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PLANO NACIONAL DE GERENCIAMENTO COSTEIRO


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PLANO NACIONAL DE 
GERENCIAMENTO 
COSTEIRO
Emerson Alves Arruda
emersonarruda@alu.ufc.br
Disciplina: Gestão Integrada da Zona Costeira
Professor: Dr. Fábio de Oliveira Matos
Histórico do Planejamento 
Ambiental da Zona Costeira 
no Brasil
1974 Comissão Interministerial dos Recursos do Mar (CIRM) 
Organismo de assessoria direta da Presidência da República, que institucionaliza a utilização dos 
recursos marítimos.
1980 Dec. presidencial - Diretrizes gerais para a Política Nac. p/ os Recursos do Mar
Minimiza o enfoque ambiental ao presidir sua visão do manejo dos recursos marítimos por uma ótica 
excessivamente utilitarista.
1983 Seminário Internacional sobre Gerenciamento Costeiro - Rio de Janeiro
Origina as primeiras ideias para a confecção de um programa nacional.
1984 II Simpósio Brasileiro sobre os Recursos do Mar - Rio de Janeiro
Vários centros universitários apresentam proposições, sendo escolhida como paradigma a proposta da 
Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Tal proposta define a zona costeira como uma faixa de 20 km em terra, a partir da linha de preamar, e 
doze milhas náuticas no mar (depois reduzida para seis), a qual deveria ser esquadrinhada na escala de 
1:100 000 e estudada e cartografada tematicamente, gerando um diagnóstico que fundamentaria uma 
proposição de uso desejado. Esta proposta foi detalhada e posta em prática num teste na baía de 
Sepetiba, no estado do Rio de Janeiro.
Histórico do planejamento ambiental da ZCB
1985 II Encontro Brasileiro de Gerenciamento Costeiro - Fortaleza 
Discutiu os resultados do teste na Baía de Sepetiba e especificou o modelo institucional que seria 
utilizado na implantação do programa. Optou-se por um modelo descentralizado (as ações seriam 
executadas pelos órgãos estaduais de meio ambiente) e participativo (formação de colegiados estaduais 
dedicados à discussão de assuntos referentes à Zona Costeira). 
1987 Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO)
Estabelecido pela CIRM, esse programa especifica a metodologia de zoneamento e o modelo 
institucional para sua aplicação. Além disso a CIRM também escolhe seis estados para dar início à 
implantação do programa: RN, BA, RJ, SP, SC e RS.
1988 Constituição Federal
Reconhece a zona costeira como Patrimônio Nacional, ao lado da Floresta Amazônica, da Serra do Mar, 
do Pantanal Matogrossense e da Mata Atlântica (Art. 225)
Lei 7.661
Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), que se constituiu no marco legal 
fundamental do planejamento ambiental da zona costeira do Brasil.
1990 Resolução CIRM 01/1990
Detalhamento e operacionalização da Lei 7.661/88.
Histórico do planejamento ambiental da ZCB
1996 Macrodiagnóstico da zona costeira do Brasil na escala da União
Conjunto de atlas de 80 cartas na escala de 1:1.000.000 abordando cinco temas
1997 PNGC II 
Resolução CIRM nº 5/1997 - Aprova o PNGC II e Institui o Grupo de Integração de Gerenciamento 
Costeiro (GI-GERCO), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), instituído com o propósito 
de promover a articulação das Ações Federais na Zona Costeira a partir dos planos de ação federal.
Define como competência do MMA a coordenação e implementação do PNGC
1998 Plano de Ação Federal para a Zona Costeira (PAF-ZC)
Resolução CIRM nº 5/1998
2004 Decreto nº 5.300/2004
Regulamenta a Lei nº 7,661/88
Dispões sobre regras de uso e ocupação da ZC e reformula instrumentos de gestão.
2005 Revisão do PAF-ZC
Resolução CIRM nº 7/2005
Decreto nº 5.377/2005
Aprova o Plano Nacional para os Recursos do Mar
Histórico do planejamento ambiental da ZCB
2008 Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha do Brasil
Sua finalidade é orientar ações de planejamento territorial, conservação, regulamentação e controle dos 
patrimônios natural e cultural.
2012 Planos Setoriais para os Recursos do Mar (PSRM) - 2012-2015
Modelo de gestão participativa e integrada
2015 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Objetivo 14: Vida debaixo d’água
2017 Guia de Diretrizes de Prevenção e Proteção à Erosão Costeira
Compromissos voluntários ONU
OceanAction 19679 - Procosta
OceanAction 19694 - Combate ao lixo no mar
OceanAction 19679 - Planejamento Espacial Marinho - PEM
Histórico do planejamento ambiental da ZCB
2018 Programa Nacional para a Conservação da Linha de Costa (Procosta)
Portaria 76/18
Busca traçar cenários futuros com o intuito de reduzir a vulnerabilidade e os ricos.
Dá um importante passo no planejamento nacional de longo prazo do gerenciamento costeiro e na 
adequação nos usos da zona costeira diante do cenário de mudanças climáticas.
Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar
Portaria 188/18
Institui a Comissão Organizadora do 1º Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar
Histórico do planejamento ambiental da ZCB
Aspectos gerais da Zona 
Costeira no Brasil
A zona costeira brasileira corresponde ao espaço 
geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo 
seus recursos renováveis e não renováveis, abrangendo 
uma faixa marítima e uma faixa terrestre (Lei no 
7.661/1988) e integra o patrimônio nacional, de acordo 
com a Constituição Federal de 1988.
Se estende da foz do rio Oiapoque (04º52’45’’N) à foz do 
arroio Chuí (33º45’10”S) e dos limites dos municípios da 
faixa costeira, a oeste, até as 200 milhas náuticas, incluindo 
as áreas em torno do Atol das Rocas, dos arquipélagos de 
Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo e das 
ilhas de Trindade e Martin Vaz, situadas além do citado 
limite marítimo.
São inúmeras as pressões socioeconômicas sobre a zona 
costeira, podendo-se destacar o acelerado e desordenado 
processo de urbanização acarretando a intensa 
degradação dos recursos naturais, colocando em xeque a 
sustentabilidade socioeconômica e a qualidade ambiental 
das populações
Aspectos gerais da Zona Costeira no Brasil
● Abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental.
○ Manguezais, restingas, dunas, estuários, recifes de corais etc.
● É onde se localizam as maiores manchas residuais da Mata Atlântica.
● É onde se concentra cerca de 1/4 da população. 
● É o habitat de comunidades de pescadores artesanais, dos remanescentes de 
quilombos, de tribos indígenas e outros agrupamentos emersos em gêneros de vida 
tradicionais.
● Zona de intensa beleza cênica.
Aspectos gerais da Zona Costeira no Brasil
● Por sua beleza singular e grande biodiversidade, é reconhecida como Patrimônio 
Nacional na Constituição Federal, correspondendo ao espaço geográfico de interação 
do ar, do mar e da terra (incluindo seus recursos), abrangendo uma faixa marítima e 
uma faixa terrestre.
● A carta magna identifica as praias marítimas, os terrenos de marinha e seus 
acrescidos, o mar territorial, as ilhas oceânicas e costeiras como bens da União. Tal 
identificação se dá em função da importância destes espaços:
○ à defesa da soberania nacional;
○ à conservação do meio ambiente;
○ à proteção aos povos indígenas;
○ ao controle sobre a exploração dos recursos naturais e
○ à garantia da propriedade sobre os imóveis adquiridos pela União.
● Devido a essa complexidade, é que se institui, em 1988, o Plano Nacional de 
Gerenciamento Costeiro (PNGC).
PNGC I
Para efeitos da lei 7.661/88, a zona costeira é considerada o espaço geográfico de 
interação do ar, mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, 
abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, definidas pelo próprio Plano.
Tal dispositivo legal veio com o intuito de "orientar a utilização racional dos 
recursos da zona costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade de vida de 
sua população, e a proteção de seu patrimônio natural, histórico, étnico e 
cultural".
PNGC I
Os principais preceitos da lei 7.661/88 incluem:
A. o PNGC deve ser elaborado e, quando necessário, atualizado por um Grupode Coordenação, dirigido pela Secretaria da Comissão Interministerial para 
os Recursos do Mar, SECIRM, cuja composição e forma de atuação serão 
definidas em decreto do Poder Executivo;
B. o PNGC deve ser submetido pelo Grupo de Coordenação à CIRM, à qual 
caberá aprová-lo, com audiência do Conselho Nacional do Meio Ambiente, 
CONAMA;
C. o PNGC será aplicado com a participação da União, dos Estados, dos 
Territórios e dos Municípios, através de órgãos e entidades integradas ao 
Sistema Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA. 
PNGC I
O PNGC I previa três instrumentos de ação:
1. A criação de um Sistema Nacional de Informações do Gerenciamento 
Costeiro (SIGERCO), composto de um banco de dados gerreferenciado e da 
constituição de uma rede online articulando todos os 17 estados litorâneos;
2. A implementação de um programa de zoneamento da ZC executado de forma 
descentralizada pelos órgãos de meio ambiente estaduais, coordenados pelo 
governo federal;
3. A elaboração, também descentralizada e participativa, de planos de gestão e 
programas de monitoramento para uma atuação mais localizada em áreas 
críticas ou de alta relevância ambiental da ZC.
PNGC I
Art. 3º. O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona 
Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos seguintes 
bens:
I. recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de 
algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, 
baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas 
e dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas;
II. sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de 
preservação permanente;
III. monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, 
espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico.
PNGC I
Amplo campo de ação do PNGC que extrapola uma preocupação estritamente 
ambiental
Art. 5º. O PNGC será elaborado e executado observando normas, critérios e 
padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, 
estabelecidos pelo CONAMA, que contemplem, entre outros, os seguintes 
aspectos: urbanização; ocupação e uso do solo, do subsolo e das águas; 
parcelamento e remembramento do solo; sistema viário e de transporte; 
sistema de produção, transmissão e distribuição de energia; habitação e 
saneamento básico; turismo, recreação e lazer; patrimônio natural, histórico, 
étnico, cultural e paisagístico.
Não detalha mecanismos de atuação
PNGC I
Entendimento de que o zoneamento é a atividade prioritária e básica para a 
implementação dos demais instrumentos previstos.
SIGERCO seria montado com o material elaborado na construção da proposta 
zoneadora e os planos de gestão e monitoramento abordariam ações de detalhe 
também definidas no âmbito desta atividade.
Apoiados em tal orientação, iniciaram-se os trabalhos práticos, em cuja 
implementação foram sendo revelados problemas de ordem metodológica e 
institucional.
Em 1992 a coordenação do PNGC foi transferida do Ibama para o MMA, ocasião 
em que foi realizado um balanço do trabalho desenvolvido e dos resultados 
obtidos.
PNGC I
Principais problemas detectados
● Confusão quanto aos objetivos e finalidades do programa;
● As atividades de coordenação não se encontravam bem definidas;
● O sequenciamento das atividades e o atrelamento da implementação do 
SIGERCO e dos planos de gestão e monitoramento à conclusão do 
zoneamento, acarretavam a impossibilidade de desenvolver ações 
emergenciais e localizadas;
● A metodologia do zoneamento apresentava uma excessiva rigidez;
● O detalhamento cartográfico requerido implicava num custo de execução e 
numa morosidade de obtenção de resultados incompatível com a velocidade 
dos processos de ocupação observados na ZC.
PNGC I
● Explicitação dos objetivos do programa;
○ Estabeleceu-se de forma clara que o PNGC busca planejar e acompanhar o processo de ocupação da ZC, 
disciplinando o uso do solo com a definição de áreas de preservação, mas também com a indicação de 
áreas para uma exploração planejada (sustentável) dos recursos litorâneos.
● Abertura de uma esfera de ação federal com o detalhamento dos trabalhos atinente à 
União;
● Rompeu-se com a visão sequencial;
○ iniciou-se o detalhamento do SIGERCO e dos planos de gestão e monitoramento, e, após discutir com os 
participantes do programa as diretrizes e orientações adotadas, partiu-se para suas implementações.
● Simplificação e flexibilização dos procedimentos do zoneamento.
Medidas revisionais
PNGC I
● Zoneamento (âmbito estadual)
○ Abandono da utilização das quadrículas e adoção de uma setorização baseada em divisões preexistentes.
● Instalação da Câmara Técnica de Gerenciamento Costeiro
○ Avaliar os projetos de alto impacto na ZC e gerar as regulamentações necessárias na matéria.
● SIGERCO
○ Construção do desenho lógico de uma rede online;
○ Definição e aquisição de equipamentos;
○ Treinamento das equipes estaduais;
○ Implantação de um banco de dados georreferenciado.
Ações e resultados do PNGC I
PNGC I
● Elaboração dos planos de gestão e programas de monitoramento
○ Trabalho teórico de aclaramento conceitual
○ Construção de um roteiro aplicado em distintas áreas testes, sofrendo aprimoramentos sucessivos até 
chegar a uma versão definitiva da metodologia a ser empregada. Tal roteiro foi elaborado dentro dos 
princípios do planejamento participativo.
i. Inventário dos problemas ambientais existentes;
ii. Cenários alternativos desejáveis;
iii. Programas de ação para reverter a situação negativa;
iv. Levantamento dos atores e instituições necessários de serem mobilizados, possibilidades de 
financiamentos e parcerias e estabelecimento dos prazos para apresentarem os primeiros 
resultados;
v. Monitoramento das ações estabelecidas.
Ações e resultados do PNGC I
PNGC I
● Elaboração do Macrodiagnóstico da Zona Costeira do Brasil na escala da União
○ Atlas com 80 cartas na escala 1:1.000.000
○ Temas: Caracterização físico-natural, tendências de ocupação, unidades de conservação e legislação 
incidente, potencial de risco ambiental e níveis de criticidade para a gestão.
● Elaboração de um perfil com informações básicas de cada estado
○ Perfil dos estados litorâneas do Brasil: subsídios à implantação do programa nacional de gerenciamento 
costeiro. Brasília: MMA/PNMA/GERCO, 1996.
Ações e resultados do PNGC I
PNGC I
PNGC II
Em 1997 o PNGC passou por uma revisão e a Resolução CIRM (Comissão Interministerial 
para os Recursos do Mar) nº 5, de 3 de dezembro de 1997, aprovou o PNGC II, em vigor até 
os dias atuais.
O PNGC II introduziu como uma importante orientação, a acentuação do nível de atuação 
federal, pouco contemplada no plano anterior. Este é composto por um conjunto de dez 
Ações Programadas, destacando-se a necessidade explícita de compatibilização das ações 
deste Plano com as políticas públicas que incidam sobre a zona costeira, entre outras, da 
industrial, de transportes, de ordenamento territorial e dos recursos hídricos, visando a 
sua integração e otimização dos resultados. 
Ficou estabelecido, também no PNGC II a criação do Grupo de Integração do 
Gerenciamento Costeiro (GI-GERCO), coordenado pelo MMA e composto por 
representantes de 25 instituições, entre ministérios, autarquias, empresas públicas, 
Ministério Público, universidades, sociedade civil, estados e municípios.
PNGC II
Principais mudanças
● Retiram-se os detalhamentos quanto a metodologia do zoneamento.
● Substitui-se a visão sequencial por uma orientação de implantar simultaneamente os 
instrumentos previstos.
● Confecção de planos de gestão em variadas escalas.
● A definição de zona costeira recebeu uma conceituação menos acadêmica e maisvoltada para a prática do planejamento.
PNGC II
“Zona Costeira - é o espaço geográfico de interação do ar, do mar e 
da terra, incluindo seus recursos ambientais, abrangendo as 
seguintes faixas:
Faixa Marítima [...]
Faixa Terrestre [...]” (PNGC II)
“A Zona Costeira é a área de abrangência dos efeitos naturais 
resultantes das interações terra-mar-ar; leva em conta a paisagem 
físico-ambiental, em função dos acidentes topográficos situados ao 
longo do litoral, como ilhas, estuários ou baías; comporta, em sua 
integridade, os processos e interações características das unidades 
ecossistêmicas litorâneas; e inclui as atividades socioeconômicas 
que aí se estabelecem.” (PNGC I)
Principais mudanças
● Abandonaram-se os critérios de definição métrica substituindo-os pela noção de 
município litorâneo:
PNGC II
a) os municípios defrontantes com o mar, assim considerados em listagem desta classe, estabelecida 
pelo Instituto Brasileiros de Geografia Estatística (IBGE);
b) os municípios não defrontantes com o mar que se localizem nas regiões metropolitanas litorâneas; 
c) os municípios contíguos às grandes cidades e às capitais estaduais litorâneas, que apresentem 
processo de conurbação;
d) os municípios próximos ao litoral, até 50 km da linha de costa, que aloquem, em seu território, 
atividades ou infra-estruturas de grande impacto ambiental sobre a Zona Costeira, ou ecossistemas 
costeiros de alta relevância;
e) os municípios estuarinos-lagunares, mesmo que não diretamente defrontantes com o mar, dada a 
relevância destes ambientes para a dinâmica marítimo-litorânea; e
f) os municípios que, mesmo não defrontantes com o mar, tenham todos seus limites estabelecidos 
com os municípios referidos nas alíneas anteriores. (PNGC II)
PLANO DE AÇÃO FEDERAL 
PARA A ZONA COSTEIRA 
(PAF-ZC)
O PAF-ZC é um instrumento do PNGC que é revisado periodicamente a partir de 
deliberação do GI-GERCO (Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro).
Visa o planejamento e implementação de ações estratégicas para a integração de políticas 
públicas incidentes na zona costeira, buscando responsabilidades compartilhadas de 
atuação e tem por objetivos:
● promover, entre os membros do GI-GERCO(Grupo de Integração do Gerenciamento 
Costeiro), ações integradas relacionadas à gestão costeira;
● priorizar ações que desenvolvam a capacitação de pessoal e das instituições quanto à 
implantação e avaliação dos instrumentos de gerenciamento costeiro já existentes e
● contribuir com experiências setoriais exitosas na busca de soluções inovadoras para a 
gestão costeira.
PAF-ZC
Importante
O PAF-ZC trabalha no nível do governo federal
● Esfera de ação específica da União 
● Interessam os problemas que, por sua recorrência ou magnitude de impacto, 
possam ser qualificados como de significado ou de abrangência nacionais
PAF-ZC
O IV PAF-ZC é composto por 18 ações, que buscam, através do diálogo e ação participativa 
dos membros do GI-Gerco, soluções para os problemas com incidência na Zona Costeira 
(Tab.1). Os prazos de execução possuíam o limite máximo de 3 anos, prazo de duração do IV 
PAF-ZC.
PAF-ZC
Nº Título Coordenador Prazo para conclusão
1 Plano de ação para o combate ao Lixo no Mar Comunidade Científica 2º semestre de 2018
2 Macrodiagnóstico da zona costeira e marinha do 
Brasil
MMA 2º semestre de 2019 
3 Projeto Alt-Bat MMA 2º semestre de 2019 
4 Encontro Nacional de Gerenciamento Costeiro 
(ENCOGERCO) 
MMA 2º semestre de 2018 
Ação 1 Plano de ação para o combate ao Lixo no Mar
Planos, Programas e Projetos em 
curso associados 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (MMA)
Projeto ORLA (SPU/MMA)
Programa Cidades Sustentáveis (MMA)
ODS associado 14: 14.1, 14.2 (Compromisso Voluntário nº 19.679)
Problema e/ou conflito associado Poluição
Impactos ambientais e socioeconômicos
Setores econômicos ou 
governamentais associados
Turismo, Transporte marítimo (SEP e ANTAq), Minas e energia, Pesca e aquicultura, Defesa, 
setor produtivo (cadeia produtiva dos resíduos), terceiro setor, academia, governos municipal 
e estadual 
Instrumento de gestão 
relacionado
Responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos (PNRS)
Logística Reversa dos resíduos e embalagens pré-consumo e pós-consumo (PNRS)
Macrodiagnóstico da Zona Costeira
Relatório de Qualidade Ambiental da Zona Costeira
Planos Municipal e Estadual de Gerenciamento Costeiro
Planos Municipal e Estadual de Saneamento
Planos Municipal e Estadual de Resíduos Sólidos
Projeto Orla
POLÍTICA NACIONAL PARA 
OS RECURSOS DO MAR
As diretrizes gerais para a Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM) 
foram baixadas pelo Presidente da República em 1980.
Política Nacional para os Recursos do Mar
Atualização na PNRM 
por meio do decreto 
5.377/2005
● Mudanças nos cenários nacional e 
internacional relativos aos mares, 
oceanos e zonas costeiras
● entrada em vigor da Convenção das 
Nações Unidas sobre o Direito do 
Mar (CNUDM), em novembro de 
1994
Finalidade
A PNRM tem por finalidade orientar o desenvolvimento das atividades que 
visem à efetiva utilização, exploração e aproveitamento dos recursos vivos, 
minerais e energéticos do Mar Territorial, da Zona Econômica Exclusiva e 
da Plataforma Continental, de acordo com os interesses nacionais, de forma 
racional e sustentável para o desenvolvimento socioeconômico do País, 
gerando emprego e renda e contribuindo para a inserção social.
Política Nacional para os Recursos do Mar
Princípios básicos
● a observância às orientações políticas e estratégicas da Presidência da República;
● a harmonização com as demais políticas nacionais e com o plano plurianual;
● a definição de prioridades para os programas e ações, conforme previsto no plano plurianual e, 
também, em função de sua contribuição para a defesa dos interesses nacionais e do 
desenvolvimento sustentável do País;
● a execução descentralizada e participativa, incentivando as parcerias da União, dos Estados, dos 
Municípios, do setor privado e da sociedade;
● a adoção do princípio da precaução na exploração e aproveitamento sustentável dos recursos do 
mar;
● a proteção da biodiversidade e do patrimônio genético existente nas áreas marinhas sob 
jurisdição nacional e zona costeira adjacente; e
● a observância dos compromissos internacionais assumidos pelo Governo brasileiro.
Política Nacional para os Recursos do Mar
Objetivos
● promover a formação de recursos humanos;
● estimular o desenvolvimento da pesquisa, ciência e tecnologia marinhas; e
● incentivar a exploração e o aproveitamento sustentável dos recursos do mar, das 
águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e das áreas 
costeiras adjacentes.
Política Nacional para os Recursos do Mar
Estratégia
A estratégia é formada por um conjunto de ações a serem empreendidas para alcançar os 
objetivos da PNRM. As ações serão executadas sob a orientação e a coordenação dos 
órgãos integrantes da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), de 
acordo com as suas competências específicas legalmente estabelecidas e em consonância 
com as orientações desse colegiado, estando agrupadas nas áreas a seguir:
● Formação de Recursos Humanos
○ Pesquisa, Ciência e Tecnologia Marinha
● Exploração e Aproveitamento Sustentável dos Recursos do Mar
Política Nacional para os Recursos do Mar
Diretrizes para execução
O governo brasileiro se reserva o direito de regulamentar, orientar, coordenar e controlar 
a investigação científica marinha, a preservação e a conservação do meio ambiente 
marinho, e a exploração e o aproveitamento sustentável dos recursos vivos, minerais e 
energéticos das águas jurisdicionais e da Plataforma Continental Brasileira.
A PNRM se desdobrará em planos setoriais plurianuais.
Os planos setoriaisda CIRM serão estruturados em programas e ações, em consonância 
com as normas do plano plurianual e do orçamento da União.
Política Nacional para os Recursos do Mar
Diretrizes para execução
Política Nacional para os Recursos do Mar
À CIRM compete: Os órgãos com representação na CIRM deverão:
● coordenar os assuntos relativos à 
consecução da PNRM;
● acompanhar os programas e ações 
decorrentes da PNRM e seus resultados; 
e
● propor atualizações à PNRM.
● introduzir em seus planos e programas as partes que 
lhes couberem nas decisões e no planejamento 
elaborado no âmbito da CIRM, adotando as medidas 
necessárias à consecução dos objetivos da PNRM;
● promover criteriosa utilização dos órgãos e meios 
existentes, otimizando o aproveitamento da capacidade 
instalada e coordenando e integrando os respectivos 
programas, de modo a evitar duplicidade de esforços e 
desperdícios de recursos; e
● priorizar os programas da CIRM nas iniciativas de 
fomento e incentivo ao desenvolvimento científico e 
tecnológico referentes aos recursos do mar.
MACRODIAGNÓSTICO DA 
ZONA COSTEIRA E 
MARINHA
Segundo o Decreto 5.300/2004, o macrodiagnóstico da zona costeira é 
instrumento da gestão costeira que reúne informações, em escala nacional, sobre 
as características físico-naturais e socioeconômicas da zona costeira, com a 
finalidade de orientar ações de preservação, conservação, regulamentação e 
fiscalização dos patrimônios naturais e culturais. 
Em 2005, foi iniciado o processo de atualização do diagnóstico de 1996, 
agregando novos níveis e combinações de análise de impactos diretos e indiretos 
na Costa brasileira. Esse processo foi deflagrado pelo reposicionamento e pela 
expansão de diferentes setores, políticas, planos e programas para a Zona 
Costeira e Marinha, assim como pela necessidade de abranger novas demandas 
federais.
Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha
A versão de 2008 de diagnóstico costeiro inova em relação a anterior porque 
agrega novos níveis e combinações de análise de impactos diretos e indiretos na 
costa brasileira.
Destinado a estados e municípios, a universidades e centros de pesquisa, a setores 
do petróleo e da pesca, entre outros, o macrodiagnóstico traz informações sobre 
geomorfologia, dinâmica populacional, potencial de risco natural, social e 
tecnológico. E ainda sobre a Zona Econômica Exclusiva (óleo e gás), e sobre a 
biodiversidade costeira e marinha.
Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha
Elaboração da base cartográfica
Escala 1:1.000.000 para os temas: Geomorfologia, Dinâmica Populacional, 
Potencial de Risco Natural, Potencial de Risco Social, Potencial de Risco 
Tecnológico e Gestão Costeira, resultando em 16 folhas para cada eixo 
temático.
Escala 1:2.500.000 para os temas: Óleo e Gás e Biodiversidade, resultando 
em 6 folhas para cada eixo temático.
Cada carta representa uma síntese em si mesma, pois integra diferentes 
informações. 
Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha
Análise de Risco
Risco natural: risco associado ao comportamento dinâmico dos sistemas naturais, isto é, 
considerando o seu grau de estabilidade/instabilidade expresso na sua vulnerabilidade a 
eventos críticos de curta ou longa duração, tais como inundações, desabamentos e 
aceleração de processos erosivos.
Risco tecnológico: pode ser definido como o potencial de ocorrência de eventos danosos à 
vida, a curto, médio e longo prazo, em conseqüência das decisões de investimento na 
estrutura produtiva. 
Risco social: resultante das carências sociais ao pleno desenvolvimento humano, as quais 
contribuem para a degradação das condições de vida
Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha
PROGRAMA NACIONAL 
PARA A CONSERVAÇÃO DA 
LINHA DE COSTA
O Procosta, Programa Nacional para a Conservação da Linha de Costa, é 
um programa permanente de planejamento e gestão da zona costeira com 
caráter territorial. Foi instituído pela portaria PORTARIA Nº 76, DE 26 DE 
MARÇO DE 2018.
Proposto pelo MMA em parceria com instituições e academia, o Procosta 
buscará solucionar um importante problema de falta de dados confiáveis 
em escala nacional e, a partir desses dados, auxiliar na compreensão da 
atual situação na zona costeira (ZC), nas previsões de possíveis alterações 
futuras e nas alternativas de mitigação e adaptação. 
Procosta
Diante das mudanças climáticas e aumento de eventos extremos nas 
nossas cidades costeiras, o mapeamento de riscos e vulnerabilidades 
precisa ser urgentemente inserido no planejamento e no orçamento da 
União, Estados e Municípios. Mais do que isso, é preciso aprofundar o 
conhecimento científico, aprimorar a rede de coletas de dados e enxergar 
que os ecossistemas costeiros, devido à função de proteção natural da 
linha de costa, são o principal agente para adaptação às mudanças 
climáticas e aos riscos costeiros que já está em curso.
Procosta
Projetos
No programa foram redigidos quatro projetos lógicos e interdependentes: 
● Integração dos Níveis de Referência Altimétricos e Batimétricos na 
Zona Costeira (ALT-BAT)
● Projeção da Linha de Costa e Identificação de Perigos;
● Riscos Costeiros e Estratégias de Adaptação; e 
● Monitoramento e Gestão para Conservação da Linha de Costa.
Procosta
Projeto ALT-BAT
Objetivo principal: Desenvolver estudos visando à padronização de uma 
metodologia de integração das superfícies de referência para altitudes e 
profundidades na zona costeira, por meio do refinamento do Sistema 
Geodésico Brasileiro.
Produto principal: Definição da Linha de Costa de Referência
Procosta
Projeto Projeção da Linha de Costa e 
Identificação de Perigos;
Objetivo principal: Aplicar diferentes metodologias, com auxílio de softwares de 
modelagem costeira, para fazer projeções sobre as alterações previstas para a linha de 
costa brasileira (perda de habitats por erosão ou inundação), considerando cenários 
futuros para os intervalos temporais de 05, 10, 25, 50 e 100 anos
Produtos: 
● Mapas de Projeção de Linha de Costa;
● Mapa atual de Perigos e Segurança da Costa Brasileira.
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Projeto Riscos Costeiros e Estratégias de 
Adaptação
Objetivo Principal: Mapear as estruturas ambientais (formações vegetais, 
geológicas, etc.) e humanas (cidades, estruturas industriais, portuárias, etc.) 
que estarão ameaçadas caso os perigos se tornem reais.
Produtos Principais: Estratégias para adaptação aos riscos, como a redução 
do número de pessoas em áreas de risco, o planejamento de alocação de 
estruturas econômicas e a identificação de áreas naturais para a proteção 
dos ecossistemas. 
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Projeto Monitoramento e Gestão para 
Conservação da Linha de Costa
Objetivo Principal: Estabelecer um programa de diagnóstico, 
monitoramento e gestão contínua da linha de costa para fomentar o 
estabelecimento de uma cultura de análise de risco, ainda inexistente no 
país.
Produtos Principais: a) Guia de Diretrizes de Prevenção e Proteção à 
Erosão Costeira; b) Capacitação com base nos Manuais Técnicos do 
SMC-Brasil; c) Portal de Obras Costeiras.
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Referências
BRASIL. MMA. Macrodiagnóstico da Zona Costeira e Marinha do Brasil. Brasília: MMA, 2008.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://mma.gov.br/> Acesso em: 27 de março de 2019.
BRASIL. GI-GERCO/CIRM. Guia de Diretrizes de Prevenção e Proteção à Erosão Costeira. Brasília: MMA, 2018.
MORAES, A. C. R. Contribuições para a gestão da zona costeira no Brasil: elementos para uma Geografia do Litoral 
Brasileiro. 2. ed. amp. São Paulo: Annablume, 2010.
OLIVEIRA, M. R. L.; NICOLODI, J. L. A Gestão Costeira no Brasil e os dez anos do Projeto Orla. Uma análise sob a 
ótica do poder público. Revista da Gestão Costeira Integrada, v. 12, n. 1, p. 89-98, 2012.
PEREZ, M. L.; SILVA, J. G.; ROSSO,T. C. A. Uma visão da implantação do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro 
no Brasil. Rio´s International Journal on Sciences of Industrial and Systems Engineering and Management.