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Hemangiomas: Anomalia Multifatorial

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HEMANGIOMAS: UMA ANOMALIA MULTIFATORIAL
Bruna Luisa Koch Monteiro¹ Letícia Cuba Guerra ²
1 Discente de Odontologia UNIPAR
2 Docente Odontologia UNIPAR – Francisco Beltrão PR
 Segundo Cruz (2011), o hemangioma é considerado uma neoplasia benigna ou um hamartoma, que tem como principal característica a proliferação de vasos sanguíneos. A etiologia está relacionada a lesões genéticas, traumas físicos e inflamações de origem desconhecida. Para Queiroz (2014), os locais mais frequentes para o desenvolvimento da lesão são o lábio superior, língua, mucosa jugal e palato e tem predileção por recém nascidos ou primeira infância. O diagnóstico é imprescindível para descartar demais lesões e os exames de imagem são de suma importância para auxiliar no reconhecimento do agravo. 
 O objetivo desse trabalho é apresentar o relato de um caso clínico de uma paciente portadora dessa neoplasia na mucosa jugal e mucosa labial, considerando as características clínicas e os métodos de diagnóstico desta lesão.
Paciente do gênero feminino, 52 anos, compareceu a clínica da unipar com queixa de "bolas roxas" na mucosa. Refere que não lembra quando surgiram, pois tem há muito tempo, não tem dor ou desconforto, se morde eventualmente mas não chega a sangrar. O seu dentista clínico sugeriu que buscasse o estomatologista para esclarecimento do diagnóstico. Relatou ser hipertensa controlada, com uso de atenolol e hidroclorotiazida, sem outras comorbidades. Ao exame físico extra-oral nao se observou alterações, intra oral há presença de multiplos nódulos de coloração arroxeada em mucosa jugal lado esquerdo e mucosa labial. Na palpação percebe-se pulsação neste nódulos. A hipotese de diagnóstico foi de hemangiomas. Como uma alternativa conservadora para confirmar o diagnóstico solicitou-se ultrassonografia das lesões.
Segundo Queiroz (2014), A manifestação clínica dos hemangiomas variam de acordo com o tamanho da lesão, local, e profundidade. Os superficiais estão restritos à derme papilar e reticular e podem ser nodulares ou placas. Enquanto os profundos envolvem a derme profunda e o tecido subcutâneo, são lesões nodulares, da cor da pele ou com tom azul.
Ao realizar vitropressão a lesão adquiriu uma coloração pálida, e com diminuição do tamanho em razão do esvaziamento de seus vasos sanguíneos, a diferenciando de outras lesões. Com a ultrassonografia solicitada para o caso, a suspeita de que se tratava de um hemangioma foi confirmada pois o exame indicou discreta dilatação dos vasos com baixo fluxo de resistência e com natureza venosa. A paciente optou por não realizar nenhum tratamento e segue em acompanhamento periódico. 
 A maioria dos Hemangiomas tem evolução favorável e regressão espontanea, é recomendado acompanhamento periódico com documentação fotográfica e discussão sobre os tratamentos, procurando minimizar o estress psicossocial do doente e família. Exames de imagem como ecografia com doppler, tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética (RMN) auxiliam no diagnótico. 
Há diferentes métodos de tratamento para controlar o crescimento e ajudar na regressão da lesão. Para as lesões menores e periféricas, pode-se optar por escleroterapia, excisão cirúrgica convencional, laserterapia, radioterapia, eletrocoagulação e crioterapia. Nas lesões maiores e/ou intraósseas, localizadas em área estética, o tratamento deve ser através de embolização ou obliteração
 Alterações vasculares na região de cabeça e pescoço são muito importantes para os profissionais da saúde, uma vez que qualquer procedimento realizado sem a cautela necessária pode causar uma situação de urgência ou emergência. Não obstante essas lesões causam desconforto estético e psicológico ao paciente, além de dores devido a ulcerações. 
PASSAS, M. A. TEIXEIRA, M. Hemangioma da Infância. Nascer e Crescer vol.25 no.2 Porto jun. 2016.
QUEIROZ, S. ET AL. Tratamento de hemangioma oral com escleroterapia: relato de caso. J Vasc Bras. 2014 Jul.-Set.; 13(3):249-253
CRUZF, F. ET AL. Diagnóstico diferencial de hemangioma por meio da vitropressão. RGO, Rev. gaucha. odontol. (Online) vol.59 no.1 Porto Alegre jan./mar. 2011
  
ASSIS, M. G. ET AL. Hemangioma de língua: relato de caso. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac., Camaragibe v.9, n.2, p. 59 - 66, abr./jun.2009

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