em relação à VA. Figura 29 – Relação de fase entre as ondas VA e VB. Para visualizarmos melhor estas posições, consideremos duas ainda as duas ondas VA e VB. Na figura abaixo 30, vemos que enquanto a onda A começa com seu valor máximo e cai para zero em 90º, a onda B atinge o seu valor máximo 90º na frente de A. Este ângulo de fase de 90º entre as ondas B e A é mantido durante o ciclo completo e todos os ciclos sucessivos. O A Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 30 Figura 30 – A onda B esta adiantada 90º da onda A O ângulo de fase entre duas formas de onda de mesma freqüência é a diferença angular num dado instante, no nosso caso 90º. Os pontos mais convenientes para analisar o defasamento entre ondas são os pontos de máximo, os pontos de mínimo e dos zeros de cada onda. 7. ANÁLISE DE CIRCUITOS EM CORRENTE ALTERNADA Se realizarmos a experiência de verificação da lei de Ohm, mas aplicando agora grandezas alternadas, chegaremos à conclusão que se mantém constante o quociente V/I. A este cociente chamaremos de impedância do circuito ao qual aplicamos a tensão alternada e que se representa por Z. A sua unidade é igualmente o Ω ohm. Assim, a lei de Ohm assume a forma, que é designada por Lei de Ohm generalizada. A diferença entre Z e R deve-se ao fato de Z depender da frequência. Assim, em corrente alternada, a relação entre a tensão e a corrente depende, para uma dada frequência, da impedância Z e ângulo de defasamento Ф. Por definição designar-se- á: Z cos (Ф) - por resistência R e Z sem (Ф) - por reatância X. Representação gráfica da resistência e reatância, figura 31. Figura 31 – A onda B esta adiantada 90º da onda A V = Z x I Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 31 Em seguida, estudaremos os circuitos em que surgem correntes alternadas senoidais, que são formadas por resistências, bobinas e capacitores. 7.1 CIRCUITO PURAMENTE RESISTIVO São circuitos em corrente alternada somente com resistência. A característica principal é que a tensão e corrente neste circuito estão em fase. Esta relação entre V e I em fase, significa que este circuito pode ser analisado pelos métodos usados para os circuitos em corrente contínua. A impedância total do circuito vai ser Z = R = ρ(L/A). A Figura 32, mostra o comportamento da tensão e da corrente alternada em um circuito puramente resistivo. Figura 32 – Circuito puramente resistivo. 7.2 CIRCUITO PURAMENTE INDUTIVO Neste tipo de circuito a tensão e corrente neste circuito não estão em fase. Observe a figura 33 (a), se esse circuito fosse alimentando por uma fonte de tensão contínua, a corrente surgiria de imediato. Mas se ele for alimentado por uma fonte de tensão alternada, isso não acontece. Pela lei de Lenz, a corrente induzida no circuito tem um sentido cujos efeitos se opõem à causa que a originou, com isso a corrente surgirá com certo atraso, ou seja, um tempo depois que a tensão foi aplicada. O mesmo acontece quando o circuito é desenergizado, pelas mesmas razões, a corrente não cessa imediatamente. A diminuição da corrente é retardada. Figura 33 – Curva da tensão e da corrente sobre um indutor. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 32 A característica principal de um circuito puramente indutivo é que a corrente que passa pelo indutor (IL), estará atrasada da tensão aplicado sobre o indutor (VL), de 2 radianos ou 90º, como podemos ver na figura 33 (b) e no diagrama fasorial, figura 33 (c). Esta oposição à circulação da corrente é feita pela força eletromotriz (f.e.m.) de auto-indução da bobina, também chamada de indutância, através da sua reatância indutiva (XL) expressa em ohm (Ω). A reatância indutiva (XL) dependerá da freqüência, com uma grande freqüência, logo um período pequeno, a corrente não tem tempo de atingir o seu valor máximo, pois a tensão aplicada inverte mais rapidamente a sua polaridade. Com uma freqüência menor, logo um período maior, a corrente atinge um valor mais elevado, já que o período da tensão aplicada é maior. Portanto, quanto maior a freqüência, menor será a corrente elétrica. Dá Lei de Ohm virá: Sendo o valor de XL dado por: XL = 2 f L como: ω = 2 f Podemos expressar XL também como: XL = ω L Onde: XL - reatância indutiva -Ohm (Ω) f - frequência - Hertz (Hz) L - coeficiente de auto - indução ou indutância - Henry 7.3 CIRCUITO PURAMENTE CAPACITIVO Também neste tipo de circuito a tensão e corrente não estão em fase. Observe a figura 34. Um capacitor é um dispositivo elétrico formado por duas placas condutoras de metal separadas por um material isolante chamado dielétrico e que armazena carga elétrica, capacitância, no dielétrico. Embora um capacitor bloqueie a corrente contínua, ele afeta um circuito de corrente alternada de maneira diferente, não permitindo que a tensão entre suas V = XL x I Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 33 placas se iguale à tensão da fonte. Esse impedimento fará com que a corrente no circuito esteja adiantada da tensão de 2 radianos ou 90º Figura 34 – Curva da tensão e da corrente sobre um capacitor. A oposição à circulação da corrente alimentado por uma fonte alternada é feita pela capacitância do circuito, através da sua reatância capacitiva (XC) expressa em ohm (Ω). A reatância indutiva (XC) dependerá da frequência, oferecendo maior resistência às baixas frequências, e tendo menor resistência às altas frequências, permitindo a sua passagem com mais facilidade. Portanto, a reatância capacitiva é inversamente proporcional à frequência aplicada: quanto maior a frequência, menor a sua reatância (resistência). Dá Lei de Ohm virá: Sendo o valor de XC dado por: como: ω = 2 f Podemos expressar XC também como: V = XC x I 1 XC = 2 f C 1 XC = ω C Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 34 Onde: XC - reatância capacitiva -Ohm (Ω) f - frequência - Hertz (Hz) C - Capacitância -Farad (F) 8. ANÁLISE FASORIAL DE CIRCUITOS EM CORRENTE ALTERNADA Os circuitos reais não são constituídos somente por resistências, bobinas ou condensadores. Na prática encontramos todos esses elementos conjugados em um circuito. Vamosanalisar algumas combinações de componentes como: resistor e indutor (circuitos RL), resistor e capacitor (circuitos RC) e resistor, indutor e capacitor (circuitos RLC) 8.1 CIRCUITOS RL 8.1.1 CIRCUITO RL EM SÉRIE A corrente em um circuito RL em séria, como o da figura 35 (a) encontra dois tipos de oposição: a oferecida pela resistência e a oferecida pela reatância indutiva. Figura 35 – Relação entre tensões em um circuito RL em série. A resistência tende a colocar a tensão da fonte (VT) em fase com a corrente (I), enquanto a indutância tende a defasá-las de 90º. A corrente no circuito continua atrasada em relação à tensão, mas com um ângulo menor que 90º. Encontramos o ângulo de defasamento entre corrente e tensão da fonte (VT) através da soma vetorial da tensão sobre o resistor (VR) e da tensão sobre o indutor (VL), usualmente chamado de triângulo das tensões, figura 35 (c). Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 35 Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das tensões, temos: Do triângulo das tensões podemos obter o triângulo das impedâncias, dividindo todas as tensões por I, uma vez que VL = Z x I. Figura 36 – Triângulo das impedâncias. 8.1.2 CIRCUITOS RL EM PARALELO Para circuitos com R e L em paralelo, figura 37 (a), a mesma tensão VT está aplicada a eles. Portanto esta tensão será usada como fasor de referência para analisarmos o comportamento da corrente. VT 2 = VR 2 + VL 2 VT = √ VR 2 + VL 2 VT 2 = VR 2 + VL 2 [(Z x I)/ I] 2 = [(R x I)/I] 2 + [(XL x I)/I] 2 Z 2 = R 2 + XL 2 Z = √ R 2 + XL 2 θ Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 36 Figura 37 – Relação entre correntes em um circuito RL em paralelo. Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das correntes, figura 37 (b), temos: Do triângulo das correntes podemos obter o triângulo das impedâncias, figura 38, dividindo todas as correntes por VT. Figura 38 – Triângulo das impedâncias. IT 2 = IR 2 + IL 2 IT = √ IR 2 + IL 2 IT 2 = IR 2 + IL 2 (IT/ VT ) 2 = (IR/ VT ) 2+ (IL/ VT ) 2 1/Z 2 = 1/R 2 + 1/XL 2 √ R 2 + XL 2 R . XL Z = θ θ Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 37 8.1.3 POTÊNCIA EM CIRCUITOS RL. Num circuito alimentado por uma fonte alternada contendo resistência e reatância indutiva, a corrente está atrasada em relação à tensão aplicada. Por isso existem, neste caso, três tipos de potência: Potência ativa, Potência Reativa e a Potência Aparente ou Total. Vamos voltar ao triângulo das tensões da figura 35 (c) e multiplicar todas as tensões por I. Onde: R x I2 = P = Potência Ativa = Potência dissipada (W); XL x I 2 = Potência Reativa = (VAr – Volt-ampere-Reativo); VL x I = Potência Aparente ou Total= é a potência fornecida ao circuito (VA – Volt-ampere). Ainda temos que: N 2 = P 2 + Q 2 ; P = N cos θ P = N sen θ A razão entre a Potência Ativa e a Potência Aparente é chamado de fator de potência (FP). FP = cos θ VT 2 = VR 2 + VL 2 (VT x I) 2 = [(R x I) x I] 2 + [(XL x I) x I] 2 N 2 = P 2 + Q 2 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 38 8.2 CIRCUITOS RC 8.2.1 CIRCUITO RC EM SÉRIE A corrente em um circuito RC em séria, como o da figura 39 (a) encontra dois tipos de oposição: a oferecida pela resistência e a oferecida pela reatância capacitiva. Figura 39 – Relação entre tensões em um circuito RC em série. A resistência tende a colocar a tensão da fonte (VT) em fase com a corrente (I), enquanto a indutância tende a defasá-las de - 90º. A corrente no circuito continua atrasada em relação à tensão, mas com um ângulo menor que 90º. Encontramos o ângulo de defasamento entre corrente e tensão da fonte (VT) através da soma vetorial da tensão sobre o resistor (VR) e da tensão sobre o capacitor (VC), usualmente chamado de triângulo das tensões, figura 38 (c). Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das tensões, temos: Do triângulo das tensões podemos obter o triângulo das impedâncias, figura 40, dividindo todas as tensões por I, uma vez que VC = Z x I. Figura 40 – Triângulo das impedâncias. VT 2 = VR 2 + VC 2 VT = √ VR 2 + VC 2 θ Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 39 8.2.2 CIRCUITOS RC EM PARALELO. Para circuitos com R e C em paralelo, figura 41 (a), a mesma tensão VT está aplicada a eles. Portanto esta tensão será usada como fasor de referência para analisarmos o comportamento da corrente. Figura 41 – Relação entre correntes em um circuito RC em paralelo. Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das correntes, figura 41 (b), temos: Do triângulo das correntes podemos obter o triângulo das impedâncias, figura 42, dividindo todas as correntes por VT. VT 2 = VR 2 + VL 2 [(Z x I)/ I] 2 = [(R x I)/I] 2 + [(XC x I)/I] 2 Z 2 = R 2 + XC 2 Z = √ R 2 + XC 2 IT 2 = IR 2 + IC 2 IT = √ IR 2 + IC 2 (a) (b) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 40 Figura 42 – Triângulo das impedâncias. 8.2.3 POTÊNCIA EM CIRCUITOS RC Num circuito alimentado por uma fonte alternada contendo resistência e reatância capacitiva, a corrente está adiantada em relação à tensão aplicada. Por isso existem, no circuito RC, três tipos de potência: Potência ativa, Potência Reativa e a Potência Aparente ou Total. Vamos voltar ao triângulo das tensões da figura 39 (c) e multiplicar todas as tensões por I. IT 2 = IR 2 + IC 2 (IT/ VT ) 2 = (IR/ VT ) 2+ (IC/ VT ) 2 1/Z 2 = 1/R 2 + 1/XC 2 √ R 2 + XC 2 R . XC Z = VT 2 = VR 2 + VC 2 (VT x I) 2 = [(R x I) x I] 2 + [(XC x I) x I] 2 N 2 = P 2 + Q 2 θ Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 41 Onde: R x I2 = P = Potência Ativa = Potência dissipada (W); XC x I 2 = Potência Reativa = (VAr – Volt-ampere-Reativo); VL x I = Potência Aparente ou Total= é a potência fornecida ao circuito (VA – Volt-ampere). Ainda temos que: N 2 = P 2 + Q 2 ; P = N cos θ P = N sen θ A razão entre a Potência Ativa e a Potência Aparente é chamado de fator de potência (FP). FP = cos θ 8.3 CIRCUITOS RLC 8.3.1 CIRCUITO RLC EM SÉRIE A corrente em um circuito RLC em séria, como o da figura 43 (a) encontra três tipos de oposição: a oferecida pela resistência, a oferecida pela reatância indutiva, e a oferecida pela reatância capacitiva. Figura 43 – Relação entre tensõesem um circuito RLC em série. A resistência tende a colocar a tensão da fonte (VT) em fase com a corrente (I), enquanto a indutância tende a defasá-las de + 90º e a indutância tende a defasá- las de - 90º. A corrente no circuito continua atrasada em relação à tensão, mas com um ângulo menor que 90º. Encontramos o ângulo de defasamento entre corrente e tensão da fonte (VT) através da soma vetorial da tensão sobre o resistor (VR), da tensão sobre o indutor (VL) e da tensão sobre o indutor (VC), figura 43 (b). (a) (b) VT Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 42 Observe que na figura 43 (b) as tensões VL e VC estão defasadas de 180º. Para somar as três tensões primeiramente somamos VL com VC, como o defasamento de 180º a adição dos dois vetores é simplesmente VL - VC. Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das tensões, figura 44, temos: Figura 44 – Relação entre tensões em um circuito RLC em série. Da mesma forma demonstrada para encontrarmos as impedâncias nos circuitos RL e RC, servem para encontramos as impedâncias nos circuitos RLC. 8.3.2 CIRCUITOS RLC EM PARALELO. Para circuitos com R, L e C em paralelo, figura 45 (a), a mesma tensão VT está aplicada a eles. Portanto esta tensão será usada como fasor de referência para analisarmos o comportamento da corrente. Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das correntes, figura 45 (b), temos: Figura 41 – Relação entre correntes em um circuito RLC em paralelo. VT 2 = VR 2 + (VC - VC) 2 VT = √ VR 2 + (VC - VC) 2 Z = √ R 2 + (XL - XC) 2 θ θ (a) (b) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 43 Aplicando o teorema Pitágoras ao triângulo das correntes, figura 37 (b), temos: Da mesma forma demonstrada para encontrarmos as impedâncias nos circuitos RL e RC, servem para encontramos as impedâncias nos circuitos RLC. 8.3.3 FREQUÊNCIA DE RESSONÂNCIA EM CIRCUITOS RLC Se XL = XC na expressão da impedância obteremos Z=R, isto é, o circuito será puramente resistivo sendo esta situação chamada de ressonância e isso ocorre na freqüência f0 dada por: 8.3.4 POTÊNCIA EM CIRCUITOS RLC Onde: R x I2 = P = Potência Ativa = Potência dissipada (W); (XL - XC) x I 2 = Potência Reativa = (VAr – Volt-ampere- Reativo); VL x I = Potência Aparente ou Total= é a potência fornecida ao circuito (VA – Volt-ampere). Ainda temos que: N 2 = P 2 + Q 2 ; P = N cos θ P = N sen θ A razão entre a Potência Ativa e a Potência Aparente é chamado de fator de potência (FP). FP = cos θ IT 2 = IR 2 + IC 2 IT = √ IR 2 + IC 2 √ R 2 + (XC - XC) 2 R . XC Z = N 2 = P 2 + Q 2 2 √ (LC) 1 f0 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 44 9. REFERÊNCIAS [1] BARTKOWIAK, Robert A. Circuitos Elétricos. São Paulo: Makron Books, 1994. [2] MÁXIMO, Antônio. ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. 5ª ed. São Paulo: Scipione, 2000. 432p. [3] GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. Circuitos Elétricos. 2a ed. rev. e ampl. São Paulo: Makron Books, 1996. [4] NILSSON, W. James, RIEDEL, Susan A. 6a ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. [5] Apostila de Eletricidade I /IFES. Espírito Santo,2002. [6] Apostila de Eletricidade II /IFES. Espírito Santo,2002. Curso Técnico em Eletrotécnica SMS – Segurança, Meio Ambiente e Saúde Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 46 Histórico Quando estudamos documentos relacionados à Segurança do Trabalho vemos algumas referências aos riscos profissionais. Hipócrates, quatro séculos antes de Cristo, fez menção à existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos. Plínio, o Velho, no início da Era Cristã, descreveu moléstias do pulmão e envenenamento entre mineiros, pelo manuseio do enxofre e do zinco. Galeno, no século II, citou moléstias profissionais entre trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo. Georgius Agrícola (forma latina de Georg Bauer). Médico, era estudioso de todos os aspectos da mineralogia e da indústria metalúrgica e iniciou um estudo de 25 anos que culminou na sua obra-prima publicada postumamente: “De re metallica” (1556), um tratado de mineralogia e metalurgia. O tratado, com doze capítulos, inclui 292 gravuras em madeira cuidadosamente entalhadas e estuda problemas relacionados à extração e à fundição da prata e do ouro. A obra discute acidentes do trabalho e doenças comuns entre mineiros, destacando-se a “asma dos mineiros”, provocada por poeiras que Agrícola denominava “corrosivas”. A descrição dos sintomas indica que se tratava de silicose. Ainda no século XVI, Paracelso escreveu a primeira monografia sobre a relação entre trabalho e doença: “Von Der Birgsucht Und Anderen Bergrank Heiten”. Nela foram mostrados os sintomas da intoxicação pelo mercúrio. Em 1700 publicou-se na Itália “De Morbis Artificum Dia Triba” do médico Bernardino Ramazzini, “o pai da medicina do trabalho”. Nessa obra foram descritas cerca de cem profissões e os riscos específicos de cada uma delas. Descrições baseadas nas observações clínicas do autor que sempre perguntava aos pacientes: ”Qual a sua ocupação ?”. Com a invenção da máquina de fiar, ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial. Até aí, o artesão era dono dos seus meios de produção. O alto custo das máquinas não mais permitiu que o artesão as possuísse. Quando os capitalistas viram as chances de lucro, decidiram comprar máquinas e empregar pessoas para fazê-las funcionar. Surgiram assim as primeiras fábricas de tecidos e, com elas, o Capital e o Trabalho. Com o advento das máquinas a vapor, a indústria, que não precisava mais dos rios para fazer as máquinas movimentarem-se, veio para as cidades, onde havia farta mão-de-obra. No crescimento desenfreado das fábricas não havia cuidados quanto à saúde da mão-de-obra, Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 47 constituída de homens, mulheres e crianças. Chegou-se ao cúmulo de se vender crianças para suprir a mão de obra. No final do século XVIII, a indústria inglesa ofereceu melhores salários mas causou problemas ocupacionais sérios: altos índices de acidentes e de moléstias profissionais eram causados pelo trabalho em máquinas sem proteção, pelo trabalho executado em ambientes fechados onde a ventilação era precária e o ruído atingia limites altíssimos e pela inexistência de limites de horas de trabalho. Em 1802 o Parlamento Britânico aprovou a 1ª lei de proteção ao trabalhador: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno, obrigou os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e tornou obrigatória a ventilação destas. Três décadas mais tarde, uma comissão parlamentar de inquérito sobre doenças do trabalho elaborou um relatório que concluía: “Diante desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores - homens e mulheres, meninas, abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana. Cada um deles era a evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo de uma crueldade humanado homem para com o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes”. A denúncia da Comissão fez com que, em 1833, surgisse a 1ª lei realmente eficiente de proteção ao trabalhador: a “Lei das Fábricas” (Factory Act). Criava restrições às empresas têxteis em que fosse usada a força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitava as horas de trabalho destes a 12 por dia e 60 por semana; as fábricas eram obrigadas a ter escolas, que seriam freqüentadas pelos trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e um médico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua idade. Em 1867 incluiu-se nesta lei mais moléstias e estipulou-se a proteção das máquinas e a ventilação mecânica para o controle de poeiras; proibiu-se a ingestão de alimentos nos ambientes sob atmosferas nocivas da fábrica. Foi na Grã-Bretanha onde primeiro foram registradas medidas em atenção à boa saúde do trabalhador. Lá foi criado o 1º órgão fiscalizador do Ministério do Trabalho para apurar doenças profissionais e realizar exames médicos pré-admissionais e periódicos. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 48 A evolução da Revolução Industrial resultou no aparecimento dos serviços de saúde ocupacional em vários países europeus. Na França, em 1946, tornou-se obrigatória a existência de serviços de saúde ocupacional em estabelecimentos, industriais ou comerciais, onde trabalhassem mais de dez pessoas. Mais recentemente, na Espanha e em Portugal, outras leis obrigaram à criação de serviços de saúde ocupacional em empresas com mais de quinhentos trabalhadores. Nos Estados Unidos os serviços de saúde ocupacional não existiam até a entrada em vigor de leis sobre indenizações em casos de acidente de trabalho. Por isso, os empregadores estabeleceram, no início deste século, os primeiros serviços de saúde ocupacional com o principal objetivo de reduzir o custo das indenizações. Em meados do século a importância da proteção dos trabalhadores atingiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu a “Recomendação para os serviços de saúde ocupacional, 1959” que determinava serem objetivos dos serviços de saúde ocupacional instalados em um estabelecimento de trabalho, ou em suas proximidades: 1) Proteger os trabalhadores contra riscos à sua saúde, que possam decorrer do seu trabalho ou das condições em que este é realizado. 2) Contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador, obtido especialmente pela adaptação do trabalho aos trabalhadores, e pela colocação destes em atividades profissionais para as quais tenham aptidões. 3) Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau possível de bem- estar físico e mental dos trabalhadores. No Brasil as estatísticas sobre doenças profissionais e sobre acidentes do trabalho eram tão alarmantes que o Governo Federal baixou a portaria 3.237, de 17 de julho de 1972, que tornou obrigatória a existência de Serviços de Medicina do Trabalho e de Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as empresas com mais de cem trabalhadores. A Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e as normas regulamentadoras aprovadas pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 dão continuidade à legislação de proteção ao trabalhador brasileiro. Atualmente são trinta e cinco as normas regulamentadoras do trabalho: NR – 01 - Disposições GeraisNR – 02 - Inspeção Prévia NR – 03 - Embargo ou interdição Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 49 NR – 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT NR – 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA NR – 06 - Equipamento de proteção Individual – EPI NR – 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO NR – 08 - Edificações NR – 09 - Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA NR – 10 –Segurança em instalações e serviços em eletricidade NR – 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais NR – 12 –Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos NR – 13 - Caldeiras e vasos de pressão NR – 14 - Fornos NR – 15 - Atividades e operações insalubres NR – 16 - Atividades e operações perigosas NR – 17 - Ergonomia NR – 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. NR – 19 - Explosivos NR – 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis NR – 21 - Trabalho a céu aberto NR – 22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração NR – 23 - Proteção contra incêndios NR – 24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho NR – 25 - Resíduos industriais NR – 26 - Sinalização de segurança NR – 27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho NR – 28 - Fiscalização e penalidades NR – 29 – Segurança e saúde no trabalho portuário NR - 30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário NR – 31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura NR – 32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde NR – 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados NR – 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil e reparação naval NR – 35 – Trabalho em altura ACIDENTES DO TRABALHO 2.1 - ACIDENTES DO TRABALHO Os acidentes no trabalho causam, em qualquer comunidade, prejuízos que são um sério obstáculo ao desenvolvimento sócio-econômico de um país porque debilitam o trabalhador, restringem a sua capacidade de produção além de poderem causar danos às máquinas, equipamentos e instalações de uma empresa. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 50 Para se determinar e combater as causas dos acidentes do trabalho é necessário, primeiramente, conhecermos as definições de acidente do trabalho. 2.1.1 - CONCEITO LEGAL No Brasil, o Decreto nº 61.784 de 28 de novembro de 1967, em seu Art. 3º assim define acidente de trabalho: 2.1.2 - CONCEITO PREVENCIONISTA De acordo com o conceito prevencionista: Ex.: A queda de um objeto do empilhamento mal feito, sem vítima. No conceito legal o legislador se interessou em definir o acidente para proteger o trabalhador acidentado garantindo-lhe o pagamento do salário enquanto estiver impossibilitado de trabalhar, ou indenizando-o quando houver lesão incapacitante permanente. O conceito prevencionista, alertanos que o ferimento é apenas uma das conseqüências do acidente, pois o acidente pode ocorrer sem provocar lesões. Estatísticas mostram que em cada 300 acidentes do trabalho, 272 são acidentes sem lesões, 27 são acidentes que causam lesões leves e apenas 1 causa lesões graves. Acidente do Trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou a perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Acidente do Trabalho é um fato inesperado, não planejado, que interrompe ou interfere num processo normal de trabalho, resultando em lesão e/ou danos materiais e/ou perda de tempo. Como não podemos prever se de um acidente vai resultar, ou não, uma lesão no trabalhador, concluímos que devemos tentar evitar todo e qualquer tipo de acidente. 2.1.3 - CASOS CONSIDERADOS COMO ACIDENTES DO TRABALHO O acidente sofrido no local e no horário dotrabalho em consequência de: ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou companheiros de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiros ou de companheiro de trabalho; Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 51 ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho: na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por estar dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Entende-se como percurso o trajeto usual da residência ou do local de refeição para o trabalho, ou deste para aqueles, locomovendo-se o empregado a pé ou valendo-se de transporte da empresa ou próprio ou da condução normal. O Decreto estabelece ainda, que no período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião de satisfação de outra necessidade fisiológica, no local ou durante o horário de trabalho, o empregado será considerado a serviço da empresa. Para fins legais, equipara-se ainda ao acidente do trabalho: doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Segundo a legislação em vigor, doença profissional é aquela inerente a determinado ramo de atividade. Podem ser relacionadas como doenças do trabalho, resultantes das condições especiais em que a atividade se realiza: a epilepsia, quando decorre de um acidente de trabalho; a lepra, quando o trabalho obriga o contato permanente com hansenianos; o câncer, quando o trabalhador está sujeito às poeiras ou trabalho em ambiente cancerígeno; a neurose, Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 52 quando a sua manifestação ocorre ao tempo do trabalho ou é atribuída às condições em que ele se realiza. A doença profissional ou do trabalho, para que se equipare a o acidente do trabalho, deverá acarretar incapacidade temporária ou permanente para o trabalho. Não são consideradas como doença do trabalho: a doença degenerativa; a inerente ao grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. IMPORTANTE: Todo o acidente do trabalho, por mais leve que seja, deverá ser comunicado à empresa, que providenciará a CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato. A CAT deverá ser preenchida em seis vias, com a seguinte destinação: 1ª via - ao INSS; 2ª via - à empresa; 3ª via - ao segurado ou dependente; 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador; 5ª via - ao Sistema Único de Saúde-SUS; 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho. A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Agência da Previdência Social foi registrada. A Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita pela empresa, ou na falta desta o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico assistente ou qualquer autoridade pública. No caso de doença profissional ou do trabalho, considera-se como dia do acidente a data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da entrada do pedido do benefício no INSS, a partir de quando serão devidas as prestações cabíveis. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 53 No final deste capítulo, você encontrará um formulário de CAT 2.1.3.1 - DIFERENÇA ENTRE DOENÇA E ACIDENTE DO TRABALHO Entre o acidente do trabalho e a doença profissional há uma tênue diferença que, muitas vezes, é impossível descobrir. O acidente pode ser provocado intencionalmente pelo empregado. O acidente acontece de modo instantâneo e violento. A doença pode ser simulada mas não pode ser criada pelo empregado. Tem uma duração. Não aparece num momento, provocando a lesão corporal, ou a perturbação funcional, ou a morte. Ela se apresenta internamente num processo silencioso. A causa do acidente-tipo é externa. 2.2 – CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO Do ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se fosse eliminado, teria evitado o acidente. As causas dos acidentes podem decorrer de fatores pessoais ou materiais. O reconhecimento das causas pode ser fácil, como no caso de um degrau quebrado de uma escada, ou difícil, quando se precisa determinar as causas de uma sequência em cadeia que originaram o acidente. Pode-se dizer que a maioria dos acidentes tem mais de uma causa. As causas fundamentais dos acidentes do trabalho são classificadas como atos inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança. 2.2.1 – ATOS INSEGUROS Atos inseguros são as ações ou omissões, maneiras pelas quais o trabalhador se expõe, voluntariamente ou não, a riscos de acidentes. Responsáveis por 80% dos acidentes, os atos inseguros mais comuns são: Brincadeiras em serviço (ofender, distrair, assustar, discutir, jogar objetos, gritar, etc.); Desconhecimento das regras de segurança ou dos métodos seguros de trabalho; Emprego incorreto das ferramentas ou de ferramentas sabidamente defeituosas; Excesso de confiança dos que se julgam imunes a acidentes; Fadiga física ou mental, que pode prejudicar os reflexos normais do trabalhador. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 54 Falta de habilidade para o desempenho da atividade (pode ocorrer por treinamento insuficiente); Levantamento de cargas de forma imprópria; Negligência, como no caso do trabalhador que não usa os EPI’s recomendados; Permanecer sob cargas suspensas ou em locais perigosos, junto a máquinas ou à passagem de veículos; Remover dispositivos de proteção ou alterar o seu funcionamento, tornando-os ineficientes; Realizar operações para as quais não esteja devidamente autorizado; Trabalhar, sem necessidade, com equipamento em movimento ou perigoso (manutenção, reparo e lubrificação de máquinas em movimento e realização de trabalhos em equipamentos elétricos energizados); Usar vestimentas inadequadas (salto alto, mangas compridas, gravatas soltas, cabelos compridos soltos, anéis, pulseiras, etc.); Uso inadequado de equipamentos (sobrecarregar veículos, andaimes, etc.); Velocidades perigosas (operar máquinas em suasvelocidades limites ou em velocidades inseguras, pular de locais elevados, atirar materiais ao invés de transportá-los, etc.). Não são considerados como atos inseguros os que emanarem da chefia ou as ações realizadas em obediência às instruções de superiores. Estes casos devem ser considerados como condições inseguras. 2.2.2 – CONDIÇÕES INSEGURAS São responsáveis por 18% dos acidentes. Exemplos de condições inseguras: Condições inseguras de um ambiente de trabalho são as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carências de dispositivos de segurança, e outras que põem em risco a integridade física ou a saúde do trabalhador ou a própria segurança das instalações e equipamentos. Arranjos físicos e arrumações perigosas (empilhamento perigoso, armazenagem irregular ou perigosa, passagens obstruídas, etc.); Condições defeituosas dos equipamentos (grosseiro, cortante, corroído, fraturado, de qualidade inferior, etc.); Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 55 Condições precárias das instalações físicas (escadas, tubulações, rampas, instalações e pisos escorregadios, corroídos, sobrecarregados, mal conservados ou quebrados); Construções ou projetos inseguros; Equipamentos de proteção defeituosos ou mal sinalizados (extintores descarregados ou com a carga vencida); Iluminação ou ventilação incorreta ou inadequada; Má distribuição de horários e tarefas; Material mal identificado ou não identificado; Proteção mecânica ou elétrica inadequada (falta de aterramento em instalações elétricas); Operações e processos perigosos; Riscos naturais provenientes de irregularidades e instabilidades dos solos, intempéries, animais selvagens (nos trabalhos externos ou “a céu aberto”). Importante: Não devemos confundir a condição insegura com o risco inerente de certas operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos serviços que envolvem eletricidade. Instalações elétricas mal feitas ou improvisadas, fios expostos, etc., são condições inseguras. 2.2.3 – FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA A caracterização do fator pessoal de insegurança não é fácil, exigindo o exame apurado das circunstâncias em que ocorreu o acidente. O fator pessoal de insegurança, como o ato inseguro, não é necessariamente causado pelo trabalhador acidentado, podendo ser provocado por terceiros. Os fatores pessoais de insegurança predominantes são: Alcoolismo ou uso de substâncias tóxicas ou de drogas; Conhecimento ou treinamento insuficiente; Defeito físico ou incapacidade física para o serviço executado (principalmente órgãos do sentido); Desconhecimento do risco ou de práticas seguras para a execução do serviço; Desrespeito às instituições e normas de segurança; Falta de interesse pela atividade que desempenha; Má interpretação do perigo; Nervosismo ou excesso de confiança; Preocupação com outros problemas; Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 56 Problemas de saúde não tratados (mentais e nervosos); Problemas diversos de ordem social; Problemas familiares. Fator pessoal de insegurança é a característica mental ou física que leva o trabalhador à prática do ato inseguro. 2.3 - CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO Muitas vezes, pior que o próprio acidente são as suas consequências. Todos perdem. Perde o empregador, com a perda da mão-de-obra, de material, de equipamentos, de tempo, e, consequentemente, com a elevação dos custos operacionais. Perde o governo, com o número crescente de inválidos e dependentes da Previdência Social. Perde o empregado, que fica incapacitado temporária ou permanentemente para o trabalho, de forma total ou parcial, e a sua família que passa a ter o padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais. Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa por apenas algumas horas, quando é chamado de acidente sem afastamento. É o que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna em seguida. Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador não retornar ao trabalho imediatamente ou até a jornada seguinte temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar: a) Na incapacidade temporária, que é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais. b) Na incapacidade total e permanente, que é a invalidez para o trabalho. c) Na incapacidade parcial permanente, que é a diminuição, para o resto da vida, da capacidade física total para o trabalho desenvolvido. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista. 2.3.1 - PREJUÍZOS IMEDIATOS PARA O GOVERNO a) Pagamento, através do INSS, de benefícios previdenciários ao trabalhador acidentado ou a seus dependentes. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 57 b) pagamento de despesas médico-hospitalares no tratamento do acidentado, inclusive com o fornecimento de próteses. c) despesas com a reabilitação profissional do trabalhador acidentado. d) assistência reeducativa e readaptativa profissional: Reeducativa quando, depois da assistência, o funcionário retorna para a mesma função; Readaptativa quando, após a assistência, o funcionário vai para outra função. Os principais benefícios concedidos pela Previdência Social, através do INSS quando da ocorrência de acidentes do trabalho são: (Regulamento dos “Benefícios da Previdência Social” aprovado pelo decreto no. 2.172, de 05/03/97) Reabilitação Profissional: Serviço que o INSS coloca à disposição de seus segurados, inclusive aposentados e dependentes. Tem como objetivo proporcionar aos segurados e dependentes incapacitados (parcial ou totalmente), os meios indicados para a (re)educação e (re)adaptação profissional e social, de modo que possam voltar a participar do mercado de trabalho. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar, que envolve médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, fisioterapeutas, entre outros. O serviço é extensivo aos dependentes, de acordo com as disponibilidades técnico- financeiras do INSS. Auxílio-doença: Beneficio previdenciário devido ao segurado que ficar temporariamente incapacitado para o seu trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. A empresa paga os primeiros 15 dias de afastamento. O INSS paga a partir do 16° dia de afastamento. O valor do auxílio doença acidentário corresponde a 91% do salário de benefício. O auxílio-doença deixa de ser pago: quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho; quando este benefício se transformar em aposentadoria por invalidez; quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia do INSS; quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho. OBS.: Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho: ao empregado doméstico; ao contribuinte individual; Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 58 ao facultativo. Auxílio-acidente: benefício que é concedido, como indenização, ao segurado empregado, trabalhador avulso, segurado especial e ao médico residente que estiver recebendo auxílio-doença, quando a consolidação das lesões decorrentes de acidente de trabalho resultarem em sequela definitiva que implique reduçãoda capacidade para o trabalho e/ou impossibilite o desempenho da atividade exercida na época do acidente. O auxílio- acidente será devido a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença. O seu valor corresponde a 50% do salário de benefício que deu origem ao auxílio doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio acidente e será devido até a véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. Aposentadoria por invalidez: É o benefício a que tem direito o segurado que, estando ou não recebendo auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e não sujeito à reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Não é concedida aposentadoria por invalidez ao segurado que, ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, já era portador da doença ou da lesão que geraria o benefício, salvo quando a incapacidade decorreu de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. A aposentadoria por invalidez começa a ser paga: A contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, caso o segurado o esteja recebendo. Para o segurado que não recebe auxílio-doença: para o segurado empregado a partir do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias. para os demais segurados a partir da data do início da incapacidade ou; a partir da data da entrada do requerimento, quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade. A aposentadoria por invalidez deixa de ser paga: quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho; quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho; quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do INSS. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 59 O valor da aposentadoria por invalidez é 100% do salário de benefício, caso o segurado não estivesse recebendo auxílio-doença. Se o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação. Aposentadoria especial - É o benefício a que tem direito o segurado, que tiver trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física. O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais a saúde ou integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. Considera-se tempo de trabalho, os períodos correspondentes ao exercício de atividade permanente e habitual (não ocasional nem intermitente), durante toda a jornada de trabalho. A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita em formulário próprio do INSS, preenchido pela empresa ou seu preposto com base em laudo técnico de condições ambientais de trabalho, expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da legislação trabalhista. O INSS exige carência para este benefício: 180 contribuições mensais para o segurado inscrito a partir de 25.07.91; Os inscritos até 24.07.91 devem obedecer a uma tabela progressiva de carência. A aposentadoria especial começa a ser paga: Para o segurado empregado: a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias após o desligamento. a partir da data da entrada do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias do desligamento. Para o trabalhador avulso: a partir da data da entrada do requerimento. O valor da aposentadoria especial é 100% do salário de benefício. O aposentado por tempo de contribuição, especial ou idade pelo Regime Geral de Previdência Social que permanecer ou Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 60 retornar à atividade sujeita a este regime, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário família, salário maternidade e à reabilitação profissional. Pensão por morte: É o benefício a que têm direito os dependentes do segurado que falecer. Há três classes de dependentes: Classe I: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; Classe II: os pais; Classe III: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. Observações: Por determinação judicial proferida em Ação Civil Pública também fará jus a pensão por morte quando requerida por companheiro ou companheira homossexual. A condição de invalidez do dependente maior de 21 anos deverá ser atestada pela perícia do INSS. Enteados e tutelados equiparam-se a filhos. Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinte perdem o direito à pensão por morte. Também perde o direito ao benefício o dependente que passar à condição de emancipado. A pensão por morte começa a ser paga: a partir da data do óbito do segurado, se requerida até 30 dias do falecimento; a partir da data do requerimento, se requerida após 30 dias do falecimento; a partir da data da decisão judicial, quando se tratar de morte presumida. A pensão por morte deixa de ser paga: Pelo falecimento do pensionista; Pela extinção da cota do último pensionista; Se quem recebe a pensão é o filho ou o irmão, o benefício deixa de ser pago quando esse dependente se torna emancipado, ou completa 21 anos (a menos que seja inválido); Se quem recebe a pensão é inválido, o benefício deixa de ser pago cessar a invalidez. O valor da pensão por morte corresponde a 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia quando faleceu ou 100% da aposentadoria por invalidez a que teria direito na data do óbito. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 61 Todos os benefícios baseiam-se no salário-beneficio (SB) que é igual: à média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente, a partir do mês 07/94 - para os inscritos até 28/11/99 à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo - para os inscritos a partir de 29/11/99 Observação: O trabalhador que sofrer acidente de trabalho tem garantia da manutenção do contrato de trabalho até 12 meses após a cessação do acidente do trabalho. 2.3.1.1 – A DOENÇA E O ACIDENTE DO TRABALHO NO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA E NO AVISO PRÉVIO Se, durante o contrato de experiência o empregado adoecer, a empresa pagará os primeiros 15 dias e ele entrará em auxílio-doença no INSS, do qual não sairá antes de vencidos os 90 dias do contrato. Se, a doença se aparecer no 80° dia do contrato, a empresa deverá pagar apenas os 10 dias que faltam para o contrato terminar. O doente desempregado deverá passar a receber, de imediato, o auxílio-doença. De acordo com o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho “O contrato por prazo determinado não tem seu termo prorrogado em virtude de licença médica do empregado, salvo se houver prévia estipulação das partes contratantes” (AC-TP 1975/85, DOU de 8/11/85). Se, o empregado adoecer ou se acidentar no 20º dia do aviso prévio, a empresa deverá pagar- lhe os 10 dias restantes e o contrato ficará rescindido. O INSS deverá, de imediato, conceder- lhe o auxílio-doença. Porém, se a doença se apresentarno 10° dia do aviso prévio, a empresa pagará os primeiros 15 dias e o empregado entrará em auxílio-doença. No trigésimo dia do aviso prévio o contrato estará rescindido de acordo com o artigo 489 da CLT. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 62 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 63 RISCOS AMBIENTAIS Como visto no capítulo anterior, os riscos de operação, como por exemplo, máquinas desprotegidas, pisos escorregadios e empilhamentos precários são chamados de condições inseguras. As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presença de vapores tóxicos no processo de trabalho, o calor intenso ou o frio excessivo, são chamados de riscos ambientais. Assim, definimos: Estes riscos podem afetar o trabalhador de imediato ou a longo prazo, provocando acidentes com lesões ou doenças do trabalho. A ocorrência das doenças do trabalho dependerá sempre da ação simultânea de fatores relativos ao agente ambiental, à atividade profissional e a susceptibilidade do indivíduo ao agente ambiental. Por causa disto, estes três fatores deverão ser sempre estudados em conjunto para uma análise real do risco que os agentes ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores. A legislação obriga que os riscos ambientais sejam eliminados ou minimizados em sua intensidade ou exposição e assegura aos trabalhadores a percepção de adicionais por insalubridade de até 40% sobre o salário mínimo sempre que a concentração, a intensidade ou a exposição aos agentes nocivos exceder os limites de tolerância determinados na NR-15- Atividades e Operações Insalubres. 3.1 – AGENTES AMBIENTAIS Os fatores que originam as doenças do trabalho são chamados agentes ambientais e são classificados, de acordo com a sua natureza e forma de atuação no organismo humano como agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, agentes ergonômicos e os riscos de acidentes (mecânicos). 3.2 - RISCOS FÍSICOS Os riscos físicos, causados pelos AGENTES FÍSICOS, normalmente estão relacionados com os equipamentos utilizados no processo produtivo. São RISCOS AMBIENTAIS são os riscos existentes nos ambientes de trabalho capazes de causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 64 São eles: os ruídos, as vibrações mecânicas, as radiações ionizantes e as não ionizantes, o frio ou o calor extremo, as pressões anormais e a umidade. 3.2.1 - O Ruído Embora seja o risco profissional mais freqüente na indústria, nem sempre recebe a atenção que merece. O ruído produz redução da capacidade auditiva do trabalhador e sua exposição intensa e prolongada atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo. 3.2.2 - As Vibrações Mecânicas De relativa freqüência na indústria, a vibração mecânica é subdividida em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro. As vibrações localizadas são características de operações com ferramentas manuais elétricas ou pneumáticas e podem produzir, a longo prazo, alterações neuro-vasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nas articulações das mãos e braços além da osteoporose (perda da substância óssea). As vibrações de corpo inteiro, a que estão sujeitos os operadores de grandes máquinas e motoristas de caminhões e tratores, podem produzir problemas na coluna vertebral, dores lombares, além de haver suspeita de causarem lesões nos rins. 3.2.3 - As Radiações ionizantes e não-ionizantes As radiações são chamadas ionizantes porque produzem, nos materiais sobre os quais incidem, a subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas eletricamente carregadas. São provenientes de materiais radioativos como os raios Alfa, Beta e Gama ou são produzidas artificialmente em equipamentos como o de raios X. A sua manipulação deve obedecer a rigorosas normas de segurança e de proteção individual. Os raios Alfa e Beta possuem menor poder de penetração nos organismos e oferecem menor risco; mas os raios X e Gama, de natureza eletromagnética, possuem alto poder de penetração e podem causar a anemia, a leucemia, o câncer e outras alterações genéticas que podem comprometer fisicamente gerações futuras. As radiações não-ionizantes são as de natureza eletromagnética e os seus efeitos dependem de fatores como a duração, a intensidade de exposição, o comprimento de onda, etc. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 65 Como exemplo temos: Radiação infravermelha, ou calor radiante. É encontrada em siderúrgicas, metalúrgicas, na fabricação do vidro e em trabalhos ao ar livre onde os operários ficam expostos à radiação solar. Além da sobrecarga térmica imposta ao trabalhador pode causar queimaduras e catarata. A radiação ultravioleta é encontrada em operações com solda elétrica, fusão de metais e no controle de qualidade de peças com lâmpadas especiais. Além de estar relacionada ao câncer de pele, pode causar queimaduras, eritema e conjuntivite. A radiação laser é utilizada largamente na indústria, nos trabalhos topográficos e geodésicos, na medicina e nas telecomunicações. Os principais efeitos são as queimaduras na pele e nos olhos que variam de gravidade de acordo com a intensidade e a duração da exposição. As micro-ondas são produzidas em instalações de radio transmissão e de radar e utilizadas em telecomunicações, alguns processos de secagem de materiais. De acordo com a intensidade das estações de transmissão ou com a energia liberada nos processos de secagem, os operadores podem estar sujeitos à catarata, ao superaquecimento dos órgãos internos, hipertensão, alterações no sistema nervoso central, aumento da atividade da glândula tireoide, etc. 3.2.4 - Temperaturas extremas São as condições térmicas rigorosas em que são realizadas diversas atividades profissionais. O calor extremo é responsável por uma série de problemas que afetam a saúde e o rendimento do trabalhador como a intermação ou insolação, a prostração térmica, a desidratação e as câimbras de calor. O frio intenso pode provocar o enregelamento dos membros, a hipotermia (queda da temperatura do núcleo do corpo) além de lesões na epiderme do trabalhador, conhecidas como ulcerações de frio. 3.2.5 - Pressões Anormais Encontradas em trabalhos submersos ou realizados abaixo do nível do lençol freático. Dos problemas que mais comumente afetam os trabalhadores sujeitos a pressões elevadas, está a embolia. As principais medidas de controle aos riscos físicos são os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) e Individual (EPI’s) a sinalização eficiente. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 66 3.3 - RISCOS QUÍMICOS Os riscos químicos são causados por AGENTES QUÍMICOS, encontrados nas formas sólida, líquida ou gasosa e que penetram no corpo humano por três vias básicas: a via respiratória, a cutânea e a digestória. O grau de toxidade de um agente químico vai depender do seu estado físico, da sua solubilidade, do seu PH e da via de penetração no organismo. Algumas substâncias são inflamáveis ou apresentam risco de explosão quando em determinada proporção no ar atmosférico, ameaçando a integridade física do trabalhador. Quanto ao seu estado físico, os agentes químicos podem ser: Sólidos, como as poeiras, de origem mineral (a de sílica produz asilicose), vegetal (a fibra de algodão produz a bissinose) ou animal, como as provenientes do pelo ou do couro de animais. Os agentes em estado líquido, constituídos por ácidos e solventes. Podem causar danos ao sistema respiratório quando em suspensão no ar, além de queimaduras e irritações quando em contato com a pele. A maioria das exposições aos agentes químicos na indústria se dá quando estes se encontram na forma gasosa. Os agentes mais comuns são o dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio, o monóxido de carbono e os vapores de solventes. De efeitos bastante diversos, chegam a causar a morte, mesmo em pequenas concentrações, como no caso do ácido cianídrico. Quando em suspensão ou dispersão no ar, são chamados de contaminantes atmosféricos e são classificados em: Aerodispersóides, como são chamadas as poeiras, os fumos, as fumaças, as névoas e as neblinas; Gases; Vapores. Segundo a reação causada no organismo humano podemos dividir, a grosso modo, os contaminantes atmosféricos em: 1) Irritantes, os que têm a propriedade de produzir inflamação nos tecidos com os quais entram em contato (amônia, ácido sulfídrico e cloro); Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 67 2) Anestésicos, que apresentam ação depressiva no sistema nervoso central (acetona, éteres e álcoois); 3) Asfixiantes, que podem provocar asfixia por reduzir a concentração de oxigênio no ar ou por interferir no processo de absorção de oxigênio no sangue ou tecidos (Metano, Hélio, Cianuretos, Hidrogênio e Nitrogênio); 4) Intoxicantes Sistêmicos, que tanto causam as lesões agudas como as crônicas: a. podem causar lesões nos órgãos (tetracloreto de carbono e cloreto de vinila), b. lesões no sistema formador do sangue (benzeno, tolueno e xileno), c. lesões no sistema nervoso (álcoois metílico e etílico); 5) Compostos tóxicos inorgânicos, que são sais de não metais (cianureto de sódio ou de potássio, compostos de arsênico, e fluoretos) e metais tóxicos, que podem produzir dermatoses, alterações no sistema nervoso central, câncer, além de intoxicações graves (chumbo, mercúrio, cádmio, manganês, cromo, etc). 6) Material particulado, que são as poeiras, fumos e névoas que não foram classificadas como contaminantes sistêmicos. Podem ser classificadas como: a. Poeiras produtoras de fibroses, que causam endurecimento e perda de flexibilidade dos tecidos pulmonares como a poeira de sílica, que causa a silicose, e a poeira de amianto, causadora de asbestose. b. Poeiras inertes, as que ficam retidas nos pulmões e só apresentam problemas quando presentes em grandes concentrações, como a dos sais complexos de alumínio e a do carvão. c. Partículas alergizantes e irritantes, podem atuar na pele, como a poeira da caviúna, de partículas de óleo de castanha de caju, de cromatos, etc., ou no sistema respiratório como pólens, e as poeiras das sementes de mamona. Como principais medidas de controle temos a mudança de processo, a mudança de matérias- primas, o enclausuramento do processo, a ventilação local adequada, os exames médicos frequentes, os Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual e a sinalização eficiente. 3.4 - RISCOS BIOLÓGICOS Causadores dos riscos biológicos, os AGENTES BIOLÓGICOS são microrganismos invisíveis a olho nu que podem estar presentes na atmosfera do ambiente de trabalho ou podem ser transmitidos por outros seres vivos. Provocam doenças, mau cheiro, deterioração de alimentos, etc. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 68 São eles os Vírus, as Bactérias, os Protozoários, os Fungos, os Parasitas e os Bacilos. Entre as doenças profissionais causadas por agentes biológicos estão a tuberculose, a brucelose, o tétano, a malária, a febre tifoide, a febre amarela e o carbúnculo. As medidas de controle mais comuns nos ambientes onde há o risco biológico são a vacinação; a esterilização; o confinamento do processo; a rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho; os Equipamentos de Proteção Coletiva; a ventilação adequada e o controle médico permanente. 3.5 - RISCOS ERGONÔMICOS Os RISCOS ERGONÔMICOS são aqueles relacionados a fatores fisiológicos e psicológicos. Dentre eles destacamos o esforço físico intenso; o levantamento e o transporte manual de cargas; a necessidade de posturas inadequadas; a atenção, a preocupação e a responsabilidade; os controles rígidos de produtividade; os ritmos excessivos de trabalho; os trabalhos em turnos e os noturnos; as jornadas de trabalho prolongadas; a monotonia; a repetitividade além de outras situações causadoras de fadiga física e/ou psíquica. Das medidas de controle no caso dos riscos ergonômicos citamos a conscientização dos riscos, o projeto de máquinas e equipamentos perfeitamente adaptados ao operário, o treinamento adequado, a assistência médico psicológica do empregado, a adoção de ritmos e posições adequadas de trabalho, as pausas durante a jornada de trabalho, etc. 3.6 - RISCOS DE ACIDENTES Os RISCOS DE ACIDENTES (mecânicos) estão relacionados aos equipamentos utilizados e às condições físicas do local de trabalho, como por exemplo: Arranjo físico inadequado, A eletricidade, Probabilidade de incêndio ou explosão, Armazenamento inadequado, Sinalização inadequada ou deficiente, Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. Para controlar os riscos de acidentes devemos estudar arranjos físicos mais adequados, utilizar Equipamentos de Proteção Coletiva, só utilizar ferramentas na função para a qual elas foram Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 69 projetadas e eliminá-las quando defeituosas, determinar os níveis ideais de iluminamento de cada ambiente de trabalho, treinar o pessoal no combate aos princípios de incêndio, além de manter uma sinalização de segurança eficiente. 4.5 – PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS A NR-09 obriga a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, através da antecipação do reconhecimento, da avaliação e do controle da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a existir, no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. O PPRA é desenvolvido sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores e sua profundidade depende das características dos riscos e das necessidades de controle. A NR-09 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, existentes nos ambientes de trabalho, que causam danos à saúde do trabalhador. Consideram-se agentes físicos as formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, como vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, ruído, radiações ionizantes e não ionizantes, infra- som e ultra-som. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 70 Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que penetram no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que sejam absorvidos através da pele ou por ingestão. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. O PPRA deve conter a seguinte estrutura: a) planejamento anual com metas, prioridades e cronograma indicando os prazos para desenvolvimento das etapas e cumprimento das suas metas; b) estratégia e metodologiade ação; c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados; d) periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento. Deve ser efetuada, pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do desenvolvimento e estabelecimento de novas metas e prioridades. O PPRA deve estar descrito num documento-base, cujas alterações e complementações são discutidas na CIPA. O PPRA inclui as seguintes etapas: a) antecipação e reconhecimento dos riscos; b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) monitoramento da exposição aos riscos; f) registro e divulgação dos dados. A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA são feitas pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas capazes de desenvolver o disposto na NR-09. A antecipação envolve a análise dos métodos de trabalho das instalações novas ou da modificação dos existentes, identificando os riscos e introduzindo medidas para sua eliminação. O reconhecimento dos riscos ambientais consta de: a) sua identificação; b) determinação e localização das fontes geradoras; c) identificação das trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 71 d) identificação das funções e do número de trabalhadores expostos; e) caracterização das atividades e do tipo de exposição; f) obtenção de dados existentes na empresa, que indicam comprometimento da saúde decorrente do trabalho; g) danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; h) descrição das medidas de controle existentes. A avaliação quantitativa é realizada para: a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa de reconhecimento; b) dimensionar a exposição dos trabalhadores; c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle. São adotadas medidas para a eliminação ou a minimização dos riscos ambientais sempre que verificadas uma das seguintes situações: a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde c) quando os resultados das avaliações quantitativas excedem os valores previstos na NR- 15 ou, na ausência destes, os valores de exposição adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que forem estabelecidos, desde que mais rigorosos; d) quando fica caracterizado o nexo causal entre danos à saúde dos trabalhadores e o trabalho desenvolvido. O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva obedece à seguinte hierarquia: a) medidas que eliminam ou reduzem a formação de agentes prejudiciais à saúde; b) medidas que previnem a liberação desses agentes no ambiente; c) medidas que reduzem a concentração desses agentes no ambiente. A implantação de medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada do treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que asseguram a sua eficiência e de informação sobre as limitações de proteção que oferecem. Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 72 encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, devem ser adotadas outras medidas, obedecendo à seguinte hierarquia: a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI. A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais em vigor e envolver: a) seleção de EPI adequado ao risco e à atividade exercida, considerando a eficiência e o conforto oferecido, segundo avaliação do usuário; b) treinamento dos trabalhadores quanto à utilização e às limitações de proteção do EPI; c) estabelecimento de normas para o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI; d) caracterização das atividades dos trabalhadores, com a identificação dos EPI's utilizados para os riscos ambientais. O PPRA estabelece critérios de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no PCMSO. O empregador deve manter um registro de dados, de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esses dados devem ser mantidos por um período de 20 anos e estar sempre disponíveis aos trabalhadores ou seus representantes e às autoridades competentes. É responsabilidade do empregador estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa. É responsabilidade dos trabalhadores: a) colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; b) seguir as orientações recebidas nos treinamentos do PPRA; c) informar ao seu superior ocorrências que impliquem riscos à saúde. Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas e receber informações que assegurem proteção aos riscos ambientais identificados pelo PPRA. Os empregadores devem informar aos trabalhadores dos riscos ambientais que possam originar nos locais de trabalho e dos meios para preveni-los ou protegerem-se dos mesmos. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 73 Quando vários empregadores realizam simultaneamente atividades no mesmo local de trabalho devem executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados. O conhecimento que os trabalhadores têm dos processos de trabalho e dos riscos ambientais presentes devem ser considerados, assim como o Mapa de Riscos, na execução do PPRA. O empregador deve garantir que, na ocorrência de riscos ambientais que coloquem em situação de risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper imediatamente as suas atividades, comunicando o fato ao seu superior para as providências. 4.6 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA Tipicamente preventiva, a inspeção de segurança é uma forma antiga e bastante eficaz de se evitar acidentes. Ela possibilita a determinação dos riscos e de seus meios preventivos antes da ocorrência dos acidentes, para podermos propor medidas que impeçam a ação desses riscos. De acordo com a frequência, as inspeções podem ser: a) Rotineiras, quando estabelecidas por normas de segurança ou por procedimentos de trabalho. Ex.: Cordas, escadas, ferramentas manuais. b) Periódicas, quando efetuadas, conforme prévia programação, em intervalos regulares. Podem ser diárias, anuais, quinzenais, etc. Visam apontar riscos previstos que possam surgir de quando em quando devido a desgastes, exposição, etc. Ex.: Extintores, caldeiras, elevadores. c) Eventuais quando caracterizadas por ato espontâneo, não planejado. Não têm dia certo ou período estabelecido. Devem ser feitas em conjunto com o pessoal do SESMT. Para impedir as situações de risco e as condições inseguras encontradas pelas inspeções de segurança, elaboramos um Relatório de Inspeção. Neste relatório, que deve ser conciso, são anotadas as condições inseguras e são abordados os pontos principais da inspeção: condições de meio-ambiente, equipamentos de combate a incêndios, EPI’s, EPC’s, máquinas, ferramentas, equipamentos, veículos, etc. O relatório aponta com clareza o tipo de risco a sercorrigido. Riscos susceptíveis de correção imediata assim como os que implicam em perigo imediato devem ser resolvidos no ato da inspeção. Nunca deverá ser arquivado um Relatório de Inspeção que contenha recomendações ou medidas pendentes de execução. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 74 4.7 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES A CIPA tem como uma das mais importantes atribuições a de investigar os acidentes para que eles não se repitam. Uma investigação de acidentes bem feita tem grande importância na prevenção de acidentes futuros. Para essa investigação os membros da CIPA devem estar aptos a apurar o que teria ocorrido para provocar o acidente. A experiência dos membros do SESMT, bem como a de todos os trabalhadores da empresa, ajudará, com certeza, a descobrir a melhor medida de controle a ser adotada. Quanto maior a quantidade das fontes de informação e pesquisa, melhor será o resultado da investigação. Para isso as empresas devem manter arquivos de dados estatísticos sobre segurança do trabalho para que todos tenham acesso às informações. Quando investigamos um acidente devemos seguir algumas diretrizes: investigar o acidente imediatamente após a sua ocorrência; obter os fatos; registrar o ocorrido em relatório, analisar os fatos sem preconceitos, propor medidas para que o fato não se repita. Para encontrar as causas dos acidentes devemos analisá-los com as seguintes perguntas: “o que?”, “porque?”, “quando?”, “onde?”, “com quem?”, “como?” o acidente ocorreu e para isso necessitamos saber: nome do acidentado; idade; ocupação; seção em que trabalha; descrição do acidente; parte do corpo atingida. Durante a investigação são apurados os fatores básicos: o agente da lesão, fatores pessoais, o tipo de acidente, as condições inseguras e os atos inseguros. Os agentes da lesão são as máquinas, peças ou materiais em processo, os produtos químicos, a eletricidade, os pisos, as escadas, as ferramentas, etc. Os tipos de acidente são as batidas contra, as batidas por, a queda de objetos ou de pessoas, os contatos com temperaturas extremas ou com a eletricidade, a prensagem entre objetos, etc. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 75 COLETIVA e INDIVIDUAL 5.1 – DEFINIÇÃO É importante observar que o E.P.I. não evita o acidente, mas impede ou atenua uma lesão sofrida pelo trabalhador como consequência de um acidente. O E.P.I. adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, deve ser fornecido pela empresa aos empregados, gratuitamente, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; c) para atender às situações de emergência. As recomendações ao empregador, quanto ao E.P.I. adequado ao risco existente em determinada atividade, são de competência do SESMT ou da CIPA, caso a empresa esteja desobrigada de manter o SESMT. Nas empresas desobrigadas de manterem CIPA, cabe ao empregador, mediante orientação técnica, fornecer e determinar o E.P.I. adequado. O E.P.I., de fabricação nacional ou estrangeira, só poderá ser colocado à venda, comercializado ou utilizado, quando possuir Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração – MTA. O fabricante é responsável pela manutenção da mesma qualidade do E.P.I.- padrão que deu origem ao CA. 5.2 - EXIGÊNCIAS LEGAIS FEITAS À EMPRESA E AO EMPREGADO Obriga-se a Empresa, quanto ao E.P.I., a: a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado. Conforme estipulado na NR-06, Equipamento de Proteção Individual é todo o dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. b) fornecer ao empregado somente E.P.I. aprovado pelo MTA e de fabricantes cadastrados no DNSST/MTA; c) treinar o trabalhador sobre seu uso adequado; d) tornar obrigatório o seu uso; Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 76 e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódicas; g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no E.P.I.. Obriga-se o empregado, quanto ao E.P.I., a: a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso. 5.3 - RELAÇÃO DOS E.P.I.s MAIS COMUNS E SUA UTILIZAÇÃO 5.3.1 - PROTEÇÃO PARA A CABEÇA a) Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas; b) Óculos de segurança para trabalhos em que haja o risco de ferimentos nos olhos, provenientes de: impacto de partículas; respingos de líquidos agressivos e metais em fusão; irritação por poeiras ou pela ação de radiações perigosas; c) Máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico; d) Capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a: agentes meteorológicos; impactos provenientes de quedas ou projeção de objetos; queimaduras ou choque elétrico. Óculos de Segurança, Protetores Faciais e Capacete de Segurança 5.3.2 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em trabalhos onde haja perigo de lesão provocada por: materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes; produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 77 solventes orgânicos e derivados de petróleo; materiais ou objetos aquecidos; choque elétrico; radiações perigosas; frio e agentes biológicos. 5.3.3 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES calçados de proteção contra riscos de origem mecânica; impermeáveis, para trabalhos em locais úmidos, lamacentos ou encharcados; resistentes a agentes químicos agressivos; contra riscos de origem térmica; contra radiações perigosas; contra agentes biológicos; contra riscos de origem elétrica; perneiras de proteção contra riscos de origem mecânica; contra riscos de origem térmica; contra radiações perigosas; A NR-06 determina ainda que todo o empregado deve trabalhar calçado, ficando proibido o uso de tamancos ou chinelos. As sandálias só serão utilizadas, em casos especiais, quando a autoridade do MTE permitir-lhes o uso e se comprovado que, pela atividade desenvolvida, não oferecem riscos à integridade física do trabalhador. 5.3.4 - PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL a) Cintos de segurança para trabalhos realizados em altura superior a 2 (dois) metros, onde haja risco de queda; Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 78 b) Trava-quedas de segurança acoplado ao cinto de segurança ligado a um cabo de segurança independente, para trabalhos realizados com movimentação vertical em andaimes suspensos de qualquer tipo. c) Cadeiras suspensas para trabalhos em alturas em que haja necessidade de deslocamento vertical, quando a natureza do trabalho assim o indicar; 5.3.5 - PROTEÇÃO AUDITIVA Protetores auriculares e abafadores, paratrabalhos realizados em locais onde o nível de ruído seja superior a 85 dB (A), para oito horas de exposição contínua. (NR-15, Anexos 1 e 2). Protetor auricular e abafador de ruído Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 79 5.3.6 - PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA Para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR-15: a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que implicam na produção de poeiras; b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através do jateamento de areia; c) respiradores e máscaras de filtro químico para a exposição a agentes químicos prejudiciais à saúde; d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% em volume. 5.3.7 - PROTEÇÃO PARA O TRONCO Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos nos quais haja perigo de lesões provocadas por: riscos de origem térmica; riscos de origem radioativa; riscos de origem mecânica; agentes químicos; agentes meteorológicos; umidade. 5.3.8 - PROTEÇÃO PARA O CORPO INTEIRO Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho onde haja exposição a agentes químicos absorvíveis pela pele, pelas vias respiratória e digestiva, ou prejudiciais à saúde. 5.3.9 - PROTEÇÃO PARA A PELE Cremes Protetores para prevenir contra riscos de agentes químicos absorvíveis pela pele. Se você vir alguém preso num carro em chamas tente tirar a pessoa dali, desde que você não corra perigo. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 80 Bibliografia TELERJ. Primeiros Socorros. Telerj, 1974 Ribeiro Fº, Leonídio Francisco. Técnicas de Segurança do Trabalho. Cultura Editora, 1974 FINEP. Primeiros Socorros. Finep, 1979 PETROBRÁS. Primeiros Socorros. Petrobrás, 1979 PHILCO. Segurança no Trabalho. Philco, 1980 Universidade Santa Úrsula - Engenharia de Segurança do Trabalho - Conduta em Primeiros Socorros. USU, 1982 Lima, Sérgio de Assis. Organização e Segurança no Trabalho. ETER – Mecânica, 1997 Porto, João Venceslau. Organização e Segurança no Trabalho. ETER - Informática, 1998 Ministério do Trabalho. Normas de Higiene e Segurança no Trabalho, 2003. Curso Técnico em Eletrotécnica Física Aplicada Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 82 FÍSICA Física é a ciência que estuda a natureza em seus aspectos mais gerais. O termo vem do grego φύσις (physiké), que significa natureza. Atualmente, é dificílimo definir qual o campo de atuação da física, pois ela aparece em diferentes campos do conhecimento que, à primeira vista, parecem completamente descorrelacionados. Como ciência, faz uso do método científico. Baseia-se essencialmente na matemática e na lógica quando da formulação de seus conceitos. O que faz a Física A física estuda a natureza. Entretanto, outras ciências também o fazem: a Química, a Biologia, a Geologia, a Economia (ainda que seja a natureza humana), etc. Como definir a área de atuação de cada uma delas? Esta é uma pergunta difícil, sem resposta consensual. Ainda mais quando áreas interdisciplinares aparecem aos montes: Físico-Química, Biofísica, Geofísica, Econofísica, etc. Alguns dizem que físicos estão interessados em determinar a natureza do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das suas interações. Esta definição excluiria certas áreas mais novas da física que trabalham com a biologia, por exemplo. Outros dizem que Física é a única ciência fundamental e que estas divisões são artificiais, ainda que tenham utilidade prática. Seu argumento é simples: a Física descreve a dinâmica e configuração das partículas fundamentais do universo. O universo é tudo que existe e é composto destas partículas. Então todos os fenômenos, eventualmente abordados em outras ciências, poderiam ser explicados em termos da física destas partículas. Seria como dizer que todos os resultados das outras ciências podem ser derivados em bases físicas. Isso já contece com explicações de fenômenos antes demonstrados pela Química e hoje explicados pela Física (Veja Química Quântica). Entretanto, ainda não é muito fácil explicar a grande maioria dos fenômenos de outros ramos da ciência, pois isto envolve campos ainda não explorados e uma matemática muito elaborada. Com base nisso, alguns chegam a sugerir que até mesmo o cérebro um dia poderá ser descrito por uma equação ou um conjunto de equações matemáticas (muito provavelmente envolvendo muitos argumentos de probabilidade). Há os que argumentam que as divisões da ciência têm origem social e histórica e que definições de física são forjadas para tentar reunir todas as pessoas que são aceitas como físicos pela sociedade. Talvez quem esteja certo seja quem acredite na máxima: Físicos são pessoas diferentes, em lugares diferentes, fazendo coisas diferentes. Divisões Como outras ciências, a Física é dividida de acordo com diversos critérios. Em primeiro lugar há uma divisão fundamental entre física teórica, física experimental e física aplicada. (Os dois primeiros ramos se reúnem sob a denominação pesquisa básica.) * A física teórica procura definir novas teorias que condensem o conhecimento advindo das experiências; também vai procurar formular as perguntas e os experimentos que permitam expandir o conhecimento. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 83 * A física experimental conduz experimentos capazes de validar ou não teorias científicas, ou mesmo corrigir aspectos defeituosos destas teorias. * A física aplicada trata do uso das teorias físicas na vida cotidiana. Uma outra divisão pode ser feita pela magnitude do objeto em análise. A física quântica trata do universo do muito pequeno, dos átomos e das partículas que compõem os átomos; a física clássica trata dos objetos que encontramos no nosso dia-a-dia; e a física relativística trata de situações que envolvem grandes quantidades de matéria e energia. Mas a divisão mais tradicional é aquela feita de acordo com as propriedades mais estudadas nos fenômenos. Daí temos a Mecânica, quando se estudam objetos a partir de seu movimento ou ausência de movimento, e também as condições que provocam esse movimento; a Termodinâmica, quando se estudam o (calor), o trabalho, as propriedades das substâncias, os processos que as envolvem e as transformações de uma forma de energia em outra; o Electromagnetismo quando se analisam as propriedades elétricas, aquelas que existem em função do fluxo de elétrons nos corpos; a Ondulatória, que estuda a propagação de energia pelo espaço; a Óptica, que estuda os objetos a partir de suas impressões visuais; a Acústica, que estuda os objetos a partir das impressões sonoras; e mais algumas outras divisões menores. UNIDADES DE MEDIDAS Para melhor conhecer as grandezas que interferem num fenômeno, a Física recorre a medidas. Unidade de medida é uma quantidade específica de determinada grandeza física e que serve de padrão para eventuais comparações, e que serve de padrão para outras medidas. Sistema internacional de unidades (SI): Por longo tempo, cada região, país teve um sistema de medidas diferente, criando muitos problemaspara o comércio devido à falta de padronização de tais medidas. Para resolver o problema foi criado o Sistema Métrico Decimal que adotou inicialmente adotou três unidades básicas: metro, litro e quilograma. Entretanto, o desenvolvimento tecnológico e científico exigiu um sistema padrão de unidades que tivesse maior precisão nas medidas. Foi então que em 1960, foi criado o Sistema Internacional de unidades(SI). Hoje, o SI é o sistema de medidas mais utilizado em todo o mundo. Existem sete unidades básicas do SI que estão na tabela abaixo: Grandeza Unidade Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma q Tempo segundo s Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 84 Corrente Elétrica Ampère A Temperatura kelvin K Quantidade de matéria mol mol Intensidade luminosa candela cd Segue abaixo as grandezas Físicas e suas unidades no sistema internacional. São grandezas cujas unidades são derivadas das unidades básicas do SI. Grandeza Unidade Símbolo Unidade sintética UnidadesBásicas Área — m² — — Volume — m³ — — Densidade — Kg/m³ — — Concentração — mol/m³ — — Aceleração — m/s² — — Campo magnético — A/m — — Velocidade — m² — — Velocidade angular — Rad/s Hz 1/s Aceleração angular — Rad/s² Hz² 1/s² Calor específico — J/kg.K N.m/K.Kg m²/(s².K) Condutividade térmica — W/m.K J/s.m.K Kg.m/ Momento de Força — N/m — Kg.m²/s² Força Newton N — Kg.m/s² Freqüência Hertz Hz — 1 Ângulo radiano rad m/m 1 Pressão Pascal Pa N/m² Kg/(m.s²) Energia Joule J N.m Kg.m²/s² Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 85 Potência Watt W J/s Kgm²/s³ Carga elétrica Coloumb C — A.s Tensão elétrica Volt V W/A Kg.m²/s³.A Resistência elétrica Ohm Ώ V/A Kg.m²/(s³.A²) Capacitância Farad F A.s/V A².(s^4)/kg.m² Indutância Henry H Wb/A Kg.m²/(s².A²) Fluxo magnético Webwe Wb V.s Kg.m²/s².A Densidade do Fluxo mag. Tesla T Wb/m² Kg/s².A Prefixos do Sistema Internacional: os principais prefixos são: Nano(n): 10^-9 Micro(μ):10^-6 Mili(m): 10^-3 Kilo(k): 10^3 Mega(M): 10^6 Giga(G): 10^9 TRABALHO ENERGIA E POTENCIA Energia é a capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico têm de realizar trabalho. 1) Trabalho de uma força O trabalho de uma força é a sua componente, na direção do movimento, multiplicado pela distância percorrida. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 86 trabalho será positivo se a componente da força for no mesmo sentido do movimento e negativo se for no sentido contrário. gráfico de uma força variável em função da distância trabalho da força peso trabalho da força elástica Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 87 2) Potência 3) Energia TRABALHO Para se colocar algum objeto em movimento, é necessária a aplicação de uma força e, simultaneamente, uma transformação de energia. Quando há a aplicação de uma força e um deslocamento do ponto de aplicação dessa força, pode-se dizer que houve uma realização de trabalho. Note que, para realizar-se um trabalho, existe a necessidade de um deslocamento. Caso algum objeto esteja sob a ação de uma força, mas em repouso, não haverá a realização de trabalho. As forças que atuam sobre uma pessoa parada segurando uma mala não realizam trabalho pois não há deslocamento do ponto de aplicação dessas forças. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 88 Considere um objeto que está submetido a uma força e, devido a essa força, esse objeto sofre um deslocamento , como se vê abaixo: A força pode ser dividida em dois componentes, e , como se mostra a seguir: Observe que o componente de que realiza o trabalho é , pois é o que tem a mesma direção do deslocamento. O componente não realiza trabalho, pois é perpendicular ao deslocamento e, por isso, não interfere diretamente no movimento. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 89 O trabalho é definido como sendo o produto do componente pelo deslocamento sofrido pelo objeto e como , teremos a seguinte definição matemática para o trabalho: No Sistema Internacional, a unidade de trabalho é o joule (J). No exemplo citado, a força mostrada é causadora do movimento do objeto, mas existem casos em que a força é de oposição ao movimento, como por exemplo o atrito. Nessas situações o trabalho será negativo. Observe o quadro abaixo: Uma força que merece uma atenção especial, ao realizar trabalho, é a força da gravidade. Considere um corpo que é abandonado de certa altura. Durante o movimento de queda temos um deslocamento para baixo e uma força, a gravidade, que também é direcionada para baixo. Sabemos que, se há uma força e um deslocamento do ponto de aplicação, haverá a realização de trabalho. Nesse caso o trabalho será determinado pelo produto da força da gravidade pela altura de queda do objeto: É importante salientar que o trabalho da força da gravidade independe da trajetória descrita durante o movimento e por isso ela é classificada como força conservativa. A força da gravidade também é conhecida como força peso que é constante quando se está próximo da superfície da Terra e é calculada com o produto da massa do objeto pela a aceleração da gravidade local. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 90 Em uma descida, o trabalho da força da gravidade é positivo, pois ela está contribuindo com o movimento, mas, em uma subida, o trabalho da força da gravidade será negativo, pois agora ela é de oposição ao movimento. é o vetor que indica deslocamento. ENERGIA CINÉTICA Considere um corpo inicialmente em repouso, como por exemplo, uma bicicleta. Para colocá-la em movimento será necessária a aplicação de uma força e, com isso, a realização de trabalho. Se essa força for paralela ao deslocamento, o trabalho será determinado pelo produto da força pelo deslocamento. A força aplicada é determinada pela Segunda lei de Newton, ou seja: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 91 Considerando que a força aplicada foi constante e que a bicicleta partiu do repouso, então a ela realizará um movimento uniformemente variado e o seu deslocamento e a sua velocidade serão determinadas da seguinte forma: Substituindo as equações de força e deslocamento na definição de trabalho, teremos: Lembre que v = a.t e então chegaremos à equação que determina o trabalho realizado pela força aplicada a essa bicicleta, para que ela atinja a velocidade v. A expressão acima é definida como energia cinética, e expressa a capacidade de um corpo em movimento para realizar trabalho. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 92 ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL Estamos todos submetidos a uma força da gravidade e essa força é praticamente constante quando se está próximo à superfície do planeta. Agora,imagine-se segurando uma pedra a certa altura do solo. Para fazê-la entrar em movimento, basta largá-la e durante a queda haverá a realização de trabalho pela força gravitacional. Observe que quanto maior for a altura inicial da pedra, tanto maior será o trabalho realizado pela força da gravidade, pois maior será o deslocamento realizado por ela. É importante perceber que a pedra entra em movimento espontâneo, ou seja, você não precisa forçar o movimento. Se isso ocorre, é porque na pedra existe uma energia armazenada que será utilizada na realização de trabalho. Essa energia é definida como energia potencial e, no caso descrito, isto é, em que a força da gravidade realiza trabalho, essa energia é definida como energia potencial gravitacional. A energia potencial depende da posição do objeto. No caso da energia potencial gravitacional a posição é definida pela a altura em que o objeto se encontra de um nível horizontal definido como nível de referência. Para determinar o valor da energia potencial gravitacional, basta sabermos o valor do trabalho realizado pela força peso, ou seja, a energia potencial gravitacional é numericamente igual ao trabalho da força peso. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 93 ENERGIA MECÂNICA Considere novamente um corpo em queda. Durante esse movimento, observamos que, ao longo do trabalho realizado pela força peso, ocorre um aumento da energia cinética, pois há um aumento de velocidade. O trabalho da força peso realizado durante esse movimento pode ser determinado pela variação da energia cinética, ou seja: A expressão matemática anterior é conhecida como o Teorema da Energia Cinética. Observe também, que durante a queda, a energia potencial do corpo diminui, pois se tomarmos como nível de referência o solo, a altura do corpo em relação ao mesmo, está diminuindo. Nesse caso, o trabalho realizado pela força peso pode ser determinado pelo decréscimo da energia potencial, isto é: As duas equações mencionadas aqui são usadas para o mesmo fim, que é a determinação do trabalho da força peso, e por isso elas são iguais. Igualando a primeira equação com a segunda, teremos: Isolando os termos de energia cinética dos termos de energia potencial, chegamos ao seguinte resultado: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 94 A soma da energia cinética com a energia potencial é definida como energia mecânica, e a expressão anterior mostra a sua conservação durante qualquer movimento sob ação exclusiva de forças conservativas, como por exemplo, na mecânica, a força peso e a força elástica. Sistemas físicos que se encontram sob essa situação são definidos como sistemas conservativos. No nosso dia-a-dia, é muito difícil encontrarmos um sistema conservativo. Em uma queda real existe o atrito com o ar e isso fará com que a energia mecânica inicial seja diferente da energia mecânica final, e tal diferença ocorre porque o atrito provoca a dissipação em forma de calor. Essa energia dissipada tem o seu valor, em módulo, igual à diferença da energia mecânica inicial pela energia mecânica final. CENTRO DE GRAVIDADE Quando um objeto encontra-se numa região onde atua um campo gravitacional, este sofre a ação da força peso, dada pelo produto de sua massa m pela respectiva aceleração gravitacional local, g. Geralmente, usa-se o módulo da aceleração gravitacional, uma vez que se sabe, a exemplo da Terra, que a aceleração gravitacional tem direção radial e nos sistemas de referências utilizados as grandezas positivas apontam do centro da Terra para fora, consequentemente, o campo gravitacional g é negativo para baixo. Desta forma temos, matematicamente, o módulo do peso do objeto dado pela equação: P = m.g Se considerarmos um objeto sobre uma superfície plana, teremos para cada partícula que constitui o referido corpo, uma força peso atuante. É o que expressa a equação: ΣF = Σmi.g Temos vários corpos de massa m. Mas podemos fazer o somatório de todas as forças que atuam sobre o corpo, e deste modo teremos uma equação para a força total atuante sobre o corpo em termos de sua massa total e a aceleração gravitacional local, expressa a seguir: ΣF = g.Σmi = M.g Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 95 Para que este corpo esteja em equilíbrio estático, é necessário que esteja suspenso por uma tração T em algum ponto, ou com sua base apoiada sobre uma superfície, ou seja, apoiada vários pontos, conforme mostra a figura 01. Deste modo, na vertical, o somatório das forças seria nulo. Para um objeto sobre uma superfície teremos: ΣF = N – g.Σmi = N – M.g = 0 E para o caso de um objeto suspenso por uma força de tração teremos: ΣF = T – g.Σmi = T – M.g = 0 O torque resultante sobre o corpo é dado por: Στ = Σ(ri x mi.g) = Σ(mi.ri x g) = M.rcm x g = rcm x Mg A quantidade mi.ri , expressa em função das massas das partículas que constituem o corpo, mi, e das respectivas posições ocupadas por cada uma, ri, pode ser escrita em função da massa total M e da posição do centro de massa rcm conforme mostrado na figura 02. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 96 Para uma condição de equilíbrio o somatório dos torques em relação ao centro de massa tem de ser nulo. Ou seja, matematicamente, teremos: Στ = rcm x Mg = 0 Desta forma, todas as porções de massa que estiverem fora da base de apoio, aplicarão um torque sobre em torno extremidade da respectiva base de apoio. Para determinar o centro de massa rcm de um objeto plano é muito simples: basta suspendê-lo em um ponto, por uma força de tração criada por um fio, por exemplo e riscar desde o ponto de suspensão até a extremidade inferior do objeto, como para determinar o centro de gravidade. Depois, escolhe-se outro ponto de suspensão em um dos lados, esquerdo ou direito do corpo, aproximadamente à meia altura. Novamente, risca-se na vertical. Na intersecção entre os dois riscos, ou seja, no cruzamento das linhas, localiza-se o centro de massa do objeto, mostrado na figura 03. Se for um objeto ao qual seja necessário considerar as três dimensões, é necessário efetuar mais um risco, perpendicular aos outros dois, num terceiro eixo de coordenadas considerado para aquele objeto. Neste caso, teremos um ponto localizado no interior do objeto, dependendo de sua forma. Para alguns casos, o centro de massa está fora do volume preenchido pelo objeto. Por exemplo, o centro de gravidade de um objeto de determinada substância e em forma de anel é localizado aproximadamente no centro, na região vazia. CINEMÁTICA ESCALAR É a parte da Mecânica que estuda o movimento dos corpos, sem se preocupar com as causas destes movimentos. CONCEITOS Ponto material: na cinemática, em geral, não levamos em conta as dimensões do corpo cujo movimento está em estudo e assim esse corpo é denominado ponto Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 97 material. Um automóvel é um ponto material em relação à Terra, que é um ponto material em relação ao Universo. Movimento: um corpo está em movimento quando sua posição varia em relação a um referencial à medida que o tempo passa. Do contrário, o corpo está em repouso. Referencial: é o ponto ou conjuntode pontos usado para estudar o movimento de um corpo. Exemplo: o motorista de um veículo numa estrada está em movimento em relação à uma pessoa parada no acostamento, mas está parado em relação ao banco do carro. Dependendo do referencial, o corpo pode estar em movimento ou não. Daí dizermos que o movimento de um corpo é relativo ou dependente do referencial. Móvel: é o corpo que está em movimento Trajetória: é a linha determinada pelas diversas posições que um corpo ocupa no decorrer do tempo. A trajetória também depende do referencial. Por exemplo, um objeto lançado por um avião, cai numa trajetória parabólica para um observador terrestre, mas para um observador dentro do avião a trajetória é vertical. Geralmente, o estudo dos movimentos contempla trajetória retilínea (linha reta) e curvilínea (curva, incluindo o circular) Distância percorrida (d): é o comprimento do percurso que um móvel realiza num dado movimento. Posição (x ou s – nós vamos usar a letra s para descrever a posição do corpo): é uma medida que fornece a distância entre o ponto da trajetória em que o corpo está e o ponto escolhido como referência). A unidade internacional de distância é o metro (m). Deslocamento: é a medida do segmento que representa a distância entre a posição inicial e a posição final do movimento estudado. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 98 Exercícios A) Observe a figura e responda Qual a posição do corpo no instante t=1h? e no instante t=2h? Qual ponto representa a origem das posições ou dos espaços? Um carro partiu da origem s0=0Km, foi até a posição s1=5km, voltou à origem e foi até a posição s2=-3Km. Responda: a) qual a distância percorrida? B) qual o deslocamento realizado? B) Um garoto percorre os lados de um terreno retangular de dimensões 40m e 80m. Qual a distância percorrida em duas voltas completas? Qual a distância percorrida e o deslocamento no percurso Velocidade Escalar Média: é a divisão do espaço percorrido pelo tempo gasto no percurso. Exemplo: um atleta corre 18 Km em 1h e 30 min. Qual sua velocidade escalar média? V=18 1,5 =12 Km/h. No Sistema Internacional de Medidas a velocidade é dada em m/s. Calcule no exemplo acima a velocidade do atleta em m/s. Conversão de Km/h em m/s -> divide pelo fator 3,6 e para converter de m/s em km/h multiplica por 3,6. A fórmula clássica da velocidade escalar média é: Vm=Δ𝑺 Δ𝒕=𝑺𝟐−𝑺𝟏 𝒕𝟐−𝒕𝟏 , onde ΔS é o espaço percorrido e Δt é o tempo gasto no percurso Exercícios: A) Um atleta percorre uma milha terrestre em 5 minutos. Sabendo que uma milha terrestre equivale a 1609m, qual a velocidade escalar média desse atleta em: milhas/hora? Em Km/h? Em m/s? B) Quando se diz que a velocidade de um navio é 10 nós, queremos dizer que a sua velocidade é de 10 milhas marítimas por hora. Sabendo-se que uma milha marítima é igual a 1852m, qual a velocidade desse navio em km/h? e em m/s? Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 99 C) Um veículo percorre, inicialmente, 40 Km de uma estrada em 0,5h. A seguir percorre mais 60Km, em 1h e 30 min. Determine a velocidade escalar média do veículo, em km/h, durante todo o percurso. D) A Figura representa a trajetória de um caminhão de entregas que parte de A, vai até B e retorna a A. No trajeto de A a B o caminhão mantém uma velocidade escalar média de 30Km/h; na volta, de B até A gasta 6,0 minutos. Qual o tempo gasto pelo caminhão para ir de A até B? Qual a velocidade escalar média do caminhão quando vai de B para A? Aceleração Escalar (a): é uma grandeza que representa a variação da velocidade dividida pelo tempo em que esta variação acontece. É calculada por a = Vinicial Vfinal t Exemplo: a) Uma aceleração de 2m/s2 significa que a velocidade do móvel aumenta 2 m/s a cada segundo de movimento. Se ele parte do repouso, em dois segundos sua velocidade será de 4m/s. E em 5s? b) Se um móvel possui uma velocidade inicial de 20m/s e, de repente, passa a ter uma aceleração constante de 5 m/s2, podemos dizer que, em um segundo, a nova velocidade é de 25 m/s. DINÂMICA - LEIS DE NEWTON PRIMEIRA LEI DE NEWTON OU PRINCÍPIO DA INÉRCIA: na ausência de forças, um corpo em repouso permanecerá em repouso e um corpo em movimento estará se movimentando em linha reta e com velocidade constante. Exemplos: Um ônibus lotado com velocidade de 120Km/h. De repente ele pára. Os passageiros são atirados para a frente como se uma força os empurrasse. Na realidade, não há força atuando. O que ocorre é que os passageiros estavam com a velocidade de 120 Km/h e a tendência deles é continuar nessa velocidade. Dizemos que a tendência é manter-se em movimento. Isso se chama inércia. Os passageiros somente irão parar se uma força atuar sobre eles, no caso o choque com a pessoa da frente ou com os assentos do ônibus. SEGUNDA LEI DE NEWTON OU PRINCÍPIO DAS MASSAS: a aceleração de um corpo é proporcional à resultante das forças nele aplicada e tem a mesma direção e sentido que esta resultante. Então: F=m.a (onde F é a resultante das forças, m é a massa do corpo e a é a aceleração). A unidade de força no S.I é Newton (N), a massa é dada em Kg(quilogramas) e a aceleração em m/s2. Peso e massa: Peso ou força gravitacional é a força que o planeta aplica sobre os corpos, puxando-os para baixo. O peso depende da aceleração da gravidade (g) no local onde está o corpo. É uma grandeza vetorial cuja direção e sentido dirigem-se ao centro de gravidade do corpo responsável pela gravidade. No caso da Terra, o Peso sempre é aplicado no centro da Terra. Peso=massa (Kg).aceleração da gravidade(m/s2) ou P=m.g TERCEIRA LEI DE NEWTON OU PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO: sempre que um corpo exerce uma força (ação) sobre outro, este exerce sobre o primeiro uma Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 100 força de mesmo valor em módulo, mesma direção e sentido contrário ao da força original (reação). Algumas coisas a serem lembradas sobre os pares ação-reação: As forças de ação e reação nunca se anulam pois são aplicadas em corpos diferentes Tem o mesmo valor numérico Possuem sempre a mesma direção, mas sentidos contrários Exemplos: Quando chutamos uma bola, ela exerce uma força igual em módulo no nosso pé. Nos aviões a propulsão a jato, os gases saem pelas turbinas num sentido (ação) e o avião se movimenta no sentido oposto (reação). Quando caminhamos exercemos uma força sobre o chão e este exerce uma força igual em nossos pés. A Terra atrai a Lua com uma força de intensidade igual à que a Lua atrai a Terra. Exercícios: A) Qual a aceleração adquirida por um móvel de 12Kg, submetido a uma força constante de 45N? B) Um corpo de massa 10Kg com movimento retilíneo e velocidade inicial de 3m/s adquire em 5s a velocidade de 45 m/s. Qual o valor da força aplicada? C) Num corpo colocado sobre uma superfície sem atrito, atuam duas forças, F1 e F2, que valem respectivamente 12N e 4N. Sabendo-se que a massa do bloco vale 2Kg, calcular: a. A força resultante b. A aceleração do sistema D) Considere dois blocos m1 e m2, respectivamente , com massas iguais a 6Kg e 4Kg, colocados num plano horizontal da figura. Sabendo-se que a força F aplicada vale 50N, calcular: a. A aceleração do sistema b. A tensão no cabo que une os dois blocos E) Na figura m1 e m2 valem, respectivamente,8Kg e 2Kg. Sabendo-se que não existe atrito, calcular: a. A força resultante b. A aceleração do sistema c. A tensão da corda que une os blocos F) Qual seria o peso de uma pessoa que tem massa de 60 Kg Curso Técnico em Eletrotécnica Matemática Aplicada Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 102 Unidades de Comprimento A unidade de principal de comprimento é o metro, entretanto existem situações em que essa unidade deixa de ser prática. Se queremos medir grandes extensões ela é muito pequena, por outro lado se queremos medir extensões muito "pequenas", a unidade metro é muito "grande". Os múltiplos e submúltiplos do metro são chamados de unidades secundárias de comprimento. Na tabela abaixo vemos as unidades de comprimento, seus símbolos e o valor correspondente em metro. Na tabela, cada unidade de comprimento corresponde a 10 vezes a unidade da comprimento imediatamente inferior (à direita). Em conseqüência, cada unidade de comprimento corresponde a 1 décimo da unidade imediatamente superior (à esquerda). Quilômetro km Hectômetro hm Decâmetro dam Metro m Decímetro dm Centímetro cm Milímetro mm 1000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m Regras Práticas: Para passar de uma unidade para outra imediatamente inferior devemos fazer uma multiplicação por 10. Ex : 1 m = 10 dm Para passar de uma unidade para outra imediatamente superior, devemos fazer uma divisão por 10. Ex : 1 m = 0,1 dam Para passar de uma unidade para outra qualquer, basta aplicar sucessivas vezes uma das regras anteriores. Ex : 1 m = 100 cm 1 m = 0,001 km Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 103 Uidades de Área Quilômetro quadrado km2 Hectômetro quadrado hm2 Decâmetro quadrado dam2 Metro quadrado m2 Decímetro quadrado dm2 Centímetro quadrado cm2 Milímetro quadrado mm2 1x106 m2 1x104 m2 1x102 m2 1 m2 1x10-2 m2 1x10-4 m2 1x10-6 m2 Regras Práticas: Para passar de uma unidade para outra imediatamente inferior devemos fazer uma multiplicação por 100. Ex : 1 m2 = 100 dm2 Para passar de uma unidade para outra imediatamente superior, devmos fazer uma divisão por 100. Ex : 1 m2 = 0,01 dam2 Para passar de uma unidade para outra qualquer, basta aplicar sucessivas vezes uma das regras anteriores. Uidades de Volume Quilômetro cúbico km3 Hectômetro cúbico hm3 Decâmetro cúbico dam3 Metro cúbico m3 Decímetro cúbico dm3 Centímetro cúbico cm3 Milímetro cúbico mm3 1x109 m3 1x106 m3 1x103 m3 1 m3 1x10-3 m3 1x10-6 m3 1x10-9 m3 Regras Práticas: Para passar de uma unidade para outra imediatamente inferior devemos fazer uma multiplicação por 1000. Ex : 1 m3 = 1000 dm3 Para passar de uma unidade para outra imediatamente superior, devemos fazer uma divisão por 1000. Ex : 1 m3 = 0,001 dam3 Para passar de uma unidade para outra qualquer, basta aplicar sucessivas vezes uma das regras anteriores. Litro O litro( l ) é uma medida de volume muito comum e que corresponde a 1 dm3. 1 litro = 0,001 m3 => 1 m3 = 1000 litros 1 litro = 1 dm3 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 104 1 litro = 1.000 cm3 1 litro = 1.000.000 mm3 Sistema Internacional de Unidades O Sistema Internacional de Unidades é baseado em 6 unidades fundamentais. A unidade fundamental de comprimento é o metro. Para cada unidade existem as unidades secundárias, que são expressas através da adição de um prefixo ao nome correspondente à unidade principal, de acordo com a proporção da medida. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 105 Regra de três simples Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já conhecidos. Passos utilizados numa regra de três simples: 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência. 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais. 3º) Montar a proporção e resolver a equação. Exemplos: 1) Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m2, uma lancha com motor movido a energia solar consegue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para 1,5m2, qual será a energia produzida? Solução: montando a tabela: Área (m2) Energia (Wh) 1,2 400 1,5 x Identificação do tipo de relação: Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna). Observe que: Aumentando a área de absorção, a energia solar aumenta. Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas são diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no mesmo sentido (para baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 106 2) Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? Solução: montando a tabela: Velocidade (Km/h) Tempo (h) 400 3 480 x Identificação do tipo de relação: Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna). Observe que: Aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui. Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as grandezas são inversamente proporcionais. Assim sendo, colocamos uma outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 horas e 30 minutos. 3) Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela pagaria se comprasse 5 camisetas do mesmo tipo e preço? Solução: montando a tabela: Camisetas Preço (R$) 3 120 5 x Observe que: Aumentando o número de camisetas, o preço aumenta. Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas são diretamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 107 Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas. 4) Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia, realizou determinada obra em 20 dias. Se o número de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em que prazo essa equipe fará o mesmo trabalho? Solução: montando a tabela: Horas por dia Prazo para término (dias) 8 20 5 x Observeque: Diminuindo o número de horas trabalhadas por dia, o prazo para término aumenta. Como as palavras são contrárias (diminuindo - aumenta), podemos afirmar que as grandezas são inversamente proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Regra de três composta A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. Exemplos: 1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar 125m3? Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 108 Horas Caminhões Volume 8 20 160 5 x 125 Identificação dos tipos de relação: Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna). A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x. Observe que: Aumentando o número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido das setas. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Logo, serão necessários 25 caminhões. 2) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados por 4 homens em 16 dias? Solução: montando a tabela: Homens Carrinhos Dias 8 20 5 4 x 16 Observe que: Aumentando o número de homens, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 109 Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação também é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Logo, serão montados 32 carrinhos. 3) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura. Trabalhando 3 pedreiros e aumentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário para completar esse muro? Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x. Depois colocam-se flechas concordantes para as grandezas diretamente proporcionais com a incógnita e discordantes para as inversamente proporcionais, como mostra a figura abaixo: Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Logo, para completar o muro serão necessários 12 dias. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 110 Exercícios complementares Agora chegou a sua vez de tentar. Pratique tentando fazer esses exercícios: 1) Três torneiras enchem uma piscina em 10 horas. Quantas horas levarão 10 torneiras para encher 2 piscinas? Resposta: 6 horas. 2) Uma equipe composta de 15 homens extrai, em 30 dias, 3,6 toneladas de carvão. Se for aumentada para 20 homens, em quantos dias conseguirão extrair 5,6 toneladas de carvão? Resposta: 35 dias. 3) Vinte operários, trabalhando 8 horas por dia, gastam 18 dias para construir um muro de 300m. Quanto tempo levará uma turma de 16 operários, trabalhando 9 horas por dia, para construir um muro de 225m? Resposta: 15 dias. 4) Um caminhoneiro entrega uma carga em um mês, viajando 8 horas por dia, a uma velocidade média de 50 km/h. Quantas horas por dia ele deveria viajar para entregar essa carga em 20 dias, a uma velocidade média de 60 km/h? Resposta: 10 horas por dia. 5) Com uma certa quantidade de fio, uma fábrica produz 5400m de tecido com 90cm de largura em 50 minutos. Quantos metros de tecido, com 1 metro e 20 centímetros de largura, seriam produzidos em 25 minutos? Resposta: 2025 metros. Exercícios de regra de três simples e composta As respostas estão no final da página. 01 – Com 10 kg de trigo podemos fabricar 7kg de farinha. Quantos quilogramas de trigo são necessários para fabricar 28 kg de farinha? 02 – Com 50 kg de milho, obtemos 35 kg de fubá. Quantas sacas de 60 kg de fubá podemos obter com 1 200 kg de milho ? 03 – Sete litros de leite dão 1,5 quilos de manteiga. Quantos litros de leite serão necessários para se obterem 9 quilos de manteiga ? 04 – Em um banco, contatou-se que um caixa leva, em média, 5 minutos para atender 3 clientes. Qual é o tempo que esse caixa vai levar para atender 36 clientes ? 05 – Paguei R$ 6,00 por 1.250 kg de uma substância. Quanto pagaria por 0,750 kg dessa mesma substância ? 06 – Seis máquinas escavam um túnel em 2 dias. Quantas máquinas idênticas serão necessárias para escavar esse túnel em um dia e meio ? 07 – Uma fonte fornece 39 litros de água em 5 minutos. Quantos litros fornecerá em uma hora e meia ? 08 – Abrimos 32 caixas e encontramos 160 bombons. Quantas caixas iguais necessitamos para obter 385 bombons ? 09 – Um automóvel percorre 380 km em 5 horas. Quantos quilômetros percorrerá em 7 horas, mantendo a mesma velocidade média ? Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 111 10 – Um automóvel gasta 24 litros de gasolina para percorrer 192 km. Quantos litros de gasolina gastará para percorrer 120 km ? 11 – Uma torneira despeja 30 litros de água a cada 15 minutos. Quanto tempo levará para encher um reservatório de 4m3 de volume? 12 – Um relógio adianta 40 segundos em 6 dias. Quantos minutos adiantará em 54 dias ? 13 – Um relógio atrasa 3 minutos a cada 24 horas. a) Quantos minutos atrasará em 72 horas ? b) Quantos minutos atrasará em 18 dias ? c) Quantos dias levará para o relógio ficar atrasado 45 minutos ? 14 – Quero ampliar uma foto 3 x 4 (3 cm de largura e 4 cm de comprimento) de forma que a nova foto tenha 10,5 m de largura. Qual será o comprimento da foto ampliada? 15 – Uma foto mede 2,5 cm por 3,5 cm e se quer ampliá-la de tal maneira que o lado maior meça 14 cm. Quanto deve medir o lado menor da foto ampliada ? 16 – Duas piscinas têm o mesmo comprimento, a mesma largura e profundidades diferentes. A piscina A tem 1,75 m de profundidade e um volume de água de 35 m3. Qual é o volume de água da piscina B, que tem 2 m de profundidade? 17 – Uma roda de automóvel dá 2750 voltas em 165 segundos. Se a velocidade permanecer constante, quantas voltas essa roda dará em 315 segundos? 18 – A combustão de 48 g de carbono fornece 176 gás carbônico. A combustão de 30 g de carbono fornece quantos gramas de gás carbônico? 19 – Num mapa, a distância Rio-Bahia, que é de 1.600 km, está representada por 24 cm. A quantos centímetros corresponde, nesse mapa, a distância Brasília- Salvador, que é de 1200 km ? 20 – Sabendo-se que, para cada 5 fitas de música brasileira, tenho 2 fitas de música estrangeira, quantas fitas de música brasileira eu tenho se possuo 22 fitas estrangeiras ? 21 – Duas piscinas têm a mesma largura e a mesma profundidade e comprimentos diferentes. Na piscina que tem 8 m de comprimento, a quantidade deágua que cabe na piscina é de 45.000 litros. Quantos litros de água cabem na piscina que tem 10 m de comprimento ? 22 – Em uma prova de valor 6, Cristina obteve a nota 4,8. Se o valor da prova fosse 10, qual seria a nota obtida por Cristina? 23 – Uma vara de 3 m em posição vertical projeta uma sombra de 0,80 m. Nesse mesmo instante, um prédio projeta uma sombra de 2,40 m. Qual a altura do prédio ? 24 – Uma tábua de 2 m, quando colocada verticalmente, produz uma sombra de 80 cm. Qual é a altura de um edifício que, no mesmo instante, projeta uma sombra de 12 m ? Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 112 25 – Uma tábua com 1,5 m de comprimento foi colocada verticalmente em relação ao chão e projetou urna sombra de 53 cm. Qual seria a sombra projetada no mesmo instante por um poste que tem 10,5 m de altura? 26 – Se 3/7 da capacidade de um reservatório correspondem a 8.400 litros, a quantos litros correspondem 2/5 da capacidade do mesmo tanque? 27 – Uma circunferência, com 8 cm de diâmetro, tem 25,1 cm de comprimento. Qual é o comprimento de outra circunferência que tem 14 cm de diâmetro ? 28 – Uma folha de alumínio tem 400 cm2 de área e tem uma massa de 900 g. Qual será, em g, a massa de uma peça quadrada, da mesma folha de alumínio, que tem 40 cm de lado? ( Determine a área da peça quadrada ). 29 – Para azulejar uma parede retangular, que tem 6,5 m de comprimento por 3 m de altura, foram usados 390 azulejos. Quantos azulejos iguais a esses seriam usados para azulejar uma parede que tem 15 m2 de área? 30 – Sabe-se que 100 graus aferidos na escala Celsius (100°C) correspondem a 212 graus aferidos na escala Fahrenheit (212°F). Em Miami, nos Estados Unidos, uma temperatura, lida no termômetro Fahrenheit, registrou 84,8 graus. Qual é a temperatura correspondente se lida no termômetro Celsius? Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 113 Razão Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b ¹ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/b ou a : b. Exemplo: Na sala da 6ª B de um colégio há 20 rapazes e 25 moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças. (lembrando que razão é divisão) Voltando ao exercício anterior, vamos encontrar a razão entre o número de moças e rapazes. Lendo Razões Termos de uma Razão Grandezas Especiais Escala, é a razão entre a medida no desenho e o correspondente na medida real. Exemplo: Em um mapa, a distância entre Montes Claros e Viçosa é representada por um segmento de 7,2 cm. A distância real entre essas cidades é de 4320km. Vamos calcular a escala deste mapa. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 114 As medidas devem estar na mesma unidade, logo 4320km = 432 000 000 cm Velocidade média, é a razão entre a distância a ser percorrida e o tempo gasto. (observe que neste caso as unidades são diferentes) Exemplo: Um carro percorre 320km em 4h. determine a velocidade média deste carro. Velocidade= 320/4 = 80 Densidade demográfica, é a razão entre o número de habitantes e a área. Exemplo: O estado do Ceará tem uma área de 148.016 km2 e uma população de 6.471.800 habitantes. Dê a densidade demográfica do estado do Ceará. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 115 Razões Inversas Vamos observar as seguintes razões. Observe que o antecessor(5) da primeira é o conseqüente(5) da segunda. Observe que o conseqüente(8) da primeira é o antecessor(8) da segunda. O Produto das duas razões é igual a 1, isto é 5/8 x 8/5 =1 Dizemos que as razões são inversas. Proporções - Introdução Rogerião e Claudinho passeiam com seus cachorros. Rogerião pesa 120kg, e seu cão, 40kg. Claudinho, por sua vez, pesa 48kg, e seu cão, 16kg. Observe a razão entre o peso dos dois rapazes: Observe, agora, a razão entre o peso dos cachorros: Verificamos que as duas razões são iguais. Nesse caso, podemos afirmar que a igualdade é uma proporção. Assim: Proporção é uma igualdade entre duas razões. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 116 Questões 1) Qual a razão que é igual a 2/7 e cujo antecedente seja igual a 8. Assunto: Razão e proporção. Resolução: Vamos igualar as razões. 8 = 2 X 7 2x = 8 x 7 2x = 56 X = 56/2 X = 28 Desta forma a razão igual a 2/7, com antecedente igual a 8 é : 8/28 = 2/7 2) Almejando desenhar uma representação de um objeto plano de 5m de comprimento, usando uma escala de 1:20, qual será o comprimento no desenho: Assunto: Escala e noção de proporção. Resolução: Escala: 1 20 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 117 Sabendo que 1m = 100 cm. Então 5m = 5 x 100 = 500 cm. O comprimento no desenho será: 500 x 1 = 500 / 20 = 20 25 cm Desta forma em uma escala 1:20 em plano de 5m, o comprimento do desenho será 25 cm. 3) Em uma sala de aula, a razão de moças para o número de rapazes é de 5/4. Se o número total de alunos desta turma é de 45 pessoas, caso exista uma festa quantas moças ficariam sem par ? Assunto: Razão e proporção Resolução: Primeiro vamos denominar o número de moças por X, e o número de rapazes por Y. x/y = 5/4 (Igualam-se as razões) x + y = 45 (Soma total de alunos) x + y = 5 + 4 (Aplicação das propriedades das proporções) x 5 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 118 45/x = 9/5 45 x 5 = 9x 225 = 9x ---> x = 225/9 ---> x = 25 moças Substituindo X = 25 na expressão x + y = 45, temos : 25 + y = 45 ---> y = 45 – 25 ----> y = 20 rapazes Tendo por base que cada rapaz fique apenas com uma moça, o número de moças que ficariam sem par será : 25 – 20 = 5 moças Então, o número de moças que ficará sem par é igual a 5. 4) (FEDF-95 / Professor Nível 1) Um copo de suco corresponde a 250 ml. Uma professora fez suco para 48 copos, o que corresponde em litros, a: a) 12,0 b) 15,2 c) 16,0 d) 20,4 e) 24,0 Assunto: Regra de três Resolução: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 119 1 copo ---------------> 250 ml 48 copos ------------> x Resolvendo a regra de três acima : 1x = 48 x 250 X = 12000 ml Como 12000 ml correspondem a 12 l (basta dividir 12.000/1000), logo a alternativa correta é a letra “a” = 12,00 Então a resposta correta da questão acima é a letra “a”. 5) (FUB-94 / Auxiliar Administrativo) Um disco gira a 45 rotações por minuto. Em 4 segundos, o disco dá : a) 3 voltas b) 5 voltas c) 6 voltas d) 9 voltas e) 12 voltas Assunto: Regra de três Obs.:É importante notar que 1 minuto é igual a 60s. Resolução: 60 s ---------------> 45 voltas 4 s ----------------> x Resolvendo a regra de três acima : Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 120 60x = 45 x 5 60x = 180 X = 180/60 X = 3 voltas Então a resposta correta da questão acima é a letra “a”. 6) Do meu salário líquido dedico: 25% ao aluguel, 30% à alimentação, 5% à compra de medicamento, 15% pagamento de mensalidades. O resto que me sobre é R$ 550,00 para lazer. Desta forma pode-se afirmar que meu salário é no valor de : a) R$ 1.200,00 b) R$ 785,00 c) R$ 2.200,00 d) R$ 2.250,00 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 121 e) R$ 650,00 Assunto: Porcentagem e regra de três Somando-se as porcentagens dos gastos, temos: 25%+30%+5%+15% = 75% Os R$ 550,00 representam os 25% do total de 100% da operação. Montando uma regra de três: 550,00 -------> 25 X -------> 100 25x = 55000 X = 55000/ 25 X = 2200 Então a resposta correta da questão acima é a letra “c”. 7) (FUB-94 / Auxiliar Administrativo) Em uma loja, o metro de um determinado tecido teve seu preço reduzido de R$ 5,52 para R$ 4.60. Com R$ 126,96, a porcentagem de tecido que se pode comprar a mais é de : a) 19,5 % b) 20% c) 20,5% d) 21% e) 21,5% Assunto: Regra de três e noção de porcentagem Resolução: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 122 Cenário 1: 1m -------> R$ 5,52 X --------> R$ 126,96 5,52x = 126,96 X = 126,96 / 5,52 X = 23 m Cenário 2: 1m --------> R$ 4,60 X ---------> R$ 126,96 4,60x = 126,96 X = 126,96 / 4,60 X = 27,60 Temos então: 23m --------> 100% (Total do metro encontrado com preço maior) 27,6 ---------> x (Total do metro encontrado com preço menor) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 123 23x = 100 x 27,6 23x = 2760 X = 2760 / 23 X = 120% Desta forma: 120% - 100% = 20% Então a resposta correta da questão acima é a letra “b”. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 124 PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma sucessão de números reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por uma quantidade fixa q, chamada razão. Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente, dividindo entre si dois termos consecutivos. Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2. Cálculos do termo geral Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir do primeiro, da seguinte maneira: a1 a2 a3 ... a20 ... an ... a1 a1xq a1xq 2 ... a1xq 19 a1xq n- 1 ... Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também chamado enésimo termo, para qualquer progressão geométrica. an = a1 x q n-1 Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então: an = 2 x (1/2) n-1 Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula, obtemos: a5 = 2 x (1/2) 5-1 = 2 x (1/2)4 = 1/8 A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente grande. Porém, encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua definição. Enquanto as progressões aritméticas formam-se somando-se uma mesma quantidade de forma repetida, nas progressões geométricas os termos são gerados pela multiplicação, também repetida, por um mesmo número. As diferenças não param aí. Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada termo seu é maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao contrário, se tivermos uma progressão aritmética com razão negativa, r < 0, seu comportamento será decrescente. Observe, também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é consequência direta do valor absoluto da razão, |r|. Assim, quanto maior for r, em valor absoluto, maior será a velocidade de crescimento e vice-versa. Soma dos n primeiros termos de uma PG Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos Sn, vamos considerar o que segue: Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 125 Multiplicando ambos os membros pela razão q vem: Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como: Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem: Sn . q = Sn - a1 + an . q Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma: Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos uma nova apresentação para a fórmula da soma, ou seja: Exemplo: Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...) Temos: Observe que neste caso a1 = 1. 5 - Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições, podemos considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior, encontraremos: Exemplo: Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100 O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na fórmula, vem: Dessa equação encontramos como resposta x = 50. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 126 Trigonometria e aplicações Introduzimos aqui alguns conceitos relacionados com a Trigonometria no triângulo retângulo, assunto comum na oitava série do Ensino Fundamental. Também dispomos de uma página mais aprofundada sobre o assunto tratado no âmbito do Ensino Médio. A trigonometria possui uma infinidade de aplicações práticas. Desde a antiguidade já se usava da trigonometria para obter distâncias impossíveis de serem calculadas por métodos comuns. Algumas aplicações da trigonometria são: Determinação da altura de um certo prédio. Os gregos determinaram a medida do raio de terra, por um processo muito simples. Seria impossível se medir a distância da Terra à Lua, porém com a trigonometria se torna simples. Um engenheiro precisa saber a largura de um rio para construir uma ponte, o trabalho dele é mais fácil quando ele usa dos recursos trigonométricos. Um cartógrafo (desenhista de mapas) precisa saber a altura de uma montanha, o comprimento de um rio, etc. Sem a trigonometria ele demoraria anos para desenhar um mapa. Tudo isto é possível calcular com o uso da trigonometria do triângulo retângulo. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 127 Triângulo Retângulo É um triângulo que possui um ângulo reto, isto é,um dos seus ângulos mede noventa graus, daí o nome triângulo retângulo. Como a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°, então os outros dois ângulos medirão 90°. Observação: Se a soma de dois ângulos mede 90°, estes ângulos são denominados complementares, portanto podemos dizer que o triângulo retângulo possui dois ângulos complementares. Lados de um triângulo retângulo Os lados de um triângulo retângulo recebem nomes especiais. Estes nomes são dados de acordo com a posição em relação ao ângulo reto. O lado oposto ao ângulo reto é a hipotenusa. Os lados que formam o ângulo reto (adjacentes a ele) são os catetos. Termo Origem da palavra Cateto Cathetós: (perpendicular) Hipotenusa Hypoteinusa: Hypó(por baixo) + teino(eu estendo) Para padronizar o estudo da Trigonometria, adotaremos as seguintes notações: Letra Lado Triângulo Vértice = Ângulo Medida a Hipotenusa A = Ângulo reto A=90° b Cateto B = Ângulo agudo B<90° c Cateto C = Ângulo agudo C<90° Para ver mais detalhes sobre ângulos clique aqui. Nomenclatura dos catetos Os catetos recebem nomes especiais de acordo com a sua posição em relação ao ângulo sob análise. Se estivermos operando com o ângulo C, então o lado oposto, indicado por c, é o cateto oposto ao ângulo C e o lado adjacente ao ângulo C, indicado por b, é o cateto adjacente ao ângulo C. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 128 Ângulo Lado oposto Lado adjacente C c cateto oposto b cateto adjacente B b cateto oposto c cateto adjacente Um dos objetivos da trigonometria é mostrar a utilidade do conceitos matemáticos no nosso cotidiano. Iniciaremos estudando as propriedades geométricas e trigonométricas no triângulo retângulo. O estudo da trigonometria é extenso e minucioso. Propriedades do triângulo retângulo 1. Ângulos: Um triângulo retângulo possui um ângulo reto e dois ângulos agudos complementares. 2. Lados: Um triângulo retângulo é formado por três lados, uma hipotenusa (lado maior) e outros dois lados que são os catetos. 3. Altura: A altura de um triângulo é um segmento que tem uma extremidade num vértice e a outra extremidade no lado oposto ao vértice, sendo que este segmento é perpendicular ao lado oposto ao vértice. Existem 3 alturas no triângulo retângulo, sendo que duas delas são os catetos. A outra altura (ver gráfico acima) é obtida tomando a base como a hipotenusa, a altura relativa a este lado será o segmento AD, denotado por h e perpendicular à base. A hipotenusa como base de um triângulo retângulo Tomando informações da mesma figura acima, obtemos: 1. o segmento AD, denotado por h, é a altura relativa à hipotenusa CB, indicada por a. 2. o segmento BD, denotado por m, é a projeção ortogonal do cateto c sobre a hipotenusa CB, indicada por a. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 129 3. o segmento DC, denotado por n, é a projeção ortogonal do cateto b sobre a hipotenusa CB, indicada por a. Projeções de segmentos Introduziremos algumas idéias básicas sobre projeção. Já mostramos, no início deste trabalho, que a luz do Sol ao incidir sobre um prédio, determina uma sombra que é a projeção oblíqua do prédio sobre o solo. Tomando alguns segmentos de reta e uma reta não coincidentes é possível obter as projeções destes segmentos sobre a reta. Nas quatro situações apresentadas, as projeções dos segmentos AB são indicadas por A'B', sendo que no último caso A'=B' é um ponto. Projeções no triângulo retângulo Agora iremos indicar as projeções dos catetos no triângulo retângulo. 1. m = projeção de c sobre a hipotenusa. 2. n = projeção de b sobre a hipotenusa. 3. a = m+n. 4. h = média geométrica entre m e n. Para saber mais, clique sobre média geométrica. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 130 Relações Métricas no triângulo retângulo Para extrair algumas propriedades, faremos a decomposição do triângulo retângulo ABC em dois triângulos retângulos menores: ACD e ADB. Dessa forma, o ângulo A será decomposto na soma dos ângulos CÂD=B e DÂB=C. Observamos que os triângulos retângulos ABC, ADC e ADB são semelhantes. Triângulo hipotenusa cateto maior cateto menor ABC a b c ADC b n h ADB c h m Assim: a/b = b/n = c/h a/c = b/h = c/m b/c = n/h = h/m logo: a/c = c/m equivale a c² = a.m a/b = b/n equivale a b² = a.n a/c = b/h equivale a a.h = b.c h/m = n/h equivale a h² = m.n Existem também outras relações do triângulo inicial ABC. Como a=m+n, somando c² com b², obtemos: c² + b² = a.m + a.n = a.(m+n) = a.a = a² que resulta no Teorema de Pitágoras: a² = b² + c² A demonstração acima, é uma das várias demonstrações do Teorema de Pitágoras. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 131 Funções trigonométricas básicas As Funções trigonométricas básicas são relações entre as medidas dos lados do triângulo retângulo e seus ângulos. As três funções básicas mais importantes da trigonometria são: seno, cosseno e tangente. O ângulo é indicado pela letra x. Função Notação Definição seno sen(x) medida do cateto oposto a x medida da hipotenusa cosseno cos(x) medida do cateto adjacente a x medida da hipotenusa tangente tan(x) medida do cateto oposto a x medida do cateto adjacente a x Tomando um triângulo retângulo ABC, com hipotenusa H medindo 1 unidade, então o seno do ângulo sob análise é o seu cateto oposto CO e o cosseno do mesmo é o seu cateto adjacente CA. Portanto a tangente do ângulo analisado será a razão entre seno e cosseno desse ângulo. sen(x)= CO H = CO 1 cos(x)= CA H = CA 1 tan(x)= CO CA = sen(x) cos(x) Relação fundamental: Para todo ângulo x (medido em radianos), vale a importante relação: cos²(x) + sen²(x) = 1 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 132 PORCENTAGEM É frequente o uso de expressões que refletem acréscimos ou reduções em preços, números ou quantidades, sempre tomando por base 100 unidades. Alguns exemplos: A gasolina teve um aumento de 15% Significa que em cada R$100 houve um acréscimo de R$15,00 O cliente recebeu um desconto de 10% em todas as mercadorias. Significa que em cada R$100 foi dado um desconto de R$10,00 Dos jogadores que jogam no Grêmio, 90% são craques. Significa que em cada 100 jogadores que jogam no Grêmio, 90 são craques. Razão centesimal Toda a razão que tem para consequente o número 100 denomina-se razão centesimal. Alguns exemplos: Podemos representar uma razão centesimal de outras formas: As expressões 7%, 16% e 125% são chamadas taxas centesimais ou taxas percentuais. Considere o seguinte problema: João vendeu 50% dos seus 50 cavalos. Quantos cavalos ele vendeu? Para solucionar esse problema devemos aplicar a taxa percentual (50%) sobre o total de cavalos. Logo, ele vendeu 25 cavalos, que representa a porcentagem procurada. Portanto, chegamos a seguinte definição: Porcentagem é o valor obtido ao aplicarmos uma taxa percentual a umdeterminado valor. Exemplos: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 133 Calcular 10% de 300. Calcular 25% de 200kg. Logo, 50kg é o valor correspondente à porcentagem procurada. EXERCÍCIOS: 1) Um jogador de futebol, ao longo de um campeonato, cobrou 75 faltas, transformando em gols 8% dessas faltas. Quantos gols de falta esse jogador fez? Portanto o jogador fez 6 gols de falta. 2) Se eu comprei uma ação de um clube por R$250,00 e a revendi por R$300,00, qual a taxa percentual de lucro obtida? Montamos uma equação, onde somando os R$250,00 iniciais com a porcentagem que aumentou em relação a esses R$250,00, resulte nos R$300,00. Portanto, a taxa percentual de lucro foi de 20%. Uma dica importante: o FATOR DE MULTIPLICAÇÃO. Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela abaixo: Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação 10% 1,10 15% 1,15 20% 1,20 47% 1,47 67% 1,67 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 134 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 * 1,10 = R$ 11,00 No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: Fator de Multiplicação = 1 - taxa de desconto (na forma decimal) Veja a tabela abaixo: Desconto Fator de Multiplicação 10% 0,90 25% 0,75 34% 0,66 60% 0,40 90% 0,10 Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 * 0,90 = R$ 9,00 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 135 O que é o Teorema de Pitágoras? O teorema diz basicamente o seguinte: A soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado hipotenusa. Contudo, o que é hipotenusa e o que é cateto? O lado em vermelho representa a hipotenusa, e os dois lados em azul são os catetos. Portanto, a fórmula fica da seguinte forma: Como resolver exercícios É importante ter em mente que o Teorema de Pitágoras se aplica apenas quando temos um triângulo retângulo. Vamos resolver o problema abaixo: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 136 10²= x² + 6² 100= x² + 36 -x²= -100 + 36 x²= 64 x=√64 x=8 Exercícios resolvidos Na página "Demonstração do Teorema de Pitágoras", observas-te como se enuncia o teorema. Agora vais ver vários exemplos de aplicações do mesmo e em seguida, irás resolver alguns exercícios propostos numa ficha. Exemplo 1: Sendo a,b e c as medidas dos comprimentos dos lados de um triângulo, indica, justificando, aqueles que são rectângulos: a) a = 6; b = 7 e c = 13; b) a = 6; b = 10 e c = 8. Resolução: "Se num triângulo as medidas dos seus lados verificarem o Teorema de Pitágoras então pode-se concluir que o triângulo é rectângulo". Então teremos que verificar para cada alínea se as medidas dos lados dos triângulos satisfazem ou não o Teorema de Pitágoras. a) logo o triângulo não é rectângulo porque não satisfaz o Teorema de Pitágoras. b) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 137 logo o triângulo é rectângulo porque satisfaz o Teorema de Pitágoras. Exemplo 2: Calcula o valor de x em cada um dos triângulos rectângulos: a) b) Resolução: a) Aplicando o Teorema de Pitágoras temos: b) Aplicando o Teorema de Pitágoras temos: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 138 Exemplo 3: Calcula as áreas das seguintes figuras. a) b) Resolução: a) b) Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 139 Exemplo 4: a) Qual era a altura do poste? Resolução: h = 4 + 5 = 9 Resposta: A altura do poste era de 9 m. b) Qual é a distância percorrida pelo berlinde. Resolução: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 140 Resposta: A distância percorrida pelo berlinde é de: 265 cm = 2,65 m. Exercício 5: O Pedro e o João estão a «andar» de balancé, como indica a figura: A altura máxima a que pode subir cada um dos amigos é de 60 cm. Qual o comprimento do balancé? Resolução do exercício 5: Pode-se aplicar o Teorema de Pitágoras, pois a linha a tracejado forma um ângulo de 90 graus com a "linha" do chão. Então vem: 1,8 m = 180 cm Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 141 Resposta: O comprimento do balancé é de aproximadamente 190 cm, isto é, 1,9 m. Exercício 6: A figura representa um barco à vela. 6.1.) Determina, de acordo com os dados da figura, os valores de x e y. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 142 Números Inteiros O conjunto Z dos Números Inteiros Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião do conjunto dos números naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Este conjunto é denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este conjunto pode ser escrito por: Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4,...} Subconjuntos notáveis de Z Z + = {0,1,2,3,4,...} Inteiros não negativos Z - = { ..., - 3, -2, -1, 0} Inteiros não positivos Z+* = {1,2,3,4,...} Inteiros positivos Z-* = {...,-3,-2,-1} Inteiros negativos Ausência do zero nos dois últimos e presença nos dois primeiros é por que são nulos Módulo (ou valor absoluto) {+5} = 5 {-8}= 8 Adição (- 5) + (-8) = -5-8 = -13 (+5) + (-8) = +5-8=-3 (-5) + (+8)= -5+8= +3 Simétrico (oposto) Simétrico de X → - x → - x + x = 0 O Simétrico de – 3 é + 3 → (-3) + (+3) = 0 O Simétrico de 0 é 0 → 0 +0 = 0 Exemplo: a figura mostra a distância da escola a casa e papelaria Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 143 Subtração: (+5) – (-8) = + 5 + 8 = +13 (-5) –(+8)= -5 - 8 = -13 Multiplicação Sinais Iguais → (+) sempre positivos Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 144 (+5) x (+8) =+40 (- 5) x (- 8) = +40 Sinais contrários → ( - ) sempre negativo (+5) x ( - 8) = - 40 (- 5) x (+ 8) = - 40 Comparação de números inteiros ˂ Menor que ˃ Maior que Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br145 NÚMEROS FRACIONARIOS E DECIMAIS Durante muito tempo, os números naturais eram os únicos números que o homem utilizava. Mas, com o passar do tempo, o homem foi encontrando situações mais difíceis para resolver. No antigo Egito, por exemplo, as terras próximas ao rio Nilo eram muito disputadas por isso os faraós tinham funcionários que mediam e demarcavam os terrenos. Eles usavam cordas com nós separados sempre pela mesma distância. Em muitos casos, principalmente para efetuar medições, precisou criar outros números que não fossem apenas os números naturais. Surgiram assim, os números fracionários ou racionais. Para representar os números fracionários foi criado um símbolo, que é a fração. Sendo a e b números racionais e b ≠ 0, indicamos a divisão de a por b com o símbolo a : b ou, ainda a/b Chamamos o símbolo a/b de fração. Assim, a fração 10/2 é igual a 10 : 2 Na fração a/b, a é o numerador e b é o denominador Efetuando, por exemplo, a divisão de 10 por 2, obtemos o quociente 5. Assim, 10/2 é um número natural, pois 10 é múltiplo de 2. Mas efetuando a divisão de 3 por 4 não obtemos um número natural. Logo ¾ não é um número natural. A fração envolve a ideia de alguma coisa que foi dividida em partes iguais. Agenor comeu ¾ de uma barra de chocolate. Que quantidade de chocolate Agenor comeu? Que parte da barra de chocolate sobrou? Dividindo o chocolate em 4 partes, iguais temos; Agenor comeu ¾ , portanto sobrou ¼ LEITURA DE UMA FRAÇÃO Algumas frações recebem nomes especiais: as que têm denominadores 2,3,4,5,6,7,8,9 ½ um meio ¼ um quarto 1/6 um sexto 1/8 um oitavo 2/5 dois quintos 9/8 nove oitavos 1/3 um terço 1/5 um quinto 1/7 um sétimo 1/9 um nono 4/9 quatro nonos 16/9 dezesseis nonos as que tem denominadores 10, 100, 1000, etc............. 1/10 um décimo 1/100 um centésimo 1/1000 um milésimo 7/100 sete centésimos as decimais que são lidas acompanhadas da palavra avos : Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 146 1/11 um onze avos 7/120 sete cento e vinte avos 4/13 quatro treze avos 1/300 um trezentos avos 5/19 cinco dezenove avos 6/220 seis duzentos e vinte avos EXERCÍCIOS 1) indique as divisões em forma de fração: a) 14 : 7 = b) 18 : 8 = c) 5 : 1 = d) 15 : 5 = e) 18 : 9 = f) 64 : 8 = 2) Calcule o quociente das divisões a) 12/3 = b) 42/21 = c) 8/4 = d) 100/10 = e) 56/7 = f) 64/8 = 3) Em uma fração, o numerador é 5 e o denominador é 6 a) Em quantas partes o todo foi dividido? b) Quantas partes do todo foram consideradas? 4) Escreva como se lêem as seguintes frações: a) 5/8 b) 9/10 c) 1/5 d) 4/200 e) 7/1000 f) 6/32 TIPOS DE FRAÇÕES a) Fração própria : é aquela cujo o numerador é menor que o denominador. Exemplos : 2/3, 4/7, 1/8 b) Fração imprópria: é a fração cujo numerador é maior ou igual ao denominador Exemplo: 3/2, 5/5 c) Fração aparente: é a fração imprópria cujo o numerador é múltiplo do Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 147 denominador Exemplo: 6/2, 19/19, 24/12, 7/7 EXERCÍCIO 1) Classifique as frações em própria, imprópria ou aparente: a) 8/9 b) 10/10 c) 26/13 d) 10/20 e) 37/19 f) 100/400 SIMPLIFICANDO FRAÇÕES Cláudio dividiu a pizza em 8 partes iguais e comeu 4 partes. Que fração da pizza ele comeu? Cláudio comeu 4/8 da pizza. Mas 4/8 é equivalente a 2/4. Assim podemos dizer que Cláudio comeu 2/4 da pizza. A fração 2/4 foi obtida dividindo-se ambos os termos da fração 4/8 por 2 veja: 4/8 : 2/2 = 2/4 Dizemos que a fração 2/4 é uma fração simplificada de 4/8. A fração 2/4 ainda pode ser simplificada, ou seja, podemos obter uma fração equivalente dividindo os dois termos da fração por 2 e vamos obter ½ OPERAÇÕES COM NÚMEROS RACIONAIS ABSOLUTOS (FRAÇÕES) ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 1°) Como adicionarmos ou subtrairmos números fracionários escritos sob a forma de fração de denominadores iguais Conclusão: Somamos os numeradores e conservamos o denominador comum. Exemplo: a) 5/7 – 2/7 = 3/7 b) 4/9+ + 2/9 = 6/9 = 2/3 c) 3/5 – 1/5 = 2/5 Exercícios 1) Efetue as adições a) 3/6 + 2/6 = b) 13/7 + 1/7 = c) 2/7+ 1/7 + 5/7 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 148 d) 4/10 + 1/10 + 3/10 = e) 5/6 + 1/6 = f) 8/6 + 6/6 = g) 3/5 + 1/5 = 2) Efetue as subtrações: a) 7/9 – 5/9 = b) 9/5 -2/5 = c) 2/3 – 1/3 = d) 8/3 – 2/3 = e) 5/6 – 1/6 = f) 5/5 – 2/5 = g) 5/7 – 2/7 = 3) Efetue as operações: a) 5/4 + ¾ - ¼ = b) 2/5 + 1/5 – 3/5 = c) 8/7 – 3/7 + 1/7 = d) 7/3 – 4/3 – 1/3 = e) 1/8 + 9/8 -3/8= f) 7/3 – 2/3 + 1/3 = g) 7/5 + 2/5 – 1/5 = h) 5/7 – 2/7 – 1/7 = 2°) Como adicionarmos ou subtrairmos números fracionários escritos sob a forma de fração de denominadores diferentes conclusão: Quando os denominadores são diferentes fazemos o m.m.c. dos denominadores . exemplo: a) 2/3 +1/2 = 4/6 + 3/6 = 7/6 3, 2 I 2 3, 1 I 3 1, 1 I ---2 . 3 = 6 b) 2/3 – ¼ = 8/12 – 3/12 = 5/12 3, 4 I 2 3, 2 I 2 3, 1 I 3 1, 1 I ----2 . 2. 3 = 12 Exercícios 1) Efetue as adições: a) 1/3 + 1/5 = b) ¾ + ½ = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 149 c) 2/4 + 2/3 = d) 2/5 + 3/10 = e) 5/3 + 1/6 = f) ¼ + 2/3 + ½ = g) ½ + 1/7 + 5/7 = h) 3/7 + 5/2 + 1/14 = i) 4/5 + 1/3 + 7/6 = j) 1/3 + 5/6 + ¾ = k) ½ + 1/3 + 1/6 = l) 10 + 1/8 + ¾ = m) 1/3 + 3/5 = n) ¾ + 6/7 = o) 5/7 + ½ = p) ½ + 1/3 = q) 3/14 + 3/7 = r) 3/5 + ¾ + ½ = s) 1/12 + 5/6 + ¾ = t) 8 + 1/5 + 4/5 = 2) Efetue as subtrações a) 5/4 – ½ = b) 3/5 – 2/7 = c) 8/10 – 1/5 = d) 5/6 – 2/3 = e) 4/3 – ½ = f) 13/4 – 5/6 = g) 7/8 – 1/6 = h) 4/5 – 1/3 = i) 3/5 – ¼ = j) 10/11 – ½ = l) 6/4 – 2/3 = m) 5/8 – ½ = n) 4/5 – ¼ = o) ¾ - 5/8 = p) 9/11 – ½ = q) 7 – 2/3 = r) 4/2 - 2/3 = s) 3/2 - 2/3 = t) 1/2 - 1/3 = u) 3/2 - 1/4 = 3) Efetue a) 2 + 5/3 = b) 7 + ½ = c) 3/5 + 4 = d) 6/7 + 1 = e) 8 + 7/9 = f) 5 – ¾ = g) 2 – ½ = h) 7/2 – 3 = i) 11/2 – 3 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 150 j) 7/4 – 1 = l) ½ - 1/3 = m) ½ + ¼ = n) 1 + 1/5 = o) 1 – 1/5 = 4) Calcule o valor das expressões: a) 3/5 + ½ - 2/4 = b) 2/3 + 5/6 – ¼ = c) 4/5 – ½ + ¾ = d) 5/7 – 1/3 + ½ = e) 1/3 + ½ - ¼ = f) ¾ - ½ + 1/3 = g) 5/6 – ½ + 2/3 = h) 4/5 – ¾ + ½ = i) ½ + 2/3 + 2/5 + 1/3 = j) 6/5 – ¾ + ½ - 2/3 = l) 1/6 + 5/4 + 2/3 = MULTIPLICAÇÃO Vamos Calcular : 2/3 x 4/5 = 8/15 Conclusão : multiplicamos os numeradores entre si e os denominadores entre si Exemplo: a) 4/7 x 3/5 = 12/35 b) 5/6 x 3/7 = 15//42 = 5/14 simplificando EXERCICIOS 1) Efetue as multiplicações a) ½ x 8/8 = b) 4/7 x 2/5 = c) 5/3 x 2/7 = d) 3/7 x 1/5 = e) 1/8 x 1/9 = f) 7/5 x 2/3 = g) 3/5 x ½ = h) 7/8 x 3/2 = i) 1/3 x5/6 = j) 2/5 x 8/7 = k) 7/6 x 7/6 = l) 3/7 x 5/2 = m) 3/10 x 5/9 = n) 2/3 x ¼ x 5/2 = o) 7 x ½ x 1/3 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 151 2) Efetue as multiplicações a) 4/3 x ½ x 2/5 = b) 1/5 x ¾ x 5/3 = c) ½ x 3/7 x 1/5 = d) 3/2 x 5/8 x ¼ = e) 5/4 x 1/3 x 4/7 = 3) Efetue as multiplicações a) 2 x 5/3 = b) 3 x 2/5 = c) 1/8 x 5 = d) 6/7 x 3 = e) 2 x 2/3 x 1/7 = f) 2/5 x 3 x 4/8 = g) 5 x 2/3 x 7 = h) 7/5 x 2 x 4 = i) 8 x 2/3 = j) 5/9 x 0/6 = k) 1/7 x 40 = l) ½ x 1/3 x ¼ x 1/5 = m) 1 x 2/3 x 4/3 x 1/10 = DIVISÃO Vamos calcular ½ : 1/6 Para dividir uma fração por outra, basta multiplicar a primeira fração pela inversa da segunda Assim: ½ : 1/6 = ½ x 6/1 = 6/2 = 3 Exemplos: a) 2/3 : 5/2 = 2/3 x 2/5 = 4/15 b) 7/9 : 1/5 = 7/9 x 5/1 = 35//9 c) 3/7 : 4 = 3/7 x ¼ = 3/28 Exercícios 1) Efetue as divisões a) ¾ : 2/5 = b) 5/7 : 2/3 = c) 4/5 : 3/7 = d) 2/9 : 7/8 = e) 1/6 : 5/3 = f) 7/8 : ¾ = g) 8/7 : 9/3 = h) 4/5 : 2/5 = i) 5/8 : ¾ = j) 2/9 : 4/7 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 152 2) Efetue as divisões : a) 5 : 2/3 = b) 4 : 1/7 = c) 8/9 : 5 = d) 3/7 : 3 = e) 7/3 : 4/7 = f) 2/3 : ½ = g) 4/5 : 2/3 = h) 2/7 : 5/3 = i) 3/7 : 2 = j) 3/2 : 5/7 = k) 3/8 : 4/7 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 153 Elimine os parênteses a) -(+5) = b) -(-2) = c) - (+4) = d) -(-7) = e) -(+12) = f) -(-15) = g) -(-42) = h) -(+56) = 2) Calcule: a) (+7) - (+3) = b) (+5) - (-2) = c) (-3) - ( +8) = d) (-1) -(-4) = e) (+3) - (+8) = f) (+9) - (+9) = g) (-8) - ( +5) = h) (+5) - (-6) = i) (-2) - (-4) = j) (-7) - (-8) = l) (+4) -(+4) = m) (-3) - ( +2) = n) -7 + 6 = o) -8 -7 = p) 10 -2 = q) 7 -13 = r) -1 -0 = s) 16 - 20 = t) -18 -9 = u) 5 - 45 = v) -15 -7 = x) -8 +12 = z) -32 -18 = 3) Calcule: a) 7 - (-2) = b) 7 - (+2) = c) 2 - (-9) = d) -5 - (-1) = e) -5 -(+1) = f) -4 - (+3) = g) 8 - (-5) = h) 7 - (+4) = i) 26 - 45 = j) -72 -72 = l) -84 + 84 = m) -10 -100 = n) -2 -4 -1 = o) -8 +6 -1 = p) 12-7 + 3 = q) 4 + 13 - 21 = r) -8 +8 + 1 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 154 s) -7 + 6 + 9 = t) -5 -3 -4 - 1 = u) +10 - 43 -17 = v) -6 -6 + 73 = x) -30 +30 - 40 = z) -60 - 18 +50 = 4) Calcule: a) (-4) -(-2)+(-6) = b) (-7)-(-5)+(-8) = c) (+7)-(-6)-(-8) = d) (-8) + (-6) -(+3) = e) (-4) + (-3) - (+6) = f) 20 - (-6) - (-8) = g) 5 - 6 - (+7) + 1 = h) -10 - (-3) - (-4) = i) (+5) + (-8) = j) (-2) - (-3) = l) (-3) -(-9) = m) (-7) - (-8) = n) (-8) + (-6) - (-7) = o) (-4) + (-6) + (-3) = p) 15 -(-3) - (-1) = q) 32 - (+1) -(-5) = 5) Calcule: a) (-5) + (+2) - (-1) + (-7) = b) (+2) - (-3) + (-5) -(-9) = c) (-2) + (-1) -(-7) + (-4) = d) (-5) + (-6) -(-2) + (-3) = e) (+9) -(-2) + (-1) - (-3) = f) 9 - (-7) -11 = g) -2 + (-1) -6 = h) -(+7) -4 -12 = i) 15 -(+9) -(-2) = j) -25 - ( -5) -30 = l) -50 - (+7) -43 = m) 10 -2 -5 -(+2) - (-3) = n) 18 - (-3) - 13 -1 -(-4) = o) 5 -(-5) + 3 - (-3) + 0 - 6 = p) -28 + 7 + (-12) + (-1) -4 -2 = q) -21 -7 -6 -(-15) -2 -(-10) = r) 10 -(-8) + (-9) -(-12)-6 + 5 = ELIMINAÇÃO DOS PARENTESES 1) parênteses precedidos pelo sinal + Ao eliminarmos os parênteses e o sinal + que os precede, devemos conservar os sinais dos números contidos nesses parênteses. Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 155 exemplo a) + (-4 + 5) = -4 + 5 b) +(3 +2 -7) = 3 +2 -7 2) Parênteses precedidos pelo sinal - Ao eliminarmos os parênteses e o sinal de - que os precede, devemos trocar os sinais dos números contidos nesses parênteses. exemplo a) -(4 - 5 + 3) = -4 + 5 -3 b) -(-6 + 8 - 1) = +6 -8 +1 EXERCICIOS 1) Elimine os parênteses: a) +(-3 +8) = b) -(-3 + 8) = c) +(5 - 6) = d) -(-3-1) = e) -(-6 + 4 - 1) = f) +(-3 -2 -1) = g) -(4 -6 +8) = h) + (2 + 5 - 1) = 2) Elimine os parênteses e calcule: a) + 5 + ( 7 - 3) = b) 8 - (-2-1) = c) -6 - (-3 +2) = d) 18 - ( -5 -2 -3 ) = e) 30 - (6 - 1 +7) = f) 4 + (-5 + 0 + 8 -4) = g) 4 + (3 - 5) + ( -2 -6) = h) 8 -(3 + 5 -20) + ( 3 -10) = i) 20 - (-6 +8) - (-1 + 3) = j) 35 -(4-1) - (-2 + 7) = 3) Calcule: a) 10 - ( 15 + 25) = b) 1 - (25 -18) = c) 40 -18 - ( 10 +12) = d) (2 - 7) - (8 -13) = e) 7 - ( 3 + 2 + 1) - 6 = f) -15 - ( 3 + 25) + 4 = g) -32 -1 - ( -12 + 14) = h) 7 + (-5-6) - (-9 + 3) = i) -(+4-6) + (2 - 3) = j) -6 - (2 -7 + 1 - 5) + 1 = Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 156 Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 157 Disciplina: Matemática instrumental Exercícios de revisão Adição 6683 4172 5441 1514 5689 108 9108 880 5432 6936 6168 5848 8799 6265 11 6613 Subtração 1262 4990 5788 3786 219 3632 3571 341 7445 4344 100 3959 2679 126 89 673 9603 1290 3459 2345 8869 2343 1023 5435 Multiplicação 63 x 4= 60x94= 70x83= 60x91= Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 158 13x13= 61x81= 67x11= 30x96= 45x89= 8765x6785= 345436x7866= 8987x765= Divisão 885 / 295= 429 /143= 536 / 268 = 660 / 220= 256 / 64= 648 / 54 = 910 / 70= 998 /1= 750 /30= Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 159 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 1 – Calcule: 2 – Calcule: ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( Questões 1 – José depositou em sua conta bancária as importâncias de R$ 300,00 e R$ 200,00. Posteriormente, retirou R$ 350,00 e R$ 250,00. O saldo de sua conta corrente representado com números relativos é de quanto? 2 – Uma pessoatem R$ 500,00 na sua conta bancária e faz, sucessivamente, as seguintes operações bancárias: Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 160 Coloca R$ 200,00 Retira R$ 900,00 Coloca R$ 600,00 Retira R$ 700,00 Qual é o seu saldo final? Multiplicação e divisão em Z 1 – Calcule os seguintes produtos: a) ( ( b) ( ( c) ( ( d) ( ( e) ( ( ( f) ( ( ( 2 – Calcule o valor das expressões: a) b) ( c) ( Centro Técnico Lusíadas Curso Técnico em Eletrotécnica www.colegiolusiadas.com.br 161 d) ( ( e) ( ( f) ( ( 3 – Calcule: a) ( ( b) ( ( c) ( ( d) ( ( e) ( ( f) ( ( 1. ELETROTECNICA - Eletricidade.pdf 2. Apostila SMS eletrotecnica.pdf 3. fisica - eletrotecnica.pdf 4. matematica aplicada - eletrotecnica.pdf