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DIREITO ALTERNATIVO - Uma abordagem crítica do Direito Alternativo, como alternativa na busca por mais justiça

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05/04/2017 DIREITO ALTERNATIVO ­ Uma abordagem crítica do Direito Alternativo, como alternativa na busca por mais justiça ­ DomTotal
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Autor: Tadeu de Menezes Gama Pinheiro
Período: Acadêmica do 4º Período de Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara
DIREITO ALTERNATIVO - Uma abordagem crítica do Direito
Alternativo, como alternativa na busca por mais justiça
O presente estudo tem a pretensão de fazer uma abordagem crítica do
Direito Alternativo como alternativa na busca por mais justiça, para tal,
inicio com dizeres de Kafka (1883-1924) ao escrever "Sobre a questão das
leis": "-Nossas leis não são conhecidas por todos, elas são um segredo do
pequeno grupo de aristocratas que nos domina". Já, em outra obra, Kafka
escreveu: "Diante da Lei está parado o guardião. Quando um camponês
pede a entrada na Lei, o guardião lhe nega a entrada naquele momento".
Esses dois exemplos do saudoso autor, nos chama às seguintes questões:
o verdadeiro acesso ao Direito (Leis) e o consequente acesso à Justiça (
que neste estudo entendido como provimento, sentença �nal) estão
verdadeiramente garantidos como rege a nossa carta mãe? Ou algo
diferente do que está posto necessita ser feito?
Direito Alternativo deve ser entendido pelo radical da palavra alternativo:
Alter = Outro. Então, alternativo será o direito quando não identi�cado, ao
se desviar em relação ao conteúdo da legislação estatal.
O Direito de unidades sociais, que admite diferentes códigos normativos,
tenta ser alternativo, mas as características intrínsecas e inerentes ao
direito posto, o conferem como ordem jurídica normativa, como bem frisou
Boaventura de Souza Santos em seus estudos nas favelas cariocas. Esta
proliferação de sistemas normativos se oportunizou com a ine�ciência do
Estado em ditar o monopólio na produção de normas jurídicas. É a
ideologia alternativa atuando com o dogmatismo jurídico.
No Brasil, foi na década de 80 que o Direito Alternativo se estruturou como
movimento crítico (Lembremos que um movimento crítico ao Direito já
havia atingido a Europa: o chamado Direito Livre). Aqui, o Direito
Alternativo cresceu junto com o movimento da luta de classes por seus
direitos, como assistência legal, a educação etc. Todo esse movimento
visava no futuro que os bacharéis emanados dessas classes, estariam
intelectualmente preparados para aplicar o "Novo Direito". Era a ideia do
Direito como instrumento de luta, com a passagem do monopólio do juiz
para o domínio do conhecimento e da prática popular.
En�m, o Direito Alternativo busca um método de compreensão do
fenômeno jurídico e suas consequências político/econômicas e sociais
com a aplicação do chamado Direito Simbólico (aquele que é instituído,
mas não aplicado).
Após esta revista às de�nições e ideias do que seja Direito Alternativo,
pensemos sobre: A ocorrência de leis injustas e/ou a aplicação de lei justa
a algum inocente... não seria o momento da inversão da relação entre
norma e fato, a �m de obter da norma a base do caso concreto para
resolvê-lo?
Exemplos de oposição entre justo e lei positiva injusta, uma vez que a lei
não diz ser isto ou aquilo, acontecem aos montes. O juiz é que vai decidir
uma determinação jurídica mais justa, através da análise dos distintos
pontos de vista jurídicos. Mas é mais justa para quem?
Data:
 
Artigos Acadêmicos (http://domtotal.com/direito/lista/paginas/32/artigos-academicos)
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O Direito Dogmático está em crise na contemporaneidade, o Estado não
consegue regular todas as relações intersubjetivas relevantes ao Direito.
Assim, diversas outras fontes e até mesmo sistemas éticos tomam conta
da lacuna na esfera estatal, às vezes até se sobrepondo a ela.
É nesse momento que, frente à ine�ciência do Estado em paci�car lides da
realidade que o Direito Alternativo se apresenta nas suas mais diferentes
formulações: seja em busca de justiça, seja defendendo forças sociais ou,
ainda, participando do ordenamento estatal, mas sem perder o ideal ético.
Ao considerarmos que a tendência da Lei é impor limites, o Direito
Alternativo amplia esse limite em favor do seu tutelado, a partir de
politização da interpretação. Outro fator auxiliar na busca por justiça do
Direito Alternativo, é a utilização profunda e decente da hermenêutica, que
possibilitará que a norma não seja apenas um texto. Ela fará com que o
intérprete vá além, construindo um sentido através da interpretação. E
essa construção dos sentidos permitirá que após um longo (profundo)
processo de interpretação poderá dar algum signi�cado à norma, que se
diferenciará caso a caso indo ao encontro com possibilidades mais justas
de provimento (ideia da inversão da relação fato e norma, sugerida no
primeiro parágrafo).
Entendo que a busca do Direito Alternativo por mais justiça passa
necessariamente pela formação do Juiz, a �m de que ele se liberte para as
transformações sociais em práticas inseridas no con�ito social, tomando
consciência das aspirações do meio onde vive (Cresci Sobrinho - 1991).
Assim, em situações nas quais o contrato não tenha no seu corpo
cláusulas, mas as mesmas se encontram no verso, com letras minúsculas
de difícil leitura e houver violação da boa fé, o que fazer? A quem recorrer
com perspectiva de justiça?
A resposta está no fato do Magistrado não assistir impávido ao debate dos
que litigam, mas sim agir interferindo no litígio, procurando promover o
triunfo da justiça. O Direito Alternativo realmente se mostra em busca de
mais justiça, uma vez que mais pessoas têm acesso ao direito; mais
rápida será a resposta da Justiça; com mais rapidez se �naliza o processo,
assim mais provimentos serão dados. Porém, da mesma forma que o
Magistrado deverá ter uma formação diferente daquelas as quais as
Escolas de Direito se propõe, também os advogados, os auxiliares da
justiça, os professores deverão estar mais bem preparados e voltados para
a ideia base do Direito Alternativo de termos mais justiça, mas que,
também seja realmente justa, a �m de que não tenhamos dúvida na
resposta ao questionamento de qual Justiça se está buscando.
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