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CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” ROTEIRO PARA UMA INVESTIGAO DE ACIDENTE DE TRABALHO DIRETRIZES E PRINC PIOS O acidente constitui um evento particular que inicia um ciclo indesejado em segurança no trabalho: acaba momentaneamente o bem estar da prevenção e uma sensação de derrota envolve a equipe do SESMT. Chegou à hora de zerar a estatistica de acidentes e começar a pensar o que foi esquecido ou negligenciado para que o evento ocorresse. Como em todos os eventos em que há uma perda, de certa maneira todos se perguntam o que poderia ter feito pessoalmente para ter evitado a situação que muitas vezes incapacita temporária ou definitivamente um companheiro. Inúmeros manuais e livros falam sobre o acidente. Você já deve ter lido diversos Relatórios e Recomendações. O artigo abaixo é bastante abrangente, pois introduz muito mais questões do que respostas, em relação ao acidente de trabalho. As diversas seções dos textos nos ajudam a fazer uma reflexão sobre a prevenção no dia a dia e nos levam às perguntas essenciais que todos tentamos evitar. Tradução livre de uma publicação do Canadian Centre for Occupational Health & Safety 1. que um acidente e porque deve ser investigado? 2. Quem deve investigar o acidente? 3. O supervisor imediato do setor onde ocorreu o acidente deve fazer parte da investigao? Porque? 4. Quais as etapas envolvidas na investigao de um acidente? 5. O que deve ser verificado como a causa de um acidente? 6. Como os fatos devem ser coletados? 7. O que eu devo saber quando realizar as anlises e concluses 8. Como as recomendaes devem ser feitas 9. O que deve ser feito quando a investigao revela erro humano 10. Como devem ser compartilhadas as informaes da investigao 02 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” DEFINIES O termo incidente refere-se a um evento imprevisível que não causa lesão ou dano naquele momento mas tinha o potencial da causá-lo. O acidente pode ser definido como um evento não planejado que interrompe o cumprimento de uma atividade e pode ou não incluir lesão ou dano patrimonial. Razões para investigar um acidente de trabalho: a) Encontrar a causa do acidente e prevenir acidentes similares no futuro; b) Para cumprir determinação legal; c) Para determinar o custo do acidente; d) Para determinar o nível de conformidade legal da empresa com as NRs e) Para processar reclamações trabalhistas INVESTIGAO Quando um acidente é investigado a ênfase deve se concentrar em achar a causa primária (raiz). Quando a causa primária é determinada, geralmente encontram-se diversos eventos que eram previsíveis e poderiam ter sido prevenidos se as ações corretas tivessem sido adotadas. O objetivo principal é encontrar fatos que levaram a precipitar o acidente e não culpa. Sempre pesquisar as causas mais profundas. Não adianta simplesmente registrar as etapas que levaram ao evento. De forma ideal, a investigação deve ser conduzida por alguem experiente em causas de acidentes, em técnicas de investigação e totalmente inteirado dos processos de trabalho, procedimentos, pessoas e o ambiente das relações industriais naquela situação particular. Em alguns países existem regulamentos que exigem uma investigação conjunta, entre os representantes da gerencia e dos trabalhadores da empresa. No Brasil, é o caso da NR-5 (CIPA): 5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando: 205.064-1 / I3 a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de emergência; b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; 03 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 4 c) houver solicitao expressa de uma das representaes. Na maioria dos casos, o supervisor deve ajudar na investigao do evento. Outros membros de uma equpe de investigao de acidente, pode incluir: a) Trabalhadores com conhecimento do trabalho; b) Tecnico de Segurana; c) CIPA; d) Representante sindical; e) Empregados com experincia em investigao; f) Perito externo; g) Representante do governo (Auditor Fiscal); A vantagem do Supervisor na investigao que ele provavelmente o mais inteirado do trabalho e das pessoas envolvidas nessas condies. Posteriormente, o supervisor pode tomar aes corretivas. A desvantagem que o supervisor pode tentar encobrir as deficincias do pessoal subordinado. Essa situao pode no ocorrer se o acidente investigado por uma equipe e se o representante dos trabalhadores e os membros revisarem a fundo o relat rio da investigao do acidente. PORQUE OLHAR PARA A RAIZ DO PROBLEMA? Um investigador que acredita que o acidente causado por condies inseguras ir provavelmente tentar descobrir as causas e condies. Por outro lado, aquele que acredita que o acidente causado por atos inseguros, ir tentar encontrar erros humanos no evento. Entretanto, necessrio examinar fatores subjacentes em uma cadeia de eventos que acaba no acidente. Mesmo no mais simples acidente, raramente, se no sempre, no h somente uma simples causa. Por exemplo, se uma investigao que conclue que um acidente foi devido a um ato inseguro e no vai adiante, falhar em buscar respostas para algumas importantes perguntas: a) O trabalhador estava distrado? Em caso positivo, porque? b) Os procedimentos de segurana foram adotados? Se no, porque no? c) Os equipamentos de segurana estavam em ordem? Se no, porque? d) O trabalhado recebeu treinamento? Se no, porque? Uma investigao que responde essas e outras questes relacionadas provavelmente ir revelar as condies mais propcias de correo do que uma tentativa de prevenir “ato inseguro”. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” ETAPAS ENVOLVIDAS NA INVESTIGAO DE UM ACIDENTE a) informar o acidente a uma pessoa designada dentro da organizao b) providenciar primeiros socorros e assistencia mdica a pessoas acidentadas e prevenir futras leses c) investigar d) identificar as causas e) elaborar um Relatrio f) desenvolver um plano para aes corretivas g) implementar este plano h) avaliar a efetividade das aes corretivas; i) desenvolver mudanas para contnuas melhorias; Um intervalo de tempo deve ser empregado entre o momento do acidente e o início da investigação. Dessa forma, será possível observar as condições exatamente como elas estavam ao tempo do acidente, prevenir a perda de evidencias e indícios e identificar as testemunhas. Algumas ferramentas podem ser necessárias para a equipe de investigação, incluindo câmeras e gravadores, para não se permitir perda de tempo. MODELOS DE CAUSAS DE ACIDENTES Vários modelos de causas de acidentes têm sido propostos, desde a teoria do domino até á Arvore de Causas. Essas causas podem ser agrupadas em cinco categorias: tarefa, material ambiente, pessoal e gestão. TAREFA 1. Foi utilizado procedimentos de segurana? 2. Houve mudanas nas condies que pudessem tornar os procedimentos inseguros? 3. As ferramentas e materiais apropriadas estavam disponveis? 5 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 6 4. Os equipamentos de segurana estavam funcionando de forma apropriada? 5. Os empregados foram obrigados a trabalhar de forma insegura? 6. Para a maioria das questes, acrescente: se no, porque?” MATERIAL 1. Algum equipamento falhou? 2. O que causou a falha? 3. Os equipamentos tm um design ergonmico? 4. Haviam substancias perigosas envolvidas? 5. Havia uma substanciamenos perigosa disponvel? 6. A matria-prima estava fora dos padres? 7. Os EPI estavam sendo utilizados? 8. O uso dos EPIS foi precedido de treinamento? 9. Para todas as perguntas, “se no, por que?” AMBIENTE DO TRABALHO Quais as condies do ambiente: ruido, calor, frio, iluminao, gases, poeiras fumos? PESSOAL 1. Os trabalhadores eram experientes no trabalho? 2. Eles estavam adequadamente treinados? 3. Eles podiam fisicamente fazer o trabalho? 4. Qual a situao de sade deles? 5. Eles estariam apresentando fadiga? 6. Eles estariam submetidos a stress (do trabalho ou pessoal?) GESTO 1. As normas de segurana foram comunicadas e entendidas por todos os trabalhadores? 2. Haviam procedimentos por escrito? 3. Havia adequada superviso? 4. Os trabalhadores haviam sido treinados? CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 5. Os riscos haviam sido previamente identificados? 6. Os equipamentos estavam em regular estado de manuteno? 7. Haviam inspees de segurana regulares? COLETA DE DADOS As etapas de uma investigao de acidentes so simples: os investigadores renem e analisam informaes, desenham concluses e fazem recomendaes. Embora esses procedimentos sejam objetivos, cada etapa pode ser as suas falhas. necessrio uma mente aberta: noes preconceituosas pode resultar em algumas direes erradas quando se deixa alguns fatos relevantes encobertos. Todas as possiveis causas devem ser consideradas. Elaborar idias e anotaes enquanto ocorrem uma boa prtica mas concluses no devem ser tomadas antes que todas as informaes tenham sido colhidas. As tarefas imediatas mais importantes - operaes de resgate, tratamento mdico das leses e preveno de leses subsequentes – tem prioridade e no devem sofrer interferncias com essas atividades. Quando essas situaes estiveram sob controle, os investigadores ento comeam seus trabalhos. EVIDNCIAS Antes de tentar reunir informaes, o local deve ser examinado por uma rpida inspeo geral e identificao de todas as testemunhas. Em alguns paises, um local de acidente no pode ser perturbado sem uma aprovao posterior de autoridades oficiais. As evidencias fsicas (indcios e vestgios) so as informaes disponveis menos controversas. Estas evidencias so tambem sujeitas a uma rpida mudana ou desaparecimento; entretanto, deve ser a primeira a ser registrada, alm de: a) Posio dos trabalhadores acidentados b) Equipamentos que estavam sendo utilizadas c) Materiais ou produtos qumicos em uso d) Dispositivos de segurana e) Posio de contenes f) Posio de controles das mquinas g) Defeitos nos equipamentos h) Limpeza e higiene da rea 7 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 8 i) Condies ambientais, incluindo o horrio em que ocorreu O local deve ser fotografado antes de qualquer coisa ser movida, ambas a rea em geral e os itens especficos. Um estudo posterior cuidadoso desses materiais pode revelar condies ou observaes que possam ter sido omitidos. Desenhos da cena do acidente baseados em medidas podem tambem ajudar em anlises subsequentes e poder auxiliar em relatrios escritos. Equipamentos danificados, carcaas e amostras de material envolvidos podem ser removidos para anlises posteriores por peritos. Mesmo tendo sido realizadas fotos, devem ser preparadas anotaes no local do acidente. NR-05 TITULO COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA (107.000-2) RESUMO Estabelece parâmetros para o dimensionamento de equipe dos empregados corresponsável pela gestão dos riscos nos ambientes de trabalho IMPOSIÇÕES Eleição e escolha de representantes dos empregados e do empregador; registro na DRT; Relatórios de Reuniões regulares; elaboração do Mapa de Riscos, colaborar na elaboração dos Programas (PCMSO, PPRA), promover Campanhas (SIPAT) INFRAÇÕES Até 6.000 UFIR (calculadas para empresas de médio porte - 50/100 trabalhadores) CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” MTODO ARVORE DAS CAUSAS ASPECTOS HISTRICOS O método ADC foi desenvolvido na França no início dos anos 70, a partir de demandas concretas, oriundas da constatação de que a incidência dos acidentes do trabalho, que vinha decrescendo nos 20 anos precedentes, começava a apresentar indesejável estagnação (22, 23). Por outro lado, importantes estudos vinham sendo desenvolvidos na década de 60 com financiamento da Comunidade Européia do Carvão e do Aço, dentre os quais se destacam os de FAVERGE (11) e de LEPLAT (19), estudos estes que passaram a incorporar a noção de sistema na análise dos acidentes do trabalho: O acidente começa então a ser considerado como manifestação aparente do mau funcionamento de um sistema sócio-técnico aberto, organizado em função de determinado fim - produção de bens ou serviços (11). Cabe ressaltar também a incorporação da noção de multicausalidade na origem dos AT, que já vinha sendo desenvolvida nos anos 50, em relação a estes fenômenos. É de autoria de CUNY e KRAWSKY (9) a publicação de 1970 que apresenta os fundamentos iniciais do método que será progressivamente desenvolvido por pesquisadores do INRS nos anos subseqüentes e que tem, como ponto de partida, segundo os próprios autores, os trabalhos de Faverge2 e de Herbst3. Aspecto extremamente interessante diz respeito ao fato de CUNY e KRAWSKY (9) terem desenvolvido os fundamentos iniciais do método, atualmente conhecido como método INRS ou método ADC, a partir das descrições de 184 acidentes, feitas por contramestres e pessoal do serviço de segurança de uma mesma usina siderúrgica, ocorridos entre 1965 e 1968. Em outras palavras, os autores tiveram à sua disposição registros de AT cuja qualidade em termos de clareza, precisão e riqueza de detalhes propiciaram o início do desenvolvimento de um método, atualmente conhecido internacionalmente, principalmente a partir de sua inclusão, em 1983, na Enciclopédia da Organização Internacional do Trabalho (34). Três publicações merecem menção em relação ao método ADC, por tratar-se dos estudos que deram continuidade à investigação de CUNY e KRAWSKY (9), completando e aprofundando os enunciados iniciais. Trata-se de um estudo de KRAWSKY, CUNY e MONTEAU, de 1972 (17), um segundo estudo, de MONTEAU 9 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 10 (32) datado de 1974 (re-editado em 1977 pelo “Office des Publications Officielles des Communauts Europeenes”) e, finalmente um texto de 1975 de MERIC, MONTEAU e SZEKELY (23). Do ponto de vista do contexto francs dos anos 70, trata-se de pas que, tendo apresentado perodo de decrscimo de incidncia dos acidentes de trabalho em funo da adoo de medidas tcnicas (segurana de mquinas, melhoria de postos de trabalho, etc) e de controle de ambientes e de condies de trabalho (por meio de todo um aparato jurdico-institucional adequadamente preparado e estruturado), comea a apresentar estagnao da taxa de frequncia destes fenmenos. Tal situao, levando busca de novos instrumentos para enfrentamento do problema representado pelos acidentes, acaba por dar nascimento ao mtodo INRS (sigla da instituio que o desenvolveu), atualmente conhecido como Mtodo de rvore de Causas ou, simplesmente, mtodo ADC. ASPECTOS TERICOS E METODOLGICOS O mtodo ADC parte de dois princpios bsicos: o de que o acidente do trabalho um fenmeno multicausal e que ocorre no interior de um sistema s cio-tcnico aberto, configurando sinal ou sintoma de disfuncionamento deste, de acordo com a anlisede FAVERGE (11). De maneira simplificada pode-se dizer que o mtodo ADC compe-se de um conjunto de princpios e de regras que permitem, a partir do acidente (e tambm do quase-acidente, do incidente e do desgaste material), identificar progressivamente os fatores envolvidos em sua gnese, inicialmente pr ximos ao AT e sucessivamente montante do mesmo. Como unidade ou categoria de anlise o mtodo utiliza a atividade que, por sua vez, formada por quatro componentes: indivduo (em seus aspectos fsicos e psicol gicos); tarefa, representada pelo conjunto de aes executadas pelo indivduo enquanto participante da produo (de bens ou servios, direta ou indiretamente); material, entendido como todos os meios tcnicos para que o indivduo possa executar sua tarefa e meio de trabalho, isto , o ambiente fsico e social no qual o indivduo executa sua tarefa (9, 17, 32). Como conceito fundamental ao seu desenvolvimento, o mtodo utiliza o conceito de variao, o que significa que, em relao ao desenrolar habitual da atividade, ou seja, sem ocorrncia de acidente, alguma coisa se passou de forma no habitual e a isto denomina-se variao. Cabe ressaltar que a variao identificada em relao ao trabalho real e no ao trabalho prescrito. (23, 32) Isto significa que, se na investigao de um acidente, depara-se com uma situao na qual uma prescrio no cumprida sistematicamente, este fato no constitui uma variao mas um fato habitual ou um antecedente habitual ou permanente, conceito este desenvolvido por oposio ao de variao. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 11 A compreenso exata do conceito de variao, estabelecido por comparao a uma situao permanente ou habitual, imprescindvel utilizao do mtodo ADC. Assim, precisa ficar claro que, se a atividade se desenvolve de forma habitual, sem ocorrncia de nenhuma alterao - variao - no haver acidente. O contrrio, entretanto no verdadeiro, isto , pode haver variao em relao atividade normal, sem que sobrevenha um acidente (9, 17, 32). Por exemplo, a designao de um trabalhador para outro posto de trabalho que no o seu constitui uma variao e, entretanto, em grande parte das vezes em que isto ocorre, no sobrevm acidentes. Outro aspecto que precisa ficar claro em relao ao conceito de variao diz respeito ao no cumprimento sistemtico de normas ou regras de segurana. Se uma norma ou regra no jamais cumprida, isto constitui um fato habitual e, por si s , no explica a ocorrncia do acidente, para o que imprescindvel a existncia de pelo menos uma variao (32). Como princpios fundamentais, destacam-se: 1 ) ampliar, a partir do acidente (ou do quase-AT, ou incidente ou desgaste de material) a investigao das variaes e dos fatos habituais que participaram da gnese do mesmo, de maneira sistemtica em relao aos quatro componentes da atividade: indivduo (I), tarefa (T), material (M) e meio de trabalho (MT). Esta investigao deve retroceder at o ponto em que fatos remotos em relao ao acidente caram no esquecimento, ou quando os investigadores j obtiveram todas as respostas s questes sucessivamente formuladas. A aplicao deste princpio traz como conseqncia a ampliao do campo de investigao do AT permitindo tanto a explorao de fatores remotos em relao sua ocorrncia como, particularmente, a evidenciao de fatores organizacionais relacionados gnese do mesmo. (9, 17, 32) 2) ater-se, na investigao mencionada acima, exclusivamente a fatos ocorridos, quer se trate de variaes ou de fatos habituais, descrevendo-os de forma clara e concisa, de modo a impedir emisso de juzo de valor, vedada em todas as fases de aplicao do mtodo e interpretaes, vedadas nas fases de coleta e organizao de informaes (fatos) e de construo da rvore (17, 22, 32). A obedincia a estas diretrizes faz desaparecer das descries de acidentes termos como “negligncia”, “descuido”, “imprudncia”, etc., substitudos pela descrio factual. Finalmente, os especialistas franceses (23) recomendam que se d preferncia ao emprego do mtodo em acidentes de pequena gravidade, dado as implicaes legais existentes nos acidentes graves, que podem levar omisso de informaes importantes o que, como ser abordado frente, no coincide com nossa experincia no Brasil. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” ETAPAS DO MTODO O uso adequado e duradouro do Mtodo ADC, segundo a experincia francesa (39), requer que a empresa adote-o como um dos instrumentos de sua poltica de preveno de acidentes. Apenas nesta situao todas as etapas descritas a seguir tero condies de serem desenvolvidas. COLETA DE INFORMAES A coleta de informaes deve ser realizada no pr prio local de ocorrncia do acidente, de modo a viabilizar a observao de aspectos gerais do ambiente de trabalho (‘lay-out”, iluminao, rudo, organizao, limpeza, etc.); caractersticas de mquinas (sistemas de acionamento, zona de operao, etc), de ferramentas, de matrias-primas, etc.; caractersticas do posto de trabalho; forma de execuo da tarefa cujo desenvolvimento culminou com o acidente. Enfim a vistoria do local de ocorrncia do acidente, com elaborao de esquemas e realizao de fotografias, complementadas com entrevistas de trabalhadores dever permitir a reconstituio mais fiel possvel de como o acidente que est sendo investigado ocorreu. Em relao a esta etapa podemos colocar as seguintes questes: QUEM? ONDE? QUANDO? COMO? POR QUE? Assim, comeando a respond-las, podemos dizer que, para as condies de utilizao do mtodo previstas por seus autores, isto , pelo pessoal das empresas, a coleta de dados deve ser feita por profissional conhecedor da maneira habitual de realizao da atividade em cujo desenrolar sobreveio o AT. Acidentado, colegas de trabalho, supervisores ou contra-mestres, quadros hierrquicos superiores etc., devero todos responder s questes formuladas partir da leso provocada pelo AT, objetivando identificar o maior nmero possvel de fatores envolvidos na gnese do mesmo. A coleta de informaes deve contar com a participao de profissionais adequadamente treinados na utilizao do mtodo. O treinamento adequado considerado indispensvel (14, 16, 25, 32, 40, 41). A coleta de dados, como j foi dito, realizada no pr prio local de ocorrncia do AT, dever ser efetuada o mais cedo possvel ap s a ocorrncia do AT. 12 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 13 No existe questionrio formulado “a priori” para coleta de informaes, balizando-se a investigao pela hist ria do desenrolar da atividade, tendo os componentes da atividade - indivduo, tarefa, material e meio de trabalho como pontos de referncia para a conduo da investigao. da maior importncia que apenas fatos - habituais ou variaes - sejam registrados nesta fase. imprescindvel que se obtenha uma descrio clara, precisa, desprovida de interpretaes e de emisso de juzos de valor. A observncia desta exigncia requer, por um lado, certo domnio na linguagem falada e escrita e, por outro lado, treinamento apropriado ao uso do mtodo. No momento da coleta de dados fundamental a participao dos diferentes atores, direta ou indiretamente envolvidos no AT, para que se obtenham todas as informaes possveis sobre os fatos que efetivamente ocorreram. ORGANIZAO DAS INFORMAES OU FATOS Os fatos que constam da descrio do acidente devem ser organizados (listados) levando-se em considerao tratar-se de variao oufato habitual e segundo componente da atividade a que pertena: indivduo (I), tarefa (T), material (M) ou meio de trabalho (MT). A deciso de apresentar de modo prtico esta etapa, por meio da descrio de um acidente do trabalho a partir do qual ser construda a ADC4, coloca j dois aspectos que merecem ser explicitados: por um lado o da complexidade do fenmeno em si e, por outro lado, o da indicao do uso do mtodo, isto , para casos ocorridos em condies nas quais os problemas mais graves, relativos falta de segurana de mquinas, concepo inadequada de postos de trabalho e existncia de modos operat rios perigosos, j foram solucionados. Nestas circunstncias, aspectos organizacionais envolvidos na gnese dos AT e evidenciados com o uso do mtodo ADC adquirem grande importncia para a preveno destes fenmenos como poder ser constatado no exemplo apresentado a seguir. Resumo do acidente: Sr L, 28 anos, trabalhador no especializado. A empresa funcionava excepcionalmente noite a fim de dar vazo a um excedente de estoque de matria-prima. Por esta razo o nmero de trabalhadores era reduzido pois, ap s a jornada normal, apenas uma parte do efetivo continuava trabalhando . O Sr. L., 28 anos, operrio no especializado, trabalhava h vrios anos com o Sr. A. no triturador. A tarefa dos dois consistia em abastecer o triturador com a matria-prima, recolher o produto triturado em sacos e estoc-los por meio de “palette” transportado manualmente para local ao lado do triturador. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Normalmente o trabalho era realizado sob responsabilidade de um chefe de equipe cuja presença havia sido julgada dispensável à noite e o controle do trabalho dos Srs. A. e L. haviam sido confiados diretamente ao responsável por outro setor, o qual deveria ser chamado apenas em caso de dificuldade. Dado que o número de trabalhadores estava reduzido em relação à jornada normal, uma empilhadeira utilizada para outra tarefa encontrava-se disponível. Por sua própria iniciativa o Sr. L., que não possuía habilitação para operar a empilhadeira, começou a utilizá-la pois a chave da mesma encontrava-se sobre o painel. Segundo os Srs. A. e L., perto de meia-noite e meia, isto é, três horas e meia após o término da jornada normal, estando ambos cansados, pensaram em utilizar a empilhadeira para economizar seus esforços e ganhar tempo na estocagem dos sacos. Quando o Sr. L. efetuava uma curva em marcha-ré para mudar a posição do veículo, este tombou, prensando-o entre o solo e a coluna direita do teto de segurança, causando-lhe traumatismos múltiplos. 14 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Adaptação de acidente do trabalho discutido durante Curso sobre o Método de Árvore de Causas, ministrado por Michel Meric de 14 a 18 de abril de 1994 no Centro de Formação do INRS - Paris Analisando-se a organizao dos fatos, evidencia-se que a cada um deles corresponde uma frase composta de sujeito, verbo e, conforme o caso, complemento. A empilhadeira (sujeito) tomba (verbo). O chefe da equipe (sujeito) (verbo) um substituto provis rio (complemento). As frases so formuladas de maneira clara, objetiva, de preferncia com o verbo no presente do indicativo, sem emprego de palavras que, por seu pr prio sentido, impliquem em interpretao ou emisso de juzo de valor. Nesse sentido, cabe referir que o fato “os Srs. A. e L. querem ganhar tempo” foi registrado face s circunstncias isto , trabalho noturno ultrapassando em 3h30 a jornada normal e por haver sido expresso pelos dois trabalhadores. Outro aspecto importante diz respeito a no elaborar frases contendo dois (ou mais) fatos distintos do tipo “banco tomba e prensa p direito”, pois os fatos antecedentes ao tombamento do banco no so os mesmos da prensagem do p. No exemplo dado, os dois fatos constituem variao do componente tarefa. Entretanto, algumas vezes cometem-se falhas, agrupando-se fatos pertencentes a componentes diferentes, configurando desrespeito s regras do mtodo. Isto geralmente ocasiona a perda de coerncia do esquema (rvore), podendo invalidar o uso do mtodo. Portanto, alm do domnio da linguagem, ainda mais fundamental o domnio dos princpios e regras do mtodo. CONSTRUO DA RVORE Organizados os fatos, para se construir a rvore a partir da leso sofrida pelo acidentado, elaboram-se questes como: - o que foi necessrio acontecer para que o Sr. L sofresse traumatismos mltiplos? (recomenda-se evitar formulao do tipo “porque Y aconteceu?”, pois tende a provocar resposta simplificada, no induzindo ao raciocnio). No caso, a resposta : foi necessrio que o Sr. L tivesse sido prensado entre a coluna da empilhadeira e o solo. A indagao seguinte : este fato (ser prensado...) suficiente para explicar as leses sofridas pelo Sr. L.? No caso, a resposta afirmativa, levando construo do esquema apresentado a seguir. 15 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” A esta representação gráfica denomina-se encadeamento e significa que o fato de ter sido prensado entre a coluna da empilhadeira e o solo constituiu condição necessária e suficiente para produzir traumatismos múltiplos no Sr. L. A questão que se coloca a seguir é: o que foi necessário acontecer para que o Sr. L. fosse prensado entre a coluna da empilhadeira e o solo? A primeira resposta é: que a empilhadeira tenha tombado. Em seguida: este fato (tombamento da empilhadeira) foi suficiente para prensar o Sr. L. ou houve necessidade da presença de algum outro fato? No caso, a resposta é que o tombamento foi necessário, mas não suficiente, pois uma característica da empilhadeira, isto é, a coluna do teto teve participação. À representação gráfica apresentada a seguir, dá-se o nome de conjunção e, no caso, significa que o tombamento da empilhadeira, somado à existência e posição da coluna, foram fatos necessários e suficientes para que o Sr. L. fosse prensado. Neste ponto podemos refletir sobre a vantagem ou não de continuar o questionamento acerca de uma característica do material (posição da coluna da empilhadeira) ou nos determos neste ponto. A continuidade deste questionamento nos levará a aspectos relativos à concepção da máquina (no caso, empilhadeira) que muitas vezes se reveste de grande importância. No caso, optou-se por não continuar investigando este fato habitual (também denominado antecedente-estado ou permanente). 16 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Repetindo o mesmo tipo de questionamento podemos chegar à figura 1 17 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO O que e para que serve ? O diagrama de Causa e Efeito é a representação gráfica das causas de um fenômeno. É um instrumento muito usado para estudar: 1. Os fatores que determinam resultados que desejamos obter (processo, desempenho, oportunidade); 2. As causas de problemas que precisamos evitar (defeitos, falhas, variabilidade). Exemplos de diagramas de causa e efeito Os dois exemplos a seguir ilustram os dois tipos de diagrama de causa e efeito. O primeiro diagrama (Causa e Efeito: Desempenho Desejado) refere-se a algo que desejamos, isto é, um bom restaurante. Os fatores que determinam um bom restaurante são: instalações, comida, localização e atendimento. Para que a comida seja boa, precisamos ter higiene, bom paladar e variedade. A higiene, por sua vez, depende dosingredientes (saudáveis, bem conservados) e do preparo (receita, cuidado, etc). O diagrama é detalhado colocando as causas do efeito desejado, depois adicionando as causas destas e assim por diante até que fique bem claro como obter o objetivo visado. 18 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” O segundo diagrama (Diagrama Causa e Efeito: Problema) refere-se a um efeito indesejado, o consumo excessivo de combustível por um automóvel. Como fazer o diagrama de causa e efeito 1. Defina o problema a ser estudado e o que se deseja obter (o que deve acontecer ou o que deve ser evitado). 2. Procure conhecer e entender o processo: observe, documente, fale com pessoas envolvidas, leia. 3. Reuna um grupo para discutir o problema, apresente os fatos conhecidos, incentive as pessoas a dar suas opiniões, faça um brainstorming. 4. Organize as informações obtidas, estabeleça as causas principais, secundárias, terciárias, etc. (hierarquia das causas), elimine informações irrelevantes, monte o diagrama, confira, discuta com os envolvidos. 5. Assinale os fatores mais importantes para obtenção do objetivo visado (fatores chave, fatores de desempenho, fatores críticos). Para organizar o diagrama de causa e efeito, você pode usar as seguintes classificações de causas: 19 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 20 Os M’s: 1. Mão de obra 2. Método 3. Material 4. Máquina 5. Meio ambiente 6. Medição 7. "Management" (gestão) 4Ps: 1. políticas 2. Procedimentos 3. Pessoal 4. Planta Algumas regras bsicas: 1. defina o problema que você pretende investigar de forma precisa, isto é, evite termos abstratos e idéias muito genéricas. 2. identifique as causas do problema sob investigação em reuniões ou em sessões de brainstorm. Convide para a reunião todas as pessoas envolvidas no processo. 3. resuma sugestões em poucas palavras 4. concentre-se nas causas passíveis de serem sanadas. Afinal, se as causas de um problema não podem ser removidas, o diagrama de causa e efeito será simples exercício intelectual, sem qualquer aplicação prática. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL São dispositivos de uso pessoal, destinados a proteção da saúde e integridade física do trabalhador. O uso dos EPI no Brasil é regulamentado pela Norma Regulamentadora NR-6 da Portaria 3214 de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego. As instituições de saúde devem adquirir e oferecer EPI novos e em condições de uso aos trabalhadores sem nenhuma cobrança por seu uso. Igualmente, devem proporcionar capacitação para o uso correto dos mesmos e, caso o trabalhador se recuse a utilizá-los poderá exigir a assinatura de um documento no qual dará ciência e especificará detalhadamente os riscos aos quais o trabalhador estará exposto (SKRABA, 2004). Os EPI deverão ser cuidados, desconta minados e higienizados para prolongar sua vida útil, quando forem descartáveis não deverão ser reaproveitados. Os EPI não podem provocar alergias ou irritações, devem ser confortáveis e atóxicos. EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL/EPI UTILIZADO EM SERVIOS DE SADE E LABORTORIOS JALECOS Protegem a parte superior e inferior do corpo, isto é os braços, tronco, abdômen e parte superior das pernas. Devem ser de mangas longas, usadas sempre fechados sobre as vestimentas pessoais (não usá-lo diretamente sobre o corpo), confeccionados em tecido de algodão (mistura poliéster-algodão é inflamável), impermeabilizados ou não, devem ser descontaminados antes de serem lavados. Os jalecos descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis. Auxiliam na prevenção da contaminação de origem biológica, química e radioativa, além da exposição direta a sangue, fluídos corpóreos, borrifos, salpicos e derramamentos de origens diversas (LIMA E SILVA, 1998). AVENTAIS Os aventais podem ser usados sobre ou sob os jalecos. Quando usados nos trabalhos que envolvem produtos químicos são confeccionados em Cloreto de Polivinila (PVC), em Kevler® quando utilizados com altos níveis de calor, de borracha onde há manipulação de grandes volumes de soluções e durante lavagem e limpeza de vidrarias, equipamentos e instalações (GUIMARÃES, 2005). MACACO E TRAJE PRESSO POSITIVA 21 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” O macacão em peça única, confeccionado em tecido resistente e descartável, deve ser usado em laboratórios de Nível de Biossegurança 3/NB-3 e Nível de Biossegurança Animal 3/ NB-A3. No laboratório Nível de Biossegurança 4/ NB-4 e no Nível de Biossegurança Animal 4/NB-A4 que utiliza Cabine de Segurança Biológica Classe II, deve ser usado o traje de pressão positiva em PVC constituído de macacão em peça única impermeável, com visor acoplado ao macacão, sistema de sustentação de vida, cujo ar é filtrado, por filtro absoluto (HEPA) e, inclui ainda compressores de respiração de ar, alarme e tanque de ar de emergência. (LIMA e SILVA, 2004) Nos serviços de saúde e laboratórios também podem ser usados: uniformes de algodão composto de calça e blusa, avental cirúrgico de algodão ou descartável, macacão de algodão ou descartável e, outras vestimentas que protejam os trabalhadores e o ambiente onde estes exercem suas atividades. LUVAS São utilizadas como barreira de proteção, prevenindo a contaminação das mãos do trabalhador de serviços de saúde e de laboratório ao manipular material contaminado. As luvas reduzem a possibilidade dos microorganismos presentes nas mãos do trabalhador sejam transmitidas aos pacientes durante procedimentos invasivos ou quando pele não intacta, tecidos e mucosas possam ser tocadas. Diminuem o risco de que mãos contaminadas por microorganismos de um paciente ou fomite contaminem outros pacientes, o trabalho executado, equipamentos e instalações. A utilização de luvas não exclui o ato da lavagem das mãos (LIMA e SILVA, 1998). LUVAS DE LTEX Protegem o trabalhador dos materiais potencialmente infectantes como: sangue, secreções, excreções, culturas de microrganismos, animais de laboratório etc. são divididas em estéreis as luvas cirúrgicas e não estéreis as luvas de procedimento, descartáveis ou não. LUVAS PARA O MANUSEIO DE PRODUTOS QU MICOS Podem ser confeccionadas em: borracha natural (Látex), Butíl, Neoprene®, Cloreto de Polivinila (PVC), Acetato de Polivinila (PVA), Viton® (MC GILL, 2005). O tipo de luva usado durante o processo de trabalho deverá corresponder à substância química a ser manipulada, por exemplo, luvas de PVC para o manuseio de drogas citostáticas (LIMA e SILVA, 1998). 22 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” LUVAS DE PROTEO AO CALOR Para os trabalhos com autoclaves, fornos e muflas recomendam-se o uso de luvas de lã ou tecido resistente revestida de material isolante térmico. Para trabalhos que envolvem o manuseio a altas temperaturas, por exemplo, acima de 350o C luvas Zetex®; abaixo de 350º C luvas Kevlar® ; acima de 100º C luvas de couro curtido com sais de cromo (MC GILL, 2005). LUVAS DE PROTEO AO FRIO Na manipulação de artefatos e componentes em baixa temperatura utilizam-se luvas de algodão, lã, couro, náilon impermeabilizado, borracha revestida internamente com fibras naturais ou sintéticas. Deve ter cano longo para maior proteção. CULOS DE SEGURANA Protegem os olhos do trabalhador de borrifos, salpicos, gotas e impactos decorrentesda manipulação de substâncias que causam risco químico (irritantes, corrosivas etc.), risco biológico (sangue, material infectante etc.) e, risco físico (radiações UV e infravermelho etc.). Podem ter vedação lateral, hastes ajustáveis, cinta de fixação. As lentes devem ser confeccionadas em material transparente, resistente e que não provoque distorção, podem ser de policarbonato, resina orgânica, cristal de vidro, além de receber tratamento com substâncias anti-embaçantes, anti-risco e, resistentes aos produtos químicos (SKRABA, 2004). MSCARAS FACIAIS OU PROTETORES FACIAIS Utilizados como proteção da face e dos olhos em relação aos riscos de impacto de fragmentos sólidos, partículas quentes ou frias, poeiras, líquidos e vapores, assim como radiações não ionizantes. Resguardam a face dos respingos de substâncias de risco químico como, por exemplo, substâncias corrosivas, irritantes e tóxicas; gotículas de culturas de microorganismos ou outros materiais biológicos. Protegem contra estilhaços de metal e vidro ou outro tipo de projeteis. São confeccionadas em materiais como: propionato, acetato e policarbonato simples ou recobertos com substâncias metalizadas para absorção de radiações. (SKRABA, 2004) 23 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” EQUIPAMENTO DE PROTEO RESPIRATRIA (RESPIRADORES OU MSCARAS) São utilizados quando se manipula substâncias de risco químico ou biológico, em emergências (derramamentos e fugas de gases). Podem ser descartáveis ou exigir manutenção. Os respiradores mais utilizados são: de adução de ar (fornecem ar ao usuário independente do ar ambiente), purificador de ar (purificam o ar ambiente antes de ser inalado pelo usuário); respiradores semifaciais (máscaras descartáveis, respiradores com ou sem válvulas para poeiras, fumos e névoas), respiradores semi faciais com manutenção (com cartucho químico ou filtro mecânico), respiradores faciais de peça inteira (protegem o sistema respiratório, os olhos e a face do usuário) (MC GILL, 2005). Em serviços de saúde e laboratórios onde se manipula microrganismos de classe de risco biológico 3 como, por exemplo, o M. tuberculosis recomenda-se o uso de respirador purificador de ar semifacial N-95 (com eficiência mínima de filtração de 95% de partículas de até 0,3 µm) ou respiradores purificadores de ar motorizados com filtros de alta eficiência (filtros HEPA). Na preparação de drogas citotóxicas, quando não há disponibilidade da Cabine de Segurança Biológica/CSB, deve-se utilizar respirador para proteção contra material particulado (pó ou névoa) do tipo que utiliza filtro mecânico P2 ou P3 (classificação brasileiro-européia) ou respirador purificador de ar semifacial N-95. (BOLETIM, s/d) Existem máscaras de fuga utilizadas para evasão de ambientes onde possa ocorrer fuga de contaminantes tóxicos, vapores e gases combinados ou não com aerossóis. PROTEO AURICULAR Os protetores auriculares são do tipo concha ou de inserção. A sua utilização está indicada em situações onde o ruído excessivo pode causar perda da audição do trabalhador.Os controles dos níveis de ruído em laboratório são regidos pela NBR nº 10152/ABNT, que estabelece limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada de trabalho. As normas estabelecidas pela OSHA nos EUA, o nível de ruído é de 85 decibéis por uma jornada de trabalho de oito horas. (GUIMARÃES, 2005) TOUCAS OU GORROS Nos ambientes de serviços de saúde, laboratoriais e biotérios, os cabelos, principalmente, os longos devem permanecer presos para evitar acidentes e 24 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” contaminações por microorganismos, poeiras e ectoparasitos em suspensão. Os cabelos dos trabalhadores, também podem contaminar ambientes limpos ou estéreis ou contaminar pacientes e o produto do trabalho, por este motivo as toucas ou gorros devem ser usados. Devem ser confeccionados em tecido que permita a aeração dos cabelos e do couro cabeludo. Podem ser descartáveis ou reutilizáveis. PROTETORES PARA OS MEMBROS INFERIORES Os membros inferiores devem estar protegidos por calçados fechados durante o trabalho em serviços de saúde e laboratórios. Evitam acidentes que envolvem derramamento e salpicos de substâncias de risco químicos e biológicos, impactos, perfuro cortantes, queimaduras, choques, calor, frio, eletricidade etc. Os trabalhadores não devem expor os artelhos, o uso de sandálias ou sapatos de tecido é proibido na área de trabalho. O calçado deverá ser ajustado ao tipo de atividade desenvolvida como: botas de segurança em couro, botas de PVC, botinas e outros calçados de cano curto ou longo, com biqueira de reforço e solado antiderrapante. Sapatilhas ou pró-pés descartáveis ou reutilizáveis são, geralmente, usadas em áreas estéreis tanto em hospitais, laboratórios, biotérios e na indústria. DISPOSITIVOS DE PIPETAGEM São dispositivos de borracha (pêra de borracha), pipetadores automáticos e elétricos, etc. Evita o risco de acidente através da ingestão de substâncias contendo agentes de risco biológico, químico ou radioativo, visto que a ação de pipetar com a boca é um risco a integridade física e a saúde do trabalhador. (LIMA e SILVA, 1998) DOSIMETRO PARA RADIAO IONIZANTE É utilizado como proteção para os trabalhadores que manipulam substâncias com radiações ionizantes. São 25 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” usados como crachá, pulseira, anel ou gargantilha dependendo do tipo e emissão da radiação. Deve ser enviado para o serviço de monitoramento da Comissão Nacional de Energia Nuclear/CNEN para avaliação (LIMA e SILVA, 1998). EQUIPAMENTOS DE PROTEO COLETIVA Os Equipamentos de Proteção Coletiva EPC auxiliam na segurança do trabalhador dos serviços de saúde e laboratórios, na proteção ambiental e também na proteção do produto ou pesquisa desenvolvida. A correta seleção, uso e manutenção do equipamento de segurança permitem ao trabalhador da área de saúde a contenção apropriada contra os inúmeros riscos aos quais está envolvido no seu dia a dia. AUTOCLAVES Gera a esterilização de equipamentos termorresistentes e insumos através de calor úmido (vapor) e pressão. Sua instalação é obrigatória no interior dos laboratórios NB-3 e NB-4, sendo que no laboratório NB-4 é obrigatório à instalação de autoclave de porta dupla. Nos laboratórios NB-2 e NB-1 e serviços de saúde é obrigatório que a autoclave esteja no edifício onde os mesmos estão instalados. O monitoramento deve ser feito com registro de pressão e temperatura a cada ciclo de esterilização, testes biológicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais. (LIMA e SILVA, in press) FORNO PASTEUR Opera em superfícies que não são penetradas pelo calor úmido. É um processo demorado pode ser usado em vidraria, metal, etc. O monitoramento exige registro de temperatura nas esterilizações, testes biológicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais. (LIMA e SILVA, in press) 26 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” CHUVEIRO DE EMERGNCIA Chuveiro de aproximadamente 30cm de diâmetro, acionado por alavancas de mão, cotovelo ou pé. A localização deve ser de fácil acesso e ter um programa de manutenção constante. (LIMA e SILVA, 1998) LAVA OLHOS Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão acoplados a uma bacia metálica. O angulo do jato de água deve ser corretamentedirecionamento para a lavagem ocular. Pode ser acoplado ao chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem ocular (LIMA e SILVA, 1998). MICROINCINERADORES Dispositivo elétrico ou a gás utilizado para flambar alças microbiológicas ou instrumento perfuro cortante no interior da Cabine de Segurança Biológica (LIMA e SILVA, 1998). CAIXAS OU CONTAINERS DE AO Devem ter alças laterais e tampa, confeccionados em aço inoxidável, auto claváveis, à prova de vazamento, usados para acondicionar e transportar material contaminado por agentes de risco biológico para esterilização em autoclave. (LIMA e SILVA, in press) CAIXA DESCARTVEL PARA PERFUROCORTANTE Usada para descartar os resíduos perfuro cortantes como: seringas hipodérmicas, agulhas de sutura, bisturis, dentre 27 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” outros. (Recomenda-se que seja auto clavada antes do descarte final). (LIMA e SILVA, in press) AGITADORES E MISTURADORES Devem possuir sistema de isolamento que contenham os aerossóis formados durante sua utilização. Utilizá- los no interior da Cabine de Segurança Biológica caso não possuam sistema de isolamento (LIMA e SILVA, 1998). CENTRIFUGAS Devem possuir sistema que permita a abertura somente após o ciclo completo de centrifugação, copos de segurança e sistema de alarme quando ocorra quebra de tubos. (LIMA e SILVA, in press) SINALIZAO LABORATORIAL É um conjunto de símbolos com formas e cores diferenciados que indicam sinalização de: aviso, interdição, obrigação, segurança e prevenção de incêndio. CABINE DE SEGURANA QU MICA Cabine construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental não causa turbulências e correntes, assim reduzindo o perigo de inalação e contaminação do operador e do ambiente quando da manipulação de substâncias químicas que liberam vapore e gases tóxicos, irritantes, corrosivos etc. O duto de exaustão deve ser projetado de maneira a conduzir os vapores para parte externa da instalação, preferencialmente, no telhado. Deve ter filtro químico acoplado a saída do duto (LIMA e SILVA, 1998). 28 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” CABINES DE SEGURANA BIOLGICA (CSB) O princpio fundamental a proteo do operador, do ambiente e do experimento atravs de fluxo laminar de ar, filtrado por filtro absoluto ou filtro HEPA. As Cabines de Segurana Biol gica esto dividas em: Classe I, Classe II (divididas em A ou A1, B1, B2 e B3 ou A2 -) e Classe III (SANTO S, 2004). Legislao e Jurisprudncia A responsabilidade do empregador encontra-se definida na legislao citada a seguir, aclarada por sua vez pela jurisprudncia que segue a ela. CONSTITUIO FEDERAL/1988 - Captulo II - Dos Direitos Sociais “Art. 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem a melhoria de sua condio social: I - ............................................................................................................................................. ........................... XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;” CDIGO CIVIL BRASILEIRO/1916 “Art. 159 - Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia, ou imprudncia, violar direito, ou causar prejuzo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”. A verificao da culpa e a avaliao da responsabilidade regula-se pelo disposto nesse C digo, nos artigos 1518 a 1532 e 1537 a 1553.154 a 201 da CLT, para que sirvam de balizamento, de parmetro tcnico, s pessoas/empresas que devem manter aos ditames legais e que, tambm, devem observar o pactuado nas Convenes/Acordos 29 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Coletivos de Trabalho de cada categoria e nas Convenes Coletivas sobre Preveno de Acidentes em Indstrias de Mquinas Injetoras de Plstico; Indstrias de Prensas Mecnicas; Indstrias de Proteo, Tratamento e Transformao de Superfcies no Estado de So Paulo. Considerando-se que as vinte e oito normas existentes tm uma inter- relao entre si, o prop sito o de indicar efetivamente essa ocorrncia, demonstrando na prtica prevencionista, que muito pouco adianta atender uma Norma Regulamentadora sem levar em considerao a outra. Nosso intuito que os interessados tenham uma noo de todas as Normas Regulamentadoras e que as empresas possam adequar-se s suas necessidades e peculiaridades. As NRs podero ser obtidas, na ntegra, pelo site www.mpas.gov.br, Departamento de Segurana e Sadeno Trabalho, alm de publicaes de inmeros autores e de diversas editoras. RESUMO NRs NR1 - DISPOSIES GERAIS NR2 - INSPEO PRVIA NR3 - EMBARGO OU INTERDIO NR4 - SERVIOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANA E EM MEDICINA DO TRABALHO – SESMT NR5 - COMISSO INTERNA DE PREVENO DE ACIDENTES – CIPA NR6 - EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL – EPI NR7 - PROGRAMA DE CONTROLE MDICO DE SADE OCUPACIONAL – PCMSO 30 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 31 NR8 – EDIFICAES NR9 - PROGRAMA DE PREVENO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA NR10 - INSTALAES E SERVIOS EM ELETRICIDADE NR11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS NR12 - MQUINAS E EQUIPAMENTOS NR13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRESSO NR14 – FORNOS NR15 - ATIVIDADES E OPERAES INSALUBRES NR16 - ATIVIDADES E OPERAES PERIGOSAS NR17 – ERGONOMIA NR18 - CONDIES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDSTRIA DA CONSTRUO NR19 – EXPLOSIVOS NR20 - LQUIDOS COMBUSTVEIS E INFLAMVEIS NR21 - TRABALHO A CU ABERTO NR22 - TRABALHOS SUBTERRNEOS NR23 - PROTEO CONTRA INCNDIOS NR24 - CONDIES SANITRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO NR25 - RESDUOS INDUSTRIAIS CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” NR26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NR27 - REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO NR28- FISCALIZAÇÃOE PENALIDADES NORMAS REGULAMENTADORAS Portaria Nº 3.214/78, SSST - Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, atualmente, DSST - Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego NR1 - Disposies Gerais Determina que as normas regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas, desde que possuam empregados celetistas. Determina, também, que o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho é o órgão competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades inerentes. Dá competência às DRTs regionais, determina as responsabilidades do empregador e a responsabilidade dos empregados. NR2 - Inspeo Prvia Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI - Certificado de Aprovação de Instalações,por meio de modelo pré-estabelecido. NR3 - Embargo ou Interdio A DRT poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços se os mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico, e/ou exigir providênciasa serem adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doençasprofissionais. Caso haja interdição ou embargo em um 32 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 33 determinado setor, os empregados receberão os salários como se estivessem trabalhando. NR4 - Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho - SESMT A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da empresa (Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE) e do número total de empregados do estabelecimento (Quadro2).Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto por um Engenheiro de Segurança doTrabalho, um Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, todos empregados da empresa. Atualmente, esta Norma está sendo revista pela Comissão Tripartite Paritária Permanente. A nova NR4 - Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do Trabalho, pela Portaria nº 10, de 6 de abril de 2000. As novidades são os serviços terceirizados, o SEST próprio, o SEST coletivo e a obrigatoriedade de todoestabelecimento, mesmo com um empregado, ser obrigado a participar do programa. NR5 - Comisso Interna de Preveno de Acidentes - CIPA Todas as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições beneficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados são obrigadas a manter a CIPA. Este dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, que remete a outra listagem de número de empregados. Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando compatível o trabalho com a preservação da saúde do trabalhador. A CIPA é composta de um representante da empresa - Presidente (designado) e representantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano e direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade. NR6 - Equipamentos de Proteo Individual - EPIs As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e a empresa que importa EPIs também deverão ser registrados junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo. NR7 - Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional - PCMSO Trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” São eles exame Admissional, exame periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função, demissional e exames complementares, dependendo do grau de risco da empresa, ou empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes, benzeno, etc., à critério do médico do trabalho independendo dos quadros na própria NR7 , bem como, na NR15, existirão exames específicos para cada risco que o trabalho possa gerar. NR8 - Edificaes Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Devem-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal. NR9 - Programa de Preveno de Riscos Ambientais - PPRA Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao MEIO AMBIENTE e RECURSOS NATURAIS. Levam-se em conta os Agentes FÍSICOS, QUÍMICOS e BIOLÓGICOS. Além desses agentes, destacamos também, os Riscos Ergonômicos e os Riscos Mecânicos. É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos Técnicos e o Perfil Profissiográfico Previdenciário. NR10 - Instalaes e Servios de Eletricidade Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários. Esta Norma encontra-se sob consulta pública para a sua revisão. NR11 - Transporte, Movimentao,Armazenagem e Manuseio de Materiais Destina-se a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportadores Industriais e Máquinas Transportadoras. NR12 - Mquinas e Equipamentos 34 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 35 Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as máquinas e os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e equipamentos. Contém Anexos para o uso de Motosserras, Cilindros de Massa, etc. No Estado de São Paulo, as empresas devem observar a Convenção Coletiva para Melhoria das Condições de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de Plásticos e Tratamento Galvânico de Superfícies nas Indústrias Metalúrgicas no Estado de São Paulo, assinada em 29.11.02, em vigência a partir de 28.01.03. NR13 - Caldeiras e Vasos de Presso. É de competência do engenheiro especializado nas atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão. Norma que exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias classificações e categorias, nas especialidades, devido, principalmente, ao seu elevado grau de risco. NR14 - Fornos Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas, líquidos. Devem-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal. NR15 - Atividades e Operaes Insalubres Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16-Atividades Perigosas, quando ocorre além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao agente, que não causará dano asaúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao Calor; Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais. Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. NR16 - Atividades e Operaes Perigosas Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância. São as atividades perigosas aquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia Elétrica. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” NR17 - Ergonomia Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e conseqüências do trabalho. Observe-se que as LER - Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominada DORT - Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho constituem o principal grupo de problemas à saúde, reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o termo LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência. NR18 - Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo - PCMAT O PCMAT é o PPRA da Construção civil. Resume-se no elenco de providências a serem executadas, em função docronograma de uma obra, levando-se em conta os riscos de acidentes e doenças do trabalho e as suas respectivas medidas de segurança. NR19 - Explosivos Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos. NR20 - Lquidos Combustveis e Inflamveis Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis. NR21 - Trabalho a cu aberto Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo, contra intempéries (insolação, condições sanitárias, água, etc). NR22 - Trabalhos subterrneos Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos, beneficiamento de minerais e pesquisa mineral. Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas. Esta atividade possui várias outras legislações complementares. 36 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 37 NR23 - Proteo contra Incndios Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal em serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar as normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto. NR24 - Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais do Trabalho Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio nome contempla. E, cabe a CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância desta norma. Deve-se observar, também, nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua categoria se existe algum item sobre o assunto. NR25 - Resduos Industriais Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade, risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às disposições contidas na NR15 e legislações pertinentesnos níveis federal, estadual e municipal. NR26 - Sinalizao de Segurana Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção evitando a distração, confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e locais perigosos. NR27 - Registro Profissional do Tcnico de Segurana no Ministrio do Trabalho e Emprego Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau de Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e Emprego, devidamente registrado através das DRTs regionais. NR28 - Fiscalizao e Penalidades Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, para cada item das normas. Estas gradações são divididas por número de empregados, risco na segurança e risco em medicina do trabalho. O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabelecimento, faz a notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa. Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade física do trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição do estabelecimento. ULTIMAS NRs Norma Regulamentadora – NR 29 Segurana e Sade no Trabalho Porturio - Regular a proteo obrigat ria contra acidentes e doenas profissionais, facilitar os primeiros-socorros a acidentados e alcanar as melhores condies possveis de segurana e sade aos trabalhadores porturios. Norma Regulamentadora – NR 30 Segurana e Sade no Trabalho Aquavirio - Regular a proteo obrigat ria contra acidentes e doenas profissionais, facilitar os primeiros-socorros a acidentados e alcanar as melhores condies possveis de segurana e sade aos trabalhadores aquavirio Norma Regulamentadora – NR 31 Segurana e Sade no Trabalho na Agricultura, Pecuria, Silvicultura, Explorao Florestal e Aqicultura. Norma Regulamentadora – NR 32 Segurana e Sade dos Profissionais da rea de Sade. A Segurana e Sade no Trabalho em Estabelecimentos de Sade. Esta Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes bsicas para a implementao de medidas de proteo segurana e sade dos trabalhadores em estabelecimentos de assistncia sade, bem como daqueles que exercem atividades de promoo e assistncia sade em geral. Norma Regulamentadora – NR 33 Estabelece as diretrizes para a promoo da segurana e sade nos espaos no projetados para ocupao humana contnua, com limitaes de ventilao, remoo de contaminantes e de entrada e sada de pessoas Norma Regulamentadora – NR 34 Condies e meio ambiente de trabalho na industria da construo e reparao naval Estabelece os requisitos mnimos e as medidas de proteo segurana, sade e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indstria de construo e reparao naval. Norma Regulamentadora – NR 35 Trabalho em altura Estabelece os requisitos mnimos e as medidas de proteo para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organizao e a execuo, de forma a garantir a segurana e a sade dosenvolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Norma Regulamentadora – NR 36 Segurana e sade no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados Estabelece os requisitos mnimos para avaliao, controle e monitoramento dos riscos nas atividades desenvolvidas na indstria de abate e processamento de carne e derivados, enfatizando os aspectos ergonmicos para a proteo dos trabalhadores. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” SINDICATOS TRABALHISTA Os sindicatos trabalhistas são organizações coletivas cujo objetivo primário é melhorar as condições financeiras e não-financeiras de seus membros. Os sindicatos podem ter efeitos positivos e negativos dependendo da conjuntura econômica e do ambiente legislativo com o qual se defrontam. Nos anos 90, a desestruturação do mercado de trabalho caracterizado pela incerteza quanto ao futuro do emprego e pela insegurança na renda tende, cada vez mais, a colocar os sindicatos na defensiva, enfraquecendo suas práticas reivindicativas de conflito e negociação e estagnando os níveis de sindicalização no Brasil. O tema "O papel defensivo dos sindicatos no Brasil nos anos 90" justifica-se neste trabalho pelo fato dos sindicatos mudarem a sua postura de ofensiva, também chamado de novo sindicalismo, na década de 80 (com realização de greves, negociações morosas e intransigentes) para assumir um papel defensivo com discussões mais abrangentes na década de 90. O objetivo deste trabalho é analisar o papel defensivo do sindicalismo no Brasil nos 90, enfocando uma avaliação do papel econômico dos sindicatos de trabalhadores, mostrando a importância da CUT e apresentar os fatores preponderantes que levaram os sindicatos a terem uma postura defensiva. Este trabalho conclui que o aumento do desemprego estrutural, a aceitação de verbas públicas e discussões envolvendo corte de encargos para manter empregos foram fatores fundamentais para que os sindicatos assumissem uma postura defensiva. Os sindicatos trabalhistas são organizações coletivas cujo objetivo primário é melhorar as condições financeiras e não-financeiras de seus membros. Os sindicatos podem ser classificados em dois tipos: um sindicato industrial representa a maioria ou todos os trabalhadores de um setor econômico ou empresa quaisquer que sejam suas 38 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 39 profissões, e um sindicato profissional que representa os trabalhadores de um único grupo profissional. Os sindicatos representam os trabalhadores e, assim, afetam primordialmente as curvas de oferta para o mercado de trabalho de duas formas: acertando contratos de negociações coletivas e limitando a oferta de mão-de-obra. Os sindicatos podem ter efeitos positivos e negativos dependendo da conjuntura econômica e do ambientelegislativo com o qual se defrontam. De acordo com Standing (1992) e Freeman & Medoff (1984), os sindicatos podem ter efeitos positivos no mercado de trabalho, tais como: (a) Aumento da produtividade; (b) Menor discriminação; (c) Maior igualdade. Mas para Ehrenberg & Smith (2000), os sindicatos podem ter efeitos econômicos negativos, como: (a) Poder monopolista; (b) Oposição à reforma. No final da década de 70, ressurgiu no território brasileiro o movimento sindical (ou novo sindicalismo) depois do fechamento de suas atividades durante os anos de chumbo (fase mais repressiva do regime militar). Na década de 80, observou-se na economia brasileira uma estagnação das atividades econômicas e altas taxas de inflação que comprometia o rendimento médio dos trabalhadores e isso modificou a atuação sindical. Nesse período, utilizaram-se os principais instrumentos agressivos de negociações: (a) Greves por tempo indeterminado; (b) Paralisações temporárias; (c) Acordos demorados e intransigentes. Assim, Mattoso (1995) identificou uma série de características que determinaram o desempenho do sindicalismo brasileiro, nos anos 80: (a) Sindicalização de funcionários públicos; (b) Ampliação do direito de greve; (c) Maior liberdade sindical; (d) Verticalização da estrutura sindical segundo categoria profissional; (e) Presença da Justiça do Trabalho; (f) Descentralização das negociações coletivas; (g) Fracionamento das organizações sindicais; (h) Surgimento de novos sindicatos; (i) Menor tendência corporativa; (j) Atuação assistencialista. CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Conforme Mattoso (1995), nos anos 90, a desestruturação do mercado de trabalho caracterizado pela incerteza quanto ao futuro do emprego e pela insegurança na renda tende, cada vez mais, a colocar os sindicatos na defensiva, enfraquecendo suas práticas reivindicativas de conflito e negociação e estagnando os níveis de sindicalização no Brasil. Além disso, em conformidade com os estudos de Antunes (1997), a ação sindical brasileira nos anos 90, aproximou-se meramente nos limites da reivindicação profissional, intensificando a fragmentação da força de trabalho em vez de procurar novas formas de organização que articulem amplos e diferenciados setores que compõe a classe trabalhadora. Uma das instituições corporativistas que se destacam no sindicalismo brasileiro é a Central Única dos Trabalhadores (CUT), criada em 1983, que pode ser considerada um exemplo das ações sindicais brasileiras nos anos 80 (na fase do sindicalismo ofensivo ou novo sindicalismo) e nos anos 90 (na fase do sindicalismo defensivo). Durante os anos 90, ganha força a teoria de Claus Offe depois de seus estudos sobre a fragmentação da classe trabalhadora e a baixa tendência à sindicalização da nova classe operária. Rodrigues (1992) enumera uma série de fatores econômicos que explicam o novo papel (defensivo) do sindicalismo no Brasil nos anos 90: a) Uso de novas tecnologias poupadoras de mão-de-obra; b) Aumento da taxa de desemprego; c) Fim da tendência de grandes concentrações de trabalhadores; d) Terceirização do emprego. Os trabalhadores poderiam procurar o nível desejado de segurança no local de trabalho mudando de emprego. Mas para encontrar uma ocupação cujas condições os satisfazem ocasiona uma alta rotatividade de pessoal e toma-se ineficiente devido aos custos tanto para os empregadores como para a mão-de-obra. Esses custos podem ser evitados por um sindicato capaz de comunicar com eficiência as preferências dos trabalhadores. De acordo com Standing (1992), os sindicatos têm importância como apoiadores na melhora da eficiência e da produtividade em quatro pontos básicos: a) Prática de rotação de tarefas; b) Reorganização do trabalho; c) Adaptação para mudanças tecnológicas; d) Ampliação da linha de produtos. 40 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” Outro aspecto positivo dos sindicatos é que eles buscam maior igualdade salarial para os seus membros. Quando estes são do sexo feminino ou pertencem a minorias étnicas, os sindicatos lutam contra a discriminação. Embora às vezes conveniente, a compressão das diferenças salariais resultantes da atividade sindical poderá reduzir a eficiência, dando aos trabalhadores indicações errôneas a respeito das habilidades que são mais necessárias e das industrias e ocupações que tem maior produtividade. Ehrenberg & Smith (2000) acreditam que os sindicatos podem ter efeitos negativos, pois quando eles realizam acordos de negociações coletivas, os empregadores contratam toda a mão-de-obra que os sindicatos controlam quais e quantos membros aceita. O poder monopolista de restringir os membros e de requerer que os empregadores contratem apenas membros sindicalizados permite a central sindical estabelecer o nível de oferta de mão-de-obra para o mercado colocando salários mais altos e impondo uma barreira à entrada dos desempregados e dos trabalhadores não sindicalizados. Auxilio-doena Benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Para os demais segurados inclusive o doméstico, a Previdência paga o auxílio desde o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar. Em ambos os casos, deverá ter ocorrido o requerimento do benefício. Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses (carência). Esse prazo não será exigido em caso de acidente de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de doença profissional ou do trabalho. Terá direito ao benefício sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de contribuição e desde que tenha qualidade de segurado quando do início da 41 CEPED (centro profissional de educação a distancia) WWW.CEPEDCURSOS.COM “O Conhecimento Mais Perto de Voc” 42 incapacidade, o trabalhador acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doença de Paget em estágio avançado (osteíte deformante), síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), contaminação por radiação (comprovada em laudo médico) ou hepatopatia grave. Não tem direito ao auxílio-doença quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resulta do agravamento da enfermidade. O trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico periódico e, se constatado que não poderá retornar para sua atividade habitual, deverá participar do programa de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, prescrito e custeado pela Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso. Quando o trabalhador perder a qualidade de segurado, as contribuições anteriores só serão consideradas para concessão do auxílio-doença se, após nova filiação à Previdência Social, houver pelo menos quatro contribuições que, somadas às anteriores, totalizem, no mínimo, a carência exigida (12 meses). O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez. A empresa poderá requerer o benefício de
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