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<p>ANATOMIA</p><p>HUMANA</p><p>- TEORIA</p><p>EAD</p><p>DIRIGENTES</p><p>EDIÇÃO: ABRIL/2020</p><p>| PRESIDÊNCIA</p><p>Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève</p><p>| REITORIA</p><p>Profa. Dra. Lilian Pereira Ferrari</p><p>| DIRETORIA ACADÊMICA EAD</p><p>Profa. Me. Daniela Ferreira Correa</p><p>| DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL</p><p>Profa. Me. Márcia Maria Coelho</p><p>| DIRETORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO</p><p>Profa. Dra. Liya Regina Mikami</p><p>| DIRETORIA EXECUTIVA</p><p>Profa. Esp. Silmara Marchioretto</p><p>| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE GRADUAÇÃO EAD</p><p>Prof. Me. João Marcos Roncari Mari</p><p>| COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE PÓS-GRADUAÇÃO EAD</p><p>Prof. Me. Marcus Vinícius Roncari Mari</p><p>| AUTORA</p><p>Profa. Esp. Claudia Cristina Batista Evangelista Coimbra</p><p>| COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD</p><p>Esp. Janaína de Sá Lorusso</p><p>| PROJETO GRÁFICO</p><p>Esp. Janaína de Sá Lorusso</p><p>Esp. Cinthia Durigan</p><p>| DIAGRAMAÇÃO</p><p>Esp. Cinthia Durigan</p><p>| REVISÃO</p><p>Esp. Ísis C. D’Angelis</p><p>Esp. Idamara Lobo Dias</p><p>| PRODUÇÃO AUDIOVISUAL</p><p>Eudes Wilter Pitta Paião</p><p>Estúdio NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -</p><p>UniBrasil</p><p>| ORGANIZAÇÃO</p><p>NEAD (Núcleo de Educação a Distância) -</p><p>UniBrasil</p><p>FICHA TÉCNICA</p><p>EAD</p><p>SUMÁRIO</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>UNIDADE 01 - INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA E SISTEMA NERVOSO</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................05</p><p>INTRODUÇÃO ......................................................................................06</p><p>1. O ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA ..........................................06</p><p>1.1 Conceitos gerais ............................................................................08</p><p>1.2 Posição anatômica, terminologia anatômica, planos e princípios cor-</p><p>póreos .........................................................................................08</p><p>2. SISTEMA NERVOSO ....................................................................11</p><p>2.1 Organização e divisões do sistema nervoso ...................................11</p><p>2.2 Sistema Nervoso Central (SNC) .....................................................14</p><p>2.3 Ventrículos e líquido cerebrospinal (LCE) ......................................18</p><p>2.4 Sistema Nervoso Periférico ...........................................................18</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................19</p><p>UNIDADE 02 - APARELHO LOCOMOTOR</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................21</p><p>INTRODUÇÃO ......................................................................................22</p><p>1. SISTEMA ESQUELÉTICO E ARTICULAR ........................................22</p><p>1.1 Distribuição dos ossos por segmento corporal ..............................23</p><p>1.2 Divisão do esqueleto ....................................................................26</p><p>1.3 Articulações ..................................................................................30</p><p>2. SISTEMA MUSCULAR ..................................................................33</p><p>2.1 Condições de importância clínica ..................................................36</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................36</p><p>UNIDADE 03 - SISTEMA CARDIOVASCULAR, SISTEMA LINFÁTICO E SIS-</p><p>TEMA RESPIRATÓRIO</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................38</p><p>INTRODUÇÃO ......................................................................................39</p><p>SUMÁRIO</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>1. SISTEMA CARDIOVASCULAR E SISTEMA LINFÁTICO ..................39</p><p>1.1 Anatomia do coração ....................................................................39</p><p>1.2 Vasos sanguíneos ..........................................................................42</p><p>1.3 Circulação do sangue ....................................................................44</p><p>1.4 Rede vascular linfática e linfonodos ..............................................45</p><p>1.5 Circulação da linfa ........................................................................45</p><p>1.6 Órgãos linfáticos ...........................................................................46</p><p>2. SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................47</p><p>2.1 Divisões do Sistema Respiratório ..................................................47</p><p>2.2 Via aérea superior ........................................................................47</p><p>2.3 Via aérea inferior ..........................................................................50</p><p>2.4 Mecânica da respiração ................................................................53</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................54</p><p>UNIDADE 04 - SISTEMAS DIGESTÓRIO E URINÁRIO; APARELHO REPRODUTOR</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .........................................................56</p><p>INTRODUÇÃO ......................................................................................57</p><p>1. SISTEMA DIGESTÓRIO ................................................................57</p><p>1.1 Segmentos do tubo digestório ......................................................58</p><p>1.2 Glândulas anexas ..........................................................................62</p><p>1.3 Processo de digestão ....................................................................65</p><p>2. SISTEMA URINÁRIO ....................................................................66</p><p>2.1 Rins ..............................................................................................67</p><p>2.2 Via urinária ...................................................................................67</p><p>3. APARELHO REPRODUTOR ...........................................................68</p><p>3.1 Sistema Genital Feminino .............................................................69</p><p>3.2 Sistema Genital Masculino ............................................................72</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................74</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................76</p><p>UNIDADE</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>VÍDEOS DA UNIDADE</p><p>https://qrgo.page.link/FTnxF https://qrgo.page.link/P3bsW https://qrgo.page.link/3eaMm</p><p>01</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>À ANATOMIA</p><p>HUMANA E</p><p>SISTEMA NERVOSO</p><p>» Compreender a organização da estrutura macroscópica do corpo humano;</p><p>» Descrever a posição anatômica e sua importância;</p><p>» Aplicar os termos anatômicos na descrição de estruturas do corpo humano;</p><p>» Caracterizar os componentes dos segmentos do SNC;</p><p>» Correlacionar a localização e as funções dos componentes do SNC e do SNP.</p><p>https://qrgo.page.link/FTnxF</p><p>https://qrgo.page.link/P3bsW</p><p>https://qrgo.page.link/3eaMm</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>6</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A anatomia humana é uma das áreas da Biologia que estuda a forma e a estrutura do organismo</p><p>humano.</p><p>A palavra anatomia tem origem nos termos gregos: ana = partes e tome = cortar (significando</p><p>“cortar em partes”). E a palavra dissecar tem origem latina (dis = separar e secare = cortar). Como</p><p>base da compreensão do organismo humano, o estudo da anatomia humana deve ser relacionado</p><p>diretamente com o estudo da superfície do corpo, palpação das regiões corporais e observação de</p><p>estruturas.</p><p>A anatomia como ciência vem sendo estudada desde a pré-história, pois o homem sempre teve</p><p>a necessidade de conhecimento do corpo para a sua sobrevivência.</p><p>A história da anatomia humana é semelhante à da medicina. O estudo do corpo humano de ma-</p><p>neira mais adequada foi iniciado pelos filósofos gregos, com destaque para Empédocles (495-435</p><p>a.C.) e Demócrito (460-370 a.C.). O primeiro a realizar descrições sistemáticas foi Hipócrates (460-</p><p>377 a.C.). Outros destaques importantes são os anatomistas Aristóteles, Herófilo, Galeno e Celsus.</p><p>É necessário dominar a organização e os centros de controle do corpo humano para compreen-</p><p>der as situações clínicas referentes</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>45</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Na circulação pulmonar, o sangue venoso (com alta concentração de dióxido de carbono) que</p><p>está no átrio direito é conduzido para o ventrículo direito através do óstio atrioventricular direito.</p><p>Do ventrículo direito, o sangue atravessa o tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmona-</p><p>res direita e esquerda, que por sua vez, transportam o sangue para os pulmões. O processo de</p><p>oxigenação do sangue é denominado de hematose e ocorre nos pulmões. O sangue oxigenado,</p><p>agora denominado sangue arterial, sai dos pulmões pelas veias pulmonares direitas e esquerdas a</p><p>atingem o átrio esquerdo, dando início à circulação sistêmica.</p><p>Na circulação sistêmica, o sangue arterial que está no átrio esquerdo é conduzido para o ven-</p><p>trículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo. E o ventrículo esquerdo, bombeia o</p><p>sangue para a artéria aorta, que distribui para as artérias sistêmicas, e estas farão a irrigação dos</p><p>tecidos. Gradativamente, o sangue arterial (com alta concentração de oxigênio) se torna venoso,</p><p>e será transportado de volta para o coração, pelas veias cavas superior e inferior e seio coronário.</p><p>1.4 REDE VASCULAR LINFÁTICA E LINFONODOS</p><p>A linfa é coletada pelos capilares linfáticos nos tecidos e depois circula por uma rede de vasos</p><p>até chegar aos ductos linfáticos. Na maioria dos tecidos, a linfa é transparente e sem cor. Em con-</p><p>traste, a linfa do intestino delgado é densa e leitosa, refletindo a presença de gotículas lipídicas</p><p>derivadas da gordura absorvida pelo epitélio mucoso.</p><p>Os capilares linfáticos são responsáveis pela coleta da linfa, semelhantes aos capilares sanguí-</p><p>neos, são vasos microscópicos e neste caso se unem para formar os vasos linfáticos. Embora os</p><p>vasos linfáticos também sejam semelhantes aos vasos sanguíneos, apresentam um sistema de</p><p>valvas mais numeroso. Esses vasos são nomeados conforme a região em que se encontram, apre-</p><p>sentando os mesmos mecanismos que ajudam no retorno venoso.</p><p>Assim como no sistema cardiovascular, os vasos linfáticos também possuem válvulas que garan-</p><p>tem a circulação da linfa em uma direção única. Os linfonodos são pequenas estruturas responsá-</p><p>veis pela filtração da linfa, auxiliando o sistema imune na defesa do organismo. Estão localizados</p><p>no trajeto do vaso linfático e se apresentam em estratos superficiais e profundos.</p><p>1.5 CIRCULAÇÃO DA LINFA</p><p>A linfa é formada a partir do líquido intersticial, que é derivado do plasma sanguíneo por inter-</p><p>médio da microcirculação, e grande parte desse líquido é retornada ao sistema venoso.</p><p>À medida que a linfa é coletada pelos ca-</p><p>pilares linfáticos, é conduzida para os vasos</p><p>linfáticos, que por sua vez transportam até</p><p>os linfonodos. Nos linfonodos ocorre filtração</p><p>da linfa e outros vasos linfáticos recebem e</p><p>transportam a linfa filtrada até os ductos lin-</p><p>fáticos, que desembocam nas veias subclávias</p><p>esquerda e direita.</p><p>Entenda mais sobre “A dinâmica dos fluidos</p><p>e a formação da Linfa” assista ao vídeo em:</p><p>https://bit.ly/2wP7Nva. Acesso em 12 abr. 2020.</p><p>VÍDEO</p><p>https://bit.ly/2wP7Nva</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>46</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>1.6 ÓRGÃOS LINFÁTICOS</p><p>Os órgãos linfáticos não participam da circulação da linfa, mas são responsáveis pela produção</p><p>de linfócitos e anticorpos, atuando na defesa do organismo. Os órgãos linfáticos que estudaremos</p><p>nesta Unidade são: baço, timo e tonsilas.</p><p>O maior dos órgãos linfáticos é o baço e se localiza na cavidade abdominal, situado posterior</p><p>ao estômago. Além de servir como reservatório de sangue, também atua na defesa do organismo,</p><p>realiza destruição de hemácias velhas (hemocaterese), serve como local de maturação de linfóci-</p><p>tos e, produz anticorpos. Sua coloração é vermelho-escura, apresenta duas faces: diafragmática e</p><p>visceral (figura 6).</p><p>FIGURA 6 - BAÇO</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 319).</p><p>O timo, também pertence ao sistema endócrino, por produzir o hormônio timosina. É um órgão</p><p>bilobado, de formato piramidal e achatado, está localizado na cavidade torácica, posteriormente</p><p>ao osso esterno e cartilagens costais, superior a base do coração. Suas funções são: maturação dos</p><p>linfócitos e da formação e maturação do sistema imunológico.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>47</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>As tonsilas que estão localizadas na nasofaringe, são chamadas de tonsilas faríngeas (conheci-</p><p>das adenoide); as que estão localizadas na fossa tonsilar, são chamadas de tonsilas palatinas (co-</p><p>nhecidas amígdalas) e as que estão localizadas na raiz da língua, são denominadas tonsilas linguais.</p><p>Realizam uma atividade fagocítica, atuando contra a invasão bacteriana.</p><p>2. SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>2.1 DIVISÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>O sistema respiratório (figura 7) pode ser dividido de acordo com sua estrutura anatômica em</p><p>via aérea superior e inferior, e funcionalmente em porção condutora e respiratória.</p><p>A via aérea superior é composta pelo nariz, cavidade nasal, faringe e laringe, enquanto que a via</p><p>aérea inferior é composta pela traqueia, brônquios e pulmões.</p><p>Na porção condutora do ar consta o tubo respiratório (do nariz até os brônquios) e somente os</p><p>pulmões compõem a porção respiratória (alvéolos pulmonares).</p><p>FIGURA 7 – SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>Fonte: Larosa (2023, p. 201).</p><p>2.2 VIA AÉREA SUPERIOR</p><p>O nariz é formado por uma parte óssea (ossos nasais e maxilares) e a outra parte cartilaginosa</p><p>(cartilagem hialina).</p><p>» Regiões do nariz: raiz, dorso, ápice, asas e narinas.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>48</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>» Septo nasal: separa a cavidade nasal em duas partes. Esse septo é formado por uma parte óssea</p><p>(vômer e etmoide) e uma parte cartilaginosa.</p><p>A cavidade nasal apresenta três projeções denominadas de conchas nasais superior, média e</p><p>inferior (figura 8). E os espaços entre as conchas nasais chamam-se meatos nasais superior, médio</p><p>e inferior. No revestimento da cavidade nasal é observado uma mucosa, que apresenta um epitélio</p><p>especial, relacionado ao olfato.</p><p>A cavidade nasal tem como funções: purificação, aquecimento e umedecimento do ar inspira-</p><p>do; serve como caixa de ressonância, modificando as vibrações da fala.</p><p>FIGURA 8 – ANATOMIA DA CAVIDADE NASAL</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 47).</p><p>Situações de inflamação e irritação da mucosa nasal e mucosa dos seios paranasais são conheci-</p><p>das como rinite e sinusite, respectivamente. Leia mais sobre essas condições clínicas no Capítulo</p><p>8 - Cabeça, página 943, do livro: MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGU, Anne M. R. Anatomia</p><p>Orientada para Clínica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. Disponível em: https://</p><p>integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527734608/</p><p>LEITURA</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527734608/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527734608/</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>49</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>A faringe é um tubo muscular que permite a passagem do ar e do alimento, portanto, pertence</p><p>aos sistemas respiratório e digestório. Em sua constituição apresenta musculatura esquelética e</p><p>revestimento por mucosa.</p><p>Apresenta forma semelhante a um funil, sendo dividida em três partes ou regiões: nasofaringe,</p><p>orofaringe e laringofaringe (figura 9).</p><p>A. Nasofaringe ou parte nasal da faringe, possui comunicação com a cavidade nasal e com ore-</p><p>lha média, através do óstio faríngeo da tuba auditiva;</p><p>B. Orofaringe ou parte oral da faringe, possui comunicação com a cavidade oral;</p><p>C. Laringofaringe ou parte laríngea da faringe, possui comunicação com a laringe e com o esôfago.</p><p>FIGURA 9 – ANATOMIA DA FARINGE</p><p>Fonte: Standring (2010, p. 567).</p><p>A laringe é um tubo cartilaginoso e muscular, apresenta revestimento por mucosa. Está locali-</p><p>zada na face anterior do pescoço, superior a traqueia.</p><p>Em sua constituição observam-se cartilagens</p><p>pares (aritenoidea, cuneiforme e corniculada) e</p><p>cartilagens ímpares (tireóidea, cricoidea e epiglote).</p><p>No interior da cavidade da laringe encontram-se dois pares de saliências músculo-mucosas de-</p><p>nominadas pregas vestibulares e pregas vocais. Entre as funções da laringe, atua na condução do</p><p>ar e participa da produção da voz (fonação). E também impede que o alimento e objetos estranhos</p><p>entrem na via respiratória.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>50</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 10 - ESTRUTURA DA LARINGE</p><p>Fonte: Moore; Dalley; Agur (2022, p. 1001).</p><p>2.3 VIA AÉREA INFERIOR</p><p>A traqueia apresenta um arcabouço constituído aproximadamente por 20 anéis cartilagíneos</p><p>incompletos, denominados de cartilagens traqueais. Entre as cartilagens traqueais observa-se a</p><p>presença de ligamentos anulares.</p><p>É um tubo bifurcado (figura 11) que se estende inferiormente à laringe até a cavidade torácica,</p><p>está situado medianamente e anterior ao esôfago. A parede posterior da traqueia é membranácea.</p><p>Em sua porção inferior onde há bifurcação, observa-se a origem de dois brônquios principais,</p><p>sendo um direito e outro esquerdo. No revestimento interno da traqueia há um epitélio ciliado</p><p>(mucosa).</p><p>A traqueia, além de conduzir o ar, os cílios do seu epitélio de revestimento participam da expul-</p><p>são de mucosidades e corpos estranhos.</p><p>Saiba mais lendo o artigo “Efeitos do cigarro sobre o epitélio respiratório e sua participação na</p><p>rinossinusite crônica”. Disponível em: https://bit.ly/3cnf6t2. Acesso em 12 abr. 2020.</p><p>LEITURA</p><p>https://bit.ly/3cnf6t2</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>51</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 11 - ESTRUTURA TRAQUEIA E SEGMENTAÇÃO BRÔNQUICA</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 230).</p><p>Os brônquios resultam da bifurcação da traqueia e estão localizados na cavidade torácica. São</p><p>tubos segmentados que podem ser extrapulmonares (brônquios principais) e intrapulmonares</p><p>(brônquios lobares, brônquios segmentares e bronquíolos).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>52</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e com maior calibre do que o esquerdo.</p><p>O brônquio principal esquerdo é mais comprido e com menor calibre. Como a traqueia, os brôn-</p><p>quios principais contêm anéis de cartilagem incompletos.</p><p>À medida que os brônquios principais entram no hilo dos pulmões correspondentes, subdivi-</p><p>dem-se em nos brônquios lobares. Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmenta-</p><p>res, cada um destes distribuindo-se a um segmento pulmonar (figura 12). Os brônquios dividem-se</p><p>respectivamente em tubos cada vez menores denominados bronquíolos.</p><p>FIGURA 12 – SEGMENTOS PULMONARES VISTA ANTERIOR</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 228).</p><p>A porção respiratória representada pelos pulmões realiza a troca gasosa (hematose).</p><p>Os pulmões estão localizados na cavidade torácica, apresenta forma triangular, com duas regi-</p><p>ões: um ápice e uma base. Os envoltórios do pulmão são denominados de pleura visceral e pleura</p><p>parietal. Entre suas faces, observa-se a face costal, face diafragmática e a face mediastinal.</p><p>Há diferenças morfológicas entre o pulmão direito (figura 13) possui duas fissuras horizontal e</p><p>oblíqua; apresenta três lobos, sendo um superior, médio e inferior. Já o pulmão esquerdo (figura</p><p>14) possui apenas uma fissura oblíqua, separando os lobos superior e inferior. O pulmão esquerdo</p><p>é considerado menor que o direito, devido à inclinação do coração, e por isto não apresenta o lobo</p><p>médio, que é substituído pela presença da língula do pulmão.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>53</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 13 – CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DO PULMÃO DIREITO</p><p>Fonte: Sabotta (2019, p. 116 e 118).</p><p>FIGURA 14 – CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DO PULMÃO ESQUERDO</p><p>Fonte: Sabotta (2019, p. 116-117).</p><p>2.4 MECÂNICA DA RESPIRAÇÃO</p><p>Durante o processo de respiração ocorrem as etapas de inspiração → troca gasosa → expiração.</p><p>Para o oxigênio chegar aos pulmões ele é conduzido pelos segmentos da porção condutora do ar.</p><p>Para ocorrer esse processo é necessário a ação dos músculos inspiratórios e do músculo dia-</p><p>fragma, durante a inspiração há um aumento no diâmetro da caixa torácica, as costelas se elevam,</p><p>o esterno se projeta anteriormente e os pulmões se expandem. Na expiração os músculos relaxam</p><p>e a caixa torácica diminui o diâmetro e os pulmões retraem (figura 15).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>54</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O processo de troca gasosa ocorre em nível alveolar por difusão.</p><p>FIGURA 15 – MECÂNICA DA RESPIRAÇÃO</p><p>Fonte: Fonte: Tortora; Derrickson (2017, p. 459).</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Relembrando, o coração é um órgão muscular responsável pelo bombeamento de sangue e</p><p>os vasos sanguíneos irrigam e drenam os tecidos do corpo. À medida que o sangue circula pelo</p><p>organismo, durante a irrigação gera oxigenação dos tecidos e durante a drenagem gera a retirada</p><p>de dióxido de carbono.</p><p>Se acontecer um acúmulo de líquido intersticial pode acarretar prejuízo ao tecido. Alterações</p><p>no ritmo cardíaco são denominadas de arritmias cardíacas, que são variações na frequência cardí-</p><p>aca. As principais causas de arritmia são: alcoolismo, tabagismo, excesso no consumo de café etc.</p><p>Todo o oxigênio necessário para a manutenção da vida, é adquirido do meio externo. O sistema</p><p>respiratório foi desenvolvido com a função de realizar a hematose (processo de trocas de gases</p><p>entre o meio interno e externo). Nesta troca, o gás carbônico é liberado pelos alvéolos, junto com</p><p>o ar que é expirado, enquanto o oxigênio inspirado entra nos capilares sanguíneos e é conduzido</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>55</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>para o lado esquerdo do coração. Com o bombeamento do sangue do ventrículo esquerdo para</p><p>a aorta. A aorta distribui para as outras artérias, até os capilares arteriais, liberando esse sangue</p><p>para os tecidos.</p><p>Nos capilares teciduais ocorre a liberação do oxigênio para o líquido intersticial e depois para o</p><p>interior das células. Logo após o gás carbônico ser produzido pelos tecidos, é retirado pelos capi-</p><p>lares venosos, transportado pelas veias e liberado no átrio direito. Esse então libera o sangue para</p><p>o ventrículo direito, que o leva para as artérias pulmonares, até os alvéolos pulmonares, para que</p><p>ocorra a hematose.</p><p>Enquanto ocorre a troca de sangue nos tecidos, há a produção do líquido intersticial, que quan-</p><p>do drenado pelos capilares linfáticos é chamado de linfa. O sistema linfático é responsável pela</p><p>circulação linfática e participa da defesa do organismo.</p><p>Para que ocorra a entrada de oxigênio é preciso de uma via de captação, condução e purifica-</p><p>ção do ar. O oxigênio e o gás carbônico é conduzido por uma via condutora do ar. A troca gasosa</p><p>(hematose) é responsabilidade dos pulmões, que faz parte da via respiratória.</p><p>O conhecimento integrado sobre esses três sistemas ajudará na compreensão nos processos da</p><p>circulação e respiração.</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>UNIDADE</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>VÍDEOS DA UNIDADE</p><p>https://qrgo.page.link/UerV2 https://qrgo.page.link/iwwE8 https://qrgo.page.link/xTna8</p><p>04</p><p>SISTEMAS DIGESTÓRIO</p><p>E URINÁRIO; APARELHO</p><p>REPRODUTOR</p><p>» Reconhecer a morfologia dos segmentos do tubo digestório;</p><p>» Reconhecer a anatomia das glândulas anexas ao sistema digestório;</p><p>» Descrever a anatomia dos rins e da via urinífera;</p><p>» Descrever a anatomia dos órgãos genitais masculino e feminino.</p><p>https://qrgo.page.link/UerV2</p><p>https://qrgo.page.link/iwwE8</p><p>https://qrgo.page.link/xTna8</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>57</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nesta Unidade estudaremos as características anatômicas e funcionais dos sistema digestório,</p><p>urinário e o aparelho reprodutor.</p><p>O sistema digestório está dividido em porção supradiafragmática (boca, cavidade oral, fauces,</p><p>faringe e esôfago), porção</p><p>infradiafragmática (estômago, intestino delgado e intestino grosso) e</p><p>glândulas anexas (glândulas salivares, fígado e pâncreas).</p><p>Os alimentos (macromoléculas) são conduzidos pelo tubo digestório, sofrem transformações físicas</p><p>e químicas, até que atingirem pequenos tamanhos (micromoléculas) para que possam ser absorvidos.</p><p>A digestão mecânica refere-se aos movimentos peristálticos (movimentos propulsores) e de</p><p>segmentação (movimento de mistura) ao longo do tubo digestório. Enquanto que a digestão quí-</p><p>mica depende da ação enzimática por meio da saliva, suco gástrico, bile e suco pancreático.</p><p>O sistema urinário regula o volume e os componentes presentes no líquido extracelular. Para</p><p>desempenhar suas funções, necessita de mecanismos desenvolvidos pelos rins, referentes à filtra-</p><p>ção seletiva do sangue, eliminação de algumas substâncias e absorção de outras. Além dos rins,</p><p>outras estruturas compõem as vias do trato urinário: ureter, bexiga urinária e uretra.</p><p>Na urina encontramos ácido úrico, ureia, sódio, potássio, bicarbonato etc.</p><p>Também será estudado nesta Unidade a anatomia dos órgãos que compõem o sistema genital</p><p>feminino e o sistema genital masculino. Estes sistemas formam o aparelho reprodutor.</p><p>Todo sistema genital possui obrigatoriamente uma gônada (órgão responsável por produzir o</p><p>gameta e hormônios sexuais) e um gameta (ovócito ou espermatozoide).</p><p>A reprodução sexuada ocorre a partir da união de gametas. Geralmente, metade das caracterís-</p><p>ticas dos descendentes é oriunda do gameta masculino, e outra metade do gameta feminino. Uma</p><p>das vantagens da reprodução sexuada é a variabilidade genética.</p><p>A reprodução é imprescindível para a manutenção das espécies.</p><p>As obras de Tortora, Spence, Moore e Miranda-Neto foram bases sólidas de pesquisa para as</p><p>descrições a seguir.</p><p>1. SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>O homem por ser heterótrofo,</p><p>capaz de realizar transformações fí-</p><p>sicas e químicas no alimento, a fim</p><p>de reduzir os nutrientes a micromo-</p><p>léculas para que ocorra maior efici-</p><p>ência no processo de absorção.</p><p>FIGURA 1 – PROCESSO DE ALIMENTAÇÃO</p><p>Ingestão de</p><p>Alimento</p><p>Processo</p><p>Digestivo</p><p>Processo</p><p>Absortivo</p><p>grandes</p><p>moléculas</p><p>moléculas</p><p>menores</p><p>utilização</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>58</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O sistema digestório é dividido em porção supradiafragmática (boca, cavidade oral, fauces,</p><p>faringe e esôfago) e porção infradiafragmática (estômago, intestino delgado e intestino grosso).</p><p>Também apresenta glândulas anexas: glândulas salivares, fígado e pâncreas.</p><p>1.1 SEGMENTOS DO TUBO DIGESTÓRIO</p><p>Primeiramente, foram descritos os segmentos da porção supradiafragmática.</p><p>A boca é formada pelos lábios superior e inferior, que são acionados pelo músculo orbicular da</p><p>boca. Entre os lábio há uma fenda denominada de rima da boca.</p><p>A cavidade oral (figura 2) se divide em vestíbulo da boca (porção anterior aos dentes e gengiva)</p><p>e cavidade própria da boca (porção posterior aos dentes e gengiva). No teto da cavidade própria</p><p>da boca encontra-se o palato duro (ósseo) e palato mole (muscular). As paredes laterais são as</p><p>bochechas (músculo bucinador) e o soalho é representado pelo músculo milo-hioide.</p><p>FIGURA 2 – INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 69).</p><p>Os dentes são estruturas rígidas inseridas nos alvéolos dentais por meio de uma articulação</p><p>fibrosa (gonfose), participam da digestão mecânica (mastigação e trituração do alimento ingerido).</p><p>Os dentes incisivos cortam, os caninos perfuram, os pré-molares e molares moem e trituram os</p><p>alimentos. A função de cada dente depende da borda ou do formato da coroa.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>59</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Em um humano adulto há 32 dentes, sendo: 8 incisivos; 4 caninos; 8 pré-molares e 12 molares.</p><p>A língua repousa no soalho da cavidade oral, é um órgão muscular e móvel. Apresenta três</p><p>partes principais (figura 3): ápice da língua (extremidade anterior e livre), corpo da língua e raiz da</p><p>língua (extremidade posterior e fixa).</p><p>Na superfície da língua se identifica as papilas linguais filiformes, fungiformes, folhadas e circun-</p><p>valadas, que estão relacionadas com a gustação. Além da gustação, a língua participa dos proces-</p><p>sos de mastigação, deglutição e fonação.</p><p>FIGURA 3 – REGIÕES DA LÍNGUA, PAPILAS LINGUAIS</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 75).</p><p>A região de transição entre a cavidade oral e a orofaringe é denominada de fauces. Nesta re-</p><p>gião, observa-se a úvula palatina e as tonsilas palatinas.</p><p>A faringe representa um tubo muscular que pertence aos sistemas respiratório e digestório.</p><p>Permite a passagem do ar durante a respiração e do alimento durante a deglutição. Está dividida</p><p>em três regiões ou partes:</p><p>» nasofaringe (parte nasal da faringe);</p><p>» orofaringe (parte oral da faringe);</p><p>» laringofaringe (parte laríngea da faringe).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>60</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>As características da faringe foram estudas na Unidade 3, é muito importante revisá-las.</p><p>O esôfago (figura 4) é um tubo miomembranáceo que atravessa a cavidade torácica e o mús-</p><p>culo diafragma. Tem em torno de 25 cm de comprimento e se estende do pescoço até à cavidade</p><p>abdominal.</p><p>Apresenta três regiões: cervical, torácica e abdominal. O primeiro terço do esôfago, é constituí-</p><p>do por fibras musculares estriadas esqueléticas, que exercem movimentos voluntários, nos outros</p><p>2/3, há fibras musculares lisas, exercendo movimentos involuntários.</p><p>A função do esôfago é conduzir o bolo alimentar da laringofaringe até o estômago. O diâmetro</p><p>do esôfago não é o mesmo ao longo de todo o seu trajeto. Apresenta três estreitamentos provo-</p><p>cados por estruturas adjacentes O diâmetro do esôfago não é o mesmo ao longo de todo o seu</p><p>trajeto. Os estreitamentos são provocados por estruturas adjacentes. Lembrando que a porção</p><p>infradiafragmática é formada pelo estômago, intestino delgado e intestino grosso.</p><p>O estômago está localizado na cavidade abdominal e representa a porção mais dilatada do</p><p>sistema digestório. Em sua morfologia externa (figura 4) observa-se as seguintes regiões: cárdia,</p><p>corpo, fundo e parte pilórica. Para evitar o refluxo alimentar, há dois esfíncteres (esfíncter cárdico</p><p>e esfíncter pilórico).</p><p>FIGURA 4- ESÔFAGO E ESTÔMAGO</p><p>Fonte: Adaptado de Dangelo e Fattini (2007, p. 163).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>61</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>A cavidade do estômago é revestida por uma mucosa espessa, que apresenta glândulas responsá-</p><p>veis pela secreção de suco gástrico e muco. Entre outras funções, participa da digestão química e me-</p><p>cânica dos alimentos, elabora o quimo e absorve alguns medicamentos e substâncias, como álcool.</p><p>Em determinadas condições, a produção de ácido clorídrico é muito intensa e acaba gerando</p><p>lesões na parede do estômago, desenvolvendo uma doença denominada de gastrite, que pode se</p><p>tornar mais grave e evoluir para úlcera gástrica.</p><p>O intestino é formado por um tubo longo que se estende da cavidade abdominal até à cavidade</p><p>pélvica. Está dividido em intestino delgado e intestino grosso (figura 5).</p><p>O intestino delgado apresenta três partes: duodeno, o jejuno e o íleo. Tem aproximadamente 6</p><p>metros de comprimento.</p><p>O duodeno (figura 5) está aderido à parede posterior do abdome por uma prega peritoneal.</p><p>Possui comunicação com o estômago através do óstio pilórico, e segue contínuo ao jejuno-íleo</p><p>após a flexura duodeno-jejunal. Sua forma é semelhante à letra “C”, com aproximadamente 25 cm.</p><p>FIGURA 5 – PARTES DO DUODENO</p><p>Fonte: Tank; Gest (2009, p. 237).</p><p>O jejuno e o íleo, são formados por alças intestinais e se ligam por meio do mesentério. Esses</p><p>segmentos do intestino delgado desempenham importante função na absorção de aminoácidos,</p><p>ácidos graxos e glicose.</p><p>Após atravessar o intestino delgado, os restos alimentares não digeridos seguem para o intes-</p><p>tino grosso.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>62</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O intestino grosso (figura 6) mede 1,5 metros de comprimento, é dividido em ceco, colo as-</p><p>cendente, colo transverso, colo descendente, colo sigmoide, reto e canal anal. Apresenta maior</p><p>calibre, fibras musculares longitudinais (tênias do colo), apêndices omentais do colo e saculações</p><p>do colo. Entre o íleo e o ceco há um ponto de comunicação chamado de óstio íleal.</p><p>No ceco observa-se a presença de um divertículo cilindroide rico em folículos linfáticos, essa es-</p><p>trutura é denominada de apêndice vermiforme e está localizada na região póstero-medial do ceco.</p><p>O reto mede 15 cm de comprimento e apresenta a ampola do reto, parte mais dilatada que</p><p>permite o acúmulo de fezes. O canal anal com 3 cm de comprimento possibilita a eliminação das</p><p>fezes. Sua abertura é chamada de ânus, formado pelo músculo esfíncter interno (com controle</p><p>involuntário) e músculo esfíncter externo (com controle voluntário).</p><p>Entre as funções do intestino grosso estão: a absorção de água, sais minerais e medicamentos;</p><p>formação, armazenamento, transporte e eliminação de fezes (defecação).</p><p>FIGURA 6 - PARTES DO INTESTINO DELGADO E INTESTINO GROSSO</p><p>Fonte: Tank; Gest (2009, p. 222).</p><p>1.2 GLÂNDULAS ANEXAS</p><p>As glândulas salivares são classificadas como exócrinas, podem ser denominadas de glândulas</p><p>salivares menores e glândulas salivares maiores. As glândulas salivares menores não são nomina-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>63</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>das especificamente, mas as glândulas salivares maiores são em pares e (Figura 7) são chamadas</p><p>de parótidas, submandibulares e sublinguais.</p><p>A saliva atua no início da digestão e possui a função de lubrificar o alimento, atua na limpeza</p><p>da cavidade oral e participa da gustação. É produzida pelas glândulas salivares menores e maiores.</p><p>As glândulas parótidas estão localizadas na região anterior à orelha externa, sobre o músculo</p><p>masseter, o ducto excretor se abre no vestíbulo da boca. São consideradas as maiores das glândulas</p><p>salivares. Já as glândulas submandibulares estão localizadas inferior ao terço médio da mandíbula</p><p>e seu ducto se abre na carúncula sublingual. E por fim as glândulas sublinguais estão localizadas</p><p>inferiormente à língua, apresenta ductos múltiplos, que se abrem na prega sublingual.</p><p>FIGURA 7 – POSIÇÃO DAS GLÂNDULAS SALIVARES</p><p>Fonte: Adaptado de Netter (2015, p. 103).</p><p>O fígado está localizado na cavidade abdominal, tem coloração vermelha escura e, atua no me-</p><p>tabolismo de glicídios, lipídeos e peptídeos, armazena glicogênio, além de secretar a bile. Apresen-</p><p>ta uma face diafragmática e uma face visceral. E é formado por quatro lobos, sendo denominados</p><p>de lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadrado e lobo caudado. Entre os lobos direito e esquerdo,</p><p>na face diafragmática, observa-se o ligamento falciforme.</p><p>A vesícula biliar é uma bolsa muscular que fica alojada na fossa da vesícula biliar do lobo qua-</p><p>drado, na face visceral do fígado, sendo responsável por armazenar e concentrar a bile. É uma</p><p>bolsa muscular com revestimento mucoso responsável por armazenar e concentrar a bile.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>64</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 8 - FÍGADO. A. FACE DIAFRAGMÁTICA B. FACE VISCERAL.</p><p>Fonte: Sobotta (2019, p. 326).</p><p>O pâncreas está localizado na cavidade abdominal, no hipocôndrio esquerdo, situado posterior</p><p>ao estômago. É considerado uma glândula mista, por apresentar parte endócrina (responsável</p><p>pela secreção de insulina e glucagon) e parte exócrina (responsável pela secreção de suco pancreá-</p><p>tico). Apresenta regiões distintas (figura 5), sendo a cabeça uma parte mais volumosa do pâncreas</p><p>alojada na concavidade do duodeno. A cauda é uma região afilada do pâncreas que se relaciona</p><p>com o baço. O corpo é a parte mais longa, localizado entre a cabeça e a cauda.</p><p>A</p><p>B</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>65</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Saiba mais sobre os aparelho digestivo, leia o artigo: “Alterações do Sistema Digestório” em Her-</p><p>lihy e Maebius (2002), p. 414.</p><p>HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e Enfermo. Ma-</p><p>nole: São Paulo, 2002.</p><p>LEITURA</p><p>1.3 PROCESSO DE DIGESTÃO</p><p>Resumidamente, durante a digestão mecânica ocorrem dois movimentos: segmentação (mo-</p><p>vimento de mistura) e peristaltismo (movimento propulsor). Entre os processos mecânicos desta-</p><p>cam-se:</p><p>» Mastigação: trituração do alimento e formação do bolo alimentar;</p><p>» Deglutição: movimentação do bolo alimentar ao longo do tubo, movimenta o bolo alimentar</p><p>para a faringe. Músculos constritores da faringe movimentam o bolo para o esôfago. A luz do</p><p>esôfago, aumenta durante a passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações</p><p>da musculatura de sua parede. Estes movimentos, que são próprios de todo restante do tubo</p><p>digestório, são denominados movimentos peristálticos, e a capacidade de realizá-los dá-se o</p><p>nome de peristaltismo;</p><p>» Motilidade gástrica: o estômago armazena o alimento ingerido, mistura o alimento com as</p><p>secreções gástricas e movimenta o alimento para o duodeno. Elabora o quimo;</p><p>» Motilidade intestinal: no intestino delgado ocorre tanto segmentação quanto peristaltismo.</p><p>Esta motilidade é afetada pela quantidade, pela acidez e pela concentração do quimo. E no</p><p>intestino grosso, a movimentação é mais lenta (peristaltismo em massa), movimentam o conte-</p><p>údo do colo em direção ao reto. Ocorre distensão do reto e inicia o reflexo da defecação.</p><p>Na digestão química estuda-se os processos químicos que também ocorrem ao longo do tubo</p><p>digestório:</p><p>» Digestão na cavidade oral: ação da amilase salivar.</p><p>» Digestão no estômago: ação da pepsina ativa e fraciona as proteínas.</p><p>» Digestão no intestino delgado: ocorre a digestão de carboidratos, proteínas e gorduras. O fim</p><p>do processo químico da digestão se dá no duodeno, com a ação das enzimas presente no suco</p><p>pancreático e na bile.</p><p>Após a digestão ocorre a absorção dos nutrientes no intestino delgado (jejuno-íleo).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>66</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>2. SISTEMA URINÁRIO</p><p>O sistema urinário (figura 9) é constituído pelos rins, pelve renal, ureteres, bexiga urinária e ure-</p><p>tra. Este sistema é responsável pela produção, transporte, armazenamento e eliminação da urina.</p><p>Didaticamente é melhor dividir o sistema urinário em órgãos uropoiéticos (os rins) e a via urinária,</p><p>composta por pelve renal, ureter, bexiga e uretra.</p><p>FIGURA 9 - COMPONENTES DO SISTEMA URINÁRIO.</p><p>Fonte: Silverthorn (2017, p. 592).</p><p>Há variação entre os sistemas urinários no homem e na mulher?</p><p>O sistema urinário masculino e feminino apresentam os mesmos órgãos. Portanto, se você anali-</p><p>sar esse sistema em pessoas de sexos diferentes encontrará: dois rins, dois ureteres, uma bexiga</p><p>urinária e uma uretra. Entretanto, algumas diferenças podem ser observadas:</p><p>» A bexiga está localizada em frente ao reto. Nos homens, essa se separa do reto pelas vesículas</p><p>seminais, enquanto na mulher, observa-se a presença da vagina e útero.</p><p>» A uretra no homem apresenta outra função além de garantir a eliminação da urina. Nesse sexo,</p><p>a uretra dá passagem também ao sêmen durante a ejaculação. No sexo feminino, por sua vez, a</p><p>uretra é considerada um órgão exclusivo do sistema urinário.</p><p>» A uretra masculina é maior que a uretra feminina. Enquanto a uretra masculina possui cerca de 20</p><p>cm, a feminina apresenta apenas 4 cm.</p><p>Fonte: SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Sistema urinário”; Brasil Escola. Disponível em:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-excretor.htm. Acesso em 17 de abril de 2020.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-excretor.htm</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>67</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>2.1 RINS</p><p>Os rins estão localizados na cavidade abdominal, sendo que o direito está posicionado</p><p>mais</p><p>inferiormente em relação ao rim esquerdo. São considerados órgãos uropoiéticos (responsáveis</p><p>pela produção da urina).</p><p>Os rins estão na parede posterior da cavidade abdominal, atrás do peritônio, são considerados</p><p>retroperitoneais. Na morfologia externa é observada duas faces: anterior e posterior. Apresenta</p><p>dois polos, sendo um superior e outro inferior; duas margens: lateral e medial. No polo superior</p><p>de cada rim encontra-se a glândula suprarrenal e na margem medial há um hilo que apresenta um</p><p>conjunto de estruturas que participam da via excretora da urina (pedículo renal).</p><p>A unidade produtora de urina do rim é denominada de néfron, cada rim contém cerca de 1 mi-</p><p>lhão de néfrons. O néfron é considerada a unidade morfofuncional do sistema urinário.</p><p>Na morfologia interna dos rins, pode ser identificado uma região mais periférica denominada</p><p>de córtex renal; uma a estrutura triangular que pertence a medula renal, chamada de pirâmide</p><p>renal. Entre as pirâmides observa-se as colunas renais (extensões do córtex). O ápice de cada pirâ-</p><p>mide está direcionada para a pelve renal, que é responsável pela coleta urina.</p><p>As margens em forma de “taça” da pelve renal, que envolvem as pirâmides são chamadas de</p><p>cálices renais menores, e em conjunto de dois ou três formam os cálices maiores. A pelve renal</p><p>recebe a urina dos cálices renais maiores e a conduz para o ureter.</p><p>Resumidamente, as funções dos rins são: filtração seletiva do sangue, regulação da composição</p><p>iônica do sangue, regulação da pressão arterial, regulação do pH do sangue, liberação de hormô-</p><p>nios e excreção de resíduos nitrogenados, como ureia, amônia e creatinina.</p><p>2.2 VIA URINÁRIA</p><p>Esta via é responsável pela eliminação da urina. Os ureteres conectam os rins à bexiga urinária,</p><p>são dois tubos musculares, longos e delgados, com aproximadamente 30 cm de comprimento, se</p><p>estendem da cavidade abdominal até a cavidade pélvica, penetram a parede da bexiga urinária. A</p><p>urina se move no interior dos ureteres em resposta à gravidade e aos movimentos peristálticos.</p><p>Apresentam três regiões distintas: parte abdominal, parte pélvica e parte intramural. O reser-</p><p>vatório temporário de urina é a bexiga urinária, está localizada na cavidade pélvica, posterior à</p><p>sínfise púbica. É considerado um órgão miomembranáceo, ímpar, oco e mediano. Nos homens</p><p>encontra-se anterior ao reto e nas mulheres está anterior ao útero e vagina.</p><p>Anatomicamente, a bexiga apresenta regiões denominadas: ápice, corpo, colo e fundo. O ápice</p><p>representa a região superior; o corpo é a região média e mais volumosa da bexiga; o colo é a re-</p><p>gião mais estreita e inferior, o fundo é a região posterior da bexiga. No colo da bexiga masculina,</p><p>encontra-se aderida a glândula prostática.</p><p>Internamente, a cavidade é revestida por uma mucosa e quando a bexiga está vazia, sua muco-</p><p>sa apresenta-se pregueada, e no soalho da bexiga há uma região triangular denominada de trígo-</p><p>no da bexiga e está limitada pelos óstios dos ureteres direito e esquerdo e óstio interno da uretra.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>68</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>No sistema urinário, a uretra é o único segmento que é diferente entre os sexos, onde a uretra</p><p>masculina participa dos sistema urogenital, isto é, serve tanto para a eliminação da urina quanto</p><p>para a ejaculação; enquanto que nas mulheres, a uretra tem função exclusiva de eliminar a urina.</p><p>Na mulher, a uretra se inicia no interior da bexiga, atravessa o músculo esfíncter (que controla a</p><p>micção) e se abre no pudendo feminino, através do óstio externo da uretra, mede mais ou menos</p><p>4 centímetros. E nos homens a uretra se inicia no interior da bexiga, atravessa a próstata, todo o</p><p>corpo esponjoso do pênis e abre-se no óstio externo da uretra, que está situado na glande do pê-</p><p>nis, tem em torno de 20 centímetros.</p><p>A uretra masculina é formada por três regiões, sendo ela parte prostática da uretra, parte mem-</p><p>branácea da uretra e pare esponjosa da uretra. A uretra prostática, ou parte prostática da uretra,</p><p>representa a região mais larga e dilatável da uretra masculina. É o trecho da uretra masculina que</p><p>sai da bexiga (a partir do óstio interno da uretra) e atravessa a glândula próstata. A uretra membra-</p><p>nácea ou parte membranácea da uretra é contínua a uretra prostática que atravessa a musculatura</p><p>do períneo. A uretra esponjosa ou parte esponjosa da uretra é a continuação da uretra membraná-</p><p>cea, que atravessa todo o corpo esponjoso do pênis até o óstio externo da uretra.</p><p>3. APARELHO REPRODUTOR</p><p>No gênero feminino e masculino, os órgãos sexuais são anatomicamente distintos, são adapta-</p><p>dos para a produção de gametas, facilitando a fertilização e, nas mulheres, sustentando o cresci-</p><p>mento do embrião e do feto.</p><p>No quadro 1 consta os componentes dos sistemas genitais que constituem o aparelho reprodutor.</p><p>QUADRO 1 – COMPONENTES DO APARELHO REPRODUTOR</p><p>SISTEMA ÓRGÃOS INTERNOS ÓRGÃOS EXTERNOS</p><p>Genital feminino</p><p>» Vagina;</p><p>» Ovários;</p><p>» Tubas uterinas;</p><p>» Útero.</p><p>Pudendo feminino ou Vulva (monte do</p><p>púbis, clitóris, vestíbulo, lábios maiores do</p><p>pudendo e lábios menores do pudendo)</p><p>Genital masculino</p><p>Glândulas anexas (próstata, glândula</p><p>seminal, glândula bulbouretral);</p><p>Parte da uretra.</p><p>» Testículo;</p><p>» Epidídimo;</p><p>» Escroto;</p><p>» Parte da uretra;</p><p>» Pênis.</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>Por que uma infecção “ignorada” na bexiga urinária (cistite) pode causar infecção renal?</p><p>Pois uma infeção da bexiga tratada inadequadamente pode “subir” e afetar os rins, evoluindo</p><p>para uma pielonefrites (inflação dos rins) e evoluir para uma septicemia (infecção generalizada).</p><p>REFLITA</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>69</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>3.1 SISTEMA GENITAL FEMININO</p><p>Os ovários são considerados gônadas femininas, pois têm a função do desenvolvimento dos</p><p>ovócitos e a produção de hormônios sexuais femininos (estrógeno e progesterona).</p><p>Apresentam formato oval e estão localizados na cavidade pélvica, posteriormente ao ligamento</p><p>largo do útero, em uma depressão denominada fossa ovárica. Os ovários ficam presos à porção</p><p>súperolateral do útero pelo ligamento útero-ovárico.</p><p>A superfície dos ovários se apresenta lisa e brilhante até a puberdade, depois vai gradativamen-</p><p>te ficando rugoso, devido à expulsão dos ovócitos (ovulação).</p><p>As tubas uterinas (figura 10) são dois órgãos tubulares localizadas na cavidade pélvica, sendo</p><p>um direito e outro esquerdo.</p><p>O diâmetro da tuba uterina é irregular e vai aumentando à medida que se distancia do útero.</p><p>Podem-se distinguir as seguintes regiões ou segmentos em cada tuba uterina: intramural (parte</p><p>uterina) encontrada na espessura da parede uterina, o istmo (parte próxima do útero), ampola</p><p>(região que serve como local de fecundação) e infundíbulo (parte distal) onde é encontrado o óstio</p><p>abdominal da tuba uterina. É na ampola da tuba uterina que normalmente, a fecundação.</p><p>As margens do infundíbulo apresentam projeções semelhantes a uma “franja” e são denominadas de</p><p>fímbrias. Após a liberação do ovócito, as tubas são responsáveis pela condução do ovócito para o útero.</p><p>O útero (figura 10) é um órgão muscular, semelhante a uma pera pequena, está localizado na</p><p>cavidade pélvica, anterior ao reto e posterior à bexiga urinária. O útero fica preso pelos ligamentos</p><p>largo, redondo e útero-sacral.</p><p>O fundo do útero é a região superior; o corpo é a região mais volumosa, que está localizado</p><p>entre o fundo e o colo do útero; o colo é a mais região inferior e estreita do útero, que se divide</p><p>em duas porções: porção supravaginal do colo e porção vaginal do colo.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>70</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 10 - ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS FEMININOS</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 391).</p><p>Na estratigrafia da parede uterina, pode se identificar três estratos: perimétrio, miométrio e</p><p>endométrio. O perimétrio é formado por uma camada serosa, que além de revestir a superfície</p><p>do útero,</p><p>também contribui para a formação dos ligamentos (fixadores da posição do útero). O</p><p>miométrio é a camada muscular onde além de fibras musculares, se encontram fibras elásticas e</p><p>fibras colágenas dispostas em um sistema espiral. O endométrio é o estrato mucoso que reveste a</p><p>cavidade do útero, sofre ação hormonal e se modifica durante o ciclo menstrual. Possui dois estra-</p><p>tos, sendo um basal (mais profundo) e funcional (mais superficial).</p><p>A vagina é considerada o órgão copulador feminino, é um tubo miomembranáceo, que supe-</p><p>riormente está inserido no contorno da parte média do colo do útero. Está situada posteriormente</p><p>ao colo da bexiga urinária e à uretra, anteriormente ao reto e canal anal.</p><p>Apresenta comunicação com o útero através do óstio uterino; em sua porção inferior se abre no</p><p>vestíbulo da vagina e comunica-se com o meio externo através do óstio vaginal.</p><p>As paredes da vagina ficam acopladas constituindo uma cavidade virtual que só se dilata por</p><p>ocasião do parto e do ato sexual.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>71</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O óstio vaginal representa o orifício de comunicação da vagina com o meio externo. Em algu-</p><p>mas mulheres, é parcialmente obliterado pela presença de uma membrana delgada e pouco vas-</p><p>cularizada, denominada hímen. Há vários tipos de himens, geralmente apresenta uma perfuração</p><p>central, mas pode se apresentar crivado, em meia lua, sem orifícios ou pode estar ausente.</p><p>A vagina além de ser considerada o órgão copulador feminino, participa da eliminação da mens-</p><p>truação e serve de canal de parto.</p><p>A genitália externa ou vulva é denominada de pudendo feminino está localizada no períneo,</p><p>posterior à sínfise púbica, sendo representada por uma abertura fusiforme formada pelo monte</p><p>do púbis, lábios maiores do pudendo, lábios menores do pudendo, clitóris, vestíbulo e glândulas</p><p>vestibulares (Figura 11).</p><p>FIGURA 11 - PUDENDO FEMININO</p><p>Fonte: Netter (2021, p. 394).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>72</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>3.2 SISTEMA GENITAL MASCULINO</p><p>Os testículos são as gônadas masculinas, responsáveis pela espermatogênese (formação do</p><p>espermatozoide) e secreção da testosterona (hormônio sexual masculino). Os dois testículos têm</p><p>forma oval e se localizam fora da cavidade abdominal, alojados no interior de uma bolsa miomem-</p><p>branácea denominada escroto.</p><p>Os testículos apresentam duas margens (anterior e posterior), uma face medial e uma face la-</p><p>teral, dois polos, sendo um superior e outro inferior.</p><p>O escroto é uma bolsa de pele localiza-se suspenso à região anterior do períneo e posterior ao</p><p>pênis. Sua constituição proporciona aos testículos uma temperatura inferior à temperatura corpórea.</p><p>Os espermatozoides são coletados nos túbulos seminíferos e percorrem uma série de vias con-</p><p>dutoras, onde amadurecem e depois são transportados do testículo até o meio externo.</p><p>Os epidídimos são órgãos pares, responsáveis pelo armazenamento de espermatozoides, é</p><p>densamente enovelado e está localizado sobre a superfície do testículo, entre seu polo superior e</p><p>inferior, estendendo-se por sua margem posterior.</p><p>As regiões do epidídimo são: cabeça, corpo e cauda. A cauda do epidídimo continua-se com o</p><p>ducto deferente, que por sua vez, são dois tubos de aproximadamente 45 cm de comprimento,</p><p>com a função de conduzir o espermatozoide até ao ducto ejaculatório. Quando alcançam a cavi-</p><p>dade pélvica e dirigem-se para a região póstero-inferior da bexiga urinária, onde se unem com os</p><p>ductos provenientes das glândulas seminais, formando, assim, os ductos ejaculatórios.</p><p>Os ductos ejaculatórios direito e esquerdo penetram a próstata e desembocam na uretra. É im-</p><p>portante revisar anatomia da uretra, descrita no sistema urinário. É importante lembrar, que neste</p><p>caso, a uretra desempenha função dupla, realizando a eliminação da urina e do sêmen, porém</p><p>nunca simultaneamente.</p><p>O pênis é o órgão copulador masculino, representado por uma estrutura cilindroide fixada à</p><p>região anterior do períneo, anteriormente ao escroto. As regiões do pênis são: raiz, corpo, colo e</p><p>glande (extremidade dilatada, onde se abre o óstio externo da uretra). O corpo do pênis contém</p><p>três colunas de tecido erétil, os corpos cavernosos e o corpo esponjoso.</p><p>O prepúcio que cobre a glande apresenta uma extensão variável. É uma camada de pele desli-</p><p>zante, que se expande numa prega cutaneomucosa e se fixa medianamente na glande, por meio</p><p>de uma prega sagital denominada frênulo do prepúcio.</p><p>As glândulas anexas do sistema genital masculino são: as glândulas seminais, próstata e as glându-</p><p>las bulbouretrais. As glândulas seminais (direita e esquerda) são responsáveis pela secreção de parte</p><p>do líquido seminal. Estão localizadas na cavidade pélvica, inferiormente ao trígono da bexiga urinária.</p><p>A próstata envolve a uretra prostática, localizada na cavidade pélvica, fixada junto ao colo da</p><p>bexiga urinária.</p><p>As glândulas bulbouretrais são duas pequenas massas localizadas na espessura da musculatura</p><p>do períneo. As secreções adicionadas aos espermatozoides à medida que progridem pelas vias</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>73</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>condutoras provêm das glândulas exócrinas anexas ao sistema genital masculino.</p><p>FIGURA 12 - SISTEMA GENITAL MASCULINO.</p><p>Fonte: Tank; Gest (2009).</p><p>O quadro 2 resume a importância do Aparelho Reprodutor:</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>74</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>QUADRO 2 - COMPARAÇÃO FUNCIONAL ENTRE OS SISTEMAS</p><p>COMPONENTES DO APARELHO REPRODUTOR</p><p>SISTEMA GENITAL FEMININO SISTEMA GENITAL MASCULINO</p><p>» Os ovários produzem os ovócitos e os hormônios</p><p>sexuais femininos.</p><p>» As tubas uterinas transportam os ovócitos secun-</p><p>dários e os ovos fertilizados até o útero.</p><p>» O útero serve de local de desenvolvimento embrio-</p><p>nário e fetal.</p><p>» A vagina serve de receptáculo para o pênis durante</p><p>a relação sexual.</p><p>» Os testículos produzem espermatozoides e o hor-</p><p>mônio sexual masculino.</p><p>» Os ductos transportam, armazenam e auxiliam na</p><p>maturação dos espermatozoides.</p><p>» As glândulas sexuais anexas secretam a maior par-</p><p>te da porção líquida do sêmen.</p><p>» A uretra, permite a passagem urina e do sêmen.</p><p>» O pênis é o órgão copulador.</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Ao longo desta Unidade, foram estudadas as características anatômicas do tubo digestório e</p><p>suas glândulas anexas; dos rins e a via de eliminação da urina, órgãos genitais que formam o apa-</p><p>relho reprodutor.</p><p>Neste momento é importante para você saber que é necessário um estudo aprofundado da ana-</p><p>tomia do corpo humano para os estudantes da área de saúde. Entender a organização, a constituição</p><p>e as funções de cada órgão de forma integrada fará a diferença em sua formação profissional.</p><p>Resumindo o que aprendemos aqui, o principal objetivo do sistema digestório é fragmentar</p><p>o alimento (física e quimicamente) em substâncias capazes de ser absorvidas. Os produtos finais</p><p>são absorvidos pelo intestino e os restos não digeridos são eliminados na defecação. Para realizar</p><p>essas funções, o sistema digestório conta com segmentos que forma o tubo digestório e glândulas</p><p>anexas.</p><p>Uma das funções mais importantes do sistema urinário é manter o estado de homeostasia do</p><p>organismo, removendo os resíduos nitrogenados, regulando os líquidos e eletrólitos. Disfunções</p><p>nos componentes deste sistema podem ocorrer em qualquer idade e com graus variados de in-</p><p>tensidade.</p><p>A reprodução sexuada é uma das mais fortes funções biológicas, e para desempenhar esta im-</p><p>portante função, é necessário que os sistemas genitais masculino e feminino executem seu papel</p><p>na produção, nutrição e transporte dos gametas.</p><p>O aparelho reprodutor compreende o sistema genital feminino e masculino, onde os órgãos se-</p><p>xuais podem ser agrupados por funções específicas. As gônadas, ovários nas mulheres, testículos</p><p>nos homens, são responsáveis pela produção de gametas e</p><p>secretam hormônios sexuais. Diversos</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>4</p><p>75</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>ductos armazenam e transportam os gametas, e as glândulas sexuais acessórias secretam substân-</p><p>cias que protegem os gametas e facilitam sua mobilidade. Finalmente, as estruturas como o pênis</p><p>e o útero, auxiliam na transferência e união de gametas, e, nas mulheres, no desenvolvimento do</p><p>feto durante a gravidez.</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>76</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>COLICIGNO, P.R.C. et al. Atlas Fotográfico de Anatomia Humana. São Paulo, 2009.</p><p>DALAKAS, M.C. Doenças do músculo e da junção neuromuscular. Tradução de Soraya I. Oliveira.</p><p>ACP Medicine, Ontário, CA, 2011. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/</p><p>acp-medicine/5485/doencas_do_musculo_e_da_juncao_neuromuscular_%E2%80%93_mari-</p><p>nos_c_dalakas.htm. Acesso em: 9 fev. 2020.</p><p>DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia humana: sistêmica e segmentar. 3. ed. Atheneu, 2007.</p><p>HANSEN, J.T. Netter: anatomia para colorir. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.</p><p>HERLIHY, B.; MAEBIUS, N.K. Anatomia e fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. São</p><p>Paulo: Manole, 2002.</p><p>LAROSA, Paulo Ricardo R. Anatomia humana: texto e atlas. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-</p><p>gan, 2023.</p><p>MARIEB, E. M. Anatomia Humana. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.</p><p>MARIEB, E. M.; HOEHN, H. Anatomia e fisiologia. 3ª Ed. Artmed, 2008.</p><p>MARTIN, J.H. Neuroanatomia: texto e atlas. São Paulo: Grupo A, 2013.</p><p>MENESES, M. Neuroanatomia aplicada. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.</p><p>MIRANDA NETO, M.H. et al. Anatomia Humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: Clichetec, 2008.</p><p>____________. Anatomia Humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: Clichetec Ltda, 2018.</p><p>MOORE, K.L.; DALLEY, A.F. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan, 2014.</p><p>MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R Anatomia orientada para a clínica. 8 ed. Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara Koogan, 2022.</p><p>NETTER, F.H. Atlas de Anatomia Humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.</p><p>NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.</p><p>PAULSEN, Friedrich; WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas prático de anatomia humana. Tradução Mar-</p><p>celo Narciso. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.</p><p>PUTZ, R., PABST, R. In: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,</p><p>2018.</p><p>SBA – Sociedade Brasileira de Anatomia. Terminologia anatômica. São Paulo: Manole, 2001.</p><p>SOBOTTA J. Atlas de Anatomia Humana. 21. ed. Vol. 1 e 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.</p><p>_________. Atlas de Anatomia Humana. 24. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.</p><p>77</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Artmed: 2017.</p><p>STANDRING, S. Gray’s Anatomia: a base anatômica da prática clínica. Tradução de Denise Costa</p><p>Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.</p><p>SCHÜNKE, M.; SCHULTE, E.; SCHUMACHER, U. Atlas de Anatomia: Prometheus. 4 ed. GEN, 2019.</p><p>TANK, P.W.; GEST, T.R. Atlas de Anatomia Humana. ARTMED, 2009.</p><p>TORTORA, G.J.; GRABOWSKI, S.R. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gua-</p><p>nabara Koogan, 2013.</p><p>TORTORA; Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14 ed. Rio de</p><p>Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.</p><p>TORTORA; G.J.; DERRIKSON, B. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 10 Ed.</p><p>Artmed, 2017.</p><p>UNIFAL-MG. Histologia interativa. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiaintera-</p><p>tiva/medula-ossea/. Acesso em: 8 fev. 2020.</p><p>WASCHKE, Jens. et al. Sobotta anatomia clínica. [tradução Diego Alcoba et al.]. 1 ed. Rio de Ja-</p><p>neiro: Elsevier, 2019.</p><p>EAD</p><p>à sua formação profissional.</p><p>O sistema capaz de interpretar e desencadear respostas adequadas aos estímulos aplicados</p><p>à superfície do corpo, controlando as funções de todos os órgãos corporais, é denominado de</p><p>sistema nervoso. Esse sistema é formado por um tecido especializado, constituído por elementos</p><p>celulares responsáveis pela adequação e pelo controle de cada órgão e sistema corporal.</p><p>Nesta primeira Unidade serão abordadas a organização sistêmica e macroscópica do corpo hu-</p><p>mano, a importância da aplicação da terminologia anatômica e os fundamentos básicos da ana-</p><p>tomia, além da caracterização morfofuncional dos componentes do sistema nervoso central e do</p><p>periférico. O texto foi baseado nas publicações dos autores de Neuroanatomia e Anatomia Huma-</p><p>na Básica, como: Martin (2013); Miranda Neto et al. (2008); Tortora e Grabowisnk (2007); Moore</p><p>e Dalley (2014).</p><p>1. O ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA</p><p>Anatomia é a ciência que estuda a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados,</p><p>ou seja, é o estudo da estrutura do corpo (DANGELO; FATTINI, 2007; MOORE; DALLEY, 2014). Ini-</p><p>cialmente, foi estudada por dissecação (dis = separar; secção = cortar), que se refere à separação</p><p>por cortes das estruturas do corpo, com o intuito de estudar suas relações. Atualmente, variadas</p><p>técnicas de imagem contribuem para o conhecimento anatômico.</p><p>O corpo humano está dividido em regiões específicas, que podem ser identificadas na superfí-</p><p>cie corporal da seguinte forma:</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>7</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>» Cabeça: crânio e face;</p><p>» Pescoço;</p><p>» Tronco: tórax, abdome e dorso;</p><p>» Membros: superior e inferior.</p><p>Cada membro apresenta uma parte radicular (cíngulo) e uma parte livre. O membro superior</p><p>está dividido em ombro (cíngulo escapular), braço, antebraço e mão. O membro inferior está divi-</p><p>dido em quadril (cíngulo pélvico), coxa, joelho, perna e pé. A Figura 1, a seguir, ilustra a divisão do</p><p>corpo humano em regiões.</p><p>FIGURA 1 - PRINCIPAIS REGIÕES DO CORPO HUMANO</p><p>Fonte: Hansen (2015).</p><p>Conheça mais sobre termos regionais lendo o Capítulo 1 da obra Anatomia e fisiologia do corpo</p><p>humano saudável e enfermo, de Herlihy e Maebius (2002). Atente-se principalmente à página 11</p><p>desse livro.</p><p>HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K. Anatomia e fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. São</p><p>Paulo: Manole, 2002.</p><p>LEITURA</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>8</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>1.1 CONCEITOS GERAIS</p><p>Em medicina, considera-se normal o indivíduo que apresenta condições ideais de saúde. Do</p><p>ponto de vista morfológico, considera-se como normalidade a forma mais adaptada a uma função,</p><p>que ocorre com maior frequência numa população ou na natureza.</p><p>As variações anatômicas são desvios na forma, na localização e no trajeto de certas estruturas,</p><p>porém tais variações não geram prejuízo ao organismo. Há fatores de variação anatômica que de-</p><p>vem ser observados, como idade, gênero, etnia e biotipos.</p><p>Quando os desvios afetam a faixa da normalidade, gerando alterações na forma e na função,</p><p>são considerados anomalias. A anomalia demasiadamente acentuada é considerada monstruo-</p><p>sidade, pois foge dos padrões da normalidade, sendo incompatível com a vida e incluindo-se na</p><p>teratologia (malformações ligadas a uma perturbação do desenvolvimento embrionário ou fetal).</p><p>1.2 POSIÇÃO ANATÔMICA, TERMINOLOGIA ANATÔMICA,</p><p>PLANOS E PRINCÍPIOS CORPÓREOS</p><p>A posição padrão do corpo humano nas descrições anatômicas tem o objetivo de evitar con-</p><p>fusão nos estudos. O indivíduo deve ser imaginado em pé, ereto, com posição ortostática. Com</p><p>a face voltada anteriormente, o olhar direcionado para o horizonte, com os membros superiores</p><p>estendidos ao longo do tronco e com as palmas das mãos voltadas anteriormente, os membros</p><p>inferiores unidos e as pontas dos pés dirigidas anteriormente.</p><p>A anatomia humana tem sua linguagem própria, que obedece à International Anatomical Ter-</p><p>minology e, no Brasil, a tradução dos termos anatômicos é de responsabilidade da Comissão de</p><p>Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia.</p><p>Em 2001, houve uma atualização na terminologia anatômica, com a extinção dos epônimos</p><p>(estruturas corporais que receberam os nomes das pessoas que as descobriram ou descreveram).</p><p>Esses epônimos (Quadro 1) são ineficientes do ponto de vista descritivo; o prefácio da Terminolo-</p><p>gia Anatômica (SBA, 2001) contempla a importância de os médicos e cientistas em todo o mundo</p><p>usarem o mesmo nome para cada estrutura.</p><p>Gêmeos siameses se desenvolvem quando um embrião precoce se separa parcialmente para for-</p><p>mar dois indivíduos. A maioria dos gêmeos siameses é natimorto ou morre logo após o nascimento.</p><p>Considere o caso de bebês que nasceram ligados pelo tórax e compartilham alguns órgãos. Eles</p><p>sobreviveram e serão separados por cirurgia. Pode-se afirmar que esse caso é uma variação ana-</p><p>tômica? Anomalia ou monstruosidade?</p><p>REFLITA</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>9</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>QUADRO 1 - ATUALIZAÇÃO DE ALGUNS EPÔNIMOS EXTINTOS</p><p>EPÔNIMOS EXTINTOS TERMOS ATUAIS</p><p>Feixe de His Fascículo atrioventricular</p><p>Trompas de Falópio Tubas uterinas</p><p>Pomo-de-Adão Proeminência laríngea</p><p>Trompas de Eustáquio Tubas auditivas</p><p>Tendão de Aquiles Tendão Calcâneo</p><p>Cápsula de Bowman Cápsula do glomérulo renal</p><p>Fundo de saco de Douglas Escavação retouterina</p><p>Bola gordurosa de Bichat Corpo adiposo da bochecha</p><p>Plexo de Meissner Plexo submucoso do intestino</p><p>Forame de Monro Forame interventricular</p><p>Bainha de Schwann Neurilema</p><p>Círculo de Willis Círculo arterial do cérebro</p><p>Aqueduto de Sylvius Aqueduto do mesencéfalo</p><p>Fonte: Adaptado de Piatto et al. (2000); Bezerra; Bezerra (2000); SBA (2001).</p><p>As descrições anatômicas expressam a relação da posição anatômica baseada nos planos de</p><p>secção do corpo humano.</p><p>» Plano de Secção Mediano – divide o corpo em duas metades: direita e esquerda;</p><p>» Plano de Secção Frontal – divide o corpo em duas metades: ventral/anterior e dorsal/posterior;</p><p>» Plano de Secção Horizontal (ou Transversal) – divide o corpo em duas metades: superior e inferior.</p><p>FIGURA 2 - PLANOS DE SECÇÃO</p><p>[1] Plano Mediano. [2.] Plano Frontal. [3.] Plano Horizontal.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>3</p><p>2 1</p><p>Ventral ou anterior</p><p>Dorsal ou posterior</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>10</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Os termos anatômicos são termos gerais que direcionam as partes do corpo. Eles podem ser</p><p>termos de relação, de comparação e de lateralidade.</p><p>» Termos anatômicos de relação:</p><p>• Superior (cranial): em direção à cabeça.</p><p>• Inferior (caudal ou podálico): em direção aos pés.</p><p>• Anterior (ventral): voltado à fronte.</p><p>• Posterior (dorsal): voltado ao dorso.</p><p>• Medial: próximo da linha mediana.</p><p>• Lateral: distante da linha mediana.</p><p>» Termos anatômicos de comparação:</p><p>• Proximal: localizado próximo à parte radicular de um membro.</p><p>• Distal: distante da parte radicular de um membro.</p><p>• Médio(a): estrutura que se localiza entre as estruturas proximal e distal ou anterior e posterior.</p><p>• Intermédio: estrutura que se localiza entre as estruturas medial e lateral.</p><p>» Termos de lateralidade:</p><p>• Ipsilateral: termo utilizado para indicar o mesmo lado do corpo.</p><p>• Contralateral: termo utilizado para indicar o lado oposto do corpo.</p><p>Outros termos anatômicos são usados para membros, vasos, nervos e órgãos:</p><p>• Interno: localizado no interior de um órgão ou cavidade.</p><p>• Externo: localizado fora de um órgão ou cavidade.</p><p>• Superficial: localizado na superfície externa do corpo.</p><p>• Profundo: localizado de forma distante da superfície do corpo.</p><p>A organização estrutural segue alguns princípios ou planos fundamentais de construção corpórea</p><p>dos vertebrados, os quais são denominados de: antimeria, metameria, paquimeria e estratigrafia.</p><p>Antimeria: Consiste no princípio de construção da simetria bilateral, no qual é possível dividir o</p><p>corpo</p><p>humano em duas metades semelhantes (antímeros direito e esquerdo). A semelhança entre</p><p>os antímeros diz respeito à forma, à função e à localização.</p><p>Metameria: Consiste no princípio da construção em superposição longitudinal de segmentos</p><p>(metâmeros) semelhantes.</p><p>Paquimeria: Consiste no princípio de construção de duas cavidades (paquímeros), sendo uma</p><p>ventral e a outra dorsal. O paquímero ventral é denominado paquímero visceral (corresponde às</p><p>cavidades torácica, abdominal e pélvica). O paquímero dorsal é denominado paquímero neural</p><p>(corresponde ao canal vertebral e à cavidade do crânio).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>11</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Estratigrafia: Consiste no princípio da construção em superposição de camadas (estratos) de</p><p>diferentes tecidos.</p><p>2. SISTEMA NERVOSO</p><p>A Neuroanatomia deve ser estudada de modo progressivo, de modo a possibilitar uma memo-</p><p>rização adequada e a correlação entre os conhecimentos de estrutura e função dos componentes</p><p>do sistema nervoso.</p><p>2.1 ORGANIZAÇÃO E DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO</p><p>O tecido nervoso é formado por dois componentes celulares: neurônios (unidade morfofuncio-</p><p>nal) e células da glia. Os neurônios são células especializadas na transmissão do impulso nervoso e</p><p>as células da glia são responsáveis pela sustentação, nutrição e defesa do tecido nervoso.</p><p>Os neurônios têm a propriedade especial de responder a alterações do meio em que se encon-</p><p>tram, com modificações na diferença de potencial elétrico existente entre as superfícies externa e</p><p>interna da membrana celular.</p><p>Os neurônios possuem um plano morfológico (Figura 3) composto de quatro regiões especí-</p><p>ficas: corpo celular, dendritos, axônio (envolto pela bainha de mielina) e ramificações terminais.</p><p>A comunicação entre dois neurônios, ou entre um neurônio e uma célula efetora, ocorre em</p><p>um local denominado sinapse.</p><p>FIGURA 3 - PARTES COMPONENTES DE UM NEURÔNIO MULTIPOLAR</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>DENTRITOS</p><p>AXÔNIO + BAINHA</p><p>DE MIELINA</p><p>CORPO CELULAR</p><p>RAMIFICAÇÃO TERMINAL</p><p>Para complementar as informações sobre esta introdução ao estudo da anatomia, assista ao vídeo</p><p>“Posição anatômica, divisões do corpo, planos e cortes”. Disponível em: https://bit.ly/2ygKydw.</p><p>Acesso em: 01 fev. 2020.</p><p>VÍDEO</p><p>https://bit.ly/2ygKydw</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>12</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Em cortes transversais do encéfalo ou da medula espinal, observa-se substância cinzenta e</p><p>substância branca. Na substância cinzenta há um predomínio de corpos celulares de neurônios,</p><p>enquanto a substância branca é formada por axônios mielinizados e células da glia – a coloração</p><p>mais clara está relacionada com a presença da mielina. Na medula espinal, a substância branca</p><p>ocupa posição periférica, enquanto a substância cinzenta medular apresenta forma semelhante</p><p>à uma letra “H”. No encéfalo, a substância branca ocupa posição central e a substância cinzenta é</p><p>periférica, formando o córtex (Figura 4).</p><p>FIGURA 4 - DISTRIBUIÇÃO DA SUBSTÂNCIA BRANCA E SUBSTÂNCIA CINZENTA NA MEDULA ESPINAL E NO ENCÉFALO</p><p>Fonte: Tortora; Grabowski (2013).</p><p>2.1.1 DIVISÃO ANATÔMICA E FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO</p><p>Considerando a divisão anatômica do sistema nervoso (Figuras 5 e 6), temos o encéfalo e me-</p><p>dula espinal, que compõem o Sistema Nervoso Central (SNC) e estão protegidos pelo crânio e</p><p>coluna vertebral. Os nervos, gânglios nervosos e terminações nervosas que compõem o Sistema</p><p>Nervoso Periférico (SNP) estão amplamente distribuídos pelo corpo, fora do canal vertebral e na</p><p>cavidade do crânio.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>13</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O organismo e o ambiente estão funcionalmente inter-relacionados, e o sistema nervoso gera</p><p>uma percepção consciente, um controle motor e uma interação de informações (integração).</p><p>FIGURA 5 – ESQUEMA DA DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO</p><p>SISTEMA</p><p>NERVOSO</p><p>ENCÉFALO</p><p>MEDULA ESPINAL</p><p>NERVOS CRANIANOS E ESPINAIS</p><p>GÂNGLIOS NERVOSOS</p><p>TERMINAÇÕES NERVOSAS</p><p>» CÉREBRO</p><p>» CEREBELO</p><p>» TRONCO ENCEFÁLICO</p><p>• DIENCÉFALO</p><p>• TELENCÉFALO</p><p>• MESENCÉFALO</p><p>• PONTE</p><p>• BULBO</p><p>CENTRAL</p><p>PERIFÉRICO</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO A DIVISÃO DA PARTE CENTRAL DO SISTEMA NERVOSO</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>Na divisão funcional do sistema nervoso, temos: Sistema Nervoso Somático (SNS) e Sistema</p><p>Nervoso Visceral (SNV).</p><p>O SNS é responsável pela relação do organismo com o ambiente. Vias sensitivas (vias aferentes)</p><p>levam impulsos dos receptores localizados nos órgãos do sentido, em músculos e articulações, e</p><p>continuam em direção ao SNC, por vias motoras (vias eferentes), responsáveis por conduzir os im-</p><p>pulsos do SNC para o músculo estriado esquelético, resultando em contração voluntária.</p><p>O SNV também apresenta vias aferentes e eferentes. Porém, a via aferente (componente sen-</p><p>sorial) parte dos receptores localizados nas vísceras e se estende até o SNC; e a via eferente (com-</p><p>TELENCÉFALO</p><p>TRONCO ENCEFÁLICO</p><p>MEDULA ESPINAL</p><p>CEREBELO</p><p>DIENCÉFALO</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>14</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>ponente motor), também denominada de Sistema Nervoso Autônomo (SNA), é responsável por</p><p>conduzir impulsos do SNC para o músculo estriado cardíaco, o músculo liso e as glândulas.</p><p>2.2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)</p><p>O SNC é formado pelo encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e pela medula espinal.</p><p>O encéfalo e a medula espinal estão envoltos por membranas protetoras denominadas meninges</p><p>(Figura 7). Além da proteção, as meninges auxiliam na sustentação do sistema nervoso e também</p><p>permitem a passagem de suprimento sanguíneo.</p><p>A meninge mais externa é denominada de dura-máter. A dura-máter encefálica está aderida</p><p>aos ossos do crânio, apresentando dois folhetos (interno e externo), o que a diferencia da dura-</p><p>-máter espinal, que contém somente um folheto, contínuo com o folheto interno da dura-máter</p><p>encefálica. A meninge mais interna é chamada de pia-máter e está em contato íntimo com o tecido</p><p>nervoso. Há mais uma membrana, com aspecto esponjoso ou de teia de aranha, situada entre a</p><p>dura-máter e a pia-máter: é a meninge aracnoide-máter. O espaço entre a aracnoide e a pia-máter</p><p>é denominado espaço subaracnoideo e encontra-se cheio de líquido cerebroespinal (líquor).</p><p>FIGURA 7 – VISTA SUPEROLATERAL DO ENCÉFALO COM DURA-MÁTER</p><p>(FOI ABERTA UMA JANELA DEMONSTRANDO A PIA-ARACNOIDE ENCEFÁLICA)</p><p>Fonte: Coligno et al. (2009).</p><p>O cérebro representa 2/3 do encéfalo e se divide em: telencéfalo e diencéfalo. O telencéfalo é</p><p>formado por dois hemisférios cerebrais, sendo um direito e outro esquerdo, separados pela fissura</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>15</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>longitudinal do cérebro. Os hemisférios estão ligados parcialmente por meio de um feixe de fibras</p><p>nervosas, denominado corpo caloso.</p><p>Cada hemisfério apresenta três polos (extremidades), sendo um polo frontal (anterior), um polo</p><p>occipital (posterior) e um polo temporal (lateral). Em sua superfície, há numerosos giros, que estão</p><p>separados por sulcos.</p><p>Há uma variação dos giros e sulcos de um encéfalo para outro, mas a maioria é constante e</p><p>utilizada como ponto de referência na organização do hemisfério em lobos.</p><p>O hemisfério cerebral é organizado em cinco lobos: lobo frontal, lobo parietal, lobo occipital,</p><p>lobo temporal e lobo insular.</p><p>O lobo frontal é considerado o maior dos lobos e está localizado anteriormente ao sulco cen-</p><p>tral. Tem como funções intelectuais o controle da fala, do comportamento sexual e agressivo, do</p><p>raciocínio e memória. Também se relaciona com o controle de movimentos voluntários.</p><p>O lobo parietal está localizado posteriormente ao sulco central e anteriormente ao sulco parie-</p><p>to-occipital. Apresenta córtex somatossensorial (relacionado a sensações gerais). O lobo temporal</p><p>está localizado inferiormente ao sulco lateral. Suas funções estão relacionadas com: audição,</p><p>fala,</p><p>memória, emoções (raiva e comportamento sexual) e seleção da atenção.</p><p>O lobo occipital está localizado posteriormente ao sulco parieto-occipital. Fundamentalmente,</p><p>é relacionado com a visão. Já o lobo da ínsula representa o lobo interno e está relacionado com</p><p>as respostas emocionais.</p><p>O diencéfalo encontra-se encoberto pelo telencéfalo e está relacionado com as funções vege-</p><p>tativas, como regulação da secreção endócrina, frequência cardíaca, sono, vigília etc.</p><p>As quatro regiões constituintes do diencéfalo são:</p><p>» Tálamo: formado por duas massas cinzentas ovoides que se comunicam por meio da aderência in-</p><p>tertalâmica. Representa o local de recepção e integração da maioria dos impulsos sensitivos que se</p><p>direcionam para o córtex cerebral; participa das funções de controle motor e controle das emoções.</p><p>» Hipotálamo: localizado ântero-inferiormente ao tálamo, é formado por vários núcleos hipo-</p><p>talâmicos que atuam na regulação da homeostasia, controle do SNA, controle da hipófise, re-</p><p>gulação endócrina, regulação da temperatura corporal, regulação da frequência cardíaca e da</p><p>pressão arterial, além de participar do controle das emoções e do comportamento sexual. Vale</p><p>destacar que, entre as estruturas hipotalâmicas, além da hipófise, há o quiasma óptico e os</p><p>corpos mamilares.</p><p>» Epitálamo: região posterior do diencéfalo que apresenta duas porções, sendo uma endócrina</p><p>(responsável por secretar melatonina) e outra não endócrina (participa do controle das emo-</p><p>ções). Com a secreção da melatonina, a glândula pineal organiza os ciclos circadianos, auxilian-</p><p>do no controle do sono e da vigília.</p><p>» Subtálamo: área de transição entre o tálamo e o mesencéfalo. Os núcleos subtalâmicos têm um</p><p>importante papel no controle dos movimentos corporais.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>16</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>A Figura 8 ilustra a distribuição dessas regiões do encéfalo:</p><p>FIGURA 8 – REGIÕES DO DIENCÉFALO</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>O cerebelo é a segunda maior parte do encéfalo. Está alojado na fossa cerebelar do osso occi-</p><p>pital, situado posteriormente ao tronco encefálico. Suas funções principais estão relacionadas ao</p><p>controle do equilíbrio, regulação do tônus muscular e coordenação motora.</p><p>O cerebelo é formado por dois hemisférios cerebelares (Figura 9), ligados por uma estrutura</p><p>mediana denominada de verme (ou vermis) cerebelar. Filogeneticamente, o cerebelo é subdividi-</p><p>do em arquicerebelo, paleocerebelo e neocerebelo:</p><p>» Arquicerebelo: é responsável pela manutenção do equilíbrio e recebe impulsos da orelha, os</p><p>quais garantem a noção de posição do corpo humano;</p><p>» Paleocerebelo: responsável pelo controle do tônus muscular e pela manutenção da postura;</p><p>» Neocerebelo: responsável pela coordenação motora.</p><p>FIGURA 9 - HEMISFÉRIOS CEREBELARES</p><p>Fonte: Netter (2015).</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>1. Tálamo</p><p>2. Subtálamo</p><p>3. Hipotálamo</p><p>4. Epitálamo</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>17</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O mesencéfalo, a ponte e o bulbo formam o tronco encefálico. Na face anterior, há uma porção</p><p>fechada onde está bem delimitada cada região. Na face posterior, há uma porção aberta denomi-</p><p>nada fossa romboide, que serve como assoalho do IV ventrículo.</p><p>O tronco encefálico está localizado inferiormente ao diencéfalo e anteriormente ao cerebelo.</p><p>O bulbo e a medula espinal são contínuos e apresentam características semelhantes. O forame</p><p>magno limita esses dois segmentos do SNC.</p><p>Internamente, há uma estrutura organizada chamada de formação reticular (rede neuronal),</p><p>que estabelece comunicações com a medula espinal, o cerebelo e o cérebro e participa da ativa-</p><p>ção do córtex cerebral. Tem como principais funções: integração de reflexos; controle das frequên-</p><p>cias cardíaca e respiratória; controle vasomotor, entre outras.</p><p>» O mesencéfalo representa o segmento superior do tronco encefálico que está ligado ao diencé-</p><p>falo. O sulco pontino superior limita a ponte e o mesencéfalo. Em um corte transversal, obser-</p><p>va-se um canal denominado aqueduto do mesencéfalo, os núcleos rubros e a substância negra.</p><p>» A ponte é a região intermediária que consiste em uma elevação na superfície anterior do tronco</p><p>encefálico, localizada entre o bulbo e o mesencéfalo. Em sua face anterior apresenta o sulco basilar.</p><p>O segmento mais caudal do SNC é a medula espinal, que está alojada no canal vertebral e se</p><p>estende até a segunda vértebra lombar (L2). A medula espinal é uma via de transmissão de infor-</p><p>mações sensitivas e motoras e também serve como centro integrador para os reflexos. As lesões</p><p>medulares podem gerar perda do controle motor.</p><p>Em sua morfologia externa, apresenta forma cilindroide, achatada no sentido ânteposterior,</p><p>com dois sulcos que são denominados de fissura mediana anterior e sulco mediano posterior. Ao</p><p>fim do cone medular, estende-se um filamento único denominado filamento terminal e, inferior-</p><p>mente a L2 até o cóccix, observa-se a presença de filamentos que, em conjunto, formam a chama-</p><p>da cauda equina.</p><p>As intumescência cervical e a intumescência lombossacral representam um aumento no diâme-</p><p>tro da medula espinal, dando origem à inervação dos membros superiores e inferiores.</p><p>Na superfície da medula espinal é possível observar a conexão de filamentos nervosos deno-</p><p>minados filamentos radiculares. A união desses filamentos forma os 31 pares de nervos espinais.</p><p>Cada região medular conectada a um par de nervo espinal é chamada de segmento medular.</p><p>Como são 31 pares de nervos espinais, há também 31 segmentos medulares. Esses segmentos</p><p>são: oito segmentos medulares cervicais, doze segmentos medulares torácicos, cinco segmentos</p><p>medulares lombares, cinco segmentos medulares sacrais e um segmento medular coccígeo.</p><p>VÍDEO</p><p>Para compreender sobre os reflexos medulares, assista ao vídeo “Sistema Nervoso/Neuroanato-</p><p>mia – Arco Reflexo: reflexo de estiramento e de retirada”. Disponível em: https://bit.ly/2Vw8666.</p><p>Acesso em: 02 fev. 2020.</p><p>https://bit.ly/2Vw8666</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>18</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Para revisão dos conteúdos apresentados até aqui, leia o texto “Sistema Nervoso”.</p><p>DANTAS, H. A. O. Sistema Nervoso. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3bfQxyc. Acesso em: 02</p><p>fev. 2020.</p><p>LEITURA</p><p>2.2 VENTRÍCULOS E LÍQUIDO CEREBROSPINAL (LCE)</p><p>As cavidades presentes no encéfalo são conhecidas como ventrículos, descritos como: ventrí-</p><p>culos laterais (I e II ventrículo), localizados no telencéfalo; III ventrículo, localizado no diencéfalo; e</p><p>IV ventrículo, localizado entre o tronco encefálico e o cerebelo.</p><p>O líquido cerebrospinal (LCE), também conhecido como líquor, é produzido nos plexos corioi-</p><p>deos (células ependimárias e vasos sanguíneos da pia-máter). É um líquido incolor, constituído por</p><p>proteínas, ácido láctico, ureia, glicose e alguns linfócitos. Responsável pela proteção do sistema</p><p>nervoso central contra lesões físicas e químicas, tem como funções: a proteção contra possíveis</p><p>impactos dos ossos com o SNC, a eliminação de detritos, o fornecimento de nutrientes para o SNC,</p><p>além de proteger contra microrganismos. É capaz, também, de levar oxigênio e outras substâncias</p><p>necessárias do sangue para os neurônios e as células da glia.</p><p>2.3 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)</p><p>Seus elementos componentes estão conectados ao SNC, recebem as informações de estímulo</p><p>e são responsáveis pela condução dos impulsos nervosos.</p><p>O SNP é constituído por nervos (feixes de fibras nervosas), gânglios nervosos (conjunto de cor-</p><p>pos de neurônios) e terminações nervosas (dispositivos presentes na extremidade do nervo).</p><p>Os nervos são cordões esbranquiçados, formados por fibras nervosas, sendo que cada fibra</p><p>é envolta pelo endoneuro. Cada feixe nervoso (conjunto de fibras nervosas) é envolto pelo peri-</p><p>neuro. Para formar os nervos, os feixes nervosos são envoltos por um revestimento denominado</p><p>epineuro.</p><p>Os nervos que apresentam conexão com o encéfalo são conhecidos como nervos</p><p>cranianos, e</p><p>os nervos que apresentam conexão com a medula espinal são os nervos espinais. Há 12 pares de</p><p>nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais.</p><p>Os nervos são classificados como motores (eferentes), sensitivos (aferentes) e mistos.</p><p>» Nervos motores: o impulso é conduzido do SNC para a periferia;</p><p>» Nervos sensitivos: o impulso é conduzido da periferia para o SNC;</p><p>» Nervos mistos: o impulso é conduzido nos dois sentidos.</p><p>https://bit.ly/3bfQxyc</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>19</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Os nervos espinais são denominados conforme a conexão com os segmentos medulares: oito</p><p>pares de nervos cervicais, doze pares de nervos torácicos, cinco pares de nervos lombares, cinco</p><p>pares de nervos sacrais e um par de nervos coccígeos (Figura 10).</p><p>Os nervos espinais são classificados como mistos, pois são resultantes da união das fibras ner-</p><p>vosas da raiz sensitiva e da raiz motora da medula espinal.</p><p>FIGURA 10 - REPRESENTAÇÃO DOS PARES DE NERVOS CRANIANOS</p><p>Fonte: Netter (2015).</p><p>Os 12 pares de nervos cranianos são denominados: (I) olfatório, (II) óptico, (III) oculomotor, (IV)</p><p>troclear, (V) trigêmeo, (VI) abducente, (VII) facial, (VIII) vestibulococlear, (IX) glossofaríngeo, (X)</p><p>vago, (XI) acessório e (XII) hipoglosso. A maioria dos nervos cranianos apresenta conexão com o</p><p>tronco encefálico, exceto os dois primeiros pares (I e II).</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>O estudo e a compreensão da anatomia básica e o seu direcionamento às áreas das ciências</p><p>biológicas e da saúde norteam a formação acadêmica para melhor entender a organização do cor-</p><p>po humano e sua futura aplicação na prática profissional.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>1</p><p>20</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Os termos anatômicos devem ser aplicados nas descrições relacionadas às estruturas do corpo</p><p>humano, para melhor localizá-las e posicioná-las.</p><p>A posição anatômica é padrão de referência para as descrições anatômicas e deve ser conside-</p><p>rada nos estudos teórico-práticos. Quando o estudante consegue entender a posição de cada par-</p><p>te constituinte do corpo, também consegue pontuar questões sobre a delimitação dos eixos e dos</p><p>planos nas extremidades, intersecções, em simetria e geometria nas divisões do corpo humano.</p><p>Em relação ao olhar sobre o conteúdo de sistema nervoso, é possível enxergar linhas impor-</p><p>tantes do controle sistêmico, para maior compreensão do funcionamento do corpo humano. Os</p><p>estudos anatômicos revelam as conexões entre regiões específicas do corpo e o SNC, sendo impor-</p><p>tante, desse modo, estabelecer a relação entre os componentes de controle e as áreas ou funções</p><p>controladas.</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>UNIDADE</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>VÍDEOS DA UNIDADE</p><p>https://qrgo.page.link/dPL1z https://qrgo.page.link/ZDYMt https://qrgo.page.link/MP8UT</p><p>02</p><p>APARELHO</p><p>LOCOMOTOR</p><p>» Identificar os ossos do esqueleto axial e do esqueleto apendicular;</p><p>» Caracterizar a estrutura interna e externa dos ossos;</p><p>» Entender a classificação dos ossos;</p><p>» Entender as diferenças entre os tipos de articulação;</p><p>» Diferenciar os tipos de músculos;</p><p>» Descrever a organização macroscópica do músculo estriado esquelético.</p><p>https://qrgo.page.link/dPL1z</p><p>https://qrgo.page.link/ZDYMt</p><p>https://qrgo.page.link/MP8UT</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>22</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O aparelho locomotor é formado pela integração de três sistemas: esquelético, articular e mus-</p><p>cular. Esses sistemas atuam na promoção do movimento, sendo que os músculos são componen-</p><p>tes ativos do movimento, enquanto as articulações e os ossos representam o componente passivo.</p><p>O esqueleto representa o conjunto de ossos do corpo. No indivíduo adulto, há aproximadamen-</p><p>te 206 ossos, enquanto em um recém-nascido existe em torno de 270 ossos. Os ossos do corpo</p><p>humano se juntam por meio das articulações e são responsáveis por oferecer um apoio ao sistema</p><p>muscular, permitindo aos indivíduos executar vários movimentos.</p><p>Aproximadamente 99% do cálcio do corpo está armazenado nos ossos, e muitos ossos possuem</p><p>uma cavidade central que contém a medula óssea amarela. A medula óssea vermelha preenche</p><p>os espaços internos da maioria dos ossos, apresentando capacidade hematopoiética (produção de</p><p>células sanguíneas vermelhas).</p><p>O sistema articular consiste no conjunto de articulações do corpo humano, sendo responsável</p><p>por garantir movimentos como flexão, extensão, abdução, adução, circundução, rotação etc.</p><p>O sistema muscular é responsável por modelar o corpo, pela locomoção e movimento de subs-</p><p>tâncias, entre outras funções. A energia requerida pela contração muscular é fornecida por um</p><p>composto chamado trifosfato de adenosina (ATP), substância produzida pelas células e largamente</p><p>usada por elas numa variedade de processos que requerem gasto de energia.</p><p>Em muitos animais, o tecido muscular é o tecido mais abundante. É um tecido especializado</p><p>para contração e permite movimentos variados. Histologicamente, os músculos são constituídos</p><p>por três tipos de tecido muscular: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso ou visceral.</p><p>O conteúdo apresentado nesta Unidade II foi baseado nas publicações de autores de Anatomia Hu-</p><p>mana Básica, como: Miranda Neto et al. (2008); Tortora e Grabowski (2013); Moore e Dalley (2014).</p><p>1. SISTEMA ESQUELÉTICO E SISTEMA</p><p>ARTICULAR</p><p>Os ossos e as articulações formam o esqueleto humano. Eles servem para auxiliar os movimentos</p><p>corporais, sustentar partes moles do corpo, proteger de órgãos vitais, produzir elementos do sangue</p><p>e armazenar sais minerais e triglicerídeos, além de amortecerem impactos e evitarem o atrito.</p><p>Na organização microscópica do tecido ósseo, observa-se a presença de substância óssea com-</p><p>pacta e substância óssea esponjosa (Figura 1).</p><p>Fonte: Shutt</p><p>erstock.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>23</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 1 – ESTRUTURA DO OSSO LONGO</p><p>Fonte: Moore; Dalley; Agur (2022, p. 22).</p><p>1.1 DISTRIBUIÇÃO DOS OSSOS POR SEGMENTO CORPORAL</p><p>A. CABEÇA</p><p>» Crânio: frontal, occipital, esfenoide, etmoide, parietais e temporais.</p><p>» Face: nasais, lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos, conchas nasais inferiores, vômer e mandíbula.</p><p>B. PESCOÇO E TRONCO</p><p>» Osso hioide.</p><p>» Coluna vertebral: vértebras cervicais (I-VII); vértebras torácicas (I-XII); vértebras lombares (I-V);</p><p>vértebras sacrais (I-V); e vértebras coccígeas (I- IV).</p><p>» Caixa torácica: osso esterno e 12 pares de costelas.</p><p>C. MEMBRO SUPERIOR</p><p>» Ombro: escápula e clavícula (cíngulo escapular).</p><p>» Braço: úmero.</p><p>» Antebraço: rádio e ulna.</p><p>» Mão: ossos do carpo (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato</p><p>e hamato), do metacarpo e falanges.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>24</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>D. MEMBRO INFERIOR</p><p>» Quadril: ílio, ísquio e púbis (cíngulo pélvico).</p><p>» Coxa: fêmur.</p><p>» Joelho: patela.</p><p>» Perna: tíbia e fíbula.</p><p>» Pé: ossos do tarso (calcâneo, tálus, navicular, cuboide e cuneiformes medial, intermédio e late-</p><p>ral), do metatarso e falanges.</p><p>FIGURA 2 – OSSOS DO CORPO HUMANO</p><p>Fonte: Larosa (2023, p. 29).</p><p>O endósteo reveste a estrutura interna dos ossos, e, na estrutura externa, é encontrada uma</p><p>membrana de revestimento chamada periósteo.</p><p>A osteologia usa alguns critérios para classificação dos ossos (Figura 3), considerando suas di-</p><p>mensões – como comprimento, largura ou espessura –, a presença de cavidades preenchidas por</p><p>ar e o número geral.</p><p>Os ossos contidos no interior de tendões são chamados de sesamoides, como, por exemplo, a</p><p>patela e o pisiforme.</p><p>O Quadro 1, a seguir, contempla as características dos ossos conforme sua classificação.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>25</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS</p><p>CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS</p><p>LONGOS</p><p>Maior comprimento em relação à largu-</p><p>ra e à espessura. Presença de cavidade</p><p>medular.</p><p>Fêmur, tíbia, úmero, rádio.</p><p>CURTOS</p><p>Comprimento, espessura e largura se-</p><p>melhantes.</p><p>Ossos do carpo e do tarso.</p><p>PLANOS</p><p>Comprimento e largura maiores quando</p><p>comparados à espessura.</p><p>Parietal, esterno, ílio, escápula.</p><p>ALONGADOS</p><p>Maior comprimento em relação à largu-</p><p>ra e à espessura. Ausência de cavidade</p><p>medular.</p><p>Costelas.</p><p>IRREGULARES Sem forma definida. Vértebras, zigomático, mandíbula.</p><p>PNEUMÁTICOS</p><p>Apresentam uma ou mais cavidades no</p><p>seu interior, revestidas por mucosa e</p><p>preenchidas por ar.</p><p>Temporal e seios paranasais (fron-</p><p>tal, maxila, esfenoide e etmoide).</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>FIGURA 3 – TIPOS DE OSSOS COM BASE NO FORMATO</p><p>Fonte: Tortora; Derricks (2019, p. 200).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>26</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Medula óssea</p><p>“A medula óssea é um órgão difuso, no entanto volumoso e muito ativo. No adulto saudável, pro-</p><p>duz por dia aproximadamente de 2,5 bilhões de eritrócitos (hemácias), 2,5 bilhões de plaquetas</p><p>e 1,0 bilhão de granulócitos por kg de peso corporal. Essa formação é ajustada com exatidão às</p><p>necessidades do organismo.</p><p>É encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. Diferen-</p><p>ciam-se da medula óssea vermelha, hematógena, que tem essa cor graças a numerosos eritróci-</p><p>tos (hemácias) em diversos estágios de maturação; já a medula óssea amarela é abundante em</p><p>células adiposas e que não apresentam células sanguíneas.</p><p>[...]</p><p>A medula óssea é uma fonte de células-tronco para outros tecidos, onde podem produzir diversos</p><p>tecidos, e não apenas células sanguíneas. Possuindo um grande potencial de diferenciação, essas</p><p>células tornam viável a produção de células especializadas que não são rejeitadas pelo organismo,</p><p>uma vez que se originam da medula da própria pessoa. Depois de coletadas da medula óssea e</p><p>isoladas por meio de marcadores específicos, as células-tronco são cultivadas em um meio que</p><p>dirige a diferenciação para que possam originar as células especializadas que se anseia transplan-</p><p>tar. Desse modo, podem ser então utilizadas para substituir as células de que o paciente carece.</p><p>Nesse caso, o doador e o receptor são a mesma pessoa, e existe total histocompatibilidade, o que</p><p>reduz exponencialmente a possibilidade de rejeição.</p><p>Todos esses estudos ainda estão em desenvolvimento, porém os resultados parecem promissores.”</p><p>Fonte: UNIFAL-MG (2020).</p><p>1.2 DIVISÃO DO ESQUELETO</p><p>Didaticamente, o esqueleto humano é dividido em</p><p>esqueleto axial (ossos da cabeça, coluna vertebral e cai-</p><p>xa torácica) e esqueleto apendicular (ossos dos mem-</p><p>bros superiores e inferiores).</p><p>1.2.1 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DO ESQUELETO AXIAL</p><p>O crânio (Figura 4) é um estojo ósseo dividido em neu-</p><p>rocrânio (crânio neural) e viscerocrânio (crânio visceral).</p><p>A cúpula do neurocrânio é chamada de calvária (Figura 5)</p><p>e, na cavidade do crânio, observam-se três compartimen-</p><p>tos: fossa anterior, fossa média e fossa posterior. Enquan-</p><p>to o neurocrânio protege parte do SNC, o viscerocrânio</p><p>abriga algumas vísceras do sistema respiratório, do siste-</p><p>ma digestório e dos órgãos sensoriais.</p><p>Fonte: Shutterstock.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>27</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 4 – VISTA FRONTAL DO CRÂNIO</p><p>Fonte: Larosa (2023, p. 34).</p><p>FIGURA 5 – CALVÁRIA – VISTA SUPERIOR DO CRÂNIO</p><p>Fonte: Waschke et al. (2019, p. 417).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>28</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>No crânio do feto e do recém-nascido a ossificação é incompleta, pois as áreas de tecido fibroso</p><p>que conecta os ossos da cabeça são mais amplas, denominadas de fontículos. À medida que a ida-</p><p>de avança, pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que as suturas</p><p>desapareçam.</p><p>Por sua vez, a caixa torácica (Figura 6) é um arcabouço ósseo constituído pelo osso esterno, por</p><p>12 pares de costelas, por cartilagens costais e por 12 vértebras torácicas. Ela aloja e protege órgãos</p><p>como o coração, os pulmões, parte do esôfago etc.</p><p>Os 12 pares de costelas podem ser classificados, conforme sua articulação com o osso esterno,</p><p>como: costelas verdadeiras (I a VII); costelas falsas (VIII a X); e costelas flutuantes (XI e XII). Consi-</p><p>derando a sua morfologia, pode-se classificar as costelas como típicas e atípicas. As costelas são</p><p>consideradas típicas da III à X, pois apresentam acidentes ósseos semelhantes, enquanto que as</p><p>costelas atípicas I, II, XI e XII são morfologicamente diferentes.</p><p>FIGURA 6 - CAIXA TORÁCICA – VISTA ANTERIOR</p><p>Fonte: Tortora; Derricks (2019, p. 231).</p><p>A coluna vertebral (Figura 7) é o principal eixo de sustentação do corpo. Possui forma semelhan-</p><p>te à letra “S”, com curvaturas normais (Quadro 2), conhecidas como lordoses e cifoses. Apresenta</p><p>um canal ósseo, denominado canal vertebral, que aloja e protege a medula espinal. É constituída</p><p>por 33 vértebras: sete vértebras cervicais, doze vértebras torácicas, cinco vértebras lombares, e</p><p>pelos ossos sacro (cinco vértebras sacrais) e coccígeo (quatro vértebras sacrais).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>29</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 7 - VISTA POSTERIOR DA COLUNA VERTEBRAL</p><p>Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p. 219).</p><p>As curvaturas da coluna podem sofrer alterações por má postura. Quando acentuadas, essas al-</p><p>terações resultam em desvios patológicos, que, por sua vez, podem gerar compressão das raízes dos</p><p>nervos espinais. Os principais desvios são conhecidos como: hipercifose (curvatura primária acentu-</p><p>ada); hiperlordose (curvatura secundária acentuada); e escoliose (desvio lateral da coluna vertebral).</p><p>QUADRO 2 - COMPARAÇÃO DAS CURVATURAS PRESENTES</p><p>NA COLUNA VERTEBRAL DE UM ADULTO NORMAL</p><p>CURVATURAS CARACTERÍSTICA DENOMINAÇÃO</p><p>1. CERVICAL Possui concavidade posterior (curvatura secundária). Lordose</p><p>2. TORÁCICA Possui concavidade anterior (curvatura primária). Cifose</p><p>3. LOMBAR Possui concavidade posterior (curvatura secundária). Lordose</p><p>4. SACROCOCCÍGEA Possui concavidade anterior (curvatura primária). Cifose</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>30</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Assista ao vídeo “Lordose e Cifose: conheça as curvaturas da coluna vertebral” para entender mais</p><p>sobre esses desvios posturais: Disponível em: https://bit.ly/3sIXRN5. Acesso em: 31 out. 2022.</p><p>VÍDEO</p><p>1.2.2 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DO ESQUELETO APENDICULAR</p><p>Os membros apresentam um cíngulo (parte radicular, presa ao tronco) e outra parte livre.</p><p>No membro superior, os ossos que formam o ombro são a escápula e a clavícula, as quais, em</p><p>conjunto, formam o cíngulo escapular, que representa a raiz do membro superior. Os ossos do</p><p>braço (úmero), antebraço (rádio e ulna) e da mão (carpo, metacarpo e falanges) formam a parte</p><p>livre do membro superior.</p><p>No membro inferior, os ossos do quadril (ílio, ísquio e púbis) formam o cíngulo pélvico, que re-</p><p>presenta a raiz do membro inferior. Os ossos da coxa (fêmur), joelho (patela), perna (tíbia e fíbula)</p><p>e do pé (tarso, metatarso e falanges) formam a parte livre do membro inferior.</p><p>1.3 ARTICULAÇÕES</p><p>Após o entendimento da estrutura e organização dos ossos, é importante o estudo das articu-</p><p>lações. Articulações representam a união entre dois ou mais ossos e têm as seguintes funções:</p><p>compor o esqueleto; permitir que o crescimento ósseo ocorra; mudar de forma durante o parto; e</p><p>capacitar a movimentação corporal em resposta à contração muscular. Os principais movimentos</p><p>articulares são flexão, extensão, adução, abdução, deslizamento, rotação e circundução.</p><p>Um esqueleto humano saudável representa 14% do peso corporal, sendo que mais da metade</p><p>dos ossos está presente nas mãos e nos pés. O único osso que não se liga a nenhum outro é o</p><p>hioide, situado abaixo do maxilar, sendo suportado apenas pelos músculos do pescoço.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>Como podemos diferenciar o esqueleto de uma mulher do esqueleto</p><p>de um homem?</p><p>As diferenças básicas entre o esqueleto feminino e o masculino é que, nos homens, o tórax, o</p><p>sacro e o comprimento dos ossos dos membros são maiores que nas mulheres. A pelve é menor</p><p>e mais estreita nos homens em relação à das mulheres. Já os ossos cranianos do homem têm sali-</p><p>ências e sua fronte é achatada, enquanto o crânio da mulher é mais liso e a fronte é reta.</p><p>REFLITA</p><p>https://bit.ly/3sIXRN5</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>31</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>As articulações apresentam certos aspectos estruturais e funcionais em comum, que permitem</p><p>classificá-las em três grandes tipos: fibrosas, cartilagíneas e sinoviais. O critério para essa classifi-</p><p>cação é a diferença no tecido conectivo e a mobilidade.</p><p>As articulações fibrosas se subdividem em suturas, sindesmoses e gonfoses. Do ponto de vista</p><p>funcional, são imóveis, denominadas como sinartroses e têm como tecido conectivo o tecido con-</p><p>juntivo fibroso. Essas articulações conferem elasticidade entre as peças ósseas envolvidas.</p><p>» Suturas: encontradas somente entre os ossos do crânio, apresentando formas variáveis, poden-</p><p>do ser: serrátil ou serrilhada; escamosa ou retilínea;</p><p>» Sindesmoses: encontradas entre ossos que estão unidos por uma faixa longa de tecido conjun-</p><p>tivo fibroso, formando uma membrana interóssea;</p><p>» Gonfoses: encontradas entre as raízes dos dentes e seus respectivos alvéolos dentais.</p><p>FIGURA 8 – SUBTIPOS E EXEMPLOS DA ARTICULAÇÃO FIBROSA</p><p>Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p. 264).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>32</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Para entender melhor sobre as suturas em recém-nascidos, acesse o material “Fontanelas e fon-</p><p>tículos”, que apresenta texto, imagens e vídeo a esse respeito.</p><p>ACADEMIA PAPEL E CANETA. Fontanelas e fontículos. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3U3ao9I.</p><p>Acesso em: 05 fev. 2020.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>QUADRO 3 - TIPOS DE CARTILAGENS ENCONTRADAS NAS ARTICULAÇÕES</p><p>TIPO CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS</p><p>CARTILAGEM HIALINA</p><p>Formada por densas fibras colágenas.</p><p>Flexibilidade;</p><p>Sustentação.</p><p>Cartilagem epifisária;</p><p>Sincondrose esternocostal.</p><p>CARTILAGEM FIBROSA</p><p>Formada por fibras colágenas de alta</p><p>densidade, suporta altas pressões.</p><p>Resistência;</p><p>Elasticidade.</p><p>Cartilagem epifisária;</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>As articulações cartilagíneas apresentam tipos de cartilagem diferentes (Quadro 3). São consi-</p><p>deradas semimóveis e denominadas de anfiartroses e têm a cartilagem como tecido conectivo. A</p><p>cartilagem hialina caracteriza as sincondroses e a cartilagem fibrosa caracteriza as sínfises.</p><p>As articulações sinoviais apresentam seis subtipos, de acordo com a forma em que as peças</p><p>ósseas se articulam. Do ponto de vista funcional, são móveis e denominadas como diartroses. As</p><p>articulações móveis apresentam uma estrutura complexa e anexos articulares.</p><p>Essa estrutura é caracterizada pela presença de cápsula articular, cartilagem articular, líquido</p><p>articular e cavidade articular. Os anexos estão presentes em algumas articulações sinoviais; entre</p><p>eles, estão os meniscos, ligamentos e discos articulares.</p><p>Os principais subtipos (Figura 9) de articulações sinoviais são classificados conforme o formato</p><p>das faces articulares envolvidas.</p><p>» Esferoide: articula-se por meio de uma superfície esférica com uma determinada cavidade;</p><p>» Gínglimo: o lado convexo do osso se liga ao lado côncavo do seu correspondente;</p><p>» Trocoide: a face semicilíndrica de um osso se liga em um anel formado parcialmente por osso e</p><p>parcialmente por ligamentos;</p><p>» Selar: parte côncava de um osso em direção à parte convexa de outro;</p><p>» Condilar: possui uma face articular saliente (côndilo), que se articula com a cavidade de outro osso.</p><p>» Plana: faces planas, que se deslizam umas sobre as outras.</p><p>https://bit.ly/3U3ao9I</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>33</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 9 - PRINCIPAIS ARTICULAÇÕES</p><p>Fonte: Moore; Dalley; Agur (2022, p. 27).</p><p>2. SISTEMA MUSCULAR</p><p>Os músculos representam o componente ativo do aparelho locomotor, pois possuem capa-</p><p>cidade contrátil. Entre suas principais funções, estão: produção de calor, modelação do corpo,</p><p>locomoção, estabilização das posições corporais, regulação do volume dos órgãos e movimento</p><p>de substâncias.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>34</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Os músculos são classificados de acordo com o controle nervoso (músculos voluntários e invo-</p><p>luntários) e de acordo com a organização histológica (músculo liso, músculo estriado cardíaco e</p><p>músculo estriado esquelético).</p><p>O músculo liso não possui estriações transversais. Apresenta controle autônomo e, por isso, é</p><p>considerado involuntário, sendo encontrado nas paredes das vísceras ocas. Já o músculo estriado</p><p>cardíaco possui estriações transversais, apresenta controle autônomo e é involuntário. Está presente</p><p>na camada média da parede do coração, denominada miocárdio. E o músculo estriado esquelético</p><p>possui estriações transversais, na maioria das vezes é voluntário e está preso ao esqueleto.</p><p>Nesta Unidade, será destacado especificamente o músculo estriado esquelético.</p><p>As fibras musculares esqueléticas estão organizadas em feixes, que são envolvidos por uma cama-</p><p>da de tecido conjuntivo, o epimísio. Do epimísio partem septos muito finos, chamados de perimísio,</p><p>que se dirigem para o interior do músculo, dividindo-o em fascículos. Cada fibra muscular, por sua</p><p>vez, é envolvida por uma camada muito fina de fibras reticulares, formando o endomísio (Figura 10).</p><p>FIGURA 10 - ENVOLTÓRIOS DOS MÚSCULOS</p><p>Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p. 199).</p><p>A unidade motora representa a menor parte de um músculo capaz de contrair-se isoladamente.</p><p>Do ponto de vista morfológico, é o conjunto de fibras musculares inervadas pela arborização ter-</p><p>minal de um único neurônio motor.</p><p>Durante a contração muscular, na contração isométrica não ocorre movimento de qualquer</p><p>segmento do esqueleto. Há um aumento na tensão das fibras musculares e se mantém o com-</p><p>primento do músculo. Na contração isotônica, as fibras musculares se encurtam, o tamanho do</p><p>músculo é diminuído e a tensão de suas fibras não é alterada.</p><p>Macroscopicamente, é possível diferenciar, no músculo esquelético, o ventre muscular e as</p><p>conexões terminais.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>35</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>A porção carnosa e avermelhada do músculo é chamada de ventre muscular, representando</p><p>a porção contrátil (ativa). As conexões terminais são as extremidades do músculo que podem ser</p><p>denominadas de tendões e aponeuroses.</p><p>A origem e a inserção dos músculos representam os pontos de fixação muscular. Os tendões</p><p>são fixados em acidentes ósseos, em cartilagens e em estratos da pele, sendo que, durante o mo-</p><p>vimento, a origem permanece fixa e a inserção se desloca.</p><p>O músculo estriado esquelético pode ser classificado de acordo com a forma, a produção de mo-</p><p>vimentos, a localização, a organização dos feixes musculares e a quantidade de cabeças e ventres.</p><p>QUADRO 4 - CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS</p><p>CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS</p><p>Forma Apresenta formato semelhante a uma forma geométrica.</p><p>Produção de movimentos Podem ser flexores, extensores, adutores, abdutores, pronadores etc.</p><p>Localização</p><p>Músculos cutâneos estão localizados abaixo da pele.</p><p>Músculos profundos estão localizados abaixo da fáscia superficial.</p><p>Organização dos feixes musculares</p><p>Apresentam arranjos: circular, paralelo, fusiforme, convergente, uni-</p><p>penado, bipenado e multipenado.</p><p>Número de cabeças</p><p>Apresentam duas ou mais extremidades e um ventre. Podem ser</p><p>classificados como bíceps, tríceps e quadríceps.</p><p>Número de ventres</p><p>Digástricos (dois ventres).</p><p>Poligástrico (três ou mais ventres).</p><p>Fonte: A autora (2020).</p><p>No indivíduo adulto, por volta dos 30 anos,</p><p>começa uma progressiva e contínua perda de</p><p>massa muscular esquelética, que será substi-</p><p>tuída em grande parte por tecido conjuntivo</p><p>fibroso e por tecido adiposo. Em parte, esse</p><p>declínio ocorre devido ao aumento da inati-</p><p>vidade, pois a quantidade de massa muscular</p><p>depende da atividade física do sujeito. O en-</p><p>velhecimento também resulta em declínio da</p><p>força muscular e dos reflexos musculares.</p><p>Sobre os músculos presentes em diferentes par-</p><p>tes do corpo e seus critérios de nomenclatura, in-</p><p>dicamos o estudo das páginas 111 a 116 da obra</p><p>Anatomia humana: aprendizagem dinâmica, de</p><p>Miranda Neto et al. (2008).</p><p>MIRANDA NETO, M. H. et al. Anatomia humana:</p><p>aprendizagem dinâmica. Maringá: Clichetec, 2008.</p><p>LEITURA</p><p>Para complementar as informações aqui apresentadas sobre o sistema muscular, assista ao vídeo</p><p>“Anatomia Humana – Sistema Muscular – Introdução”. Disponível em: https://bit.ly/3ckmWUh.</p><p>Acesso em: 06 fev. 2020.</p><p>VÍDEO</p><p>https://bit.ly/3ckmWUh</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>36</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>2.1 CONDIÇÕES DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA</p><p>As doenças do músculo e da junção neuromuscular constituem um grupo heterogêneo de dis-</p><p>túrbios adquiridos e hereditários. Quando se manifestam, os sintomas são variados e incluem fadi-</p><p>gabilidade, enfraquecimento da musculatura esquelética, atrofia, cãibras musculares ou mialgias</p><p>e comprometimento da função dos músculos respiratórios, faríngeos, faciais e oculares. Em geral,</p><p>os músculos proximais (os mais próximos do tronco) são mais severamente afetados do que os</p><p>músculos distais (os mais afastados do tronco ou do ponto de origem) (DALAKAS, 2011).</p><p>Os indivíduos afetados costumam relatar uma dificuldade crescente para executar as tarefas</p><p>diárias que requerem predominantemente o uso da musculatura proximal, como levantar-se de</p><p>uma cadeira, subir escadas, levantar objetos. Os movimentos motores precisos, que dependem</p><p>da força dos músculos distais, como abotoar uma camisa, agarrar objetos, elevar os pés, são afe-</p><p>tados em fases mais tardias do curso das doenças. O enfraquecimento crônico quase sempre está</p><p>associado ao desgaste muscular (DALAKAS, 2011). A seguir, estão descritas algumas das condições</p><p>clínicas mais relevantes.</p><p>I. Osteoporose: É um quadro clínico em que uma redução da densidade dos ossos enfraquece os</p><p>ossos, tornando-os suscetíveis à fratura.</p><p>II. Artrite: É a inflamação em uma ou mais articulações.</p><p>III. Atrofia muscular: É a redução de tamanho dos músculos devido a diminuição e morte das cé-</p><p>lulas musculares, pode ser generalizada ou localizada.</p><p>IV. Cãibras: São contrações musculares involuntárias e dolorosas, que demoram para relaxar, po-</p><p>dendo ocorrer durante um exercício ou no descanso. Podem ser causadas por baixo suprimento</p><p>de oxigênio nos músculos, por estimulação do sistema nervoso ou por exercícios pesados (de-</p><p>vido aos baixos níveis de íons sódio e cloreto no sangue).</p><p>V. Distrofia muscular: Refere-se a um grupo de doenças caracterizadas pelo progressivo enfra-</p><p>quecimento muscular, devido à degeneração das células musculares, aumento de tecido con-</p><p>juntivo ou substituição de células musculares por tecido adiposo.</p><p>VI. Miastenia grave: É uma condição crônica caracterizada por extremo enfraquecimento mus-</p><p>cular. É causada por uma resposta anormal do sistema imunitário do corpo, que provoca uma</p><p>interferência na transmissão do impulso nervoso ao nível da junção neuromuscular.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Os ossos, as articulações e os músculos são componentes passivos e ativos da locomoção do</p><p>corpo, além de gerarem sustentação e proteção, entre outras funções.</p><p>Os ossos do esqueleto podem variar quanto a fatores etários, fatores individuais e critérios de</p><p>contagem (ossos supranumerários). Podem ser classificados como: osso longo, osso curto, osso</p><p>plano, osso irregular, osso pneumático e osso sesamoide.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>2</p><p>37</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>O sistema articular é formado por articulações ou junturas que estão diretamente responsá-</p><p>veis por realizar diversos movimentos de vários segmentos do nosso corpo. Apesar das variações</p><p>entre as articulações, observamos alguns aspectos estruturais e funcionais em comum a todas</p><p>elas. Os três grandes grupos são: as articulações fibrosas (sinartroses) ou imóveis; as cartilagíneas</p><p>(anfiartroses) ou com movimentos limitados; e as sinoviais (diartroses), que são as articulações de</p><p>movimentos amplos.</p><p>Os músculos são estruturas anatômicas de formas e comprimentos variáveis, caracterizados</p><p>pela contração, sendo ligados aos ossos por meio de tendões. Esse sistema é de grande importân-</p><p>cia para o funcionamento do corpo, pois constantemente estamos usando os músculos de maneira</p><p>voluntária, como por exemplo, ao levantar um objeto, e involuntariamente, no caso dos movimen-</p><p>tos peristálticos de alguns órgãos do abdome e os batimentos do coração.</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>UNIDADE</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>VÍDEOS DA UNIDADE</p><p>https://qrgo.page.link/Z6mmy https://qrgo.page.link/jU2pz https://qrgo.page.link/Twq5G</p><p>03</p><p>SISTEMA CARDIO-</p><p>VASCULAR, SISTEMA</p><p>LINFÁTICO E SISTEMA</p><p>RESPIRATÓRIO</p><p>» Identificar e reconhecer a morfologia interna e externa do coração;</p><p>» Descrever o trajeto do sangue da circulação sistêmica e pulmonar;</p><p>» Caracterizar a rede vascular linfática;</p><p>» Descrever a anatomia da via aérea superior e via aérea inferior;</p><p>» Reconhecer a morfologia dos segmentos do sistema respiratório;</p><p>» Compreender a mecânica da respiração.</p><p>https://qrgo.page.link/Z6mmy</p><p>https://qrgo.page.link/jU2pz</p><p>https://qrgo.page.link/Twq5G</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>39</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O sangue é considerado um tipo especial de tecido conjuntivo, que apresenta funções de trans-</p><p>porte, regulação e defesa. Transporte de oxigênio para as células do corpo e dióxido de carbono</p><p>para os pulmões. Também, é responsável por transportar nutrientes e hormônios. Regulação, au-</p><p>xilia na homeostasia dos líquidos corporais, regulação do pH e da temperatura corporal. Proteção,</p><p>como o sangue é capaz de coagular, gera assim, proteção contra sua própria perda, em detrimento</p><p>de possíveis lesões. Além de terem a proteção dos leucócitos, responsáveis pela fagocitose de mi-</p><p>crorganismos e ainda possuem proteção através de proteínas como anticorpos.</p><p>Para que ocorra a circulação do sangue há um sistema fechado de vasos sanguíneos e uma</p><p>bomba propulsora, o coração.</p><p>Durante a troca gasosa nos tecidos, os capilares sanguíneos são responsáveis pela troca de subs-</p><p>tâncias entre os tecidos e o sangue, no entanto, não são todas as substâncias que conseguem ser re-</p><p>tiradas pelos capilares sanguíneos. E o líquido que fica acumulado é denominado líquido intersticial.</p><p>Quando o líquido intersticial é drenado é chamado de linfa, que é coletado e devolvido para a</p><p>corrente sanguínea. O sistema responsável pela drenagem e circulação da linfa é conhecido como</p><p>sistema linfático. O sistema linfático compreende uma rede vascular responsável pela drenagem</p><p>do líquido intersticial, linfonodos e órgãos linfáticos. Além da drenagem da linfa, esse sistema atua</p><p>na defesa do organismo e tem um papel importante na absorção intestinal de gorduras e de vita-</p><p>minas lipossolúveis.</p><p>A zona respiratória dos pulmões é a região que contém os alvéolos (pequenos sacos aéreos,</p><p>com paredes finas onde ocorrem as trocas gasosas). Os gases (oxigênio e gás carbônico) passam</p><p>entre alvéolos e capilares pulmonares por difusão, através da membrana respiratória.</p><p>No sistema respiratório, serão descritas as características anatômicas dos pulmões e da via</p><p>condutora do ar.</p><p>Esta Unidade foi baseada nas publicações dos autores de Anatomia Humana Básica como Mi-</p><p>randa Neto et al. (2008); Standring (2010), Tortora (2017), Moore (2014).</p><p>1. SISTEMA CARDIOVASCULAR E SISTEMA</p><p>LINFÁTICO</p><p>1.1 ANATOMIA DO CORAÇÃO</p><p>O coração está alojado na cavidade torácica, localizado no mediastino, entre os dois pulmões,</p><p>ocupa posição oblíqua com leve inclinação para a esquerda (figura 1). Apresenta formato semelhante</p><p>a um cone invertido, com duas regiões distintas: base do coração e ápice do coração. Em sua mor-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>40</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>fologia externa se observam as faces (esternocostal, pulmonar e diafragmática) e os vasos da base.</p><p>Entre os vasos da base observa-se a veia cava superior, tronco pulmonar, artérias pulmonares,</p><p>veias pulmonares, artéria aorta, artérias carótidas comuns e artérias subclávias.</p><p>FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO E REGIÕES DO CORAÇÃO</p><p>Fonte: Marieb (2014, p. 587).</p><p>Em sua morfologia interna (Figura 2), o coração apresenta as câmaras cardíacas denominadas de</p><p>átrios e ventrículos. São dois átrios (AD e AE) e dois ventrículos (VD e VE). Os átrios estão separados</p><p>pelo septo interatrial, enquanto que os ventrículos estão separados pelo septo interventricular.</p><p>A comunicação entre o átrio direito (AD) e ventrículo direito (VD) ocorre através do óstio atrio-</p><p>ventricular direito e a comunicação entre o átrio esquerdo (AE) e ventrículo esquerdo (VE) por</p><p>meio do óstio atrioventricular esquerdo.</p><p>Os óstios de comunicação entre átrio e ventrículo apresentam valvas para controle do fluxo san-</p><p>guíneo. Sendo que as três válvulas encontradas no óstio atrioventricular direito, formam a valva</p><p>atrioventricular direita. E no óstio atrioventricular esquerdo, há duas lâminas triangulares, cha-</p><p>madas de válvula cúspide, que formam a valva atrioventricular esquerda.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>41</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>FIGURA 2 - ESTRUTURA INTERNA DO CORAÇÃO</p><p>Fonte: Tortora; Derrickson (2019, p. 699).</p><p>Considerando a estratigrafia, o cora-</p><p>ção tem três estratos, denominados de:</p><p>» Endocárdio: é o estrato interno, re-</p><p>presenta a camada mais delgada que</p><p>reveste a estrutura interna do cora-</p><p>ção. É uma membrana impermeável</p><p>ao sangue;</p><p>» Miocárdio: é o estrato muscular, re-</p><p>presenta a camada média e mais es-</p><p>pessa do coração, constituída por fi-</p><p>bras musculares estriadas cardíacas;</p><p>» Pericárdio: é o estrato externo, repre-</p><p>senta uma membrana (figura 3) que</p><p>envolve e protege o coração. Apresen-</p><p>ta lâminas distintas sendo, uma fibrosa</p><p>e duas serosas.</p><p>FIGURA 3 - VISTA ANTERIOR DAS VÍSCERAS TORÁCICAS DE UM</p><p>ADULTO (FOI FEITA UMA JANELA NO PERICÁRDIO FIBROSO)</p><p>Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 151).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>42</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>As fibras cardíacas especializadas na propagação de potenciais de ação que formam o sistema</p><p>excito-condutor do coração determinam a contração do coração. Macroscopicamente não é pos-</p><p>sível distinguir os elementos intrínsecos, mas sabe-se que algumas regiões onde as fibras são mais</p><p>numerosas e são denominadas de nodo sinoatrial (marcapasso natural situado na parede do AD,</p><p>próximo ao óstio da veia cava superior), nodo atrioventricular (situado na parede do AD próximo</p><p>ao septo interatrial), feixe atrioventricular (situado na extensão do septo interventricular) e plexo</p><p>subendocárdico (ramificações do feixe atrioventricular distribuídos nas paredes dos ventrículos).</p><p>O controle do ritmo cardíaco também é realizado pela inervação extrínseca do coração, que</p><p>é formada por elementos simpático e parassimpático do sistema nervoso autônomo (SNA) e os</p><p>núcleos do centro de controle da frequência cardíaca.</p><p>Arritmias são alterações no ritmo cardíaco causados pelo alcoolismo, tabagismo, excesso no</p><p>consumo de café, íons, hormônios e algumas doenças.</p><p>1.2 VASOS SANGUÍNEOS</p><p>Os vasos sanguíneos são túbulos cilíndricos responsáveis pela circulação do sangue no corpo</p><p>humano. São chamados de capilares sanguíneos, veias e artérias.</p><p>Os capilares sanguíneos são vasos microscópicos que apresentam uma extremidade arterial e</p><p>uma extremidade venosa. Os capilares formam uma extensa rede responsável pela troca do san-</p><p>gue com os tecidos. À medida que o sangue arterial passa pelos capilares sanguíneos, as trocas vão</p><p>ocorrendo, e o sangue vai tornando-se gradativamente venoso.</p><p>As veias são vasos aferentes, realizam o retorno venoso. Podem ser musculares (grande e mé-</p><p>dio calibre) e as menores veias são chamadas vênulas. A maioria das veias participa da drenagem</p><p>dos tecidos corporais. As veias são estruturas cilíndricas responsáveis por recolher o sangue que</p><p>sofreu trocas gasosas com os tecidos do corpo de volta ao coração. As veias podem ser divididas</p><p>pelo grande, médio e pequeno calibre e vênulas. Elas são menos calibrosas e em maior quantidade</p><p>do que as artérias.</p><p>Para entender melhor sobre a atividade elétrica do coração, assista ao vídeo “Atividade elétrica do</p><p>coração”. Disponível em: https://bit.ly/2z6tIyE. Acesso em 12 abr. 2020.</p><p>REFLITA</p><p>VÍDEO</p><p>Durante a ausculta dos sons do coração, pode se ouvir os ruídos do funcionamento das valvas car-</p><p>díacas. Caso ausculte sons anômalos deste funcionamento, pode ocorrer alteração do fluxo do san-</p><p>gue? Por quê? Acesse o link: https://bit.ly/3gXKNRp e entenda por que! Acesso em 12 abr. 2020.</p><p>https://bit.ly/2z6tIyE</p><p>https://bit.ly/3gXKNRp</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>43</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>As artérias são vasos eferentes, que se originam direta ou indiretamente da aorta e do tronco</p><p>pulmonar. Podem ser elásticas (grande calibre), musculares (médio calibre) e as menores artérias</p><p>são chamadas arteríolas. A maioria das artérias participa da irrigação dos tecidos corporais.</p><p>As artérias são tubos cilindroides e elásticos que conduzem o sangue oxigenado do coração</p><p>para as demais estruturas corpóreas. As artérias têm uma elasticidade que se adapta à demanda</p><p>de fluxo sanguíneo e permite o controle dos níveis pressóricos. Sua espessura está diretamente re-</p><p>lacionada à composição tecidual das camadas que formam este tipo de vaso. De acordo com esta</p><p>composição, elas podem dividir-se em artérias de grande, médio e pequeno calibre e arteríolas.</p><p>O pulso arterial é mais facilmente palpável nas artérias: radial, carótida comum, temporal su-</p><p>perficial, femoral, poplítea e dorsal do pé.</p><p>Tanto as veias quanto as artérias se encontram em estratos profundos e superficiais no corpo,</p><p>são nomeadas conforme a região corporal ou órgão ou víscera onde se localizam (Figura 4).</p><p>Anastomose é a comunicação entre os vasos sanguíneos que são responsáveis por fazer com</p><p>que o sangue atinja algum lugar no corpo, por caminhos diferentes, ou ainda, quando necessário,</p><p>um maior volume de sangue pode chegar mais rapidamente em algum órgão ou tecido.</p><p>FIGURA 4 - PRINCIPAIS VEIAS E ARTÉRIAS DO CORPO HUMANO</p><p>Fonte: Moore; Dalley; Agur (2022, p. 39).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>0</p><p>3</p><p>44</p><p>UN</p><p>IB</p><p>RA</p><p>SI</p><p>L</p><p>EA</p><p>D</p><p>| A</p><p>NA</p><p>TO</p><p>M</p><p>IA</p><p>H</p><p>UM</p><p>AN</p><p>A</p><p>- T</p><p>EO</p><p>RI</p><p>A</p><p>Para entender sobre a distribuição e denominações das principais veias e artérias, leia o Capítulo</p><p>21 - Sistema Circulatório - Vasos sanguíneos e hemodinâmica, do Livro: TORTORA, Gerard J.; DER-</p><p>RICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,</p><p>2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527728867</p><p>LEITURA</p><p>1.3 CIRCULAÇÃO DO SANGUE</p><p>O sangue flui por circuitos separados, denominados de circulação pulmonar e circulação sistê-</p><p>mica venosa e arterial. Cada circuito tem trajetos distintos, começa e termina no coração e contem</p><p>artérias, capilares e veias. Observe na figura 5, que as setas indicam a direção do fluxo sanguíneo</p><p>no interior de cada circuito.</p><p>A pequena circulação é chamada de circulação pulmonar e a grande circulação é chamada de</p><p>circulação sistêmica. É importante observar que na circulação pulmonar o sangue venoso, do átrio</p><p>direito é conduzido para os pulmões e retorna como sangue arterial, após processo de oxigenação,</p><p>para o átrio esquerdo. Na circulação sistêmica, o sangue arterial é distribuído para os tecidos do</p><p>corpo e retorna com o sangue venoso para o átrio direito.</p><p>FIGURA 5 - VISÃO GERAL DAS CIRCULAÇÕES PULMONAR E SISTÊMICA</p><p>Fonte: Silverthorn (2017).</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527728867</p>

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