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1 UNIVERSIDADE FEEVALE ICET / ENG. ELETRÔNICA CONVERSÃO DE ENERGIA Prof. Moisés de Mattos Dias 2 SUMÁRIO ÁREA I 1. GRANDEZAS ELETROMAGNÉTICAS ENVOLVIDAS NO ESTUDO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS 2. PRINCÍPIOS DA CONVERSÃO DE ENERGIA 3. TRANSFORMADORES 4. MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA ÁREA II 5. MOTORES ASSÍNCRONOS DE INDUÇÃO 6. MÁQUINAS SÍNCRONOS 7. GERAÇÃO E ENERGIAS RENOVÁVEIS 8. MOTOR DE PASSO E SERVOMOTORES 9. ACIONAMENTO E DISPOSITIVOS DE PARTIDA DE MOTORES 10. CONTROLADORES, INVERSORES E CONVERSORES 3 INTRODUÇÃO Basicamente a disciplina estuda sistemas de Potências, como Geração de Energia Elétrica, Motores Elétricos, Quadro de Comando e Acionamento de Máquinas Elétricas Rotativas CRONOGRAMA Aula Data Conteúdo 01 02/08 Introdução da Disciplina 02 09/08 Cap.1 – Grandezas Eletromagnéticas 03 16/08 Cap.2 – Princípios de Conversão de Energia 04 23/08 Cap.3 – Transformadores 05 30/08 Cap.4 – Máquinas de Corrente Contínua 06 06/09 Laboratório I 07 13/09 Prova I 08 20/09 Feriado 09 27/09 Semana Acadêmica 10 04/10 Cap.5 – Motores Assíncronos 11 11/10 Cap.6 – Máquinas Síncronas 12 18/10 Cap.7 – Geração e Energias Renováveis 13 25/10 Cap.8 – Motor de Passo e Servomotor 14 01/10 Cap.9 – Acionamento e Dispositivos de Partida 15 08/11 Cap.10 – Controladores, Inversores e Conversores 16 15/11 Feriado 17 22/11 Laboratório II 18 29/11 Prova II Entrega da Lista de Exercícios 19 06/12 Prova I ou II – Para quem perdeu ou substituição Devolução da Lista 20 13/12 Avaliação Complementar 4 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. O Conteúdo foi dividido em Duas Áreas (1) e (2), e cada Área é Composta pelos seguintes arquivos (As áreas podem ser subdivididas em Sub-Itens): Apo + Exemplos – Apostila com conteúdos teóricos e Exercícios Resolvidos Exercício – Exercícios a Serem feitos pelos Alunos– A serem entregues conforme datas do Calendário Laboratório – A serem entregues conforme datas do Calendário 2. As aulas estarão disponibilizadas via Black Board. Contudo, haverão Atividades Adicionais via Black Board (Ver Datas do Cronograma acima), onde o aluno terá postado trabalhos complementares. 3. A Nota Final será Composta de Três Notas de Igual Proporção, conforme demonstrativo a seguir: - Prova 1 – 33,33% - Prova 2 – 33,33% - Nota 3 – 33,33% A Nota 3 será Composta da seguinte forma: - Lista de Exercícios (Área I) – 45 % - Laboratório (Área I) – 5 % - Lista de Exercícios (Área II) – 45 % - Laboratório (Área II) – 5 % 4. Haverá Uma Prova de Recuperação de Conteúdos, antes da Avaliação Complementar, para quem por qualquer motivo não pode comparecer a uma das duas provas realizadas durante o semestre. Portanto quem perder as duas provas, terá que comprovar a ausência, seja por atestado médico ou comprovante da empresa devido a compromissos no trabalho. Também será possível refazer uma das duas provas, contudo a nota final será a média das duas provas, ou seja, a prova realizada na data e a Recuperação. 5 1. GRANDEZAS ELETROMAGNÉTICAS ENVOLVIDAS NO ESTUDO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS 1.1. INTRODUÇÃO O estudo apropriado das máquinas elétricas inicia pela compreensão das principais grandezas físicas relacionadas com o eletromagnetismo, bem como um estudo sobre as principais unidades de medidas do magnetismo. Esta revisão se faz necessária para esclarecer, por exemplo, as diferenças entre as unidades de campo magnético, indução magnética e fluxo magnético. Portanto, a seguir é apresentado, uma breve revisão sobre as grandezas eletromagnéticas mais importantes. 1.2. CAMPO MAGNÉTICO - H Uma carga elétrica estática produz um campo elétrico E. De acordo com a lei de Ampére uma carga elétrica em movimento ou corrente elétrica I produz, além deste campo elétrico, um campo magnético H Hdl Jds I s [1] onde H = campo magnético [A/m] l = comprimento infinitesimal [m] J = densidade de corrente [A/m 2 ] S = elemento infinitesimal de superfície [m 2 ] I = corrente elétrica [A] A integral de linha H ao longo do caminho fechado é igual a corrente no fio quando os caminhos envolvem o fio (Fig. 1). O sentido do campo magnético também pode ser dado pela regra do saca-rolha (mão direita). O polegar aponta na direção de I e os outros dedos na direção de H. Fig. 1 - Campo magnético H a partir de corrente elétrica I 6 No sistema internacional de unidades MKS (metro-kilograma-segundo) H é expresso em Ampére/metro [A/m]. No sistema CGS (centímetro-grama-segundo) H é expresso em Oersted [Oe] tal que 0,01256 Oe = 1 A/m [2] 1.3. DENSIDADE DE FLUXO (OU INDUÇÃO) MAGNÉTICA - B Um campo magnético H induz linhas de fluxo magnético ou indução magnética B, que se relacionam através da permeabilidade magnética do meio tal que B H [3] onde B = indução magnética [T] ou [Wb/m 2 ] = permeabilidade magnética do meio [H/m] H = campo magnético [A/m] No sistema CGS B é expresso como Gauss [G] tal que 1 T = 10 4 G [4] Para a maioria dos materiais B e H tem mesma direção e sentido (meios isotrópicos) e é um escalar (número real). Em alguns cristais B pode não ter a mesma direção de H (meios anisotrópicos) e é um tensor (matriz). 1.4. FLUXO MAGNÉTICO TOTAL - Para B uniforme e superfície plana o fluxo magnético total perpendicular à superfície pode ser escrito como BA [5] onde = fluxo magnético total [Wb] B = indução magnética [T] A = área da seção, transversal às linhas de fluxo [m 2 ] Quando as linhas de indução magnéticas não são perpendiculares a área A (Fig. 2), a Eq. 5 fica BA.cos [6] onde é o ângulo entre a perpendicular à área A e a direção de B. Se B não for uniforme sobre uma área, a Eq. 6 se generaliza de tal forma que B ds.cos . [7] 7 Fig. 2 - Linhas de fluxo magnético através da área A 1.5. PERMEABILIDADE MAGNÉTICA RELATIVA - r A permeabilidade magnética do meio é representada como r o [8] onde = permeabilidade magnética do meio [H/m] r = permeabilidade magnética relativa [adimensional] o = permeabilidade magnética do vácuo = 4 x 10 -7 H/m A Tab. 1 relaciona algumas substâncias com suas respectivas permeabilidades relativas. Deve-se salientar que a permeabilidade magnética relativa não é constante para alguns materiais, principalmente os ferromagnéticos e, neste caso, a tabela apresenta os valores máximos. A partir da Tab. 1 pode-se concluir o seguinte: r (substâncias diamagnéticas) ligeiramente menor que 1 r (substâncias paramagnéticas) ligeiramente maior que 1 r (substâncias ferromagnéticas) muito maior que 1 Outros tipos de materiais são o antiferromagnético, ferromagnético e superparamagnético. Um exemplo de material antiferromagnético é o óxido de ferro. A ferrita macia é um material ferromagnético e a fita magnética é um material superparamagnético. 1.6. MAGNETIZAÇÃO E CURVA DE HISTERESE Se uma peça (por exemplo cilíndrico) for colocada dentro de uma bobina (fio enrolado com várias voltas ou espiras), e circular por esta bobina uma corrente elétrica I, um campo magnético H será gerado no interior desta bobina, e a peça irá sofrer uma indução magnética B. Se o material do qual foi obtido a peça for diamagnética ou paramagnética pouca linha de fluxo magnética serão induzidas e a relação BxH será mais ou menos linear. Se o 8material for ferromagnético muitas linhas de fluxo serão induzidas (fenômeno de magnetização) e a relação BxH será uma curva (Fig. 3). Observe que esta apresenta uma histerese sendo portanto denominada de curva de histerese ou ciclo de histerese. Estes materiais também são conhecidos como materiais magnéticos. Tab. 1 - Permeabilidade relativa de alguns materiais Substância Grupo r Bismuto Diamagnético 0,99983 Prata Diamagnético 0,99998 Cobre Diamagnético 0,999991 Água Diamagnético 0,999991 Vácuo Não-magnético 1 Ar Paramagnético 1,0000004 Alumínio Paramagnético 1,00002 Paládio Paramagnético 1,0008 Pó de permalloy 2-81 Ferromagnético 1,3 x 10 2 Cobalto Ferromagnético 2,5 x 10 2 Níquel Ferromagnético 6,0 x 10 2 Ferroxcube 3 Ferromagnético 1,5 x 10 3 Aço doce Ferromagnético 2,0 x 10 3 Ferro (0,2% de impurezas) Ferromagnético 5,0 x 10 3 Permalloy 78 Ferromagnético 1,0 x 10 5 Supermalloy Ferromagnético 1,0 x 10 6 Fig. 3 - Ciclo de histerese para um material ferromagnético O ponto em que a curva corta o eixo de B no quadrante superior esquerdo é denominado de magnetismo remanente ou retentividade Br (quando o material foi 9 saturado) e representa a indução magnética residual que permanece no espécime mesmo após a sua retirada de dentro da bobina ou seja sem campo magnético aplicado (H = 0). O ponto em que a curva corta o eixo de H no mesmo quadrante é denominado de força coercitiva ou coercitividade Hc (quando o material foi saturado) e representa o campo magnético necessário para desmagnetizar o espécime (B = 0). Outro fator importante na identificação dos materiais magnético é o produto energético BHmax que está associado com a densidade de energia armazenada no material. A Fig. 4 mostra dois ciclos de histerese, um largo que representa um material magnético duro também conhecido como ímã permanente, e um estreito que representa um material magnético macio. Os materiais magnéticos duros também são conhecidos por ímãs permanentes e devem apresentar elevada retentividade e coercitividade magnéticas. Os materiais magnéticos macios, são os aços magnéticos em geral (com exceção de algumas ligas de aço inox que são paramagnéticas) utilizados na construção de núcleos magnéticos, e as ferritas macias utilizadas na construção de indutores. Fig. 4 - Ciclo de histerese para materiais magnéticos duros e macios A Fig. 5 mostra um MAV (Magnetômetro de Amostra Vibrante), dispositivo para traçar curvas de Histerese de Materiais Magnéticos Duros. O MAV é composto de uma bobina principal (Fig. 5-a), na qual existe a circulação de uma corrente contínua de valor elevado responsável por gerar um Campo Magnético no Entreferro, campo este medido a partir de um sensor Hall (que além de indução, também pode medir Campo Magnético). Neste mesmo entreferro há uma haste que vibra (daí a origem do nome), no qual fragmentos dos ímãs são colocados. Uma bobina secundária também é colocada ali próxima ao ímã que, ao vibrar próximo a esta bobina secundária, induz uma tensão, a qual é proporcional a indução magnética B, gerada pelo ímã. Assim são obtidas as duas grandezas para o traçado das curvas, ou seja, o Campo Magnético (através do sensor Hall) e a Indução Magnética (através da bobina de indução). Um dispositivo eletrônico (Fig. 5- b) capta os sinais gerados e, a partir de um computador e um software, gera as curvas. 10 (a) (b) Fig. 5 – Magnetômetro de amostra vibrante – (a) Dispositivo com as bobinas e haste vibratória – (b) Sistema de Aquisição de Dados e Traçador de Curva A Fig. 6-a apresenta uma curva de histerese com magnetização paralela e a Fig. 6- b mostra uma curva de magnetização perpendicular. A unidade da ordenada está em unidade de magnetização (emu/g). Para converter para indução utiliza-se a Eq. 9. g emu 4 = Br [9] na qual ρ é a densidade. (a) (b) Fig. 6 – Curva de histerese de ímãs de ferrita de estrôncio Para traçar curvas de Histerese e Magnetização de Materiais Magnéticos Macios, é necessária a preparação de amostras, que consiste na bobinagem (enrolamento de fios de cobre) de espiras primárias e secundárias no anel, conhecidas como Anel de Rowland (Fig. 7). O procedimento consiste em isolar o anel com filme plástico para evitar 11 descascamento do fio esmaltado (Fig. 7-a), enrolamento de espiras secundárias (Fig. 7-b) e novo isolamento (Fig. 7-c) seguido do enrolamento das espiras primárias (Fig. 7-d). (a) (b) (c) (d) Fig. 7 – Etapas de preparação das amostras: (a) isolamento, (b) enrolamento secundário, (c) isolamento e (d) enrolamento do primário A determinação das propriedades magnéticas básicas dos materiais na forma de anel (toróide) segue a norma ASTM A773. A Fig. 8-(a) mostra o dispositivo modelo TLMP-TCH-14, e a Fig. 8-(b) mostra o anel bobinado conectado ao traçador. (a) (b) Fig. 8 – Traçador de Curvas Magnéticas – (a) Vista frontal – (b) Conectado ao anel bobinado A Fig. 9 mostra curvas de Magnetização para alguns materiais magnéticos macios, e a Fig. 10 mostra curvas de Histerese. Fig. 9 – Curvas de Magnetização de materiais magnéticos macios 12 Fig. 10 – Curvas de Histerese de materiais magnéticos macios 1.7. INDUÇÃO MAGNÉTICA NUMA BOBINA Seja uma bobina de comprimento l, raio r e N espiras (Fig. 11). A indução magnética B no centro da bobina pode ser calculada a partir da lei de Biot Savart como B NI r l 4 2 2 [10] As linhas de fluxo magnético, conforme regra da mão direita, estão na direção indicada pelo polegar, e a corrente está na direção apontada pelos outros dedos. Fig. 11 - Bobina e linhas de fluxo magnético 1.8. INDUÇÃO MAGNÉTICA NUM CIRCUITO FECHADO (TORÓIDE) Seja um toróide com N espiras distribuídas uniformemente e corrente I, raio médio r e comprimento médio l (Fig. 12). A indução magnética B pode ser calculada a partir da lei de Biot Savart sendo 13 B NI l H [11] ou, com alguma manipulação algébrica Bl NI Hl NI NI Hl [12] Temos então a equação básica para o estudo de circuitos eletromagnéticos que a relação Ampére.espira é idêntica ao relação campo magnético H em todo o caminho l. Fig. 12 - Indução magnética num toróide com N espiras e corrente I 1.9. INDUTÂNCIA - L A indutância relaciona a capacidade que um núcleo envolto por uma bobina possui (Fig. 12), de produzir fluxo magnético em função da corrente I que circula por esta bobina L N d dI [13] para uma permeabilidade magnética constante (ou uma faixa), onde a indução magnética B é diretamente proporcional ao campo magnético H e a curva de histerese apresenta um ciclo sem histerese, assim L N I I [141] onde L = indutância [H] = fluxo magnético total [Wb] = N = fluxo concatenado [Wb] I = corrente elétrica [A] 1.10. RELUTÂNCIA (), E FORÇA MAGNETOMOTRIZ - fmm () Relutância é uma “resistência” que o meio oferece a circulação do fluxo magnético, sendo uma grandeza análoga a resistência elétrica. Assim como um fio de 14 cobre possui uma resistência elétrica que pode ser medida a partir de sua estrutura, uma barra de ferro possui uma relutância, que também pode medido por sua estrutura tal que A l [15] onde = relutância magnética [H -1 ] = NI= fmm = força magnetomotriz [A.esp] = permeabilidade magnética do meio [H/m] l = comprimento [m] A = área da seção transversal [m 2 ] 1.11. POTÊNCIA (P) ENERGIA (Wm) E DENSIDADE DE ENERGIA (Wcmp) NUMA BOBINA A potência P dissipada na resistência interna Ri de uma bobina (ou indutor) real, alimentada com corrente contínua é P V R I R i i 2 2 [16] onde P é a potência dissipada [W] V é a tensão sobre a bobina [V] I é a corrente através da bobina [A] Ri é a resistência ôhmica interna da bobina [] A energia armazenada num campo magnético num certo volume v é definida pela integral de volume W B Hdvm v 1 2 . [17] e, para uma bobina de indutância L, percorrida por uma corrente I, onde o núcleo apresenta uma permeabilidade magnética constante (ou uma faixa), ou seja a indução magnética B é diretamente proporcional ao campo magnético H e a curva de histerese apresenta um ciclo sem histerese, fica W LIm 1 2 1 2 2 [18] onde Wm é expressa em [j] A densidade de energia armazenada no campo magnético Wcmp é calcula como 15 W HBcmp 1 2 [19] onde Wcmp é expressa em [j/m 3 ]. 1.12. CIRCUITOS MAGNÉTICOS EM D.C. Analogia de circuitos elétricos circuitos magnéticos I R V ( = condutividade) A Fig. 13-a mostra um circuito magnético composto de uma bobina alimentada com corrente contínua, enrolada num núcleo de ferro com entreferro (ou gap), e na Fig. 13-b o seu circuito elétrico equivalente. (a) (b) Fig. 13 - (a) Circuito magnético com entreferro - (b) equivalente elétrico O fluxo magnético total pode ser calculado como T f g NI [19] A relutância do ferro f pode ser calculada como f g o r ferro l l l A 2 21 2 ( ) [20] onde l1 = largura do núcleo [m] l2 = altura do núcleo [m] A = área da seção transversal do núcleo [m 2 ] lg = comprimento do entreferro (gap) [m] 16 A relutância do entreferro (gap) g pode ser calculada como A l o g g [21] Em cálculos detalhados de circuitos magnéticos, a tendência de as linhas de campo magnético se abrirem ao atravessar o entreferro, reduzindo assim a indução magnética Bg em relação à Bf no núcleo de ferro, é levada em conta por meio de uma correção por espraiamento. A correção usual é acrescentar a dimensão lg do entreferro para cada dimensão do mesmo, ou seja, acrescentar lg para cada lado da área da seção transversal. Outra correção pode ser realizada se for considerado que nem todo o fluxo magnético produzido por cada espira individualmente se concatena no fluxo magnético total da bobina. Este fluxo que não se concatena é chamado de fluxo disperso e depende do número e da forma como as espiras são enroladas. EXEMPLOS 1. Considere o circuito magnético a seguir com um entreferro gap, onde a bobina, com resistência interna Ri é alimentada por uma fonte Vi , tal que: Vi = 10V Ri = 10 N = 100 l1 = 20 cm (0,2 m) l2 = 30 cm (0,3 m) lg = 2 mm (0,002 mm) A = 4 cm 2 (4x10 -4 m 2 r(ferro) = 1500 I. Determine as grandezas indicadas: a) Relutância no núcleo de ferro [f] 1 47 21 .75,677.323.1 104500.110.4 002,03,022,0222 H xxx xx A lll ro g f 17 b) Relutância no gap [g] 1 47 .50,991,978.3 10410.4 002,0 H xxA l o g g c) Fluxo magnético total [] A R V I i i .1 10 10 Wbx xNI gfT 61019 50,991,978.375,677.323.1 1100 d) Densidade de fluxo magnético [B] T x x A B .0471,0 104 1019 4 6 e) Campo magnético no núcleo de ferro [Hf] mA x B H ro f /.01,25 500.110.4 0471,0 7 f) Campo magnético no gap [Hg] mA B H o g /.76,518.37 10.4 0471,0 7 II. Considerando que se deseje um campo no Gap Hg = 100.000 A/m qual deveria ser a tensão Vi, conservando-se todos os valores propostos. TxHB og .1257.010.4000.100. 7 mA x B H ro f /.67,66 500.110.4 1257,0 7 WbxxxAB 54 1051041257,0. ...53,266)75,677.323.150,991,978.3(105. 5 espAxxfg A N IIN .67,2 100 53,266 . VxRIV ii .65,261067,2. 18 2. PRINCÍPIOS DA CONVERSÃO DE ENERGIA 2.1. INTRODUÇÃO O princípio da conservação de energia estabelece que a energia não pode ser gerada nem destruída, mas o que existe é a transformação de energia. Assim em uma máquina elétrica rotativa funcionando como motor, potência elétrica a partir de uma bateria ou da rede é convertida em potência mecânica na ponta do eixo. Em um gerador ocorre o contrário. Na verdade a potência mecânica de saída de motor é menor do que a potência elétrica de entrada devido as perdas por calor, como as perdas no cobre (enrolamentos), no ferro (núcleos do rotor e estator) e perdas mecânicas por ventilação e atrito. 2.2. CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA Um conversor eletromecânico de energia transforma potência elétrica em potência mecânica e vice-versa também conhecidos como transdutores dinâmicos. Os dispositivos de força, também denominados de transdutores eletromecânicos, compreendem os geradores e motores elétricos. Os transdutores de posição compreendem os microfones, alto-falantes e relés eletromagnéticos entre outros. Os dois efeitos básicos de campos magnéticos, resultando em criação de força são: Alinhamento de linhas de fluxo magnético Interação entre campos magnéticos e condutores percorridos por corrente elétrica. Embora tais forças sejam mecânicas, atuando em corpos que nem sempre tem carga elétrica, elas são de origem elétrica, utilizando-se, portanto o símbolo Fe. Na Fig. 1- a as forças nas peças ferromagnéticas causam-lhes alinhamento com as linhas de fluxo, encurtando o caminho do fluxo magnético e reduzindo a relutância. A Fig. 1-b mostra uma forma simplificada de um motor de relutância, no qual a força elétrica tende a alinhar o eixo do rotor com aquele do estator. A Fig. 1-c mostra os alinhamento de duas bobinas percorridas por corrente elétrica. Alguns exemplos de interações são mostrados na Fig. 2. Neste caso os condutores percorridos por correntes, sofrem a ação de uma força quando colocados em um campo magnético. Na Fig. 3.2-b força elétrica é produzida pela interação entre as linhas de fluxo e a corrente da bobina, resultando num conjugado, movendo-a. Este mecanismo forma a base fundamental de uma variedade de instrumentos elétricos de medição. Quase todos os motores de corrente contínua industriais trabalham pelo princípio da interação. Uma avaliação quantitativa das forças das forças elétricas será considerada agora. Aqui diz-se simplesmente que a força está sempre numa direção tal que a relutância magnética total será reduzida, ou que a energia armazenada no campo magnético será minimizada. Assim, na Fig. 1-b a maior parte da energia do campo magnético está 19 armazenada no entreferro que separa o rotor do estator. Este campo no entreferro é frequentemente chamado de Campo de Acoplamento. Fig. 1 – Exemplos de Alinhamentos [Nasar] Fig. 2 – Exemplos de Interações [Nasar] A conversão eletromecânica de energia ocorre quando os campos acoplados estão dispostos de uma tal maneira que a energia magnética armazenada varia com o 20 movimento mecânico. Do ponto de vista de conversão de energia, pode-se afirmar que num sistema sem perdas (ou conservativo); Armazenada Energiade Auemtno Sistema peloalizado MecanicoTrabalho Entrada deElétrica Energia ..Re . . Eq. [1] A Fig. 3 mostra um eletroímã atraindo uma massa de ferro, onde (1) e (2) indicam as posições inicial e final da massa de ferro, o qual sofre um deslocamento – dx (contrário à direção positiva de x). Fig. 3 – Eletroímã atraindo uma massa de ferro [Nasar] Se a corrente na bobina permanecer constante para i = Io, durente o movimento de (1) para (2), então a energia elétrica de entrada dWe, da fonte de corrente será dada pela lei de Faraday, como: 12.. IodteIodWe Eq. [2] Onde e é tensão induzida e ƛ o fluxo concatenado O aumento na energia magnética armazenada, dWm é de: IoIoLLdWm 12 2 12 2 1 2 1 Eq. [3] Onde admite-se um circuito magnético linear L = ƛ/i 2.3. TENSÃO INDUZIDA - e A Fig. 4 mostra um circuito magnético onde tensão alternada vi nos gera uma corrente i que por sua vez estabelece um fluxo magnético alternado. Uma variação do 21 fluxo magnético próximo a uma bobina com N espiras irá originar uma tensão induzida e nos terminais desta bobina (Fig. 4), ou seja dt td Nte )( )( [4] se o fluxo for senoidal, ou seja )()( max wtsent [5] então a tensão induzida e pode ser escrito como )cos()cos()( maxmax wtEwtwNte [6] onde a amplitude ou tensão de pico da tensão induzida Emax fica wNE maxmax [7] e a tensão eficaz induzida Eef será max maxmax 44,4 22 fN wNE Eef [8] Fig. 4 - Tensão induzida e com polaridade contrária a fonte 2.4. FORÇA NUM CONDUTOR SOB CAMPO MAGNÉTICO Um condutor de comprimento l com corrente I perpendicular ao plano da página, imerso numa região com indução magnética B uniforme (Fig. 5-a), sofrerá a ação de uma força F perpendicular a I e B ou perpendicular ao plano representado pelos vetores I e B (Fig. 5-b) ou seja BIlsenBIlF [9] 22 (a) (b) Fig. 5 - (a) Força num condutor sob campo magnético - (b) representação vetorial Pela regra da mão direita para motor temos: dedo indicador corrente I dedo maior indução magnética B polegar força F 2.5. FORÇA ELETROMOTRIZ - fem A tensão induzida e ou força eletromotriz fem num condutor de comprimento l, velocidade u perpendicular a uma indução magnética B uniforme é Bluefem [10] Para uma bobina retangular de N espiras, comprimento axial l, raio r, área A, velocidade angular w, imersa numa região com densidade de fluxo magnético B uniforme (Fig. 6-a), a tensão induzida e (Fig. 6-b) é calculada como )cos()cos(.)cos(.2 max wtEwtBNAwwBNlrwe [11] (a) (b) Fig. 6 - (a) Tensão induzida numa bobina de N espiras sob uma indução magnética - (b) forma de onda da tensão induzida 23 O giro da bobina é feito no sentido anti-horário por um torque externo aplicado ao eixo, ou força externa Fext que pode ser refletido para as laterais da bobina. Se colocarmos uma resistência R (carga) nos terminais em e, uma corrente I irá circular, e teremos então uma força sobre a bobina Fbob , de mesmo valor que Fext porém em sentido contrário, ou seja: INl B FFF bobbobext 2 2 max [12] Com relação à Eq. 12, observe que, como a bobina está girando, o número de linhas de fluxo magnético que cortam as espiras não será constante e terá características senoidais, portanto Bmax é o fluxo uniforme B e a força Fbob que atua nas laterais das espiras não será constante durante todo o ciclo tendo valor máximo para = 0 ou 180 e mínimo (ou zero) para = 90 ou 270. A potência mecânica Pmec entregue ao eixo da bobina é calculada como wrFwTP extextext )( [13] onde Pmec = potência mecânica [Watts] Text = torque externo aplicado ao eixo [N.m] w = velocidade angular [rad/seg] Fext = força externa [N] r = raio da bobina [m] A potência elétrica Pele dissipada na resistência R vale R V VIPele 2 [14] O princípio da conservação de energia estabelece, para um sistema ideal, (Eq. 1.31) que a potência mecânica de entrada (Pmec) deve ser idêntica à potência elétrica de saída (Pele). Se a velocidade angular w e a indução magnética B são mantidas constantes, a tensão induzida e também permanecerá constante. Se colocarmos mais resistências R em paralelo (aumentando a carga), a resistência equivalente total irá diminuir, com isto a corrente I irá aumentar, aumentando também a Pele e Fbob. Para a velocidade se manter constante a Fext deverá aumentar para se igualar em módulo a Fbob, aumentando também o torque externo (Text) e a potência mecânica externa (Pext = Pmec). VIwTPP extelemec [15] 2.6. DISPOSITIVOS ELETROMAGNETO-MECÂNICOS Dispositivos EletroMagneto-Mecânicos, embora existam outras denominações, são dispositivos onde existe corrente elétrica que gera uma campo magnéticos que por sua 24 vez originam forças mecânicas capaz de realizar trabalho sobre o sistema, ou seja, haverá um movimento de alguma parte do dispositivo. Citam-se, entre outros, alto-falantes, microfones e relés. 2.6.1. Alto-Falantes Os alto-falantes são transdutores eletrodinâmicos de graves, médios e agudos, e se baseiam todos em um mesmo conceito: um diafragma em movimento, devido a um campo magnético modulado em amplitude, atuando em conjunto com um ímã permanente. Este mecanismo é análogo ao de um motor elétrico, sendo, no caso do altofalante, o rotor substituído pela bobina móvel [DICKASON]. Quando se aplica corrente à bobina móvel, um campo eletromagnético é produzido perpendicularmente ao fluxo da corrente e ao campo do ímã permanente. A força mecânica resultante obriga o diafragma (ou cone) a deslocar-se em um movimento perpendicular ao campo magnético no entreferro, movimentando o ar em ambos os lados do cone, conforme ilustrado na Fig. 7 [EARGLE]. Fig. 7 – Representação do campo magnético gerado em um alto-falante Três sistemas distintos que são o Sistema Motor, o Diafragma e a Suspensão, estão interligados entre si e operam em uníssono em um transdutor eletrodinâmico: Sistema motor: É composto basicamente por cinco partes: placa frontal e peça polar, que em conjunto formam o entreferro, ímã permanente, bobina móvel e placa traseira. As placas traseira e frontal, assim como a peça polar, são construídas de um material de alta permeabilidade magnética como o ferro, e proporcionam um caminho de baixa relutância para o fluxo magnético do ímã. O ímã é usualmente feito de ferrita de bário, um material cerâmico sinterizado em forma de anel. O circuito magnético fecha-se no entreferro, produzindo um campo magnético intenso entre a peça polar e a placa frontal, conforme Fig. 8 [EARGLE]. Campos magnéticos gerados Repelir Campos magnéticos gerados Atrair Correne Alternada 25 Fig, 8 – Representação conjunto magnético tradicional Salienta-se que, caso uma corrente alternada senoidal seja aplicada à bobina móvel, tem-se um fluxo de corrente em um determinado sentido durante o semiciclo positivo, o que deslocará o cone em uma dada direção. Quando o fluxo de corrente inverter-se durante o semiciclo negativo, a polaridade do campo magnético também se inverte, obrigando o deslocamento do cone tomar o sentido oposto, consequência das sucessivas atrações e repulsões dos dois campos [EARGLE]. Sistema Diafragma: O som produzido por umalto-falante nada mais é do que uma turbulência ritmada no ar, causada pelo movimento do diafragma, resultado da interação do campo magnético da bobina com o campo do imã permanente. Composto pelo cone e por um domo protetor, o diafragma pode interferir na qualidade e nas características de resposta de um alto-falante. Existem duas formas básicas de cone, utilizadas em projetos de diafragmas: a cônica e a convexa. Os cones de forma cônica tendem a apresentar um elevado pico no extremo superior da faixa de resposta, sendo sua localização determinada, em parte, pelo ângulo de inclinação do cone. Comparando com a forma convexa, a banda passante é um pouco mais larga [EARGLE]. Os domos (calotas) são responsáveis por proteger a região formada entre a bobina e a peça polar, exposta a partículas estranhas. Porém os domos também podem alterar a resposta de alta frequência do alto-falante. Como existe tendência natural do cone irradiar apenas pela área do centro as frequências mais elevadas, o domo pode desempenhar papel crítico nessa faixa, conforme o material de sua construção e forma geométrica. Domos sólidos tendem a produzir maiores alterações na resposta de frequência que os porosos. Ocasionalmente encontram-se domos sólidos com um orifício de ventilação telado, o que lhes dá os benefícios ou inconvenientes de ambos os métodos. A Fig. 9 mostra o modelo de conjunto Cone/Suspensão cônico e o Domo [EARGLE]. Fig. 9 – Conjunto Cone/Suspensão Cônica e Domo 26 Sistema Suspensão: A suspensão de um alto-falante é composta por dois elementos: o anel de suspensão e a aranha. Ambos são responsáveis por um parâmetro fundamental do alto-falante, a compliância, que é análogo ao inverso da rigidez, e também fornecem a energia necessária para que o cone e a bobina móvel voltem aos respectivos estados de repouso. A aranha contribui com 80% da compliância do alto-falante, enquanto o anel contribui com os 20% restantes [[EARGLE]. O anel de suspensão é geralmente feito de um material elastomérico ou compósito (resina fenólica + fibra de algodão), e possui duas funções importantes. A primeira função é ajudar a manter centrada a bobina móvel do alto-falante e a segunda, de importância fundamental, é amortecer os modos de vibração na borda externa do cone. A escolha da espessura do tipo de material usado nesse anel pode alterar dramaticamente as características do alto-falante. A habilidade do anel de suspensão para amortecer vibrações, impedindo que sejam refletidas de volta ao cone, modifica tanto a amplitude como a fase nos modos de ressonância, fazendo dele um elemento importante do projeto do alto-falante e uma ferramenta eficaz para a configuração da resposta. A Fig. 10 mostra o Anel de Suspensão [EARGLE]. Fig. 10 – Anel de suspensão A aranha, normalmente feita de linho corrugado, desempenha várias funções. Sua função secundária é manter centrada a bobina móvel no GAP (entreferro) e impedir a entrada de partículas estranhas no entreferro. Contudo, sua principal finalidade é proporcionar a maior parte da força restauradora (compliância) do alto-falante. É a rigidez da aranha uma das variáveis determinantes no cálculo da frequência de ressonância do alto-falante. A Fig. 11 mostra a forma da Aranha [EARGLE]. Fig. 11 – Aranha As Figs. 12 a 15 mostram os diversos passos na montagem de um alto-falante desenvolvido na dissertação de mestrado pelo aluno Alex Rodrigues Soares com material sinterizado (Liga Fe-1%P). 27 (a) (b) Fig. 12 – Arruelas – (a) Inferior – (b) Superior (a) (b) Fig. 13 – Conjunto Magnético – (a) Gabarito de Montagem – (b) Montagem (a) (b) Fig. 14 – Montagem da Armação/Carcaça– (a) União do Conjunto Magnético a Carcaça do alto-falante – (b) Inserção do conjunto aranha/bobina, com gabarito de centragem (a) (b) Fig. 15 – Colagem – (a) Conjunto Cone/Suspensão a Carcaça e ao conjunto aranha/bobina – (b) calota no conjunto cone/suspensão 28 2.6.2. Microfone Dinâmico Existem vários tipos de microfones (carvão, cristal piezoelétrico, capacitivo), contudo, o microfone Dinâmico (Fig. 16), é aquele que possui ímã e bobina, tendo seu funcionamento análogo inverso ao alto-falante. (a) (b) Fig. 16 – Vista em corte de um Microfone Dinâmico – (a) Bobina Fixa – (b) Bobina Móvel - [http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/4446-art616] A partir do diagrama esquemático da Fig. 16-(a) é possível observar que, quando uma vibração mecânico incide sobre o diafragma, este vibra e, como existe um ímã fixado neste diafragma, o mesmo também irá vibrar dentro da bobina, a qual irá induzir uma tensão. Na Fig. 16-(b) pode-se observar que, neste caso, a bobina a bobina é móvel, ou seja, presa ao Diafragma e o ímã é preso na carcaça, sendo que este último tem a mesma estrutura dos alto falantes, contudo funcionando inversamente. 2.6.3. Relés Os relés são dispositivos que, na medida em que circula uma corrente em uma bobina, esta se magnetiza e atrai uma chapa de ferro, na qual estão os contatos elétricos que se fecham (NA – Normalmente Aberto) ou se abrem (NF – Normalmente Fechado), conforme mostra a Fig. 17. Fig. 17 – Diagrama esquemático de um relé http://eletronicaemcasa.blogspot.com.br/2013/12/como-acionar-um-rele-com-arduino- oupic.html http://eletronicaemcasa.blogspot.com.br/2013/12/como-acionar-um-rele-com-arduino-oupic.html http://eletronicaemcasa.blogspot.com.br/2013/12/como-acionar-um-rele-com-arduino-oupic.html 29 A Fig. 18 mostra a constituição interna de relés. (a) (b) Fig. 18 – Constituição inter de Relés (a) http://tecnologia.hsw.uol.com.br/rele.htm (b) https://pt.wikipedia.org/wiki/Rel%C3%A9 Referências DICKASON, V. 1997. Caixas Acústicas & Alto-Falantes. 5ª ed., Rio de Janeiro, H.Sheldon, 148 p. EARGLE, J. 1997. Loudspeaker Handbook. New York, Springer US, 325 p. FITZGERALD, A.E., KINGSLEY Jr., C.& KUSKO, A. Máquinas Elétricas. S. Paulo, McGraw Hill do Brasil, 1973. 621p. NASAR, S.A. Máquinas Elétricas. S.Paulo, McGraw Hill do Brasil, 1984. 216p. EXEMPLOS 1. Considere o circuito da Fig. 4 com algumas modificações, e determine: http://tecnologia.hsw.uol.com.br/rele.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Rel%C3%A9 30 a) Tensão induzida no indutor e(t) O equivalente a seguir com o seguintes valores: R = 100, L = 1H, Vpi = 100 V. f = 60 Hz, N = 500 espiras A corrente é calculada como: LfjR V LjR V jXR tv ti PiPi L i ..2 . )( )( p o I j Iti 15,7525639,0 377100 100 )( A tensão no indutor é calculada como: 85,1466,96377)15,7525639,0( LPL oo LL VjxxZIV )85,14.377cos(66,96).cos()()( oLPLL ttVtetv b) Fluxo Magnético Máximo φmax Uma variação do fluxo magnético próximo a uma bobina com N espiras irá originar uma tensão induzida e nos terminais desta bobina, ou seja dt td Nte )( )( se o fluxo for senoidal, ou seja )()( max wtsent então a tensão induzida e(t) pode ser escrito como ).377cos(66,96)cos()cos()( maxmax twtEwtwNte 31 Observe que a fase foi desconsiderada pois a defasagem não altera os valores em módulos ou valores máximos uma vez que se tratam apenas de adiantoou atraso no tempo. Assim a amplitude ou tensão de pico da tensão induzida Emax fica 50037766,96 maxmaxmax xwNE mWbWb x 513,0000513,0 500377 66,96 max 2. Considere o esquema da Fig. 6-a, com os seguintes dados: B = 1,2 T N = 10 espiras l = 20 cm = 0,2 m r = 10 cm = 0,1 m w = 377 rad/s (n = 3600 RPM) RL = carga (lâmpada) de 100 W - 127V (ligado na saída do gerador elementar) Determine: a) Tensão eficaz na saída do gerador elementar [Eef] VxxxxxBNlrwE .42,1803771,02,0102,122max V E Eef .96,127 2 42,180 2 max b) Resistência interna da lâmpada - carga [RL] .29,161 100 12722 L L L P V R 32 c) Corrente eficaz na lâmpada[Ief] A R E I L ef ef 79,0 29,161 96,127 d) Força incidente na bobina (= força externa) [Fbob = Fext]: NNlxxNlI B FFF efbobbobext 69,22,01079,0 2 2,1 2 2 2 max e) Torque aplicado externamente [Text]: mNxrFT bobext .27,01,069,2 f) Potência mecânica externa [Pext]: WxwTP extext .51,10137727,0 Observe que a Potência Mecânica resultou idêntica a Potência Elétrica. Este é o princípio da Conversão Eletromecânica de Energia. 33 3. TRANSFORMADORES 3.1. INTRODUÇÃO Os transformadores são dispositivos a quatro terminais, compostos por bobinas enroladas sobre um núcleo comum. Os dois terminais na entrada, são conectados a bobinas, conhecidas por enrolamentos primário e os dois terminais na saída, também conectados a bobinas, são conhecidos por enrolamento secundário. A principal função de um transformador é transformar um nível de tensão alternada em outro, maior ou menor. Uma vez que possuem um acoplamento magnético entre os enrolamentos, as vezes os transformadores são usados para desacoplamento elétrico entre dois níveis de tensão. 3.2. OPERAÇÃO DO TRANSFORMADOR E LEI DE FARADAY Um transformador é um dispositivo eletromagnético, tendo duas ou mais bobinas estacionárias acopladas por meio de um fluxo mútuo. Um transformador ideal de dois- enrolamentos é mostrado na Fig. 1-a. A Fig. 1-b mostra o símbolo. Um transformador é considerado ideal quando: Tem um núcleo de permeabilidade infinita Tem enrolamentos elétricos sem perda Não apresenta fluxo de dispersão (a) (b) Fig. 1 - Transformador ideal – (a) Esquema básico – (b) Símbolo Os componentes básicos de um transformador são o núcleo, o enrolamento primário N1, eo enrolamento secundário N2. A ação de um transformador é baseada na lei de indução eletromagnética de Faraday, de acordo com a qual, um fluxo variável com o tempo, enlaçando uma bobina, induz nesta uma fem (tensão). Assim, referindo-se a Fig. 1, se (t) é o fluxo enlaçando o enrolamento de N1 espiras, então sua tensão induzida e1(t) será dada por e t N d t dt 1 1( ) ( ) [1] A direção de e1 é tal que possa produzir uma corrente que crie um fluxo se opondo a variação d/dt (Lei de Lens). Quando o transformador é ideal (e1 = v1), os valores 34 instantâneos da tensão induzida e da tensão terminal são iguais. Consequentemente, de acordo com a Eq. 1 resulta ( ) ( )t N v t dt 1 1 [2] Foi ignorado a constante de integração na Eq. 2 porque só é importante a variação do fluxo no tempo. Uma vez que ( ) sen( )t wtm [3] então da Eq. 1 resulta e t wN wtm1 1( ) cos( ) [4] Analogamente, a tensão e2(t) induzida no secundário será dada por e t wN wtm2 2( ) cos( ) [5] Das Eqs. 4 e 5, resulta e e N N 1 2 1 2 [6] que também pode ser escrita em termos de valores eficazes (valores RMS), ou em termos de fasores, tal que E E N N a 1 2 1 2 . . [7] onde a é conhecida como razão de espiras. No caso em que N2 > N1, convencionalmente escreve-se 1/a em vez de a na Eq, 7. Assim, a razão de espiras é sempre maior do que 1. Considerando o transformador ideal, a FMM líquida, do longo do circuito magnético deve ser zero; isto é, se I1 e I2 são as correntes no primário e secundário, respectivamente, então I I N N 2 1 1 2 [8] De acordo com as Eqs. 7 e 8 pode ser mostrado que, se uma impedância Z2 é conectada ao secundário, a impedância Z1 vista pelo primário satisfaz, assim Z Z N N a 1 2 1 2 2 2 [9] 35 3.3. EQUAÇÃO DA FEM DE UM TRANSFORMADOR Para um fluxo senoidal, o valor eficaz da fem induzida no primário é calculado como E wN fN m m1 1 1 2 4 44 , [10] onde f = w/2 é a frequência em Hz. 3.4. PERDAS DO TRANSFORMADOR Na seção anterior o transformador foi considerado ideal, o qual, por definição, não possui perdas. Obviamente, um transformador real apresenta as seguintes perdas: Perdas no núcleo, as quais incluem as perdas por histerese e correntes de Foulcalt Perdas resistivas I2R nos enrolamentos primário e secundário 3.5. CIRCUITOS EQUIVALENTES DE TRANSFORMADORES REAIS Um circuito equivalente de um transformador ideal é mostrado na Fig. 2-a. Quando os efeitos das resistências dos enrolamentos, das reatâncias de dispersão, da reatância de magnetização, e das perdas no núcleo são incluídos, o circuito da Fig. 2-a é modificado para aquele da Fig. 2-b, onde o primário e o secundário estão acoplados por um transformador ideal. Pelo uso das Eqs. 7, 8 e 9, o transformador ideal pode ser removido da Fig. 2-b e todo o circuito equivalente pode ser referido ou para o primário, como mostrado na Fig. 3-a, ou para o secundário, como mostrado na Fig. 3-b. (a) (b) Fig. 2 - (a) Transformador ideal - (b) transformador real (a) (b) Fig. 3 - Circuito equivalente das impedâncias - (a) referidas ao primário - (b) referidas ao secundário 36 Nas Figs. 2 e 3 os vários símbolos são: a = razão de espiras E1 = tensão induzida no primário E2 = tensão induzida no secundário V1 = tensão terminal no primário V2 = tensão terminal no secundário I1 = corrente no secundário I2 = corrente no secundário Io = corrente a vazio (no primário) R1 = resistência do enrolamento primário R2 = resistência do enrolamento secundário X1 = reatância de dispersão do primário X2 = reatância de dispersão do secundário Im = corrente de magnetização Xm = reatância de magnetização Rc = resistência que leva em considerações no núcleo por correntes parasitas e ciclo de histerese Ic = corrente sobre Rc 3.6. TESTES EM TRANSFORMADORES As características de desempenho podem ser obtidas cor circuitos equivalentes. Os parâmetros do circuito equivalente são determinados, ou pelos dados de projeto, ou pelos dados de teste. Os dois testes mais comuns são os seguintes: Teste de Circuito Aberto (Teste a Vazio) Um dos enrolamentos é deixado em aberto e uma tensão, normalmente tensão nominal a frequência nominal, é aplicada no outro enrolamento. A tensão, a corrente e a potência nos terminais deste enrolamento são medidas. A tensão de circuito aberto do segundo enrolamento também é medida, e com este valor podemos fazer uma verificação da razão de espiras. Usualmente, é interessante aplicar a tensão de teste ao enrolamento que tiver menor tensão nominal igual àquela da fonte de potência disponível. Nos transformadores de tensão, isto significa que a tensão de circuito aberto do segundo enrolamento será maior do que a tensão aplicada, algumas vezes até muito elevada. Cuidados entãodevem então ser tomados para isolar os terminais destes enrolamentos, tanto para segurança do pessoal que executa o teste, quanto para prevenir que estes terminais não se fechem por meio de outros circuitos elétricos, instrumentos, terra etc. Na apresentação dos parâmetros obtidos dos resultados de testes a vazio, supõem- se que a tensão aplicada no primário e o secundário está em circuito aberto. A perda de potência a vazio é igual à leitura no Wattímetro neste teste. A perda no núcleo PN é obtida subtraindo-se desta leitura as perdas ôhmicas no primário, a qual é usualmente pequena e 37 pode ser desprezada em muitos casos. Assim, se PE, IE e VE são a potência, a corrente e a tensão de entrada, então a perda no núcleo será dada por EEEN PRIPP 1 2 [11] As grandezas elétricas do circuito podem ser determinadas como E E N c P V P E R 22 1 [12] E EN c V P E P I 1 [13] 22 cEm III [14] m E m m I V I E X 1 [15] 22 1 E V E E a E [16] Teste de Curto-Circuito Neste teste, um enrolamento é curto-circuitado através de seus terminais, e uma tensão reduzida é aplicada no outro enrolamento. Essa tensão reduzida será de tal magnitude que venha a causar um valor específico de corrente – normalmente, corrente nominal – para fluir no enrolamento curto-circuitado. Mais uma vez a escolha do enrolamento a ser curto-circuitado é normalmente determinada pelos equipamentos de medição disponíveis para uso no teste. Entretanto, cuidados devem ser tomados registrando-se qual enrolamento está curto-circuitado, porque isto indicará o enrolamento de referência para se expressar as componentes de impedâncias obtidas por este teste. Seja o secundário curto-circuitado e a tensão reduzida aplicada no primário (Fig. 4). Fig. 4 – Circuito equivalente para teste de curto-circuito 38 Com uma tensão muito baixa aplicada no enrolamento primário, a corrente de perdas de núcleo e a corrente de magnetização tornam-se muito pequenas, e o circuito equivalente reduz-se aquele da Fig 4. Fazendo Ps,Is e Vs a potência, a corrente e a tensão de entrada sob o curto-circuito, então, a impedância de entrada Ze deste circuito equivalente é calculado como Z V Ie S S [17] A resistência equivalente de entrada Re é calculada como R R a R P I e S S 1 2 2 2 [18] A reatância equivalente de entrada Xe é calculada como X X a X Z Re e e 1 2 2 2 2 [19] Dados R1 e a, R2 pode ser calculado a partir da Eq. 18. O mesmo cálculo pode ser realizado para a reatância na Eq. 19. Entretanto, é normalmente admitido que a resistência e a reatância de dispersão é dividida igualmente entre o primário e o secundário; isto é R a R R Re1 2 2 2 1 2 ' [20] O mesmo raciocínio se dá para a reatância de dispersão. 3.7. TRANSFORMADORES E A NECESSIDADE DA TRANSFORMAÇÃO DAS CORRENTES ALTERNADAS As exigências técnicas e econômicas impõem a construção de grandes usinas elétricas, em geral situadas muito longe dos centros de aproveitamento, pois devem utilizar a energia hidráulica dos lagos e rios das montanhas por exemplo. Surge assim a necessidade do transporte de energia elétrica. Por motivos econômicos e de construção, as secções dos condutores destas linhas devem ser mantidas dentro de determinados limites o que torna necessária a limitação da intensidade das correntes das mesmas. Assim, as linhas deverão ser construídas para suportar tensões elevadas, que podem atingir até 220 kV por exemplo. Estas linhas de são chamadas de linhas de transmissão e os condutores destas linhas são suportados por torres. Na cidade, esta tensão é baixada para 13,8 kV nas subestações (em Porto Alegre por exemplo). Estas linhas são chamadas de linhas de distribuição e os condutores são suportados na parte de cima dos postes. Nos próprios postes esta tensão é abaixada para 220 V (tensão de linha). Todas estas transformações de tensão são realizadas nos TRANSFORMADORES. A Fig. 5 mostra um esquema do caminho percorrido pela energia elétrica até uma residência. 39 Fig. 5 - Caminho percorrido pela energia elétrica até uma residência 3.8. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE TRANSFORMADORES Os transformadores podem ser classificados como abaixadores ou elevadores de tensão. Quando a tensão do primário é superior à do secundário tem-se um transformador abaixador. Caso contrário, tem-se um transformador elevador de tensão. Os transformadores podem ser monofásicos e trifásicos. Normalmente, os transformadores de alta potência (rede de transmissão e distribuição por exemplo) são trifásicos e os de baixa potência (residências por exemplo para transformar de 127 para 220 V ou vice- versa), são monofásicos. Os autotransformadores possuem um único enrolamento onde a entrada está ligada em todas as espiras enquanto que o secundário, possui uma série de derivações que permitem ajustar a tensão de saída. Os transformadores de pulso, usualmente possuem o mesmo número de espiras no primário e secundário, e serve para desacoplamento elétrico entre dois circuitos com tensão diferentes, como por exemplo, desacoplar eletricamente um circuito de baixa tensão de um circuito de alta tensão. Os transformadores de corrente, usualmente são utilizados para medição de altas correntes. 40 3.9. ASPECTOS CONSTRUTIVOS As técnicas de construção usadas nos transformadores variam bastante dependendo do tipo e aplicação dos mesmos. O projeto do transformador é determinado pela frequência do sinal que ele irá trabalhar, pelas tensões e correntes envolvidas e por vários outros fatores. Os transformadores são encontrados em aplicações de alta ou baixa tensão, altas ou baixas correntes, altas ou baixas frequências, significando uma variedade enorme de modelos, tamanhos e formato. A aplicação ao qual o transformador é destinado, determina em primeiro lugar que tipo de núcleo ele terá e como serão seus enrolamentos. Com relação ao material do núcleo, este pode ser construído a partir dos seguintes materiais, de acordo com a frequência: Para operação em baixas frequências, como o 60 Hz da rede, os núcleos são construídos de finas chapas laminadas de aço silício, com 3% de Si. As chapas são isoladas eletricamente umas das outras. Para operações em altas frequências, utilizam-se núcleos maciços de ferrita macia (mesmo tipo de ferrita utilizadas em indutores) Para frequências extremamente elevadas, utiliza-se núcleos de ar (neste caso, as bobinas são enroladas em suportes de papelão, plásticos ou cerânicos) A Fig. 6-a mostra um transformador com núcleo de colunas e a Fig. 6-b um transformador com núcleo toroidal. (a) (b) Fig. 6 – Núcleos de transformadores – (a) na forma de colunas – (b) toroidal Os transformadores convencionais são construídos com lâminas de ferro-silício com 1,5 a 3% de silício, e espessuras de 0,3 a 0,5 mm. As chapas são adquiridas na forma de fitas metálicas em bobinas. Estas lâminas são fornecidas pelas fábricas com uma camada isolante, não necessitando de um processo de oxidação em fornos como no caso 41 dos motores elétricos. A razão pela qual as chapas são laminadas e isoladas eletricamente, é porque esta forma limita a circulação de correntes parasitas no núcleo a áreas menores, diminuindo sensivelmente a perda de potência por correntes induzidas. As bobinas são desenroladas, e uma máquina estampadora corta as lâminas conforme mostra a Fig. 7. Posteriormente as chapas são agrupadas e fixadas na forma de um núcleo, conforme mostra a Fig. 7. Após são inseridos os enrolamentos. Praticamentenão existem diferenças entre a forma de um transformador de baixa potência e um de alta potência. Em ambos os casos, a parte do núcleo onde são introduzidas as bobinas tem a forma da letra E. No caso do transformador trifásico, cada fase (primário e secundário) ocupa uma coluna do E. No caso do transformador monofásico, os enrolamentos do primário e secundário ocupam a coluna central do núcleo. Fig. 7 – Forma das chapas do núcleo de um transformador monofásico 3.10. ASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS ENROLAMENTOS, ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO Os transformadores monofásicos de baixa tensão e baixa potência usualmente são de dois tipos. O primeiro, são aqueles comumente utilizados para alterar uma tensão de 127 para 220 V ou vice-versa. O segundo tipo são transformadores abaixadores de 127 / 220V para tensão bem menores com 12V / 1 A. Estes últimos são encontrados em equipamentos eletrônicos das fontes de tensão contínua. Os enrolamentos dos transformadores monofásicos citados, são construídos com fios de cobre nu esmaltados, enrolados em carretéis (as vezes plásticos) na forma de bobinas. O esmalte é uma resina (ou verniz) termofixo, que carboniza a uma certa temperatura. O pretume que se nota em 42 certos transformadores danificados nada mais é do que substâncias a base de carbono que resultam da carbonização deste verniz. Os transformadores de potência trifásicos, os enrolamentos são cabos (fios com diâmetros maior) e a isolação é feita com papel (usualmente não são utilizados verniz para isolação das espiras). Os carretéis são construídos de madeira. O núcleo com as bobinas é montados numa estrutura dentro de um invólucro que após é enchido com óleo mineral. A função deste óleo é de isolação e dissipação de calor. Estes invólucros externos dos transformadores possuem dutos laterais que servem como radiadores. Assim, com o aquecimento, pelo efeito sifão, o óleo circula pelos dutos laterais, onde então se resfria, retornando pela parte de cima do invólucro. Os fabricantes de transformadores recomendam que seja uma análise do óleo mineral em média uma vez por ano. Assim, transformadores maiores, como de subestações, possuem uma pequena torneirinha por onde uma pequena amostra do óleo é recolhida para análise. A Fig. 8 mostra a fotografia de um transformador trifásico na rede elétrica. Fig. 8 – Transformador trifásico da rede elétrica Fonte: http://pt.wikipedia.org. 2010 3.11. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA A seguir estão relacionados alguns transformadores de potência produzidos por TRAFO Transformadores: Transformadores e Autotransformadores de Potência: Estes transformadores são produtos empregados na conversão de tensões e correntes em sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica. A TRAFO fornece transformadores e autotransformadores de potência na faixa de até 200 MVA e tensão máxima 230 kV, conforme especificações de cada cliente atendendo os requisitos das normas nacionais e internacionais: ABNT, IEC e ANSI. A Fig. 9 mostra a fotografia deste transformador. 43 Transformadores a Seco: Os Transformadores a Seco DRYTRAFO possuem excelentes características técnicas, particularmente quanto a suportabilidade ao curto-circuito, com vários testes já realizados com sucesso. Estes transformadores são fabricados usando modernos equipamentos e são submetidos a procedimentos de controle apurados. Depois de testada individualmente, cada bobina de alta tensão é encapsulada a vácuo, utilizando um tipo especial de resina epóxi. A versatilidade dos equipamentos de produção permite obter uma ampla gama de misturas de resinas, caracterizadas por diferentes tipos de carregamento de modo a atender os requisitos tanto ambientais como climáticos, além de requisitos de auto-extinção de chamas. A Fig. 10 mostra a fotografia deste transformador. Transformador ECOTRAFO: Este é um modelo de transformador hermético utilizado na faixa de 150 a 2000 kVA, com classes de tensões entre 15, 24,2 e 38 kV. Este produto reflete um avanço tecnológico na fabricação de transformadores no contato com o meio ambiente, pois sua principal característica é a utilização do fluido vegetal que substitui o óleo mineral, o fluido de silicone e os hidrocarbonetos de alto peso. A Fig. 11 mostra a fotografia deste transformador. Fig. 9 – Transformador de Potência da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 Fig. 10 – Transformador a Seco da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 44 Fig. 11 – Transformador ECOTRAFO da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 Transformadores Herméticos: Os Transformadores Herméticos de enchimento integral são utilizados na faixa de 100 a 3000 kVA e tensão até 38 kV. O desenvolvimento deste tipo de transformador foi realizado de modo a eliminar as desvantagens existentes em transformadores convencionais com conservador de óleo ou selados com colchão de ar. . A Fig. 12 mostra a fotografia deste transformador. Fig. 12 – Transformador Hermético da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 Transformador Subterrâneo: Estes modelos são transformadores utilizados em redes subterrâneas para instalação em câmaras com potência até 2000 KVA e tensão máxima 15 kV. Eles recebem acabamento altamente resistente à corrosão e são projetados com 45 dimensões reduzidas para uma eventual operação com câmaras submersas em água. A Fig. 13 mostra a fotografia deste transformador Fig. 13 – Transformador Subterrâneo da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 Reguladores Trifásicos e Monofásicos de Tensão: São empregados no ajuste de tensões com carga. Reguladores trifásicos de 5 a 200 MVA, com tensão nominal até 138 kV e reguladores monofásicos de 30 a 1000 kVA com tensão nominal até 38 kV. Possuem como particularidades construtivas: Uma ou duas partes ativas (conjuntos de núcleo e enrolamentos) interligados dentro da mesma caixa; comutador sobcarga. Tensão nominal de entrada igual a de saída Perdas e dimensões muito inferiores as de um transformador convencional A Fig. 14 mostra a fotografia deste dispositivo. Fig. 14 – Regulador da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 46 COMPACTRAFO: É o mais novo produto da TRAFO. Um transformador desenvolvido tecnologicamente para ser compacto porém com potência até 30% maior se comparado a transformadores do mesmo tamanho! Este padrão construtivo é aplicável a transformadores até 5MVA e de classe de tensão até 36,2kV. O COMPACTRAFO foi especialmente desenvolvido para locais pequenos ou de difícil acesso como interior de torres de geração de energia eólica ou subestações compactas. Além de ser um equipamento com maior vida útil e de extrema segurança, o COMPACTRAFO diminui custo com transporte, instalação e manutenção. A Fig. 15 mostra a fotografia deste transformador. Fig. 15 – COMPACTRAFO da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 Transformador para Subestação Unitária: É aquele onde o transformador é flangeado possibilitando o acoplamento a um cubículo de media tensão e a um cubículo de baixa tensão, formando um conjunto único. Estes cubículos são acoplados aos extremos opostos do tanque do transformador mediante uma caixa de conexão com flange aparafusada. Estas subestações unitárias se aplicam a transformadores com potência até 7500 kVA e com tensão até 38 kV. A principal aplicabilidade das subestações unitárias é fornecer energia elétrica a edificações residenciais, comerciais e industriais em geral com alto nível de segurança. Além disso, por sua característicacompacta, as subestações unitárias permitem que sejam instaladas próximas aos centros de consumo, reduzindo o custo de instalação. A Fig. 16 mostra a fotografia deste transformador. Fig. 16 – Transformador para Subestação Unitária da TRAFO Transformadores Fonte: http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 47 Referências Bibliográficas: SHMIDT, W. Materiais Elétricos, Isolantes e Magnéticos. Edgard Blucher. São Paulo. 2002. KRAUS, J.D. & CARVER, K.R. Eletromagnetismo. Rio de.Janeiro, Guanabara, 1978. BOYLESTAD, R. & NASHELSKY, L. Dispostivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. Rio de Janeiro, Prentice Hall do Brasil, 1992. NASAR, S.A. Máquinas Elétricas. São Paulo, McGraw Hill do Brasil, 1984. http://www.trafo.com.br/port/pro-potencia.htm. 2010 http://pt.wikipedia.org. 2010 EXEMPLOS 1. Um transformador ideal é alimentado no primário com V1 = 200 V, ligado a uma carga no secundário RL = 2 . O número de espiras do primário é N1 = 1000 e o do secundário N2 = 100. Determine a) Relação de espiras [a] 10 100 000.1 2 1 N N a b) Tensão de Saída (Secundário) [V2] V a V V .20 10 2001 2 c) Corrente de Saída (Secundário) [I2] A R V I L .10 2 202 2 d) Corrente de Entrada (Primário) [I1] A a I I .1 10 102 1 48 e) Potência de Entrada (Primário) [P1] WxIVP .2001200. 111 f) Fluxo magnético máximo [máxi] WbmWb x x Nf V .75,0.000748,0 000.160.2 2002 ..2 .2 1 1 max 2. Num transformador foram realizados os seguintes ensaios: I - Ensaio à circuito aberto: VE = 220 V : IE = 9,6 A : PE = 710 W: E2 = 22 V II - Ensaio de curto circuito: VS = 42 V : IS = 57 A : PS = 1030 W Determine: a) Resistência que considera as perdas no núcleo [Rc] 17,68 710 22022 E E C P V R b) Reatância de magnetização [Xm] A V P I E E C 23,3 220 710 AIII cEm 04,923,360,9 2222 34,24 04,9 220 m E m I V X c) Resistência dos enrolamentos [Re] 32,0 57 030.1 22 S S e I P R d) Reatância dos enrolamentos [Xe] 74,0 57 42 S S e I V Z 67,032,074,0 2222 eee RZX 49 e) Resistência e Reatância equivalente de entrada do primário: Zeq = Req + Xeq., colocando uma carga RL ’ = 10 Considere o circuito equivalente da Fig. 3, com os parâmetros encontrados anteriormente, acrescido da carga RL ’ : R1 = a 2 R2 = R2 ’ = Re / 2 = 0,32 / 2 = 0,16 X1 = a 2 X2 = X2 ’ = Xe / 2 = 0,67 / 2 = 0,333 RC = 68,17 Xm = 24,34 RL ’ = 10 A impedância do núcleo ZN é calculado como: 22 22 ... // mC CmmC mC mC mC mC mC mC mCN XR RjXXR jXR jXR x jXR XjR jXR xjXR jXRZ NN mC Cm mC mC N jXRj x j x XR RX j XR XR Z 5,217,7 34,2417,68 17,6834,24 34,2417,68 34,2417,68.. 22 2 22 2 22 2 22 2 A impedância do secundário Z2 é calculada como: 22 !! 2 ! 22 333,016,1010333,016,0 JXRjjRjXRZ L A impedância equivalente Zeq1 (paralelo do núcleo ZN com secundário Z2) é calculada como: 22 2222 22 22 21 // XXjRR XXRjXXjRRR jXRjXR jXRxjXR ZZZ NN NNNN NN NN Neq bb aa NN NNNN Neq jXR jXR XXjRR RXXRjXXRR ZZZ 22 2222 21 // 50 333,05,2116,070,7 16,050,21333,070,7333,05,2116,070,7 333,016,10//5,217,71 j xxjxx jjZeq 915,21863,17 812,221083,71 1 j j jXR jXR Z bb aa eq 221 bb babaabba bb bb bb aa eq XR XXRjXRjXRR jXR jXR x jXR jXR Z 1122221 eqeq bb abba bb baba eq jXR XR RXRX j XR XXRR Z 22221 915,21863,17 083,71915,21863,17812,221 915,21863,17 915,21812,221863,17083,71 xx j xx Zeq 008,3670,711111 jjXRjXRZ eqeqeqeqeq eqeqeqeqeqeqeq jXRXXjRRjXRjXRZ 11111111 eqeqeq jXRjjjZ 340,3828,7008,3670,7333,016,0 f) Corrente do primário [I1] e Fator de Potência [FP] 221 eqeq eqEeqE eqeq eqeq eqeq E eqeq E eq E XR XjVRV jXR jXR x jXR V jXR V Z V I jXR XR XV J XR RV I eqeq eqE eqeq eqE 22221 jXRj x J x I 145,10775,23 340,3828,7 340,3220 340,3828,7 828,7220 22221 AXRI .849,25145,10775,23 22221 109,23 775,23 145,1011 1 tg R X tgI IndutivoFP 920,0)109,23cos()cos( 51 4. MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA 4.1. INTRODUÇÃO As máquinas de corrente contínua funcionam como motor ou gerador. Como motor são alimentadas com corrente contínua e são utilizados nos casos em que a energia elétrica disponível é na forma de corrente contínua como nos automóveis e brinquedos ou quando é necessário uma variação muito grande na velocidade do motor. Sabe-se que a velocidade de rotação de um motor cc é diretamente proporcional à tensão de de alimentação. Como gerador são utilizados para gerar um nível de tensão contínua por exemplo para carregar uma bateria. 4.2. PARTES BÁSICAS DE UMA MÁQUINA ELÉTRICA ROTATIVA As máquinas elétricas rotativas podem funcionar como motor (no caso em que transformam energia elétrica em mecânica), e como gerador (onde transformam energia mecânica em elétrica). As partes de um motor elétrico podem diferir em razão da alimentação (c.c. ou c.a.). A Fig. 1 mostra uma máquina cc simples, onde as partes básicas estão relacionadas a seguir: Fig 1 – Vista seccionada de um motor DC Carcaça: É a parte mais externa do motor onde estão dispostos os contatos externos, servindo como proteção do operador e da máquina, protegendo as partes que se movimentam contra pó, sujeira e água. A maioria das caixas do motor consiste em três partes, sendo uma armação de campo e duas armações extremas. A armação de campo sustenta as bobinas de campo. Devido a essa função magnética, a armação de campo é feita de aço com boas propriedades magnéticas. A caraça fornece suporte básico armadura que deve estar suspensa no campo para que esteja livre para girar, este suporte é feito através de um conjunto de mancais que estão encaixados em cada armação extrema para permitir rotação com o mínimo de perda de energia por atrito. Também existem orifícios para a passagem de ar na armação extrema, e também na 52 armação de campo, para permitir que a circulação do ar resfrie o motor. Alguns motores possuem carcaça constituída em ferro fundido cinzento, recebem envelhecimento térmico e banho de prímer a base de alquídica, deixando-o com elevada resist6encia à corrosão. Outros possuem caraças injetadas sob pressão em liga de alumínio, deixando-os leves, compactos e de elevada resistência mecânica. São exemplos dentre muitos de proteção e deterioração rápida da carcaça, que deve ser muito conservada para possibilitar o uso com segurança da máquina. Mancais: Outra importante característica de construção de motores são os mancais. Estes sustentam a armadura e produzem rotação de alta velocidade, com suavidade e mínimo atrito. Existem mancais de esfera, que são fixados nas extremidades do eixo da armadura e encaixados na armação e o eixo polido da armadura é fixa no mancal. Quando as armações extremas são parafusadas e montadas na caixa do motor, a armadeira está automaticamente sustenta pelos mancais na armação extrema. Os mancais de alguns motores são feitos com dispositivo de lubrificação permanente que dura a vida do motor. Em outros motores, de alguma maneira é feita a lubrificação periódica dos mancais. Geralmente graxa ou pequeno reservatório deóleo são colocados na armação extrema com esse objetivo. Lubrificar regularmente um motor é talvez a mais importante parte da manutenção do motor. Estator: O estator a parte fixa do motor, é constituído de pólos e bobinas de campo. Os pólos de campo são normalmente aparafusados na circunferência interna da caixa do motor e são feitos as folhas de aço mole laminadas juntas a fim de diminuir as perdas devido às correntes parasitas. A maioria dos motores cc possuem pólos individuais, chamados de pólos salientes, que se projetam para dentro em direção à área da armadura; em outor é distribuído em torno da armação de campo. Nos motores assíncronos o núcleo do estator é formado por chapas de aço magnético tratadas térmicamente para reduzir ao mínimo as perdas no ferro. No caso de motores síncronos o estator pode consistir de uma armação de ferro fundido ou ao aço soldado que sustenta um anel com fendas de aço mole laminado. Os estatores bobinados são duplamente impregnados com verniz isolante, sendo os enrolamentos polimerizados dando-lhe elevada resistência mecânica e rigidez dielétrica, melhor transmição de calor, proteção à abrasão e resistência a vibrações. Após a polimerização as cabeceiras de bobinas recebem aplicação de gliptal para proteção contra umidade, vapores de óleos, e agentes nocivos, resistência à intempéries e a ambientes salinos. Rotor: Os termos armadura e rotor são aplicados à parte do motor que gira. Um núcleo de armadura típico se assemelha a um cilindro de metal sólido com fendas. Na verdade o núcleo é composto de finos pedaços de aço mole laminado. As laminações, cada qual com entalhes ao seu redor, são cobertas com um verniz isolante e prensadas juntas para formar o núcleo. No processo de montagem, os entalhes são alinhados para que o núcleo terminado seja uma série de fendas longitudinais em toda volta de seu perímetro. As laminações são usadas para formar o núcleo a fim de reduzir as perdas devido às correntes parasitas que circulam no material condutor quando este corta linhas de fluxo magnético aumentando a resistência relativa do material. O uso do aço 53 mole no material do núcleo reduz as perdas por histerese. As fendas formadas nos núcleos são usadas para proprocionar os loops de fio de cobre ou os enrolamentos da armadura. O núcleo da armadura é mostrado sobre o eixo do motor, que normalmente é um bastão de aço duro com uma superfície altamente polida. O método de montagem do núcleo sobre o eixo varia muito de motor para motor. Em alguns motores assíncronos bobinados o rotor é constituído de chapas magnéticas de baixa perda, e a cabeça das bobinas são bandageadas para melhor fixação. Os rotores de gaiola podem ser de liga levede alumínio, alumínio fundido, cobre eletrolítico e latão. Após a montagem do rotor ao eixo são submetidos a um processo de tratamento térmico para alívio de tensões e estabilizações. Os rotores são balanceados dinamicamente, assegurando o mínimo de vibrações e ruídos. Eixo: São tratados termicamente com objetivo de aliviar tensões internas, evitar empenamentos e aumentar a resistência à fadiga provocadas pelos esforços de torção e flexão. Comutador: O comutador consiste em segmentos condutores individuais feitos de cobre, isolados entre si através de folhas de mica. Os segmentos individuais com seus isolantes de mica são montados em forma cilíndrica e fixadas através de um aro de aperto. Os seguimentos são isolados do aro de aperto através de anéis de mica. Após a montagem, a superfície do comutador é troneada para se ter uma perfeita forma cilíndrica e desgastada para se obter um acabamento liso, isso garante que haverá o mínimo de fricção entre a superfície de comutação e as escovas. Escovas: O conjunto de porta-escovas/escovas é rigidamente fixo ao suporte e molas cuja a isolação é feita a base de micanite. As escovas são de material de carbono mole contendo grande quantidade de grafite, devidamente dimensionadas para o regime de serviço especificado, de longa vida útil. Esse material também é suficientemente maleável para causar o mínimo de desgaste para o comutador, e suficientemente duro para não ser desgastado rapidamente. Anéis Coletores: Os anéis coletores são fabricados em bronze ou aço, conforme a necessidade e dimensionados de acordo com a corrente rotórica e a capacidade de dissipação térmica. Bobinamento: Em fio de cobre esmaltado com verniz a base de poliéster, isolado nas ranhuras do estator e entre fases das bobinas com isolamento de classe “f” (155ºC). de alta rigidez dielétrica e excelente resistência mecânica. Discos: Alguns motores são compostos de discos que compõem o estator e o rotor, estes são estampados em prensas progrssivas de alta precisão, assegurando corte preciso e perfeita concentricidade, podendo também ser de chapas de aço de baixo carbono, tratada termicamente, ou ainda de aço silício. 54 Ventilador: Os motores mais robustos, de maior potência e que trabalham durante muito tempo contém ventiladores em suas carcaças para sua refrigeração e ventilação. Estes ventiladores podem ser de termo-plástico ou em alumínio, apresentando baixa inércia e produzindo grande volume de ar com baixo nível de ruído. Isolamento: O alto grau de isolamento dos materiasi e processo de impregnação, as máquinas possuem bom nível de proteção contra umidade, poeira não condutora e gases químicos que são levados ao interior da máquina pelo ar de refrigeração. 4.3. PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO A operação da maioria das máquinas elétricas se fundamenta na interação entre condutores percorridos por correntes e campos eletromagnéticos. Em partilar,a ação A força geradora é baseada na lei da indução eletromagnética de Faraday a qual afirma que uma tensão fem será induzida num condutor que corte linhas de fulxo magnético. Aqui cortar significa que o movimento relativo entre o condutor e as linhas de fluxo é um ângulo reto transversalemente. Se o moviemento não for em ângulo reto, então somente a componente ortogonal será útil para a indução de tensão. A proposição precedente é quantitativamente expressa pela regra e t Blu( ) [1] Isto é, uma tensão e é induzida num condutor de comprimento l, cuja a componente de velocidade perpenticular a um campo uniforme B é u. Portanto, a tensão induzida e numa bobina retangular de N espiras, de comprimento axial l, raio r, girando a uma velocidade angular constante w num campo magnético uniforme B (Fig. 2-a), é dada por: e t BNlrw wt BNAw w( ) . sen( ) . sen( ) 2 [2] A segunda forma da Eq. 2 se aplica também para uma bobina plana, arbritária, de área A. Esta tensão é disponível em anéis deslizantes (ou nas escovas), como mostrado na Fig. 2-b. O sentido da tensão induzida é frequentemente determinado pela regra da mão direita, como mostrado na Fig. 3-a. Evidentemente, esta regra é equivalente à versão vetorial da Eq. 1 e t l uxB( ) ( ) [3] A ação motora é baseada na lei de Ampère a qual pode ser reescrita como F B li ( ) [4] onde F é a magnitude da força num condutor carregando um elemento de corrente orientado i.l , cuja componente normal ao campo magnético uniforme B é (l.i). O sentido da força pode ser obtido pela regra da mão esquerda, como mostrada na Fig. 3-b. 55 (a) (b) Fig. 2 - (a) Gerador elementar de c.a. - (b) Variação da tensão de saída (a) (b) Fig. 3 - (a) Regra da mão direita (ação geradora) - (b) Regra da mão esquerda (ação motora) Assim como uma tensão senoidal é produzida nos terminais de um gerador, o conjugado produzido por uma bobina alimentada(através de escovas) por uma fonte cc será alternado, com valor médio nulo no tempo. 4.4. AÇÃO DO COMUTADOR A fim de se obter uma polaridade unidirecional para uma escova, ou para se obter um conjugado unidirecional em uma bobina num campo magnético, o mecanismo de escovas e anéis deslizantes da Fig.2-a é modificado para aquele mostrado na Fig. 4-a. Note que em vez de dois anéis deslizantes nós temos agora um anel dividido em duas metades que estão isoladas entre si. As escovas deslizam sobre essas metades, conhecidas como segmentos do comutador ou lâminas de comutador. Pode ser rapidamente verificado, pela aplicação da regra da mão direita, que um tal sistema escova-comutador resulta em escovas tendo polaridades definidas, correspondendo a uma tensão de saída com a forma de onda da Fig. 4-b. Assim, o valor médio da tensão de saída não-nulo e nós obtemos uma saída cc nas escovas. Pode também ser verificado, pela aplicação da regra da mão esquerda, que se a bobina conectada ao sistema escova-computador for alimentada por uma fonte cc, o conjugado resultante será unidirecional. 56 (a) (b) Fig. 4 - (a) Gerador elementar de cc - (b) Variação da tensão de saída 4.5. ENROLAMENTO DA ARMADURA E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS A Fig. 5 mostra algumas partes importantes e das características físicas de uma máquina de cc. Os pólos de campo, que produzem o fluxo necessário, são montados no estator e possuem enrolamentos chamados enrolamentos de campo, bobinas de campo ou de excitação. Algumas máquinas possuem vários conjuntos de enrolamento de campo no mesmo núcleo polar. Para faciliar sua montagem, os núcleos dos pólos são construídos de lâminas de aço. Na medida em que os enrolamentos de campo são percorridos por corrente contínua, eletricamente não é necessário que eles tenham o núcleo laminado. Entretanto, é necessários que as faces polares sejam laminados, por causa da sua proximidade com o enrolamento da armadura. O núcleo da armadura, suporta o enrolamento da armadura, está geralmente no rotor e é feito de lâminas de aço. O comutador é feito de segmentos (lâminas) de cobre estampados a frio e isolados uns dos outros por mica. Como mostrado na Fig. 6, os enrolamentos da armadura são conctados aos segmentos do comutador sobre os quais deslizam as escovas de carvão e servem como terminais para conexões elétricas. O enrolamento da armadura é o enrolamento da carga. O enrolamento da armadura pode ser um enrolamento imbricado (Fig. 6-a) ou um enrolamento ondulado (Fig. 6-b) e as várias bobinas formando o enrolamento da armadura podem ser conectadas em combinações série-paralela. Demonstra-se que num enrolamento imbricado simples o número de caminhos em paralelo a é igual ao número de pólos p por outro lado, num enrolamento ondulado simples o número de caminhos em paralelo é sempre 2. 4.6. EQUAÇÃO DA FEM Considere um condutor girando a n rpm, num campo p de pólos, tendo um fluxo por pólos. O fluxo total cortado pelo condutor em n revoluções é pn. Em consequência o corte de fluxo por segundo, dando a tensão induzida e é 57 e p n 60 [5] Fig. 5 - Partes básicas de uma Máquina C.C. Fig. 6 - (a) Enrolamento imbricado - (b) enrolamento ondulado Fonte: https://pt.slideshare.net/angeloahafner/dc-machinary-fundamentals 58 Se há um total de z condutores na armadura, conectados em a caminhos paralelos, então o número efetivo de condutores em série é z/a, que produzem a tensão total E no enrolamento da armadura. Consequentemente, para o enrolamento inteiro, dá a equação de tensão E p n z a zp a m 60 2 [6] onde m = 2 n/60 [rad/s]. Isto também pode ser escrito como E ka m [7] onde ka = zp/2 [adimensional]. Se o circuito magnético é linear (isto é, se não há saturação), então k if f [8] onde if é a corrente de campo e kf uma constante de proporcionalidade. A Eq. 7 torna-se então E ki f m [9] onde k = kfka é uma constante. Para um circuito magnético não-linear, E versus If é uma curva não-linear para cada velocidade como mostrado na Fig. 7. Fig. 7 - Tensão induzida em função da corrente de campo para uma máquina cc 4.7. EQUAÇÃO DO CONJUGADO A potência mecânica desenvolvida pela armadura é Tem, onde Te é o conjugado (eletromagnético) e m é a velocidade angular da armadura. Se este conjugado for desenvolvido enquanto a corrente da armadura for ia, para uma tensão (induzida) na armadura E, então a potência da armadura será E.ia. Assim ignorando perda na armadura. T Eie m a [10] 59 substituindo Eq. 10 na Eq. 7 tem-se T k ie a a [11] Esta é conhecida como equação de conjugado. Para um circuito magnético linear, as Eq. 8 e 11 são T ki ie f a [12] onde k = kfka como na Eq. 9. Então k pode ser chamado constante eletromecânica de conversão de energia. Observa-se que nas Eq. 8 a 12 letras minúsculas foram usadas para designar valores instantâneos, mas estas equações são igualmente válidas sob regime permanente. 4.8. EQUAÇÃO DA VELOCIDADE A armadura de um motor de cc pode ser representada esquematicamente como na Fig. 8. Sob regime permanente tem-se V E I Ra a [13] Substituindo a Eq. 7 na Eq. 13 tem-se m a a a V I R k [14] a qual, para um circuito magnético linear, torna-se m a a f V I R ki [15] A velocidade n em [rpm] é escrita como n V I R k I a a m f [16] onde km = 2k/60 [.min]. As Eq. 15 e 16 são conhecidas como equações da velocidade. Fig. 8 - Representação esquemática do motor cc 60 4.9. CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS As máquinas de cc podem ser classificados conforme as interconexões entre os enrolamentos do campo e da armadura conforme Fig. 9 a 12. Fig. 9 - Excitação Separada (a) (b) Fig. 10 - Excitação – (a) em Derivação – (b) Série (a) (b) Fig. 11 - Excitação Composta – (a) Aditiva – (b) Subtrativa (a) (b) Fig. 12 - Excitação Composta com Derivação – (a) Longa – (b) Curta 61 4.10. PERDAS E RENDIMENTO Além das características tensão-corrente e conjugado-velocidade, o desempenho de uma máquina de cc é medido pelo seu rendimento: = rendimento __potência de saída__ = potência de saída____ potência de entrada potência de saída + perdas O rendimento pode, portanto, ser determinado ou por testes de carga ou pela determinação das perdas. As várias perdas são classificadas como se segue: Elétricas: São perdas no cobre dos vários enrolamentos, tais como o enrolamento da armadura e os diferentes enrolamentos de campo. Perdas devido a resistência de contato da escova (com o comutador). [Pele] Magnéticas: Estas são as perdas no ferro e incluem as perdas por histerese e correntes de Foucault nos vários circuitos magnéticos, principalmente no núcleo da armadura e nas faces polares. [Pmag] Mecânicas: Estas incluem as perdas por atrito nos mancais, ventilação e atrito nas escovas.[Pmec] Suplementares: Estas são as outras perdas não consideradas acima. Elas são admitidas geralmente como 1 por cento de saída (como uma regra prática). [Pd] 4.11. MOTORES CC COM ÍMÃS PERMANENTE Motores de corrente contínua de menor porte, como motores de brinquedos e motores utilizados em automóveis, como no limpadorde pára-brisa, não possuem enrolamentos de campo. Estes enrolamentos e a sapata polar, são substituídos por ímãs permanentes, que possuem a mesma geometria da própria sapata polar. O ímã produz, um campo magnético e em consequência um fluxo magnético de campo, contínuo e constante, dispensando assim o conjunto eletromagnético de bobina e núcleo de ferro. Normalmente, os ímãs utilizados são de ferrita de estrôncio e bário, que não apresentam boas propriedades magnéticas retentividade (magnetismo remanente) e coercitividade (campo desmagnetizante). Como o torque produzido na ponta de eixo de um motor é proporcional ao fluxo de campo, estes motores, geralmente, são construídos com pequenas dimensões e baixo conjugado. Atualmente está se pesquisando motores cc de potências mais elevadas, como acima de 1 cv, com ímãs mais potentes como o neodímio- ferro-boro e o samário-cobalto. Alguns motores cc utilizados em servomecanismo também possuem ímã permanente em substituição aos enrolamentos de campo. Servomotores cc, podem apresentam alto torque e baixas velocidades, porque são providos internamente de 62 engrenagens redutoras. Assim, internamente o motor gira a altas velocidades, mas devido a redução por engrenagens, há diminuição da velocidade e aumento do torque, ou seja P P T T1 2 1 1 2 2 [17] onde P1 = Potência no eixo do motor P2 = Potência no eixo do redutor 1 = Velocidade angular no eixo do motor 2 = Velocidade angular do eixo do redutor T1 = Torque no eixo do motor T2 = Torque angular no eixo do redutor A Fig. 13-a mostra um mini motor cc com engrenagens para alteração de velocidade na ponta do eixo (pode aumentar ou diminuir) e a Fig. 13-b mostra um motor de limpador de pára-brisa no qual a velocidade de saída é significativa menor que o giro do eixo do motor, aumentando significativamente o torque. (a) (b) Fig. 13 – Motor CC com com engrenagem para alteração de velocidade – (a) Servomotor CC – (b) Motor de limpador de pára-brisa 4.12. ESTRUTURA INTERNA DA MÁQUINA DE CORRENTE CONTÍNUA – SIEMENS O motor de corrente contínua (Fig. 14) é composto de duas estruturas magnéticas: Estator (Fig. 15 - enrolamento de campo ou ímã permanente); Rotor (Fig. 16 - enrolamento de armadura). O estator é composto de uma estrutura ferromagnética com pólos salientes aos quais são enroladas as bobinas que formam o campo, ou de um ímã permanente. A Fig. 14 mostra a estrutura de uma Máquina CC, onde pode-se observar o rotor e estator. 63 Fig. 14 – Estrutura Interna Construtiva de uma Máquina CC Fonte: https://www.citisystems.com.br/motor-cc/ - 2017 Fig. 15 – Estrutura Interna Construtiva do Estator de uma Máquina CC https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=is ch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bi h=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM: - 2017 Fig. 16 – Estrutura Interna Construtiva do Rotor de uma Máquina CC Fonte: https://eletroeletronicaetec.wordpress.com/2015/06/10/motores-de-corrente- continua/ - 2017 O rotor é um eletroímã constituído de um núcleo de ferro com enrolamentos em sua superfície que são alimentados por um sistema mecânico de comutação. Esse sistema é formado por um comutador, solidário ao eixo do rotor, que possui uma superfície https://www.citisystems.com.br/motor-cc/ https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://eletroeletronicaetec.wordpress.com/2015/06/10/motores-de-corrente-continua/ https://eletroeletronicaetec.wordpress.com/2015/06/10/motores-de-corrente-continua/ 64 cilíndrica com diversas lâminas às quais são conectados os enrolamentos do rotor; e por escovas fixas, que exercem pressão sobre o comutador e que são ligadas aos terminais de alimentação. O propósito do comutador é o de inverter a corrente na fase de rotação apropriada de forma a que o conjugado desenvolvido seja sempre na mesma direção. Os enrolamentos do rotor compreendem bobinas de N espiras. Os dois lados de cada enrolamento são inseridos em sulcos com espaçamento igual ao da distância entre dois pólos do estator, de modo que quando os condutores de um lado estão sob o pólo norte, os condutores do outro devem estar sob o pólo sul. As bobinas são conectadas em série através das lâminas do comutador, com o fim da última conectado ao início da primeira, de modo que o enrolamento não tenha um ponto específico. Referências Bibliográficas: NASAR, S.A. Máquinas Elétricas. São Paulo, McGraw Hill do Brasil, 1984. Catálogo de Motores WEG. 2010 SIEMENS Motores de Corrente Contínua. 2010 Fonte: https://www.citisystems.com.br/motor-cc/ - 2017 https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms& tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB& biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY- LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM: - 2017 Fonte: https://eletroeletronicaetec.wordpress.com/2015/06/10/motores-de- corrente-continua/ - 2017 EXEMPLOS 1. Para um motor de corrente contínua com os seguintes parâmetros, determine: Ra = 2; Vt = 400V; Ia = 10A; PM = 100W; nm = 1800 rpm. Determine: a) Tensão induzida [Ea] VxRIVE aata .380210400 b) Potência de entrada [Pi]: WxIVP ati .000.410400 c) Potência dissipada nos enrolamentos de armadura [PRa]: https://www.citisystems.com.br/motor-cc/ https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://www.google.com.br/search?q=Estator+motor+cc&espv=2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjqj9ue7I3TAhUChJAKHbPtDKoQ_AUIBigB&biw=1440&bih=745#imgdii=F_zY-LkWYQUWFM:&imgrc=U4OdSDLUC0_2UM https://eletroeletronicaetec.wordpress.com/2015/06/10/motores-de-corrente-continua/ https://eletroeletronicaetec.wordpress.com/2015/06/10/motores-de-corrente-continua/ 65 VxRIP aaRa .200210 22 d) Potência desenvolvida [Pd] WxEIPPP aRaid .800.310380 e) Conjugado eletromagnético desenvolvido pelo motor [Te]: .;49,188 60 1800.2 60 .2 segrad n w m mN w P T de .16,20 49,188 3800 f) Potência de saída [Po]: WPPP Mdo .700.3100800.3 g) Rendimento []: %5,92%100 000.4 700.3 x P P i o 2. Para um motor de corrente contínua com os seguintes parâmetros, determine: Kf = 0,002; Ka = 20; If = 10A; Pot. = 10 kW a 1800 rpm. Determine: a) Conjugado eletromagnético desenvolvido pelo motor [Te]: .;49,188 60 1800.2 60 .2 segrad n w m mN w P Te .05,53 49,188 000.10 b) Corrente de Armadura [Ia: A xxIKK T I ffa e a .63,132 1020002,0 05,53 c) Tensão induzida [Ea]: V I P E a a .40,75 63,132 000;10 66 5.MOTORES ASSÍNCRONOS DE INDUÇÃO 5.1. INTRODUÇÃO Os motores elétricos c.a. trifásicos são os mais utilizados na indústria, uma vez que apresentam um rendimento maior que o motor cc, são alimentados com tensão alternada, naturalmente disponível na rede, sendo, geralmente, mais baratos. O objetivo deste capítulo é fazer uma rápida introdução neste tipo de máquinas elétricas, onde será dado ênfase aos motores de indução trifásicos. 5.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS MÁQUINAS C.A TRIFÁSICAS As máquinas elétricas c.a. podem funcionar como motor ou gerador, e são constituídas basicamente de duas partes: Estator: Parte fixa da máquina construída de chapas de aço laminadas na qual são colocados os enrolamentos de armadura com alimentação trifásica. Rotor: Parte girante da máquina também construída de chapas de aço laminadas na qual são colocados os enrolamentos de campo. Com relação ao funcionamento, o principal diferencial está na construção do rotor e por este motivo estas máquina podem ser divididas em dois tipos: Máquina síncrona: Os enrolamentos de campo são alimentados por corrente contínua, levadas até eles por meio de anéis coletores e escovas, ou através de um gerador interno denominado de excitatriz. Algumas máquinas mais modernas não possuem enrolamentos de campo, mas ímãs permanentes de alto produto energético. O nome síncrono deriva do fato de que nestas máquinas elétricas, quando utilizadas como motor, a velocidade de rotação é constante (não depende da carga) mas depende da frequência de alimentação da rede trifásica e no número de polos. Máquina assícrona de indução (Motor de indução): As correntes dos enrolamentos de campo são induzidas pelas correntes de armadura, sendo também esta a causa do nome da máquina. A velocidade de rotação varia levemente com a carga acoplada ao eixo, derivando desta característica a sua classificação como máquina assíncrona. 5.3. TENSÃO INDUZIDA fem NOS ENROLAMENTOS DE ARMADURA Pode-se observar na Fig. 5.1-a que, se as bobinas do rotor forem alimentadas com corrente contínua, este se comportará como um ímã (na realidade um eletroímã) 67 produzindo um fluxo magnético constante. Entretanto, com o giro do rotor, e estando as bobinas do estator fixas, o fluxo magnético produzido pelos enrolamentos do rotor irá variar sobre as bobinas do estator, gerando uma tensão induzida, também denominada de força magnetomotriz fem. A Fig. 5.1-a mostra uma máquina c.a. elementar de 2 polos monofásica. O enrolamento de armadura é uma única bobina de comprimento axial l, raio r, N espiras cujos lados são colocados em ranhuras estreitas, diametralmente opostas, na periferia interna do estator, e Bm é o fluxo magnético gerado pelos enrolamentos do rotor. Na realidade as duas bobinas no rotor servem para transformá-lo num eletroímã capaz de gerar um fluxo magnético constante, e podem ser substuídos por um ímã permanente. A tensão induzida (Fig. 5.1-b) tem características senoidais e é dada por e t B Nlrw wt E wtm max( ) .sen( ) sen( ) 2 [5.1] onde esta equação pode ser identificada na seção 1.14 (Eq. 1.23) e Emax é a amplitude da onda de tensão dado pela Eq. 1.24. Fig. 5.1 - (a) Máquina c.a elementar - (b) tensão induzida nos enrolamentos de armadura A tensão eficaz induzida Eef é dada pela Eq. 1.25 acrescida da constante Kw conhecida como fator de enrolamento que representa as perdas no fluxo magnético da máquina. Para uma máquina com várias fases, polos, ranhuras, bobinas e espiras tem-se E K f Nef w S max ( , . . )4 44 [5.2] onde NS é o número de espiras por fase e é calculado como N N R N C R N F S [ . ][ . . ] [ . ] [5.3] onde N.R = número de ranhuras N.C.R. = número de condutores por ranhuras N.F. = número de fases 68 A constante Kw varia de 0,85 a 0,95 e é calculada a partir de K K Kw p d [5.4] A constante Kp é conhecida como fator de passo tem valor aproximadado de 1 (na realidade um pouco menor) e é calculado como K p sen . 2 [5.5] onde é o passo da bobina plena e é calculado como [ . ]N R P [5.6] onde P é o número de polos e é o passo da bobina fracionária. A constante Kd é conhecida como fator de distribuição tem valor aproximadado de 1 (na realidade um pouco menor) e é calculado como K q q d sen( / ) sen( / ) 2 2 [5.7] onde q é calculado como q N R P N F [ . ] [ ].[ . ] [5.8] onde é calculado como 180 o q N F ] [ ].[ . ] [5.9] O termo passo é definido como a distância entre dois lados de uma bobina. Se o passo da bobina for menor do que 180 o , diz-se que ela tem um passo fracionário ou passo encurtado; tendo passo de 180 o elétricos, ela é chamada de passo pleno. Este deslocamento é feito para diminuir as harmônicas (ruído) gerado pela máquina. A Fig. 5.2 mostra um enrolamento trifásico, onde cada ranhura contém 2 lados de bobinas. Tal enrolamento é um enrolamento de dupla camada. Os enrolamentos estão distribuídos no estator de tal forma que este apresente 4 polos, e o passo polar, de 9 dentes, é ligeiramente maior que o passo da bobina, de 8 dentes. Então, ele é um enrolamento de passo fracionário. O número de ranhuras por polos por fase é 3. Os enrolamentos da armadura consistem de bobinas interconectadas. 69 Fig. 5.2 - Disposição das ranhuras e bobinas num enrolamento trifásico com 4 polos 5.4. FMM DOS ENROLAMENTOS DA ARMADURA A Fig. 5.3-a mostra uma máquina elementar composta de uma única bobina de passo pleno com N espiras e dois polos. A força magnetomotriz fmm (Fig. 5.3-b) pode ser desenvolvida em série de Fourier, com uma fundamental e uma série de harmônicas ímpares. A componente fundamental é dada por 4 2 Ni cos [5.10] onde é medido a partir do eixo da bobina do estator, como mostrado pela senoide pontilhada na Fig. 5.3-b. A fmm dada pela Eq. 5.10 pode ser entendida como uma onda de indução ou fluxo magnético ou intensidade de campo magnético (ver Cap. 1), pode ser medida com um sensor de campo magnético como o sensor Hall, e é função de duas variáveis e t. Se alimentarmos a bobina com corrente contínua e medirmos a intensidade de campo ao longo do entreferro (superfícies do rotor e do estator), percorrendo toda a circunferência, tem-se uma onda com as características mostradas na Fig. 5.3-b (função de ). Se nos fixarmos num único ponto da superficie do rotor (no entreferro) e alimentarmos a bobina com corrente alternada, a intensidade de campo magnético terá características senoidais, exatamente igual a corrente (função de t). A Fig. 5.4-a mostra o estator de uma máquina trifásica com 2 polos, com 4 ranhuras por polo por fase, e dois condutores por ranhura. A Fig. 5.4-b mostra a fmm constituída por uma série de degraus. Sua componente espacial fundamental é mostrada pela senoide. Pode ser visto que o enrolamento distribuído produz uma aproximação melhor a uma onda de fmm senoidal do que a bobina concentrada (Fig. 5.3-b). 70 Fig. 5.3 - (a) Máquina elementar de espira única - (b) força magnetomotriz Fig. 5.4 - (a) Máquina c.a. com estator trifásico - (b) força magnetomotriz 5.5. CAMPO GIRANTE A Fig. 5.5-a mostra o estator de uma máquina c.a trifásica com 2 polos, 3 fases e uma espira por fase, alimentadas por corrente alternada trifásica defasadas de 120 o (Fig. 5.5-b), indicadas pelas equações a seguir i I wta max cos( ) [5.11] i I wtb max o cos( )120 [5.12] i I wtc max o cos( )240 [5.13] onde Imax é a amplitude da onda de corrente. Fig. 5.5 - (a) Enrolamento de estator trifásico, 2 polos, simplificado -(b) correntes trifásicas instantâneas 71 As correntes por fase indicadas são responsáveis pelo surgimento de 3 fmm representadas em 3 tempos instantâneos diferentes nas Figs. 5.6(a-c) e indicadas pelas equações a seguir a a max wt( .) cos( ) [5.14] b b max o wt( .) cos( )120 [5.15] c c max o wt( .) cos( )240 [5.16] onde a é a mesma da Eq. 5.10, e a amplitude da onda max é dada por max w S maxK N P I 4 [5.17] Pode-se observar das Figs. 5.6(a-c) que, em função da distribuição espacial das três fases na periferia do estator, todas as fmm contribuem positivamente para uma fmm resultante a saber ( , ) cos( ) t wta b c max 3 2 [5.18] Fig. 5.6 - Representação do campo girante como resultante da fmm das 3 fases em 3 instantes diferentes (a) (b) (c) onde a fmm resultante apresenta uma amplitude constante 50% maior que a amplitude da fmm de qualquer das fases constituintes. Esta fmm nada mais é do que uma onda de fluxo magnético que gira no interior do estator também conhecida como campo girante. 5.6. ASPECTOS GERAIS DOS MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS O motor de indução pode ser considerado como o mais comum dos motores. Consiste basicamente de um estator e de um rotor, estando o último montado em mancais e separado do estator por um entreferro. A Fig. 5.7-a mostra a vista em corte de um motor de indução com Rotor tipo Gaiola. O núcleo do estator (Fig. 5.7-b), feito de chapas de aço 72 laminadas, contém condutores alojados em ranhuras. Estes condutores são interconectados de uma forma predeterminada e constituem os enrolamentos de armadura. O rotor é cilíndrico, também construído de chapas de aço laminadas. Existem 2 tipos de motores de indução e o que os diferencia é o rotor: Rotor tipo gaiola: A Fig. 5.7-c mostra que este tipo de rotor possui barras condutoras unidas em ambas as extremidades com anéis de curto-circuito. Rotor bobinado: A Fig. 5.7-d mostra que este tipo de rotor possui um enrolamento polifásico com os terminais ligados a anéis coletores para conexões externas, possibilitando a ligação de um reostato trifásico tornando possível a variação da resistência do rotor. Com isto é possível variar a velocidade do motor. (a) (b) (c) (d) Fig. 5.7 – Moor de Induçaõ – (a) Vista em corte de um Motor de Indução Rotor tipo Gaiola – (b) – (c) Rotor tipo Gaiola – (d) Rotor Bobinado Fonte (a) : http://www.portaleletricista.com.br/motores-de-inducao/ - Acessado em 31/03/2017 Fonte (b-d) http://www.monografias.com/trabajos104/sistema-trifasico/sistema-trifasico.shtml O funcionamento do motor de indução pode ser compreendido da seguinte maneira. O campo girante produz uma onda de fluxo que varia sobre os enrolamentos do estator, induzindo uma tensão e, que por sua vez gera uma corrente i nos enrolamentos do rotor. Esta corrente interage com o campo magnético girante fazendo com que o motor gire. 73 5.7. ESCORREGAMENTO A velocidade do campo girante, também como conhecido como velocidade síncrona, é calculada como P f nS 120 [5.19] onde nS é a velocidade síncrona dada em [rpm]. A velocidade do eixo nm é calculada como )1( snn Sm [5.20] onde s é definido como escorregamento e representa a diferença de velocidade entre o campo girante e o eixo do rotor. Com o motor parado (s = 1), o campo girante produzido pelo estator tem a mesma velocidade com relação aos enrolamentos do rotor e do estator. A velocidade síncrona (s = 0), não há movimento relativo entre o campo girante e o rotor. Nesta circunstância não há indução nos enrolamentos do rotor e este tende a desacelerar. Por este motivo o rotor nunca irá girar a velocidade síncrona mas numa velocidade menor. Para velocidade intermediárias, a frequências das correntes do rotor fR é proporcional ao escorregamento e é dado por f s fR . [5.21] onde f é a frequência da onda de corrente da rede. 5.8. CIRCUITOS EQUIVALENTES O circuito equivalente por fase do motor de indução, visto a partir dos enrolamentos de armadura, está mostrado na Fig. 5.8. As Figs 5.9(a-b) mostras outros circuitos equivalentes onde as impedâncias dos enrolamentos do rotor foram referidas ao estador, similar àquela análise realizada nos transformadores, onde as impedâncias dos enrolamentos do secundário são referidas ao primário. Fig. 5.8 - Circuito equivalente do motor de indução 74 Fig. 5.9 - Circuitos equivalentes do motor de indução com as impedâncias do rotor referidas ao estator A diferença entre os dois circuitos é a representação das impedâncias à direita. A seguinte relação é então definida R R s s R s2 2 2 1 ' ' ' ( ) [5.22] Os termos representados nos circuitos equivalentes por fase, estão relacionados a seguir: V1 = tensão de fase eficaz nos terminais (estator) R1 = resistência dos enrolamentos de armadura (estator) X1 = reatância dos enrolamentos de armadura I1 = corrente dos enrolamentos de armadura Rm = resistência que considera as perdas no núcleo por corrente de Focault e histerese Xm = reatância de magnetização Im = corrente de magnetização R2 ’ = resistência dos enrolamentos do rotor referidas ao estator X2 ’ = reatância dos enrolamentos do rotor referidas ao estator I2 = corrente dos enrolamentos do rotor 75 I2 ’ = I2 / a = corrente dos enrolamentos do rotor referido ao estator R2 ’ (1 - s) / s = fator que considera a carga mecânica acoplada ao eixo do motor e as perdas mecânicas por ventilação e atrito O termo R2 ’ pode ser calculado como R a R2 2 2 ' [5.23] onde o termo a é a razão de transformação, análoga a relação de espiras de um transformador. A tensão V1 (tensão eficaz por fase do estator) também é representada por Vt (tensão nos terminais) e vale V V V V V t ef F L 1 3 [5.24] onde VL é a tensão de linha. A corrente I1 (corrente eficaz por fase do estator) também é representada por Ia (corrente dos enrolamentos de armadura). 5.9. DISTRIBUIÇÃO DE POTÊNCIAS A Fig. 5.10-a mostra o circuito equivalente do motor de indução sem o fator Rm, omitido, que representa as perda no núcleo, da qual a maior parte ocorre no estator. A distribuição de potências está apresentado na Fig. 5.10-b. Fig. 5.10 - (a) Circuito equivalente simplificado - (b) distribuição de potências 76 O equacionamento das potências pode ser representado como P P P P P P P Pi o R mag est R mag rot mec x 1 2( ) ( ) [5.25] onde Pi = potência de entrada do estator Po = potência de saída PR1= potência dissipada nos enrolamentos do estator Pmag(est) = potência dissipada no núcleo do estator (correntes parasitas e histerese) PR2 = potência dissipada nos enrolamentos do rotor Pmag(rot) = potência dissipada no núcleo do rotor (correntes parasitas e histerese) Pmec = potência que representa perdas mecânicas por atrito e ventilação Px = potência que representa outras perdas diversas O termo Pmag(est) é representado no circuito equivalente pela potência dissipada em Rm, que em muitos casos é despresado (Fig. 5.10-a). Portanto as perdas no estator se restringe somente a potência dissipada nos enrolamentos do estator, ou seja, PR1 Pe. O termo Pmag(rot) é quase sempre despresado. Portanto as perdas no rotor se restringe somente a potência dissipada nos enrolamentos do rotor, ou seja, PR2 Pr. A potência de entrada Pi é calculada como FPIVIVP tti .3cos3 11 [5.26] As perdas nos enrolamentos do estator Pe fica 1 2 13 RIPe [5.27]A potência atravessando o entreferro (gap) Pg é calculada como s R IPPP eig ' 22' 23 [5.28] A potência ôhmica no rotor Pr é calculada como ' 2 2' 2 .3 RIPr [5.29] A potência eletromagnética desenvolvida pela máquina Pd é calculada como rggd PPPsP )1( [5.30] A potência de saída Po é calculada como 77 mecdo PPP [5.31] O conjugado eletromagnético (torque) Td desenvolvido pela máquina é calculado como s d ws RI T . 3 ' 2 2' 2 [5.32] O conjugado eletromagnético desenvolvido não é o torque entregue à carga. Deve- se descontar as perdas mecânicas. O torque de saída To é calculado como m o o w P T [5.33] O rendimento da máquina é calculado como P P o i [5.34] 5.10. CÁLCULOS A PARTIR DE CIRCUITOS EQUIVALENTES A maior utilidade de um circuito equivalente de um motor de indução é a sua aplicação no cálculo do desempenho da máquina. Todos os cálculos são feitos em termos monofásicos, admitindo uma operação balanceada da máquina. As quantidades totais são obtidas usando-se um fator de multiplicação adequado. Equivalente Thevenin A Fig. 5.11-a mostra o circuito equivalente por fase do motor de indução, onde a seta indicando ETh mostra a partir de que pontos do circuito o equivalente thevenin deve ser obtido. A Fig. 5.11-b mostra o circuito resenhado, já com o equivalente thevenin indicado. Observe que assim representado, a corrente que circula pelo circuito é a própria corrente I2 ’ , possibilitando que os cálculos das Eq. 5.28 e 5.29 sejam realizados. O equivalente Thevenin é um circuito equivalente obtidos a partir de dois terminais de um circuito mais complexo, que se reduz a uma fonte de tensão VTh em série com uma impedância equivalente ZTh. Na maioria dos casos, como os circuitos analisados são puramente resistivos, a impedância equivalente se reduz apenas a uma resistência equivalente, como é visto em análise de circuitos mais geral. A tensão equivalente de Theveni é calculada como t m m Th V XXjR jX V )( 11 [5.35] 78 Fig. 5.11 - (a) Circuito equivalente do motor de indução - (b)Simplificação a partir do equivalente Thevenin O torque de partida Tp é calculado como s p w RIp T ' 2 2 3 [5.37] como na partida (s=1), a corrente de partida Ip é calculada dividindo-se a tensão de Thevenin pela impedância total do circuito da Fig.5.11-b, o que dá 2' 2 2' 2 )()( XXRR V I ThTh Th p [5.38] A corrente I2 ’ , em regime permanente, é calculada como e Th Z V I '2 [5.39] onde Ze é a impedância total do circuito da Fig. 5.11-b, e é calculada como )( '2 ' 2 XXj s R RZ ThThe [5.40] o valor encontrado para I2 ’ na Eq. 5.39 será um número complexo e terá uma parte real e outra imaginária, pois está representado em coordenado retangulares. Para ser usado nas 79 Eq. 5.28 e 5.29, deve haver uma transformação para coordenadas polares, e o valor utilizado deve ser o módulo. Circuito Equivalente de Entrada A corrente de fase (ou corrente do estator, ou corrente de armadura ou I1), tanto de partida como em regime permanente e o fator de potência da máquina, pode ser obtida a partir do circuito equivalente Fig. 5.12-b, visto a partir dos terminais por fase do circuito representado na Fig. 5.12.-a. Fig. 5.12 - (a) Circuito equivalente do motor de indução - (b) Circuito equivalente a partir dos terminais do estator A impedância equivalente Zeq(1) é calculada como )1()1(' 2' 2 ' 2' 2 )1( )( ).( eqeq m m eq jXR s R jXjX s R jXjX Z [5.41] A impedância equivalente visto a partir da entrada Zeq é calculada como eqeqeqeqeq jXRjXRjXRZ )1()1(11 [5.42] O módulo da corrente eficaz I1 em qualquer tempo é calculada como 80 eq t Z V I 1 [5.43] O ângulo entre Vt e I1 (Fig. 5.13) é o FP e é calculado como eq eq R X arctg [5.44] O fator de potência FP é calculado como cosFP [5.45] Fig. 5.13 - Defasagem por fase entre tensão e corrente num motor de indução A potência calculada na Eq. 5.26 é a potência ativa fornecida pela rede. A potência reativa na máquina é dada por senIVP treat 13 [5.46] 5.11. OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS DA MÁQUINA Os parâmetros de um motor de indução são obtidos a partir de dois testes: Teste a vazio: Ligar o motor sem carga e medir: - Tensão por fase = Vt - Potência total ativa de entrada = Pi - Corrente de entrada = I1 - Perdas mecânicas = Pmec o t m P V R 2 [5.47] 81 22 1 2 )( ot t m PIV V X [5.48] )( 3 1 mio PPP [5.49] Teste com rotor bloqueado: Bloquear o motor, colocar uma baixa tensão e medir: Vt, Pi, I1 2 1 2 2 1 .3 I P RaRR ie [5.50] 2 1 2 2 1 2 2 1 3 )( I P IV XaXX i t e [5.51] 5.12. CURVAS CONJUGADO x ESCORREGAMENTO A Fig. 5.14-a mostra curvas de torque em função da velocidade e do escorregamento para um motor de 10 HP. Mostra também da potência e corrente. A partir da interceptação da curva do motor com a curva da carga (Fig.5.14-b), é possível obter algumas grandezas como a velocidade e o escorregamento. Fig. 5.14 - (a) Curva do torque, potência e corrente para um motor de indução - (b) curvas do motor e da carga O escorregamento para o conjugado máximo Smax.T é calculado como 82 2' 2 2 ' 2 ).(max )( XXR R S ThTh T [5.52] O conjugado máximo Tmax é calculado como 2' 2 2 2 max )( 5,1 XXRR V w T ThThTh Th S [5.53] 5.13. EFEITO DA RESISTÊNCIA DO ROTOR Uma limitação básica de motores de indução com resisitência de rotor constante é que o projeto do rotor deve ser um compromisso. Um rendimento alto em condições de rotação normal exige uma baixa resistência do rotor; contudo, uma baixa resistência do rotor resulta, na partida, em um conjugado baixo e corrente alta, e num FP baixo. A Fig. 5.15 mostra as curvas de conjugado-escoregamento do motor de indução em função da variação da resistência do rotor. Fig. 5.15 - Influência da resistência do rotor na curva conjugado-escorregamento No motor de indução com rotor tipo gaiola, a velocidade do eixo se mantém aproximadamente constante com 5% de queda de vazio a plena carga. No motor de indução com rotor bobinado, os terminais dos enrolamentos do rotor são ligados a anéis coletores em contato com as escovas. Para a partida, resistores adequados podem ser ligados em série com os enrolamentos do rotor, e o resultado é um conjugado de partida maior e uma corrente de partida reduzida, com FP melhorado. 83 A Fig. 5.16 mostra um motor de indução com rotor de gaiola dupla, usado para se obter alto torque de partida. A gaiola externa tem resistência maior que a da gaiola interna. Na partida, devido ao efeito pelicular, a influência da gaiola externa predomina, produzindo alto torque de partida. Fig. 5.16 - Barras do rotor em dupla gaiola e fluxo disperso na ranhura 5.14. TIPOS DE MOTORES A Fig. 5.17 mostra curvas conjugado-velocidade típicas para motores de indução de aplicação geral, 1800 rpm. Alguns tipos de motores estão relacionados a seguir: Fig. 5.17 - Curvas de conjugado-velocidade típicas para motores de indução de aplicação geral para 1800 rpm Classe A: Conjugado de partida normal, corrente de partida normal, baixo escorregamento. Este tipo tem usualmente um rotor de gaiola únicade motor. 84 Classe B: Conjugado de partida normal, baixa corrente de partida,baixo escorregamento. Classe C: Alto conjugado de partida, baixa corrente de partida. Este tipo tem rotor de dupla gaiola, com resistência de rotor mais alta que na classe B. Classe D: Alto conjugado de partida, alto escorregamento. Este tipo usualmente tem um rotor com gaiola única e alta resisitência, frequentemente barras de latão. 5.15. CONTROLE DE VELOCIDADE NOS MOTORES DE INDUÇÃO A seguir estão alguns métodos para controle de velocidade de motores de indução: Motores com variação do número de polos: O enrolamento do estator pode ser projetado de modo que por simples mudanças nas ligações das bobinas, o número de polos pode ser mudado na razão de 2 para 1.Qualquer das duas velocidades síncronas pode ser selecionada. O rotor é quase sempre do tipo gaiola. Controle pela frequência da linha: A velocidade síncrona de um motor de indução pode ser controlada pela variação da frequência da linha. A fim de mater a indução magnética aproximadamente constante, a tensão de linha deve também ser variada proporcionalmente à frequência. Controle pela tensão de linha: O conjugado interno desenvolvido por um motor de indução é proporcional ao quadrado da tensão aplicada a seus terminais primários, como mostrado pelas duas características de conjugado-velocidade na Fig. 5.18. Fig. 5.18 - Controle de velocidade por meio da tensão de linha Controle pela resistência do rotor: A variação da resistência do rotor varia também a velocidade do motor conforme já foi abordado anteriormente. 85 EXEMPLOS 1. Os resultados dos testes a vazio e com rotor bloqueado num motor de indução trifásico, conectado em estrela são os seguintes: teste a vazio: tensão de linha = 693V : VF = Vt =400 V = VL / 1,73 potência de entrada = 1770W corrente de entrada = 18,5A perda por atrito e ventilação = 600W teste com rotor bloqueado: tensão de linha = 78V : VF = Vt =45 V potência de entrada = 2700W corrente de entrada = 63A onde Vt = VF = VL / 3 (Vt igual a Tensão nos terminais por Fase) Determine os parâmetros do circuito equivalente aproximado: a) Resistência que considera as perdas no núcleo [Rm]: WPPP mid .390)600770.1( 3 1 )( 3 1 26.410 390 40022 d t m P V R b) Reatância do núcleo [Xm] 65,21 390)5,18400( 400 )( 22 2 22 1 2 xPIV V X dt t m c) Resistência dos enrolamentos [Re]: 23,0 633 700.2 .3 221 xI P R ie d) Reatância dos enrolamentos [Xe]: 68,0 63 3 700.2 )6345( 3 )( 2 2 2 2 1 2 2 1 x I P IV X i t e 86 2. Os parâmetros por fase do circuito equivalente, para um motor de indução de 400V, 60 Hz, trifásico, ligação estrela, 4 polos, são: R1 = 0,2; R2 ’ = 0,1; X1 = 0,5; X2 ’ = 0,2; Xm = 20 Se as perdas mecânicas a nm = 1755 RPM são Pmec = 800W, determine: a) Velocidade síncrona [nS]: RPM x P f nS .800.1 4 60120120 b) Escorregamento [s]: %5,2%100 800.1 755.1800.1 %100)1( xx n nn ssnn S mS Sm c) Velocidade do eixo [wm]: segrad xn w mm /.78,183 60 755.12 60 .2 d) Impedância de entrada por fase [Zeq]: A impedância equivalente Zeq(1) é calculada como bb aa m mm m m eq jXR jXR XXj s R s R jXXX s R jXjX s R jXjX Z )( . )( ).( ' 2 ' 2 ' 2' 2 ' 2' 2 ' 2' 2 )1( bb aa eq jXR jXR j j j jx Z 2,200,4 0,800,4 )2,020( 025,0 1,0 025,0 1,0 202,020 )1( 22)1( )( bb babababa bb bb bb aa eq XR XRRXjXXRR jXR jXR x jXR jXR Z 945,0773,3)1()1(2222)1( jjXRXR XRRX j XR XXRR Z eqeq bb baba bb baba eq 87 A impedância equivalente visto a partir da entrada Zeq é calculada como eqeqeqeqeqeqeq jXRXXjRRjXRjXRZ )()( )1(1)1(1)1()1(11 445,1973,3)945,05,0()37732,0( jjXRjZ eqeqeq e) Corrente de entrada em regime permanente [Ia ou I1]: A XR V Z V II eqeq L eq t a .62,54 445,1973,3 3 400 3 22221 f) Fator de potência [FP]: 94,0)20cos()cos(20 973,3 445,1 oo eq eq FParctg R X arctg g) Potência ativa de entrada [Pat = Pi] : WxxxFPIVIVPP Ltiat .30,564.3594,062,544003.3cos3 11 h) Potência aparente de entrada [Papa]: VAxxIVP Lapa .35,843.3762,5440033 1 i) Potência reativa de entrada [Preat]: R o apareat VAxsensenPP .90,935.12)20(35,843.37)( j) Tensão de Thevenin [VTh]: )( )( )( 3 )( 11 11 1111 m m m L m t m m Th XXjR XXjR x XXjR V jX V XXjR jX V 2 1 2 1 1 2 1 2 1 1 2 1 2 1 11 )( 3 )( )( 3 )( 3 )( 3 m L m m m L m m L mm L m Th XXR V XR j XXR XX V X XXR V XjRXX V X V 88 VthVthTh jXRVj x j xx V .20,229,225 )205,0(2,0 3 400 202,0 )205,0(2,0 )205,0( 3 400 20 2222 VXRV VthVthTh .30,22520,229,225|| 2222 l) Impedância Equivalente de Thevenin [ZTh]: )( )( )()( )( 11 11 11 11 11 11 m m m mm m m Th XXjR XXjR x XXjR RjXXX XXjR jXRjX Z 2 1 2 1 11 2 11111 )( )])(()[()]([ m mmmmmm Th XXR XXXXRXjXXRXRXX Z 2 1 2 1 11 2 1 2 1 2 1 1111 )( )( )( )( m mmm m mmm Th XXR XXXXRX j XXR XXRXRXX Z .49,019,0 )205,0(2,0 )205,0(5,0202,020 )205,0(2,0 )205,0(2,0202,05,020 22 2 22 j xxx j xxxx ZTh ThThTh jXRjZ .49,019,0 m) As perdas nos enrolamentos do estator [Pe]: WxxRIPe .2,790.12,062,5433 2 1 2 1 n) A potência atravessando o entreferro [Pg]: WPPP eig .11,774.3320,790.130,564.35 o) A potência ôhmica no rotor [Pr] Esta é calculada como: ' 2 2' 2 .3 RIPr Então será necessário calcular I2’ e este pode ser calculado de duas maneiras I) A partir de Ze: 89 ZeZeThThe jXRjjXXj s R RZ 69,019,4)2,049,0( 025,0 1,0 19,0)( '2 ' 2 .25,469,019,4|| 2222 ZeZee XRZ A Z V I e Th .05,53 25,4 30,225' 2 II) A partir de Pg: A x x R sP I s R IP g g .05,53 1,03 025,011,774.33 3 3 ' 2 ' 2 ' 22' 2 Observe que os dois valores de I2’ foram iguais WxxRIPr .35,8441,005,533.3 ' 2 2' 2 p) A potência desenvolvida pela máquina [Pd]: WPPP rgd .75,929.3235,84411,774.33 q) A potência de saída [Po]: WPPWP mecdo .75,129.3280075,929.32)( HPWPHPP oo .07,43746/)()( cvWPcvP oo .65,43736/)()( r) O rendimento da máquina []: %34,90%100 30,564.35 75,129.32 %100 xx P P i o s) O conjugado eletromagnético desenvolvido [Td]: segrad xn w ss /.49,188 60 800.12 60 .2 mN x x Td ..18,179 49,188025,0 1,005,53 3 2 90 t) O torque de saída [To]: mN w P T m o o ..83,174 78,183 75,129.32 u) Corrente de partida [Ip]: A XXRR V I ThTh Th p .08,301 )2,049,0()1,019,0( 30,225 )()( 222'2 2' 2 v) Conjugado de partida [Tp]: mN x x w RIp T s p ..28,144 49,188 1,008,301 33 ' 2 2' 2 2 x) Conjugado máximo [Tmax]: mNx XXRR V w T ThThTh Th S ..75,445 )2,049,0(19,019,0 30,225 49,188 5,1 )( 5,1 22 2 2' 2 2 2 max z) O valor dos capacitores para correção do FP: Para correção do FP deve-se calcular capacitores por fase, de tal maneira que a Potência Reativa Indutiva se iguale a Potência Reativa Capacitiva, assim: PReat(L) = PReat(C) Cf X PV X V V P P X V Z V P C Fasereat t C L t reat Fasereat C t ..2 1 33 / 2 / Agrupando as equações resulta: F xxVf P C L at 46,214 400602 90,935.12 ..2 22 Re A tensão se for eficaz deve ser a tensão Vt, senão multiplicar por raiz de 2. 91 6. MÁQUINAS SÍNCRONAS 6.1. INTRODUÇÃO As máquinas síncronas funcionam como motor e como gerador. Como gerador, transformam energia mecânica, obtido através de uma turbina ou motor a combustão, em energia elétrica. Como motor, transformam energia elétrica, obtido principalmente da rede de distribuição, em energia mecânica, que é cedido a uma carga acoplada ao eixo. A maioria destes máquinas possuem enrolamentos de campo, que são alimentadas com corrente contínua. Algumas possuem ímãs permanentes no rotor, dispensando com isto os enrolamentos do rotor (campo). Outras ainda possuem o núcleo com saliência, sem enrolamentos e sem ímãs, e são conhecidos por motor de relutância. O nome síncrono deriva do fato de que, quando esta máquina é utilizada como motor, a velocidade é constante e não depende da carga acoplada ao eixo, dependendo da frequência de alimentação da rede trifásica e do número de polos da máquina. O estator é idêntico aquele de uma máquina de indução trifásica. 6.2. TIPOS E ASPECTOS CONSTRUTIVOS As máquinas síncronas trifásicas podem funcionar como motor ou gerador. Como motor operam a velocidade constante, independente da carga acoplada ao eixo, até a potência nominal. Como gerador, são utilizadas na geração de energia elétrica alternada trifásica, como por exemplo, nas hidroelétricas, termoelétricas e geradores a combustão. Os enrolamentos de armadura, fixados no estator, são alimentados com corrente alternada trifásica defasadas de 120 o . Os enrolamentos de armadura são dispostos espacialmente de tal forma que as correntes de todas as fases contribuem positivamente na geração de uma onda de fluxo magnético girante ou campo girante. Os enrolamentos de campo, fixados no rotor, são alimentados com corrente elétrica contínua. Em alguns tipos de máquinas, esta corrente contínua, é obtida a partir de uma fonte de tensão contínua ajustável, externa à máquina, e são levadas até eles através de anéis deslizantes e escovas. Os enrolamentos de campo são dispostos de tal forma a produzir uma onda de fluxo magnético estática que atravessa o núcleo do rotor. A Fig. 6.1 mostra a vista detalhada de uma máquina síncrona onde as principais partes estão descritas nos capítulos anteriores. No funcionamento como motor, o fluxo magnético estático, produzido pelos enrolamentos de campo, tendem a se alinhar com a onda de fluxo do campo girante, fazendo com que o rotor do motor gire em sincronismo com o campo girante. Como gerador, o eixo deve ser acionado a um velocidade angular constante. Nesta circunstância a máquina gera uma tensão alternada trifásica de frequência constante. 92 Em algumas máquinas síncronas, um pequeno gerador interno a máquina fornece a corrente contínua ao enrolamentos de campo. Neste caso, este gerador é conhecido como excitatriz, dispensando a fonte cc externa. Em outras máquinas síncronas mais modernas, os enrolamentos de campo são substituídos por ímãs permanente, dispensando também a fonte cc externa e as escovas. O estator e o rotor são construídos de chapas de aço laminadas, isoladas e justapostas no sentido longitudinal da máquina. Com isto diminuem consideravelmente as perdas por correntes parasitas, aumentando o rendimento da máquina. Fig. 6.1 - Vista detalhada de uma máquina síncrona As máquinas síncronas convencionais são classificadas em dois tipos, e esta classificação está relacionada com a construção do rotor: Polos lisos (Rotor cilíndrico): A Fig. 6.2-a mostra a configuração deste tipo de rotor. São mais utilizados na construção de máquinas que operam a altas velocidades tais como os turbogeradores. Polos Salientes: A Fig. 6.2-b mostra a configuração deste tipo de rotor. São mais utilizados na construção de máquina que operam a baixas velocidade como os geradores hidráulicos. 93 (a) (b) Fig. 6.2 - Rotor de uma máquinas síncrona - (a) polos lisos - (b) polos salientes Uma observação importante quanto ao motor síncrono é que este não possui torque de partida e uma das alternativas deve ser realizada: Construção de uma gaiola envolvendo o rotor, ou seja, a colocação de barras no sentido longitudinal da máquina, curto-circuitadas nas extremidades por anéis. Nesta configuração, na partida, correntes bastantes elevadas são induzidas nestas barras em função da baixa impedância, aumentando consideravelmente o fluxo magnético, fazendo com que o motor parta. Quando o rotor da máquina está girando em regime permanente, à velocidade síncrona com o campo girante, nenhuma tensão é induzida nestas barras e elas simplesmente não agem. Dispositivo de partida externa, ou seja, outro motor acoplado ao eixo, fornece o torque suficiente para a partida do motor síncrono. Utilizando um conversor com frequência ajustável, tem-se então um campo girante com velocidade angular variável. Nesta circunstância, inicialmente regula-se o conversor para geração de um campo girante com uma frequência baixa, de tal forma que o rotor comece a girar. A seguir, aumenta-se a frequência do campo girante até a velocidade síncrona. 6.3. MOTOR DE ROTOR CILÍNDRICO O circuito equivalente simplificado por fase de uma máquina síncrona está representado na Fig. 6.3-a. A tensão Vo por fase induzida nos enrolamentos de armadura pelo enrolamentos de campo é função da corrente de campo If e tem características lineares até uma determinada corrente (Fig. 6.4). A tensão por fase nos terminais dos enrolamentos de armadura é representada por Vt. A corrente de armadura ia pode ser representado vetorialmente como entrando na máquina, a partir dos terminais Vt no caso do funcionamento como motor, ou saindo da máquina para os terminais Vt no caso de um 94 gerador. Em circuitos mais completos, representa-se também a resistência dos enrolamentos de armadura Ra em série com a reatância síncrona. A resistência de armadura pode ser despresada por ser muito menor que a reatância. A Fig. 6.3-b mostra a curva da potência desenvolvida pela máquina Pd, em função do ângulo de carga para uma máquina síncrona. O ângulo de carga (ou ângulo de potência) é a defasagem entre a tensão nos terminais Vt e a tensão induzida Vo. No funcionamento como motor, a tensão nos terminais está adiantada com relação a tensão induzida. Como a referência para o diagrama fasorial é feita a partir da tensão nos terminais, e a tensão induzida está atrasada, o ângulo de carga é considerado negativo. Como gerador, a tensão induzida está adiantada com relação a induzida e o ângulo de carga é positivo, conforme Fig. 6.3-b. (a) (b) Fig. 6.3 - (a) Circuito equivalente simplificado por fase de uma máquina síncrona - (b) potência desenvolvida em função do ângulo de carga A Fig. 6.5-a mostra o diagrama fasorial de uma máquina síncrona funcionando como gerador, com fator de potência atrasado, e na Fig. 6.5-b com fator de potência adiantado. Pode-se observar que, como se trata de um gerador, o ângulo de carga é sempre positivo. Fig. 6.4 - Tensão induzida em função da corrente de campo 95 Fig. 6.5 - Diagrama fasorial para um gerador síncrono - (a) FP atrasado - (b) FP adiantado Uma análise do diagrama fasorial e do circuito equivalente (Fig. 6.3-a), leva a seguinte equação vetorial para o gerador V V jI Xo t a S [6.1] por transformações trigonométricas tem-se I X Va S ocos sen [6.2] onde é o ângulo do fator de potência. Observa-se da Fig. 6.5 que, por tratar-se de um gerador, > 0 (positivo). A potência desenvolvida Pd pelo gerador é a potência entregue à carga, e pode ser escrita como P V I V V X d t a o t S 3 3cos sen [6.3] Para um motor, da Fig. 6.3-a, vem V V jI Xt o a S [6.4] A Fig. 6.4 mostra que Vo é função de If. Se If é ajustado de tal forma que Vo < Vt, conforme mostra Fig. 6.6-a, a máquina está subexcitada e Ia está atrasada em relação a Vt. Nesta caso o motor opera com FP atrasado ou indutivo. Na medida que If é aumentada, Vo também é aumentada, e a direção de Ia vai se alterando. A Fig. 6.6-a mostra que, para determinados valores de Vo, a direção Ia pode se alinhar com Vt, caso em que o FP é unitário, ou até mesmo ficar adiantada em relação a Vt, e o motor opera com FP adiantado ou capacitivo. Por este motivo, o motor síncrono pode ser utilizado para corrigir o FP de uma instalação. No caso em que Vo > Vt a máquina está sobre-excitada. Como Ia é função de If, pode-se variar If em função da carga acoplada ao eixo. A Fig. 6.6-b mostra curvas que relacionam Ia e If para diferentes cargas. Estas curvas são conhecidas como as curvas V do motor síncrono. 96 Fig. 6.6 - (a) Diagrama fasorial para o motor síncrono com variação de If - (b) relação Ia versus If do motor síncrono em função da carga. 6.4. ROTOR DE POLOS SALIENTES O fluxo magnético produzido por uma onda de fmm em uma máquina de entreferro uniforme (máquina de polos lisos da Fig. 6.2-a), é independente do alinhamento espacial da onda em relação aos polos do campo. A máquina de polos salientes (Fig. 6.2-b) tem uma direção preferencial de magnetização determinada pela saliência dos polos de campo. Por este motivo define-se as indutâncias de eixo direto e de quadratura, Ld e Lq, como os valores de indutância quando os eixos do estator e do rotor estão alinhados (Ld), ou quando eles estão em quadratura (Lq). Correspondentemente pode-se definir as reatâncias síncronas de eixo direto e quadratura, Xd e Xq, para uma máquina síncrona de polos salientes. Então, para operação geradora, desenha-se o diagrama fasorial da Fig. 6.7. Fig. 6.7 - Diagrama fasorial de um gerador de polos salientes Observe que Ia foi decomposta em componentes fictícios nos eixos d e q, valendo a soma verotial de Id e Iq. Com a ajuda deste diagrama fasorial, obtem-se I Id a sen( ) [6.5] I Iq a cos( ) [6.6] V I X I Xt q q a qsen cos( ) [6.7] tg I X V I X a q t a q ( ) cos sen [6.8] 97 Com conhecido, em termos de , a tensão induzida fica V V I Xo t d d cos( ) [6.9] De fato, o diagrama fasorial representa as características completas de desempenho da máquina. A potência desenvolvida pode ser encontrada a partir das Eq. 6.5 a 6.9 substituídas numa expressão de cálculo genérico de potência ou seja P V I I I d t a q d cos ( cos sen ) 3 [6.10] resultando P V V X V X X d o t d t q d 3 2 1 1 2 2 sen sen [6.11] A Eq. 6.11 pode também ser estendida para um motor de polos salientes. A representação gráfica de 6.11 é dada na Fig. 6.8. Observe que para Xd = Xq = XS a Eq. 6.11 se reduz a Eq. 6.3, que define a potência desenvolvida numa máquina de polos lisos, como deveria ser. Fig. 6.8 - Características potência- ângulo de carga para uma máquina de polos salientes 6.5. TRANSITÓRIO EM MÁQUINAS SÍNCRONAS 98 Considere um gerador trifásico, a vazio, girando à velocidade síncrona e possuindo corrente de campo constante. Se as três fases são curto-circuitadas subitamente, a corrente de curto-circuito simétrica da armadura tem a forma representada na Fig. 6.9. Nos primeiros ciclos, a corrente ia decai muito rapidamente; este período é chamado de subtransitório. Durante vários ciclos seguintes, a corrente decai um pouco mais lentamente e esta região é chamada período transitório. Finalmente, a corrente alcança seu valor de regimente permanente. Estas correntes são limitadas, respecivamente, pelas reatâncias subtransitórias Xd ’’ , reatância subtransitórias Xd ’ e reatância síncrona Xd (ou XS). A reatância subtransitória é essencialmente devida a presença das barras amortecedoras; a reatância transitória considera o enrolamento de campo, e a reatância síncrona é devida aos enrolamentos de armadura. Fig. 6.9 - Comportamento transitório da corrente de armadura da máquina síncrona Pode ser mostrado que a envoltória da corrente instantânea da armadura (curvas pontilhadas na Fig. 6.9) é dada por i V X X e X X e X a o d d t d d t d d d* '' ' / ' /'' ' 1 1 1 1 1 [6.12] onde d ’’ constante de tempo subtransitória d ’ constante de tempo transitória Vo tensão de fase da armadura em circuito aberto O lado superior da envoltória é mostrado separadamente na Fig. 6.10 As reatâncias e constantes de tempo podem ser determinadas dos dados de projeto, mas os detalhes são extremamente complicados. Por outro lado, as reatâncias podem ser determinadas dos dados de testes e das Fig. 6.9 e 6.10. A tabela 6.1 mostra valores típicos de constantes de máquinas síncronas. Os valores por unidade têm como bases as condições nominais da máquina. 99 Fig. 6.10 - Envoltória da corrente transitória de armadura Tabela 6.1 - Reatâncias e constantes de tempo para máquinas síncronas PARÂMETROS POLOS SALIENTES ROTOR CILÍNDRICO Xd (pu) 1,0 a 1,25 1,0 a 1,2 Xq 0,65 a 0,80 1,0 a 1,2 Xd ’ 0,35 a 0,40 0,15 a 0,25 Xd ’’ 0,20 a 0,30 0,10 a 0,15 d (s) 0,15 0,15 d ’ 0,9 a 1,1 1,4 a 2,0 d ’’ 0,03 a 0,04 0,03 a 0,04 A equação mecânica de movimento de um gerador síncrono é J d dt b d dt T T m m e m 2 2 [6.13] onde Te = conjugado eletromagnético desenolvido pela máquina Tm = conjugado de oposição aplicado externamente J = momento de inércia das partes girante b = coeficiente de amortecimento Seja uma máquina trifásica, de rotor cilíndrico, dois polos, com uma pequena frequência de oscilação mecânica devido a algum distúrbio. A característica pot6encia- ângulo de regime permanente pode ser usada. A potência desenvolvida pela máquina é 3 V V X T w o t S e msen [6.14] onde Vo, Vt e XS são valores por fase e wm, a velocidade angular do rotor, é a mesma velocidade angular síncrona sob condições de regime permanente. Seja uma súbita variação de carga na forma de um pequeno pulso de conjugado Tm, produzindo variações m e Te, em m e Te, respectivamente. Então 6.13 leva a 100 J d dt b d dt T T m m e m 2 2 ( ) ( ) [6.15] Da Eq. 6.14, a variação do conjugado eletromagnético é T V V w X V V w X d V V w Xe o t m S o t m S o t m S 3 3 3(sen ) (sen ) cos [6.16] O termo é denominado de constante de conjugado sincronizante ke. Em ke, o ângulo de carga é dado por seu valor em regime permanente. Finalmente observa-se que m = para uma máquina de dois polos. Substituindo m e Te em 6.15 fica J d dt b d dt k Te m 2 2 ( ) ( ) [6.17] que é uma equação diferencial linear de segunda ordem em : Se for feita a comparação da Eq. 6.17 com a equação diferencial de segunda ordem de um sistema mecânico, a frequência natural de oscilação e a taxa de amortecimento são encontradas, assim f k Jn e 1 2 (Hz) b k Je2 [6.18] Em muitas máquinas, 0,2 Hz f n 2,0 Hz.6.6. MÁQUINAS SÍNCRONAS COM ÍMÃS PERMANENTES O desenvolvimento de máquina síncronas com ímãs permanente é relativamente recente, uma vez que, até um certo tempo atrás, os ímãs obtidos tinham o produto energético BH muito baixo, ou seja, ou apresentavam alto magnetismo remanente e baixa coercitividade como os ímãs de AlNiCo, ou o contrário, como os ímãs de ferrita de estrôncio e bário. A partir do desenvolvimento dos assim chamados super-ímãs como o neodímio-ferro-boro e o samário-cobalto, que apresentam altas retentividade e coercitividade. As máquinas síncronas com ímãs permanente no rotor, possuem o estator semelhante a máquina sincrona convencional, ou seja, enrolamento trifásico distribuído espacialmente ao longo do estator, produzindo um campo girante ao serem alimentados com corrente alternada trifásica. O rotor é construído com chapas laminadas, sem os enrolamentos de campo, que são substituídos por ímãs permanente de altas retentividade e coercitividade, como os ímãs neodímio-ferro-boro e samário-cobalto, sendo o primeiro o mais utilizado. Os ímãs são colados na superfície do rotor, nas faces onde deve haver um fluxo magnético, no caso, os polos de uma máquina síncrona convencional. 101 A Universidade FEEVALE vem desenvolvendo em parceria com outras universidades como o LdTM (Laboratório de Transformação Mecânica) da UFRGS, ULBRA e outras instituições, projetos de máquinas elétricas trifásicas a serem utilizados em pequenos aerogeradores de até 10 kW. Nestes estudos, a carcaça, eixo, tampas e rolamentos são de um motor de indução trifásico de 10 cv. O núcleo do estator foi construído de chapas ou material sinterizado, e três topologias de rotor com material sinterizado e ímãs permanentes foram estudados e construídos. A Fig. 6.11-a mostra o núcleo do estator das máquinas utilizadas como base, e a figura 3-b mostra o estator embutido na carcaça da máquina (Voges Motores). (a) (b) Figura 6.11 – Motor utilizado base – (a) Estator – (b) Estator embutido na carcaça A Fig. 6.12 mostra o rotor de polos salientes, a Fig. 6.13 o rotor de polos lisos e a Fig. 6.14 o rotor com ímãs embutidos. (a) (b) Figura 6.12 – Rotor de polos salientes – (a) Desenho esquemático – (b) rotor montado 102 Figura 6.13 – Rotor de polos lisos – (a) Desenho esquemático – (b) rotor montado (a) (b) Figura 6.14 – Rotor com ímãs embutidos – (a) Desenho esquemático – (b) rotor montado Os rotores mostrados foram construídos com ferro puro sinterizado e ímãs de Nd- Fe-B. Considerando dados bibliográficos, a adição de silício, fósforo, níquel e outros elementos de liga melhoras algumas propriedades físicas do ferro puro, como aumento da permeabilidade relativa e da resistividade elétrica, o que implicaria em máquinas de melhor desempenho, se comparada aquelas com núcleos de ferro puro. Assim, as pesquisas no desenvolvimento destas máquinas na Universidade, tem por objetivo o estudo das propriedades físicas destes materiais sinterizados a partir do acréscimo destes elementos de liga aos núcleos da máquinas estudadas. EXEMPLOS 1. Um motor síncrono trifásico, ligação estrela, potência de 15 HP, 400V, tem um rendimento a plena carga de 90%. Sua reatância síncrona por fase é 3 e a resistência de armadura é de 0,15 por fase. O motor opera a plena carga e fator de potência 0,8 adiantado. Determine: a) Diagrama fasorial: 103 b) Tensão induzida [Vo]: V V V Lt .94,230 3 400 3 oFP 87,36)arccos( WxxHPPWP oo .00,190.1174615746)()( A xxFPV P IFPVIVIP t o atatao .19,20 8,094,2303 190.11 3 3)cos(3 VxIXV aSXs .57,6019,203 VxIRV aaRa .03,319,2015,0 VVVV RaXsZs .64,6003,357,60 2222 o Ra Xs arctg V V arctg 14,87 03,3 57,60 A partir do diagrama fasorial e considerando a lei dos cossenos: )cos(2)cos(2 22222 ZstZstoZstZsto VVVVVVVVVV VxxVo .59,269)87,3614,87cos(64,6094,223064,6094,230 22 c) O ângulo de carga []: A partir do diagrama fasorial e considerando a lei dos senos: o ZsoZs V senV sen sen V sen V )( )( )()( 104 o o Zs senarcsen V senV arcsen 75,10 59,269 )87,3614,87(64,60 . )( . d) Potência ativa de entrada [Pi = Pat]: W P P P P o i i o .33,433.12 9,0 190.11 e) Potência aparente de entrada [Papa]: VA FP P P iapa .67,541.15 8,0 33,433.12 f) Potência reativa na máquina [Preat]: R o apareat VAxsensenPP .79,324.9)87,36.(67,541.15)( g) Potência reativa em XS [PreatXs]: RSareatXs VAxxXIxP .44,668.3)319,20(3)(3 22 h) Potência dissipada nos enrolamentos de armadura [PRa]: WxxRIxP aaRa .42,183)15,019,20(3)(3 22 i) Perdas mecânicas por ventilação e atrito [Pmec]: WPPPPPPPP RaoimecmecRaoi .91,059.1)42,183190.11(33,433,12)( 105 7. GERAÇÃO E ENERGIAS RENOVÁVEIS 7.1. INTRODUÇÃO A energia elétrica em larga escala é gerada em usinas Hidroelétricas e Termoelétricas, e mais recentemente também em parques Eólico e Solar Fotovoltaico. Para a geração local, utilizam-se pequenos Aerogeradores, Painéis Solar e Geradores à Combustão. Pode-se utilizar também pequenas turbinas hidráulicas. No caso de Energia Hidráulica e Termoelétrica, Geradores à Combustão e Eólicos, uma turbina é acoplada a um Gerador Elétricos Trifásico, na maioria das vezes uma Máquina Elétrica Rotativa Síncrona Trifásica, ocorrendo então a conversão de Energia Mecânica a partir destas turbinas em Energia Elétrica. No caso da Energia Solar, uma célula fotovoltaica transforma energia luminosa em eletricidade nas junções pn, ou seja, basicamente o efeito inverso que ocorre em um LED. 7.2. ENERGIA HIDRÁULICA O uso da força das águas para gerar energia é bastante antigo e começou com a utilização das chamadas “noras”, ou rodas d’água do tipo horizontal, que através da ação direta de uma queda d’água produz energia mecânica e são usadas desde o século I a.C.. A partir do século XVIII, com o surgimento de tecnologias como o motor, o dínamo, a lâmpada e a turbina hidráulica, foi possível converter a energia mecânica em eletricidade. A Fig. 1 mostra o esquema de um gerador e turbina de uma usina hidrelétrica. Fig. 1 – Esquema de um gerador e turbina de uma Usina Hidrelétrica Ilustração: U.S. Army Corps of Engineers. / Wikimedia Commons. [adaptado] O acionamento do primeiro sistema de conversão de hidroenergia em energia elétrica do mundo ocorreria somente em 1897 quando entrou em funcionamento a hidrelétrica de “Niágara Falls” (EUA) idealizada por Nikola Tesla com o apoio da Westinghouse. De lá para cá o modelo é praticamente o mesmo, com mudanças apenas 106 nas tecnologias que permitem maior eficiência e confiabilidade do sistema. Cerca de 20% da energia elétrica gerada no mundo todo é proveniente de hidrelétricas. Em números aproximados, só no Brasil, a energia hidrelétrica é responsável por 75 milhões de KW. São 158 usinas em funcionamento, outras 9 usinas estão em construção e existem 26 outorgadas, ou seja, com permissão para serem construídas (dados de 2016). Uma usina hidrelétrica, no Brasil, pode ser classificada de acordo com a sua potência de geração de energia em dois tipos principais: as PCH’s, ou pequenas centrais hidrelétricas que produzem de 1MW a 30 MW epossui um reservatório com área inferior a 3 km² (Resolução ANEEL N.º 394/98), e as GCH’s, ou grandes centrais hidroelétricas que produzem acima de 30 MW. A segunda maior hidrelétrica do mundo é a usina de Itaipu, pertencente ao Brasil e ao Paraguai. Situada no rio Paraná, Itaipu tem uma capacidade de 14.000 MW, respondendo por 16% da demanda nacional e 75% da demanda paraguaia de energia elétrica. A maior do mundo é a Hidrelétrica de Três Gargantas, construída no rio Yang-Tsé, na China. Três Gargantas tem uma capacidade de produzir 22.500 MW. A geração de energia através de usinas hidrelétricas de fato é a de menor custo, contudo, causa impactos sobre a flora, fauna, solo, alterações do microclima da região, ciclo hidrológico e as milhares de pessoas que, em muitos casos, devem ser realocadas. Referências: http://www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/perguntas-frequentes – Acessado em 04/2017 As turbinas hidráulicas são turbinas projetadas especificamente para transformar a energia hidráulica (a energia de pressão e a energia cinética) de um fluxo de água em energia mecânica na forma de torque e velocidade de rotação. As primeiras turbinas hidráulicas de que se tem notícia foram construídas na colônia romana de Chemtou na atual Tunísia, no século 3 ou 4 DC, para acionar moinhos. As primeiras turbinas modernas foram desenvolvidas na França e Inglaterra, no século 18, para substituir as rodas de pás como fonte de energia mecânica para fábricas. Nessa aplicação, as turbinas acionavam diretamente as máquinas de fábricas próximas, através de longos eixos ou correias. Desde o final do século 19 elas são usadas quase que exclusivamente para acionar geradores elétricos — quer isoladamente, em fazendas e outros locais isolados, quer agrupadas em usinas ou centrais hidrelétricas. Em toda turbina a água entra vinda de um reservatório ou canal de nível mais elevado (e portanto com maior energia) e escapa para um canal de nível mais baixo (e portanto com menor energia). A água de entrada é levada através de um duto fechado até um conjunto de lâminas curvas (palhetas), bocais ou injectores que transferem a energia da água para um rotor. Em consequência a pressão e/ou a velocidade da água na saída são menores do que na entrada. A água que sai da turbina é conduzida por um duto, o tubo de sucção, até o reservatório ou canal inferior. http://www.itaipu.gov.br/sala-de-imprensa/perguntas-frequentes 107 Algumas palhetas são estáticas, outras são fixas no rotor; ambas podem ser ajustáveis para controlar o fluxo e a potência gerada ou (para geração de energia elétrica) a velocidade de rotação. O rotor é suportado axialmente por mancais de escora e contra- escora e radialmente por mancais de guia. O tubo de sucção geralmente tem diâmetro final maior que o inicial para reduzir a velocidade da água antes de despejá-la no canal inferior. A potência P [Watts] que uma turbina pode extrair do fluxo de água é calculada como: .... gHQP [5] Onde Q é a vazão volumétrica, H é a queda d'água disponível, ρ é a densidade da água, g é a aceleração da gravidade, e η é a eficiência da turbina, a fração (entre 0 e 1) da energia potencial e cinética da água que é convertida em trabalho mecânico de rotação do eixo ao passar pela turbina. As principais causas da baixa eficiência nas turbinas são as perdas hidráulicas (a energia cinética da água na saída da turbina) e as perdas mecânicas (atrito nos mancais, que converte parte da energia extraída da água em calor). A eficiência típica de uma turbina moderna varia entre 85% e 95%, dependendo da vazão de água e da queda. Para maximizar a eficiência, grandes turbinas hidráulicas são em geral projetadas especificamente para as condições de queda e vazão onde serão instaladas. As turbinas podem também ser montadas com o eixo no sentido vertical ou horizontal. Os principais tipos de turbinas hidráulicas são: Turbina Pelton: Neste tipo de Turbina (Fig. 2) não há palhetas estáticas e sim um conjunto de bocais ou injectores, cada qual com uma agulha móvel (semelhante a uma válvula) para controlar a vazão. Nessas turbinas, a pressão da água é primeiro transformada em energia cinética pelo bocal, que acelera a água até uma alta velocidade. O jato d'água é dirigido para uma série de conchas curvas montadas em torno do rotor. Fig. 2 – Turbina Pelton Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Turbina_hidr%C3%A1ulica https://pt.wikipedia.org/wiki/Turbina_hidr%C3%A1ulica 108 As Turbinas Pelton trabalham com velocidades de rotação mais alta que os outros tipos. Elas são adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m, sendo por isto muito mais comuns em países montanhosos. Por outro lado as conchas podem sofrer erosão pelo efeito abrasivo da areia misturada com a água, comum em rios de montanhas. Elas tem eficiência constante dentro de uma ampla gama de condições de operação. A Usina Hidrelétrica Parigot de Souza, no Paraná, tem 4 turbinas tipo Pelton de 65 MW, com queda bruta normal de 754 m. Turbina Francis: Este tipo de Turbina (Fig. 3) possuem um rotor na forma de um cilindro vazado com a parede lateral formada por palhetas curvas. A água de entrada é dirigida por um tubo em espiral e um sistema de palhetas estáticas que a forçam a atravessar radialmente a parede do rotor, empurrando as palhetas deste. A água sai pela base do rotor praticamente com pressão e velocidade muito reduzidas. Possui pré-distribuidor e distribuidor. O pré-distribuidor é um conjunto de pás fixas, responsável por dar um ângulo de entrada para a água, aumentando o rendimento. O distribuidor é um conjunto de pás-móveis, responsável pelo controle da quantidade de água que entra no rotor, assim varia a potência gerada. Fig. 3 – Turbina de Francis do eixo horizontal hidro para a cabeça da água 20m - 300m Fonte: http://portuguese.hydrotu.com/sale-295472-horizontal-shaft-francis-hydro-turbine-for- water-head-20m-300m.html As Turbinas Francis são adequadas para operar entre quedas de 40 m até 400 m. A Usina hidrelétrica de Itaipu assim como a Usina hidrelétrica de Tucuruí, Furnas e outras no Brasil funcionam com turbinas tipo Francis com cerca de 100 m de queda d'água. Turbina Kaplan: A única diferença entre as turbinas Kaplan e Francis é o rotor, que se assemelha a um propulsor de navio. O ângulo de inclinação das pás é controlado por pistões hidráulicos, normalmente em conjunto com as palhetas de distribuição. Este tipo de turbina são adequadas para operar em quedas até 60 m. Elas apresentam eficiência 109 constante em ampla faixa de operação. A Usina Hidrelétrica de Três Marias utiliza turbina Kaplan. Turbina Bulbo: É uma turbina Kaplan conectada diretamente pelo eixo a um gerador, que é envolto por uma cápsula hermética. O conjunto fica imerso no fluxo d'água. Este tipo de turbina são geralmente usadas em quedas abaixo de 20 m. A maior unidade desse tipo, com um rotor de 6,70 m de diâmetro e 65,8 MW de potência, está instalada na usina de Tadami, Japão, com uma queda de 19,8 m. Deverá ser ultrapassada pelas turbinas das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, com 73 MW e 75 MW, respectivamente. Referências: https://pt.wikipedia.org/wiki/Turbina_hidr%C3%A1ulica – Acessado em 04/2017 http://portuguese.hydrotu.com/sale-295472-horizontal-shaft-francis-hydro-turbine-for- water-head-20m-300m.html – Acessado em 04/2017 7.3. TERMOELÉTRICAS A usina termoelétrica é uma instalação industrial que produz energia a partir do calor gerado pela queima de combustíveis fósseis (como carvão mineral, óleo, gás, entre outros) ou por outras fontes de calor (como a fissão nuclear, em usinas nucleares). Conforme mostra a Fig. 4, primeiramente aquece-se uma caldeira com água, essa água será transformada em vapor, cuja a força irá movimentar as pásde uma turbina que por sua vez movimentará um gerador. Uma maneira de se aquecer o caldeirão é através da queima de combustíveis fósseis (óleo, carvão, gás natural). Após a queima eles são soltos na atmosfera causando grandes impactos ambientais. Uma outra maneira de aquecimento é utilizando a energia nuclear, através de reações nucleares como a quebra (fissão) do urânio. Fig. 4 – Esquema geral de uma Usina Termoelétrica Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/energia-termoeletrica.htm A Fig. 5 mostra o esquema de uma Usina Nuclear. Após o vapor ter movimentado as turbinas ele é enviado a um condensador para ser resfriado e transformado em água líquida para ser reenviado ao caldeirão novamente, para um novo ciclo. Esse vapor pode ser resfriado utilizando água de um rio, um lago ou um mar, mas causa danos ecológicos devido ao aquecimento da água e consequentemente uma diminuição do oxigênio. Outra https://pt.wikipedia.org/wiki/Turbina_hidr%C3%A1ulica http://portuguese.hydrotu.com/sale-295472-horizontal-shaft-francis-hydro-turbine-for-water-head-20m-300m.html http://portuguese.hydrotu.com/sale-295472-horizontal-shaft-francis-hydro-turbine-for-water-head-20m-300m.html http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/ 110 maneira de resfriar esse vapor é utilizando água armazenada em torres, por sua vez esta água é enviada em forma de vapor a atmosfera, alterando o regime de chuvas. Fig. 5 – Esquema de uma Usina Nuclear - Ilustração: US NRC.gov [adaptado] Fonte: http://www.infoescola.com/fisica/usina-termoeletrica/ Um dos maiores problemas das usinas termoelétricas é a grande contribuição que elas têm com o aquecimento global através do efeito estufa e de chuvas ácidas, devido a queima de combustíveis. No caso das usinas termoelétricas de Angra dos Reis que usam como fonte de calor energia nuclear, além da poluição térmica ainda existe o problema do lixo atômico. Mas estas usinas não têm só desvantagens, as vantagens delas é que podem ser construídas próximas a centros urbanos, diminuindo as linhas de transmissões e desperdiçando menos energia. Também são usinas que produzem uma quantidade constante de energia elétrica durante o ano inteiro, ao contrário das hidrelétricas, que tem a produção dependente do nível dos rios. No Brasil, as térmicas complementam a matriz energética de hidrelétricas, sendo ligadas apenas quando há necessidade (como em períodos de estiagem). Referências: http://www.infoescola.com/fisica/usina-termoeletrica/ - Acessado em 04/2017 Uma turbina é uma máquina que transforma a energia de um gás ou vapor, pressão e temperatura, em energia mecânica em seu próprio eixo. As turbinas a vapor podem ser classificadas basicamente em dois tipos: Turbina a vapor, em que ocorre a expansão do vapor d’água gerado em um equipamento externo, admitindo, portanto, fontes muito diversificadas, como o carvão, óleo combustível, biomassa, reação nuclear, energia solar térmica, energia geotérmica, http://www.nrc.gov/reading-rm/doc-collections/fact-sheets/3mile-isle.html http://www.infoescola.com/fisica/usina-termoeletrica/ http://www.infoescola.com/fisica/usina-termoeletrica/ 111 calor residual dos gases de escape de outra turbina de gás ou de processos industriais, entre outros (Fig. 6-a). Turbina a gás, em que a expansão é de gases, resultado da combustão de um combustível líquido ou gasoso em ar previamente comprimido (Fig. 6-b). Fig. 6 – Turbinas – (a) Vapor – (b) Gás Fonte; https://gerenciaderiesgosyseguros.com/122/pt-pt/sinistralidade-em-turbinas-a-vapor-para- geracao-de-energia/ - Acessado em 04/2017 Nestas turbinas (Fig. 7), o vapor entra na turbina onde é direcionado por bocais até as palhetas. As palhetas são fixadas no eixo da turbina. Dessa forma quando o vapor sai dos bocais e atinge a superfície das palhetas ocorre, a rotação do eixo da turbina e o vapor é direcionado para a saída da turbina. Fig. 7 – Turbina a vapor utilizada em processos de geração de energia por meio da expansão de vapor d’água. Fonte: http://www.academiadeciencia.org.br/site/2012/06/28/turbina-a-vapor/ https://gerenciaderiesgosyseguros.com/122/pt-pt/sinistralidade-em-turbinas-a-vapor-para-geracao-de-energia/ https://gerenciaderiesgosyseguros.com/122/pt-pt/sinistralidade-em-turbinas-a-vapor-para-geracao-de-energia/ http://www.academiadeciencia.org.br/site/2012/06/28/turbina-a-vapor/ 112 Quando o vapor entra na turbina possui alta pressão. Essa pressão é essencial para o bom funcionamento da turbina, visto que pressão nada mais é do que a razão entre a força aplicada e a extensão da área onde é aplicada. Logo, tem-se que como o diâmetro de entrada da turbina permanece constante, quanto maior a pressão de entrada maior será a força disponível nas palhetas. Após o vapor entrar na turbina esse começa sofrer expansão causando um aumento em sua velocidade e por consequência um aumento na velocidade de rotação do eixo onde as palhetas estão fixadas. Visto que o vapor realiza trabalho no interior da turbina é de se esperar que sua energia interna tenha reduzido. Podemos observar isso quando medimos a temperatura de saída do vapor. O vapor que antes se encontrava a uma alta pressão e temperatura agora possui pressão e temperatura inferior a inicial. Referência: http://www.academiadeciencia.org.br/site/2012/06/28/turbina-a-vapor/ - Acessado em 04/2017. 7.4. GERADORES A COMBUSTÃO Grupos Geradores são utilizados como fonte principal ou como fonte auxiliar, para suprir a necessidade de energia de forma confiável em empreendimentos de todo e qualquer porte, para quaisquer aplicações, como indústrias, supermercados, shopping centers, hospitais, edifícios residenciais e comerciais, hotéis e outros. Os Grupos Geradores são constituídos por um gerador, acionado por motor de combustão, sendo este alimentado por combustível (óleo diesel, gás natural, biogás e outros). A Fig. 8 mostra um Grupo Gerador a Diesel de 700 kVA fabricado por Stemac Fig. 8 – Grupo Gerador a Diesel fabricado por Stemac Fonte: http://www.blogstemac.com.br/artigos-tecnicos/o-que-sao-grupos-geradores/ - Acessado em 04/2017 http://www.academiadeciencia.org.br/site/2012/06/28/turbina-a-vapor/ http://www.blogstemac.com.br/artigos-tecnicos/o-que-sao-grupos-geradores/ 113 Os produtos STEMAC equipados com motores a gás produzem energia para geração de eletricidade e térmicos (Fig. 9). A versatilidade destes equipamentos permite as mais diversas aplicações. Os grupos geradores possuem sistemas de controle para operação manual ou automática, controlando os principais parâmetros e grandezas elétricas, de forma integrada, em um único módulo. Os motores possuem sistemas de proteção e controle, tais como: Controle eletrônico de ignição; Sensor de detonação; Controle de mistura ar/combustível; Controle do turbocompressor. Fig. 9 – Grupo Gerador a Gás produzido por Stemac Fonte: http://www.stemac.com.br/pt/produtos/Pages/grupos-geradores-gas-natural.aspx - Acessado em 04/2017 7.5. ENERGIA EÓLICA Já há quatro milênios as pessoas usavam a energia eólica na forma de barcos à vela no Egito. As velas capturavam a energia no vento para empurrar um barco ao longo da água. Os primeiros moinhos de vento, usados para moer grãos, surgiram entre 2 mil a.C., na antiga Babilônia, e 200 a.C. na antiga Pérsia, dependendo de para quem se pergunta. Estes primeiros dispositivos consistiam em uma ou mais vigas de madeira montadas verticalmente, e em cuja base havia uma pedra de rebolo fixada ao eixo rotativo que girava com o vento. O conceito de se usar a energia do vento para moer grãos se espalhou rapidamente ao longo do Oriente Médio e foi largamente utilizado antes que o primeiro moinho de vento aparecesse na Europa. No início do século XI d.C., os cruzados europeus levaram o conceitopara casa e surgiu o moinho de vento do tipo holandês com o qual estamos familiarizados. O desenvolvimento da tecnologia da energia eólica moderna e suas aplicações estavam bem encaminhados por volta de 1930, quando estimados 600 mil moinhos de vento abasteciam áreas rurais com eletricidade e serviços de bombeamento de água. http://www.stemac.com.br/pt/produtos/Pages/grupos-geradores-gas-natural.aspx 114 Assim que a distribuição de eletricidade em larga escala se espalhou para as fazendas e cidades do interior, o uso de energia eólica nos Estados Unidos começou a decrescer, mas reviveu depois da escassez de petróleo no início dos anos 70. Nos últimos 30 anos, a pesquisa e o desenvolvimento variaram com o interesse e incentivos fiscais do governo federal. Em meados dos anos 80, as turbinas eólicas tinham uma capacidade nominal máxima de 150 kW. Em 2006, as turbinas em escala de geração pública comercial têm potência nominal comumente acima de 1 MW e estão disponíveis em capacidades de até 4 MW. A Fig. 10 mostra Moinho de vento Pitstone, que se acredita ser o mais antigo moinho de vento das Ilhas Britânicas. Fig. 10 – Moinho de vento Pitstone, que se acredita ser o mais antigo moinho de vento das Ilhas Britânicas Fonte: http://ambiente.hsw.uol.com.br/energia-eolica.htm A Fig. 11 mostra os principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no período do Século XI ao Século XIX, e a Fig. 12 mostra os principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no Século XX. Fig. 11 – Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no período do Século XI ao Século XIX Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/content.php?cid=201 115 Fig. 12 – Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica no Século XX Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/content.php?cid=201 Referências. Bibliográficas http://ambiente.hsw.uol.com.br/energia-eolica.htm - Acessado em 04/2017 http://www.cresesb.cepel.br/content.php?cid=201 - Acessado em 04/2017 Os aerogeradores são classificados em dois tipos, saber, Aerogerador Horizontal (Fig. 13), no qual o eixo onde as pás estão acopladas está na horizontal, e o Aerogerador Vertical (Fig. 14) no qual o eixo está no plano vertical. Fig. 13 – Aerogeradores Horizontais Fonte: http://www.movitrom.pt/areasolar/produtos/aerogeradores.html - Acessado em 04/2017 Fig. 14 – Aerogeradores Verticais http://termometroglobalcom.blogspot.com.br/2010/07/aerogeradores-verticais-vawt-alguns.html http://ambiente.hsw.uol.com.br/energia-eolica.htm http://www.cresesb.cepel.br/content.php?cid=201 http://www.movitrom.pt/areasolar/produtos/aerogeradores.html http://termometroglobalcom.blogspot.com.br/2010/07/aerogeradores-verticais-vawt-alguns.html 116 Os aerogeradores horizontais são utilizados em ambientes onde existe um fluxo constante e contínuo de ventos, como em regiões de pradaria ou praias. Os verticais, embora possuam um desempenho inferior ao horizontal, podem ser utilizados em ambientes urbanos onde o vento não é uniforme devido as edificações. Quanto aos aerogeradores horizontais, alguns modelos mais antigos com rotor bobinado, funcionavam em sincronismo com a rede, ou seja, até velocidade síncrona, funcionavam como Motor, e após, funcionavam como Gerador. Atualmente a grande maioria dos Aerogeradores, possuem ímãs permanentes no rotor, funcionando então como máquina síncrona com ímãs permanentes. Neste caso, no funcionamento como gerador, a tensão gerada terá variações de freqüência e amplitude. Alguns aerogeradores de grande porte possuem mecanismos capaz de girar as pás, possibilitando assim um melhor ataque do vento. A Fig. 15 mostra o esquema de um Aerogerador Horizontal de 2,5 kW, sendo desenvolvido pela Universidade Feevale. Fig. 15 – Esquema de um Aerogerador de 2,5 kW sendo desenvolvido pela Feevale A Fig. 16 mostra um aerogerador de pequeno porte e as partes que o constituem Fig. 16 – Componentes de um gerador de pequeno porte Fonte: WEGLEY, H. L. et al, A Siting Handbook for Small Wind Energy Conversion Systems,US-DOE, 1980. 117 1 – Cubo: O conjunto de pás é fixado ao cubo formando o rotor e a principal função deste é a transmissão da energia mecânica de rotação, obtida através da força dos ventos que incidem nas pás ao eixo do rotor. 2 – Nacele: Também conhecida como carenagem, possui base rotativa, em torno de um eixo horizontal instalada no topo da torre para permitir o ajuste da direção do rotor conforme direção do vento. A nacele também serve como base para a instalação do rotor com cubo e pás, o ajuste angular das pás, o leme, a engrenagem e transmissão mecânica, os circuitos eletrônicos e o gerador. Dependendo do projeto, o aerogerador de pequeno porte pode não apresentar alguns destes componentes. 3 – Pás: O conjunto das pás forma o rotor. Devido à necessidade de redução de peso, na maioria das vezes, as pás são confeccionadas em compósitos de fibra de vidro com epóxi ou poliéster (HEIER, 2007a), podendo também ser de alumínio. As pás dos aerogeradores têm perfis aerodinâmicos variados de forma a aumentar a sua eficiência na retirada da energia em determinada faixa de velocidade do vento. Elas podem ser constituídas de um único ou uma combinação de vários perfis. 4 – Torre: Serve de suporte para todo o conjunto do aerogerador. Além de sustentar o conjunto aerodinâmico tem a função de elevar o mecanismo para uma altura, para aproveitar as correntes mais favoráveis dos ventos em que a velocidade do vento é maior e fica menos perturbada pelos efeitos do atrito viscoso e turbulência que ocorrem junto ao solo. A altura da torre é limitada pela relação entre o seu custo e pelo acréscimo da energia obtido com a elevação do rotor. As torres normalmente são construídas em aço e podem ser tubulares ou treliçadas. 5 – Leme: O leme tem a função de manter o plano do rotor sempre perpendicular à direção do vento de modo a maximizar o aproveitamento desta energia. A maioria dos pequenos Aerogeradores utiliza apenas o leme para essa função. Além dos cinco itens citados, o Aerogerador é composto de um Gerador Elétrico Trifásico e um Controlador: O principal componente de um Gerador Eólico ou Aerogerador é o Gerador de Energia Elétrica propriamente dito. Este, assim denominado de Gerador Elétrico Trifásico também é conhecido como Máquina Elétrica Síncrona Rotativa. O Quadro de Comando, ou Controlador Elétrico consiste de dispositivos elétricos / eletrônicos capaz de monitorar a tensão e corrente, e potência gerada no aerogerador, bem como definir e controlar os limites de frequência da tensão gerada considerando a velocidade de rotação do eixo. Assim, dispositivos a base de contatores e relés permitem travar o aerogerador quando os ventos estão muito fortes ou muito fracos. No caso de Aerogeradores que trabalham em sincronismo com a rede elétrica, o controlador irá monitorar este sincronismo. Salienta-se que alguns Aerogeradores com máquinas síncronas com ímãs permanentes a tensão 118 trifásica gerada não está em sincronismo com a rede, ou seja, não apresentam os 60 Hz de frequência definidos para o território nacional; neste caso, a tensão gerada é retificada (nível CC) e um inversor converte para a tensão trifásica de 60 Hz. 7.6. ENERGIA SOLAR Uma célula fotovoltaica monojunção de silício (Si) cristalino, que é o material semicondutor mais usado na fabricação de células fotovoltaicas, as átomos de Si são tetravalentes, ou seja, caracterizam-se por possuírem 4 elétrons de valência que formam ligações covalentes com os átomos vizinhos, resultando em 8 elétrons compartilhados por cada átomo, constituindo uma rede cristalina (Fig. 17). Fig. 17 – Estrutura básica de uma célula fotovoltaica de silício Fonte: RIO DE JANEIRO. João Tavares Pinho.Cepel – Cresesb (Org.). Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro, 2014. 530 p. As principais tecnologias aplicadas na produção de células fotovoltaicas são classificadas em três gerações. A primeira geração é dividida em duas cadeias produtivas: silício monocristalino (m-Si) e silício policristalino (p-Si), que representam mais de 85% do mercado (Fig. 18), por ser uma tecnologia consolidada e confiável, e por possuir a melhor eficiência comercialmente disponível. 119 Fig. 18 - (a) Célula silicio monocristalino m-Si - (b) célula silicio policristalino p-Si Segundo a norma NBR10899, o módulo é o menor conjunto ambientalmente protegido de células solares interligadas, com o objetivo de gerar energia elétrica em corrente continua. Um painel, é um ou mais módulos montados de modo a formar uma única estrutura, é uma característica física de montagem. Arranjo é qualquer numero de módulos, interligados eletricamente, de tal modo a prover uma única saída de corrente elétrica continua, é uma característica elétrica. Sistema fotovoltaico é o conjunto de elementos necessários ao aproveitamento da energia radiante solar para uma dada aplicação, através da conversão fotovoltaica, além do arranjo fotovoltaico, podem ser necessários os elementos para controle supervisão, proteção, armazenamento de energia elétrica, fundação e suporte de estrutura (ABNT-NBR10899). A Fig. 19-a mostra um tracker (rastreador solar) o qual possui movimentos que acompanham o percurso do sol ao longo do dia. A Fig. 19-b mostra um parque fotovoltaico. Fig. 19 – Sistemas Solar – (a) Tracker – (b) Parque Fotovoltaico Fonte (a) http://www.solarpowerworldonline.com/2013/04/how-does-a-solar-tracker-work/ Fonte (b) http://energiadeactivacion.blogspot.com.br/2015/05/optimizar-perdidas-en-parque- solares.html (acessados em 04/2017) 7.7. SISTEMA HÍBRIDO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA AUTOSUSTENTAVEIS Sistemas Híbridos São modos de obtenção de energia elétrica a partir de duas ou mais fontes, como solar-eólica, solar-diesel, etc. Estes sistemas estão sendo bastante utilizados por causa da eficiência em integrar sistemas novos ou já utilizados. http://energiadeactivacion.blogspot.com.br/2015/05/optimizar-perdidas-en-parque-solares.html http://energiadeactivacion.blogspot.com.br/2015/05/optimizar-perdidas-en-parque-solares.html 120 A complementação é um dos pontos principais, pois no sistema eólico/solar,por exemplo, nos dias em que o céu estiver nublado e a obtenção de energia da placa fotovoltaica for reduzida o aerogerador continua sua produção sem interferência e sustenta o sistema. Um sistema híbrido pode operar diretamente conectado à carga, que pode ser utilizada para bombeamento de água e aplicações que não exijam estabilidade e eficiência, por exemplo. Novamente citando o sistema eólico/solar não se pode armazenar ventos e luz, por isso durante os períodos de baixa geração e para a utilização posterior, o método convencional de armazenamento são as baterias. Utilizando baterias estacionárias de ciclo profundo tem-se o melhor desempenho com 4 a 5 anos de vida útil, já, as baterias de chumbo ácido, nestas aplicações, tem sua vida útil limitada a 2 anos. A Fig. 20 mostra um esquema de um sistema híbrido. Sistemas conectados a rede são conhecidos por On-Grid e não conectados como Off-Grid. Fig. 20 – Esquema de um Sistema Híbrido para Geração de Energia Fonte: http://energiahibrida.blogspot.com.br/ - Acessado em 04/2017 http://energiahibrida.blogspot.com.br/ 121 EXEMPLOS – CAPÍTULO 7 1. Considere um Sistema On Grid híbrido, com consumo médio de 3 kW, composto por: - Aerogerador de 2,5 kW, desempenho de 50% - Painéis de 250 W, desempenho de 1/3 ou 33,33% a) Determine o número de Painéis. Aerogerador 50% de 2,5 kW = + 1.250 W - 3.000 + 1.250 = - 1.750 / 250 = 7 Considerando Desempenho de 1/3 – Número de Painéis = 7 x 3 = 21 Painéis. b) Considere agora que, além do Aerogerador, seja instalado um Gerador a Biogás de 1 kW, funcionando continuamente, Determin o Número de Painéis, considerando o mesmo consumo de 3 kW. - 3.000 + 1.250 + 1.000 = 750 / 250 = 3 Considerando Desempenho de 1/3 – Número de Painéis = 3 x 3 = 9 Painéis. 122 8. MOTOR DE PASSO E SERVOMOTORES I. MOTOR DE PASSO I.1. INTRODUÇÃO O motor de passo é um tipo singular de conversor eletromecânico de energia. Diferentemente de um motor DC convencional, que uma vez alimentado com a tensão correta gira continuamente, o motor de passo gira em pequenos e precisos passos. Embora esta sua característica, bem como a de poder ter o seu eixo travado em um passo específico, sejam de uma ajuda incrível nos projetos eletromecânicos, o controle destes motores exige um circuito um pouco complexo, na maioria das vezes, microprocessado. Atualmente, consegue-se um controle eficiente com a utilização de circuitos integrados específicos para esta função. Este motores permitem controles de velocidades e posição precisos sem necessidade de realimentação, dispensando assim, transdutores de velocidade e posição, significando grande economia do sistema. Eles tem sido usados em aplicações onde o movimento deve ser controlado precisamente, como nos periféricos de computadores e robótica. I.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS São totalmente compatíveis com a lógica digital, beneficiando-se de controles microprocessados. Possuem 3 estados de operação: Parado Ativado com rotor travado Girando em etapas Os movimentos podem ser bruscos ou suaves, dependendo da frequência e amplitude dos passos em relação a inércia do motor. Podem ser usados em malha aberta, ou seja, sem circuitos de realimentação, evitando problemas como instabilidade e overshoot. São diferenciados pela forma construtiva em Unipolares e Bipolares. São construídos, geralmente para operarem sob tensão elétricas baixas, entre 6 e 24 V. Não possuem escovas, dispensando qualquer tipo de manutenção regular. O número de passos por revolução (resolução) é determinado pelo número de pólos no estator e rotor. A relação entre velocidade e torque não é linear, porque o torque também é função do ângulo entre os pólos do estator e rotor e também da frequência dos pulsos. O torque é maior quando os pólos estão alinhados. O torque de retenção é o torque máximo do motor. É possível aumentar a resolução de um motor de passo, usando uma técnica conhecida como meio-passo ou micro-passo. Se os enrolamentos forem comutados muito rápido, o motor pode apresentar comportamento errático e até oscilante. 123 A velocidade de um motor de passo deve ser gradualmente aumentada até a velocidade desejada, através dos pulsos específicos. I.3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Os motores de passo podem ser comparados aos motores síncronos pelo seu princípio de funcionamento. De certa forma, um campo magnético girante também deve ser implementado, por circuitos eletrônicos, para a movimentação do rotor em um motor de passo. A Fig. 1 mostra um modelo simplificado do funcionamento de um motor de passo. Assim, pode-ser considerar que os quadrados são ímãs que podem ter os seus pólos trocados e que o circuito representa o rotor magnético do motor. Fig. 1 - Sequência de passos de um motor de passo O movimento do rotor deste exemplo se dá no sentido horário, em passos de 90 graus. A diferença entre cada etapa do movimento consiste na mudança de polaridade de dois ímãs. Nota-se que são sempre os adjacentes e de polaridade oposta. Na realidade o que ocorre é a implementação destes campos magnéticos que mudam de polaridade através de eletroímãs. O rotor é realmente um material magnético permanente. Com os eletroímãs pode-se ter o controledos campos magnéticos produzidos, fazendo o rotor girar em ambos os sentidos, através de uma sequência correta de inversões, bem como fazê-lo travar em uma posição específica como um dos passos ilustrados. Motores bipolares: Estes motores possuem enrolamentos sem derivação central, podendo ser representados esquematicamente, por bobinas simples dispostas em oposição, conforme Fig. 2. Para o entendimento do seu acionamento, deve-se observar as direções existentes das correntes nas duas bobinas, sendo somente quatro combinações possíveis. Considerar “A” a corrente da bobina -A- circulando eu um sentido e “A” a corrente da bobina -A- circulando no sentido oposto, ocorrendo o mesmo para a bobina B. Para o acionamento do motor deste exemplo em passos de 90 o em uma direção, segue-se a seguinte sequência: Sentido 1 : AB - AB - AB - AB - AB Sentido 2 : AB - AB - AB - AB - AB 124 Fig. 2 - Desenho esquemático de motor de passo bipolar Estes motores podem ter os seus passos aumentados, diminuindo-se o ângulo entre eles e aumentando a sua precisão, somente mudando-se a sequência de acionamento das bobinas. Este método é chamado MICROPASSO ou MEIO-PASSO, mas tem como desvantagem a irregularidade e diminuição do momento de inércia, pois metade do tempo de acionamento somente metade das fases estão sendo utilizadas. As sequências para o meio-passo ficam: Sentido 1 : AB - B - AB - A - AB - B - AB - A - AB Sentido 2 : AB - A - AB - B - AB - A - AB - B - AB Motores unipolares: Estes motores possuem enrolamentos com derivação central, permitindo que a corrente se circule somente num sentido, no momento da inversão da polaridade magnética. Por aspectos construtivos, estes motores apresentam momentos de inércia inferiores aos bipolares com as mesmas dimensões. I.4. CLASSIFICAÇÃO DE MOTORES DE PASSO Motor de passo de relutância variável: É o tipo mais básico dos motores de passo, sendo o mais barato (Fig. 3 e 4). Quando um dente do rotor e um dente do estator estão alinhados, a sua relutância magnética é minimizada, proporcionando uma posição de equilíbrio. Se o rotor for tentado a sair desta posição, a força magnética destes pólos farão ele voltar a posição anterior. Quando os pólos estão desalinhados, a relutância magnética é máxima. Como o motor opera visando a mínima relutância, este tende à voltar a sua posição. 125 Fig. 3 - Motor de passo de relutância variável Fig. 4 - Motor de passo de relutância variável aberto Motor de passo de ímã permanente: Este tipo de motor utiliza imã permanente no seu rotor (Fig. 5). Para aumentar o número de passos deve-se aumentar o número de pólos do estator e rotor, na mesma proporção, existindo um limite prático. Mesmo sem excitação o rotor tende a ficar numa posição de equilíbrio. Este motor apresenta desvantagens como o alto custo dos ímãs e o torque baixo, diretamente relacionado com o tipo de ímã utilizado. Fig. 7.5 - Motor de passo com ímã permanente 126 Motor de passo híbrido: Funciona por uma combinação dos motores de passo de relutância variável e ímã permanente. Foi originalmente criado para ser usado como motor síncrono em aplicações de baixas velocidades. O motor híbrido mais comum é o de 4 fases e 200 passos, com um ângulo de passo de 1,8 o É de baixo custo por ser produzido por vários fabricantes (Fig. 6). Fig. 6 - Motor de passo híbrido Motor de passo híbrido com ímã permanente no estator: É uma outra forma construtiva do motor de passo híbrido, onde um ímã, em forma de anel, é colocado no estator (Fig. 7). Tanto o ímã quanto o estator bobinado, produzem campos magnéticos unipolares neste motor. Fig. 7 - Motor de passo híbrido com ímã permanente no estator 127 Motor de passo com rotor externo: São raros de serem encontrados mas existem. Possuem aplicações no tracionamento do papel em impressoras (Fig. 8). Obs: Atualmente, são encontrados nos acionadores de disco flexível para computadores. Por razões construtivas este tipo de motor foi escolhido, utilizando a própria placa de circuito impresso do seu circuito acionador como parte construtiva do motor. São extremamente delgados. Fig. 8 - Motor de passo com rotor externo Motor de passo linear: Produz movimentos lineares. Podem ser de relutância variável ou de imã permanente (Fig. 9). Tem aplicações no deslocamento da cabeça de impressão em certos tipos de impressoras de computador. Fig. 9 - Motor de passo linear II.5. ACIONAMENTO E CONTROLE DOS MOTORES DE PASSO Os motores de passo necessitam de um circuito de controle para que o campo eletromagnético gerado nas suas bobinas, sejam perfeitos para o seu funcionamento. Estes circuitos podem ser construídos por sequenciadores em série com circuitos de potência 128 chamados drivers. Os sequenciadores lógicos, geralmente, são compostos por “hift- registers” e portas lógicas, tendo a função básica de rotacionar bytes. Os drivers correspondem à parte de potência que irá acionar os enrolamentos do motor. Podem ser somente transistores comuns ou circuitos mais sofisticados, com proteções e outros controles. Com a popularidade destes motores, bem como o aumento do campo de aplicações, surgiram circuitos integrados dedicados para o seu acionamento, simplificando muito a parte de controle eletrônica. Estes possuem funções específicas, como: sentido de rotação, aceleração, passo completo ou meio passo, driver incorporado, passo simples, etc. Salienta-se também que os motores de passo podem ser acionados a partir de circuitos microprocessados devidamente programados. O controle então, deve-se ao software utilizado, permitindo uma flexibilidade muito grande ao projetista. SAA1027: Circuito integrado da Philips Components, consistindo de um driver para motores de passo de quatro fases com dois estatores. Basicamente o circuito consiste de um contador direcional de quatro estados e um conversor de código capaz de excitar quatro saídas na sequência necessária ao funcionamento do motor de passo. Este componente pode acionar diretamente motores de passo com tensões de trabalho de 9,5 a 18 Volts e corrente até 500 mA. Internamente, existem buffers que isolam o circuito de comando externo de todo o circuito de controle. Os sinais destes buffers são aplicados à um contador up/down de dois bits e daí a um conversor de código. Em seguida tem-se os estágios de saída que excitam transistores de potência capaz de fornecer a elevada corrente exigida pelos motores de passo comuns. Os únicos componentes externos necessários dependem do tipo de motor usado. SDA3717AE: Circuito integrado da SID Microeletrônica, consistindo num driver para motores de passo bipolares. Tem uma corrente de saída que pode ser selecionada em três níveis, através de entradas lógicas. A parte de potência deste integrado é em forma de ponte de transistores, com exclente eficiência. Para o acionamento completo de um motor de passo são necessários dois circuitos integrados deste tipo e poucos componentes externos. Outro ponto interessante neste componente é o fato dele permitir o acionamento do motor em passo completo, meio passo e um quarto de passo. Este último é obtido aplicando-se meia corrente em cada bobina por vez. II.6. APLICAÇÕES Mesa de coordenadas para furadeiras, frezadoras, etc Retíficas automáticas Bombas de deslocamento positivo Válvulas de comando remoto Manipuladores industriais Máquinas de comando numérico - CNC Posicionamento de antenas parabólicas Impressoras 129 Plotters Disk drivers Winchesters Máquina de costura industriais Máquinas de fax Máquinas transfer Sensores de posição: Funcionando de modo inverso o motor de passo pode operar como se fosse um encoder óptico, mas comum custo muito reduzido. II.7. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os motores de passo tornaram a relação entre eletrônica e mecânica mais fácil. Embora o acionamento destes motores seja feito somente com circuitos lógicos específicos, os seus controles são fáceis de serem implementados, permitindo uma excelente precisão da posição de seu eixo, sem o uso de controladores de malha fechada, que são necessários no acionamento de motores CC comuns. Isto também diminui o custo de um sistema, pois elimina sensores de posição do tipo encoders. Com a utilização de microprocessadores e microcontroladores, que está cada vez mais difundida, acionar um motor de passo através de circuitos deste tipo, torna-se somente uma questão de escrever o software específico, tendo-se total controle sobre o motor. Isto justifica o grande número de motores de passo empregados em periféricos de computadores, levando à uma diminuição do seu custo. Outra característica que também beneficia estes motores é o fato de se poder manter o seu eixo travado, mesmo com carga, através do chamado holding torque, quase sem circuitos de controle para isto. Num motor CC este comportamento só é alcançado com um circuito de controle em malha fechada com uma resposta de controle muito boa. Uma pequena desvantagem dos motores de passo é que são, na sua maior totalidade, construídos para operarem com baixas tensões e pequenos torques de saída. Aos projetistas cabe incluir a possibilidade de uso destes motores sempre que acionamentos mecânicos forem necessários de forma controlada e precisa. II.8. DESENVOLVIMENTO DE UM MOTOR DE PASSO A PARTIR DE MATERIAL SINTERIZADO Entre os anos de 2012 e 2013, foi desenvolvido um Motor de Passo, no Mestrado em |Tecnologia de Materiais e Processos Industrias na Universidade FEEVALE, dissertação de Raul Faviero de Mesquita, Este motor de passos possui 3 fases, 6 polos com núcleo do estator e rotor construídos a partir da mistura de pó de ferro com pó de níquel nas mesmas proporções em peso, formando uma liga Fe-50%Ni obtida por Metalurgia do Pó M/P. 130 As figuras a seguir mostram o projeto do motor em escala reduzida, ou seja, 3 veze menor. As Figs 10 (a) e (b) mostram, respectivamente, o desenho dimensional dos núcleos do rotor e do estator. As Figuras 11 (a) e (b) mostram por sua vez, o desenho dimensional do eixo e uma vista completa do minimotor, e a Figura 12 apresenta o desenho dimensional das tampas. A Fig. 13 mostra o pré-processamento (malha) para simulação em Software de Elementos Finitos. Fig. 10 – Projeto do minimotor: (a) Rotor e (b) Estator. Fig. 11 – Projeto do minimotor: (a) Eixo e (b) Motor completo. 131 Fig. 12 – Projeto das tampas do minimotor. Fig. 12 – Pré-processamento para simulação em softwa de elementos finitos A Fig. 13 mostra um circuito de acionamento de motor de passos bipolar de duas fases (A-A’ e B-B’) e quatro polos no estator. Para o correto acionamento deste tipo de motor a passo inteiro no sentido anti-horário, é necessário que as bobinas sejam energizadas segundo a sequência mostrada na Tabela 1, aonde o valor binário “1” representa condução e o valor binário “0”, bloqueio (TORO, 1994) 132 Tabela 1 – Sequência de comando para avanço de 01 passo polar no sentido anti- horário. Condução A-A’ Condução B-B’ Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 Fonte: TORO, 1994 Fig. 13 – Diagrama mostrando o circuito de potência de motor de passo bipolar. Fonte: TORO, 1994 TORO, Vincent del. Fundamentos de Máquinas Elétricas. LTC Editora. Rio de Janeiro, 1994. 550 p. As peças na forma de cilindros foram compactadas e sinterizadas de acordo com os parâmetros dos corpos de prova, ou seja, com pressão de 500 MPa e temperatura de 1.150 o C. A Fig. 14 mostra as peças obtidas na forma de tarugos cilíndricos. A partir das peças sinterizadas na forma de tarugos cilíndricos foram usinados os núcleos do rotor e do estator e as tampas para a forma final do projeto dimensional do minimotor. Inicialmente, foi realizada uma pré-usinagem nas peças e posteriormente, executada a eletro-erosão a fio, devido à complexidade na geometria das peças. A Fig. 15 mostra desenhos dimensionais da forma final do minimotor 133 Fig. 15 – Peças sinterizadas em forma de “tarugo” cilíndricos para posterior usinagem Fig. 15 – Desenhos dimensionais da forma final do minimotor. Os tarugos obtidos foram pré-usinados e posteriormente realizada eletro-erosão a fio para a forma final das peças do minimotor. As Fig. 16 (a) e (b) mostram, respectivamente, os núcleos do estator e do rotor. A Fig. 16-(c) mostra uma das tampas, 134 em que se pode observar a inserção de uma bucha de bronze no lugar do rolamento (fixação do eixo do minimotor). Fig. 16 – Fotos do (a) estator, (b) rotor e (c) da tampa – dimensões em cm. Na Fig. 17-(a), visualiza-se a foto de uma etapa da bobinagem do enrolamento do estator e na Fig. 17- (b), a foto do motor montado, sendo mostradas as duas tampas, o eixo do motor e a parte externa do estator. Fig. 17 - Fotos do (a) estator bobinado e (b) do minimotor montado - dimensões em cm Inicialmente, tentou-se realizar o bobinamento previsto no projeto inicial e nas simulações, contudo, não foi possível executar-se tal montagem, devido ao reduzido espaço das janelas para colocação dos enrolamentos. Assim optou-se pela seguinte configuração: bitola do fio de cobre esmaltado – 33 AWG; número de espiras – 59; bobinas com uma das extremidades conectadas entre si (comum) – minimotor conectado como motor de passos unipolar; corrente nas bobinas – 0,68 A (com duas bobinas alimentadas por passo) corrente máxima do fio esmaltado 33AWG – 0,076 A 135 II. SERVOMOTORES Servomotor (Fig. 18) é muito utilizado em controle de precisão em projetos de automação industrial. No passado, quem ouvia falar em servo motor imaginava sua aplicação somente em projetos especiais com necessidade de controle preciso de torque, velocidade e posição. No entanto, atualmente observa-se que cada vez mais seu custo vem se reduzindo fazendo com que ele seja uma excelente alternativa em substituição a acionamentos com motores de indução, atuadores hidráulicos e pneumáticos. Embora os servomotores não sejam uma classe específica de motor (podem ser CC ou CA, síncrono ou de indução), eles são destinados e projetados para uso em aplicações de controle de movimento que exigem posicionamento de alta precisão, reversão rápida e desempenho excepcional. Sendo assim, eles são amplamente utilizados em robótica, sistemas de radar, sistemas de fabricação automatizados, máquinas- ferramentas, computadores, máquinas CNC, sistemas de rastreamento, entre outros A principal diferença entre um servomotor e os outros motores (tanto de corrente alternada quanto contínua) é que os servos possuem incorporado neles um encoder e um controlador. Ou seja, os servos nada mais são do que motores comuns com controladores e encoder acoplados. Avançando um pouco mais na definição, um servo motor é um atuador rotativo ou linear que garante o controle, velocidade e precisão em aplicações de controle de posição em malha fechada. Outra característica que pode ser citada é que o servomotor é projetado com pequeno diâmetro e longo comprimento do rotor se diferenciando dos motores convencionais. Fig. 18 – Servo motor industrial O servo motor trabalha com servo-mecanismo que usa o feedback de posição para controlar a velocidade e a posição final do motor. Internamente, um servo motor combina um motor com um circuito de realimentação, um controlador e outros circuitos complementares. Ele usa um codificador ou sensor de velocidade(encoder) que tem a função de fornecer o feedback de velocidade e posição. http://www.citisystems.com.br/mov-ladder-clp/ 136 O sinal de realimentação por sua vez é comparado com a posição de comando de entrada (posição desejada do motor correspondente a uma carga) e produz o sinal de erro (caso houver uma diferença entre eles). O sinal de erro disponível na saída do detector de erro não é suficiente para acionar o motor. Assim, o detector de erro alimenta um servo amplificador que eleva a tensão e o nível de potência do sinal de erro e então gira o eixo do motor para a posição desejada. Basicamente, os servomotores são classificados em CA (corrente alternada) e CC (corrente contínua), dependendo da natureza da alimentação de energia necessária para sua operação. Motor de Passo pode ser enquadrado nesta modalidade (Fig. 19). Os servomotores CC são de imã permanente com escova e é empregado em projetos menores devido ao seu custo, eficiência e simplicidade. Já os servos CA são mais frequentemente utilizados na indústria por suportar aplicações que demandam maior potência e fornecer exatidão elevada no seu controle e baixíssima manutenção. Os servos CA podem ser divididos em 2 categorias: Os síncronos e os de indução. Temos ainda um terceiro tipo que por sua vez é mais empregado em aplicações menores (o motor de passo). Fig. 19 – Tipos de Servomotores ServoMotor de Corrente Contínua CC: Este consiste em um conjunto de um pequeno motor de corrente contínua, um potenciômetro de realimentação, uma caixa de engrenagem e pelo circuito eletrônico do acionamento e loop de controle (Fig. 20). Um servo motor cc é semelhante a um motor de corrente contínua normal sendo que o estator dele é constituído por uma estrutura cilíndrica e o ímã é acoplado ao interior de sua armação. Na Fig. 20 é possível visualizar o rotor do servomotor CC que consiste de escova e eixo. Um comutador e uma estrutura de suporte de metal que se encaixam no rotor estão ligados à carcaça externa e o enrolamento de armadura é enrolado na estrutura de suporte de metal do rotor. Uma escova é construída com uma bobina do induzido que fornece a corrente ao comutador. Na parte de trás do eixo, um encoder é incorporado no rotor, a fim de detectar a velocidade de rotação. Com esta construção de motor, fica mais simples 137 projetar um controlador usando circuitos simples porque o torque é proporcional à quantidade de fluxo de corrente através da armadura. Figura 20 – Servo Motor de Corrente Continua (CC) Servo Motor de Corrente Alternada CA: Existem dois tipos distintos de servomotor: síncrono e de indução. A principal diferença do servo motor de indução com um motor de indução comum é que o rotor da gaiola do servo é construído com barras condutoras mais finas, de modo que a resistência do servo motor seja menor do que a de um motor de indução comum. Eles são robustos, versáteis e podem fornecer potência considerável, sendo mais encontrados em aplicações maiores pois não possuem bom rendimento a baixas potência. O servomotor CA síncrono é o mais encontrado na indústria, O rotor é constituído por um ímã permanente. O servomotor ca também pode ser chamado de brushless (sem escova) por causa de suas características estruturais. A Fig. 21 mostra o diagrama esquemático do sistema de servo motor de indução bifásico, e a Fig. 22 mostra esquema de um servomotor síncrono. Fig. 21 – Diagrama esquemático do sistema de servo motor de indução bifásico 138 Fig. 22 – Servomotor Sincrono Fonte: https://www.citisystems.com.br/servo-motor/ - Acessado em 04/2017 EXEMPLOS – CAPÍTULO 8 1. Considere um Motor de Passo de corrente unidirecional, onde as bobinas são alimentadas a partir das quatro saídas de um CI dedicado de acordo com as ondas retangulares mostradas. A corrente de saída do CI é de 10 mA, e as bobinas to motor apresentam corrente nominal de 2 A. https://www.citisystems.com.br/servo-motor/ 139 a) Determine a capacidade de corrente dos fios da bobina. As bobinas devem ser construídas com fios de cobre nu esmaltada, escolhido a partir da escala AWG. Considerando que somente existe corrente em cada bobina, 25% do tempo, o fio deve ser dimensionado para suportar 0,5 A. Salienta-se que a condição básica de uso de um componente elétrico é o aquecimento. Aquecimento é sinônimo de energia entregue ao corpo, e: Energia = Potência x Tempo No caso de um onda pulsada, somente energia estará sendo entregue ao fio nos períodos em que exista corrente sobre o mesmo. b) Qual a corrente do Diodo: No caso deste circuito o diodo serve para descarregar o campo magnético da bobina. Por exemplo, os diodos 1N 400X, possuem corrente de pico repetitivos 10 vezes maior que a corrente nominar. Sendo a corrente das bobinas de 2 A, o diodo pode ser escolhido de tal forma a suportar 0,2 A; c) Transistor Vce = 10 V Ic = 0,5 A (mesmas considerações do fio das bobinas) β = 200 d) Fonte = 10 V / 2 A 2. Considere agora um acionamento de meio passo quando duas bobinas podem ser acionadas ao mesmo tempo, determine os valores do exemplo (1) Todos os valores permanecem iguais, exceto a fonte que deverá suportar 10 V / 4 A 140 9. ACIONAMENTO E DISPOSITIVOS DE PARTIDA DE MOTORES 9.1. INTRODUÇÃO O objetivo deste capítulo é a apresentação de alguns acionamentos de motores elétricos, como chaves para ligar e desligar motores, como a chave estrela-triângulo e dispositivos de proteção. Contudo, cita-se que, com o uso de inversores e conversores, muitos destes dispositivos estão ficando obsoletos, pois os controles são realizados a partir de semicondutores, descartando-se assim, e cada vez mais, estes tipos de controles que se baseiam em dispositivos eletromagneto-mecânicos, como contatoras, relés térmicos, e temporizadores. As elevadas correntes que são drenadas pelos equipamentos industriais, principalmente os motores de alta potência impede que interruptores comuns sejam usados para seu controle. De fato, além de termos uma forte carga indutiva nesses motores, suas correntes iniciais podem alcançar valores de centenas ou milhares de ampères. O arco formado na abertura dos contactos, e o efeito de repique no fechamento poderiam distribuir de forma aleatória a corrente pela superfície desses contactos causando sua queima em pouco tempo, conforme mostra a Fig. 1-a. Percebe-se o que ocorre quando se desliga uma lâmpada eletrônica em sua casa: a forte carga indutiva que ela representa, causa faíscas nos contactos do interruptor que são facilmente percebidas. Essas faíscas também são a causa da rápida deterioração dos interruptores que, em pouco tempo, começam a falhar, conforme mostra a Fig. 1-b. Para controlar correntes intensas é preciso usar interruptores que tenham características especiais como: Alta velocidade de fechamento e abertura dos contactos Grande superfície dos contactos Fig. 1 – Arco formado na abertura do contato Referência: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3854-el040 - Acessado em 05/2017 9.2. DISPOSITIVOS PARA ACIONAMENTO DE MOTORES http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3854-el040 141 Contator: Dispositivo que, a partir de dois terminais, conectados a uma bobina, na medida em que circula uma corrente nesta bobina, abre e/ou fecha vários contatos em outros terminais, normalmente 4 contatos. Geralmente a tensão da bobina é 127 ou 220 V. Semelhantemente ao relé a corrente que circula pela bobina é bem inferior a corrente que pode circular pelos contatos. Alguns contatores possuem contatos que se fecham quando a bobina é energizada (contato Normalmente ABERTO – NA), enquanto outros contatos se abrem (contatos Normalmente FECHADOS – NF). Na figura 2 temosa estrutura de um contator em suas duas posições de funcionamento, energizado e desenergizado. Fig. 2 – Estrutura de um Contator Uma bobina, operada por uma baixa tensão contínua ou alternada, move um conjunto de contactos mecânicos que têm as características exigidas para o controle de correntes intensas. Uma mola interna garante que a ação de abertura dos contactos seja muito rápida quando a bobina é desenergizada. A Fig. 3-a mostra um contator comum para uso industrial. A Fig. 3-b mostra um exemplo de numeração dos terminais (bornes) de um contator. Observa-se que o contator possui três contatos principais, normalmente para uma linha trifásica e um quarto contato auxiliar, para conectar, por exemplo, uma chave sinalizadora, ou um outro dispositivo para acionamento, como relé térmico. As bobinas dos contactos são especificadas para tensões alternadas de 12, 24, 110, 127, 220, 380 e 440 V. Para as correntes contínuas, as tensões especificadas são de 12, 24, 48, 110, 125 e 220 V. Para usar um contator é preciso levar em conta a tensão de sua bobina, que vai determinar como ele é acionado, e a corrente máxima de seus contatos. Os contatores são especificados por uma corrente nominal (In) a qual deve ser levada em conta em função 142 do tipo de serviço que ele vai executar. Assim, um contator da categoria AC1 , no servi;co 1, pode suportar uma corrente igual à nominal ao ligar e desligar e eventualmente (serviço) ocasional, uma corrente 1,5 vezes maior que a nominal. Fig. 3 – (a) Contator – (b) Esquema com a especificação dos terminais Para usar um contator é preciso levar em conta a tensão de sua bobina, que vai determinar como ele é acionado, e a corrente máxima de seus contatos. Os contatores são especificados por uma corrente nominal (In) a qual deve ser levada em conta em função do tipo de serviço que ele vai executar. Assim, um contator da categoria AC1 , no servi;co 1, pode suportar uma corrente igual à nominal ao ligar e desligar e eventualmente (serviço) ocasional, uma corrente 1,5 vezes maior que a nominal. A Tab. 1 mostra as diferentes categorias de empregos de contatores Tab. 1 – Diferentes de categorias de empregos de contatores Categoria Serviço normal Serviço Ocasional Ligar Desligar Ligar Desligar AC1 1.lN 1.lN 1,5.lN 1,5.lN AC2 2,5.lN 1.lN 4.lN 4.lN AC3 6.lN 1.lN 10.lN 8.lN AC4 6.lN 6.lN 12.lN 10.lN Referência: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3854-el040 - Acessado em 05/2017 Relé Térmico: Dispositivo que, na medida em que circula uma corrente maior que uma corrente especificada, abre um outro contato. Normalmente este possuem quatro contatos por onde circula corrente. Deve-se salientar que o relé térmico não é como um disjuntor que abre os contatos. O relé térmico simplesmente age num outro contato dele mesmo. Assim, se este outro contato está ligado a bobina de um contator, ao abrir, desarma o contator, servindo como circuito de proteção, como quadro de comando de motores por exemplo. Funciona usando o principio da temodinâmica de que quando um metal esquenta ele aumenta de tamanho (expande). Todo condutor metálico quando submetido http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3854-el040 143 a uma corrente elétrica ele esquenta. Quanto maior a corrente maior o calor. Os reles térmicos são projetados para, quando atingir um determinado calor se soltarem da trava interna e desarmar. Como a corrente é interrompida o metal esfria, por isso é possível armar novamente o relé. Outro exemplo comum de funcionamento de um relé térmico são os termo disjuntores. O Relé térmico é um dispositivo de proteção que é responsável por proteger os motores elétricos de possíveis anomalias. A mais comum é o sobreaquecimento do motor elétrico. Quando o motor trava o seu eixo ou esta trabalhando com muita carga, ele solicita mais corrente da rede para tentar compensar o peso requerido, deste modo o motor acaba tendo que trabalhar com especificações que não se enquadram a ele. Assim pode haver danos em suas bobinas provocando aquecimento e até um provável derretimento de sua isolação, ação que é capaz de fechar um possível curto circuito interno. A Fig. 4 mostra alguns relés térmicos. Fig. 4 – Alguns relés térmicos É no momento onde está ocorrendo o possível aquecimento que o relé entra em ação. Quando a esse sobreaquecimento as lâminas bimetálicas de coeficientes de temperatura diferentes, se aquecem , ocorrendo à deformação das laminas e fazendo com que ativem o relé, desarmando o circuito do motor, como também o circuito de comando através de seus contatos auxiliares. Este relé é um ótimo componente de proteção, pois após acionado, ele trava impedindo que o motor seja ligado novamente. Desta forma o motor só poderá ser ligado quando ocorrer uma ação manual de rearme. Veja abaixo as principais partes de um relé térmico. 144 Este dispositivo consegue sinalizar através da inserção de sinaleiros e alarmes ou até mesmo disponibilizar um sinal para o desarmamento de um disjuntor. A quantidade de corrente que um relé térmico suporta pode ser ajustada no próprio equipamento através de um disco que é ajustado manualmente. Possui um botão de teste, para identificar se o componente irá funcionar adequadamente. A Fig. 5 mostra as principais partes de um relé térmico. Fig. 5 – Principais partes de um relé térmico. O relé térmico possui três contatos que são conectados nas saídas de um contator, e possuem também contatos auxiliares 1 NF (95,96) e 1 NA (97,98). Nos diagramas de comandos elétricos o relé térmico possui as seguintes simbologias mostradas na Fig. 6 . Fig. 6 – Simbologia do relé termico Referências: https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-um-rele-termico/ - Acessado em 05/2017 Relé Temporizador: Relé deTempo são dispositivos eletrônicos que permitem, em função de tempos ajustados, comutar um sinal de saída de acordo com a sua função. https://www.mundodaeletrica.com.br/como-funcionam-os-disjuntores/ https://www.mundodaeletrica.com.br/quais-os-tipos-de-contatos-em-comandos-eletricos/ https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-um-rele-termico/ 145 Muito utilizados em automação de máquinas e processos industriais como partidas de motores, quadros de comando, fornos industriais, injetoras, entre outros. Possui eletrônica digital que proporciona elevada precisão, repetibilidade e imunidade a ruídos. Projetado de acordo com normas internacionais, os relés constituem uma solução compacta e segura, em caixas com dimensões reduzidas para montagem em trilho DIN 35mm, nas configurações com 1 ou 2 saídas NA-NF e alimentado em 110- 130V 50/60Hz, 220-240V 50/60Hz ou 24Vcc. Com faixas de temporização, os relés podem ser ajustados de 0,3 segundos a 30 minutos com elevada confiabilidade e precisão. Quanto ao tipo de atuação os relés podem ser com: Retardado na energização – Esse tipo atua suas chaves um tempo após a ligação, ou energização do relé e as retorna ao repouso imediatamente após seu desligamento ou desenergização. Retardado na desenergização – Este atua as chaves imediatamente na ativação, porém estas chaves só retornam ao repouso um tempo após a desativação. No painel desse relé se encontra um botão pelo qual se seleciona o tempo de retardo. Gráficos de acionamento x tempo, das bobinas e dos contatos dos relés temporizados. A Fig. 7 a simbologia e alguns tipos de relés termporizador. Fig. 7 – Simbologia e alguns relés temporizador Referências: file:///C:/Users/Usuario/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20 Files/Content.IE5/3NHQ5YPC/APOSTILA_ACIONAMENTOS%20ELETRICOS_2008 _Neemias.pdf – Acessado em 05/2017 9.3. PARTIDA DIRETA DE MOTORES Sempre que possível, a partida de um motor de indução trifásico com rotor tipogaiola deverá ser direta, por meio de contatores. Deve se ter em conta que para um determinado motor, as curvas de conjugado e corrente são fixas, independente da dificuldade de partida, para uma tensão constante. Nos casos em que a corrente de partida do motor é elevada podem ocorrer as seguintes consequências prejudiciais: Elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede. Em função disto provoca a interferência em equipamentos instalados no sistema. O sistema de proteção (cabos, contatores) deverá ser superdimensionado ocasionando um custo elevado. file:///C:/Users/Usuario/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.IE5/3NHQ5YPC/APOSTILA_ACIONAMENTOS%20ELETRICOS_2008_Neemias.pdf file:///C:/Users/Usuario/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.IE5/3NHQ5YPC/APOSTILA_ACIONAMENTOS%20ELETRICOS_2008_Neemias.pdf file:///C:/Users/Usuario/AppData/Local/Microsoft/Windows/Temporary%20Internet%20Files/Content.IE5/3NHQ5YPC/APOSTILA_ACIONAMENTOS%20ELETRICOS_2008_Neemias.pdf 146 A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de tensão da rede. Caso a partida direta não seja possível, devido aos problemas citados acima, pode- se usar sistema de partida indireta para reduzir a corrente de partida. A Fig. 8 mostra um circuito de partida direta de motor trifásico. Fig, 8 – Partida direta para motor de indução trifásico Veja que, é possível utilizar diversos tipos de circuitos para controlar a bobina do contator, obtendo assim maior versatilidade. Assim, conforme,mostra a Fig. 9 é possível controlar a bobina por duas chaves (botoeiras) obtendo assim liga e desliga independente, e além disso pode-se adicionar um relé térmico que protege o circuito no caso de um sobreaquecimento ou sobrecarga. Fig. 9 – Controlando a bobina por duas chaves. Observe que K1 tem o que se denomina "contato de selo". Sua finalidade é agregar a função "trava" ao circuito. Assim, quando é acionada a botoeira que liga o motor, o contacto de selo "trava" na posição "ligado", mantendo a bobina K1 do contator energizada, mesmo depois que botão de acionamento não esteja mais pressionado. Na figura 7 temos uma aplicação importante e bastante usada na indústria. Trata- se da inversão do sentido de rotação de um motor pela "troca" das fases, o que é feito através de contatores 147 Fig. 10 – Inversão do sentido de rotação de um motor pela troca das fases Referência: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3854-el040 - Acessado em 05/2017 9.4. PARTIDA DE MOTORES COM CHAVE ESTRELA-TRIÂNGULO A Partida estrela-triângulo é um método de partida de motores elétricos trifásicos, no qual utiliza uma chave de mesmo nome. Esta chave, que pode ser manual ou automática, é interligada aos enrolamentos do motor, que devem estar desmembrados em 6 terminais. O motor parte em configuração estrela, aonde cada enrolamento receberá a uma tensão mais baixa (fase-neutro). Após o motor vencer a sua inércia, a chave é atuada, convertendo a configuração para triângulo, aumentando a tensão nos enrolamentos (fase- fase). Logo, para um sistema trifásico 220/ 380 V, cada enrolamento do motor inicia com 220 V e termina a partida em 380 V, no qual será sua tensão nominal. Através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave, reduzindo sua corrente de partida em aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta. O uso de Partida Estrela-triângulo não pode ser usado em qualquer situação. Na verdade o sistema exige que o motor tenha disponível pelo menos seis terminais e que a tensão nominal (tensão da consessionária) seja igual a tensão de triângulo do motor. Um ponto importantíssimo em relação a este tipo de partida de motor elétrico trifásico, é que o fechamento para triângulo só deverá ser feito quanto o motor atingir pelos menos noventa porcento da RPM nominal deste. Logo, o ajuste de tempo de mudança estrela-triângulo deverá está baseado neste fato. O uso de um tacômetro é essencial nesta tarefa na primeira vez que for testar o sistema com carga. A mudança da configuração para triângulo sem que o motor tenha atingido este percentual de rotação provocaria pico de corrente praticamente igual ao que teria se usasse partida direta. Se o motor em questão não preenche este http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3854-el040 148 quesito por conta da carga instalada, é conveniente que seja usado um outro tipo de partida como: Chave compensadora, Soft-start ou até mesmo um Inversor de frequência nesta função, etc. A Fig. 11 mostra o esquema de uma partida estrela-triângulo. Fig. 11 – Esquema da partida estrela-triângulo É fundamental para a partida com a chave estrela-triângulo que o motor tenha a possibilidade de ligação em dupla tensão, ou seja, em 220 / 380 V, em 380 / 660 V ou 440 / 760 V. Os motores deverão ter no mínimo 6 bornes de ligação. A partida estrela- triângulo poderá ser usada quando a curva de conjugados do motor é suficientemente elevada para poder garantir a aceleração da máquina com a corrente reduzida. Na ligação estrela, a corrente fica reduzida para 25 a 33% da corrente de partida na ligação triângulo. Também a curva de conjugado é reduzida na mesma proporção. Por este motivo, sempre que for necessário uma partida estrela-triângulo, deverá ser usado um motor com curva de conjugado elevado. Os motores WEG, tem alto conjugado máximo e de partida, sendo portanto ideais para a maioria dos casos, para uma partida estrela-triângulo. Antes de se decidir por uma partida estrela-triângulo, será necessário verificar se o conjugado de partida será suficiente para operar a máquina. O conjugado resistente da carga não poderá ultrapassar o conjugado de partida do motor (Fig. 12), nem a corrente no instante da mudança para triângulo poderá ser de valor inaceitável. A Fig. 12 mostra a corrente e conjugado para partida estrela-triângulo de um motor de gaiola acionado por uma carga com conjugado resistente Cr, onde: 149 I - corrente em triângulo IY - corrente em estrela CY - conjugado em estrela C - conjugado em triângulo Fig. 12 - Corrente c Conjugado para partida estrela-triângulo de um motor de gaiola acionando uma carga com conjugado resistente Cr Existem casos onde este sistema de partida não pode ser usado, conforme demonstra a Fig. 13-a. Esta mostra um alto conjugado resistente Cr, onde: C/Cn - relação entre o conjugado do motor e o conjugado nominal I/In - relação entre a corrente de partida e a corrente nominal Se a partida for em estrela, o motor acelera a carga até a velocidade, ou aproximadamente até 85% da rotação nominal. Neste ponto, a chave deverá ser ligada em triângulo. Neste caso, a corrente, que era aproximadamente a nominal, ou seja, 100%, salta repentinamente para 320%, o que não é nenhuma vantagem, uma vez que na partida era somente 190%. A Fig. 13-b mostra o motor com as mesmas características, porém o conjugado resistente Cr é bem menor. Na ligação Y, o motor acelera a carga até 95% da rotação nominal. Quando a chave é ligada em , a corrente que era de aproximadamente 50%, aumenta para 170%, ou seja, praticamente igual a da partida em Y. Neste caso, a ligação estrela-triângulo apresenta vantagem, porque se fosse ligado direto, absorveria da rede 600% da corrente nominal. A chave estrela-triângulo em geral só pode ser empregada em partida de máquina em vazio, isto é, sem carga. Somente depois de ter atingido a rotação nominal, a carga poderá ser aplicada. 150 Fig. 13 - Conjugado resistente - (a) Alto – (b) Menor O instante da comutação de estrela para triângulo deve ser criteriosamente determinado, para que este método de partida possa efetivamente ser vantajoso nos casos em que a partidanão é possível. Esquematicamente, a ligação estrela-triângulo num motor para uma rede de 220 V é feita de maneira indicada na Fig. 14 onde pode-se observar que a tensão por fase, durante a partida é reduzida para 127 V. Fig. 14 - Esquema para ligação estrela-triângulo 9.5. PARTIDA COM CHAVE COMPENSADORA A partida compensadora ou chave compensadora é utilizada para partidas sob cargas de motores de indução trifásicos com rotor em curto-circuito, onde a chave estrela- triângulo é inadequada. A norma prevê a utilização desta chave para motores, cuja potência seja maior ou igual a 15 CV. Esta chave reduz a corrente de arranque, evitando sobrecarregar a linha de alimentação. Deixa, porém, o motor com conjugado suficiente para a partida. A tensão na chave compensadora é reduzida através de um autotransformador trifásico que possui geralmente taps de 50%, 65 % e 80% da tensão nominal. Durante a partida alimenta-se com a tensão nominal o primário do 151 autotransformador trifásico conectado em estrela e do seu secundário é retirada à alimentação para o circuito do estator do motor. A passagem para regime permanente faz- se desligando o autotransformador do circuito e conectando diretamente a rede de alimentação o motor trifásico. Este tipo de partida normalmente é indicado para motores de potência elevada, acionando cargas com alto índice de atrito, tais como, como acionadores de compressores, grandes ventiladores, laminadores, moinhos, bombas helicoidais e axiais (poço artesiano), britadores, calandros, máquinas acionadas por correias, etc. 9.6. REOSTATO PARA MOTORES DE INDUÇÃO BOBINADOS Os motores de indução com rotor bobinado (Fig. 15-a) possuem anéis a partir dos quais é possível conectar resistências externas (Fig. 15-b). A Fig. 15-c mostra um reostato trifásico manual. Ao se conectar resistência aos enrolamentos do rotor, este aumenta sua impedância, reduz as correntes, reduzindo, portanto, não somente a rotação, mas também a corrente de partida. No presente estão ficando obsoletas pois motores de indução com gaiola são mais baratos, e um inversor ajusta as correntes de partida bem como a velocidade. Fig. 15 – Reostato para – (a) Motor de Indução Bobinado – (b) Esquema de ligação do Reostato – (c) Reostato Trifásico Manual EXEMPLOS 1. Considere um motor de indução trifásico de 2 cv, rendimento de 80% e FP = 0,9, ligado em estrela VL = 380 V. Determine a corrente da contatora que a corrente de partida é 50% maior que a corrente nominal e mais um Fator de Segurança de 20%. WxPo .472.17362 VA xFPx P P ioi .44,044.2 8,09,0 472.1 A xx V P xV P II L i F i Fn 1,3 3 3 380 44,044.2 3 3 3 AxxII FC 6,52,15,1 152 10. CONTROLADORES, INVERSORES E CONVERSORES 10.1. INTRODUÇÃO As fontes alternativas para geração de energia, como as renováveis (solar, eólica, biomassa, hidráulica) ou não renováveis (como geradores a diesel) necessitam de dispositivos elétrico-eletrônicos capaz de adequar a energia produzida as características da rede elétrica, ou seja, tensão eficaz de linha e freqüência. Observa-se que um painel solar gera um nível DC, com tensões que dependem do número de módulos e suas ligações (série-paralelo). Já os Aerogeradores, que não são síncronos com a rede, geram uma tensão alternada de amplitude e frequência variável. Mesmo os geradores a biomassa ou biogás que trabalham com freqüência e amplitude constantes, para serem conectados à rede devem possuir dispositivos capaz de sincronizar com a rede, bem como adequar a sequência de fase. A seguir uma nomenclatura usual para cada dispositivo Conversor CC-CC: Conversão de níveis de tensão contínua. Como exemplo, controlador de carga e carregador de baterias a partir de painéis solar Conversor CA-CA: Conversão de níveis de tensão alternada. Como exemplo, em Aerogeradores que geram tensão e freqüência variáveis, de acordo com a velocidade dos ventos, deve-se adequar os níveis de tensão à rede. Outro exemplo são inversores para motores, capaz de gerar amplitudes e freqüências variáveis para acionamento de motores com variação de velocidade. Um conversor CA-CA, basicamente é constituído de um retificador, um oscilador e um dispositivo reforçador de corrente. Inversor CC-CA. Gerar uma tensão alternada a partir de tensão contínua. Como exemplo gerar tensão alternada trifásica ou monofásica a partir de baterias. Em um conversor CA-CA sempre haverá um inversor. Retificador CA-CC. Gerar um nível de tensão contínua a partir de uma tensão alternada. Em um conversor CA-CC sempre haverá um Retificador. 10.2. CONTROLADORES DE CARGA O Conversor CC-CC basicamente são fontes chaveadas PWM (Modulação por Largura de Pulso - Pulse Width Modulation) e convertem níveis de tensão contínua. As fontes chaveadas são utilizadas para gerar uma tensão contínua e constante, a partir da retificação da tensão da rede e transformadores, ou diretamente a partir de outras fontes CC, como as baterias. Basicamente, esta fonte de diodos, e transistores opera na região cortado/saturado. Quando o transistor está cortado, ou seja, sem corrente, a potência dissipada no transistor, será zero ou muito próxima. O mesmo ocorre quando o transistor esta saturado, ou seja, sem tensão sobre ele. O PWM ou Modulação por Largura de Pulso, a tensão na saída é uma média de ondas retangulares com períodos de on / off (ligados / desligados) variáveis. Para uma dada frequência, quanto maior os períodos de ligados, maior será a tensão média na saída. 153 A Fig. 1-a mostra o esquema básico de uma fonte chaveada, e a Fig. 1-b mostra a forma de onda em Vi (t). Fig. 1 – (a) Esquema básico de uma fonte chaveada – (b) Forma de onda em Vi(t) Para o caso em que L e C tem valores desprezíveis, a forma de onda de tensão média de saída Vo ou Vmed , se aproxima de Vi(t) – Fig. 1-b – e pode ser calculada como: T t V tt t VVV LE DL L Emedo Exemplo: I = 20 A VE = 10V - Onda Quadrada - Componentes Ideais - Certa Carga cteIVVV oEo 5 11 1 Potência WxxIVP oEE 1002010 2 1 2 1 WxIVP ooo 100205 %100 E o P P Particularidades: RL é tal que Io x RL 5 V Para os casos em que, os valores de L e C passam a ser maiores, a forma de onda na saída passa a ter as características mostradas na Fig. 2. A grosso modo, na medida em que os indutores e capacitores são aumentados, a tensão de saída se aproxima da forma mostrada na Fig. 3. O esquema da Fig. 1 gera, na saída, somente tensões menores que VE (tensão de entrada). A Fig. 4 mostra um esquema alternativo, em que a tensão de saída pode ser 154 maior que VE. Contudo, observa-se, neste caso, que é necessário um TP (transformador de pulso) Fig. 2 – Influència dos valores aumentados de L e C considerando o esquema da Fig. 1-(a) Fig. 3 – Influència dos valores ainda mais aumentados de L e C considerando o esquema da Fig. 1-(a) Fig. 4 – Esquema de fonte chaveada para tensão de saída maior que VE As seguintes definições são importantes: Regulação de carga: é a relação percentual entre a variação da tensão de saída e a tensão nominal de saída, quando a corrente da saída varia de zero até o valor nominal. 155 Eficiência energética: relação percentual entre a potência de saída e a potência de entrada. Resposta a transientes: o tempo necessário para a tensão de saída retornar à faixa de regulação após uma variação brusca de 50% na carga. Tempo de sustentação: intervalo de tempo, após perda da tensão de entrada, em que a tensão e corrente da saída se mantêm dentro dos limites especificados. Notar que um valor adequado é importante em computadores, para mantê-los em operação até que sejam atendidos por uma fonte alternativacom bateria (no-break) em casos de interrupções da rede elétrica. O esquema da Fig. 5 mostra um Conversor Buck ou Step-Down no qual a Tensão de Saída só pode ser menor ou teoricamente igual à Tensão de Entrada. O esquema da Fig. 6 mostra um Conversor Boost ou Step-Up no qual a Tensão de Saída é maior ou igual à Tensão de Entrada. Fig. 5 – Conversor Buck ou Step-Down Fig. 6 – Conversor Boost ou Step-Up Um controlador Solar, ou regulador de energia solar é um dispositivo capaz de carregar uma bateria, além de controlar a carga evitando sobre-carga (Fig. 7). Os controladores PWM basicamente ajustam a tensão do painel para a tensão de carga da bateria, mantendo sua corrente (Fig. 8-a). Os controladores MPPT (Maximum Power Point Tracking - Seguidor de ponto máximo de potência) busca o ponto máximo de 156 potência do sistema (Fig. 8-b). Diferentemente do PWM o MPPT utiliza a máxima tensão fornecida pelo painel e ajusta sua carga de saída de acordo com a tensão de carga da bateria do sistema. Normalmente os módulos de 36 células com tensão Vmpp entre 17 e 19 V são adequados para conectar a baterias de 12 V através de controlador PWM. Os módulos de 72 células com tensão Vmpp entre 34 e 36 V são adequados para conectar a sistemas de baterias de 24 V. Já, no caso de ter um módulo de 60 células com tensão típica Vmpp de 30 V, não é recomendável usar controlador PWM conectado a bateria de 24 V pois estará se afastando muito do ponto de trabalho ótimo do módulo (e ocorrerá perda de potência "disponível" do campo gerador). Resumidamente: Quando se deseja trabalhar com sistema o mais eficiênte possível. MPPT é mais eficiênte, porém bem mais caro do que PWM. Quando se deseja reduzir as correntes DC, usando um controlador MPPT permite trabalhar normalmente com 'strings' ou séries maiores e reduzir as correntes DC. Fig. 7- Esquema de um controlador para Painel Solar Fig. 8 – Controlador Solar – (a) PWM – (b) MPPT Fonte:http://www.forumsolar.com.br/sistemas-fotovoltaicos-sistemas-fv- autonomos/controladores-de-carga-pwm-ou-mppt-267/ - Acessado 05/2017 http://www.forumsolar.com.br/sistemas-fotovoltaicos-sistemas-fv-autonomos/controladores-de-carga-pwm-ou-mppt-267/ http://www.forumsolar.com.br/sistemas-fotovoltaicos-sistemas-fv-autonomos/controladores-de-carga-pwm-ou-mppt-267/ 157 EXEMPLO 1: Projeto de uma Fonte Chaveada a Partir do LM723 Características: - Vo = 5 V - Io = 2 A - f = 20 kHz - VRIP = 50 mV = VR - VE = 20 ... 30 V Considerações: VE | = 7,15 V Fonte interna do LM 723 VR Ondulação na Saída )100( 15,7 12 2 RRR R V p o 312 12 )]100(||[ )100(|| RRRR RRR VV p p ER Arbitrando: VE = 20 Rp = 1k5 : Corrente I ≈ 1 mA R1 = 1k5 : R2 = 5k6 : R3 = 560k Onde I é a corrente que passa por R1 Rp R2 uma vez que V + do Operacional tem Impedância de Entrada Infinita e R3 >> R1 , Rp , R2 Importante: Para efeito de cálculos Rp =1k5 / 2 pois este é um trimpot com o terminal central ligado a uma das extremidades. Confirmando os valores: VVo .036,5 )100500.1 2 500.1 (600.5 600.5 15,7 mVVVR 50.059,0 000.560)]100500.1 2 500.1 (||600.5[ )100500.1 2 500.1 (||600.5 20 158 Uma variação em Rp (calibração), irá ajustar o valor na saída, porém também irá alterar o ripple. Fazendo R2 = 2k2 e mantendo os outros valores iguais: VVo .5,3 )100500.1 2 500.1 (200.2 200.2 15,7 mVVR 40 000.560)]100500.1 2 500.1 (||200.2[ )100500.1 2 500.1 (||200.2 20 Onde pode-se observar que mudam os valores de Vo e VRIP A finalidade de R5 é dispersar as capacitâncias parasitas do darlington quando Ib = 0. R4 = R5 = 100 A finalidade de R6 é desviar a corrente na saída do operacional, limitando a corrente de curto-circuito. Devido aos ganhos dos transistores desconhecidos, a melhor solução seria colocar um trimpot de valor elevado, talvez alguns MOhms. Este resistor deve ser elevado, uma vez que, ele limita uma corrente baixa, devidos aos ganhos dos transistores em cascata. Equações Lineares (Aplications – National) Seg xV V f t E o D .5,37 20 5 1 1020 1 1 1 3 Segt f t DL .5,120000375,000005,0 1 mH xxx I tV L o Do 234,0 2 105,3755,25,2 6 (max) F xxxxxxfV V VL VV C E o R oE 100 201020 5 1050102342 520 2 2 336 2 159 Número de Espiras para indutor toroidal (forma de anel) de ferrita macia A lL N l AN l AN L ro ro .. 22 onde A = área da secção transversal do núcleo do toroide l = comprimento do caminho médio do perímetro do anel = o r = permeabilidade magnética do núcleo de ferrita o = permeabilidade magnética do vácuo = 4.10 -7 H/m r = permeabilidade magnética relativa (1.500 a 3.000) – depende do tipo de ferrita Fig. 9 – Fonte chaveada de 5 Ve freqüência de 20 kHz 160 10.3. INVERSORES, CONVERSORES E CICLOCONVERSORES As técnicas de conversão de frequência abrangem os métodos pelos quais é possível tomar uma frequência fixa ou uma fonte CC e converter essa energia para alimentar uma carga com uma frequência diferente ou variável. Cicloconversão diz respeito, na maioria das vezes, à conversão direta de energia para uma frequência menor, a partir de uma fonte com frequência maior. Inversores são circuitos que, tendo uma fonte CC e por meio de dispositivos de chaveamento apropriados, possibilitam sintetizar uma tensão alternada, para alimentar uma carga CA. Os conversores estáticos são dispositivos capaz de converter uma tensão alternada em outra, de frequência e amplitudes diferentes. Basicamente consistem de retificadores, osciladores e circuitos reforçadores de corrente. Uma vez que as tensões são geradas a partir de PWM, estas são escalonadas. A aplicação mais importante, é em motores trifásicos, uma vez que, a velocidade de giros destes motores é proporcional a frequência das correntes de alimentação. Ë importante fazer uma observação didática com relação a diferença entre inversores e conversores. Um inversor é um dispositivo capaz de converter a tensão contínua em tensão alternada, enquanto que um conversor, converte uma tensão alternada em outra de frequência diferente. Entretanto, uma vez que um conversor é constituído em parte por um inversor, em muitos casos, inclusive de fabricantes, os conversores são denominados simplesmente de inversores. A Fig. 10 mostra a fotografia de um inversor (ou conversor) da linha Line CFW-8, produzidos por WEG. Fig. 10 – Inversor (ou conversor) da linha Line CFW-8, produzidos por WEG 161 Algumas aplicações deste inversor estão relacionadas a seguir: Bombas centrífugas Bombas dosadoras de processos Ventiladores / Exaustores Agitadores / Misturadores Extrusoras Esteiras transportadoras Mesas de rolos Granuladores / Peletizadoras Secadoras / Fornos rotativos Filtros rotativos Bobinadores / Desbobinadores Maquinas de corte e solda Uma maneira simplificada para compreender um inversor está mostrado na Fig. 11. onde f = 50 Hz R = 100 t1 = 50% (tempo ligado) Fig. 11 – Esquema básico de um inversor As chaves abrem e fecham aos pares. No primeiro semi-ciclo as chaves (1) e (4) fecham e as chaves (2) e (3) abrem No segundo semi-ciclo as chaves (1) e (4) abrem e as chaves (2) e (3) fecham. 162 Assim a tensão média Vmed muda a polaridade em cada semi-ciclo, resultando sobre a carga uma tensão na forma de onda Quadrada ou Retagular Alternada. A Fig. 12-a mostra a forma de onda de tensão e a Fig. 12-b mostraa forma de onda de corrente. Fig 12 – Formas de onda – (a) Tensão – (b) Corrente Se for acrescentado um indutor de 0,1 H na saída (Fig 13-a) a tensão terá a forma da Fig. 12-a, contudo a corrente terá a forma da Fig. 13-b. Fig 13 – (a) Inversor básico com carga indutiva – (b) Corrente EXEMPLO 2 O gráfico a baixo, representa uma modulação por largura de pulso para geração de uma onda de tensão média com características senoidais, isto considerando cada semi- ciclo independentemente. Fazendo comparações com uma onda senoidal, determine t1, t2, t3, t4 e t5, considerando estes tempos, como o tempo decorrido durante o período on (ligado) do trem de pulsos. O valores na parte inferior do gráfico indicam ângulos da senoide de referência, baseado em pulsos de uma frequência constante. Onda Senoidal - Freqüência = 50 Hz – Amplitude = Vp = 100 V Onda Retangular (PWM) – Frequência = 1 kHz – Amplitude = VE = 200 V 163 Considerando que a freqüência da onda retangular é 20 vezes maior que a freqüência da senoide, conclui-se que, ocorrerão 20 ciclos da retangular enquanto ocorre apenas um ciclo da senoide. Isto significa que, ocorrerão 5 ciclos da onda retangular enquanto ocorre apenas ¼ de ciclo da senoide, ou 90 o da senoide. Por este motivo, cada final de ciclo da retangular ocorre a cada 18 o da senoide. Os tempos também estão relacionados aos ângulos, assim 18 o 0,001 seg. 36 o 0,002 seg. 54 o 0,003 seg. 72 o 0,004 seg. 90 o 0,005 seg. I ) Cálculo de t1 t = 0 até 0,001s 18 o / 10 O cálculo da tensão média da senoide Vmed(S1) é realizado como )18cos()0cos( 1000 )cos( 1000 )( 10/ 100 18 0 18 0 )1( dsenV Smed VV Smed 92,1595,01 1000 )1( Assim, deve-se calcular a largura do primeiro ciclo da onda retangular Vmed(R1) de tal forma que, até o final do primeiro ciclo esta seja igual a tensão média da senoide, ou seja segt xtxtV VVV ESmedRmed .6,79 200 001,0 .92,15 001,0 200 001,0 92,15 1 11 )1()1( A largura do pulso ligado do primeiro ciclo l1 pode calculada como %96,7%100 001,0 .6,79 1 xl II ) Cálculo de t2 t = 0,001 até 0,002s 36 o / 5 O cálculo da tensão média da senoide Vmed(S2) é realizado como )36cos()0cos( 500 )cos( 500 )( 5/ 100 36 0 36 0 )2( dsenV Smed VV Smed 24,3081,01 500 )2( 164 Assim, deve-se calcular a largura do segundo ciclo da onda retangular Vmed(R2) de tal forma que, até o final do segundo ciclo esta seja igual a tensão média da senoide, ou seja seg V xtVx t xtVxtV VVV E EEE SmedRmed .8,222 002,024,30 002,0 24,30 12 21 )2()2( A largura do pulso ligado do segundo ciclo l2 pode calculada como %28,22%100 001,0 .8,222 2 xl III ) Cálculo de t3 t = 0,002 até 0,003s 54 o 3 / 10 O cálculo da tensão média da senoide Vmed(S3) é realizado como )54cos()0cos( 33,333 )cos( 33,333 )( 10/3 100 54 0 54 0 )3( dsenV Smed VV Smed 5,4359,01 33,333 )3( Assim, deve-se calcular a largura do terceiro ciclo da onda retangular Vmed(R3) de tal forma que, até o final do terceiro ciclo esta seja igual a tensão média da senoide, ou seja 003,0 5,43 321)3()3( xtVxtVxtV VVV EEESmedRmed seg V xtVxtVx t E EE .1,350 003,05,43 21 3 A largura do pulso ligado do terceiro ciclo l3 pode calculada como %01,35%100 001,0 .1,350 3 xl IV ) Cálculo de t4 t = 0,003 até 0,004s 72 o 2 / 5 O cálculo da tensão média da senoide Vmed(S4) é realizado como )72cos()0cos( 250 )cos( 250 )( 5/2 100 72 0 72 0 )4( dsenV Smed 165 VV Smed 9,5431,01 250 )4( Assim, deve-se calcular a largura do quarto ciclo da onda retangular Vmed(R4) de tal forma que, até o final do quarto ciclo esta seja igual a tensão média da senoide, ou seja 004,0 9,54 4321)4()4( xtVxtVxtVxtV VVV EEEESmedRmed seg V xtVxtVxtVx t E EEE .5,445 004,09,54 321 4 A largura do pulso ligado do quarto ciclo l4 pode calculada como %55,44%100 001,0 .5,445 4 xl V ) Cálculo de t5 t = 0,004 até 0,005s 90 o / 2 O cálculo da tensão média da senoide Vmed(S5) é realizado como )90cos()0cos( 200 )cos( 200 )( 2/ 100 90 0 90 0 )5( dsenV Smed VV Smed 66,6301 200 )5( Assim, deve-se calcular a largura do quinto ciclo da onda retangular Vmed(R5) de tal forma que, até o final do quinto ciclo esta seja igual a tensão média da senoide, ou seja 005,0 66,63 54321)5()5( xtVxtVxtVxtVxtV VVV EEEEESmedRmed seg V xtVxtVxtVxtVx t E EEEE .5,493 005,066,66 4321 5 A largura do pulso ligado do quinto ciclo l5 pode calculada como %35,49%100 001,0 .5,493 5 xl 166 O gráfico, plotado, resulta 10.4. PROJETO CONVERSOR MONOFÁSICO ELEMENTAR Considere o esquema básico de um inversor com carga indutiva (Fig. 13), e a geração de um sinal PWM conforme mostrado no exemplo anterior. A variação da largura de pulso em função do tempo pode gerar uma onda segmentada cuja integral se aproxima da senoide. Assim, pode-se construir, por exemplo, um inversor monofásico (ou conversor no caso de retificação e inversor). Assim, a seguir estão propostos algumas partes de circuitos para este projeto de onversor monofásico elementar. Salienta-se que, para este circuito funcionar, alguns valores precisariam ser mudados e mesmo o circuito teria que ser montado em proto-board e testado previamente, antes de sua construção final. A Fig. 14 mostra que, a partir de comparação de um sinal triangular e uma senoide, utilizando-se um amplificador operacional, por exemplo, pode-se obter uma seqüência de ondas retangulares aproximadas a uma senoide. 167 -50 0 50 100 150 200 250 0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 Fig. 14 – Variação de largura de pulso aproximada a uma senoide No caso da utilização do Amp. Op. A seqüência de ondas retangulares proposta resulta na saída do operacional quando a onda senoidal entra em Vin(+) e a onda triangular entra em Vin(–). A geração da onda triangular pode ser a partir do CI 566 Fig. 15). Fig. 15 – Circuito para geração de PWM aproximada a uma senoide A saída do pino 4 é uma onda triangular de freqüência; Vcc VcVcc CR fO 1 2 Onde Vcc é alimentação e Vc é calculado como 168 3 32 xR RR Vcc Vc As seguintes considerações são necessárias: Vc = 0.75.Vcc até 1.Vcc R1 = 2k a 20k Vcc = 10 a 24 V fO < 1 MHz Uma tensão VE para alimentar a ponte dos transistores, pode ser gerada a partir do circuito da Fig. 16, onde pode-se observar neste circuito que, o CI1 é o 566, gerando uma onda triangular. O CI2 é um operacional (3140), funcionando como comparador. Uma tensão contínua entra em Vin(+) e a onda triangular entra em Vin(–). Assim, é gerado na saída uma seqüência de ondas retangulares onde a largura de pulso pode ser controlada através do potenciômetro Pot2. O CI3 é um optoacoplador (TIL 111), para acionamento do transistor Tr1 (MOSFET IRF 840). Observa-se também que VE é uma fonte chaveada tipo Flyback, acionada por Tr1. A tensão é retificada da rede a partir do transformador TF, dos diodos D1 e o capacitor C. TFP é um indutor com quatro terminais (ou transformador de pulso) obtido a partir de um núcleo de ferrita toroidal. O circuito acima poderia ser extremamente simplificado e o sinal VE poderia ser obtido diretamente da rede, retificado e filtrado com capacitor e indutor. Fig. 16 – Fonte de alimentação do Inversor 169 Seriam necessárias ainda algumas fontes(tanto para o inversor monofásico deste exemplo tanto para o trifásico – próximo exemplo): Fontes de 15 V / 100 mA (4 fontes = V1 , V2 , V3 , V4 ) – (Fig. 17): Fonte de ± 5 V / 0,5 A : ± 12 V / 0,5 A – (Fig. 18) O circuito completo está mostrado na Fig. 19. O transformador TF gera uma senoide com freqüência de 60 Hz e 6 + 6 VRMS. O CI1 é um 566 para gerar as ondas triangulares. Os CIs 2 e 3 são operacionais que geram somente os semiciclos positivos e negativos respectivamente da senoide, porém retificados. Os CIs 4 e 5 geram a seqüência de ondas retangulares moduladas pela largura de pulso em função da senoide. Os CIs 6, 7, 8 e 9 são optoacopladores conectados aos transistores tr1, 2 , 3 e 4 ligados em forma de ponte. O motor é ligado em Vo. Importante: talvez seja necessária a colocação de um capacitor em paralelo em Vo. Fig. 17 – Fonte de 15 V / 100 mA Fig. 18 – Fontes de ± 5 V / 0,5 A : ± 12 V / 0,5 A 170 Fig. 19 – Esquema completo do Inversor Monofásico elementar 10.5. PROJETO DE UM CONTROLADOR PARA AEROGERADOR O controlador estudado neste trabalho foi desenvolvido para controle e acionamento de uma Máquina Elétrica Síncrona com Ímãs Permanentes ou um Gerador Elétrico Trifásico especial a ser utilizado em aerogerador até 7 kW. O Controlador do Aerogerador desenvolvido (diagrama em blocos na Fig. 20 e relação de componentes na Tab. 1) basicamente é composto das seguintes partes: Retificador das Tensões Geradas pela Máquina Síncrona (a partir de uma ponte de diodos) Carregador de Baterias e Controlador de Carga Inversor Trifásico A tensão originad da Gerador Trifásico varia com a velocidade do vento (e em consequência das pás do Aerogerador), tanto em Amplitude quanto em Frequência, contudo as baterias devem manter uma tensão contínua de 120 V para que seja gerada uma tensão alternada de amplitude e frequência constante a partir do inversor. 171 Fig. 20 – Diagrama em Blocos do Controlador do Aerogerador Considerando que as pás do Aerogerador tem velocidade nominal de 300 RPM, e o eixo do Gerador Trifásico de 1800 RPM (quatro polos), há um multiplicador de velocidade entre os eixos de 6 vezes. Na velocidade nominal o Gerador produz uma tensão de 220 VRMS trifásica e 60 Hz, com uma amplitude de VP = 311 V. A tensão média na saída do retificador trifásico em onda completa é calculada como: V V dsenV T V p pmed .297 311 0,30,3)( 1 2 1 Onde o gráfico da tensão gerada está mostrado na Fig. 21-a. Os limites de integração utilizados (Fig. 21-b).fora: 1 = 60 o = / 3 – 2 = 120 o = 2 / 3 (a) (b) Fig. 21 – Retificador Trifásico – (a) Forma de onda – (b) Limites de integração Considerando para os valores nominais uma tensão média de 297 V na entrada do conversor CC-CC (carregador de bateria), foi definida uma variação de tensão de 200 a 400 V na entrada do conversor CC-CC. Abaixo ou a cima destes níveis, o aerogerador será travado. O circuito da Fig. 22 é conhecido como Conversor Buck ou Step-Down porque a tensão de saída só pode ser menor ou teoricamente igual à tensão de entrada. 172 Neste circuito a tensão das baterias irá variar variar de 136 a 142 V. A Fig. 23 mostra o esquema do acionamento (em PWM). Fig. 22 – Diagrama Elétrico Esquemático do Carregador de Bateria e Controlador de Carga Fig. 23 – Diagrama esquemático Oscilador PWM O inversor trifásico foi baseado em uma configuração clássica mostrada na Fig.8. Assim, as chaves T1 ... T6 fecham em sincronismo tal que, resulta nas formas de onda mostradas na Fig. 24. A Fig. 25 mostra o esquema dos MOSFET IRF 840, e a Fig. 26 mostra o circuito completo com os optoacopladores. Fig. 24 – Esquema típico do inversor trifásico 173 Fig. 25 – Esquema típico do inversor trifásico com os MOSFET Fig. 26 – Diagrama esquemático completo do Inversor Trifásico elementar Para o acionamento dos MOSFET são necessário sinais (a-a’, b-b’, c-c’) e estes sinais podem ser obtidos a partir de um CLP ou de um microprocessador, ou até mesmo de um circuito combinacional a base de Flip-Flop. A Fig. 26 mostra os sinais para controle dos MOSFET. 174 Figura 26– Sequência de sinais para Acionamento dos Transistores do Inversor Considerado o acionamento adequado os níveis de tensão na saída para o motor (Fig. 25) estão mostrados nas Figs. 27 (formas de onda por fase), 28-a (forma de onda das três fases juntas) e 28-b (duas fases observadas no osciloscópio) -150 -100 -50 0 50 100 150 0 100 200 300 400 500 600 -150 -100 -50 0 50 100 150 0 100 200 300 400 500 600 -150 -100 -50 0 50 100 150 0 100 200 300 400 500 600 Fig. 27 – Tensão trifásica gerada com ondas retangulares que se aproximam de ondas senoidais -150 -100 -50 0 50 100 150 0 100 200 300 400 500 600 (a) (b) Fig. 28 – Aproximação de senoides por soma de ondas retangulares de uma rede trifásica – (a) Três fases teóricas – (b) Duas fases observadas no osciloscópio