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Apostila Módulo 2 - Segurança do Trabalho

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SSeegguurraannççaa ddoo TTrraabbaallhhoo 
 
Módulo II 
 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de um grande 
sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Unidade 3 – Riscos ambientais ................................................................................... 2 
3.1 – Agentes ambientais X Riscos ambientais.............................................................. 3 
3.2 – Risco físico, químico e biológico e a questão da insalubridade ............................. 5 
3.3 – Ergonomia e doenças psicossociais do trabalho.................................................. 16 
3.4 – Acidentes do trabalho e a questão da periculosidade........................................... 18 
3.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 3 ......................................... 19 
Unidade 4 – Programas de Prevenção...................................................................... 21 
4.1 – Documentos principais: PPRA, PCMSO, LTCAT .............................................. 22 
4.2 – Documentos específicos: PPR, PCA e PCMAT.................................................. 27 
4.3 – Plano de emergência e contingência, brigadas de emergência ............................. 31 
4.4 – Política e normas de segurança, integração entre empresa, funcionários, sindicatos, 
SESMT e CIPA. ......................................................................................................... 35 
4.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 4 ......................................... 37 
Encerramento............................................................................................................ 39 
Bibliografia................................................................................................................ 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
 
Unidade 3 – Riscos ambientais 
Apresentação do tema 
 
No módulo I, abordamos os conceitos iniciais para possibilitar a análise de riscos 
em qualquer etapa de atividade, processo, serviço ou indústria. Também apresentamos 
os fundamentos da legislação de segurança do trabalho mais essenciais. O módulo II 
consiste em reconhecer os riscos ambientais, que é o que veremos nesta Unidade 3 e 
finalizaremos na Unidade 4 com as documentações mais comuns a serem utilizadas nas 
empresas, discorrendo sobre os Programas de Prevenção previstos nas Normas 
Regulamentadoras. 
 
A segurança do trabalho consiste em identificar riscos ambientais no ambiente 
laboral para que seja realizada uma prevenção de doenças e acidentes. Desta maneira, os 
trabalhadores não sofrerão danos e nem necessitarão das indenizações previstas pela 
Previdência Social. É importante que todos tenham a consciência de que a saúde é um 
item valioso e que a responsabilidade deve ser de cada um. A empresa tem a obrigação 
de atender os requisitos mínimos exigidos nas leis, mas pode ser proativa colhendo 
vantagens deste investimento na segurança do trabalho. 
 
Agentes físicos, químicos e biológicos são os que geram insalubridade, mas 
riscos ergonômicos e riscos de acidentes causam doenças e acidentes nem sempre 
aceitáveis por gerarem lesões severas e muitas vezes irreversíveis nos empregados. 
Portanto, é importante reconhecê-los no ambiente de trabalho, classificá-los, obter 
medidas quantitativas e qualitativas, conforme o caso, para ter parâmetros de como 
reduzir, minimizar ou eliminar os riscos presentes no ambiente de trabalho. 
 
Após a leitura deste módulo, faça a atividade do estudo de caso para fixar o 
conteúdo aprendido. É preciso que você tenha compreendido o Módulo I e esta Unidade 
3 para então prosseguir para a Unidade 4, onde finalmente finalizaremos os estudos 
sobre os fundamentos da segurança do trabalho. 
 
 Bons estudos! 
 
 
3
 
3.1 – Agentes ambientais X Riscos ambientais 
 
 
 
A literatura, muitas vezes, torna confusa a distinção destes dois termos: agentes 
e riscos. Agente é o que provoca o dano ou a doença, já o risco é resultado da gravidade 
de algo que possa ocorrer. A NR 9 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) 
descreve que “consideram-se riscos ambientais os agentes que podem causar danos à 
saúde do trabalhador em função da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo 
de exposição.” 
 
Agente ambiental é o elemento que provoca o risco ambiental. Já o risco 
ambiental depende de um agente ambiental para que ocorra. 
 
O ambiente é agressivo ao trabalhador sempre que tiver presença dos agentes 
ambientais prejudiciais à saúde. 
 
Já quando estes agentes estão acima dos limites estabelecidos e podem oferecer 
danos ao ser humano, eles se tornam riscos ambientais que precisam ser tratados de 
forma emergencial. Nestes casos, a lei estabelece uma compensação financeira chamada 
de "adicional de insalubridade" até que a situação fique controlada e abaixo dos limites 
de tolerância. 
 
Para simplificar e facilitar a compreensão, podemos classificar os agentes 
ambientais, como: riscos físicos, químicos e biológicos. Os riscos físicos e químicos 
apresentam limites de tolerância para a exposição e os riscos biológicos apresentam 
avaliação qualitativa na NR 15 (Norma Regulamentadora de Atividades e Operações 
 
 
4
 
Insalubres). Logo, ao chamá-los de agentes ambientais, estamos nos referindo somente a 
estes três riscos. 
 
Quando falamos de riscos ambientais, estamos mencionando um conjunto de 
riscos que incluem o risco ergonômico e o risco de acidente. 
 
No LTCAT (Laudo Técnico de Condições do Ambiente de Trabalho), 
possivelmente, constará os agentes ambientais, pois este documento tem por objetivo a 
configuração da exposição para fins de aposentadoria especial e ser comprovatório para 
fins de constatação de insalubridade. 
 
Como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) é um programa 
com finalidade prática na empresa, para cumprir os requisitos legais, é necessário 
constar os agentes ambientais, mas deve incluir os riscos ergonômicos e de acidentes. 
Lembramos aqui mais uma vez que são os requisitos mínimos que estabelecem as leis. 
 
É importante não confundir os agentes ou riscos ambientais da segurança do 
trabalho com os que causam impacto ambiental relacionado à fauna, à flora e ao meio 
ambiente. 
 
A empresa deve gerenciar os riscos ambientais em sua totalidade para que a 
prevenção, de fato, se desenvolva. 
 
É oportuno saber que, na segurança do trabalho, cada risco ambiental foi 
convencionado por uma cor própria conforme demonstrado na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
 FIGURA 01: CORES DOS RISCOS AMBIENTAIS 
 
FONTE: A AUTORA 
 
 
As cores demonstradas acima representam os riscos ambientais. É importante 
ressaltar que na NR 26 do MTE é indicado utilizar padrões de cores para cada tipo de 
produto presente em tubulações industriais. Ainda falando sobre cores e simbologia, a 
cor verde é, muitas vezes, utilizada para representar a segurança do trabalho, mas esta é 
uma convenção que se adota na área e não é considerada obrigatória. 
3.2 – Risco físico, químico e biológico e a questão da insalubridade 
 
Os riscos físicos, químicos e biológicos são os que estão relacionados nos 14 
anexos (o anexo 4 foi revogado) da NR 15 do MTE com os devidos limites de 
tolerância pré-estabelecidos e que servem de parâmetro para a classificação de 
atividades como insalubres. A NR 15 descreveas atividades ou operações insalubres 
que se desenvolvem: 
 
 
 
 
 
RISCOS AMBIENTAIS 
 
 
6
 
FIGURA 02: ANEXOS RELACIONADOS A ATIVIDADES INSALUBRES 
 
Fonte: NR 15 adaptado pelo autor 
 
Isto significa que, pela interpretação da lei, somente radiações não ionizantes, 
vibrações e umidade seriam comprovadas com laudo de inspeção, mas também é 
possível entender que é preciso meios confiáveis e documentados para identificar as 
atividades que estão acima dos limites de tolerância descritos. 
 
Como o item 15.4.11 da NR 15 descreve que esta insalubridade deverá ser 
comprovada por laudo emitido por engenheiro de segurança do trabalho ou médico do 
trabalho, fica claro que para todos os casos deve haver um laudo de caracterização de 
insalubridade. Na situação A, na situação B ou na C o laudo é obrigatório na prática. 
 
A 
B 
C 
 
 
7
 
A NR 15 descreve como limite de tolerância: “[...] a concentração ou intensidade 
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 
não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.” Ou seja, em 
nenhum momento da jornada de trabalho deve haver situação que possa ultrapassar o 
suportável para o ser humano e que o coloque em risco de ter doença ou lesão 
decorrente de exposição acima do limite de tolerância. 
 
Veja, abaixo, como o chamado adicional de insalubridade incide sobre o salário 
mínimo da região. 
 
 
Ao final da NR 15, é disposta uma tabela reunindo os 14 anexos, relacionando-
os aos graus de insalubridade. A FUNDACENTRO disponibiliza um conjunto de 
normas de higiene ocupacional que orientam as medições de riscos ambientais. 
 
A seguir, vamos prosseguir nosso estudo falando sobre cada um dos tipos de 
riscos ambientais. 
 
Vale lembrar que durante as atividades ocupacionais, é possível ter vários riscos 
ambientais combinados. Algumas tarefas são executadas em postos de trabalho 
diferentes e ainda pode ocorrer rotatividade de tarefas. 
 
 
 
8
 
Veja abaixo uma imagem que demonstra os diversos tipos de riscos ambientais: 
 
Riscos Físicos 
 
É comum confundir o significado dos riscos físicos, que na verdade “[...] são aqueles 
ocasionados por agentes que têm capacidade de modificar as características físicas do 
meio ambiente, que, no momento seguinte, causará agressões em quem estiver nele 
imerso.” (MATTOS;MÁSCULO, 2011, p. 38). 
 
Os riscos físicos são aqueles que: 
 
1. Exigem um meio de transmissão para propagar a nocividade; 
2. Agem em pessoas que não têm contato com o risco; 
3. Ocasionam lesões mediatas crônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
Ruído 
 
O ruído é o risco físico mais presente nas indústrias e os danos são considerados 
irreversíveis. Todo som que não é agradável ou desejável é chamado ruído. Vieira 
(2005, p. 66) descreve som como: “[...] a sensação auditiva resultante da propagação de 
um movimento vibratório (oscilações alternadas de compressão e expansão) em um 
meio material elástico.” É assim que o nosso corpo recebe estes impulsos e seguem pelo 
nervo auditivo que vão para o cérebro para finalmente serem decodificados. 
 
Mattos e Másculo (2011, p. 236) afirmam que “[...] Todo som advém de uma 
vibração que provoca, no meio em que se insere, uma onda de pressão. Em termos mais 
simplificados, esta é uma afirmação que indica que, se algo vibra, produz um som, 
mesmo que seja inaudível.” 
 
O ouvido é um mecanismo de captura e transformação de pressão sonora. 
Assim, o sinal cerebral ocorre só no ouvido interno que envia os impulsos elétricos para 
o cérebro. 
 
O ruído provoca outras lesões conforme a intensidade sonora recebida e o tempo 
de exposição. 
 
Podem ocorrer perturbações psíquicas, perturbações funcionais, diminuição da 
eficiência de produtividade, provocação de acidentes decorrentes da interferência da 
 
 
10
 
comunicação verbal e na escuta de sinais de alarme, entre outros danos à saúde 
indiretos, como: complicações cardiovasculares, gastrointestinais, entre outras. 
 
O equipamento que mede o ruído é o decibelímetro (medição direta) e o 
audiodosímetro (medição da dose equivalente). Para a medição, aconselha-se que o 
equipamento esteja na altura da orelha e que seja percebida a dose de ruído equivalente 
para a jornada de trabalho do trabalhador. Fornecer o equipamento de proteção 
individual ao empregado não descaracteriza a insalubridade, pois há outros fatores a 
serem analisados, como, por exemplo, o acompanhamento dos exames audiométricos e 
o acompanhamento da eficácia do uso. 
 
A intensidade do som é medida em bel, em homenagem a Graham Bell, inventor 
do telefone, é uma medida logarítmica e que, na prática, utiliza-se o décimo deste valor, 
o decibel ou dB. Um ambiente silencioso tem entre 10 dB a 30 dB e corresponde à 
respiração ou a um teatro vazio, por exemplo. Já um ruído barulhento chega a 85 dB. 
 
O ruído pode ser controlado no ambiente de trabalho com o isolamento do ruído 
na fonte ou utilizando-se de recursos de isolamento arquitetônico de ambientes. A 
proteção no próprio trabalhador com uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
deve ser feita, mas não deve ser considerada a única ação preventiva, pois a utilização 
depende de treinamento e conscientização. 
 
 
 
 
 
 
 
11
 
Vibrações 
 
As vibrações podem ser localizadas e de corpo inteiro. De acordo com Oliveira 
et al, as vibrações localizadas são (2009, p. 159) “[...] características de operações com 
ferramentas manuais elétricas ou pneumáticas, por exemplo, que podem produzir em 
longo prazo, alterações neurovasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nas 
articulações e nos braços e osteoporose (perda de substância óssea).” 
 
Atividades laborais como as de motoristas e operadores de grandes máquinas 
que lidam com tratores e retroescavadeiras expõem a vibração de corpo inteiro e, desta 
maneira, os funcionários podem desenvolver dor lombar, problemas na coluna vertebral 
e lesões nos rins. Isto geralmente ocorre pois as plataformas industriais com área de 
motores são fontes de vibração. 
 
A NR 15, anexo 8, indica que a medição de vibração seja feita conforme a ISO 
2.631 "Vibração transmitida para corpo inteiro" e ISO 5.349 "Vibrações localizadas 
(mãos e braços)". A exposição à vibração pode causar ‘branco de vibração’ cujos 
sintomas são: dores e empalidecimento, além de formigamento, perda de coordenação, 
náuseas e enrijecimento da coluna. 
 
Radiação 
 
A radiação pode ser ionizante ou não ionizante. A diferença é que a ionizante 
pode causar danos genéticos. Já na exposição à radiação não ionizante, os efeitos mais 
graves são a catarata e o superaquecimento dos órgãos internos que podem levar à morte 
em exposições prolongadas. Segundo Oliveira et al (2009), as radiações são 
classificadas em: 
 
1. Radiação infravermelha: encontra-se nas indústrias metalúrgicas, na fabricação 
de vidros, em atividades com uso de fornos e também na exposição à luz solar; 
2. Radiação ultravioleta: presente na solda elétrica e na fusão de metais; 
 
 
12
 
3. Radiação a laser: ocorre em atividades, como levantamentos topográficos e 
geodésicos, na medicina e nas comunicações; 
4. Micro-ondas: presente nas instalações de radar e de radiotransmissão, em 
processos químicos, em fornos de micro-ondas e em processos de secagem de 
materiais. 
 
O objetivo primordial para minimizar os efeitos da radiação ionizante é diminuir 
o risco e a quantidade de pessoas expostas. 
 
A monitoração é feita nas pessoas e na área com o uso de dosímetros de 
radiação, que podem ser de leitura direta e indireta. O controle deve ser feitocom 
procedimentos padrões que envolvem higiene, exames e sinalização de áreas com 
radiação ionizante. 
 
Temperaturas extremas: frio e calor 
 
Atividades exercidas no calor ou no frio requerem programação de paradas e 
antecâmaras para a transição de ambientes. O calor pode provocar insolação, prostação 
térmica, desidratação e cãibras do calor. Já o frio é normalmente associado aos trabalhos 
em câmaras frigoríficas ou ao ar livre. Em certas regiões do país pode ocorrer 
hipotermia e úlceras do frio. 
 
Para realizar a medição quantitativa de calor, é preciso obter o índice IBUTG 
(Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo) indicado pela NR 15, anexo 3, com a 
temperatura de globo, a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido com 
o apoio de equipamentos próprios, tais como termômetro e psicômetro. Já o higrômetro 
mede a umidade do ar e o anemômetro mede a velocidade do ar. 
 
Se uma pessoa está em um ambiente climatizado, ela sente conforto. Se o 
trabalhador exerce atividade leve e o ambiente apresenta temperatura elevada, o 
trabalhador tem carga mecânica leve, mas carga térmica pesada. O ponto crítico ocorre 
quando a pessoa exerce atividade com carga mecânica pesada e carga térmica pesada. 
 
 
13
 
 É importante saber que: 
 
• A carga mecânica é classificada em: trabalho leve, moderado e pesado, 
determinando assim o metabolismo necessário para exercer a atividade laboral. 
• No caso da carga térmica, ela é indicada pelo IBUTG em grau Celsius. 
 
Os exames pré-admissionais e periódicos, a aclimatação, a reposição hídrica, as 
pausas quando necessárias, a educação, o treinamento, entre outras técnicas aplicadas 
caso a caso são algumas maneiras de prevenir os efeitos do calor no ambiente de 
trabalho. 
 
Para o frio, a vestimenta adequada é a troca quando estiver molhada, além da 
realização de exames pré-admissionais e periódicos. Para ambos, a alimentação com 
controle nutricional é essencial, logo, para o calor são indicados alimentos menos 
calóricos, já no frio os alimentos calóricos são desejáveis. É muito importante ter um 
ambiente de transição entre quente para frio e vice-versa para que o organismo humano 
se habitue aos poucos. 
 
Pressões anormais 
 
As pressões anormais promovem riscos relacionados à baixa ou à alta altitude 
nas atividades executadas em trabalhos submersos (mergulhadores profissionais) ou 
abaixo do nível de lençol freático (escavações), atividades realizadas por pilotos de 
aviões não pressurizados também estão sujeitas a este risco. Em alguns casos, é preciso 
que as pessoas sejam submetidas à descompressão para que o corpo volte a manter as 
características normais. 
 
Umidade 
 
Algumas pessoas trabalham expostas à umidade e alguns fatores podem oferecer 
riscos, como pés constantemente expostos na água, mesmo que com botas, mãos em 
 
 
14
 
constante manipulação de líquidos, atividades de entrega de produtos na rua, no caso 
dos entregadores de gás, dos garis ou dos varredores de rua. 
 
Riscos químicos 
 
Os riscos químicos podem ser oriundos das atividades com manipulação direta 
de produtos em processos industriais ou da combinação destes elementos de forma 
dispersa no ar. Para este caso, é importante manter a Ficha de Informação de Segurança 
de Produtos Químicos (FISPQ) sempre em local visível e os empregados orientados 
quanto aos riscos e aos procedimentos indicados. Quando tratar-se de caminhão que 
transporta o produto químico, a FISPQ deve ser mantida no veículo. 
 
O armazenamento, mesmo em pequenas quantidades, deve estar em local de boa 
ventilação para que não haja concentração do produto, mas é preciso ter cautela para 
que não seja um poluidor atmosférico para o meio ambiente. O estudo sobre os riscos 
químicos abrangeria aqui o conhecimento de mais de 100 mil substâncias, por isso 
indicamos um aprofundamento posterior. Destas, cerca de 6 mil são reconhecidas como 
tóxicas. 
 
Nem toda substância química apresenta cheiro ou cor e este é um risco 
considerável. A NR 33, que trata de espaços confinados, considera ainda os riscos de 
inalação de químicos nestes ambientes. A contaminação pode ser por inalação, digestão 
ou por contato, produzindo queimaduras ou dermatoses. É importante frisar que cada 
substância age de determinada maneira e em uma concentração específica. A NR 15 
também classifica alguns produtos, como: chumbo, poeira de algodão, sílica, mercúrio, 
carvão, arsênico e outros. 
 
 
 
15
 
Mattos e Másculo (2011, p. 39) descrevem risco biológico como "[...] aqueles 
introduzidos nos processos de trabalho pela utilização de seres vivos (em geral, micro-
organismos) como parte integrante do processo produtivo, tais como: vírus, bactérias 
etc., potencialmente nocivos ao ser humano." 
 
Os riscos biológicos estão presentes em serviços de saúde ou, por exemplo, em 
atividades que envolvem a manipulação de fezes de animais, coletas de lixo ou 
manipulação de carnes em frigoríficos. 
 
Os micro-organismos em forma de vírus, bactérias, bacilos, parasitas, fungos e 
protozoários podem entrar em contato com o organismo humano, causando as mais 
diversas doenças e levar até a morte. É importante ressaltar que a falta de higienização 
pode contribuir para a existência deste risco. 
 
A parte da segurança do trabalho que trata dos riscos biológicos é a 
biossegurança e a norma que trata de riscos em atividades de saúde é a NR 32. Existe 
também o apoio de procedimentos indicados na Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), porém a higiene deve ser considerada neste risco como forma de 
combate do contato. 
 
Animais sinantrópicos, como ratos, baratas e pombos devem ser combatidos no 
ambiente de trabalho por serem hospedeiros de doenças. Conforme Mattos e Másculo 
(2011) há 4 classes para agentes biológicos: 
 
Classe 1 
Apresenta baixo risco individual e baixo risco para a comunidade. 
 
Classe 2 
Possui moderado risco individual e limitado risco para a comunidade. 
 
Classe 3 
Alto risco individual e moderado risco para a comunidade. 
 
 
 
16
 
Classe 4 
Alto risco individual e alto risco para a comunidade. 
 
Os de classe 4 são os vírus Ebola e Lassa, que têm grande poder de 
transmissibilidade, não havendo medida profilática ou terapêutica contra infecções 
causadas por eles, ambos se tornam de elevada gravidade e podem ser propagados no 
meio ambiente. 
 
Práticas seguras em ambientes de exposição ao risco biológico são essenciais. 
Com o desenvolvimento da biotecnologia, há uma tendência no aumento deste risco em 
algumas atividades que envolvam manipulação de micro-organismos. Portanto, o 
controle e a higiene são essenciais para a proteção do trabalhador. Outro item a 
considerar é o descarte de materiais, que devem ser manipulados em local adequado 
sem que outras pessoas fiquem expostas. 
 
3.3 – Ergonomia e doenças psicossociais do trabalho 
 
Os sistemas produtivos apresentam variedades de 
produtos, processos e diferentes ambientes de trabalho. O 
trabalhador interage com estes elementos, podendo adoecer 
quando este ambiente não é saudável fisicamente e 
mentalmente. Logo “ergonomia é uma ciência humana 
aplicada, que objetiva transformar a tecnologia para adaptá-la 
ao homem.” (MATTOS; MÁSCULO, 2011, p. 326). 
 
 
A ergonomia trata da adaptação do trabalho ao homem. 
 
A NR 17 do MTE apresenta as diretrizes para a Análise Ergonômica da Tarefa 
(AET). Os parâmetros estabelecidos na norma dizem respeito ao conforto ambiental no 
desenvolver da atividade. Assim, mesmo que a exposição do empregado ao ruído esteja 
 
 
17
 
abaixo do valor de limite de tolerância para as horas de exposição, se estiveracima de 
65 dB, será preciso tomar providências em relação à ergonomia do posto de trabalho. 
 
São considerados riscos ergonômicos: 
 
1. Esforço físico intenso; 
2. Levantamento e transporte manual de peso; 
3. Controle rígido de produtividade; 
4. Imposição de ritmos excessivos; 
5. Trabalho em turno e noturno; 
6. Jornadas de trabalho prolongadas; 
7. Monotonia e repetitividade; 
8. Outras situações causadoras de estresse físico ou psíquico. 
 
O estudo da ergonomia é bastante amplo e envolve desde a fisiologia do trabalho 
até a relação do homem com o trabalho. A ergonomia leva em conta o projeto do posto 
de trabalho, lembrando que a atividade deve ser realizável e suportável ao longo do 
tempo e deve gerar até mesmo satisfação ao trabalhador. Lembre-se que a ergonomia 
não diz respeito somente às posturas adotadas no local de trabalho, nem somente às 
alturas relacionadas aos mobiliários e às máquinas, mas também é preciso se preocupar 
com a ergonomia cognitiva e organizacional. 
 
O trabalho repetitivo pode fazer com que o empregado desenvolva a Lesão por 
Esforço Repetitivo (LER) e outras doenças na coluna, como cifose e a hiperlordose. 
Quando a atividade combina repetitividade e esforço podem ocorrer lesões severas e até 
mesmo a incapacitação completa do membro envolvido. A sensação é de dor, 
parestesia, sensação de peso e fadiga. 
 
Fatores psicológicos no ambiente de trabalho são considerados motivos de 
absenteísmo nas organizações e são classificados como doenças ocupacionais. Bem-
estar no trabalho e produtividade devem se desenvolver em conjunto. Além das relações 
interpessoais, situações envolvendo assédio moral podem gerar estresse, depressão e 
 
 
18
 
normalmente são motivos de causas trabalhistas com alegação de dano moral. Mesmo 
que o assédio moral não seja uma patologia em si, pode ser estabelecido o nexo causal e 
assim o assédio moral pode ser reconhecido como doença do trabalho, inclusive 
devendo ser emitida uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) com os 
mesmos direitos do acidente de trabalho típico. 
 
O trabalho também se torna perigoso para efeitos psicológicos quando se opõe à 
livre atividade ou em casos em que a liberdade para a organização do trabalho é 
limitada e contra os desejos do trabalhador, aumentando assim a carga psíquica e 
causando o sofrimento no trabalho. (MARTINEZ; PARAGUAY, 2003). 
 
3.4 – Acidentes do trabalho e a questão da periculosidade 
 
 
 
O acidente do trabalho começa a acontecer quando “[...] 
algum elemento do processo de trabalho deixa de funcionar 
como o planejado [...].” (MATTOS; MÁSCULO, 2011, p. 36). 
Na verdade, são falhas que quando acontecem sucessivamente 
podem gerar um acidente de maior gravidade. 
 
O ideal é investigar pequenos incidentes e controlá-los, 
evitando o acidente, os custos e as perdas materiais com o 
auxílio das pessoas e do tempo. 
 
A NR 16 traz as atividades que são consideradas de periculosidade perante a lei. 
Portanto, somente diante dos parâmetros estabelecidos é que se pode classificar uma 
atividade como periculosa, como, por exemplo, ambientes com arranjo físico 
inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, iluminação inadequada, exposição 
à eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado de 
produtos, presença de animais peçonhentos e outras situações de risco que possam 
contribuir para a ocorrência de acidentes. 
 
 
 
19
 
O fato é que acidentes não acontecem por acaso, eles sempre têm uma falha 
envolvida seja humana ou técnica. Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
auxiliam na minimização de riscos, mas é preciso priorizar as soluções com 
Equipamentos de Proteções Individuais (EPIs). Os EPIs não devem ser a única forma de 
reduzir o risco ambiental, pois não é garantido que o trabalhador irá usar o equipamento 
da forma correta. 
 
O acidente de trabalho gera prejuízos, como: paradas de produção, lesões na 
mão de obra, perda de produto, custos advocatícios e a empresa pode perder a imagem 
diante do mercado. Cada empresa apresenta um estágio de preocupação com os 
acidentes e as doenças do trabalho, o que as diferencia é a maneira como tratam as 
situações de risco na empresa. 
 
Prevenir acidentes deve ser encarado como redução de custos nos sistemas de 
produção. 
 
 Ferramentas como a análise preliminar de riscos (APR), descrita na unidade 1, 
aplicada pelo próprio operador e ordens de serviço bem observadas podem auxiliar na 
conscientização dos trabalhadores. Lembrando que a falha humana é passível de 
acontecer e, portanto, o ambiente de trabalho deve estar protegido, prevendo que estas 
falhas possam ocorrer. 
 
3.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 3 
 
Em determinada linha de produção, a tarefa é realizada com postura em pé. A 
atividade consiste em verificar visualmente a qualidade de peças de azulejo cerâmico de 
dimensões 20 x 20 cm e separar os que não estão adequados em caixa localizada atrás 
do trabalhador, fazendo com que este gire o tronco constantemente. Ao terminar a 
separação de um lote de 10 unidades, o trabalhador ajeita as peças de azulejo sobrantes 
e religa a máquina para seguir o processo. Alguns trabalhadores desta linha de produção 
já faltaram ao trabalho por dores na coluna ou por cortes nas mãos. As luvas de proteção 
 
 
20
 
são disponibilizadas, mas alguns funcionários as retiram, alegando dificuldade de pega 
das peças. 
 
Espaço para a sua sugestão: identifique os riscos ambientais presentes nesta 
linha de produção e apresente pelo menos uma melhoria para este posto de trabalho, 
conforme o descrito no enunciado. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
Unidade 4 – Programas de Prevenção 
 
Apresentação do tema 
 
Os programas de prevenção são excelentes ferramentas de planejamento de 
medidas de prevenção de doenças e acidentes nas empresas. Não devem ser vistos como 
mera obrigação e sim como uma formalidade documental organizada que existe a favor 
de ações programadas. Na Unidade 4, vamos discutir os principais programas da área de 
segurança do trabalho, mas há outros relacionados nas Normas Regulamentadoras 
(NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que devem ser aplicados quando o 
tipo da atividade o exigir. 
A empresa deve, através de Política de Segurança do Trabalho, propor metas e 
objetivos em Planos de Saúde e Segurança e fazer isso de forma transparente, com 
participação de todos os envolvidos: empregados e terceiros. 
Na Unidade 1, falamos sobre ferramentas da prevenção e as duas citadas Análise 
Preliminar de Riscos (APR) e a Matriz de Riscos podem ser utilizadas como apoio para 
desenvolver os Programas de Prevenção. Quando estudamos a Legislação de Segurança 
do Trabalho na Unidade 2, percebemos que a lei existe para que tracemos um 
planejamento mínimo de ações. Com isso, nenhum empregado terá sua vida exposta aos 
riscos do trabalho, isto é promover a dignidade e valorizar a vida humana. 
Com os riscos ambientais conhecidos na Unidade 3, é possível entender o vasto 
universo de riscos presentes nas atividades humanas relacionadas ao trabalho, algumas 
que apresentam limites de tolerância quanto à exposição e outras que, apesar de não 
apresentar limites quantitativos, podem causar doenças e lesões graves. Assim como 
prejuízos incalculáveisrelacionados à perda de tempo, de material e de vidas humanas. 
Para fechar, apresentamos um estudo de caso sobre o conteúdo aprendido de 
forma a sintetizar o que foi lido e compreendido nesta Unidade 4 do Módulo II, 
concluindo nosso estudo sobre a Segurança do Trabalho. Para aprofundar-se, 
recomendamos a leitura da bibliografia utilizada, a leitura das normas regulamentadoras 
do Ministério do Trabalho e Emprego, a leitura da legislação da Previdência Social e 
outros sites que tratem dos temas aqui dispostos. 
 
Até breve e bons estudos! 
 
 
22
 
4.1 – Documentos principais: PPRA, PCMSO, LTCAT 
 
Logo no início desta unidade, vamos deixar claro que se houvesse o 
compromisso de realizar medidas preventivas nas empresas e o número de acidentes e 
doenças do trabalho não fossem tão alarmantes, o Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE) nem precisaria formalizar os parâmetros como lei ou norma regulamentadora. 
 
Os documentos principais em um sistema de prevenção são: Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle Médico e de Saúde 
Ocupacional (PCMSO), que constam respectivamente nas normas regulamentadoras NR 
9 e NR 7. 
 
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) 
 
Na prática, o PPRA é a concretização da recomendação da Convenção 148 da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Brasil, formalizando-se através da 
NR 9. O objetivo do PPRA é reunir em um documento todos os riscos ambientais 
relacionados com a atividade que o empregado desenvolve. 
 
É no PPRA que, de forma antecipada, avaliam-se os possíveis riscos da condição 
ambiental em determinado momento e se propõe soluções e melhorias, colocando 
prazos e responsáveis pela implementação das propostas descritas. 
 
Os cargos descritos no PPRA devem ser exclusivos dos empregados da empresa 
na qual o trabalho está vinculado. Outros trabalhadores que exercerem suas atividades 
no mesmo local de trabalho devem ter o seu PPRA associado à empresa na qual o 
funcionário tem registro. Lembrando que o PPRA foi baseado nas indicações da OIT 
que recomendou a Convenção nº 148. 
 
Vendrame (2005) diz que “A implementação do PPRA estará registrada em dois 
documentos distintos: o laudo de medições ambientais e o documento base.” Isso 
permite a maior clareza do que é definido como objetivos no PPRA. 
 
 
 
23
 
As informações contidas neste documento precisam ser divulgadas, pois o 
objetivo é que os empregados conheçam os riscos da sua atividade e possam propor 
soluções de melhorias. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) também 
deve atuar conforme as indicações do PPRA. Mesmo que a empresa contrate os serviços 
de uma consultoria para elaborar o PPRA, esta deve coletar as informações do mapa de 
risco da CIPA da empresa. 
 
Segundo Vieira (2005), a avaliação dos riscos ambientais e a elaboração de 
planilhas são duas importantes ferramentas. Você pode ver algumas dicas sobre como 
elaborá-las no exemplo abaixo: 
 
• Riscos: definir claramente o tipo de risco que o trabalhador está exposto. 
• Agentes: indicar o agente ao qual o trabalhador está exposto. 
• Número de trabalhadores: identificar o número de funcionários que estão 
expostos. 
• Fonte geradora: analisar a causa geradora de risco. 
• Meio de Propagação: entender como se transmitem os agentes agressores. 
• Atividades/funções: tentar compreender o método de trabalho. 
• Avaliação quantitativa: mensurar valores mesmo os abaixo dos "Limites de 
Tolerância" (LT). 
• Tempo de exposição: descrever o tempo em que o funcionário fica exposto ao 
agente ambiental. 
• Medidas de controle existentes: especificar as medidas coletivas e individuais 
existentes. 
• Indicadores de saúde: verificar as principais queixas de saúde dos 
trabalhadores. 
• Acidentes já ocorridos: ver as Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT) 
já emitidas e buscar informações com o SESMT e trabalhadores quando 
possível. 
 
 
 
24
 
Apresentamos acima apenas uma sugestão do que deve conter na planilha, mas 
cada profissional ou empresa pode estabelecer a sua maneira de analisar os riscos 
ambientais. 
 De fato, é preciso o envolvimento de todos os empregados, empregadores e 
terceiros para que o PPRA tenha êxito. O reconhecimento e o gerenciamento dos riscos 
evitam prejuízos financeiros e protegem os trabalhadores, pois as doenças e os acidentes 
do trabalho ficam reduzidos, melhorando o ambiente de trabalho, a satisfação física e 
mental do trabalhador e, como consequência, também melhora a produção e a qualidade 
de serviços prestados. 
 
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) 
 
O PCMSO não define somente os exames relacionados à ocupação do 
empregado, este programa também destaca todas as ações voltadas à saúde, à qualidade 
de vida, à prevenção do uso de drogas e do estresse, além de promover campanhas de 
vacinação, entre outras medidas. 
 
Com o PCMSO no cronograma de ações, é possível programar palestras 
esclarecedoras e informativas em conjunto com as propostas pela CIPA e SESMT. 
 
No PCMSO, são descritos os exames que os empregados devem realizar 
conforme os riscos ambientais aos quais estão expostos: 
 
1. Exame admissional; 
2. Exame periódico; 
 
 
25
 
3. Exame de mudança de função; 
4. Exame de retorno ao trabalho; 
5. Exame demissional. 
 
O PCMSO deve considerar as questões individuais e coletivas, relacionando a 
saúde e o trabalho de maneira clínico-epidemiológica. 
 
O documento tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos 
possíveis agravos à saúde advindos do trabalho. 
 
Ao final do PCMSO, deve constar o cronograma de ações de saúde para os 
trabalhadores e o relatório anual de resultados. É primordial que a CIPA tenha acesso a 
este relatório documental para apoiar a implantação das medidas educativas 
relacionadas à saúde dos trabalhadores. 
 
Faz parte do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho) o serviço médico coordenado pelo médico do trabalho, portanto, 
a empresa deve disponibilizar um local adequado, o mais próximo possível da área de 
produção, de forma a possibilitar o atendimento ao trabalhador em caso de acidente. O 
técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem do trabalho devem desenvolver 
atividades em conjunto com o médico do trabalho neste ambiente. 
 
(LTCAT) Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho 
 
O LTCAT é utilizado para fins de comprovação da exposição aos agentes 
nocivos e é exigido pela Previdência Social de acordo com o decreto nº 4.032 de 26 de 
novembro de 2001. 
 
O decreto 4.882, de 18 de novembro de 2003, descreve que deverão constar no 
LTCAT informações a respeito da tecnologia de proteção coletiva, das questões 
administrativas ou de organização do trabalho e da tecnologia de proteção individual 
utilizada que reduza, elimine ou controle os agentes ambientais dentro dos limites de 
 
 
26
 
tolerância descritos pela NR 15 e NR 16 do MTE e pelos atos normativos da 
Previdência Social. 
 
Se nas normas regulamentadoras brasileiras não constarem os valores de 
referência, ou seja, os "Limites de Tolerância" (LT), é possível utilizar o padrão de LT 
da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). 
 
O LTCAT só pode ser elaborado por um engenheiro de segurança do trabalho ou 
por um médico do trabalho. É baseado neste laudo que é elaborado o Perfil 
Previdenciário Profissiográfico (PPP), este documento permite que o empregado 
comprove a sua exposição ao agente ambiental para adquirir o benefício da 
insalubridade e para o requerimento de aposentadoria especial. 
 
Enquanto o PPRA e o PCMSO são programas,o LTCAT é um laudo que 
apresenta conclusões sobre a insalubridade e a periculosidade. O PPRA e PCMSO 
descrevem, ao final do documento, um cronograma com prazos e responsáveis pela 
implementação. Vale lembrar que caso ocorra alguma mudança em relação à condição 
do ambiente, do processo ou do arranjo físico da empresa, que mude as características 
iniciais descritas, será necessário refazer todos os documentos e substituí-los. 
 
 
 
27
 
4.2 – Documentos específicos: PPR, PCA e PCMAT 
 
 
Alguns riscos ambientais exigem atenção maior e por isso são aplicados em 
programas como o Programa de Proteção Respiratória (PPR), o Programa de 
Conservação Auditiva (PCA) e o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
(PCMAT). 
 
O PCMAT é obrigatório segundo a NR 18, já o PPR e o PCA são programas que 
devem ser elaborados quando existirem riscos relacionados à respiração e à audição. 
 
PPR 
Se em determinado processo industrial é utilizada uma substância química que 
possa provocar danos aos trabalhadores relacionados com a qualidade do ar respirável, 
inclusive possibilitando que estes danos sejam letais, esta condição é suficiente para a 
elaboração de um PPR. 
 
O PPR é o programa que determina quais são os procedimentos importantes 
relacionados ao uso de respiradores em atividades inevitáveis. 
 
O PPR inclui ambientes com pouca ou nenhuma ventilação, ambientes com 
concentração de agentes químicos dispersos no ar e espaços confinados. Logo, 
atividades realizadas nestes ambientes são perigosas e requerem cuidados específicos 
 
 
28
 
em relação aos procedimentos técnico-administrativos, à seleção de respiradores, à 
guarda e à higienização. 
 
Os procedimentos precisam ser realizados com o Equipamento de Proteção 
Respiratória (EPR) e todos os cuidados devem ser descritos, mas é essencial que sejam 
considerados os procedimentos para controle e inspeção das áreas de riscos e de 
exposição aos agentes químicos, assim como medidas de educação dos trabalhadores 
que forem executar tarefas nestas áreas e condições. Na elaboração do PPR, os 
trabalhadores que farão uso do EPR e realizarão as atividades devem fazer parte do 
processo e opinar sobre as melhores condições quanto aos procedimentos, aos padrões e 
à qualidade de equipamentos que serão utilizados. 
 
Observação – Você pode ler todas as recomendações sobre o PPR na íntegra, 
acessando o seguinte site: 
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-
digital/publicacao/detalhe/2013/3/programa-de-protecao-respiratoria-recomendacoes-
selecao-e-uso-de-respiradores. 
 
 
 
PCA 
 
O Programa de Conservação Auditiva (PCA) é adotado nas medidas de 
prevenção dos efeitos danosos do ruído no ambiente de trabalho, de exposição direta ou 
indireta. Legalmente, o PCA passou a ser obrigatório através do anexo I (quadro II) 
dentro dos requisitos do PCMSO instituídos pela portaria nº 19, de 9 de abril de 1998. 
 
O termo conservação da audição deve ser compreendido no sentido mais amplo 
como meio de prevenir o dano do sistema auditivo, uma vez que o programa de 
conservação da audição não consiste meramente em colocar à disposição sistemas de 
proteção do ouvido às pessoas expostas. (VIEIRA, 2005, p. 119). 
 
No PCA, leva-se em conta o acompanhamento do trabalhador quanto à saúde 
ocupacional prevista no PCA, realizada, por exemplo, através de exames audiométricos 
 
 
29
 
e inclui a possibilidade do grupo de empregados de uma empresa ter Perda Auditiva 
Induzida pelo Ruído (PAIR). 
 
O termo PAIR é o utilizado pelo MTE, pela Previdência Social e pelo Ministério 
da Saúde, mas em algumas pesquisas pode ser encontrado o termo "Perda Auditiva 
Induzida pelo Ruído Ocupacional" (PAIRO). Como já foi salientado na Unidade 3, a 
proteção auditiva envolve, sobretudo, o isolamento do ruído no ouvido, na parte interna, 
evitando que a vibração atinja o ouvido interno e provoque danos. 
 
 
 
 
 
No Brasil, o PCA deve ser implantado quando a dose de ruído for superior a 
50%, isto corresponde a ambientes com ruído acima de 83 dB e que, neste caso, devem 
elaborar o PCA. O PCA segue a seguinte sistemática: medição do ruído, avaliação do 
ruído, redução do ruído e monitoramento audiométrico. Em outras palavras, Saliba 
(2004) define 4 passos: 
 
1. Identificar os postos de trabalho e as funções onde há exposição ao ruído; 
2. Identificar a dose equivalente de ruído. Se a dose estiver acima do limite de 
tolerância, será preciso realizar ações preventivas com monitoramento periódico 
 
 
30
 
da exposição, o controle médico e a comunicação de informações aos 
trabalhadores expostos; 
3. Criar medidas corretivas que visem reduzir o nível de pressão sonora e o ruído 
do ambiente de trabalho; 
4. Nesta etapa, o PCA é elaborado e divulgado para empresa e para os empregados. 
O cronograma de ações com prazos e responsáveis pela execução das medidas 
propostas também deve constar no documento; 
5. Realizar a auditoria ou o controle da eficácia do PCA. 
 
O PCA deve ter integração com as medidas preventivas propostas no PPRA e no 
PCMSO. 
 
A avaliação do PPRA deve incluir a verificação das audiometrias, confirmando 
todas as ações do cronograma e se não houve perda auditiva no grupo de trabalhadores 
expostos. 
 
PCMAT 
 
O PCMAT é um conjunto de ações, ordenadas, documentadas e relacionadas à 
saúde e à segurança do trabalho, de modo a preservar a saúde e a integridade dos 
trabalhadores em diversas etapas de obra, incluindo terceiros e o meio ambiente. 
 
O PCMAT é obrigatório em estabelecimentos com vinte trabalhadores ou mais. 
Ele deve ser elaborado por um profissional legalmente habilitado e contemplar as 
exigências da NR 9 do PPRA. Como este é um documento voltado para a construção 
civil e específico, não poderia ser elaborado da mesma forma que qualquer outro 
voltado para uma indústria ou comércio, por isso são consideradas as diversas etapas da 
obra e situações como as de área de vivência e canteiro de obras. 
 
Junto ao PCMAT devem constar outros documentos, tais como: 
 
 
 
31
 
1. Memorial descritivo, levando em consideração riscos de acidentes e doenças, 
além de ações preventivas sugeridas; 
2. Projeto de execução das proteções coletivas conforme etapas da obra: fundação, 
estrutura/alvenaria e acabamento; 
3. Especificação técnica de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e 
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC); 
4. Cronograma de implantação de medidas preventivas com prazos estabelecidos e 
descrição dos responsáveis pela execução; 
5. Desenho do canteiro de obras com as instalações iniciais e previsão das áreas de 
vivência; 
6. Programa educativo sobre prevenção de acidentes e doenças ocupacionais com a 
carga horária já estabelecida. 
 
 4.3 – Plano de emergência e contingência, brigadas de emergência 
 
Plano de emergência 
 
Quando um sinistro ocorre, geralmente, as pessoas entram em pânico e ficam 
desorganizadas, reduzindo a possibilidade de sobrevivência. 
 
Os planos de emergência têm a finalidade de organizar as ações a serem 
executadas nestas situações extremas de emergência e de capacitar os trabalhadores a 
reagir de forma mais produtiva em uma situação crítica, salvaguardando as vidas 
humanas. O êxito de um plano de emergência depende da participação tanto dos 
trabalhadores quanto do empregador. 
 
Sugere-se para a estrutura de um plano de emergência: 
 
Sumário executivo 
 
• Elaborar o propósito do plano com clareza; 
 
 
32
 
• Promover uma política de gerenciamento de emergência, definindo as 
autoridades envolvidas em cada situação de emergência com as 
responsabilidades das pessoas-chave; 
• Projetar ostipos de emergência que possam ocorrer e os locais que serão usados 
para gerenciar emergências em caso de ocorrência. 
 
Elementos da gestão de emergência 
 
• Refletir sobre como será possível controlar a emergência; 
• Verificar as comunicações possíveis e como será salvaguardada a vida das 
pessoas; 
• Definir metas de proteção dos bens da empresa, pensando na questão 
administrativa e logística. 
 
Procedimentos definidos para resposta à emergência 
 
• Realizar ações necessárias para cada situação, visando proteger os empregados e 
os visitantes; 
• Manter a empresa funcionando, evitando a falta de água, de energia elétrica e até 
mesmo acidentes de trânsito. 
 
Documentos de apoio 
 
• Identificar as pessoas a serem acionadas; 
• Definir atribuições, recursos, plantas, mapas, indicações de hidrantes, áreas 
confinadas, rotas de fuga, produtos perigosos, entre outros. 
 
Além de elaborar o documento físico, a empresa deverá dispor de um programa 
de treinamento, revisar o plano sempre que necessário e, por fim, distribuir o plano para 
as partes interessadas. Os empregados devem conhecer o plano de emergência e serem 
informados da programação de treinamento. Além disso, os terceiros devem ser 
 
 
33
 
integrados ao plano de emergência e devem ser elaboradas formas de divulgação aos 
visitantes. 
 
Planos de contingência 
 
Os planos de contingência são elaborados para evitar os danos decorrentes das 
situações que possam se transformar em uma emergência ou para que, durante uma 
emergência, haja condições de limitar os danos, levando-se em conta os diversos 
impactos que podem prejudicar o patrimônio e a vida. 
 
Um plano de contingência mais elaborado, certamente, gerará um custo maior, 
mas somente a partir da identificação do que é importante para a empresa, será possível 
comparar e elaborar um plano de contingência dentro da realidade institucional. 
 
Um plano de contingência se bem elaborado e desenvolvido, reduz os custos em 
caso de acidentes. 
 
Assim, todos os processos da empresa que estejam relacionados com as 
possíveis falhas devem estar descritos, assim como as ações de operacionalização e 
responsabilidades formais. A ideia central do plano de contingência é restabelecer de 
maneira ágil e rápida as condições antes da situação crítica e monitorar situações 
imprevisíveis e previsíveis. 
 
Brigadas de emergência 
 
As brigadas de emergência são equipes preparadas para executar as principais 
ações definidas no plano de emergência e de contingência. Não só para o combate a 
incêndio, mas para qualquer situação de emergência que possa afetar a vida. 
 
A NBR 14276 de 1999 prevê treinamento de brigada de emergência de 16 horas, 
sendo destinadas para treinamento prático e conhecimento teórico. Esta capacitação 
deve ocorrer a cada 12 meses ou quando houver alteração de 50% dos membros da 
brigada. 
 
 
34
 
 
Em Camillo Junior e Leite (2008), encontramos recomendações quanto à adoção 
do método simples de verificação da adequação do número de brigadistas em função do 
número de extintores conforme a fórmula: 
 
(número de hidrantes x 3) + ( número de extintores / 2) 
 2 
 
Este cálculo é interessante se a empresa possuir um sistema preventivo de 
incêndio instalado e serve apenas para conhecimento, o correto é seguir a NBR 14.726 
de 1999 que leva em conta a população fixa e a tabela 1 da referida norma. 
 
Conforme Camillo Junior e Leite (2008), as brigadas podem ser classificadas 
em: 
 
1. Brigada de incêndio: é a brigada designada para combater incêndios em fase 
inicial; 
2. Brigada de abandono: treinada para operacionalizar a retirada de pessoal que 
ocupa a edificação; 
3. Brigada de emergência: inclui funções de brigada de incêndio e brigada de 
abandono. Atuam em situações específicas, como: vazamentos de produtos 
perigosos, inundações e explosões. 
 
Para garantir a segurança em uma emergência, antes do atendimento às vítimas, 
recomenda-se os seguintes procedimentos: 
 
1. Sinalização e isolamento do local; 
2. Verificação dos EPIs e EPCs; 
3. Comunicação com o Corpo de Bombeiros da região, que deve ser acionado 
sempre pelo telefone 193; 
4. Liberação com rapidez e segurança das vias trafegáveis; 
5. Atenção especial aos outros riscos decorrentes do evento inicial. 
 
 
35
 
4.4 – Política e normas de segurança, integração entre empresa, 
funcionários, sindicatos, SESMT e CIPA. 
 
 
 
 
 
 
O primeiro passo ao elaborar uma política de segurança do trabalho em uma 
instituição é a percepção de que uma empresa de pequeno porte não é uma miniatura de 
uma grande empresa e, desta forma, apresenta diferenças de gestão. 
 
Tanto a política de segurança do trabalho como as normas de segurança do 
trabalho devem ser descritas com clareza para os empregados. Buscar medidas 
continuadas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho representa um 
compromisso louvável da empresa. É como se a empresa dissesse: "esta empresa se 
preocupa com a saúde e a segurança". Logo, estabelecer a política de segurança do 
trabalho é o ponto de partida para toda organização que busca eficácia nesta área. 
 
Mais importante do que as palavras são as ações desenvolvidas a partir do 
compromisso e da responsabilidade assumida com a Política de Segurança do Trabalho. 
Como forma de exercício, você pode tentar elaborar a política de segurança da empresa 
onde trabalha. 
 
As normas de segurança não devem ser confundidas com as ordens de serviço de 
segurança do trabalho. Normas e ordens de serviço têm papel diferente. Se a empresa 
 
 
36
 
não estabelecer normas de segurança, não poderá exigir que um empregado as cumpra. 
As ordens de serviço são direcionadas para a execução de tarefas com segurança. 
 
O empregador fornece os meios de concretizar as ações em prol da prevenção e 
os representantes do SESMT possuem a função de manter a empresa com índices 
aceitáveis de acidentes e doenças do trabalho, de modo que se cumpra o "direito à vida". 
A CIPA tem a função de educar e conscientizar os trabalhadores dos riscos de suas 
atividades, ou seja, prezar pelo que é determinado nos programas de prevenção que 
foram comentados nesta Unidade 4. 
 
Os sindicatos de categorias devem promover a saúde e a segurança do trabalho e 
em casos de situações de risco, eles podem intervir e exigir das empresas melhorias 
imediatas para garantir a integridade física dos trabalhadores. Todos os programas de 
prevenção devem ser desenvolvidos considerando a integração de medidas entre os 
envolvidos. O Ministério do Trabalho e Emprego tem o papel de fiscalizar o 
cumprimento do que pede a lei, quando, na verdade, a sua função deveria ser de apoio 
em relação ao entendimento das normas regulamentadoras, decretos e portarias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
 
4.5 – Estudo de caso de fixação de conteúdo da Unidade 4 
 
Os programas de prevenção aqui apresentados não são os únicos previstos na 
legislação e nem mesmo as únicas formas de tratar os riscos ambientais nas 
organizações. A NR 12 prevê o Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e 
Similares (PPRPS), por exemplo, assim como as Normas Regulamentadoras de 
Segurança do Trabalho são alteradas constantemente e mais orientações e programas 
são indicados além dos aqui previstos neste estudo. 
 
 Imagine-se na seguinte situação: uma máquina da empresa onde trabalha tem 
sido motivo de acidentes graves e você detecta que o perigo ocorre quando os 
trabalhadores colocam a mão na região onde há uma correia e uma polia, de transmissão 
de força.FIGURA 02: SISTEMA POLIAS E CORREIA 
 
 FONTE: ADAPTADO PELO AUTOR 
 
Ao analisar o risco de acidente, é possível reduzir ou eliminar a possibilidade 
de acidentes. Por este motivo, a CIPA solicitou apoios dos trabalhadores do setor que 
utilizam esta máquina para sugestão de melhorias. Depois da coleta de sugestões, a 
CIPA entregará ao SESMT ou ao responsável as sugestões para constarem 
simultaneamente no PPRA e no PPRPS. 
 
 
 
correia 
polia 
polia 
 
 
38
 
As sugestões aceitas pela empresa foram: 
• Confecção de telas de proteção com espaçamento de menos de 1 cm 
a serem fixadas no local do sistema de polias e correia. 
• Instalação de placa de advertência, sinalizando a área de risco de 
polias e correias. 
 
a) Espaço para a sua sugestão. Preencha o quadro abaixo quanto à adoção de 
medidas, completando-o com a segunda sugestão descrita acima. 
 
item Discriminação Ação de melhoria Prazo Responsável 
 
 
01 
 
 
Telas metálicas de 
proteção com 
espaçamento de 
menos de 1 cm. 
 
Confecção de 
telas a partir de 
medidas das 
áreas de polias e 
correia das 
máquinas. 
 
1(uma) semana para 
medição de tamanho e 
quantidade. 
 
2 (duas) semanas para 
confecção das telas. 
 
 
1 (uma) semana para 
instalação das telas. 
 
 
Departamento 
de manutenção 
da empresa. 
 
Empresa 
terceirizada. 
 
Departamento 
de manutenção 
da empresa. 
 
 
02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39
 
Encerramento 
 
 
O fato é que toda empresa que inicia um processo produtivo deve considerar 
que o risco ambiental já está presente e que precisa preocupar-se com a saúde e 
integridade de seus trabalhadores. Se por um lado as leis estabelecem o mínimo a ser 
cumprido para esta finalidade, mais pode ser feito pela prevenção de doenças e 
acidentes do trabalho. 
 
Uma empresa reativa cumpre o que a lei determina, elabora documentos, 
programas e laudos, fornece Equipamentos de Proteção Individual (EPI), Equipamentos 
de Proteção Coletiva (EPC) e faz as ordens de serviço. 
 
Já a empresa proativa vai além e busca a excelência na segurança do 
trabalhador. Algumas buscam a certificação, outras aplicam políticas de segurança bem 
descritas, mas nem sempre a realidade reflete o que os documentos descrevem. 
 
Portanto, a prevenção se conquista dia a dia com o envolvimento de todos e 
com a percepção de que cada trabalhador precisa cuidar da sua própria saúde e 
segurança no desenvolver da sua atividade, por ser seu direito e seu dever diante do que 
a empresa dispõe e propõe nos diversos programas aqui discutidos. 
 
Boa sorte! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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