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RAIMUNDO NONATO QUEIROZ DE LEÃO Coordenador. CLÉA NAZARÉ CARNEIRO BICHARA ESTHER CASTELLO BRANCO MELLO MIRANDA IRNA CARLA DO ROSÁRIO DE SOUZA CARNEIRO MARIA REGINA FERNANDES DE OLIVEIRA NAGIB PONTEIRA ABDON PEDRO FERNAN DO DA COSTA VASCONCELOS BIBIANE MONTEIRO DA SILVA ANDRÉA LUZIA VAZ PAES LOURIVAL RODRIGUES MARSOLA Subcoordenadores . I Editora CEjUP Universidade do Estado do Pará Instituto Evandro Chagas ~ isabellamateus ",,'tO~. s,f.-"o..\A~:p..B '~~F' /°- EDn'()MAI1UADA Editores: Gengis Freire e Ana Rosa Cal Freire Capa: Ethevaldo Cavalcante Revisão: Luiz Branco Editoração Eletrônica: Andréa Pinheiro índice elaborado por: Maria Lucia Almeida -CRB-2/4 Direitos reservados Composto e impresso na Graficentro, Gráfica e Editora Ltda. -Rua Tiradentes, 392 - para a Editora Cejup Ltda. Pará Trav. Rui Barbosa, 726 66053-260 -Belém -PA Fone: (091) 225-0355/Fax: 241-3184 São Paulo Alameda Campinas, 20 01404-000 -São Paulo -SP Fone/fax: (011) 228-2794/284-4263 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Doenças Infecciosas e Parasitárias: Enfoque Amazônico / Raimundo Nonato Queiroz de Leão {coordenadoi}, -Belém: Cejup: UEPA: Instituto EvandroChagas, 1997, ,886 p. Vários autores. ISBN 85-338-0373-7 ! 1. Doenças Parasitárias 2. Doenças Transmissíveis I Leão, Raimundo Nonato Queiroz de. 95-5193 CDD-616.96 NLM-WC 695 - índices para catálogo sistemático: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Medicina 616-96 isabellamateus isabellamateus CONCEITO Também conhecidas pela denomina- ção de febre entérica, constituem doença infecciosa de caráter agudo, sendo a febre paratifóide responsável por um menor núme- ro de casos, geralmente com sintomatologia mais atenuada. São transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados, e apre- sentam distribuição cosmopolita. mentos por período variável que vai de dias até meses. Devido à ausência de competição biológica com outras bactérias e protozoários, sobrevivem por período mais longo nas águas puras do que nas poluídas. A s. typhi pode sobreviver por um período superior a 3 semanas na superfície do pão, cerca de 1 mês na manteiga, mais de 1 mês no sorvete, 2 meses na carne crua e mais de 3 meses na margarina. É possível distingui- Ias das demais salmonelas pelas suas estrutu- ras antigênicas, identificáveis por meio de provas sorológicas através de técn icas de hibridização do DNA bacteriano. Possuem 3 tipos de antígenos: "O" (somático), flagelar H e Vi (virulência). O antígeno "0", presente no corpo bacteriano, é grupo específico, com estrutura glicolipido-polipeptídica, termo- estável, não destruído pelo álcool absoluto, é responsável pelo poder patogênico e vacinan- te dos bacilos tíficos e paratíficos, e determina uma aglutinação lenta e estável. De acordo com o esquema de Kauffmann-White, geral- mente utilizado para classificar as salmonelas, 9 sorogrupos (de A a I) são definidos por este antígeno, onde a S. typhi pertence ao grupo D; a s. paratyphi A, ao grupo A,. a S. paratyphi B, ao grupo B e a S. paratyphiC, ao grupo C. ETIOLOGIA Os agentes infecciosos da febre tifóide e paratifóide são, respectivamente, a Sa/mo- ne//a typhi-também conhecida como bacilo de Eberth, e s. paratyphi A, S. paratyphi B ou S. schottmue//eri e S. paratyphi C (S. hirschfe/- dii). São bacilos Gram-negativos, não esporu- lados, ciliados, móveis, anaeróbios facultati- vos, medindo de 2 a 5 J.lm de diâmetro, per- tencentes ao gênero Sa/mone//a e à família Enterobacteriaceae, facilmente cultivados. Caracterizam-se bioquimicamente por não fermentar a lactose, fermentar o manitol, não produzir indol, produzir H2S, não desdobrar a uréia e com exceção da s. paratyphi A, ser lisi- na descarbpxilase positivos. Apresentam capacidade de sobrevivência em águas e ali- .Irna Carta do Rosário Souza Carneiro. Francisco Lúzio de Pauta Ramos .Zéa Constante Lins-Lainson isabellamateus isabellamateus isabellamateus o antígeno flagelar H, de natureza pro- téica e tipo específico, é destruído pelo calor e pelo álcool absoluto, encontra-se em todas as formas flageladas de Sa/mone//a e não pos- sui nenhum poder patogênico ou vacinante. O antígeno Vi (virulência), distribuído na superfície do corpo bacilar de modo a reco- brir o antígeno somático "O", impedindo sua aglutinação, encontra-se relacionado a cepas de Sa/mone//a altamente patogênicas para o camundongo. Sua estrutura é glicoprotéica, termolábil, aglutina de maneira lenta e granu- losa, conferindo maior patogenicidade à bac- téria por protegê-Ia da fagocitose e ação lítica dos anticorpos humorais. Está presente apenas em algumas cepas de S. typhi e s. paratyphi AI 8 e ç e sua detecção é utilizada para a carac- terização do estado de portador crônico. Enquanto as s. paratyphi AI 8 e C podem, ocasionalmente, causar infecção em outros animais, a S. typhi é capaz de acome- ter, naturalmente, apenas o homem, consti- tuindo-se assim a febre tifóide, doença exclu- siva da espécie humana. EPIDEMIOLOGIA nesta oportunidade, isoladas 101 cepas de Salmonella paratyphi A no Instituto Evandro Chagas, e destas, 56 foram analisadas no Instituto Pasteur de Paris, através de lisotipa- gem, mostrando ser a maioria pertencen~e ao lisotipo (1 b), sugerindo assim uma fonte única para este surto. Através de informações obtidas, a provável causa da contaminação parece ter sido a utilização de água não trata- da para consumo pelos "peões" da região. A transmissão das infecções tífico-para- tíficas utiliza o circuito fecal-oral, podendo ocorrer de forma direta através do contato com as mãos ou excretos dos doentes, ou mais freqüentemente de maneira indireta, pela ingestão de água e alimentos contamina- dos (em particular verduras, frutas e crustá- ceos). Neste caso, a fonte principal de infec- ção não é mais o paciente, e sim o portador crônico, verificando-se portanto, a transmis- são mediante a manipulação de produtos ali- mentícios por estas pessoas, como é o caso de cozinheiros, donas-de-casa, leiteiros, hor- ticultores etc. O estado de portador crônico na febre tifóide refere-se à condição do indi- víduo que continua eliminando bacilos por períodos prolongados, geralmente após 3 meses do início da doença, em decorrência da multiplicação lenta e contíl:lua das bacté- rias na vesícula biliar, que se comporta como verdadeiro reservatório destes agentes. Os portadores crônicos podem ser iden- tificados mediante coproculturas ou detecção de aglutininas anti-Vi. Em trabalho realizado no Chile, por Ferreccio et aI. (1990), foi demonstrada a importância do teste anti-Vi na identificação dos portadores crônicos. de Salmonella typh~ um método prático e aplica- do a manipuladores de alimentos. Nas áreas de maior endemicicÍade, ocorre com maior freqüência, o acometimen- to de crianças e adultos jovens, sem preferên- cia pelo sexo. As febres tifóide e paratifóide são doen- ças transmissíveis e essencialmente relacio- nadas às precárias condições de saneamento básico, representadas principalmente pelos inadequados sistemas de abastecimento de águas e de controle de esgotos. Ocorrem com maior prevalência nas regiões tropicais e tem- peradas do Extremo Oriente, Oriente Médio, países do Leste Europeu, América Central e do Sul. No Brasil, a febre tifóide é doença endêmica durante todo o ano, aumentando sua incidência n<;>s meses quentes e épocas de chuvas; constitui-se, ainda importante pro- blema de saúde pública. No contexto regional amazônico, sua endemicidade é considerável, atingindo especialmente as populações de nível sócio- econômico mais baixo, na periferia dos gran- des centros urbanos. Pessoa et aI., (1983) identificaram o primeiro surto epidêmico de Sa/mone//a paratyphiA, assinalado no Brasil na cidadede Tucuruí-Pará em 1980. Foram, PATOGENIA A infecção por Sa/mone//a typhi e por S. paratyphi A, B e C tem início através da ingestão de água e alimentos contaminados isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus isabellamateus 477 volume, com parênquima amolecido e cáp- sula dilatada. Ao microscópio, exibe acentua- da histiocitose sinusal e proliferação reticu- loendotelial, reproduzindo as alterações observadas nos tecidos linfóides do intestino. Embora não seja freqüente, a ruptura esplêni- ca pode ocorrer. O fígado, também aumenta de tama- nho, edemacia-se e, microscopicamente, são encontradas: degeneração vascular, infiltra- ção portal e de parênquima, bem como necrose focal apresentada em pequenos focos distribuídos ao longo do parênquima com o hepatócito substituído por agregado de células mononucleares fagocíticas que rece- be a designação de nódulo tifóide; que são característicos e podem ocorrer também na medula óssea e gânglios linfáticos. Outros órgãos como: coração, pulmão, ouvidos, meninges, nervos periféricos, testí- culos, ossos e articulações, também podem ser acometidos. Existem relatos em, estudos de biopsia renal, onde foi encontrada glome- rulonefrite por complexo imune, detectando- se o antígeno Vi na parede do capi lar glome- rular, sugerindo uma participação direta da Sa/mone//a nessa patologia. com uma dose infectante média (1°50) de 106 a 109 germes, em virtude da ação destruidora exercida pelo suco gástrico, sobre esses e outros patógenos. Uma vez vencida a barreira gástrica, os bacilos penetram na mucosa do intestino del- gado, mais precisamente ao nível do jejuno e íleo distal, localizam-se na lâmina própria e submucosa e se multiplicam nos tecidos lin- fóides locais (placas de Peyer), onde determi- nam linfangite e necrose multifocal, pela ação de endotoxinas que aumentam a respos- ta inflamatória local nos tecidos onde a Sa/mone//a se multiplica. A seguir, são atingi- dos os linfonodos mesentéricos, e através do duto torácico, os bacilos atingem a corrente sangüínea, propagando-se para todo o orga- nismo, constituindo o período septicêmico, onde órgãos do sistema retículo endotelial como: fígado, baço e medula óssea são aco- metidos. Os primeiros sinais da doença são determinados por proliferação luminal, cap- tação por macrófagos e disseminação pelas estruturas linfáticas do intestino e mesentério, que se completam entre 1 a 2 semanas e cor- respondem ao seu período de incubação. As lesões intestinais que comprome- tem: placas de Peyer, folículos linfóides do intestino delgado e cólon, evoluem da fase hiperplásica para necrose entre 1 a 2 semanas da instalação dos sintomas clínicos, em decorrência de compressão causada pela hipertrofia do tecido linfóide local; com pos- terior ulceração, podendo sobrevir hemorra- gia ou perfuração do órgão levando à perito- nite; ou finalmente chegar a cicatrização por volta da 4~ semana de doença. Esse padrão, além da febre tifóide, é observado apenas nas infecções por Yersinia. PATOLOGIA A forma clássica de apresentação clíni- ca da febre tifóide evolui em períodos ditos "septenários" (evolução em semanas) e com- preendem: período de incubação, período invasivo ou inicial, período de estado, perío- do de declínio ou defervescência, e finalizan- do a convalescença. Atualmente, este tipo de evolução não é freqüente, devido ao uso em larga escala da antibioticoterapia, observado somente em alguns pacientes não diagnosti- cados precocemente, ou conduzidos terapeu- ticamente de maneira equívoca. Clinica- mente o aspecto da febre tifóide tem se modi- ficado, sendo observadas formas incomuns de síndrome febril. O período de incubação dura em média 15 dias, podendo variar entre 10 a 20 dias. Segue-se o período inicial, instalando-se geralmente de forma insidiosa e correspon- Microscopicamente nas bases das úlce- ras e gânglios mesentéricos, observam-se acúmulo de linfócitos, células plasmáticas, leucócitos polimorfonucleares e presença da célula tífica de Rindfleisch. O baço apresenta-se aumentado de FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 477FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 477FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 477 FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 477 isabellamateus isabellamateus 478 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS -Enfoque Amazônico mesmo excepcional nos casos de infecção típica, acompanhados pelos autores, são des- critas manchas rosadas (exantema macular) localizadas na parede abdominal, tórax e região lombar, de duração transitória, consti- tuindo-se em sinal patognomônico da doen- ça, chamadas roséolas tíficas e que se devem ao acúmulo de bacilos na derme. As complicações mais importantes e freqüentes da febre tifóide, podendo agravar o prognóstico do paciente, são: hemorragia e perfuração iRtestinal, surgindo neste período, mais precisamente entre a terceira e quarta semana de infecção, em decorrência de ulcerações intestinais. A hemorragia intestinal pode apresen- tar intensidade variável, desde sangramentos pequenos à ocorrência de colapso vascu lar levando o paciente ao óbito. Pode ser obser- vada a eliminação de sangue vermelho vivo ou enegrecido. Os fenômenos hemorrágicos complicam a evolução em cerca de 5 a 10% dos casos não tratados. Em aproximadamente 2 a 4% dos pacientes, instala-se perfuração intestinal tra- duzida por quadro súbito de dor ao nível da fossa ilíaca direita (correspondendo a localiza- ção preferencial em íleo terminal), modifica- ção térmica (hipotermia), taquicardia, poden- do surgir vômitos, o paciente mostrar-se páli- do, com sudorese fria e hipotensão. Surgem os sinais de irritação peritoneal como o sinal de Blumbe~g (descompressão dolorosa), o abdo- me torna-se distendido, com diminuição dos ruídos hidroaéreos e rigidez da parede carac- terizando abdome agudo. Outras complicações menos freqüente- mente observadas são: respiratórias (pneumo- nia lobar e abscesso pulmonar); e digestivas (colecistite aguda, pancreatite e parotidite). O acometimento miocárdico, em conseqüência da toxemia, caracteriza-se clinicamente por anormalidade no pulso e pressão arterial, podendo evoluir para insuficiência cardíaca. As manifestações neurológicas incluem: meningismo, encefalites, leptomeningites purulentas e neurites periféricas. O acometi- mento glomerular (inclusive com deposição de antígeno de Sa/mone//a typhl) pode levar a dendo à primeira semana de doença, é carac- terizado pela presença de sintomas gerais como astenia, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, sensação de desmaio, cefa- léia intensa e contínua. A temperatura eleva-se gradualmente em vários dias, exibindo um perfil térmico, escalonado (em escada). As oscilações variam de 0,5 a 1°C por dia, e em torno do 52 dia, observam-se níveis mais elevados detemperatura, podendo o paciente apresentar de 39,S a 409C. Ao exame constatam-se: língua sabur- rosa., face congesta, discrepância entre a tem- peratura e o pulso, caracterizando o seu dicrotismo. O abdome encontra-se doloroso e meteorizado, com presença de borborig- mos na fossa ilíaca direita, principalmente na vigência de obstipação intestinal. Apesar de pouco freqüentes, ulcera- ções, geralmente pequenas e únicas, na cavi- dade oral (véu do palatino) podem ser obser- vadas e são denominadas de angina de Duguet-Bouveret. Episódios de sangramento nasal, muitas vezes graves, também podem surgir nesta fase. Ao evoluir para segunda e terceira semanas, a doença entra no período de esta- do, cuja sintomatologia é mais rica e severa. A febre atinge sua maior intensidade (39 a 409C) e mantém-se contínua. A dissociação pulso-temperatura acentua-se, com um pulso variando entre 100 a 110 batimentos por minuto. Sobrevêm, nestaocasião, prostração intensa, cefaléia severa e alteração do estado de consciência, como indiferença ao meio ambiente, obnubilação e torpor (typhus). As manifestações digestivas compreendem prin- cipalmente a diarréia aquosa de coloração esverdeada ou amarelo-ocre, contribuindo para o aparecimento de sinais evidentes de desidratação. Em alguns pacientes, predomi- na a obstipação intestinal. O abdome torna- se mais doloroso e com meteorismo acentua- do. Um sinal marcante é a presença de esple- nomegalia dolorosa e de volume pequeno a moderado. Raramente, aparece hepatomega- lia considerável. Apesar de ocorrência rara, ou até isabellamateus FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 479 teste, sobretudo após alguns dias de evolução do quadro mórbido, o uso abusivo de antimi- crobianos, por iniciativa própria (prática muito comum entre nossos pacientes), ou até mesmo por recomendação médica. O volume da amostra sangüínea colhi- da deve representar 10% do volume do meio de cultura utilizado, sendo prudente a obten- ção de 3 amostras com intervalos regulares de 30 a 60 minutos entre uma e outra; o que contribui para o aumento da sensibilidade do teste. Sorodiagnóstico A prova mais amplamente utilizada é a reação de Widal, embora, ultimamente, outras técnicas derivadas de avanços tecno- lógicos venham sendo empregadas, tais como: análises imunoenzimáticas, hemaglu- tinação passiva, imunofluorescência, eletro- forese etc., cuja especificidade e sensibilida- de habitualmente se comparam com aquela (Domínguez, 1991). O ensaio é baseado na detecção de aglutininas anti-O e anti-H, no soro .de pacientes suspeitos. A denominação "H", que representa o antígeno flagelar, é devido a inicial da palavra alemã "Hauch", referen- te a invasão do meio de cultura promovida pelo Proteus, e o termo "O" que representa o antígeno somático (corpo do bacilo ou soma) deve-se a inicial de "ohne HaucH'. O teste deve ser realizado a partir da segunda semana de doença, período que, na maioria dos pacientes, já se encontram anticorpos séricos em níveis detectáveis sorologica- mente. As aglutininas anti-O aparecem pri- meiro, geralmente em torno do 109 dia da doença, alcançando títulos inferiores aos anti-H, e desaparecem mais rapidamente do que estas, começando a declinar usualmen- te por volta do 309 dia. O achado desses anticorpos, no entanto, pode ocorrer até alguns meses, após o início do quadro mór- bido. Anti-H costumam surgir no fim da segunda semana de doença, declinam mais lentamente, persistindo no soro dos pacien- tes por um período mais prolongado, podendo serem detectadas até alguns anos após o início do quadro. quadros de proteinúria, hematúria e até mesmo insuficiência renal. A hepatite tífica, presente em até 30% dos casos, é caracteriza- da por hepatomegalia, dor ao nível do hipo- côndrio direito e icterícia associada à altera- ções laboratoriais enzimáticas sugestivas do processo inflamatório hepático. Mais raramente são assinaladas com- plicações como: miosite, iridociclite, corior- retinite, osteítes, artrites, otite média, prosta- tite, ulcerações vulvares, furúnculos e abs- cessos cutâneos. É descrita uma forma clínica prolonga- da da febre tifóide associada à forma hepa- toesplênica de esquistossomose mansônica, que se caracteriza por febre de longa dura- ção, queda do estado geral, diarréia, dor abdominal, presença de petéquias em mem- bros inferiores e hepatoesplenomegalia. Esta condição denominada salmonelose septicê- mica prolongada, dificulta o diagnóstico dife- rencial com outras doenças, principalmente a leishmaniose visceral. No período de declínio ou convales- cença, o paciente pode vir a apresentar alo- pécia (queda de cabelo). EXAMES COMPLEMENTARES PROVAS ESPECíFICAS São três os procedimentos laboratoriais mais comumente empregados com a finali- dade de diagnosticar a infecção tífica e para- tífica: hemocultura, sorodiagnóstico e copro- cultura. Hemocultura Ocupa o primeiro lugar em importân- cia, e é o único capaz de dar absoluta certe- za diagnóstica. A coleta do sangue deve ser feita o mais precocemente possível, a partir do início das manifestações clínicas. A pri- meira semana de doença constitui o melhor período para a realização deste exame, pois, com a evolução do quadro, começam a apa- recer aglutininas séricas específicas, tornando cada vez mais difícil o isolamento do agente infeccioso a partir do sangue. Somado a isso, contribui sobremaneira para o insucesso do isabellamateus isabellamateus tir da terceira semana de doença, tendo valor diagnóstico bastante limitado, pois a bacte- riúria não é constante. Mielocultura -não fosse um processo invasivo e desconfortável, que limita sobre- maneira o seu emprego, seria o método de maior importância, pois é capaz de mostrar- se positiva mesmo quando as hemoculturas são negativas, e não sofrer interferência da antibioticoterapia. PROVAS INESPECíFICAS A reação de Widal é uma prova de rela- tiva sensibilidade, baixo custo, fácil e rápida execução, representando um importante auxí- lio no diagnóstico da febre tifóide e paratifói- de. A interpretação do teste, no entanto, pode ser dificultada por fatores, que devem ser cri- teriosamente analisados quando o diagnóstico for baseado apenas nessa prova, pela possibi- lidade da ocorrência de resultados falso-posi- tivos e falso-negativos, ocasionando dúvidas na conclusão diagnóstica. Os resultados falso- positivos podem ser resu Itantes de: -Reação cruzada com aglutininas for- madas contra outras espécies de Sa/mone//a. Neste gênero bacteriano, são conhecidos até 140 cepas possuidoras de antígenos "O" e 61 de antígenos "H", capazes de induzir a for- mação de anticorpos detectáveis através da reação de Widal; -Vacinação anti-tífica, a exemplo do que acontece com a infecção natural, induz a formação de anticorpos que, conseqüente- mente, aparecerão nas provas sorológicas específicas; -Reação anamnéstica, em pacientes que no passado, tenham experimentado a infecção tífica ou sido vacinados, o que poderá produzir novamente as aglutininas anti-O e anti-H, diante de um estímulo provo- cado por outro quadro mórbido. Os resultados falso-negativos podem ser vistos: pelo uso de cloranfenicol, que pode interferir na formação das aglutininas específicas; em um número não desprezível de pacientes, que apresentam ausência com- pleta de anticorpos; além do que, em até 30% dos casos é possível registrar-se aumentos insignificantes das aglutininas específicas durante o curso da enfermidade. Coprocultura Tem valor diagnóstico muito limitado em virtude de sua positividade acontecer apenas a partir da terceira semana de doença. É particularmente útil, para o controle de cura dos pacientes, bem como, para detectar por- tadores crônicos de Sa/mone//a. Outros Urinocultura -a exemplo da coprocul- tura. a sua máxima oositividade ocorre a oar- Hemograma Caracteristicamente, revela leucopenia com neutropenia, linfocitose, anaeosinofilia (esta nem sempre observada) e anemia. Plaquetopenia moderada é freqüente. Serve ainda, para suspeita e detecção precoce durante o curso da doença, da ocorrência de perfuração intestinal, complicação, onde o leucograma mostra leucocitose e neutrofilia. Velocidade de hemossedimentação Apresentando comportamento diferen- te de outras síndromes febris, a hemossedi- mentação encontra-se geralmente normal ou diminuída. Provas funcionais hepáticas São encontradas menos freqüentemen- te alterações transitórias e discretas das tran- saminases e bilirrubinas, às custas de fração direta, pelo acometimento hepático que estes pacientes podem apresentar. Outros exames Solicitados de acordo com as compli- cações evidenciadas na evolução da doença: -rotina radiológica para abdome agudo -a radiografia simples de abdome, mos!ra imagem de pneumoperitônioem caso de perfuração intestinal, porém, a ausência do achado radiológico não exclui a possibili- dade desta complicação; -eletrocardiograma -apresenta distúr- bios da repolarização ventricular, sobretudo da condução atrioventricular, nos casos de acometimento miocárdico, em conseqüência da toxemia; -ultra-sonografia abdominal, teletórax etc, 480 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS:::_~nfoque Amazônico isabellamateus isabellamateus Q1AÇNÓSTICO DIFERENCIAL Devido ao seu considerável pleomor- fismo clínico, a febre tifóide pode ser confun- dida com várias outras doenças infecciosas, algumas delas epidemiologicamente impor- tantes em nossa região como: malária e lep- tospirose, muitas vezes apenas diferenciadas através dos exames complementares especí- ficos. com a ocorrência cada vez menos freqüente de complicações e dos quadros neurológicos (typhus), anteriormente mais evidentes. A droga de primeira escolha continua sendo o cloranfenicol, apesar de relatos de cepas emergentes de Sa/mone//a typh/~ resis- tentes em alguns países. Administrado preferencialmente por via oral, já que sua absorção é efetiva, a via endovenosa é recomendada somente, para os casos de impossibilidade da primeira, como: ocorrência de vômitos e prostração ou altera- ção do estado de consciência do paciente, devendo-se alternar para a administração oral logo que possível. O cloranfenicol sofre grande metaboli- zação hepática, e é excretado principalmente pelos rins. Na bile, este fármaco é encontrado em grande parte, na forma de metabólito ina- tivo, sendo que somente pequena quantidade da dose administrada (forma ativa) é recupera- da neste líquido (0,2%). Este fato, explica a incapacidade do cloranfenicol de impedir recidivas ou o desenvolvimento do estado de portador assintomático, já que a esterilização das vias biliares muitas vezes é incompleta. Tudo indica, entretanto, que o tratamento adequado com o cloranfenicol relaciona-se com menor incidência de recidivas. Para uma maior margem de segurança em relação ao sucesso terapêutico, recomenda-se a utiliza- ção da droga por um período não inferior a 14 dias regulares de tratamento. Vários são os esquemas terapêuticos propostos. Preconiza-se o esquema com dose regular de 50 mgikgidia, em média 2 a 3 gidia para adultos, fracionados de 6/6h, durante 14 dias. Outra conduta, é administrar esta mesma dose, até que o paciente permaneça 24 horas em apirexia, quando então, é reduzida para 25 mgikgidia (metade da dose) por mais 14 dias. Estes esquemas promovem cura bacte- riológica e clínica na quase totalidade dos casos (acima de 90%), e de modo geral, a febre cede por volta do 3Q e 5Q dia de doença. O uso do cloranfenicol é bem tolerado, porém alguns de seus efeitos colaterais são graves, merecendo especial atenção a mielo- toxicidade com o desenvolvimento de aplasia o caráter sistêmico, com comprometi- mento do estado geral do paciente e a presen- ça de febre, além de outras manifestações, podem lembrar a tuberculose, uma doença endêmica regional. As manifestações digesti- vas podem simular gastroenterites de diversas etiologias (outras salmoneloses, shigelose, etc.). Pneumonias bacterianas e quadros de infecções urinárias podem ser confundidos com infecções tíficas, particularmente em crianças. O diagnóstico diferencial deve ser feito ainda com mononucleose, meningoencefali- tes, brucelose, endocardite infecciosa, fase toxêmica da esquistossomose mansônica, assim como condições que levem a sepse. Deve ser lembrada possibilidade de doença linfoproliferativa (Iinfoma de Hodgkin) diante de um quadro de febre, ema- grecimento, prostração, adenomegalia e esplenomegalia. Em pacientes do sexo femi- nino, a leucopenia e o quadro febril, algumas vezes pode confundir com o lúpus eritemato- so sistêmico. Finalmente, é importante ressaltar que a febre tifóide faz parte da listagem de patolo- gias que compõe o diagnóstico diferencial dos quadros de febre prolongada e de origem inexplicada. TRATAMENTO ESPECíFICO Ao longo dos anos, após a introdução da antibioticoterapia no tratamento da febretifóide, observou-se de forma inequívoca, sig- nificativa redução da mortalidade e mudança nos padrões clínicos clássicos da infecção, FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 481 isabellamateus isabellamateus isabellamateus 482 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS -Enfoque Amazônico administrada de 2 a 4 g/dia, durante 10 a 14 dias, enquanto que a cefotaxima é reco- mendada na dose de 500 mg a cada 12 horas por 14 dias. Para as recaídas, recomenda-se ampi- cilina ou amoxicilina; sendo necessário, algumas vezes, colecistectomia como medi- da complementar, já que a vesícula é um excelente albergue (reservatório) para os baci los. Para os portadores crônicos, a ampicili- na é administrada em doses elevadas e por períodos prolongados (12 semanas). A retira- da da vesícula biliar, também pode tornar-se necessária, em alguns casos. INESPECíFICO medular. Anemia, agranulocitose e plaqueto- penia podem ocorrer de forma isolada, e reversíveis COm a retirada da droga. Estes efei- tos adversos são devidos à inibição da síntese de proteínas da membrana mitocondrial, comprometendo as atividades de síntese e proliferação celular. O tianfenicol, um derivado do cloranfe- nicol, tem sido utilizado na dose de 3 g/dia para adultos e 2 g/dia para crianças, demons- trado eficácia sati sfatóri a; difundindo-se de forma. ativa em vias biliares, com a vantagem de determinar menor mielodepressão do que o cloranfenicol. Entretanto, recaídas são observadas com freqüência. A ampicilina também apresenta ação bactericida contra o bacilo tífico, porém sua eficácia não supera a obtida com o cloranfe- nicol, ficando seu uso indicado somente em casos de cepas resistentes, e nas contra indi- cações ao uso de cloranfenicol. É utilizada na dose de 100 mg/kg/dia dividida em quatro tomadas. Administrar preferencialmente por via endovenosa, já que sua absorção por via oral é baixa. Esta droga deve ser mantida por 14 dias após a apirexia, que costuma ocorrer por volta do 82 dia. Com eficácia análoga à ampicilina, a amoxicilina na dose de 50 a 75 mg/kg/dia de 8 em 8 horas pode ser empregada. Uma associação que vem demons- trando resultados satisfatórios no tratamento da febre tifóide, e índices de cura semelhan- tes ao da ampicilina, é o sulfametoxa- zol+trimetoprima, administrado na dose de 800 a 1.600 mg/dia e 160 a 320 mg/dia res- pectivamente, por período que deve esten- der-se até 7 dias de apirexia. Tem sido indi- cado, também, nos casos de resistência ao cloranfenicol. Outros antibióticos como cefalospo- rinas de 3!! geração (cefotaxima, ceftriaxo- na e cefoperazona) e quinolonas, especial- mente ciprofloxacina, mostram excelente ação in vitro contra Sa/mone//a, podendo ser utilizadas como drogas alternativas em casos de resistência ao cloranfenicol, ampi- cilina, sulfametoxazol+trimetoprima (reve- lados pelo antibiograma). A ceftriaxona é As medidas gerais de repouso e cuida- dos dietéticos (alimentação pobre em resí- duos) e equilíbrio hidroeletrolítico são impor- tantes, além da observação contínua dos sinais clínicos do paciente, como: hidratação, pulso, pressão arterial, estado de consciência, entre outros, com a finalidade de detectar precocemente ocorrência de complicações. Substâncias antidiarréicas devem ser evita- das, pois podem favorecer a perfuração intes- tinal, uma vez que inibem a motilidade de sua parede. Existe controvérsia, em torno do empre- go de corticosteróides na febre tifóide, porém, estão indicados nas fori'nas graves tóxicas como a encefálica, por curto período (no máximo uma semana). O tratamento das compl icações deve ser imediato. Diante de hemorragia digestiva fazer a reposição volêmica através de solu- ções cristalóides ou transfusões de hemocom-ponentes (concentrado de hemácias). Na perfuração intestinal, iniciar admi- nistração de antimicrobianos, em virtude da peritonite. É o caso de drogas com ação con- tra Gram-negativos (aminoglicosídeos, cefa- losporinas de 3" geração) e anaeróbios (metronidazol); fazer a correção hidroeletro- lítica e ácido-básica, e utilizar sonda naso- gástrica. A cirurgia é imperiosa e de alto risco. isabellamateus FEBRE TIFÓIDE E PARATIFÓIDE 483 PROFllAXIA Em virtude da inexistência atualmente, de uma vacina anti-tifoídica, que confira uma proteção eficaz e duradoura, sua profilaxia é voltada, principalmente, para ações educati- vas e de saneamento básico, através de medi- das gerais e pessoais. MEDIDAS GERAIS disponível atualmente, é constituída por uma suspensão de bactérias mortas pelo calor e pelo fenol, apresentada para administração subcutânea. A vacinação é recomendada às pessoas por razões ocupacionais ou viagens para áreas de maior endemicidade da doen- ça. Sua administração aos familiares, que coabitam com um caso índice tem valor duvi- doso e não possui indicação formal. A eficácia da vacina, medida em dois estudos de campo, variou entre 51 a 76%; e efeitos adversos como febre, cefaléia, hipo- tensão, dor torácica, choque e dor local,'foram relatados, observando-se que 13 a 24% dos vacinados faltaram à escola ou ao traba- lho em virtude de tais reações. Em outros três estudos de campo (um levado a efeito no Egito e dois no Chile), uti- lizando-se a vacina Ty 21 a, produzida a par- tir de uma cepa atenuada de S. typh~ que não contém o polissacarídeo Vi, demonstrou variado grau de proteção, observados ao longo de 3 anos de acompanhamento da população envolvida. Duas formulações dessa vacina foram testadas, ambas para administração oral: uma líquida, precedida da administração de bicarbonato, para neu- tralizar a ação do suco gástrico, e outra em cápsulas de liberação entérica. As duas con- feriram proteção significante contra a enfer- midade, mas, a de apresentação líquida mos- trou-se mais eficaz, levando os autores a acreditarem que esta deva ser a formulação de escolha, para uso em áreas endêmicas, bem como imunização de viajantes que se deslocam para estas áreas. São voltadas sobretudo às ações que visem melhorar o ambiente receptor e mante- nedor do agente infeccioso; aqui incluindo-se: -Eliminar canais, córregos e esgotos a céu aberto, a fim de dar proteção e destino adequados aos dejetos humanos e animais; -Proteger, purificar e clorar a água de abastecimento público; -Remover adequadamente o lixo; -Combater as moscas; -Realizar fiscalização sanitária na mani- pulação, preparo e distribuição de alimentos, sobretudo àqueles que são consumidos crus; -Efetivar programas educativos dirigi- dos à população, principalmente aos mani- puladores de alimentos; e -Proibir a comercialização de alimen- tos considerados suspeitos. MEDIDAS PESSOAIS MEDIDAS RECOMENDADAS EM CASO DE EPIDEMIAS Basicamente se constituem de: -Promover o isolamento temporário, hospitalar ou domiciliar, do enfermo; -Realizar tratamento adequado segui- do, cuidadosamente, de um criterioso contro- le de cura, para evitar a formação de portado- res assintomáticos da S. typh~ pois, consti- tuem-se estes disseminadores em potencial da enfermidade; -Notificar às autoridades sanitárias os casos da doença; e -Investigar as fontes de infecção e os contatos. -Realizar busca do (s) caso (s) índice (s); -Proibir o consumo de água e alimen- tos suspeitos; -Consumir somente água clorada ou fervida; -Evitar vacinação em massa em pre- sença de um surto da doença, em virtude da mesma dificultar a interpretação do diagnós- tico sorológico. VACINAÇÃO No Brasil a vacina contra a febre tifóide isabellamateus isabellamateus BIBLIOGRAfiA AGARWQL, S. 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