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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS - 2019 1 - Estácio

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
UNESA 2019.1 
 
 
AULA 1: 
 
INTRODUÇÃO AOS MECANISMOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE 
CONFLITOS 
 
 
ACESSO À JUSTIÇA 
 
• Direito fundamental do ser humano; 
• Não o simples acesso ao Poder Judiciário, mas também, e principalmente, a 
tutela jurisdicional efetiva, rápida e sem demoras indevidas; 
• Tendência a se desenvolver outros procedimentos jurisdicionais como a 
negociação, a conciliação, a mediação e a arbitragem. 
 
 
MUDANÇA DE PARADIGMA 
 
• Paradigma da lógica determinista binária é o paradigma do ganhar- perder, 
onde a perpetuação do litígio é quase inevitável, podendo chegar a níveis patológicos. 
• Novos paradigmas em substituição ao do ganhar/perder. Esses novos 
paradigmas têm como matriz a cooperação e a construção conjunta das soluções. 
 
 
AÇÕES REALIZADAS PARA A MUDANÇA DE PARADIGMA 
 
• Melhor prestação de serviços à população; 
• Ênfase no uso de técnicas autocompositivas; 
• Capacitação de profissionais que possam atuar como mediadores 
extrajudiciais, judiciais e no âmbito da Administração Pública; 
• Incentivo às Universidades para criar disciplinas voltadas a esta temática e 
trabalhos voltados à esta prática. 
 
 
MECANISMOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
NEGOCIAÇÃO: A negociação pode ser definida como uma relação que estabelecem 
duas ou mais pessoas a respeito de um assunto determinado, visando encontrar posições comuns 
e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. 
 
CONCILIAÇÃO: A conciliação é uma forma de resolução de controvérsias na relação 
de interesses administrada por um Conciliador (investido de autoridade ou indicado pelas partes) 
a quem compete: aproximá-las, controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular 
propostas, apontar vantagens e desvantagens. 
 
ARBITRAGEM: A arbitragem é um meio privado e alternativo de solução de 
controvérsias extrajudiciais de direito patrimonial, disponível nas áreas cível, comercial e 
trabalhista. Ela pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder 
Judiciário. É um mecanismo voluntário: ninguém pode ser obrigado a se submeter à arbitragem 
contra sua vontade. 
 
MEDIAÇÃO: A Mediação é um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e 
impasses, na qual um terceiro, imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por 
elas livre e voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, 
um catalisador, que, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 1: 
 
Questão 01: Duas adolescentes são responsáveis por formar um time de vôlei em sua 
escola que disponibiliza apenas seis uniformes para tanto (cada time tem seis integrantes). Ao se 
depararem com a falta de uniformes para todas as jogadoras se desentendem e iniciam uma 
discussão. Resolvem, então, chamar o professor de educação física. 
Ele sugere que elas não falem ao mesmo tempo e que cada uma ouça as posições e 
interesses da outra. Restabelece o diálogo entre ambas e as duas jovens resolvem elas próprias que 
todas as 12 jogadoras iriam contribuir para a compra de mais seis uniformes. O caso relatado é 
similar a uma:(Disponível em http://euseitirarsuaduvida.blogspot.com.br/2011/11/questoes-de-
mediacao-e-conflito.html ). 
 
a) Negociação. 
b) Conciliação. 
c) Arbitragem. 
d) Mediação. 
 
Gabarito: D. 
 
Questão 2: Escolha a alternativa correta. 
I- Administração do conflito por um terceiro imparcial. Este tem a prerrogativa de poder 
sugerir um possível acordo, após a avaliação das vantagens e desvantagens que tal proposição traria 
a ambas as partes. 
II- É o caminho natural nas relações humanas para a resolução de conflitos. A todo momento, 
em nossas vidas, temos algumas questões para serem resolvidas dessa forma. 
III- Já estava prevista em nossas leis há muito tempo, mas ganhou força apenas em 1996, 
quando foi editada a Lei n.º 9.307. 
IV- As partes têm total controle do procedimento, mantendo a autonomia para decidir os 
aspectos em questão. 
 
Escolha a alternativa correta: 
 
a) Arbitragem; II- Negociação; III- Conciliação; IV-Mediação. 
b) Conciliação; II- Negociação; III- Arbitragem; IV-Mediação. 
c) Arbitragem; II- Mediação; III- Conciliação; IV-Negociação. 
d) Negociação; II- Conciliação; III- Arbitragem; IV-Mediação. 
 
Gabarito: B. 
 
 
AULA 2: 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MEDIAÇÃO 
 
 
BREVE HISTÓRICO DA MEDIAÇÃO 
 
A mediação há muito tempo é utilizada em várias culturas no mundo, como a judaica, a cristã, 
a islâmica, a hinduísta, a budista, a confucionista e até as indígenas. Os primeiros registros do uso da 
mediação datam de 3000 a.C., na Grécia Antiga, bem como no Egito, Kheta, Assíria e Babilônia. 
 
 
A MEDIAÇÃO NO MUNDO 
Somente a partir da virada do século XX, a mediação tornou-se institucionalizada, em vários 
países, e desenvolveu-se como uma profissão reconhecida, em vários países. 
O crescimento da mediação deve-se, principalmente, ao reconhecimento dos direitos 
humanos, aspirações em relação à participação democrática em todos os níveis sociais, a crença de 
que o indivíduo tem o direito de participar e ter controle sobre as decisões que afetam a sua vida e 
maior tolerância à diversidade. 
 
 
AMÉRICA DO NORTE 
 
O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha aumentado de 
forma mais rápida nos Estados Unidos e Canadá. Os primeiros setores em que a mediação foi 
formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para tratar de conflitos entre patrões e 
empregados, em 1913. 
Em muitas comunidades norte-americanas e canadenses a mediação, segundo Moore (1998), 
vem sendo aplicada em conflitos entre proprietários e arrendatários de terras, em questões 
relacionadas aos desabrigados, conflitos entre os cidadãos e a polícia e disputas entre consumidores. 
Os sistemas de Justiça Criminal do Canadá e Estados Unidos têm utilizado a mediação para 
as queixas criminais, incluindo os programas de mediação entre vítima e agressor. Uma outra área de 
crescimento muito rápido da mediação é a área de disputas familiares, em questões como guarda de 
filhos e nas separações. 
Nos setores corporativos e comerciais, a mediação é mais utilizada do que a arbitragem. 
 
 
ASIA 
 
Na República Popular da China a mediação tem sido introduzida para resolver disputas 
ambientais entre jurisdições e entre entidades governamentais. Hong Kong institucionalizou as 
mediações comerciais e familiares. 
O Japão tem uma longa história quanto ao uso da mediação. As bases da mediação japonesa 
estão ligadas aos costumes do país. A mediação está incorporada à cultura empresarial e nos tribunais 
é utilizada para casos cíveis de uma forma geral, principalmente, na área de família. A mediação 
familiar é obrigatória para a maior parte dos procedimentos de divórcio e para muitas questões entre 
pais e filhos. 
 
 
AUSTRÁLIA, NOVA ZELÂNDIA E MELANÉSIA 
 
A Austrália e a Nova Zelândia tiveram um desenvolvimento, na mediação, muito semelhante 
aos Estados Unidos. 
Na Austrália, a mediação em vários setores teve apoio financeiro de agências 
governamentais. 
 
AUSTRÁLIA, NOVA ZELÂNDIA E MELANÉSIA 
 
Na Nova Zelândia, a mediação é utilizada em várias disputas como: comerciais, cíveis, crimes 
de menor potencial ofensivo, familiares, trabalhistas, habitacionais, agrárias e ambientais. 
Na Melanésia, as aldeias têm um conselheiro e um comitê que se reúne para analisar as 
disputas. 
 
 
AFRICA E ORIENTE MÉDIO 
 
Segundo Moore (1998), a mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como 
nas sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para região. 
Na África do Sul, desde as eleições nacionais, de 1994, a mediação mudou seuenfoque da 
violência para o desenvolvimento e reconciliação neste país. 
Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, a nível tribal e das cidades, tem sido o método 
utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, para questões políticas e militares 
internas e entre os Estados Árabes. 
 
 
EUROPA 
 
A Comunidade Europeia, em 1986, através do Conselho Europeu, encaminhou aos Estados 
Membros, uma recomendação do Conselho de Ministros, sugerindo que fossem estudados 
mecanismos alternativos para o tratamento de conflitos, dando ênfase à mediação e reconhecendo a 
sobrecarga de processos dos tribunais europeus. 
As formas como as nações europeias se organizam, dependem dos seus fatores 
constitucionais culturais e políticos, no entanto, os mecanismos alternativos de resolução de conflitos 
têm sido amplamente utilizados. 
Em 1998, foram publicados os Princípios Europeus sobre Mediação Familiar, pelo Conselho 
Europeu, cujo texto foi elaborado pelos representantes dos quarenta Estados Membros, deste 
Conselho. 
 
 
AMÉRICA LATINA 
 
Nos últimos cinco anos, tem aumentado na América Latina o uso das resoluções alternativas 
de disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça 
Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na mediação. A 
Colômbia foi a pioneira no uso da mediação entre os países da América Latina. Optou-se por um 
modelo descentralizado e desjuridicializado de solução de conflitos, judicial e extrajudicial. 
Na Argentina, especificamente, desde 1991 existe a RADs (“Resolução Alternativa de 
Disputas”), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a mediação por meio da criação de uma 
comissão de juízes e advogados. Posteriormente, foi aprovada a Lei Nacional de Mediação e 
Conciliação, a qual teve vigência a partir de 1996. 
Organizado em Centros de mediação e arbitragem, o sistema do Equador, permite balancear 
adequadamente a atividade de resolução de alternativa de conflitos de interesses no setor público e 
no privado. É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento adequado da mediação, 
sendo acessível, inclusive, às comunidades indígenas. 
 
 
BRASIL 
 
A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a mediação foi 
apresentada em 1998. 
O Instituto Brasileiro de Direito Processual – IBDP e a Associação de Magistrados Brasileiros 
– AMB, através de uma equipe de juristas, elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação 
Diante da variedade de propostas legislativas e diversidade de abordagem da questão, houve 
audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 de setembro de 2003, e que resultou 
numa “versão única”. 
Esse projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras propostas 
legislativas referentes à utilização da mediação 
O Conselho Nacional de Justiça – CNJ - editou a Resolução n. 125, de 29 de novembro de 
2010, indicando a mediação como meio de resolução de conflitos inserido na Política Judiciária 
Nacional de tratamento adequado de conflitos, a ser desenvolvida pelo próprio Conselho e pelos 
Tribunais do País, em parceria com outros órgãos e instituições 
Foram propostos mais três anteprojetos (PLS 517/2011, 405/2013 e 434/2013) que analisados 
conjuntamente pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob a Relatoria do Senador Vital 
do Rego, apresentou substitutivo. Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados 
(PL7.169/2014), foi elaborado substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter. 
Remetido novamente ao Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 de junho de 
2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que participaram de sua elaboração, e foi 
sancionado em 26 de junho de 2015, pela Presidenta Dilma Rousseff, como Lei 13.140. 
 
 
LEI DA MEDIAÇÃO (13.140/2015) 
 
A aprovação e posterior promulgação do marco legal da mediação é mais um passo na direção 
de um moderno sistema de resolução de conflitos no país e na construção de uma cultura que 
privilegie o diálogo, o consenso e a paz. 
A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente utilizada no país, 
podendo ser aplicada em diferentes tipos de conflito. 
A intenção do legislador é de incentivar o desenvolvimento de novas modalidades de 
mediação, abrindo espaço, dessa forma, para ampliação de sua aplicação a diversos tipos de conflitos. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 2: 
 
Questão 1: A Comunidade Europeia vem recomendando as RAD’s (Resolução Alternativa 
de Disputas) em seus Estados Membros. Podemos enfatizar neste sentido: 
 
a) Acesso para países latino-americanos e africanos participarem das mediações 
internacionais, respeitando a soberania local. 
b) Criação de um tribunal internacional de arbitragem para composição de 
litígios judiciais na Europa. 
c) Padronização dos procedimentos de mediação familiar para todos os estados-
membros, alterando a legislação interna deles. 
d) Publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi 
elaborado pelos representantes dos estados-membros. 
e) Possibilidade de mediação empresarial nas diferentes empresas em diferentes 
países. 
 
Gabarito: D. 
 
 
AULA 3: 
 
BASES TEÓRICAS E PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO 
 
 
ALGUNS SABERES 
 
• Direito - quando objetiva auxiliar as pessoas a resolverem seus conflitos, 
orientadas pelo parâmetro da solução justa; 
• Sociologia - é decisiva para a compreensão do valor das redes sociais nos 
processos de negociação; 
• Filosofia - encontra-se o principal instrumento de trabalho do mediador, as 
perguntas, que devem ser oferecidas como na maiêutica socrática, gerando informações para 
que os mediandos possam refletir sobre suas decisões; 
• Psicologia - leituras teóricas sobre o funcionamento emocional humano, 
valorizando como componente fundamental dos desentendimentos, as emoções. 
 
 
ABORDAGENS TEÓRICAS 
 
 
TEORIA DOS SISTEMAS 
 
Os sistemas apresentam como características básicas: os elementos formadores do sistema, a 
relação entre estes elementos e um objetivo comum. 
Muitas soluções surgem quando analisamos uma situação como um sistema sendo formado 
por elementos que estabelecem relações entre eles, que apresentam um objetivo, inseridos em um 
meio ambiente. 
 
 
ABORDAGENS TEÓRICAS 
 
Algumas estratégias da abordagem sistêmica são importantes na mediação. Vamos vê-las a 
seguir: 
 
- Dividir para atingir um fim – todo o problema deve ser dividido em partes menores porque 
isso facilita a sua compreensão e o seu manejo; 
- Identificar todas as partes do sistema – identificar tudo que faz parte do sistema, porque 
algumas partes identificadas podem fazer a diferença; 
- Atentar para detalhes que estão sendo demonstrados pelas pessoas; 
- Olhar para o todo, para ter uma compreensão sobre como as partes se relacionam; 
- Utilizar analogias, comparações, ou seja, o uso de soluções antigas adaptadas à nova 
realidade, na solução de problemas similares. 
 
 
TEORIA DA CIBERNÉTICA 
 
A cibernética é uma teoria dos sistemas, de controle, baseada na comunicação entre os 
sistemas e o meio-ambiente, bem como a comunicação dentro do próprio sistema. 
Possibilidade de compreender o potencial de transformação dos sistemas, levando ao 
desenvolvimento de técnicas na mediação que possibilitassem a ampliação desta capacidade de 
mudança. 
 
 
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO 
 
A comunicação humana é uma das bases de sustentação da dinâmica da Mediação e precisa 
ser decifrada pelo mediador, a cada momento, de forma a servir de referencial para a identificação da 
intervenção a ser utilizada. 
Os axiomas da comunicação fornecem importante base conceitual para entendermos o 
processo de comunicação, sendo aplicados no procedimento de mediação. 
- É impossívelnão comunicar, mesmo quando achamos que não estamos nos comunicando, 
existe uma comunicação, há uma mensagem; 
- Toda comunicação possui uma forma e um conteúdo. A relação entre o conteúdo e a forma 
na comunicação é chamado de metacomunicação. Podemos usar gestos, olhares, expressões corporais 
e faciais para dar mais ênfase ao que queremos comunicar; 
- A natureza de uma relação encontra-se na identificação das sequências de comunicação 
entre os envolvidos; 
- Os seres humanos comunicam-se de forma digital e analógica. Na mediação, na maior parte 
das vezes, a comunicação será analógica, ou seja, face a face; 
- Todas as trocas comunicacionais são simétricas ou complementares. As trocas simétricas 
possibilitam o diálogo entre as pessoas; as trocas complementares, em geral, aparecem em situações 
de dependência, onde um manda e o outro obedece, por exemplo. 
 
 
COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA 
 
Os seres humanos têm a capacidade da compaixão e recorrem à violência quando não 
percebem outro recurso, ou quando não têm suas necessidades supridas, busca-se criar uma cultura 
de expressão que resolva os conflitos, ao invés de criá-los. A CNV se baseia na escuta empática e na 
expressão autêntica de nossos sentimentos, nossas relações com os outros e com os sistemas que 
estamos inseridos. 
 
 
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO 
 
Vamos então, estudar os princípios da mediação, tomando como base os princípios elencados 
na Lei 13.140 de 26 de junho de 2015, ou seja, a Lei da Mediação. 
CAPÍTULO I 
DA MEDIAÇÃO 
Seção I 
Disposições Gerais 
Art. 2° A mediação será orientada pelos seguintes princípios: 
 
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO: 
I - Imparcialidade do mediador; 
II - Isonomia entre as partes; 
III - Oralidade; 
IV - Informalidade; 
V - Autonomia da vontade das partes; 
VI - Busca do consenso; 
VII - Confidencialidade; 
VIII - Boa-fé. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 3: 
 
Questão 01: Considerando as bases teóricas da mediação, analise as afirmativas apresentadas 
e assinale o item correto: 
 
i. Sistema é um conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo 
comum 
ii. Mesmo quando as pessoas não se comunicam verbalmente, há uma 
mensagem 
iii. A relação entre o conteúdo e a forma na comunicação é chamada de 
metacomunicação 
iv. As trocas comunicacionais complementares possibilitam o diálogo entre os 
mediandos. 
 
a) Verdadeiro; Falso; Verdadeiro; Falso. 
b) Falso; Falso; Falso; Verdadeiro. 
c) Verdadeiro; Verdadeiro; Verdadeiro; Falso. 
d) Falso; Verdadeiro; Falso; Falso. 
 
Gabarito: C. 
 
 
AULA 4: 
 
TEORIA DO CONFLITO 
 
 
O QUE É UM CONFLITO? 
 
Conflito pode ser definido como um desentendimento entre duas ou mais pessoas sobre um 
tema de interesse comum. 
Conflitos representam a dificuldade de lidar com as diferenças nas relações e nos diálogos, 
associada a um sentimento de impossibilidade de coexistência de interesses, necessidades e formas 
de abordar o mesmo tema. 
Para Entelman (2005), o conflito traz, a princípio, uma posição rígida de intransigência, 
acompanhada inicialmente de um interesse real oculto das partes nele envolvidas. Incumbe ao 
mediador tentar realizar a sua descoberta. 
Não existe uma teoria do conflito que seja, realmente, um pensamento novo e sistemático. 
Para o Manual de Mediação Judicial (2013), conflito pode ser definido como um processo ou 
estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais 
percebidos como mutuamente incompatíveis. 
 
O que vem à sua mente quando você escuta a palavra conflito? 
Quais as possibilidades, então para a solução do conflito? 
 
 
MODERNA TEORIA DO CONFLITO 
 
É a partir do momento em que se percebe o conflito como um fenômeno natural nas relações 
é que é possível perceber o conflito de forma positiva. 
 
De acordo com Seidel (2007): 
 
1. Conflitos não são problemas - os conflitos devem ser entendidos como parte da vida, sendo 
o seu problema apenas a forma como serão enfrentados e resolvidos; 
2. Diferença entre conflito e briga - conflitos não se confundem com brigas. A briga é uma 
resposta ao conflito. 
3- Atitudes básicas frente aos conflitos - podemos ignorar os conflitos; responder de 
forma violenta aos conflitos; e, lidar com os conflitos de forma não violenta através do diálogo; 
4- Os benefícios do conflito – estimular o pensamento crítico e criativo; melhorar a 
capacidade de tomar decisões; incentivar diferentes formas de resolver problemas e situações; entre 
outros 
 
O que o mediador busca em uma mediação, no que diz respeito ao conflito? 
A transformação do conflito, ou seja, buscar e utilizar estratégias para mudança, reconciliação 
e construção de relações positivas. 
 
 
ESPIRAL OU ESCALADA DO CONFLITO 
 
Nas relações conflituosas há uma progressiva escalada do conflito, resultante de um círculo 
vicioso de ação e reação. Cada reação torna-se mais severa do que a ação que a precedeu e cria uma 
nova questão ou ponto de disputa. As causas que deram origem ao conflito, progressivamente, 
tornam-se secundárias. 
 
 
FORMAS DE RESOLVER CONFLITOS 
 
Processos destrutivos - há uma tendência de o conflito aumentar ou tornar-se mais acentuado 
no desenvolvimento da relação. 
Este conflito torna-se, com frequência, independente das causas iniciais que o gerou, 
assumindo aspectos competitivos, onde uma parte busca vencer ou derrotar a outra parte. 
Os processos construtivos - seriam aqueles em que as partes concluiriam a relação processual, 
se estivessem nessa situação, com um fortalecimento da relação social preexistente à disputa. 
Isso ocorreria pelo aumento do conhecimento entre elas e pela empatia desenvolvida na 
resolução do conflito. 
 
 
MANEJO DOS CONFLITOS 
 
O manejo dos conflitos envolve os processos de: comunicação, percepção, atitudes para com 
o outro e orientação para o resultado do problema. 
Esses processos determinam duas formas de manejo dos conflitos: competição e colaboração. 
Quadro de Kilman e Thomas sobre os manejos do conflito de acordo com os diferentes 
processos envolvidos. 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DOS CONFLITOS 
 
• Intrapessoal – é um conflito, exclusivamente, nosso, e que às vezes existe 
porque nós o vivemos assim; 
• Interpessoal – os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas 
e podem ocorrer por vários motivos; 
• Intragrupal - as diferenças individuais têm influência na dinâmica dos 
grupos, podendo levar a discussões, tensões, insatisfações e ao conflito aberto, dentro do 
grupo; 
• Intergrupal - é definido como uma incompatibilidade de objetivos, crenças, 
atitudes ou comportamentos, encontrados entre grupos; 
• Social - é o conflito que afeta a sociedade como um todo. 
 
 
ESPÉCIES DE CONFLITOS 
 
• Conflitos de valores – se dão entre pessoas que têm modos diferentes de 
vida ou critérios divergentes de como avaliar comportamentos; 
• Conflitos de informação - envolve a falta de informação e a informação 
errônea, assim como pontos de vista diferentes sobre os dados que são relevantes, a 
interpretação desses dados e como é feita a avaliação 
• Conflitos estruturais –são causados pela distribuição desigual ou injusta do 
poder e dos recursos. Limitações de tempo, padrões de interação destrutivos e fatores 
geográficos ou ambientais desfavoráveis; 
• Conflitos de interesses – são aqueles que envolvem a concorrência real ou 
percebida de interesses em relação aos recursos, à forma de resolver uma disputa ou às 
percepções de confiança e equidade 
 
 
NÍVEIS DE CONFLITOS 
 
• Latente - o conflito latente pode-se dizer que existe, mas não é dito, porque não é 
percebida a sua existência por quem o detém. 
• Percebido - a pessoa ou as duas partes sabem da existência dele, mas não querem 
resolvê-lo, talvez por não incomodaro suficiente, ainda, as pessoas envolvidas; 
• Sentido – é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e consciência 
da sua existência; 
• Manifesto - a agressividade está explícita, os comportamentos são assumidos como 
tais. Essa agressão explícita pode variar desde a resistência passiva branda, passando 
pela sabotagem, até o conflito físico real. 
 
 
A MEDIAÇÃO E O CONFLITO 
 
O mediador contribui com um outro olhar sobre o conflito. Deve fazer com que as partes 
enxerguem o conflito como um espaço de reconstrução, de aprendizado e de construção de sua 
autonomia. 
Contudo, o mediador precisa contribuir para que o conflito seja enxergado e analisado de 
forma pedagógica. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 4: 
 
Questão 01: No que diz respeito ao conflito, segundo a moderna teoria do conflito, podemos 
afirmar que: 
 
a) Conflito é sinônimo de intolerância e desentendimento; 
b) Conflito é um obstáculo à paz; 
c) Conflito é um desentendimento entre duas pessoas sobre temas diferentes; 
d) Conflito é uma forma violenta de resolver um mesmo assunto; 
e) Conflito pode estimular o pensamento crítico e criativo 
 
Gabarito: E. 
 
 
AULA 5: 
 
FUNDAMENTOS DA NEGOCIAÇÃO 
 
 
NEGOCIAÇÃO – CONCEITUAÇÃO 
 
A negociação é o meio através do qual as pessoas lidam com suas diferenças. Na verdade, 
negociar é buscar um acordo por meio de um diálogo. 
É importante que você perceba que a negociação está de forma permanente em nossas vidas. 
Fisher; Ury; Patton (2005): “Negociar é obter acordo de mútuo interesse e, se houver 
conflitos, adotar padrões corretos, sem considerar propostas puramente individuais” 
“Negociação é um processo, em que duas ou mais partes, com interesses comuns e 
antagônicos se reúnem para confrontar e discutir propostas com o objetivo de alcançarem um acordo”, 
segundo BERLEY (1984). 
 
 
CONDIÇÕES PARA A NEGOCIAÇÃO 
 
1- As partes devem ter interesses em comum – as partes preferem, em conjunto, certos 
resultados no lugar de outros. 
2- As partes devem ter interesses conflituais – alguns dos resultados desejados são 
melhores para uma das partes e outros são melhores para a outra 
3- As partes devem ter possibilidade de comunicação entre si - para que exista a busca 
de um acordo, é necessário ter oportunidade de comunicar o que se oferece e o que se aceita. 
 
 
NEGOCIAÇÃO 
 
A negociação utilizada na mediação, advinda da Escola de Harvard é chamada de negociação 
colaborativa ou integrativa ou baseada em princípios. 
 
 
NEGOCIAÇÃO COLABORATIVA, INTEGRATIVA OU BASEADA EM 
PRINCÍPIOS 
 
Negociação colaborativa ou baseada em princípios - chega a resultados justos, abordando os 
reais interesses dos envolvidos e, não, suas posições. 
X 
Negociação posicional - neste tipo de negociação, os negociadores se tratam como oponentes, 
o que acarreta em uma situação em que um ganha e o outro perde. 
 
 
PONTOS FUNDAMENTAIS: 
 
• separação das pessoas dos problemas; 
• foco nos interesses e não nas posições; 
• geração de opções de ganhos mútuos; 
• utilização de critérios objetivos 
 
 
SEQUÊNCIA NA NEGOCIAÇÃO INTEGRATIVA, COLABORATIVA OU 
BASEADA EM PRINCÍPIOS 
 
• identificar e definir o problema; 
• entender o problema e trazer os interesses e necessidades para a negociação; 
• gerar soluções alternativas para o problema; 
• avaliar e selecionar as alternativas. 
 
 
MELHOR ALTERNATIVA À NEGOCIAÇÃO DE UM ACORDO (MAANA) 
 
Trata-se do curso de ação de nossa preferência caso não haja consenso. 
É saber o que faremos ou o que vai acontecer se não conseguirmos chegar a um acordo na 
negociação. 
O melhor negócio não é aquele que prevalece em detrimento do outro, mas aquele que 
satisfaça os dois lados. 
 
 
FATORES LIGADOS À ESCOLHA DO TIPO DE NEGOCIAÇÃO 
 
• o objetivo que se tem em mente ao participar da negociação; 
• o comportamento característico dependendo da abordagem utilizada; 
• os resultados alcançados a partir do modelo usado. 
 
 
BARGANHA DISTRIBUTIVA OU NEGOCIAÇÃO BASEADA EM POSIÇÕES 
 
Os interesses reais das pessoas não serão contemplados e sequer discutidos, podendo levar a 
negociação para um impasse e deterioração das relações. 
A barganha distributiva tem como premissa que tudo que se ganhar na negociação é à custa 
do oponente. Cada ganho que tiver implica diretamente em perda para o outro. 
 
 
HABILIDADES DO NEGOCIADOR 
 
Depende do tipo de negociação que será realizada, o método e as estratégias empregadas. 
Existe um número significativo de habilidades que todo negociador deve ter, independentemente da 
situação. 
 
 
HABILIDADES DO NEGOCIADOR: 
 
• excelente comunicação, 
• flexibilidade, 
• criatividade, 
• capacidade de observação e decisão. 
• não deve superestimar ou subestimar as suas próprias capacidades pois, isso 
pode levar ao fracasso da negociação. 
 
 
ATIVIDADES DA AULA 5: 
 
Questão 01: Leia com atenção este diálogo entre a Sra. Sara, chefe de um Departamento de 
Vendas e sua subordinada, Amélia. 
 
Sra. Sara: Está claro, então, de que forma o trabalho tem de ser realizado? 
Amélia: Mas, Dona Sara, a equipe já apontou algumas falhas nesse processo... 
Sra. Sara: Eu sei o que estou dizendo. Vai ser assim e ponto final. 
 
Na sua opinião, a Sra. Sara é uma boa negociadora? Justifique sua resposta. 
 
Gabarito: 
 
Não. A Sra. Sara não deve ser considerada uma boa negociadora, uma vez que, ao assumir 
uma postura típica daqueles que pensam ser “donos da verdade”, ela demonstra não estar disposta 
ao diálogo e à busca de uma solução que se mostre interessante para todos, em especial para a 
organização. 
 
Questão 02: A característica que NÃO faz parte de um processo de negociação: 
 
a) Existir, pelo menos, duas partes envolvidas. 
b) As partes envolvidas apresentam conflito de interesses a respeito de um ou mais tópicos. 
c) Uma negociação pode apresentar duas abordagens: distributiva e integradora. 
d) Uma das habilidades de negociação é a utilização de critérios subjetivos para a negociação. 
e) Toda busca de acordo e de consenso requer alguma forma de negociação. 
 
Gabarito: D. 
 
AULA 6: 
 
O PROCESSO DE MEDIAÇÃO E SUA DINÂMICA 
 
 
AGENTES E ALGUNS FATORES IMPORTANTES NA MEDIAÇÃO MEDIADOR 
 
• O mediador, na mediação, atua exclusivamente como mediador. 
• O mediador deve cumprir e fazer cumprir os princípios da mediação. 
• O mediador está eticamente impedido de exercer sua profissão de origem, 
inclusive no que diz respeito a prestar esclarecimentos técnicos às partes. 
 
 
AGENTES E ALGUNS FATORES IMPORTANTES NA MEDIAÇÃO 
COMEDIAÇÃO 
 
Trabalho em conjunto de duplas de mediadores, que apresenta características que são 
valorizadas na mediação como: colaboração, diálogo e inclusão. 
 
 
AGENTES E ALGUNS FATORES IMPORTANTES NA MEDIAÇÃO PARTES 
 
• São os participantes na mediação e aqueles que têm o poder de decisão. 
• As partes têm autonomia e protagonismo na mediação. 
• As partes devem assumir a responsabilidade de tomar as decisões que 
influenciarão as suas vidas, no presente e no futuro. 
 
 
AGENTES E ALGUNS FATORES IMPORTANTES NA MEDIAÇÃO ADVOGADOS 
 
A mediação é um processo que não envolve apenas direitos, mas outros interesses mais 
amplos. 
Na maior parte da mediação, quando há a presença dos advogados, estes não se manifestam, 
e se isto ocorre entendemos que estão desempenhando os seus papéis de forma correta. 
Os advogados ou representantes legais, participarão das mediações, esclarecendo os direitos 
de seus clientes. 
Mediação judicial e a participação dos advogados - leitura dos dois documentos que 
especificam e esclarecem: a lei da mediação e o novo CPC. 
 
 
ESTRUTURA DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO 
 
A mediação é composta de uma série de atos coordenados, no entanto, o mediadortem a 
liberdade de, dependendo da situação, flexibilizar o procedimento para que desta forma a mediação 
possa ser eficaz. 
Cada mediador desenvolve e tem um estilo próprio de mediar, respeitando as questões 
técnicas e éticas. 
 
 
A DINÂMICA DA MEDIAÇÃO 
 
Atualmente, no Judiciário temos uma série de procedimentos que deverão ser seguidos para 
que a mediação ocorra. 
Documentos que legalizam a mediação: a lei 13.105 (2015) e a lei 13.140 (2015). 
Em contrapartida, nas mais variadas áreas, incluindo àquelas ligadas ao Judiciário, podemos 
ter a situação em que uma pessoa procura a instituição para dar entrada em uma ação e lhe é oferecida 
a mediação (com uma breve explicação sobre ela), a partir de uma avaliação sobre a pertinência deste 
procedimento, segundo o caso apresentado. 
O ambiente da mediação deve ser bem confortável, mantendo a privacidade, e estimulante 
para o diálogo. 
O espaço da mediação deve conter, sempre que possível, uma mesa redonda, onde é criada a 
garantia de que todos se veem e estão no mesmo plano. Todos devem ter acesso a papéis e canetas 
para realizarem as anotações que se fizerem necessárias. 
 
 
PRÉ-MEDIAÇÃO 
 
Este momento poderá ser feito individualmente ou com as duas partes simultaneamente. 
Na pré-mediação irá ocorrer a troca de informações antes de iniciar a mediação propriamente 
dita. 
O mediador explica sobre o processo de mediação, avalia se a mediação é possível, a partir 
das informações das partes, além de analisar a possibilidade da sua atuação como mediador naquele 
caso 
É importante que, na pré-mediação, os mediandos sejam informados sobre a técnica da 
mediação, seus objetivos e alcance. 
Serão descritos o papel do mediador e dos mediandos. 
Se estes comparecerem com seus advogados, o mediador deve esclarecer a importância destes 
como assessores e consultores jurídicos. 
 
 
ETAPAS DA MEDIAÇÃO 
 
1- Abertura 
2- Relato das histórias 
3- Resumo 
4- Pauta de trabalho 
5- Esclarecimento das controvérsias 
6- Resolução de questões 
7- Finalização da mediação 
 
 
BENEFÍCIOS DA MEDIAÇÃO 
 
É a partir da consideração dos vários aspectos do conflito, que são trabalhados pelo mediador, 
que as partes chegarão a um diálogo construtivo, transpondo as barreiras de comunicação e superando 
as diferenças para chegarem a uma solução. 
O empoderamento das partes, em que cada uma delas terá o seu senso de valor e poder 
restaurado para que possa resolver aquele conflito e os futuros conflitos porque como sabemos, não 
há vida sem conflitos. 
Proporcionar um ambiente neutro para que as partes, possam expor os seus sentimentos e, 
também, compreender o ponto de vista da outra parte, com a facilitação da comunicação pelo 
mediador. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 06: 
 
Questão 01: Vamos ver se você entendeu bem os procedimentos que foram explicados nesta 
aula: Em uma briga entre vizinhos foi sugerida a participação em uma mediação. As pessoas foram 
encaminhadas para uma Câmara de Mediação, onde foram esclarecidas sobre o procedimento a ser 
realizado. Ao saírem do estabelecimento, uma delas comentou com um amigo que o acompanhava: 
“A próxima mediação ocorrerá em uma semana. O mediador disse que nos trará uma solução para o 
caso”. 
Este comentário: 
a) Procede porque na pré-mediação, o mediador, ao escutar as partes, já pode ir 
compreendendo o conflito e preparando a sua solução; 
b) Não procede porque o procedimento realizado não foi uma mediação, no entanto se fosse, 
o mediador poderia dar a solução para o conflito; 
c) Não procede porque o procedimento realizado foi uma pré-mediação apesar do mediador 
já ter colhido informações suficientes para a sua solução; 
d) Não procede porque não foi realizada uma mediação e sim a pré-mediação, além disso, o 
mediador não dá solução para os conflitos; 
e) Procede este comentário porque na mediação realizada, os conflitos ficaram claros e o 
mediador apenas deverá trazer a solução; 
 
Gabarito: D. 
 
 
Aula 7: 
 
FERRAMENTAS DA MEDIAÇÃO 
 
 
A mediação de conflitos utiliza várias ferramentas, para permitir que desta forma, os 
mediandos consigam realizar uma dinâmica a nível da comunicação, favorecendo as suas relações. 
É importante reforçar que estas ferramentas são utilizadas durante todo o processo de 
mediação, sendo fundamental para o mediador o seu conhecimento e a sua aplicação nos diferentes 
momentos da mediação. 
 
 
RECONTEXTUALIZAÇÃO OU PARAFRASEIO 
 
O mediador irá estimular as partes a perceberem determinado contexto a partir de outra 
perspectiva. Este trabalho consiste em estimular a pessoa a considerar ou entender certo 
comportamento, expressão, interesse ou situação, de forma mais positiva, para que se possa trabalhar 
soluções mais positivas para aquela questão. 
 
 
AUDIÇÃO DE PROPOSTAS IMPLÍCITAS 
 
Em geral, em uma mediação encontramos as partes com dificuldade de se comunicar de uma 
forma neutra, normalmente, estão exaltadas. Isso gera uma comunicação inadequada e, muitas vezes, 
elas podem propor soluções sem perceber que estão propondo. 
O mediador deve identificar para os mediandos estas propostas para que desta forma, eles 
possam construir uma solução consensual. 
 
 
AFAGO OU REFORÇO POSITIVO 
 
O afago é uma resposta positiva do mediador a um comportamento produtivo das partes ou 
dos advogados, se for uma mediação que conte com a presença destes profissionais. 
Esta atitude é uma forma de estimular as partes ou os advogados a continuarem a ter uma 
atitude positiva frente a mediação. 
 
 
SESSÕES PRIVADAS OU INDIVIDUAIS OU CAUCUS 
 
As sessões privadas são encontros realizados entre o mediador e cada uma das partes, sem 
que a outra esteja presente. 
É utilizada com as duas partes, com igual tempo para as duas. Elas podem ser usadas com 
diversos objetivo. 
 
 
INVERSÃO DE PAPÉIS 
 
Esta é uma técnica para desenvolver a empatia entre as partes. Cada um deve perceber o 
contexto sob a perspectiva do outro. Recomenda-se, em geral, que esta técnica seja utilizada em 
sessões privadas. O mediador deve avisar às partes que é uma técnica e que será utilizada com a outra 
parte também. 
 
 
GERAÇÃO DE OPÇÕES 
 
O mediador não apresenta soluções, mas deve estimular as partes a cria-las. A parte deve 
aprender a buscar opções sozinhas, já que a mediação tem um papel educativo. 
Para gerar novas opções, as partes deverão ser estimuladas. O primeiro passo do mediador é 
realizar perguntas que ajudem as partes a pensar em soluções conjuntas. 
 
 
NORMALIZAÇÃO 
 
Sabemos que o conflito é uma característica natural de qualquer relação. No entanto, as partes 
se sentem constrangidas, principalmente, quando o conflito está na Justiça. 
O mediador não deve permitir que as partes se culpem, ou se sintam constrangidas de estarem 
em conflito. Dessa forma, o mediador irá normalizar o conflito. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DE QUESTÕES E INTERESSES 
 
As partes, em geral, perdem o foco em situações de disputa, muitas vezes, deixando de lado 
as questões que são importantes para a solução da mediação. 
O mediador, nestes casos, deve estabelecer uma relação com as questões a serem trabalhadas 
e os interesses reais das partes. 
 
 
ENFOQUE PROSPECTIVO 
 
É importante que o mediador tenha um enfoque voltado para o futuro. 
O mediador não deve escutar as partes pensando em quem está certo ou errado, mas sim, 
ouvir identificando os reais interesses, as questões a serem resolvidas e estimulando as partes a 
encontrarem soluções, daqui para frente. 
 
 
TESTE DE REALIDADE 
 
As pessoas em conflito, por estarem envolvidas emocionalmente na situação, tem uma 
percepção seletiva em razão do estado emocional em que se encontram. 
O mediador de conflitos busca uma nova reflexão dos envolvidos sobre o problemaque os 
envolve e suas possíveis soluções. 
É uma busca de uma reflexão realista dos mediandos sobre as propostas apresentadas por 
meio de parâmetros objetivos. 
 
 
VALIDAÇÃO DE SENTIMENTOS 
 
Esta técnica consiste em identificar os sentimentos que foram desenvolvidos em razão do 
conflito e trabalha-los como uma consequência natural. 
O mediador acolherá e legitimará um comportamento considerado como negativo, 
identificando nele o que há de positivo, ou seja, uma necessidade não atendida. 
 
 
ESCUTA ATIVA 
 
Uma escuta de qualidade, e não apenas o fato de ouvir, é fundamental para a mediação. A 
escuta ativa requer que o mediador tenha uma participação efetiva no diálogo. Envolve: escutar com 
curiosidade genuína; estimular a fala dos mediandos; perceber a dinâmica e o conteúdo da 
comunicação como um todo; e, confirmar o entendimento daquilo que o mediando falou através de 
resumos das falas dos mediandos. 
 
 
MENSAGEM-EU 
 
Através desta mensagem, o mediador assume a responsabilidade sobre as suas percepções e 
autoria dos discursos. 
O mediador deve sempre utilizar a primeira pessoa do singular (EU), para se referir a alguma 
percepção. 
A ideia desta técnica é entender que as percepções são individuais e que cada um deve se 
responsabilizar pelas leituras que fizerem das situações. 
 
 
PERGUNTAS 
 
As perguntas são ferramentas fundamentais e constantes na mediação. 
É a partir das perguntas do mediador que aparecerão as informações, reflexões, ideias e 
decisões sobre o problema que está sendo mediado. 
Os mediadores transformam hipóteses, sugestões e afirmações em perguntas. 
 
 
RESUMO 
 
Os resumos são importantes ferramentas na mediação e são usados em vários momentos. 
É através dos resumos que o mediador vai situando os mediandos quanto à mediação ou é 
uma forma de sintetizar as suas falas. 
 
 
FERRAMENTAS DA MEDIAÇÃO 
 
Na mediação, como em qualquer outro campo de atuação, a escolha e o uso das ferramentas 
são estratégias fundamentais para o êxito em qualquer profissão. 
Para reunir as ferramentas é preciso habilidade para eleger aquela que melhor se insere numa 
determinada intervenção. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 7: 
 
Questão 01: A sessão privada, denominada de caucus, tem o seguinte objetivo: 
 
a) Dar oportunidade para a parte, com o auxílio do mediador, rever sua posição 
em relação ao conflito, decidindo a solução para o litígio. 
b) Dar oportunidade para a parte desabafar e rever, com o auxílio do mediador, 
sua posição em relação ao conflito, estabelecendo uma estratégia de convencimento da outra 
parte. 
c) Dar oportunidade para a parte desabafar, abrandar as emoções decorrentes da 
vivência do conflito e rever sua posição em relação ao conflito, avaliando as propostas do 
mediador. 
d) Dar oportunidade para a parte desabafar, abrandar as emoções decorrentes da 
vivência do conflito e esclarecer alguma questão. 
e) Dar oportunidade para a parte conversar com o medidor buscando deste, 
soluções para a resolução do conflito. 
 
Gabarito: D. 
 
AULA 8: 
 
MODELOS DE MEDIAÇÃO 
 
 
MEDIAÇÃO SATISFATIVA 
 
Este tipo de mediação esteve muito fundamentado em princípios de negociação e, 
comparando-o com os modelos que surgiram mais tarde, mais voltado para os acordos. 
A Escola de Harvard é uma referência quando falamos desta mediação e vários 
procedimentos e conceitos são usados pela maioria dos outros modelos de mediação. 
 
 
MEDIAÇÃO SATISFATIVA 
 
1- Identificar posições e interesses – a primeira considerada como uma atitude polarizada e 
explícita dos mediandos; o segundo, visto a princípio como contraditório e antagônico, que deverá 
ser trabalhado na mediação. 
2- Técnicas de criação de opções para a satisfação dos interesses identificados; 
3- Observação dos dados de realidade ou padrões técnicos, éticos, jurídicos ou econômicos; 
4- Separar o conflito subjetivo (relação interpessoal) do conflito objetivo (questões 
concretas), conforme Fisher, Ury e Patton (1994). 
Este modelo foi bastante usado, também, na contribuição para a solução de impasses entre 
países. 
Se afasta, relativamente, da construção de acordos como objetivo e privilegia a transformação 
do conflito modificando uma postura adversarial para uma postura colaborativa. 
Apresenta a contribuição da Escola de Harvard no que diz respeito à compreensão da 
complexidade, flexibilidade e intersubjetividade das relações. 
A mediação transformativa tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do 
fortalecimento próprio e do reconhecimento dos outros. 
O fortalecimento próprio – está baseado na identificação dos reais interesses e necessidades 
de cada um dos mediandos; ao passo que o reconhecimento do(s) outro(s) –– está voltado para a 
identificação dos reais interesses, necessidades e valores do(s) outro(s). 
A mediação transformativa engloba, portanto, técnicas da mediação satisfativa, aspectos da 
terapia sistêmica de família e os elementos já citados do modelo de ciência contemporânea, que são: 
complexidade, intersubjetividade e instabilidade. 
Destaca a importância da pré-mediação e dos conceitos e procedimentos estudados na aula 7. 
 
 
MEDIAÇÃO CIRCULAR-NARRATIVA 
 
Este é um modelo de mediação que adiciona ao modelo satisfativo tradicional conceitos da 
teoria geral dos sistemas, da teoria da cibernética e teoria da comunicação, entre outras teorias 
específicas deste modelo. 
Sara Cobb, mediadora americana e idealizadora deste modelo, propõe uma forma de trabalhar 
que inclui, a construção do acordo e, em paralelo, da relação social entre os envolvidos. 
A mediação circular-narrativa parte do reconhecimento sobre a importância da conversa 
como o aprendizado mais importante que praticamos. Aprendemos e desenvolvemos nossa arte de 
conversar com os outros. 
A mediação, neste modelo, é considerada como um processo conversacional que ocorre a 
partir da comunicação. 
A tarefa do mediador, desta forma, é desestabilizar as histórias antigas e possibilitar que os 
mediandos construam novas histórias. 
 
MEDIAÇÃO ESTRATÉGICA - Este modelo é dividido em etapas e estas encontram-se 
estabelecidas em dez estágios. A desconstrução do conflito e a reconstrução da relação são estágios 
anteriores à tomada de decisão. 
 
 
MEDIAÇÃO NARRATIVA - voltada para a linguagem e, principalmente, com as versões 
dos fatos consideradas como construções particulares de cada sujeito, levando esta compreensão para 
a prática da mediação. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 8: 
 
Questão 01: Marque a resposta correta: 
Na mediação transformativa, a atenção do mediador se concentra nas necessidades dos 
disputantes e em sua relação. Os mediadores facilitam um processo pelo qual os próprios disputantes 
determinam o rumo e o resultado da 
 
a) lide e investem em obrigatoriamente obter um acordo, já que este é o objetivo 
primeiro do processo. 
b) mediação, não importando se isto acabará levando a um acordo ou não. 
c) disputa, em que quem tiver a opção mais aplicável ganhará prioridade no 
acordo urgente. 
d) solução, sendo que não é objetivo, neste momento, desenvolver a consciência 
social de que conflito e resultados precisam ser em consenso. 
e) resolução do conflito, sem que se precise considerar que cada um tem seus 
motivos, pois o que importa é a assunção de um encaminhamento transformativo. 
 
Gabarito: B. 
 
 
Questão 02: Correlacione as colunas de acordo com os modelos de mediação aprendidos 
nesta aula: 
 
( ) O trabalho é feito com a comunicação, modificando as narrativas para, assim, conseguir a 
mudança da realidade. 
( ) As versões dos fatos são consideradas como construções particulares de cada sujeito. 
( ) A desconstrução do conflito e a reconstrução da relação são estágios anteriores à tomada 
de decisão. 
( )Os procedimentos são aplicados como técnicas de negociação e priorizam o conflito 
objetivo, visando ao acordo negociado. 
( ) O modelo tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do fortalecimento próprio e do 
reconhecimento dos outros. 
 
Gabarito: Mediação circular-narrativa, Mediação narrativa, Mediação estratégica, 
Mediação satisfativa, Mediação transformativa. 
 
 
AULA 9 
 
CONTEXTOS DE APLICAÇÃO DA MEDIAÇÃO 
 
 
MEDIÇÃO FAMILIAR 
 
Tem por objeto a família em crise, não para invadir ou para dirigir o conflito, mas para 
oferecer-lhes uma estrutura de apoio profissional, a fim de que lhes seja aberta a possibilidade de 
desenvolverem, através da mediação, a consciência de seus direitos e deveres, a responsabilidade não 
só pelo conflito mas, por tudo que será conversado na mediação, inclusive o que irão assumir como 
compromisso para o futuro. 
 
CONTEXTOS DE APLICAÇÃO DA MEDIAÇÃO 
 
 
MEDIAÇÃO FAMILIAR 
 
Não apenas questões de separações de casais com filhos ou sem filhos podem ser resolvidas 
através da mediação familiar, mas ela se mostra um procedimento muito eficaz nos conflitos 
decorrentes de laços de parentesco como questões entre irmãos, primos , tios , sobrinhos e demais 
situações familiares. 
 
 
MEDIAÇÃO EMPRESARIAL 
 
O aumento da atividade empresarial levou a um incremento de conflitos entre empresários e 
entre empresas, o que tornou indispensável resolver de maneira efetiva essas situações, permitindo 
preservar as relações previamente estabelecidas. 
A significativa redução dos custos legais, tempo, a possibilidade de resolver questões 
complexas, a confidencialidade do processo ou a eliminação de dúvidas, são algumas das vantagens. 
Muitas situações, neste contexto empresarial, são fruto do descumprimento de cláusulas 
contratuais. A mediação, por esse motivo, pode ter como resultado a elaboração de um novo contrato, 
com novas perspectivas entre as partes. 
 
 
MEDIAÇÃO ORGANIZACIONAL 
 
Aborda os conflitos e a negociação no âmbito das organizações, devendo o mediador , neste 
contexto, ter habilidades necessárias para uma adequada gestão do conflito organizacional. 
Alguém que promova o diálogo entre os empregados, lidere novos projetos sob uma 
perspectiva neutra, e que ajude a gerar vínculos novos baseados na confiança e na boa comunicação. 
 
 
MEDIAÇÃO ESCOLAR 
 
A mediação surge para tentar prevenir e solucionar quaisquer conflitos que ocorram na 
instituição de ensino. 
O uso da mediação, neste contexto, pode ser para resolver disputas e controvérsias na escola, 
entre alunos, docente, diretores, coordenadores e pais, visando uma melhor convivência. 
A mediação escolar possibilita, dentro da escola, a educação de valores, a educação para a 
paz e uma nova visão sobre os conflitos. É um modelo de intervenção que promove a escuta ativa, a 
participação colaborativa e o desenvolvimento da criatividade. 
 
 
MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA 
 
Vamos perceber a criação de espaços de diálogos em que as pessoas, com suas diferenças, 
vão construir seus lugares na sociedade de forma pacífica, dinâmica e colaborativa. 
Estabelece canais para a intervenção política, institucional e social, permitindo uma reflexão 
sobre a realidade atual, preservando as características de uma comunidade pluralista, igualitária e 
integradora. 
São vários os pontos positivos da Mediação Comunitária, a destacar: estímulo ao diálogo 
positivo entre famílias e vizinhos, incentivo à participação ativa dos cidadãos na solução de conflitos 
individuais e coletivos, criação de espaços de escuta, prevenção à má administração de conflitos 
futuros, destaque à valorização do coletivo em detrimento do individual, buscando sempre a solução 
de um problema que satisfaça a todas as partes envolvidas. 
 
 
MEDIAÇÃO AMBIENTAL 
 
Uma mediação ambiental trabalhará para a conscientização ecológica de todos os envolvidos, 
construindo estratégias para o futuro, que devem estar em conformidade com a legislação em vigor, 
ligadas a um desenvolvimento mais sustentável e coerente, objetivando a preservação dos recursos 
ambientais naturais. 
 
 
MEDIAÇÃO JUDICIAL 
 
Suas características e seus objetivos, no âmbito do acesso material à justiça, apresenta as 
seguintes situações: autocomposição de conflitos, na qual as próprias partes decidem; intervenção de 
um terceiro, para facilitar o diálogo; inexistência da ideia que uma parte ganha e a outra perde, e a 
celeridade no procedimento de mediação juntamente com a economia de custos. 
 
Seguindo este caminho, a mediação apresenta-se como instrumento de transformação do 
Judiciário, tendo como consequência a paz social, criando uma cultura que, paulatinamente, irá 
diminuir a demanda de processos judiciais. 
No Brasil, já há previsão legal expressa em nosso ordenamento jurídico (Lei 13.140 de junho 
de 2015 e a Lei 13.105 de março de 2015). 
No entanto, é importante lembrar que a mediação tem se desenvolvido bastante na área 
judicial, no território nacional, e uma das grandes molas propulsoras deste desenvolvimento é a 
Universidade. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 9: 
 
Questão 01: Alguns autores, ao tratarem sobre mediação, conceituam este processo de 
resolução de conflitos e buscam esclarecer o papel do profissional enquanto mediador. Leia com 
atenção as afirmativas abaixo: 
 
I. A mediação familiar tem por objetivo ajudar as partes em controvérsia ou disputa a alcançar a 
aceitação mútua e concordância voluntária. 
II. A mediação familiar é um processo preventivo que tenta evitar o divórcio, através da 
intervenção firme do mediador que orienta as partes sobre as consequências jurídicas do divórcio. 
III. O mediador é um profissional com capacitação especifica, que deve manter-se neutro em todo 
processo. 
IV. A mediação não é uma arbitragem, na medida em que não tem como encargo descobrir e 
prover soluções para as partes. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) Somente as proposições I, III e IV estão corretas. 
b) Somente a proposição III está correta. 
c) Somente as proposições I e II estão corretas. 
d) Somente as proposições I e III estão corretas. 
e) Somente a proposição I está correta. 
 
Gabarito: A. 
 
 
AULA 10 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DOS MEDIADORES 
 
Código de Ética fixa normas que regulam os comportamentos das pessoas dentro de uma 
determinada profissão, e também, numa empresa. 
O Código de Ética supõe uma normativa interna de cumprimento obrigatório. 
Código de Ética para mediadores e conciliadores da Resolução 125 do Conselho Nacional de 
Justiça (CNJ) 
 
 
DOS PRINCÍPIOS E GARANTIAS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO JUDICIAIS 
 
São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: 
confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade, independência e autonomia, 
respeito à ordem pública e às leis vigentes, empoderamento e validação. 
 
• Confidencialidade - quase todos os códigos de ética para a conduta 
profissional de mediadores incluem entre as suas regras a de que o mediador deve manter em 
sigilo os dados que vem a ter conhecimento em razão do seu serviço. 
• Competência - a prática da mediação requer conhecimento e treinamento 
específico de técnicas próprias, devendo o mediador qualificar-se e aperfeiçoar-se, 
melhorando continuamente suas atitudes e suas habilidades profissionais. 
• Imparcialidade - o mediador deverá agir sem qualquer favoritismo ou ainda 
isento de preconceitos com relação as partes, ao tema a ser desenvolvido, as palavras 
utilizadas ou a aparência dos mediados. 
• Decisão informada - os mediandos têm o direito de receber informações 
quantitativas e qualitativas acerca da mediação que estão realizando, de modo que não sejam 
surpreendidos por qualquer consequência inesperada da solução que adotaram. 
•Independência e autonomia - o terceiro imparcial deve atuar com liberdade, 
sem pressões internas ou externas. A autonomia do mediador diz respeito ao fato de que ele 
pode recusar, suspender ou interromper a sessão de solução de conflitos, se entender que não 
há condições mínimas necessárias para prossegui-la ou iniciá-la. 
• Respeito à ordem pública e às leis vigentes – é importante entender que os 
acordos realizados na mediação não podem ir contra a ordem pública ou contra as leis, pois 
seria incoerente uma decisão do Poder Judiciário infringir algum desses pontos. 
• Empoderamento - é mostrar às partes que elas têm capacidade de lidar com 
seus conflitos de forma produtiva e positiva. 
• Validação - consiste em demonstrar às partes que é natural em qualquer 
relação haver conflitos e que se faz mais eficiente buscar soluções do que atribuir culpa. 
 
 
DAS REGRAS QUE REGEM O PROCEDIMENTO 
 
Informação - para os mediandos é fundamental porque garante, para eles, o conhecimento 
sobre o procedimento que irão realizar. Desta forma, sentem-se mais seguros quanto ao processo da 
mediação e o que esperar da mesma. 
Ausência de obrigação de resultado - o acordo na Mediação passa a ser a consequência lógica 
do trabalho de cooperação entre as partes realizado ao longo de todo o procedimento. 
Desvinculação da profissão de origem - O trabalho do mediador é a pacificação das partes, 
através de seu trabalho com a comunicação entre elas. Ele não pode acumular tarefas. 
Compreensão quanto à mediação - dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um 
acordo, compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o 
comprometimento com seu cumprimento. 
 
 
DAS RESPONSABILIDADES E SANÇÕES DO MEDIADOR 
 
Apenas poderão exercer suas funções perante o Poder Judiciário mediadores devidamente 
capacitados e cadastrados pelos Tribunais, aos quais competirá regulamentar o processo de inclusão 
e exclusão no cadastro. 
O mediador deve exercer sua função com lisura, respeitar os princípios e regras deste Código, 
assinar, para tanto, no início do exercício, termo de compromisso e submeter-se às orientações do 
Juiz Coordenador da unidade a que esteja vinculado. 
Aplicam-se aos mediadores os motivos de impedimento e suspeição dos juízes, devendo, 
quando constatados, serem informados aos envolvidos, com a interrupção da sessão e a substituição 
daqueles. 
No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador 
deverá informar com antecedência ao responsável para que seja providenciada sua substituição. 
O mediador fica absolutamente impedido de prestar serviços profissionais, de qualquer 
natureza, aos envolvidos em processo de conciliação/mediação sob sua condução. 
O descumprimento dos princípios e regras estabelecidos neste Código, bem como a 
condenação definitiva em processo criminal, resultará na exclusão do mediador do respectivo 
cadastro e no impedimento para atuar nesta função em qualquer outro órgão do Poder Judiciário 
nacional. 
 
 
ATIVIDADE DA AULA 10: 
 
Assinale a opção que NÃO corresponde à regra da imparcialidade: 
a) ao mediador é vedado estabelecer compromissos com os mediandos 
b) na mediação ocorre a impossibilidade do mediador conseguir algum benefício com uma 
das partes em razão do papel que ocupa 
c) o mediador não deve mediar um conflito quando não se sentir competente, mesmo que seja 
escolhido pelas partes 
d) o mediador não deve mediar um conflito quando suas crenças possam prejudicar uma das 
partes. 
e) aqueles que participarem do procedimento da mediação devem manter o sigilo sobre todo 
o conteúdo trabalhado nesta situação 
 
Gabarito: E.

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