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ANATOMIA HUMANA 
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Marcus Vinicius Pellegrini
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1 - ASPECTOS HISTÓRICOS ..................................................................................................................................... 6
2 - TERMINOLOGIA ANATÔMICA .............................................................................................................................7
3 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO ........................................................................................................................... 9
3.1. POSIÇÃO ANATÔMICA ......................................................................................................................................10
3.2. PLANOS, EIXOS E MOVIMENTOS ....................................................................................................................10
4 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO .............................................................................................................10
5 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO .................................................................................................................... 11
6 - PLANOS OU PRINCÍPIOS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO ...............................................12
7 - CONCEITOS GERAIS ............................................................................................................................................13
8 - SISTEMA ESQUELÉTICO E SISTEMA ARTICULAR ...........................................................................................14
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE 
ANATOMIA HUMANA
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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8.1. DISTRIBUIÇÃO DOS OSSOS ..............................................................................................................................14
8.2. ESTRUTURA DOS OSSOS ..................................................................................................................................14
8.3. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS ...........................................................................................................................16
8.4. ACIDENTES ÓSSEOS .........................................................................................................................................16
8.5. DIVISÃO DO ESQUELETO ..................................................................................................................................16
8.6. ANATOMIA DO ESQUELETO AXIAL ..................................................................................................................16
8.6.1. CRÂNIO ............................................................................................................................................................16
8.6.2. COLUNA VERTEBRAL .....................................................................................................................................17
8.6.3. CAIXA TORÁCICA ...........................................................................................................................................19
8.7. ANATOMIA DO ESQUELETO APENDICULAR .................................................................................................. 20
8.7.1. MEMBROS SUPERIORES .............................................................................................................................. 20
8.7.2. MEMBROS INFERIORES ............................................................................................................................... 20
9 - SISTEMA ARTICULAR ........................................................................................................................................ 23
10 - SISTEMA MUSCULAR ...................................................................................................................................... 25
10.1. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DA FIBRA MUSCULAR .................................................................. 25
10.2. ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA .................................................................................................................. 26
10.2. UNIDADE MOTORA ......................................................................................................................................... 27
10.3. CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO ..................................................................... 27
11 - CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS ................................................................. 28
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INTRODUÇÃO
Anatomia humana é a ciência que se dedica ao estudo macroscópico da estrutura do 
corpo humano. É considerada uma disciplina básica da área da saúde e das ciências biológicas, 
sendo uma matéria dinâmica e descritiva. Dentro dela, o estudante deve visualizar as estruturas 
componentes do corpo humano nas três dimensões (largura, comprimento e profundidade), 
compreendendo os conceitos e aplicando a terminologia anatômica de forma correta.
A anatomia humana será abordada no ponto de vista sistêmico, no qual cada sistema é 
nomeado e organizado de acordo com seus componentes e funções.
É necessário dominar a organização do corpo humano para interagir com situações 
clinicas referentes à sua formação pro� ssional. Na Unidade 1 estudaremos a introdução ao estudo 
da anatomia e o aparelho locomotor. Os ossos, as articulações e os músculos são componentes 
passivos e ativos da locomoção do corpo, além de gerarem sustentação e proteção, dentre outras 
funções.
O termo anatomia tem origem da palavra grega (ana = partes e tome = cortar) que 
signi� ca “cortarem partes”. E a palavra dissecar tem origem latina (dis = separar e secare=cortar). 
Como base da compreensão do organismo humano, o estudo da anatomia humana deve ser 
relacionado diretamente com o estudo da superfície do corpo, palpação das regiões corporais e 
observação de estruturas.
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1 - ASPECTOS HISTÓRICOS
A anatomia como ciência vem sendo estudada desde a pré-história, pois o homem tinha 
a necessidade do conhecimento do corpo para sua sobrevivência. 
A história da anatomia humana é semelhante à da medicina. O estudo do corpo humano 
de maneira mais adequada foi iniciado pelos � lósofos gregos, com destaque a Empêndocles (480 
a.C.) e Demócrito (460 a.C.). O primeiro a realizar descrições sistemáticas foi Hipócrates (460-
377 a.C.). 
Entre outros destaques importantes são os anatomistas Aristóteles, Heró� lo, Galeno, 
Celsus.
Os documentos cientí� cos que foram preservados do Império Romano são principalmente 
compilações de informações obtidas dos estudiosos gregos e egípcios.
Com o Renascimento da ciência, na transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, o 
estudo da anatomia difundiu-se rapidamente, e pelo ano 1300, as dissecações humanas tinham 
se tornado uma parte integrante do currículo médico. 
Os principais avanços em anatomia ocorridos durante o renascimento foram, 
em grande parte, decorrentes das habilidades artística e cientí� ca de Leonardo 
da Vinci e Andreas Vesalius. Trabalhando nos séculos XV e XVI, cada um deles 
produziu estudos monumentais da forma humana (VAN DE GRAAFF, 2003, 
p.13).
Entre os contemporâneos de Vesalius (século XVI) evidenciam-se Bartolomeu, Eustáquio, 
Falópio entre outros.
O cadáver humano não deve ser visto como simples objeto de estudo, já que é envolvido 
por um vínculo emocional e afetivo com os indivíduos com os quais estabeleceu uma relação. A 
questão da morte está presente desde o início do ensino médico e das outras pro� ssões da área 
da saúde, sendo inegável que o avanço da medicina se deu graças à possibilidade de ensino e 
pesquisa ética em cadáveres (COHEN; GOBBETTI, 2002; COSTA et al., 2012).
A anatomia avança com a tecnologia e in� uência da arte, cultura moderna e urbana.
Figura 1 - Lição de anatomia do Dr. Van der Meer. Fonte: Van Mierevelt (1617).
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Saiba mais sobre a perspectiva histórica da Anatomia em “VAN DE GRAAFF, capí-
tulo 1, página 2-20”
Sobre doação de corpos, acesse http://sbanatomia.org.br/doacao-de-corpos/
2 - TERMINOLOGIA ANATÔMICA
A anatomia humana tem sua linguagem própria, que obedece a International Anatomical 
Terminology e no Brasil, a tradução dos termos anatômicos é de responsabilidade da Comissão 
de Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia.
A nômina anatômica, segundo Miranda-Neto et al. (2008), é o conjunto de termos 
empregados para indicar e descrever as partes do organismo. Os termos anatômicos são: 
- termos que indicam situação e direção das partes do corpo;
- termos gerais comuns aos vários constituintes do corpo;
- termos especiais para diferentes constituintes do corpo.
A última atualização da terminologia anatômica foi no ano de 2001, com um destaque 
à extinção dos epônimos (estruturas corporais que receberam os nomes das pessoas que as 
descobriram ou descreveram). Esses epônimos são ine� cientes do ponto de vista descritivo (ver 
quadro 2). 
Conforme a Terminologia Anatômica (2001), alguns termos componentes do corpo 
humano foram modi� cados, por exemplo: 
Quadro 1 - Termos componentes modi� cados. Fonte: Terminologia Anatômica (2001). 
NOME ANTIGO 
Amígdalas 
Canal de Havers 
Canal pancreático 
Cavidade bucal 
Circunvoluções cerebrais 
Fossa nasal 
Gânglio linfático 
Hipoderme 
Ilhotas de Langerhans 
Líquido cefalorraquidiano 
Mentoniano 
Nervos raquidianos 
Ouvido 
Rótula 
Sistema circulatório 
Sistema digestivo 
Sistema excretor 
Sistema reprodutor 
NOME ATUAL
Tonsilas
Canal central
Ducto pancreático
Cavidade oral
Sulcos e giros cerebrais
Cavidade nasal
Linfonodo
Tela subcutânea
Ilhas pancreáticas
Líquido cerebrospinal
Mentual
Nervos espinais
Orelha
Patela
Sistema cardiovascular
Sistema digestório
Sistema urinário
Sistema genital
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O prefácio da Terminologia Anatômica (2001) contempla a importância de que médicos 
e cientistas em todo o mundo usem o mesmo nome para cada estrutura.
Quadro 2 - Atualização de alguns epônimos extintos. Fonte: adaptado de Piatto et al. (2000); Bezerra e Bezerra 
(2000); Terminologia Anatômica (2001).
Para sintetizar as descrições anatômicas, podem ser abreviados os termos: veia (v.); veias 
(vv.); artéria (a.); artérias (aa.); músculo (m.); músculos (mm.); ligamento (lig.), ligamentos 
(ligg.); nervo (n.) nervos (nn.), ramo (r.); ramos (rr.) entre outros.
EPÔNIMOS EXTINTOS
Feixe de His
Trompas de Falópio
Pomo-de-Adão
Trompas de Eustáquio
Tendão de Aquiles
Cápsula de Bowman
Fundo de saco de Douglas
Bola gordurosa de Bichat
Plexo de Meissner 
Forame de Monro
Bainha de Schwann
Círculo de Willis
Aqueduto de Sylvius
TERMOS ATUAIS
Fascículo atrioventricular
Tubas uterinas
Proeminência laríngea
Tubas auditivas
Tendão Calcâneo
Cápsula do glomérulo renal
Escavação retouterina
Corpo adiposo da bochecha
Plexo submucoso do intestino
Forame interventricular
Neurilema
Círculo arterial do cérebro
Aqueduto do mesencéfalo)
Saiba mais sobre termos regionais em Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano 
Saudável e Enfermo “HERLIHY e MAEBIUS (2002), capítulo 1, página 11”.
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3 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO
O corpo humano está dividido em regiões especí� cas que podem ser identi� cadas na 
superfície corporal (Figura 1).
Figura 1 - Divisão geral do corpo humano. Fonte: a autora.
Linhas verticais e linhas horizontais (Figura 2a) subdividem o abdome em regiões 
denominadas: epigástrio, hipocôndrios, umbilical, laterais, púbica e inguinais. Uma linha mediana 
e uma linha transversal subdivide o abdome através do umbigo em quatro quadrantes (Figura 
2b). Essas subdivisões são signi� cativamente importantes para a anatomia voltada à clínica.
Figura 2 – Regiões e quadrantes do abdome. LM (Linha Mediana); LV (Linha Vertical); LH (Linha Horizontal). 
Fonte: adaptado de Borba (2011).
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3.1. Posição Anatômica 
Para descrever a localização, direção ou relacionar as estruturas corporais deve-se seguir 
a Posição Anatômica como referência.
Essa posição padrão do corpo humano nas descrições anatômicas tem o objetivo de evitar 
confusão nos estudos. O indivíduo deve ser imaginado em pé, ereto, com posição ortostática. 
Com a face voltada anteriormente, o olhar direcionado para o horizonte, com os membros 
superiores estendidos ao longo do tronco e com as palmas das mãos voltadas anteriormente, os 
membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas anteriormente. 
3.2. Planos, Eixos e Movimentos
Toda e qualquer descrição anatômica devem se expressar em relação à posição anatômica 
e com base nos planos que seccionam o corpo humano.
Os planos de secção corporal são:
A - Plano de Secção Mediano: divide o corpo em duas metades direita e esquerda.
B - Plano de Secção Frontal: divide o corpo em duas metades ventral/anterior e dorsal/
posterior.
C - Plano de Secção Horizontal (ou Transversal): divide o corpo em duas metades 
superior e inferior.
Os eixos são linhas imaginárias que atravessam os planos perpendicularmentepara 
propiciar movimentos corporais.
Os principais movimentos indicam as posições do corpo quando há deslocamento. Os 
principais movimentos são: � exão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral.
4 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO
Existem linhas imaginárias interligadas que tangenciam à superfície do corpo humano 
como se fossem “lâminas” verticais e horizontais, formando um sólido geométrico, um 
paralelepípedo (Figura 3). Cada uma dessas lâminas é um plano de delimitação do corpo humano. 
Figura 3 - Planos que tangenciam o corpo, delimitando-o e formando um paralelepípedo. Fonte: a autora.
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A - Plano ventral ou anterior: corresponde à “lâmina” vertical que passa tangente ao 
ventre ou parte anterior do corpo;
B - Plano dorsal ou posterior: corresponde à “lâmina” vertical que passa tangente à 
superfície do dorso ou da parte de trás do nosso corpo;
C - Planos laterais direito e esquerdo: correspondem às “lâminas” verticais que passam 
tangentes às superfícies dos lados direito e esquerdo do corpo, respectivamente;
D - Plano superior (ou cranial): corresponde à “lâmina” horizontal que passa tangente à 
porção superior da cabeça;
E - Plano inferior (ou podálico ou caudal): corresponde à “lâmina” horizontal que passa 
tangente À planta dos pés. 
Figura 4 - Termos de relação. Fonte: Registered nursing (2018).
 
5 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 
Nas descrições anatômicas são utilizados termos que relacionam as estruturas e órgãos 
aos planos e eixos do corpo humano, para fornecer uma ideia de localização, posição e direção 
destes componentes. Estes termos (Figura 4 e Quadro 3) descrevem as relações das partes do 
nosso corpo em posição anatômica.
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TERMO
Mediano (a)
Anterior ou ventral
Posterior ou dorsal
Superior ou cranial
Inferior, caudal ou podálico
Medial
Lateral
Intermédio
Proximal
Distal
Médio (a)
Superficial
Profundo
Interno
Externo
CONCEITO
Localiza-se na linha mediana do corpo;
Voltado ou mais próximo da fronte;
Voltado ou mais próximo do dorso;
Voltado ou mais próximo da cabeça;
Voltado ou mais próximo do pé;
Mais próximo do plano mediano;
Mais distante do plano mediano;
Entre uma estrutura lateral e outra medial;
Mais próximo do ponto de origem do membro;
Mais distante do ponto de origem do membro;
Entre uma estrutura proximal e outra distal;
Localiza-se mais próximo da superfície;
Localiza-se mais distante da superfície;
Localiza-se no interior de um órgão ou cavidade;
Localiza-se externamente a um órgão ou a uma cavidade;
Quadro 3 – Principais termos de posição e direção. Fonte: adaptado de Tortora e Grabowski, (2013); Spence (1991).
6 - PLANOS OU PRINCÍPIOS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO 
DO CORPO HUMANO
A organização do corpo humano obedece aos seguintes planos ou princípios 
característicos aos vertebrados, denominados de antimeria, metameria, paquimeria e estratigra� a 
(ou estrati� cação).
A. Antimeria: consiste no princípio construção da simetria bilateral, no qual é possível 
dividir o corpo humano em duas metades semelhantes (antímeros direito e esquerdo). 
A semelhança entre os antímeros está no que diz respeito à forma, função e localização. 
B. Metameria: consiste no princípio da construção em superposição longitudinal de 
segmentos (metâmeros) semelhantes.
“Termos específi cos descrevem o posicionamento de partes estruturais do cor-
po em relação às outras. Considere o porquê geralmente os termos são pares e 
opostos?
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C. Paquimeria: consiste no princípio de construção duas cavidades (paquímeros), 
sendo um ventral e o outro dorsal. O paquímero ventral é denominado paquímero 
visceral (corresponde às cavidades torácica, abdominal e pélvica). O paquímero dorsal é 
denominado paquímero neural (corresponde ao canal vertebral e a cavidade do crânio).
D. Estratigra� a: consiste no princípio da construção em superposição de camadas 
(estratos) de diferentes tecidos.
7 - CONCEITOS GERAIS
A forma melhor adaptada a uma função, que ocorre com maior frequência na população 
ou na natureza, entende-se como normalidade. Na medicina, é normal o que é considerado no 
indivíduo com condições ideais de saúde.
Alterações na forma, localização e trajeto podem-se ser considerados desvios. Há desvios 
que não interferem na função de determinada estrutura corporal, sendo tais alterações conhecidas 
como variações anatômicas. 
Idade, sexo (gênero), etnia e biótipo (ou tipo constitucional) são considerados fatores 
gerais de variação anatômica.
Quando o desvio afeta a faixa da normalidade, alterando a forma e a função, é denominado 
anomalia. No entanto, se a anomalia for acentuada demais, será chamada monstruosidade, a qual 
foge dos padrões da anatomia, sendo incompatível à vida e se inclui na patologia (teratologia).
Figura 5 - Composição do Aparelho Locomotor. Fonte: a autora.
“A osteoporose é uma doença óssea que resulta do desiquilíbrio entre a reabsor-
ção e a formação óssea, por isso há maiores riscos de fratura. Como é uma das 
doenças ósseas mais frequentes, podemos afi rmar que se trata de uma variação? 
Normalidade? Ou anomalia?
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8 - SISTEMA ESQUELÉTICO E SISTEMA ARTICULAR
O esqueleto representa o conjunto de ossos e cartilagens que servem para auxiliar os 
movimentos corporais, sustentação de partes moles do corpo; proteção de órgãos vitais; produção 
de elementos do sangue e armazenamento de sais minerais e triglicerídeos.
No indivíduo adulto há aproximadamente 206 ossos, enquanto que em um recém-nascido 
há em torno de 270 ossos.
8.1. Distribuição dos Ossos
Os ossos são distribuídos por segmentos corporais da seguinte forma:
A. Cabeça 
A1. Crânio: frontal, occipital, esfenoide, etmoide, parietais e temporais.
A2. Face: nasais, lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos, conchas nasais inferiores, 
vômer e mandíbula.
B. Pescoço e tronco 
B1. Coluna Vertebral: vértebras cervicais (I-VII), vértebras torácicas (I-XII), vértebras 
lombares (I-V), vértebras sacrais (I-V), vértebras coccígeas (I- IV). 
B2. Caixa Torácica: osso esterno e 12 pares de costelas. 
B3. Osso hioide. 
C. Membro superior 
C1. Ombro: escápula e clavícula (Cíngulo escapular)
C2. Braço: úmero 
C3. Antebraço: rádio e ulna 
C4. Mão: ossos do carpo (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, 
trapezoide, capitato e hamato), do metacarpo e falanges. 
D. Membro inferior 
D1. Quadril: ílio, ísquio e púbis (Cíngulo pélvico)
D2. Coxa: fêmur 
D3. Joelho: patela
D4. Perna: tíbia e fíbula. 
D5. Pé: ossos do tarso (calcâneo, tálus, navicular, cuboide e cuneiformes medial, 
intermédio e lateral), do metatarso e falanges.
8.2. Estrutura dos Ossos
No estudo microscópico do tecido ósseo observa-se a presença de substância óssea 
compacta e substância óssea esponjosa. Na estrutura externa dos ossos é encontrada uma 
membrana de revestimento chamada periósteo. 
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Os vasos sanguíneos penetram pelo periósteo e pelas artérias nutrícias. As artérias 
periosteais penetram na diá� se por canais perfurantes, nutrindo o periósteo e a parte externa 
do osso compacto. As artérias nutrícias penetram no osso compacto através do forame nutrício 
e seus ramos irrigam internamente o osso compacto, o osso esponjoso e medula óssea vermelha.
Aproximadamente 99% do cálcio do corpo está armazenado nos ossos, e muitos ossos 
possuem uma cavidade central que contém a medula óssea amarela.A medula óssea vermelha 
preenche os espaços internos da maioria dos ossos, apresenta capacidade hematopoiética 
(produção de células sanguíneas vermelhas).
Figura 6 - Estrutura dos ossos. Fonte: Tortora (2013).
Para entender sobre a importância do transplante, leia “O que é transplante de me-
dula óssea?” Acesse: http://redome.inca.gov.br/medula-ossea/o-que-e-o-trans-
plante-de-medula-ossea/
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8.3. Classificação dos Ossos
A osteologia usa alguns critérios para classi� cação dos ossos, considerando suas 
dimensões lineares (comprimento, largura ou espessura); presença de cavidades cheias de ar; 
número geral (Quadro 4). Há ossos contidos no interior de tendões chamados de sesamóides, 
como a patela e o pisiforme.
Quadro 4 - Classi� cação dos ossos. Fonte: a autora.
8.4. Acidentes Ósseos
As irregularidades presentes na superfície dos ossos são chamadas acidentes ósseos. 
Servem para � xação de tendões e ligamentos, permitem a passagem de vasos sanguíneos e 
nervos. Os principais exemplos são: forames, tubérculos, tuberosidades, trocânteres, canais, 
fossas, côndilos, epicôndilos, protuberâncias, incisuras, margens, entre outros.
Os acidentes ósseos tornam-se mais proeminentes na puberdade. 
8.5. Divisão do Esqueleto
Didaticamente, o esqueleto é dividido em esqueleto axial (ossos da cabeça, coluna 
vertebral e caixa torácica) e esqueleto apendicular (ossos dos membros superiores e inferiores).
8.6. Anatomia do Esqueleto Axial
8.6.1. Crânio
O crânio é um estojo de proteção dividido em neurocrânio (porção que protege o 
encéfalo) e viscerocrânio (porção que aloja órgãos do sentido, partes do sistema respiratório e 
digestório). Os ossos do crânio estão unidos por articulações � brosas, exceto a mandíbula, pois 
é o único osso móvel da cabeça.
CLASSIFICAÇÃO
LONGOS
CURTOS
PLANOS
ALONGADOS
IRREGULARES
PNEUMÁTICOS
CARACTERÍSTICAS
Maior comprimento em relação à largura e à 
espessura. Presença de cavidade medular.
Comprimento, espessura e largura semelhantes.
Comprimento e largura maiores quando 
comparados à espessura
Maior comprimento em relação à largura e à 
espessura. Ausência de cavidade medular.
Sem forma definida
Apresentam uma ou mais cavidades no seu 
interior, revestidas por mucosa e preenchidas 
por ar.
EXEMPLOS
Fêmur, tíbia, úmero, rádio.
Ossos do carpo e do tarso.
Parietal, esterno, ílio, escápula
Costelas.
Vértebras, zigomático, 
mandíbula.
Temporal e seios paranasais 
(frontal, maxila, esfenóide e 
etmóide).
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A cavidade do crânio abriga e protege o encéfalo, é subdividida em três compartimentos: 
fossas anterior, média e posterior do crânio. A cúpula do crânio é chamada calvária. A calvária é 
formada por ossos planos e pneumáticos, em sua constituição pode-se observar partes dos ossos 
frontal, occipital e parietais.
Figura 7 – Anatomia do crânio. Fonte: Miranda-Neto (2008).
8.6.2. Coluna vertebral
A coluna vertebral é o principal eixo de sustentação do corpo, possui um canal ósseo, 
denominado canal vertebral, que aloja e protege a medula espinal. É constituída em sua formação 
por 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares e pelos ossos sacro e 
coccígeo (Figuras 8 e 9). 
Figura 8 - Vista lateral da coluna vertebral. Fonte: adaptado de Prosdócimi e Nogueira (2009).
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Figura 9 - Características de uma vertebra típica. Fonte: Miranda-Neto (2008).
A forma da coluna é semelhante a letra “S”, com curvaturas normais conhecidas como 
lordoses e cifoses (quadro 4).
As curvaturas da coluna podem sofrer alterações por má postura, que podem se acentuar 
resultando em desvios patológicos, que, por sua vez, podem gerar compressão das raízes dos 
nervos espinais. Os principais desvios são conhecidos como: hipercifose (curvaturas primárias 
acentuadas); hiperlordose (curvaturas secundárias acentuadas) e escoliose (desvio lateral da 
coluna vertebral).
Quadro 5 -Comparação das curvaturas presentes na coluna vertebral de um adulto normal. Fonte: a autora. 
Vale considerar que as curvaturas primárias estão presentes na vida intrauterina e as 
curvaturas cervical e lombar são curvaturas secundárias, pois surgem após o nascimento, com a 
sustentação da cabeça e posição bípede.
Como há variação de tamanho e forma das vértebras, de acordo com as regiões 
da coluna vertebral, saiba mais em: “VAN DE GRAAFF”, páginas 159-163.
ATENÇÃO, assista o vídeo sobre desvios posturais: 
https://www.youtube.com/watch?v=JaAsW8fSBHg
CURVATURAS
1. CERVICAL
2. TORÁCICA
3. LOMBAR
4. SACROCOCCÍGEA
DENOMINAÇÃO
Lordose
Cifose
Lordose
Cifose
CARACTERÍSTICA
possui concavidade posterior (curvatura secundária)
possui concavidade anterior; (curvatura primária)
Possui concavidade posterior (curvatura secundária)
possui concavidade anterior. (curvatura primária)
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8.6.3. Caixa torácica 
A caixa torácica é um arcabouço ósseo constituído pelo osso esterno, por 12 pares de 
costelas, cartilagens costais e por 12 vértebras torácicas. Aloja e protege órgãos como o coração, 
pulmões, parte do esôfago, etc. 
Os 12 pares de costelas podem ser classi� cadas conforme sua articulação com o osso 
esterno, como costelas verdadeiras (I a VII), costelas falsas (VIII-X) e costelas � utuantes (XI e 
XII).
Morfologicamente, há as costelas típicas e atípicas. As costelas são consideradas típicas da 
III à X, pois apresentam acidentes ósseos semelhantes, enquanto que as costelas atípicas I, II, XI 
e XII são morfologicamente diferentes.
Figura 10 - Características anatômicas da caixa torácica – Vista anterior. Fonte: Netter (2015).
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Figura 11 – Principais acidentes ósseos. A. costela típica; B costelas atípicas. Fonte: Netter (2015).
8.7. Anatomia do Esqueleto Apendicular
Os membros apresentam uma parte radicular (cíngulo) e outra parte livre. 
8.7.1. Membros superiores
A escápula e a clavícula formam o ombro, em conjunto formam o cíngulo escapular que 
representa a raiz do membro superior. Os ossos do braço (úmero), antebraço (rádio e ulna) e 
ossos da mão (carpo, metacarpo e falanges) formam a parte livre do membro superior.
8.7.2. Membros inferiores
Os ossos do quadril direito e esquerdo formam o cíngulo pélvico que representa a raiz do 
membro inferior. Os ossos da coxa (fêmur), joelho (patela), perna (tíbia e fíbula) e ossos do pé 
(tarso, metatarso e falanges) formam a parte livre do membro inferior.
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Figura 12a- Esqueleto do membro superior (A) e inferior (B). Fonte: Sobotta (2018).
FIGURA A
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Figura 12b- Esqueleto do membro superior (A) e inferior (B). Fonte: Sobotta (2018).
FIGURA B
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9 - SISTEMA ARTICULAR
Articulações representam a união entre dois ou mais ossos, com as funções de compor o 
esqueleto; permitir que o crescimento ósseo ocorra; mudar de forma durante o parto e capacitar 
a movimentação corporal em resposta à contração muscular.
As articulações apresentam certos aspectos estruturais e funcionais em comum, que 
permitem classi� cá-las em três grandes tipos: � brosas, cartilagíneas e sinoviais. O critériopara 
esta classi� cação é a diferença no tecido conectivo e a mobilidade. 
As articulações � brosas se subdividem em suturas, sindesmoses e gonfoses. Do ponto de 
vista funcional, são imóveis denominadas como sinartroses e tem como tecido conectivo o tecido 
conjuntivo � broso. Essas articulações conferem elasticidade entre as peças ósseas envolvidas.
As suturas são encontradas somente entre os ossos do crânio, apresentando formas 
variáveis, como:
• Sutura serrátil apresenta união serrilhada. Exemplo: sutura coronal (entre os ossos 
frontal e parietais).
• Sutura escamosa apresenta união em bisel. Exemplo: sutura escamosa (entre os ossos 
temporal e parietal).
• Sutura retilínea apresenta união linear. Exemplo: sutura internasal (entre os ossos 
nasais).
No crânio do feto e no recém-nascido a ossi� cação é incompleta, pois as áreas de tecido 
� broso que conecta os ossos cefálicos são mais amplas e são denominadas fontículos. E a medida 
que a idade avança pode ocorrer ossi� cação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que 
as suturas desapareçam.
As sindesmoses aparecem entre ossos que estão unidos por uma faixa longa de tecido 
conjuntivo � broso, formando uma membrana interóssea, como por exemplo, as membranas 
interósseas do antebraço (sindesmose rádio-ulnar) e da perna (sindesmose tíbio� bular).
As gonfoses estão presentes entre as raízes dos dentes e seus respectivos alvéolos dentais.
As articulações cartilagíneas se subdividem em sincondroses e sín� ses. Do ponto de 
vista funcional, são semimóveis, denominadas como an� artroses e têm a cartilagem como tecido 
conectivo. A presença de cartilagem hialina caracteriza as sincondroses (Ex. sincondrose esfeno-
occipital) e a presença de cartilagem � brosa caracteriza as sín� ses (Ex. sín� se púbica).
As articulações sinoviais apresentam seis subtipos de acordo com a forma que as peças 
ósseas se articulam. Do ponto de vista funcional, são móveis denominadas como diartroses. As 
articulações móveis apresentam uma estrutura complexa e anexos articulares.
Sua estrutura é caracterizada pela presença de cápsula articular, cartilagem articular, 
líquido articular e cavidade articular. Os anexos estão presentes em algumas articulações sinoviais, 
entre eles estão os meniscos, ligamentos e discos articulares.
Os principais subtipos das articulações sinoviais, são classi� cados conforme a forma das 
faces articulares envolvidas.
a) Esferoide: articula-se através de uma superfície esférica com uma determinada 
cavidade. Exemplo: articulação do quadril ou ombro. 
b) Gínglimo: o lado convexo do osso se liga do lado côncavo do seu correspondente. 
Exemplo: articulação úmero-ulnar (cotovelo).
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c) Trocoide: a face semicilíndrica de um osso se liga em um anel formado parcialmente 
por osso e parcialmente por ligamentos. Exemplo: articulação atlanto-axial. 
d) Selar: parte côncava de um osso em direção à parte convexa de outro. Exemplo: 
articulação carpometacarpal. 
e) Condilar: possui uma face articular saliente (côndilo), que se articula com a cavidade 
de outro osso. Exemplo: articulação temporomandibular (ATM) 
f) Plana: faces planas, que se deslizam uma sobre as outras. Exemplo: articulações entre 
os ossos do tarso e do carpo. 
Os principais movimentos articulares são � exão, extensão, adução, abdução, deslizamento, 
rotação e circundução.
Figura 13 - Principais articulações. Fonte: Netter (2015).
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Saiba mais sobre Doença articular degenerativa em “Moore (2013), página 17.”
“Uma importante revisão do sistema articular pode ser vista no vídeo Anatomia 
Humana e os movimentos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-
v=we_Hif91CRI
10 - SISTEMA MUSCULAR
A miologia estuda os músculos que estão distribuídos por todo o corpo humano. Os 
músculos são caracterizados pela capacidade contrátil e por desempenhar muitas funções, 
como: produção dos movimentos corporais (locomoção), estabilização das posições corporais, 
regulação do volume dos órgãos, movimento de substâncias e produção de calor.
Os músculos são classi� cados de acordo com o controle nervoso (músculos voluntários 
e involuntários) e de acordo com a organização histológica em três tipos: músculo liso, músculo 
estriado cardíaco e músculo estriado esquelético.
O músculo liso não possui estriações transversais, apresenta controle autônomo e por 
isso é considerado involuntário, pode ser encontrado nas paredes das vísceras ocas. O músculo 
estriado cardíaco possui estriações transversais, apresenta controle autônomo e é involuntário, 
está presente na camada média da parede do coração, denominado miocárdio. E o músculo 
estriado esquelético possui estriações transversais, na maioria das vezes é voluntário e está preso 
ao esqueleto. 
Nesta unidade será destacado o músculo estriado esquelético.
10.1. Características e Propriedades da Fibra Muscular
As células musculares são alongadas, e devido às suas propriedades são denominadas 
� bras musculares, que em conjunto formam os feixes ou fascículos musculares. Cada � bra 
muscular é envolta pelo endomísio, cada feixe é envolto pelo perimísio e o músculo pelo epimísio. 
O envoltórios são formados por tecido conjuntivo.
Contratilidade, relaxamento e elasticidade são as propriedades observadas na � bra 
muscular. 
O tônus muscular (estado de contração parcial do músculo em repouso) é controlado pelo 
sistema nervoso. Quando ocorre o aumento do tônus muscular chama-se hipertonia e quando há 
diminuição do tônus, hipotonia.
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Há três tipos de contração, re� exa, isométrica e isotônica. A contração re� exa é automática, 
ocorre durante os movimentos respiratórios. Na contração isométrica não ocorre movimento de 
qualquer segmento do esqueleto. Ocorre um aumento na tensão das � bras musculares e mantém 
o comprimento do músculo. Na contração isotônica, as � bras musculares se encurtam, o tamanho 
do músculo é diminuído e a tensão de suas � bras não é alterada. 
Quando o indivíduo mantém a postura contra a ação da gravidade, a contração neste 
caso é isométrica. E quando o indivíduo se locomove, mastiga ou fala, a contração muscular é 
isotônica.
10.2. Organização Macroscópica
A região carnosa e avermelhada do músculo é chamada ventre muscular, representa a 
porção contrátil (ativa). As conexões terminais são as extremidades do músculo que podem ser 
denominadas tendões e aponeuroses.
Figura 14 - Regiões do músculo esquelético. Fonte: Dangelo e Fattini (2007).
 
Os pontos de � xação muscular são denominados origem e inserção. As conexões terminais 
do músculo se � xam em acidentes ósseos, cartilagens e em estratos da pele.
Em relação à origem e à inserção muscular, existem algumas controvérsias, porém será 
considerado origem o ponto que permanece � xo durante a execução do movimento. O outro 
ponto de � xação que se desloca durante o movimento é chamado inserção. Nos músculos dos 
membros, a origem é proximal e a inserção é distal.
Os anexos musculares estão presentes no sistema muscular, exercendo funções como: 
facilitar o deslizamento durante a contração; manter os tendões em posição e proteção. Entre os 
principais anexos estão: fáscias, bolsas sinoviais e a bainha sinovial.
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10.2. Unidade Motora
A unidade motora é conjunto de � bras musculares inervadas pela arborização terminal 
de um único neurônio motor. Representa a menor parte de um músculo capaz de contrair-se 
isoladamente. 
10.3. Classificação Anatômica do Músculo EsqueléticoA. Localização: os músculos podem ser super� ciais (cutâneos) ou profundos. Os 
músculos cutâneos estão localizados abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de 
suas inserções na camada profunda da derme. Os músculos profundos estão inseridos em 
ossos, estão localizados abaixo da fáscia super� cial.
B. Dimensões: os músculos podem ser longos, planos e curtos. 
C. Forma: alguns apresentam forma semelhante a uma forma geométrica. 
D. Execução de movimentos: os músculos podem ser � exores, extensores, adutores, 
abdutores, pronadores, etc.; 
E. Número de cabeças ou extremidades de origem: os músculos que apresentam duas ou 
mais extremidades e um ventre, podem ser classi� cados como bíceps, tríceps e quadríceps.
Obs.: Quando o músculo é policaudado (possui várias extremidades para inserção) o 
critério usado é o número de caudas ou extremidades de inserções.
F. Número de ventres: os músculos possuem uma extremidade de origem, uma de 
inserção e vários ventres. São chamados de digástrico (quando possui dois ventres) e 
poligástrico (quando possui três ou mais ventres).
G. Direção dos feixes musculares: os músculos podem apresentar um arranjo: circular, 
paralelo, fusiforme, convergente, unipenado, bipenado e multipenado.
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Figura 15 - Arranjo e forma dos arranjos dos feixes musculares. Fonte: Tank e � omas (2008.)
11 - CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS 
ESQUELÉTICOS
A. Agonistas: são os músculos principais que ativam um movimento especí� co do corpo.
B. Antagonistas: são os músculos que se opõem à ação dos agonistas.
C. Sinergistas: são os músculos que auxiliam os agonistas, estabilizam as articulações 
para que não ocorram movimentos indesejáveis. 
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ATENÇÃO, para completarmos a informação sobre sistema Muscular, assistam o 
vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Z-qGsycmBsE 
Figura 16 – Principais músculos do corpo. Fonte: adaptado de Human body anatomy, (2011).
Para conhecer sobre injeções intramusculares, leia a página 314 do Tortora (2005).
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 32
1 - TECIDO NERVOSO E DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO ................................................................................ 33
2 - SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO .....................................................................................................................37
2.1. NERVOS CRANIANOS.........................................................................................................................................37
2.2. NERVOS ESPINAIS ........................................................................................................................................... 39
2.3. GÂNGLIOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS ....................................................................................................... 40
3 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL ...........................................................................................................................41
3.1. MEDULA ESPINAL ..............................................................................................................................................41
3.2. APLICAÇÃO CLÍNICA ......................................................................................................................................... 42
3.3. ENCÉFALO ......................................................................................................................................................... 42
3.4. TRONCO ENCEFÁLICO ...................................................................................................................................... 43
SISTEMA NERVOSO
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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3.5. BULBO ................................................................................................................................................................ 44
3.6. PONTE ................................................................................................................................................................ 44
3.7. MESENCÉFALO .................................................................................................................................................. 44
3.8. CEREBELO ......................................................................................................................................................... 44
3.9. CÉREBRO ........................................................................................................................................................... 45
3.10. DIENCÉFALO .................................................................................................................................................... 46
3.11. TELENCÉFALO .................................................................................................................................................. 47
3.12. VENTRÍCULOS E LÍQUIDO CEREBROSPINAL ............................................................................................... 49
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INTRODUÇÃO
O sistema nervoso é constituído por um tecido especializado, capaz de interpretar e 
desencadear respostas adequadas aos estímulos aplicados à superfície do corpo, controlando as 
funções sistêmicas do organismo.
Considerando a divisão anatômica do sistema nervoso, temos o SNC (Sistema Nervoso 
Central) que está protegido pelo esqueleto axial e o SNP (Sistema Nervoso Periférico), que está 
amplamente distribuído pelo corpo, fora do canal vertebral e cavidade do crânio.
O organismo e o ambiente estão funcionalmente inter-relacionados e o sistema nervoso 
gera uma percepção consciente, um controle motor e a interação de informações (integração). 
Nesta unidade, serão abordados os aspectos anatômicos e funcionais do sistema nervoso. 
Em síntese, esse sistema coordena todas as funções corporais, integra sensações e ideias, 
conjuga fenômenos da consciência e adapta o organismo às condições de momento.
Esta unidade foi baseada nas publicações dos autores de Neuroanatomia e Anatomia 
Humana Básica como Martin (2013); Miranda Neto et al. (2008); Tortora e Grabowisnk (2007).
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1 - TECIDO NERVOSO E DIVISÕES DO SISTEMA 
NERVOSO
Os componentes celulares do tecido nervoso são os neurônios (células nervosas 
especializadas na condução e transmissão do impulso nervoso) e as células da glia (suporte 
metabólico e estrutural).
Os neurônios representam a unidade celular funcional do sistema nervoso com 
propriedades especí� cas, como excitabilidade/irritabilidade (capacidade de ser estimulado), 
condutibilidade (condução de impulsos nervosos) e comunicação (transmissão do impulso 
nervoso de uma célula para outra).
Todos os neurônios possuem um plano morfológico comum, mesmo que ocorram em 
diferentes formas e tamanhos, cada um possui quatro regiões especializadas: corpo celular, 
dendritos, axônio e rami� cações terminais ou terminações axônicas. Observe a ilustração (Figura 
1) que apresenta a morfologia e funções de cada região do neurônio. 
Figura 1 - Neurônio e tipos de sinapses. Fonte: Meneses (2015).
Neurônios se comunicam uns com os outros nas sinapses (comunicação de um neurônio 
para o outro), nas quais a transmissão do impulsopode ser química ou elétrica. 
A transmissão do impulso nervoso na sinapse química é mediada pela liberação de 
neurotransmissores e na sinapse elétrica há junções comunicantes, que permitem a passagem de 
íons de uma célula para outra, resultando em uma conexão elétrica e a transmissão dos impulsos. 
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Os critérios de divisão do sistema nervoso destacados nesta unidade serão os aspectos 
morfofuncionais (divisão anatômica e divisão funcional). Na � gura 2, observe os componentes do 
SNC (Sistema Nervoso Central) e SNP (Sistema Nervoso Periférico), considerando a localização 
do encéfalo e da medula espinal, na cavidade do crânio e no canal vertebral, respectivamente. 
Já os nervos, gânglios e terminações nervosas estão localizados fora do esqueleto axial, estão 
distribuídos por toda a periferia do corpo (pele, músculos, vísceras, etc.). Anatomicamente os 
componentes do SNC e do SNP são organizados separadamente, porém, funcionalmente são 
interdependentes.
Figura 2 – Divisão Anatômica do Sistema Nervoso. Fonte: a autora.
 
No corte mediano da cabeça (Figura 2), pode ser observado cada região componente do 
encéfalo segundo a divisão anatômica. As características de cada região destacadas na � gura 3 
serão descritas nesta unidade.
Na substância cinzenta do encéfalo e da medula há grande predomínio de corpos de 
neurônios e no SNP os corpos de neurônios são encontrados nos gânglios nervosos.
Figura 3 - Componentes do encéfalo. Fonte: Adaptado de IBM (2009).
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O encéfalo e a medula espinal são protegidos por membranas de tecido conjuntivo, 
conhecidas como meninges (Figura 4). As meninges são:
• Dura-máter: meninge externa, caracteriza-se por ser extremamente rígida, sendo 
formada por tecido conjuntivo � broso. No encéfalo, a dura-máter apresenta duas 
camadas, enquanto que na medula espinal existe apenas uma. A camada externa à dura-
máter encefálica é fortemente aderida aos ossos. A camada interna à dura-máter separa 
as partes do encéfalo, formando pregas denominadas: foice do cérebro (separa os dois 
hemisférios do cérebro), foice do cerebelo (separa os dois hemisférios do cerebelo) e o 
tentório do cerebelo (separa o cérebro do cerebelo).
• Aracnoide-máter: meninge média, muito delgada e muito delicada, possui septos que 
partem da pia-máter lembrando uma “teia de aranha”. 
• Pia-máter: meninge interna e íntima, pois encontra-se fortemente ligada ao encéfalo e 
à medula espinal.
Figura 4 - Meninges em corte frontal centrado sobre o seio sagital superior. Fonte: Meneses (2015).
Há espaços intermeníngeos denominados:
• Espaço epidural (peridural): localizado entre a meninge dura-máter e o periósteo 
do canal vertebral. Esse espaço é exclusivo da medula espinal, já que no crânio, a dura-
máter está fortemente aderida aos ossos. É preenchido por tecido adiposo e por vasos 
sanguíneos constituintes do plexo venoso vertebral interno. Pode ser via de administração 
de anestésicos (anestesia epidural).
• Espaço subdural: localizado entre as meninges dura-máter e a aracnoide-máter, é um 
espaço estreito preenchido por uma película líquida que evita a aderência entre as duas 
meninges. 
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• Espaço subaracnóideo: localizado entre as meninges aracnoide-máter e a pia-máter. É 
amplo e é preenchido pelo líquido cerebrospinal (LCE). Nesse espaço (em nível de canal 
vertebral) podem ser administrados anestésicos espinais (conhecido popularmente como 
raquianestesia).
As complicações ocasionadas pelo bloqueio subaracnóideo variam desde 
sintomas leves, como dor lombar associada ao trauma da agulha, até 
compressão medular potencialmente irreversível por hematoma subdural. [...] 
A neurotoxicidade depende da potência, solubilidade lipídica e ligação proteica, 
sendo lidocaína e tetracaína as drogas mais tóxicas (OLIVEIRA et al., 2015).
Considerando-se critérios funcionais, sistema nervoso é dividido em: Sistema Nervoso 
Somático (SNS) ou de vida de relação e Sistema Nervoso Visceral (SNV) ou de vida vegetativa.
O sistema nervoso somático é responsável por permitir que o organismo se relacione 
com os outros e com o ambiente, por meio de vias sensitivas (vias aferentes), que levam impulsos 
dos receptores localizados nos órgãos do sentido, em músculos e articulações, e continuam em 
direção ao SNC; por vias motoras (vias eferentes), responsáveis por conduzir os impulsos do SNC 
para o músculo estriado esquelético, resultando em contração voluntária. 
O sistema nervoso visceral também possui vias aferentes e eferentes. Neste caso, as vias 
aferentes partem dos receptores presentes nos órgãos ou vísceras e se estendem até o SNC; a via 
eferente (componente motor) é também referida como sistema nervoso autônomo (SNA) e é 
responsável por conduzir impulsos do SNC para o músculo cardíaco, liso, glândulas e adipócitos.
O SNA é dividido em três partes: simpático, parassimpático e entérico. A parte simpática 
(porção toracolombar) é responsável pela constrição dos vasos sanguíneos, dilatação da pupila, 
ereção dos pelos, aumento do ritmo cardíaco (taquicardia), dilatação dos brônquios, ejaculação, 
etc. A parte parassimpática (craniossacral) promove constrição da pupila e acomodação visual, 
diminuição do ritmo cardíaco (bradicardia), constrição dos brônquios, ereção, etc.
A parte entérica do SNA e conhecida como sistema nervoso entérico (SNE), que é 
constituído por redes neurais encontradas entre os estratos da parede do tubo digestório. Os 
neurônios formam plexos responsáveis pelo controle do peristaltismo, motilidade intestinal e 
tonicidade dos vasos sanguíneos intestinais.
“Qual a relação e importância da atividade simpática e parassimpática para o or-
ganismo?” 
Saiba mais sobre SNA e suas partes em “Miranda-Neto et al., capítulo 5, páginas 
43-45”.
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2 - SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
O SNP é encontrado fora do paquímero dorsal. Esse sistema é constituído por nervos 
(feixes de � bras nervosas), gânglios nervosos (conjunto de corpos de neurônios) e terminações 
nervosas (dispositivos presentes na extremidade do nervo).
Os nervos são cordões esbranquiçados, formados por � bras nervosas, sendo que que cada 
� bra nervosa é envolta pelo endoneuro. Cada feixe nervoso (conjunto de � bras nervosas) é envolto 
pelo perineuro. Para formar os nervos, os feixes nervosos são envoltos por um revestimento 
denominado epineuro. 
Os nervos que apresentam conexão com o encéfalo são conhecidos como nervos 
cranianos, e os nervos que apresentam conexão com a medula espinal, são denominados nervos 
espinais. Há 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais.
Funcionalmente, os nervos são classi� cados como motor (eferente), sensitivo (aferente) 
e misto. 
• Nervos motores: o impulso é conduzido do SNC para a periferia.
• Nervos sensitivos: o impulso é conduzido da periferia para o SNC. 
• Nervos mistos: o impulso será conduzido nos dois sentidos. 
2.1. Nervos Cranianos
A maioria dos nervos cranianos (Figura 5) apresentam conexão com o tronco encefálico, 
exceto os dois primeiros pares. No quadro 1 apresenta a classi� cação e as principais funções dos 
12 pares de nervos cranianos.
NERVOS CRANIANOS
I. Nervo Olfatório
II. Nervo Óptico
III. Nervo Oculomotor 
IV. Nervo Troclear
V. Nervo Trigêmeo
VI. Nervo Abducente
CLASSIFICAÇÃO
Sensitivo
Sensitivo
Motor
Motor
Misto
Motor
FUNÇÃO
Condução dos impulsos olfatórios para o SNC.
Condução dos impulsos visuais para o SNC.
Condução dos impulsos motoresaos músculos do 
olho (movimentação do globo ocular). 
Condução dos impulsos motores aos músculos do 
olho (movimentação do globo ocular).
Condução dos impulsos de sensibilidade geral da 
meninge dura-máter encefálica, pele da face, das 
mucosas das cavidades nasal, oral e seios paranasais, 
dos dentes e dos 2/3 anteriores da língua. Condução 
dos impulsos de motricidade aos músculos da 
mastigação. 
Condução dos impulsos motores aos músculos do 
olho (movimentação do globo ocular).
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Misto
Sensitivo
Misto
Misto
Motor
Motor
Condução dos impulsos de sensibilidade especial 
(gustação) dos 2/3 anteriores da língua e impulsos 
nervosos de sensibilidade geral do palato mole, parte 
do pavilhão auditivo e meato acústico externo. 
Condução dos impulsos motores aos músculos da 
expressão facial, glândulas salivares e glândula 
lacrimal. 
Condução impulsos relacionados com o equilíbrio 
(parte vestibular) e a audição (parte coclear).
Condução dos impulsos os impulsos de sensibilidade 
especial (gustação) do 1/3 posterior da língua e de 
sensibilidade geral do 1/3 posterior da língua, da 
faringe, úvula, tonsila e tuba auditiva, parte do pavilhão 
auditivo e meato acústico externo. 
Condução dos impulsos de motricidade da glândula 
salivar parótida, dos músculos constritores da faringe.
Condução dos impulsos de sensibilidade geral da 
faringe, laringe, traqueia, esôfago, demais vísceras 
torácicas, estômago, intestino delgado, fígado, baço, 
pâncreas e parte do intestino grosso. 
Condução dos impulsos de motricidade para os 
músculos da laringe e faringe, vísceras torácicas e 
parte das vísceras abdominais.
Condução dos impulsos de motricidade para laringe, 
vísceras torácicas e para os músculos trapézio e 
esternocleidomastóide.
Condução dos impulsos de motricidade para 
musculatura da língua.
VII. Nervo Facial
VIII. Nervo Vestibulococlear
IX. Nervo Glossofaríngeo
X. Nervo Vago
XI. Nervo Acessório
XII. Nervo Hipoglosso
Quadro 1 - Classi� cação e funções gerais dos nervos cranianos. Fonte: adaptado de Madeira (2010).
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Figura 5 - Representação dos 12 pares de nervos cranianos. Fonte: Netter (2015).
 
2.2. Nervos Espinais
 
Todos os nervos espinais (Figura 6) são classi� cados como mistos, pois são resultantes da 
união das � bras nervosas da raiz sensitiva e raiz motora da medula espinal. Os nervos situam-se 
logo abaixo da vértebra correspondente, com exceção dos nervos cervicais, que têm início entre 
o osso occipital e a primeira vértebra e terminam entre a sétima vértebra cervical e a primeira 
vértebra torácica, atravessando os forames intervertebrais.
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A denominação dos nervos se dá conforme a conexão com os segmentos medulares: 8 
pares de nervos cervicais, 12 pares de nervos torácicos, 5 pares de nervos lombares, 5 pares de 
nervos sacrais e 1 par de nervos coccígeos. (Figura 5).
Os ramos nervosos posteriores se distribuem aos músculos e à pele da região dorsal do 
tronco e da região occipital. Os ramos nervosos anteriores se distribuem pela região anterolateral 
do pescoço e do tronco, da musculatura, pele, ossos, articulações e vasos dos membros superiores 
e inferiores, formando redes de nervos que se rami� cam formando os plexos nervosos espinais.
Os plexos ocorrem em ambos os lados da coluna vertebral, são denominados conforme 
a região da seguinte forma: plexo cervical, plexo braquial, plexo lombar, plexo sacral e plexo 
coccígeo.
Figura 6 - Representação dos 12 pares de nervos cranianos. Fonte: Netter (2015). 
2.3. Gânglios e Terminações Nervosas
Os gânglios nervosos representam corpos de neurônios localizados fora do SNC, podem 
ser classi� cados como sensitivos e motores, podendo ser somáticos e viscerais.
As terminações nervosas representam dispositivos presentes nas extremidades das � bras 
nervosas, podendo ser sensitivas ou motoras.
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Entre as terminações sensitivas há uma classi� cação anatômica e uma classi� cação 
funcional. De acordo com a morfologia das terminações nervosas sensitivas (Receptores), podem 
ser classi� cadas como gerais (livres e capsulares) ou especiais. Na classi� cação funcional podem 
ser exteroceptores, proprioceptores ou vísceroceptores. Já as terminações motoras podem ser 
somáticas e viscerais.
3 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL
3.1. Medula Espinal
A medula espinal representa o segmento caudal do SNC, está alojada no canal vertebral 
se estendendo do forame magno do osso occipital até a segunda vértebra lombar (L2) com 
tamanho médio entre 42-45 cm. É limitada superiormente por uma linha transversal imaginária 
e é continua ao bulbo do tronco encefálico. Inferiormente, se afunila por volta da L2, formando 
o cone medular.
Observando a morfologia externa, tem forma cilindroide, achatada no sentido 
ânteposterior, apresenta dois sulcos que são denominados de � ssura mediana anterior (sulco 
profundo) e sulco mediano posterior (sulco super� cial), ambos dividem a medula em lado direito 
e esquerdo. Ao � m do cone medular estende-se um � lamento único denominado � lamento 
terminal e inferior a L2 até o cóccix observa-se a presença de � lamentos que em conjunto é 
chamado de cauda equina.
Há duas intumescências resultantes do aumento do contingente neuronal, chamadas de 
intumescência cervical e intumescência lombossacral. Essas regiões dão origem à inervação dos 
membros superiores e inferiores. 
Figura 7 - Visão posterior da parte inferior da medula espinal e da cauda equina, após a abertura da dura-máter. 
Fonte: Meneses (2015).
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3.2. Aplicação Clínica
No espaço subaracnóideo, entre a aracnoide e a pia-máter, encontra-se grande quantidade 
de líquido cerebrospinal (LCE). Como o cone medular encontra-se acima da segunda vértebra 
lombar e abaixo só existem raízes medulares da cauda equina e o � lamento terminal, a cisterna 
lombar é um local muito utilizado para as punções lombares. Em diferentes situações, pode ser 
necessário proceder ao exame do LCE ou aplicar a injeção de substâncias como contraste para 
exame radiológico, nas mielogra� as, medicamentos para o tratamento de diferentes doenças e 
substâncias para as anestesias espinais. Nestes casos, é realizada a punção lombar, onde uma 
agulha é introduzida na linha mediana da região lombar, entre os processos espinhosos das 
vértebras situadas entre L2 e o sacro, com cuidados de assepsia para evitar contaminação. A 
cisterna lombar contém grande quantidade de LCE, e não há risco de lesão medular se a punção 
for realizada abaixo do cone medular.
Na superfície da medula espinal é possível observar a conexão de � lamentos nervosos 
denominados � lamentos radiculares. A união desses � lamentos radiculares formam os 31 pares 
de nervos espinais. Cada região medular conectada a um par de nervo espinal é denominada 
segmento medular. Como são 31 pares de nervos espinais há também 31 segmentos medulares. 
Estes segmentos são: 8 segmentos medulares cervicais, 12 segmentos medulares torácicos, 5 
segmentos medulares lombares, 5 segmentos medulares sacrais e 1 segmento medular coccígeo.
 Em um corte transversal da medula espinal, a substância cinzenta se distribui na forma 
da letra “H” ou semelhante a uma “borboleta” circundado pela substância branca, que se encontra 
na periferia.
 A medula espinal representa via de comunicação e transmissão de informações sensitivas 
e motoras (viasou projeções ascendentes e descendentes), também serve como centro integrador 
para os re� exos espinais (respostas motoras rápidas às alterações ambientais).
3.3. Encéfalo 
O encéfalo é o centro de registros e interpretação das sensações, tomada de decisões, 
início das ações, além de ser considerado o centro de inteligência, das emoções e memória. 
Recebe informações do corpo e controla suas atividades, principalmente através de conexões com 
a medula espinal. Serão descritas a seguir as características anatômicas gerais dos componentes 
encefálicos: tronco encefálico, cerebelo e cérebro.
O peso médio de um encéfalo humano varia entre 1.250 g e 1.600 g, dependendo 
do peso do corpo: um indivíduo de maior compleição geralmente tem um 
encéfalo mais pesado. O peso médio de um encéfalo masculino é 1.350 g e, de 
um feminino, 1.250 g. Ao redor dos 20 anos de idade, o encéfalo atinge o seu 
peso máximo. Nos idosos, há uma diminuição do peso do encéfalo por causa 
da atrofia relacionada à idade. O peso do encéfalo não é indicativo do grau de 
inteligência do indivíduo (KAHLE; FROTCHER, 2008, p. 16).
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3.4. Tronco Encefálico
O tronco encefálico está localizado na cavidade do crânio, sobre a parte basal do osso 
occipital, situado anterior ao cerebelo e estende-se desde a medula espinal até o diencéfalo. Está 
dividido em três regiões distintas: bulbo, ponte e mesencéfalo (Figura 8). 
Em sua região inferior (caudal) o bulbo continua-se com a medula espinal no nível do 
forame magno, não havendo limite anatômico claro. Em sua região superior (cranial), apresenta 
como limite com o diencéfalo os tratos ópticos.
Grupos neuronais do tronco encefálico tomam parte em virtualmente todas as tarefas 
do sistema nervoso central. Em sua estrutura interna difere-se da medula espinal, pois não 
há distinção de substância branca e substância cinzenta. Apresenta muitos núcleos nervosos e 
formação reticular.
A formação reticular é uma rede de neurônios que participa da ativação do córtex cerebral, 
estabelece comunicações com a medula espinal, cerebelo e cérebro. Tem como principais funções: 
integração de re� exos, controle da frequência cardíaca e respiratória, controle vasomotor, etc.
Figura 8 - Face anterior do tronco do encéfalo com o bulbo (8), a ponte (P) e o mesencéfalo (M). Fonte: Meneses 
(2015).
“Após um trauma, o que pode ocorrer caso um indivíduo perca a conexão medula 
espinal com o tronco encefálico?”
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3.5. Bulbo
Esse segmento do tronco encefálico representa a continuação da medula espinal no 
encéfalo, portanto, todos os sulcos e � ssuras presentes na medula espinal também são encontrados 
no bulbo. 
Superiormente o bulbo está separado da ponte por um sulco transversal denominado 
sulco bulbopontino. Na face anterior do bulbo há uma � ssura mediana anterior e também 
distinguem-se as olivas e as pirâmides. A oliva apresenta os núcleos nervosos olivares conectados 
por � bras nervosas ao cerebelo e envolvidos no mecanismo da aprendizagem motora. 
3.6. Ponte
A ponte consiste em uma grande elevação na superfície anterior do tronco encefálico, 
localizada entre o bulbo e o mesencéfalo. É caracterizado pela presença do sulco basilar em sua 
face anterior, em sua região lateral há um feixe nervoso denominado pedúnculo cerebelar médio 
que conecta a ponte ao cerebelo. 
Uma parte da face posterior do bulbo e a face posterior da ponte formam a fossa romboide, 
que serve como soalho do IV ventrículo.
3.7. Mesencéfalo
É o segmento cranial (superior) do tronco encefálico que está ligado ao diencéfalo. O 
sulco que limita a ponte e o mesencéfalo é denominado sulco pontinho superior. Internamente 
apresenta um canal denominado aqueduto do mesencéfalo, núcleos rubros e substância negra. 
Em sua face anterior há dois pedúnculos cerebrais e na face posterior destacam-se os colículos 
superiores e inferiores (saliências arredondadas que formam a lâmina quadrigêmea) que 
participam da via visual e auditiva.
3.8. Cerebelo
O cerebelo está alojado na fossa cerebelar do osso occipital, situado posterior ao tronco 
encefálico e inferior ao telencéfalo. É caracterizado pela presença de dois hemisférios cerebelares, 
sendo um direito e o outro esquerdo, que se unem pelo verme do cerebelo (Figura 9).
A conexão do cerebelo com outras partes do SNC se dá por meio de três feixes nervosos 
denominados pedúnculos cerebelares superior, médio e inferior, que estão conectados com o 
bulbo e medula espinal, ponte e mesencéfalo, respectivamente.
Estruturalmente, a substância cinzenta forma o córtex cerebelar e a substância branca 
está localizada centralmente. A superfície do cerebelo apresenta uma série de sulcos e � ssuras que 
o subdividem em regiões denominadas de folhas, lóbulos e lobos (Figura 8). 
O cerebelo participa do controle do equilíbrio, regulação do tônus muscular, manutenção 
da postura e coordenação dos movimentos voluntários. Também possui um papel no aprendizado 
motor. Especula-se que as lesões cerebelares podem levar a desordens de funções corticais 
superiores e a mudanças nas emoções, mas isto ainda não foi fundamentado.
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Com base na � logenia (aspectos evolutivos e genéticos), o cerebelo está dividido em:
Arquicerebelo: recebe impulsos da orelha, que garantem a noção de posição, auxiliando 
o cerebelo com a sua função de manutenção do equilíbrio. 
Paleocerebelo: controla o tônus muscular e a manutenção da postura. 
Neocerebelo: Apresenta como função a coordenação de pequenos movimentos e é 
encontrado nos mamíferos. 
Figura 9 - Hemisférios cerebelares. Fonte: Netter (2015).
3.9. Cérebro
O � uxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo � uxo sanguíneo 
renal e cardíaco. Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de sangue 
aproximadamente igual ao próprio peso do indivíduo adulto.
Como explicado na divisão anatômica do sistema nervoso, o cérebro é constituído pelo 
telencéfalo e diencéfalo.
Considerando a terminologia anatômica, caso ocorra uma hemorragia na região 
do cerebelo, é correto afi rmar que houve um AVC (Acidente Vascular Cerebral)?
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3.10. Diencéfalo
O diencéfalo (� gura 10) encontra-se encoberto pelo telencéfalo e suas regiões constituintes 
são: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. 
- Tálamo: formado por duas massas cinzentas ovoides que se comunicam por meio da 
aderência intertalâmica. Representa o local de recepção e integração da maioria os impulsos 
sensitivos que se direcionam para o córtex cerebral; participa das funções de controle motor e 
controle das emoções. 
- Hipotálamo: localizado ântero-inferiormente ao tálamo, é formado por vários núcleos 
hipotalâmicos que atuam na regulação da homeostasia, controle do SNA, controle da hipó� se, 
regulação endócrina, regulação da temperatura corporal, regulação da frequência cardíaca e 
da pressão arterial, também participa do controle das emoções e comportamento sexual. Vale 
destacar entre as estruturas hipotalâmicas, além da hipó� se, há o quiasma óptico e os corpos 
mamilares.
- Epitálamo: região posterior do diencéfalo que apresenta duas porções, sendo uma 
endócrina (responsável por secretar melatonina) e outra não-endócrina (participa do controle 
das emoções). Com a secreção da melatonina, a glândula pineal organiza os ciclos circadianos, 
auxiliando no controle do sono e da vigília.
- Subtálamo: área de transição entre o tálamo e o mesencéfalo. Os núcleos subtalâmicos 
têm um importantepapel no controle dos movimentos corporais.
Figura 10 - A face inferior do hipotálamo e estruturas circunjacentes. (Fotografia por Kevin Fitzpatrick, em nome da 
GKT School of Medicine, London). Corte mediano da cabeça, destacando as regiões do diencéfalo: H. hipotálamo; T. 
tálamo; E. epitálamo. Fonte: adaptado de Standring (2010) e Netter (2015).
SITUAÇÃO CLÍNICA: Lesões do subtálamo provocam o hemibalismo, síndrome 
caracterizada por surgimento de movimentos involuntários anormais das extre-
midades. Em alguns casos, estes movimentos são violentos e não desaparecem 
durante o sono. 
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3.11. Telencéfalo
Os hemisférios cerebrais direito e esquerdo formam o telencéfalo. Os dois hemisférios 
estão parcialmente separados pela � ssura longitudinal, unidos e integrados por meio de um feixe 
de � bras nervosas, denominado corpo caloso.
É caracterizado pela presença de giros e sulcos. Observa-se uma grande variação 
anatômica entre os giros e sulcos. Cada extremidade do hemisfério cerebral é conhecido como 
polos frontal, temporal e occipital.
Profundamente, em cada hemisfério cerebral encontra-se núcleos da base. Os núcleos da 
base são conjuntos de corpos de neurônios que estão relacionados ao controle da motricidade 
somática, planejamento motor e também participa com outros componentes do sistema límbico 
no controle das emoções.
O telencéfalo apresenta cinco lobos (Figura 11) e cada lobo é formado por um conjunto 
de giros que desempenham funções particulares.
Lobo Frontal: se estende do polo frontal até o sulco central. Atua no planejamento 
futuro, raciocínio, pensamento abstrato, comportamento agressivo e sexual, seletividade 
de atenção e memória, fala e coordenação de movimentos voluntários.
Lobo Parietal: localizado posterior ao sulco central e anterior ao sulco parieto-occipital. 
Contém o córtex somatossensorial primário, onde interpreta impulsos nervosos 
relacionados à sensações gerais.
Lobo Occipital: posterior ao sulco parieto-occipital e se estende até o polo occipital. Está 
relacionado fundamentalmente à visão.
Lobo Temporal: inferior ao sulco lateral. Responsável pela audição, linguagem, ordenação 
de pensamento, memória, comportamento emocional e sexual.
Lobo da Ínsula: lobo interno. Relacionado à percepção e à geração de respostas 
emocionais.
Considerando a organização interna de cada hemisfério cerebral, observa-se uma 
camada externa de células nervosas (substância cinzenta cerebral ou córtex cerebral), núcleos da 
base (núcleo caudado, putame, globo pálido e claustrum), corpo amigdaloide e demais núcleos 
límbicos.
Um antigo ponto de vista filogenético classi� cava o córtex cerebral em: arquicórtex e o 
paleocórtex e um neocórtex. Essas distinções refletem o arranjo organizacional dos elementos 
celulares em diferentes regiões. 
No ponto de vista funcional, o córtex é dividido em áreas de Projeção e áreas de 
Associação. As áreas de projeção podem ser sensorial ou motora. É considerada área de projeção 
sensorial quando recebe e interpreta os impulsos de sensibilidade geral e especial. Quando a área 
inicia a resposta motora considera-se área de projeção motora. Já as áreas de associação estão 
relacionadas às funções mais complexas e integrativas.
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O grande desenvolvimento dos hemisférios cerebrais ocorrido durante a 
evolução das espécies culminou com a caracterização do cérebro humano, cujas 
capacidades mais diferenciadas se devem particularmente ao surgimento e 
desenvolvimento do neocórtex, principal responsável pelo maior tamanho do 
sistema nervoso central (SNC) em relação ao corpo (grau de encefalização) e, 
sobretudo, pela sua complexa rede neural (MENESES, 2015, p. 228).
Figura 11 - Características anatômicas dos hemisférios cerebrais. Fonte: Tortora (2007).
Saiba mais sobre os núcleos da base e importância do sistema Límbico em Tor-
tora (2007), capítulo 18.
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3.12. Ventrículos e Líquido Cerebrospinal
As cavidades presentes no SNC são denominados como ventrículos laterais (I e II), III 
ventrículo e IV ventrículo (Figura 12). Os ventrículos laterais estão localizados no telencéfalo, o 
III ventrículo situa-se no diencéfalo, o IV ventrículo está posterior ao tronco encefálico e anterior 
ao cerebelo.
O líquido cerebrospinal (LCE) é um líquido incolor, constituído por muitos linfócitos, 
responsável por proteger o sistema nervoso central contra lesões físicas e químicas, tendo como 
funções: a proteção contra possíveis impactos dos ossos com o SNC; a eliminação de detritos; 
e o fornecimento de nutrientes para o SNC, além de proteger contra microrganismos. É capaz, 
também, de levar oxigênio e outras substâncias necessárias do sangue para os neurônios e células 
da glia. O LCE é produzido nos plexos corióideos, circulando pelo espaço subaracnóideo e no 
interior dos ventrículos, sendo reabsorvido pelo sangue venoso.
Quando há falhas na reabsorção do LCE pode ocorrer hidrocefalia. Recentemente na 
Neurocirurgia, o uso de instrumentos ópticos (neuroendoscópios) inseridos por pequenas 
trepanações no crânio e que são dotados de canais por onde instrumentos cirúrgicos podem ser 
inseridos, tem substituído as cirurgias convencionais. É possível tratar a hidrocefalia, em casos 
selecionados, abrindo-se o assoalho do terceiro ventrículo na região tuberal, criando-se uma via 
de saída do liquido represado nos ventrículos para a cisterna mesencefálica e, assim, dispensar o 
uso de derivações ventriculares com válvulas e evitar suas complicações. Esse é o procedimento 
mais frequente e recebe o nome de terceiroventriculostomia endoscópica. 
Figura 12 - O sistema ventricular. A, Vista anterior; B, vista lateral esquerda. Fonte: Standring (2010).
En� m, o sistema nervoso é fascinante, reativo, criativo, dinâmico e considerando a 
evolução cientí� ca, o progresso da imagem clínica e morfológica, cada vez mais funcional; espero 
que você como acadêmico (a) da área da saúde faça muitas correlações e conexões com sua 
futura área de atuação. Compare a estrutura anatômica com a respectiva função e localização. 
Compreenda quais são as áreas morfofuncionais da emoção, da inteligência, do controle motor, 
áreas de controle da linguagem e percepção auditiva, centros de controle da respiração, da 
frequência cardíaca, da atenção, do sono, do apetite, etc.
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UNIDADE
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................51
1 - SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................................................................................................................. 52
1.1. VASOS SANGUÍNEOS ......................................................................................................................................... 52
1.2. CORAÇÃO ............................................................................................................................................................ 53
2 - ASPECTO CLÍNICO ............................................................................................................................................. 56
2.1. IRRIGAÇÃO, DRENAGEM E INERVAÇÃO DO CORAÇÃO ................................................................................. 57
2.2. TRAJETO DO SANGUE NA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA .................................................................................. 57
3 - SISTEMA LINFÁTICO ..........................................................................................................................................59
4 - SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................................................. 62
4.1. ANATOMIA DA VIA AÉREA SUPERIOR ............................................................................................................ 63
4.2. ANATOMIA DA VIA AÉREA INFERIOR ............................................................................................................. 66
SISTEMAS CARDIOVASCULAR, 
LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade estudaremos a circulação do sangue e da linfa em um circuito fechado de 
vasos, com importantes funções relacionadas à defesa do organismo, transporte e regulação.
É importante estabelecer a relação entre a circulação e o processo de troca gasosa.
No sistema cardiovascular será abordado o conjunto de vasos sanguíneos responsáveis 
pela circulação sistêmica e pulmonar; morfologia do coração e sua inervação.
Os capilares sanguíneos são responsáveis pela troca de substâncias entre os tecidos e o 
sangue, no entanto, não são todas as substâncias que conseguem ser retiradas pelos capilares 
sanguíneas, permanecendo nos espaços intersticiais. Quando o liquido intersticial é drenado é 
denominado de linfa, que é retirado e devolvido para a corrente sanguínea, uma vez que seu 
acúmulo pode acarretar prejuízo ao tecido.
O sistema linfático compreende uma rede vascular responsável pela drenagem do liquido 
intersticial, linfonodos e órgãos linfáticos.
No sistema respiratório, serão descritas as características anatômicas mais relevantes dos 
componentes da via área superior e da via aérea inferior, com isso espero que você entenda a 
mecânica da respiração.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é constituído pelo coração e por uma rede vascular responsável 
pelo transporte de oxigênio, de moléculas nutritivas para as células do tecido e de dióxido de 
carbono e outros resíduos para fora das células do tecido. Também conduz hormônios e outras 
substâncias reguladoras para os seus órgãos-alvo.
1.1. Vasos Sanguíneos
São ductos musculares responsáveis pela condução do sangue do coração para os tecidos 
e dos tecidos de volta para o coração.
As artérias são vasos eferentes, que se originam direta ou indiretamente da aorta e do 
tronco pulmonar. Podem ser elásticas (grande calibre), musculares (médio calibre) e as menores 
artérias são chamadas arteríolas. A maioria das artérias participam da irrigação dos tecidos 
corporais. 
As veias são vasos aferentes, realizam o retorno venoso. Podem ser musculares (grande 
e médio calibre) e as menores veias são chamadas vênulas. A maioria das veias participam da 
drenagem dos tecidos corporais.
O diâmetro dos vasos sanguíneos pela ação do sistema nervoso autônomo pode ser 
aumentado (vasodilatação) ou diminuído (vasoconstrição). 
A maioria das artérias e das veias são nomeadas conforme a região corporal ou órgão ou 
víscera onde se localizam.
Os capilares sanguíneos são vasos microscópicos que apresentam uma extremidade 
arterial e uma extremidade venosa. Os capilares formam uma extensa rede responsável pela troca 
do sangue com os tecidos. À medida que que o sangue arterial passa pelos capilares sanguíneos, 
as trocas vão ocorrendo, e o sangue vai tornando-se gradativamente venoso. E a união de vários 
capilares constitui as vênulas.
Para entender sobre a distribuição e denominações das principais veias e artérias, 
leia “Van de Graaff” (2003, p. 560 e 573).
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Figura 1 - Distribuição das principais artérias e veias do corpo humano. Fonte: Sobotta (2018).
1.2. Coração
O coração apresenta uma estratigra� a diferenciada em três camadas, denominadas de 
endocárdio, miocárdio e pericárdio.
- Pericárdio (estrato externo) membrana que envolve e protege o coração. Limita sua 
posição no mediastino e envolve o início dos vasos da base. Apresenta lâminas sendo, 
uma � brosa e dois serosos. O pericárdio � broso é a lâmina mais externa e resistente, 
formada por tecido conjuntivo � broso, contendo � bras colágenas. O pericárdio seroso 
é o mais profundo e delgado, formado por tecido seroso, dividido em duas camadas em 
torno do coração. A lâmina parietal do pericárdio seroso está ligada a superfície interna 
do pericárdio � broso. A lâmina visceral do pericárdio seroso está em contato direto com 
a superfície do coração. No interior das lâminas do pericárdio seroso, existe um espaço, 
chamado de cavidade do pericárdio, possuindo o líquido pericárdico.
- Miocárdio (estrato muscular) é a camada média e mais espessa do coração, constituída 
por � bras musculares estriadas cardíacas. Suas � bras musculares estão dispostas de tal 
modo que a contração dos feixes musculares cardíacos resulta na compressão das câmaras 
cardíacas. A parede do ventrículo esquerdo se apresenta mais espessa.
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- Endocárdio (estrato interno) é a camada mais delgada que reveste o interior do coração. 
É uma membrana impermeável ao sangue.
A anatomia do coração será descrita considerando primeiramente sua localização e 
posição, depois sua morfologia externa e interna, irrigação e drenagem, inervação 
intrínseca e extrínseca para facilitar a compreensão da circulação do sangue.
Figura 2 - Localização e regiões do coração. Fonte: Marieb (2014).
O coração está localizado na cavidade torácica, situado entre os dois pulmões no espaço 
denominado mediastino. Ocupa posição oblíqua com leve inclinação para a esquerda (Figura 
2). Possui forma semelhante a um cone invertido, com duas regiões distintas: base do coração e 
ápice do coração. Em sua morfologia externa é observada três faces: esternocostal, pulmonar e 
diafragmática.
Na base do coração encontram-se vasos sanguíneos, denominados vasos da base do 
coração, entre eles estão a veia cava superior, tronco pulmonar, artérias pulmonares, veias 
pulmonares, artéria aorta, artérias carótidas comuns e artérias subclávias. 
Os sulcos interventricular anterior e posterior marcam externamente, a separação entre 
as cavidades do coração, que são ocupados pelos ramos das artérias coronárias e ramos das veias 
cardíacas.
Internamente o coração apresenta quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os 
átrios estão separados pelo septo interatrial, enquanto que os ventrículos estão separados pelo 
septo interventricular (Figura 3). 
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Figura 3 - Morfologia interna do coração. Fonte: Netter (2015).
A comunicação entre o átrio direito (AD) e ventrículo direito (VD) ocorre através do 
óstio atrioventricular direito e a comunicação entre o átrio esquerdo (AE) e ventrículo esquerdo 
(VE) por meio do óstio atrioventricular esquerdo. 
Assim como os vasos sanguíneos apresentam valvas, os óstios de comunicação entre átrio 
e ventrículo também apresentam valvas para controle do � uxo sanguíneo. 
• Valva átrio ventricular direita: formada por três válvulas triangulares, encontradas no 
óstio atrioventricular direito. 
• Valva do tronco pulmonar: possui forma de meia lua e é formada por três membranas, 
onde cada uma é uma válvula semilunar. Encontra-se no tronco pulmonar, sendo responsável 
por controlar o � uxo sanguíneo do ventrículo direito para o tronco pulmonar. 
• Valva atrioventricular esquerda: formada por duas lâminastriangulares, onde cada 
uma é uma válvula cúspide. Encontra-se no óstio atrioventricular esquerdo.
• Valva da aorta: possui forma de meia lua e é formada por três membranas, onde cada 
uma é uma válvula semilunar. Encontra-se no óstio da aorta. Fecha-se quando o ventrículo enche 
e abre-se quando o ventrículo esvazia.
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Durante a ação cardíaca (sístole e diástole) o trabalho é sincronizado e funciona como 
um ciclo repetitivo (Figura 4). Sempre que o ventrículo se esvazia por meio de uma contração 
muscular (sístole ventricular) segue-se o enchimento do ventrículo vazio por relaxamento da 
parede cardíaca (diástole ventricular).
Figura 4 - Valvas atrioventriculares. (a) As valvas abrem quando a pressão do sangue exercida sobre seu lado atrial 
é maior do que aquela exercida no seu lado ventricular. (b) As valvas são forçadas a fechar quando os ventrículos 
contraem e a pressão intraventricular se eleva, movendo o conteúdo sanguíneo para cima. A ação dos músculos 
papilares e das cordas tendíneas mantém as válvulas das valvas fechadas. Fonte: Tank; Gest (2009).
2 - ASPECTO CLÍNICO
Sopro cardíaco (SC) corresponde a um som extra, audível além dos normais tons cardíacos, 
que surge em resultado de uma turbulência no � uxo sanguíneo capaz de gerar vibrações de 
intensidade su� ciente para serem transmitidas através da parede torácica. O aumento de volume 
da corrente sanguínea, a passagem do � uxo sanguíneo através de uma estrutura valvular anormal, 
cavidade/vaso dilatado ou hipertro� ado ou, ainda, a regurgitação do � uxo sanguíneo em valvas 
incompetentes ou defeitos congénitos, são fatores que in� uenciam na produção de um SC.
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2.1. Irrigação, Drenagem e Inervação do Coração
As artérias coronárias direita e esquerda (ramos diretos da artéria aorta) são responsáveis 
pelo suprimento sanguíneo ou a irrigação do coração, através de suas rami� cações que penetram 
o tecido cardíaco. O sangue venoso do coração é coletado por uma série de veias e drenado para 
o seio coronário, que desemboca no AD.
As � bras cardíacas especializadas na propagação de potenciais de ação que formam 
o sistema excito-condutor do coração determinam a contração do coração. Essas � bras 
constituem o tecido nodal (complexo estimulante do coração) que são capazes de gerar impulsos 
eletroquímicos. Macroscopicamente não é possível distinguir os elementos intrínsecos, mas sabe-
se que algumas regiões onde as � bras são mais numerosas e são denominadas de nodo sinoatrial 
(marcapasso natural situado na parede do AD, próximo ao óstio da veia cava superior), nodo 
atrioventricular (situado na parede do AD próximo ao septo interatrial), feixe atrioventicular 
(situado na extensão do septo interventricular) e plexo subendocárdio (rami� cações do feixe 
atrioventricular distribuídos nas paredes dos ventrículos).
Os elementos simpático e parassimpático do sistema nervoso autônomo (SNA) e os 
núcleos do centro de controle da frequência cardíaca formam a inervação extrínseca do coração, 
responsável pelo controle do ritmo cardíaco.
A taquicardia pode ocorrer em situações de esforço físico, emoção, febre, 
hipertireoidismo, anemia e insu� ciência cardíaca. Medicamentos ou drogas 
que imitam a ação da divisão simpática (medicamentos simpaticomiméticos) 
também provocam taquicardia. A bradicardia se relaciona com o sono, 
treinamento físico intenso, hipotireoidismo e também acontece em decorrência 
da ação de drogas parassimpaticomiméticas (MIRANDA-NETO, 2008, p. 136).
2.2. Trajeto do sangue na circulação sanguínea
 A pequena circulação é chamada de circulação pulmonar e a grande circulação é chamada 
de circulação sistêmica. Resumidamente na � gura 5, é importante observar que na circulação 
pulmonar o sangue venoso, do átrio direito é conduzido para os pulmões e retorna como sangue 
arterial, após processo de oxigenação, para o átrio esquerdo. Na circulação sistêmica, o sangue 
arterial é distribuído para os tecidos do corpo e retorna com o sangue venoso para o átrio direito. 
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Figura 5 - Visão geral das circulações pulmonar e sistêmica. O sangue � ui por circuitos separados, pulmonar e sis-
têmico, propelido pelo bombeamento do coração. Cada circuito começa e termina no coração e contem artérias, ca-
pilares e veias. As setas indicam a direção do � uxo sanguíneo no interior de cada circuito. Fonte: Silverthon (2013).
Na circulação pulmonar, o sangue venoso (com alta concentração de dióxido de carbono) 
que está no átrio direito é conduzido para o ventrículo direito através do óstio atrioventricular 
direito. Do ventrículo direito, o sangue atravessa o tronco pulmonar, que se divide em artérias 
pulmonares direita e esquerda, que por sua vez, transportam o sangue para os pulmões. O 
processo de oxigenação do sangue é denominado de hematose e ocorre nos pulmões. O sangue 
oxigenado, agora denominado sangue arterial, sai dos pulmões pelas veias pulmonares direitas e 
esquerdas a atingem o átrio esquerdo, dando início a circulação sistêmica.
Na circulação sistêmica, o sangue arterial que está no átrio esquerdo é conduzido para o 
ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo. E o ventrículo esquerdo, bombeia 
o sangue para a artéria aorta, que distribui para as artérias sistêmicas, e estas farão a irrigação dos 
tecidos. Gradativamente, o sangue arterial (com alta concentração de oxigênio) se torna venoso, 
e será transportado de volta para o coração, pelas veias cavas superior e inferior e seio coronário.
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Figura 6 - Trajeto esquemático do sangue na circulação. Fonte: a autora.
3 - SISTEMA LINFÁTICO
A linfa é um líquido incolor presente nos espaços intersticiais, resultante das trocas entre 
o sangue dos capilares e os tecidos. Sua composição química é semelhante ao plasma e quando 
coletada pelos capilares linfáticos, entrará na rede vascular linfática (vasos linfáticos) e será 
devolvida à corrente sanguínea. A linfa do trato digestório, após as refeições, é rica em gordura e 
apresenta aspecto leitoso, sendo denominada quilo. 
Após o estudo do trajeto do sangue, você consegue justifi car por que a parede 
muscular do VE é mais espessa do que a parede do VD?
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O sistema linfático (Figura 7) compreende uma rede vascular extensa, linfonodos e órgãos 
linfáticos. Além da drenagem da linfa, este sistema atua na defesa do organismo e tem um papel 
importante na absorção intestinal de gorduras e de vitaminas lipossolúveis.
Os capilares linfáticos são responsáveis pela coleta da linfa, semelhantes aos capilares 
sanguíneos, são vasos microscópicos e neste caso se unem para formar os vasos linfáticos. 
Os vasos linfáticos também são semelhantes aos vasos sanguíneos, porém apresentam 
um sistema de valvas mais numeroso. Estes vasos são nomeados conforme a região em que se 
encontram, apresentando os mesmos mecanismos que ajudam no retorno venoso.
Os linfonodos são pequenas estruturas localizadas no trajeto do vaso linfático. Essas 
estruturas linfáticas se apresentam em grupos super� ciais e profundos, sendo responsáveis pela 
� ltração da linfa, destruindo substâncias estranhas, auxiliando o sistema imune na defesa do 
organismo.
Figura 7 - Sistema Linfático. Uma visão geral da organização dos vasos linfáticos e órgãos linfáticos. Fonte: Tank; 
Gest (2009).
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A linfa é conduzida progressivamente para vasos linfáticos maiores, em direção aos 
ductos linfáticos que desembocam nas veias subclávias esquerda e direita (Figura 8).
 O ducto linfático direito recebe a linfa coletada da parte direita superior do corpo, e o 
duto torácico recebe a linfa do restante do corpo. 
Figura 8 - Trajeto resumido da circulação da linfa. Fonte: a autora.
Entre os órgãos linfáticos, destacam-se as tonsilas, o baço e o timo.
As tonsilas são formadas por tecido linfático que atua contra a invasão bacteriana 
(atividade fagocítica). Estão localizadas na parte nasal da faringe, chamadas de tonsilas faríngeas 
(conhecidas popularmente como adenoide); na fossa tonsilar, as tonsilas palatinas (conhecidas 
popularmente como amígdalas) e na raiz da língua, que neste caso são denominadas tonsilas 
linguais.
Figura 9 - Corte mediano da cabeça. Evidenciando as tonsilas: A. faríngea; B. palatina e C. linguais. Fonte: adaptado 
de Netter (2015).
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O baço é considerado o maior dos órgãos linfáticos, está localizado no hipocôndrio 
esquerdo, na cavidade abdominal, situado posterior ao estômago. Serve como reservatório de 
sangue e atua na defesa do organismo. Apresenta coloração vermelho-escura (fosca) e duas 
faces (sendo uma diafragmática e a outra visceral). Entre outras funções, realiza hemocaterese 
(destruição de hemácias velhas), serve como local de maturação de linfócitos (linfócitos -B) e, 
produz de anticorpos. Em pacientes esplenectomizados, o fígado assume o papel funcional do 
baço.
O timo, além de ser um órgão linfático também pertence ao sistema endócrino, por 
produzir o hormônio timosina. Está localizado na cavidade torácica, posteriormente ao osso 
esterno e cartilagens costais, superior a base do coração. Participa da maturação dos linfócitos 
T e da formação e maturação do sistema imunológico. Um fato interessante é que o timo entra 
em involução ao � m do processo de crescimento do indivíduo, ocorre uma atro� a signi� cativa e 
pode ser substituído por tecido adiposo ou � broso.
4 - SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório (Figura 10) pode ser dividido anatomicamente em vias aéreas 
superior e inferior, e funcionalmente em porção condutora do ar e porção respiratória (somente 
os pulmões).
A via aérea superior consiste em nariz, cavidade nasal, faringe e laringe, enquanto que a 
via aérea inferior é formada pela traqueia, brônquios e pulmões.
Figura 10 - Anatomia básica do sistema respiratório. Fonte: Van de Graa� (2003).
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4.1. Anatomia da Via Aérea Superior
O nariz é formado por dois esqueletos, sendo um ósseo (representado pelos ossos nasais 
e maxilares) e o outro cartilaginoso (representado pela presença de cartilagem hialina).
As regiões do nariz são denominadas de raiz, dorso, ápice, asas e narinas. Entre as narinas 
se apresenta a parte cartilagínea do septo nasal. O septo nasal separa a cavidade nasal em duas 
partes. Esse septo também apresenta uma parte óssea (vômer e etmoide). Nas paredes laterais 
da cavidade nasal observa-se três projeções denominadas de conchas nasais superior, média e 
inferior. Os espaços entre as conchas nasais chamam-se meatos nasais superior, médio e inferior 
(Figura 11).
O ducto nasolacrimal se abre no meato nasal inferior, sendo responsável pela comunicação 
do saco lacrimal com o nariz.
Figura 11 - A. Esqueleto do nariz. B. Cavidade nasal. V. (vestíbulo); CNS (concha nasal superior); CNM (concha 
nasal média); CNI (concha nasal inferior); * Meatos nasais superior, médio e inferior. Fonte: adaptado de Netter 
(2015).
A porção anterior da cavidade nasal é dilatada, sendo denominada de vestíbulo nasal, 
que é caracterizado pela presença dos pelos chamados vibrissas. A cavidade nasal é revestida 
por mucosa e apresenta um epitélio especial, que está relacionado à sensação do olfato. Além da 
percepção olfativa, a cavidade nasal puri� ca, aquece e umedece o ar inspirado; e serve como caixa 
de ressonância, modi� cando as vibrações da voz.
Cada compartimento da cavidade nasal apresenta comunicações com o meio externo, 
com a parte nasal da faringe e com os seios paranasais. Uma vez que o ar inspirado passou pelo 
nariz e cavidade nasal, entra em contato com a faringe. 
A faringe representa uma via de passagem do ar e do alimento, pertencendo tanto ao 
sistema respiratório, quanto ao sistema digestório. É constituída por musculatura esquelética e 
sua cavidade é revestida por mucosa.
Começa na base do crânio, posteriormente à cavidade nasal, se estendendo até C6 (sexta 
vertebra cervical). Semelhante a um funil, é dividida em três regiões:
- Nasofaringe ou parte nasal da faringe, possui comunicação com a cavidade nasal e com 
orelha média, através do óstio faríngeo da tuba auditiva; 
- Orofaringe ou parte oral da faringe, possui comunicação com a cavidade oral;
- Laringofaringe ou parte laríngea da faringe, possui comunicação com a laringe e com 
o esôfago.
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Figura 12 - Corte mediano da cabeça e pescoço. N. (Nasofaringe); O. (Orofaringe); L. (Laringofaringe). Fonte: 
adaptado de Netter (2015).
A musculatura que atua no mecanismo de deglutição está � xada no osso hioide, na 
própria faringe e em cartilagens da laringe.
A laringe (Figura 13) apresenta um arcabouço cartilaginoso e muscular, revestida por 
mucosa e está localizada na face anterior do pescoço, anterior a faringe e vértebras cervicais, 
superior a traqueia, sendo responsável pela fonação.
Apresenta cartilagens ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglote) e cartilagens pares 
(aritenóidea, cuneiforme e corniculada). Na região anterior da cartilagem tireóidea há uma 
saliência longitudinal denominada proeminência laríngea que é palpável na superfície anterior 
do pescoço.
No interior da cavidade da laringe encontram-se dois pares de saliências músculo-
mucosas denominadas pregas vestibulares e pregas vocais. A fenda que se entre a prega vocal 
direita e a prega vocal esquerda denomina-se glote.
Entre as funções da laringe, além permitir a passagem de ar, participa da fonação e do 
mecanismo de deglutição. 
Para entender a constituição anatômica da laringe, assista ao vídeo em http://
homemvirtual.org.br/portal/project/anatomia-da-laringe/ e https://www.youtube.
com/watch?v=uLm0vz1yBwo
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A comunicação oral é fundamental para o desempenho da grande maioria das 
profi ssões. Há, entretanto, um vasto grupo de indivíduos em que a voz constitui a 
ferramenta básica do exercício profi ssional e sem ela o trabalho não pode ser de-
senvolvido. Esses são os denominados profi ssionais da voz. Sabe-se, entretanto, 
que há uma diversidade de sintomas nos transtornos da voz, além de múltiplos 
fatores de riscos que podem estar associados ao aumento da demanda vocal. 
Baseado no estudo do sistema respiratório, quais segmentos atuam em conjunto 
na produção da voz? Quais são os fatores de variação podem alterar a voz?
Figura 13 - Estrutura da laringe. Fonte: Netter (2015).
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A disfonia é uma limitação vocal, “um distúrbio da comunicação oral, no qual a 
voz não consegue cumprir seu papel básico de transmissão da mensagem verbal 
e emocional de um indivíduo”, LEIA mais sobre “Disfonia associada a uma larin-
gite”. Disponível em: http://srvd.grupoa.com.br/uploads/imagensExtra/legado/H/
HUCHE_Le_Francois/A_Voz_Vol_III/Liberado/Cap_01.pdf
4.2. Anatomia da Via AéreaInferior
A traqueia é um tubo bifurcado que se estende inferiormente à laringe até a cavidade 
torácica, estendendo-se da C6 (sexta vértebra cervical) até a T4 ou T5 (quarta ou quinta vértebra 
torácica). Serve como via de passagem de ar. 
É constituída entre 16-20 cartilagens traqueais, que se unem por ligamentos anulares 
(tecido conjuntivo). A bifurcação da traqueia ocorre aproximadamente na T4 (quarta vértebra 
torácica) e internamente apresenta uma saliência denominada carina da traqueia. Sua parede 
posterior é mio-membranácea.
A cavidade traqueal é revestida por mucosa que apresenta presença abundante de 
glândulas e epitélio ciliado. 
Os brônquios principais, direito e esquerdo, são tubos resultantes da bifurcação da 
traqueia, são considerados extrapulmonares e estão localizados na cavidade torácica.
A segmentação brônquica (Figura 14) também conhecida como árvore brônquica 
representa a divisão dos brônquios, que vão � cando cada vez menos calibrosos e penetram na 
estrutura pulmonar. Os brônquios se segmentam da seguinte forma: brônquios principais → 
brônquios lobares → brônquios segmentares→ bronquíolos.
O consumo do cigarro está associado a principal causa atualmente prevenível de 
mortalidade, com importância crescente principalmente em países em desenvol-
vimento como o Brasil. Além de alterações funcionais, a fumaça de cigarro promo-
ve alterações estruturais importantes sobre o epitélio respiratório. Diferentes es-
tudos têm demonstrado que a fumaça de cigarro provoca redução da viabilidade 
celular e indução de apoptose em células ciliadas respiratórias. “Quais segmentos 
do sistema respiratório podem ser alterados pelo tabagismo ativo ou passivo?” 
“Quais seriam os prejuízos funcionais?”
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Figura 14 - Porção condutora do ar inferior à laringe. Fonte: Tank; Gest (2009).
Os pulmões direito e esquerdo estão localizados na cavidade torácica e separados pelo 
mediastino. Sua forma triangular, apresenta duas regiões distintas: um ápice e uma base que se 
relaciona com o diafragma. Suas faces são denominadas de: 
- costal (relaciona-se com as costelas), 
- mediastínica (relaciona-se com as vértebras e com o mediastino)
- diafragmática (relaciona-se com o diafragma). 
Os pulmões são envoltos e protegidos pelas pleuras. Há uma pleura visceral (membrana 
serosa) responsável por revestir os pulmões, que também reveste a parede do hemitórax 
correspondente, e assim, é denominada de pleura parietal (mais externa). Entre as pleuras, existe 
um espaço denominado de cavidade pleural, que possui o liquido pleural.
Há diferenças morfológicas entre os pulmões relacionadas ao tamanho, quantidade de 
lobos e � ssuras (Figura 15). O pulmão direito possui duas � ssuras chamadas horizontal e oblíqua, 
dividindo-o em três lobos (superior, médio e inferior), enquanto que o pulmão esquerdo possui 
apenas uma � ssura obliqua, separando os lobos superior e inferior. O pulmão esquerdo é menor 
em relação ao direito, devido à inclinação e localização do coração, e por isto não apresenta o 
lobo médio, que é substituído pela presença da língula.
Figura 15 - Desenho esquemático das diferenças anatômicas entre os pulmões direito e esquerdo. Fonte: a autora.
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No processo de respiração compreendido entre as etapas de inspiração, troca gasosa e 
expiração ocorre um aumento no diâmetro da caixa torácica para que os pulmões possam sofrer 
expansão (Figura 16).
Figura 16 - Mecânica da respiração. Fonte: a autora.
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UNIDADE
04
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................71
1 - SISTEMA DIGESTÓRIO ...................................................................................................................................... 72
1.1. ÓRGÃOS SUPRADIAFRAGMÁTICOS ................................................................................................................. 72
1.2. ÓRGÃOS INFRADIAFRAGMÁTICOS .................................................................................................................. 74
1.3. SITUAÇÃO CLÍNICA ........................................................................................................................................... 76
1.4. GLÂNDULAS ANEXAS ........................................................................................................................................ 78
1.4.1. GLÂNDULAS SALIVARES ................................................................................................................................ 78
1.5. FÍGADO .............................................................................................................................................................. 78
1.6. PÂNCREAS ......................................................................................................................................................... 80
2 - SISTEMA URINÁRIO ............................................................................................................................................81
SISTEMAS DIGESTÓRIO E URINÁRIO 
APARELHO REPRODUTOR
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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2.1. CONDIÇÃO CLÍNICA .......................................................................................................................................... 83
3 - APARELHO REPRODUTOR ................................................................................................................................. 86
3.1. SISTEMA GENITAL MASCULINO...................................................................................................................... 87
3.2. SISTEMA GENITAL FEMININO ........................................................................................................................ 90
3.2.1. SITUAÇÃO CLÍNICA .........................................................................................................................................91
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade será abordada a anatomia de um longo tubo de diâmetro variado, conhecido 
como tubo digestório, responsável pela ingestão, digestão e absorção dos nutrientes e eliminação 
dos resíduos não digeridos. Também estudaremos as glândulas anexas ao sistema digestório.
Além do sistema digestório, estudaremos a anatomia básica dos sistema urinário e 
genital. No sistema urinário, o destaque é para a localização e funções dos órgãos responsáveis 
pela � ltração seletiva do sangue, produção da urina e sua eliminação.
Lembre-se que um aparelho é formado por dois ou mais sistemas, e neste caso serão 
descritas as características mais relevantes dos órgãos internos e externos do sistema genital 
masculino e do sistema genital feminino, que formam o aparelho reprodutor.
A reprodução tem como principal função a continuidade da vida e a preservação da 
espécie.
As obras de Tortora, Spence, Moore e Miranda-Neto et al. foram bases sólidas de pesquisa 
para as descrições a seguir.
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1 - SISTEMA DIGESTÓRIO 
O homem é heterótrofo, capaz de realizar transformações físicas e químicas no alimento, 
a � m de reduzir os nutrientes a moléculas para que ocorra maior e� ciência no processo de 
absorção.
Para facilitar a aprendizagem, vamos dividir o sistema digestório em porção 
supradiafragmática (boca,cavidade oral, fauces, faringe e esôfago), porção infradiafragmática 
(estômago, intestino delgado e intestino grosso) e glândulas anexas (glândulas salivares, fígado e 
pâncreas).
A digestão mecânica refere-se aos movimentos peristálticos (movimentos propulsores) 
e de segmentação (movimento de mistura) ao longo do tubo digestório. E a digestão química 
representa a ação enzimática na digestão de carboidratos, proteínas e lipídios, através da saliva, 
suco gástrico, bile, suco pancreático e suco entérico.
1.1. Órgãos supradiafragmáticos
Figura 1 - Vestíbulo da boca e cavidade própria da boca. Fonte: Netter (2015).
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Os lábios são duas pregas cutâneas acionadas principalmente pelo músculo orbicular da 
boca. Entre os lábios superior e inferior há a presença da rima bucal (fenda que limitas os dois 
lábios).
A cavidade oral é dividida em vestíbulo da boca e cavidade própria da boca. No teto da 
cavidade própria da boca encontra-se o palato duro (ósseo) e palato mole (muscular). As paredes 
laterais são as bochechas (músculo bucinador) e o soalho é representado pelo músculo milo-
hióide. 
A língua (Figura 2) é considerada um órgão muscular, móvel e encontra-se no soalho da 
cavidade oral. Em sua estrutura distinguem-se as seguintes regiões: ápice da língua (extremidade 
anterior e livre), corpo da língua e raiz da língua (extremidade posterior e � xa). Em sua superfície 
são encontradas as papilas linguais � liformes, fungiformes, folhadas e circunvaladas, que estão 
relacionadas com a gustação. Além da gustação, a língua participa dos processos de mastigação, 
deglutição e fonação.
Figura 2 - Anatomia da língua. Fonte: Netter (2015).
Os dentes são estruturas rígidas inseridas nos alvéolos dentais que participam da 
mastigação e trituração do alimento ingerido. No indivíduo adulto normal há os 32 dentes (sendo 
8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). Os dentes incisivos cortam os alimentos, os 
caninos perfuram, os pré-molares e molares moem e trituram os alimentos.
A região de transição entre a cavidade oral e a orofaringe é denominada de fauces. Nesta 
região, observa-se a úvula palatina e as tonsilas palatinas.
A faringe representa um tubo muscular que pertence aos sistemas respiratório e 
digestório. É separada em três regiões: nasofaringe (parte nasal da faringe), orofaringe (parte 
oral da faringe), laringofaringe (parte laríngea da faringe). Como visto na unidade 3, a faringe 
permite a passagem do ar e do alimento. 
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O esôfago (Figura 3) mede cerca de 25 cm de comprimento e se estende do pescoço 
até à cavidade abdominal. Apresenta três regiões, sendo denominadas de cervical, torácica e 
abdominal. Atravessa o diafragma por uma abertura chamada hiato esofágico. 
Este tubo miomembranáceo atravessa a cavidade torácica e o músculo diafragma, para 
conduzir o bolo alimentar da laringofaringe até o estômago. A cavidade do esôfago é virtual, só 
se abre durante o processo de deglutição.
Figura 3 - Partes e constrições do esôfago. Fonte: Netter (2015).
1.2. Órgãos infradiafragmáticos
A cavidade abdominal é revestida por uma membrana serosa, denominada peritônio, 
que envolve a maioria dos órgãos do sistema digestório. O peritônio parietal reveste a parede 
abdominal, enquanto que o peritônio visceral envolve os órgãos. Entre eles há um espaço 
chamado de cavidade peritoneal e os órgãos totalmente envolvidos pelo peritônio visceral são 
considerados intraperitoneais, enquanto que os que possuem apenas partes revestidas por 
peritônio são denominados os órgãos retroperitoneais.
Para melhor compreensão da localização dos componentes do digestório da porção 
infradiafragmática, é importante revisar os quadrantes e regiões do abdome.
Os órgãos infradiafragmáticos compreendem os órgãos localizados na cavidade 
abdominal e pélvica. Lembre-se, que o fígado e o pâncreas também se encontram na cavidade 
abdominal, porém serão descritos no tópico de glândulas anexas. 
O estômago está localizado na região epigástrica e em parte no hipocôndrio esquerdo, na 
cavidade abdominal e representa a porção mais dilatada do sistema digestório.
Identi� ca-se em sua morfologia externa (Figura 4) as regiões: cárdia, corpo, fundo e parte 
pilórica. 
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A transição entre o estômago e o duodeno (segmento do intestino delgado) chama-se 
piloro. Internamente o estômago apresenta uma mucosa espessa, com presença de glândulas 
responsáveis pela secreção de suco gástrico e muco.
São funções do estômago: a secreção de suco gástrico, digestão química e mecânica dos 
alimentos, elaboração do quimo e absorção de substâncias como álcool e alguns medicamentos.
Figura 4 - Morfologia externa e interna do estômago. Fonte: Colicigno et al. (2009).
Há dois esfíncteres para evitar o re� uxo alimentar, um chamado esfíncter cárdico e outro 
é chamado de esfíncter pilórico.
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1.3. Situação Clínica
A doença do re� uxo gastroesofágico é uma das mais importantes afecções digestivas, 
com incidências elevadas e crescentes, tanto na intensidade dos sintomas, como na gravidade 
das complicações. É de� nida como uma condição que se desenvolve quando o re� uxo do 
conteúdo gástrico causa complicações e comprometimento signi� cativo da qualidade de vida 
dos seus portadores. São observadas manifestações clínicas que podem ser decorrentes do 
re� uxo gastroesofágico, como manifestações atípicas, sendo as mais referidas a dor torácica 
não coronariana, as respiratórias (tosse e asma brônquica), as otorrinolaringológicas (disfonia, 
pigarro e sensação de globo faríngeo) e as orais (erosão dental, a� as, halitose).
O intestino é um longo tubo dobrado em si mesmo, localizado na cavidade abdominopélvica 
e está dividido em intestino delgado e intestino grosso.
O segmento mais longo do tubo digestório, com aproximadamente 6 metros de 
comprimento é o intestino delgado, que é dividido em duodeno, jejuno e íleo.
O duodeno está aderido à parede posterior do abdome por uma coalescência peritoneal, 
se comunica com o estômago através do óstio pilórico, sendo contínuo ao jejuno-íleo após a 
� exura duodeno-jejunal. Possui forma semelhante a letra “C”, com aproximadamente 25 cm e 
está dividido em partes: superior, descendente, horizontal e ascendente.
A maior parte da digestão se completa no duodeno, em sua mucosa se abrem ductos que 
lançam a bile e o suco pancreático. 
O jejuno e o íleo (Figura 5) representam a maior parte do intestino delgado, externamente 
é difícil identi� car a transição entre eles. Estão presos à parede posterior do abdome pelo 
mesentério e promovem amplos movimentos das alças intestinais. São responsáveis pela absorção 
de aminoácidos, glicose, ácidos graxos e sais minerais.
O íleo se comunica com o ceco através do óstio íleal, conduzindo os restos não digeridos 
ao intestino grosso.
Figura 5 - Abertura da cavidade abdominopélvica com evidenciação de partes do intestino delgado e intestino gros-
so. Fonte: Netter (2015).
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Figura 6 - Anatomia do intestino grosso. Fonte: Netter (2015).
O intestino grosso representa a continuação do intestino delgado, apresentando maior 
diâmetro e com 1,5 m de comprimento é formado pelo ceco, colos e reto.
O ceco é um órgão dilatado em fundo cego que apresenta aproximadamente 6 cm 
de comprimento, está localizado na fossa ilíaca direita e possui um órgão tubular conectado, 
denominado de apêndicevermiforme. Esse apêndice localiza-se na região póstero-medial do 
ceco, um divertículo cilindroide, rico em folículos linfáticos.
Os colos (Figura 6) são denominados em sequência de colo ascendente, colo transverso, 
colo descendente e colo sigmoide. Há uma � exura entre o colo ascendente e colo transverso 
denominada de � exura direita do colo. E entre o colo transverso e descendente, a � exura é 
denominada de � exura esquerda do colo.
O reto mede 15cm de comprimento e apresenta a ampola do reto, parte mais dilatada que 
permite o acúmulo de fezes. O canal anal com 3cm de comprimento possibilita a eliminação das 
fezes. Sua abertura é chamada de ânus, formado pelo músculo esfíncter interno (com controle 
involuntário) e músculo esfíncter externo (com controle voluntário). Os restos não digeridos são 
eliminados através da defecação.
São funções do intestino grosso: a absorção de água, sais minerais e medicamentos; 
formação, armazenamento, transporte e eliminação de fezes.
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1.4. Glândulas Anexas
1.4.1. Glândulas salivares
São glândulas exócrinas que podem ser classi� cadas como menores ou maiores. As 
glândulas salivares menores não têm denominação e as glândulas salivares maiores (Figura 7) 
são chamadas: parótidas, submandibulares e sublinguais.
- Glândulas parótidas (par): são consideradas as maiores das glândulas salivares, estão 
localizadas na região anterior à orelha externa, sobre o músculo masseter, o ducto excretor 
se abre no vestíbulo da boca (nível do segundo molar superior). 
- Glândulas submandibulares (par): estão localizadas inferior ao terço médio da 
mandíbula, seu ducto abre na carúncula sublingual. 
- Glândulas sublinguais (par): estão localizadas inferior a língua, apresenta ductos 
múltiplos, que se abrem na prega sublingual.
Figura 7 - Glândulas salivares maiores. Fonte: Netter (2015).
1.5. Fígado 
O fígado é considerado a maior glândula corporal, apresenta coloração vermelha escura 
e está localizado na cavidade abdominal. Representa o local de metabolismo de glicídios, lipídeos 
e peptídeos, armazena glicogênio, além de secretar o suco biliar (bile). Também participa do 
mecanismo de coagulação sanguínea e detoxi� cação.
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Apresenta duas faces (Figura 8), uma chamada de face diafragmática e outra chamada de 
face visceral. Na face diafragmática é possível distinguir dois lobos do fígado, o lobo direito e o 
lobo esquerdo, que estão separados através do ligamento falciforme. Na face visceral, identi� cam-
se além dos lobos direito e esquerdo, outros dois pequenos lobos denominados lobo quadrado e 
caudado.
O conjunto de ductos que coletam a bile e a conduzem para a vesícula biliar e para o 
duodeno é chamado: vias bilíferas intra-hepática (ductos bilíferos) e extra-hepática (ductos 
hepático comum, cístico e colédoco).
A vesícula biliar está localizada na face visceral do fígado, alojada numa fossa no lobo 
quadrado. É uma bolsa muscular com revestimento mucoso responsável por armazenar e 
concentrar a bile.
A bile é um líquido secretado pelo fígado sendo conduzida à vesícula biliar pelo ducto 
cístico.
Figura 8 - Fígado. A. Face diafragmática B. Face visceral. Fonte: adaptada de Sobotta (2018).
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A doença hepática alcoólica é uma consequência primária do uso excessivo e 
prolongado do álcool, sendo considerada um problema de saúde pública no país e 
no mundo, uma vez que o álcool é uma das drogas de abuso mais comum. Como 
pode ser explicado a alteração morfofuncional do fígado em condições de uso 
abusivo do álcool? Quais consequências podem ser observadas?
1.6. Pâncreas
O pâncreas (Figura 9) é classi� cado como glândula mista, por apresentar porção 
endócrina (que secreta insulina e glucagon) e porção exócrina (que secreta suco pancreático). 
Está localizado na cavidade abdominal, no hipocôndrio esquerdo, situado posterior ao estômago.
Apresenta regiões distintas, sendo a cabeça uma parte mais volumosa do pâncreas alojada 
na concavidade do duodeno. A cauda é uma região a� lada do pâncreas que se relaciona com o 
baço. O corpo é a parte mais longa, localizado entre a cabeça e a cauda.
Sua porção exócrina secreta suco pancreático, que é coletado por inúmeros e pequenos 
ductos. Esses ductos desembocam no ducto pancreático principal, que percorre toda a extensão 
do pâncreas. O ducto principal, junto com o ducto colédoco se abre na papila maior do duodeno. 
Sua porção endócrina representa os grupamentos celulares conhecidos como ilhotas 
pancreáticas, responsáveis por secretarem os hormônios insulina e glucagon, que são lançados 
diretamente na corrente sanguínea, para atuarem no metabolismo e transporte de glicose.
Figura 9 - Regiões ou partes do Pâncreas e suas relações. Fonte: adaptada de Sobotta (2018).
É importante entender os movimentos do tubo digestório, sendo a segmentação, um 
movimento de mistura e o peristaltismo um movimento propulsor. Esses movimentos integrados 
à ação enzimática ocorrem para que a digestão seja efetivada. 
A saliva excretada pelas glândulas salivares é um líquido aquoso, incolor, transparente, 
insípido e que possui uma amilase que atua no processo de digestão de carboidratos. 
O fígado produz em torno de 500 a 1000 ml diários de bile. É uma secreção constituída 
por água, sais minerais, sais de ácidos biliares, colesterol e fosfolipídeos, atuando na digestão de 
gorduras. 
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Resumindo:
I - Processos mecânicos
1. Mastigação: alimento se transforma em bolo alimentar;
2. Deglutição: propulsão do bolo alimentar ao longo do tubo; em três fases: oral, faríngea 
e esofágica. 
3. Motilidade gástrica: formação do quimo;
4. Motilidade intestinal:
 
 A.Intestino Delgado: ocorre tanto segmentação quanto peristaltismo, a motilidade 
é afetada pela quantidade, acidez e concentração do quimo;
 
 B.Intestino Grosso: movimentação lenta;
 - Peristaltismo em massa: movimento do conteúdo do colo em direção ao reto.
 - Distensão do reto e início do re� exo da defecação.
II – Processos químicos
1. Digestão na cavidade oral: amilase salivar;
2. Digestão no estômago: pepsina ativa fraciona as proteínas;
3. Digestão no intestino delgado: digestão de carboidratos, proteínas e gorduras, por meio 
da ação enzimática do suco entérico, suco pancreático e bile;
4. Absorção.
2 - SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário (Figura 10) é responsável pela produção, transporte, armazenamento 
e eliminação da urina. É composto pelos rins, pelve renal, ureteres, bexiga urinária e uretra.
Há variação entre os sistemas urinários no homem e na mulher, quanto à localização 
de certos componentes e quanto à função. No homem, a uretra é considerada urogenital, pois 
participa da eliminação da urina e ejaculação.
Os rins são órgãos uropoiéticos (responsáveis pela produção da urina) que estão 
localizados na cavidade abdominal, sendo que o direito está posicionado mais inferiormente em 
relação ao rim esquerdo. Como os rins estão na parede posterior da cavidade abdominal, atrás do 
peritônio, são considerados retroperitoneais. Os últimos pares de costelas auxiliam na proteção 
dos rins.
Em posição anatômica, qual componente do sistema digestório ocupa grande 
parte da cavidade abdominal, “empurrando” o rim direito para baixo?
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Cada rim apresenta forma semelhante ao grão de feijão, com peso aproximado de 150 
gr. e coloração avermelhada. Em sua morfologia externa é observadauma face anterior e outra 
posterior, dois polos, sendo um superior e outro inferior, e suas margens são lateral e medial.
No polo superior de cada rim encontra-se a glândula suprarrenal e na margem medial 
há um hilo que apresenta um conjunto de estruturas que participam da via excretora da urina 
(pedículo renal).
Entre as camadas de revestimento dos rins encontramos uma membrana de tecido 
conjuntivo com algumas � bras musculares lisas, denominada cápsula renal. O tecido adiposo 
situado externamente à cápsula renal é a gordura perirrenal e a membrana que envolve o rim 
juntamente com a glândula suprarrenal denomina-se fáscia renal.
Figura 10 - Componentes do sistema urinário. Fonte: Miranda-Neto et al. (2008).
Quais outros órgãos do corpo humano, também são considerados excretores?
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Na morfologia interna dos rins é possível distinguir o córtex renal e a medula renal. 
Observe no detalhe da � gura 10, o rim esquerdo em secção frontal, sua região mais periférica 
é representada pelo córtex renal; a estrutura triangular pertence a medula renal, e denomina-se 
pirâmide renal. Cada pirâmide é separada das outras por extensões do córtex, que são chamadas 
de colunas renais. A extremidade (ápice) de cada pirâmide está direcionada para a pelve renal 
(recipiente que coleta urina). As margens em forma de “taça” da pelve renal, que envolvem as 
pirâmides são os cálices renais. Os cálices renais menores estão próximos às pirâmides e em 
conjunto de dois ou três formam os cálices maiores.
O néfron representa a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. 
Cada rim contém cerca de 1 milhão de néfrons.
Em termos gerais, os rins auxiliam na regulação do volume e composição dos � uídos 
corporais, executando uma � ltração seletiva do sangue e manutenção do pH desses � uídos. 
Também, tem a importante função de participar da regulação do volume do sangue e da pressão 
sanguínea, além de regular o equilíbrio ácido-base e excretar restos nitrogenados (como ureia, 
amônia e creatinina).
A pelve renal é uma estrutura tubular com formato de “funil”, resultante da união dos 
cálices renais maiores. A parte estreita da pelve renal sai do no hilo renal para continuar-se com 
o ureter. A pelve renal recebe a urina dos cálices renais maiores e a conduz para o ureter.
Enquanto os rins são responsáveis pela produção da urina, as outras estruturas pertinentes 
ao sistema urinário constituem o trato urinário, responsável pela condução, armazenamento e 
eliminação da urina. O trato urinário é formado pelos ureteres, bexiga urinária e uretra.
Conectando os rins à bexiga urinária, os dois ureteres comunicam-se com as pelves 
renais e conduzem a urina à bexiga. São longos e delgados tubos musculares, com ± 30 cm de 
comprimento.
 A urina se move no interior dos ureteres em resposta à gravidade e aos movimentos 
peristálticos. Os ureteres possuem trajeto oblíquo e descendente, estão localizados, sucessivamente 
na cavidade abdominal, cavidade pélvica e na espessura da parede da bexiga. E por isso são 
divididos em três regiões: parte abdominal, parte pélvica e parte intramural.
2.1. Condição Clínica
A urina não re� ui em uma pessoa saudável e a posição ereta, em pé ou sentada, ajuda a 
prevenir o re� uxo. Pacientes em coma sofrem predisposição a infecções urinárias, pois o coma 
prolongado diminui o � uxo de urina em direção à bexiga urinária, que resulta em estagnação e 
infecção. 
O rim se mantém fi xo na cavidade abdominal por tecidos conjuntivo e adiposo. E 
quando uma pessoa está muito magra e possui pouco tecido adiposo, seus rins fi -
cam frouxamente aderidos as estruturas vizinhas e essa condição pode provocar 
torção nos ureteres e limitar o fl uxo da urina.
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A bexiga urinária (Figura 11) é o reservatório temporário de urina. É um órgão 
miomembranáceo, ímpar, oco e mediano, que está localizado na cavidade pélvica, posterior à 
sín� se púbica. Nos homens encontra-se anterior ao reto e nas mulheres está anterior ao útero e 
vagina. 
Quando a bexiga urinária está vazia, � ca na cavidade pélvica, e quando está cheia, se eleva 
à cavidade abdominal. Sua forma muda conforme o estado funcional, quando cheia possui forma 
oval e quando está vazia possui forma de saco.
Figura 11 - Bexiga urinária masculina. Fonte: Netter (2015).
A cavidade da bexiga urinária é revestida por uma túnica mucosa e quando a bexiga 
está vazia, sua mucosa apresenta-se pregueada. À medida que a bexiga se enche, as pregas 
desaparecem, porém, no soalho da bexiga há uma região triangular denominada de trígono da 
bexiga e está limitada pelos óstios dos ureteres direito e esquerdo e óstio interno da uretra. 
Entre as regiões da bexiga, observamos o ápice, o corpo, o colo e o fundo. O ápice 
representa a região superior; o corpo é a região média e mais volumosa da bexiga; o colo é a 
região mais estreita e inferior, o fundo é a região posterior, situado posterior ao trígono da bexiga. 
O trígono da bexiga tem importância clínica, pois certas infecções tendem a persistir nesta 
área. Na saída da bexiga há um músculo denominado de esfíncter interno, que é involuntário e 
atua no controle do esvaziamento da bexiga.
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 No colo da bexiga masculina, encontra-se aderida a glândula próstata (Figura 12). 
A camada muscular da bexiga urinária é constituída por � bras musculares lisas que 
constituem o músculo detrusor da bexiga e a contração deste músculo provoca o esvaziamento 
da bexiga. O acúmulo de urina na bexiga serve como estímulo para a micção re� exa e gera a 
necessidade de esvaziá-la. Há um esfíncter externo de controle voluntário, permitindo assim, que 
o indivíduo urine em um momento adequado.
Figura 12 - Secção mediana da região pélvica masculina. Fonte: Monkhouse (2004).
A uretra é responsável por conduzir a urina da bexiga urinária para o meio externo, 
representando assim o segmento terminal do sistema urinário. É um canal miomembranáceo 
revestido por mucosa que se abre ao meio externo através do óstio externo da uretra.
As uretras feminina e masculina apresentam diferenças no trajeto e na função. A uretra 
feminina serve de canal de eliminação apenas do sistema urinário, enquanto que a uretra 
masculina é urogenital, responsável assim, pela eliminação da urina (sistema urinário), e serve 
como meio de eliminação do líquido seminal e do sêmen durante a ejaculação (sistema genital 
masculino). 
A uretra feminina mede cerca de 4 cm de comprimento, tem trajeto retilíneo e está 
localizada na cavidade pélvica e na musculatura perineal, anteriormente à vagina. No homem, 
a uretra mede cerca de 20 cm, tem trajeto sinuoso e atravessa a próstata e se estende ao longo do 
comprimento do pênis.
A uretra masculina é dividida em três partes ou regiões, sendo elas uretra prostática, uretra 
membranácea e uretra esponjosa. A uretra prostática ou parte prostática da uretra representa a 
região mais larga e dilatável da uretra masculina. É o trecho da uretra masculina que sai da 
bexiga (a partir do óstio interno da uretra) e atravessa a glândula próstata. A uretra membranácea 
ou parte membranácea da uretra é contínua a uretra prostática que atravessa a musculatura do 
períneo. A uretra esponjosa ou parte esponjosa da uretra é a continuação da uretra membranácea, 
que atravessa todo o corpo esponjoso do pênis até o óstio externo da uretra.
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3 - APARELHO REPRODUTOR
A reprodução sexuada é uma das mais fortes funções biológicas, e para desempenhar 
esta importantefunção, é necessário que os sistemas genitais masculino e feminino executem seu 
papel na produção, nutrição e transporte dos gametas. 
Os órgãos reprodutores primários são chamados de gônadas (ovários e testículos) são 
responsáveis pela produção gamética (ovócitos e espermatozoides) e produção de hormônios 
sexuais.
Os sistemas genitais (Figura 13) são os que mais se diferem entre o homem e a mulher, 
mesmo assim, estes dois sistema tão distintos possuem características muito semelhantes e 
fundamentais para a geração de descendentes.
Figura 13 - Órgãos pélvicos. Secção mediana. A. Órgãos genitais internos masculinos; B. Órgãos genitais internos 
femininos. Fonte: Monkhouse (2004).
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3.1. Sistema Genital Masculino
Este sistema é constituído pelos testículos, epidídimos, ductos deferentes, ductos 
ejaculatórios, uretra, pênis, escroto e glândulas anexas (próstata, glândulas seminais e glândulas 
bulbouretrais). 
Os testículos são as gônadas masculinas, responsáveis pela espermatogênese (formação 
do espermatozoide) e secreção da testosterona (hormônio sexual masculino). Os dois testículos 
tem forma oval e se localizam fora da cavidade abdominal, alojados no interior de uma bolsa 
miomembranácea denominada escroto. O escroto é uma bolsa de pele localiza-se suspenso à 
região anterior do períneo e posterior ao pênis. Sua constituição proporciona aos testículos uma 
temperatura inferior à temperatura corpórea.
Cada testículo é envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo denominada túnica 
albugínea e em seu interior é dividido em aproximadamente 250 lóbulos, cada um contendo 
túbulos seminíferos (produtores de espermatozoides) e células intersticiais (produtoras de 
hormônio andrógeno). 
Os testículos apresentam duas margens (anterior e posterior), uma face medial e uma 
face lateral, dois polos, sendo um superior e outro inferior.
À medida que ocorre a espermatogênese, os espermatozoides são coletados nos 
túbulos seminíferos e percorrem uma série de vias condutoras, onde amadurecem e depois são 
transportados do testículo até o meio externo.
Os epidídimos são órgãos pares, responsáveis pelo armazenamento de espermatozoides, 
é densamente enovelado e está localizado sobre a superfície do testículo, entre seu polo superior 
e inferior, estendendo-se por sua margem posterior.
Cada epidídimo está dividido em cabeça (região superior), corpo (região intermediária) 
e cauda (região inferior). A cauda do epidídimo continua-se com o ducto deferente (Figura 14).
ATENÇÃO, saiba mais sobre a termorregulação testicular em: “MIRANDA-NETO, 
capítulo 18, página 193.”
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Figura 14 - Vista lateral do testículo, do epidídimo e do funículo espermático. Fonte: Colicigno (2009).
Enquanto os espermatozoides estão no epidídimo, eles sofrem o processo de maturação, 
ganham motilidade e tornam-se férteis. As paredes do epidídimo sofrem contração e empurram 
estes gametas para o ducto deferente.
Os ductos deferentes são dois tubos de ±45cm de comprimento, sendo um direito e outro 
esquerdo, responsáveis pela condução do espermatozoide até ao ducto ejaculatório. Contido 
no funículo espermático, os ductos deferentes apresentam trajeto ascendente, atravessam o 
canal inguinal, penetrando a cavidade abdominopélvica. Quando alcançam a cavidade pélvica 
e dirigem-se para a região póstero-inferior da bexiga urinária, onde se unem com os ductos 
provenientes das glândulas seminais, formando, assim, os ductos ejaculatórios. 
Por que as gônadas masculinas estão localizadas fora da cavidade pélvica?
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Os funículos espermáticos são constituídos pelos ductos deferentes, vasos sanguíneos, 
vasos linfáticos, nervos e músculos. 
Os ductos ejaculatórios direito e esquerdo penetram a próstata e desembocam na uretra. 
Neste sistema não será descrita a anatomia da uretra, tendo sido anteriormente abarcado nesta 
unidade, no sistema urinário. É importante lembrar, que neste caso, a uretra desempenha função 
dupla, realizando a eliminação da urina e do sêmen, porém nunca simultaneamente.
As secreções adicionadas aos espermatozoides à medida que progridem pelas vias 
condutoras, provém das glândulas exócrinas anexas ao sistema genital masculino.
As glândulas seminais (direita e esquerda) são responsáveis pela secreção de parte do 
líquido seminal. Estão localizadas na cavidade pélvica, inferiormente ao trígono da bexiga urinária. 
O liquido secretado é espesso, amarelado e contém frutose, vitamina C e prostaglandinas, estas 
substancias além de nutrir, ativam os espermatozoides enquanto percorrem os ductos.
A próstata envolve a uretra prostática, localizada na cavidade pélvica, � xada junto 
ao colo da bexiga urinária. Sua secreção é leitosa e alcalina, ajuda a manter a viabilidade dos 
espermatozoides. Uma das funções desta secreção é neutralizar o ambiente ácido da vagina.
As glândulas bulbouretrais são duas pequenas massas responsáveis pela secreção de muco 
lubri� cante, que é lançado na uretra esponjosa. Estão localizadas na espessura da musculatura 
do períneo.
É importante entender que sêmen é o nome dado a mistura formada pelo espermatozoide 
e pelas secreções das glândulas anexas. Cerca de 60% do volume do sêmen provém das glândulas 
seminais. O sêmen é um líquido leitoso de pH alcalino. Observe o caminho de eliminação do 
sêmen na � gura 15.
Figura 15 - Sistema Genital Masculino. As setas indicam o trajeto do espermatozoide desde o testículo até a uretra. 
Fonte: adaptado de Herlihy e Maebius (2002).
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Entre os órgãos externos estão o escroto e o pênis. O pênis é o órgão copulador masculino, 
representado por uma estrutura cilindroide � xada à região anterior do períneo, anteriormente 
ao escroto. 
As regiões do pênis são: raiz, corpo, colo e glande (extremidade dilatada, onde se abre 
o óstio externo da uretra). O corpo do pênis contém três colunas de tecido erétil, os corpos 
cavernosos e o corpo esponjoso. 
O prepúcio que cobre a glande apresenta uma extensão variável. É uma camada de pele 
deslizante, que se expande numa prega cutaneomucosa e se � xa medianamente na glande, por 
meio de uma prega sagital denominada frênulo do prepúcio.
O prepúcio pode ser removido cirurgicamente após o nascimento, em um procedimento 
chamado circuncisão. 
3.2. Sistema Genital Feminino
A Figura 16 ilustra os órgãos internos e externos à cavidade pélvica que compõem o 
sistema genital feminino. Entre as funções deste sistema estão: produção gamética e produção 
dos hormônios sexuais femininos (progesterona e estrógeno). Além de servir como local de 
fecundação, implantação e desenvolvimento do zigoto.
Figura 16 - Órgãos do sistema genital feminino. Fonte: Marieb et al. (2014).
 
Os órgãos considerados internos são os ovários, tubas uterinas, útero e vagina.
Os ovários são as gônadas femininas, apresentam formato oval e estão localizados na 
cavidade pélvica, posteriormente ao ligamento largo do útero, em uma depressão denominada 
fossa ovárica. Os ovários direito e esquerdo � cam presos à porção súperolateral do útero pelo 
ligamento útero-ovárico (Figura 17).
Cada ovário apresenta duas extremidades: tubária (inferior) e uterina (superior). Os 
feixes de tecido conjuntivo que � xam os ovários à cavidade pélvica são chamados ligamentos. 
Entre eles destacam-se os ligamentos útero-ovárico, mesovário e suspensor do ovário.
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Os ovários são revestidospor uma camada de tecido conjuntivo denominada túnica 
albugínea e internamente apresentam um epitélio germinativo. 
A superfície dos ovários se apresenta lisa e brilhante até a puberdade, depois vai 
gradativamente � cando rugoso, devido à expulsão dos ovócitos (ovulação).
3.2.1. Situação clínica
A in� amação dos ovários pode irritar os tecidos circundantes que são supridos por ramos 
do plexo lombar (principalmente o nervo obturatório), gerando dor na região do quadril e face 
medial da coxa.
As tubas uterinas são dois órgãos tubulares localizadas na cavidade pélvica, sendo 
um direito e outro esquerdo, de constituição miomembranácea e estão divididos em partes: 
intramural (parte uterina) encontrada na espessura da parede uterina, o istmo (parte próxima do 
útero), ampola (região que serve como local de fecundação) e infundíbulo (parte distal) onde é 
encontrado o óstio abdominal da tuba uterina.
As margens do infundíbulo apresentam projeções semelhantes a uma “franja” e são 
denominadas de fímbrias. Após a liberação do ovócito, as tubas são responsáveis pela condução 
do ovócito para o útero.
O útero é um órgão muscular, oco e mediano, localizado na cavidade pélvica, anterior 
ao reto e posterior à bexiga urinária. O útero � ca preso pelos ligamentos largo, redondo e útero-
sacral.
Apresenta forma semelhante a uma pera pequena, servindo como o local de 
desenvolvimento do feto. 
Observe na � gura 17, as regiões do útero: fundo, corpo e colo. O fundo é a região superior; 
o corpo é a região mais volumosa, que está localizado entre o fundo e o colo do útero; e o colo 
representa região inferior e mais estreita do útero, que está dividida em duas porções (porção 
supravaginal do colo e porção vaginal do colo).
Figura 17 - Órgãos genitais internos de uma mulher adulta. Vista posterior. Fonte: Colicigno (2009).
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 A cavidade uterina passa por mudanças associadas ao ciclo menstrual. 
Os estratos da parede uterina são conhecidos como perimétrio, miométrio e endométrio. 
Sendo que o perimétrio é formado por uma camada serosa, que além de revestir a superfície 
do útero, também contribui para a formação dos ligamentos (� xadores da posição do útero). O 
miométrio é a camada muscular onde além de � bras musculares, se encontram � bras elásticas e 
� bras colágenas dispostas em um sistema espiral. O endométrio é o estrato mucoso que reveste 
a cavidade do útero, sofre ação hormonal e se modi� ca durante o ciclo menstrual. Possui dois 
estratos, sendo um basal (mais profundo) e funcional (mais super� cial). 
O endométrio desempenha um papel importante durante a gravidez. Se o ovócito não for 
fecundado, a camada funcional se desfaz, sendo acompanhado de hemorragia (menstruação). 
O estrato funcional do endométrio é destruído e renovado a cada ciclo menstrual. O início do 
ciclo acontece no primeiro dia de menstruação e o seu término, é normalmente, no quinto dia 
de menstruação.
A vagina além de ser considerada o órgão copulador feminino, participa da eliminação da 
menstruação e serve de canal de parto. É um tubo miomembranáceo localizado posteriormente 
ao colo da bexiga e à uretra, anteriormente ao reto e canal anal, com aproximadamente 9 cm de 
comprimento e se estende do colo do útero ao óstio vaginal. Ocupa posição oblíqua e apresenta 
uma parede anterior (mais curta) e uma parede posterior (mais longa).
A cavidade da vagina só se dilata por ocasião do ato sexual e do parto natural. 
O orifício de comunicação da vagina com o meio externo é denominado de óstio da 
vagina. Está localizado no períneo, posterior ao óstio externo da uretra e anterior ao orifício anal. 
Na mulher virgem o óstio vaginal é parcialmente obliterado pela presença do hímen.
A � gura 18 (B) ilustra a variação de himens.
A genitália externa ou vulva é denominada de pudendo feminino (Figura 18 A). Está 
localizada no períneo, posterior à sín� se púbica, sendo representada por uma abertura fusiforme 
formada pelo monte do púbis, lábios maiores do pudendo, lábios menores do pudendo, clitóris, 
vestíbulo e glândulas vestibulares.
Figura 18 - Pudendo feminino. A. Vista inferior dos órgãos genitais femininos externos. B. Ilustração dos tipos de 
hímen. Fonte: Colicigno (2009).
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O monte do púbis é uma saliência com acúmulo de tecido adiposo, situado anterior à 
sín� se púbica. Após a puberdade � ca recoberto de pelos púbicos. Os lábios maiores do pudendo 
são duas pregas cutâneas laterais recobertos de pelos, e os lábios menores do pudendo são duas 
pregas cutâneas de aspecto liso que delimitam o vestíbulo da vagina (espaço existente entre os 
lábios menores).
No vestíbulo da vagina observa-se a presença do óstio externo da uretra, óstio vaginal e 
ductos das glândulas vestibulares maiores e menores.
O clitóris é o órgão formado por tecido erétil, semelhante ao corpo cavernoso do pênis. 
Está localizado anterior aos lábios menores do pudendo e possui raiz, corpo e glande.
O muco secretado pelas glândulas vestibulares umedece e lubri� ca o vestíbulo.
Em termos anatômicos por que o sistema genital feminino não é considerado 
urogenital?
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