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1 - Experiência Sendo um método psicoterápico fundamentado na experiência, esse conceito é posto como cerne da Gestalt-terapia. É a partir da experiência humana no mundo que um sentido ou não-sentido pode se estabelecer. 2 - Campo O campo é o local de presença e atravessamento onde primeiro se apresenta o sentido da experiência. Não é um local espacial, mas sim a própria estrutura do devir. Compõe-se pelo organismo e pelo ambiente que juntos formam uma totalidade não-dicotômica. 3 - Awareness É o fluxo da experiência aqui-agora, o saber da experiência. Esse saber nunca é explícito ou reflexivo. Funciona no modo médio e é um processo que envolve contato, sentimento, excitamento e formação de gestalten. 4 - Contato É o processo que tem início quando ocorre o choque provocado pela apresentação de uma novidade no campo. Envolve awareness das novidades assimiláveis ou rejeição das inassimiláveis. É através do contato que posso pensar minha existência e a existência do outro. 2.1 - Estrutura A estrutura diz respeito à configuração do campo. O campo está sempre movimentando-se para buscar a melhor configuração possível, de forma que o equilíbrio do campo é sempre provisório. 5 - Modo Médio É um modo de existir no mundo que situa-se entre um viver totalmente passivo e um totalmente ativo. Sugere uma relação organismo/mundo em que ambos influenciam-se mutuamente. O sistema self e a awareness funcionam no modo médio, pois requerem um engajamento na ação e, ao mesmo tempo, uma aceitação do devir. 4.1 -Fronteira de Contato Não é uma fronteira espacial, mas sim experiencial. Trata-se do local onde o contato tem início, é a divisão entre eu e mundo. A fronteira tem permeabilidade para permitir o contato e impermeabilidade para manter a identidade e autonomia do sujeito. 4.2 - Ajustamento criativo Refere-se ao movimento ativo do sujeito para orientar-se segundo as exigências que o campo lhe apresenta. Tal movimento é entendido como criativo, pois tanto para sanar suas necessidades organísmicas quanto para que ocorra um contato que promova crescimento, é preciso inventar, adaptar-se criativamente junto das mudanças constantes do campo. O ajustamento criativo não provém de uma necessidade interior, mas de uma relação de campo. 7 - Self Em Gestalt-terapia é concebido como contato, e, sendo o contato um processo cíclico, o self situa-se no centro do ciclo, com suas funções operando de modo a conduzir a relação com o mundo. O self tem uma antecedência ontológica em relação ao contato, e, por tratar-se o contato de um processo que ocorre na relação organismo/ambiente, podemos perceber que o self aqui não se trata de um ente que subsiste em si próprio independente do mundo, mas sim como uma continuidade que, no entanto, modifica-se conforme o campo. Conceber o self como contato indica que, na Gestalt-terapia, o sentido de si mesmo só pode ser pensado a partir da relação do eu com o mundo. Alteridade A experiência do contato é sempre de contato com outro. É através do encontro com o não-eu que o eu se constrói e dá significado a si mesmo. Dialogicidade A dialogicidade faz referência ao movimento das forças opostas, sem que essas sejam dicotômicas, mas perfaçam uma unidade. Toda a abordagem gestáltica é pensada dialeticamente. Eixos da Experiência Temporalidade O sujeito em Gestalt-terapia é inseparável da ideia de temporalidade, pois se a experiência é o que faz o sujeito, é temporalmente que se pode pensar a experiência. É o movimento infindável do tempo que possibilita as mudanças constantes no campo organismo/ambiente e somente tendo uma atitude espontânea em relação a esse devir que é possível ter-se uma experiência. Corporeidade Diferentemente de outras abordagens da psicologia, na Gestalt-Terapia o corpo não só é levado em consideração como é fundamental. É com o corpo que estamos presentes no mundo, e o corpo sempre se dirige intencionalmente ao mundo. O contato se dá primeiro no corpo, a nível sensório. É nele que as apresentações do campo primeiro reverberam, de forma pré-reflexiva.
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