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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA Carolina Soder Loreni Oliveira TENSÃO EM ESTRUTURAS METÁLICAS: ESTUDO DE CASO SÃO JOSÉ, 2019 CAROLINA SODER LORENI OLIVEIRA TENSÃO EM ESTRUTURAS METÁLICAS: ESTUDO DE CASOS Estudo de 4 casos com análise referente a utilização de tensão nas estruturas metálicas, apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Estruturas Metálicas, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estácio de Santa Catarina. Professor: Juan Wilder Moore Espinoza 2 RESUMO As soluções adotadas durante a concepção arquitetônica têm consequências em todo o processo de projeto e a falta de conhecimento na concepção da estrutura metálica pelo arquiteto é um dos fatores que influenciam a pouca utilização deste material. O domínio sobre as especificidades do aço é imprescindível para o correto processo de projeto e dá base para projetistas, que deveriam ser iniciados na formação do arquiteto. Através da estratégia do estudo de quatro casos onde foi utilizada a tensão dos elementos estruturais, buscamos fazer uma análise qualitativa a fim de obter o entendimento do uso de estruturas tensionadas e suas vantagens. Ao final do estudo pudemos ampliar nossos entendimentos a respeito das estruturas de aço, especialmente quando do uso da tensão. Além do aspecto estético e arrojado, a principal vantagem do uso da tensão nas obras arquitetônicas possibilita melhor aproveitamento e funcionalidade, desde que bem entendida e planejada. Palavras-chave: Aço; Tensão; Cabos; Sistema Estrutural. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………..05 Materiais ……………………………………………………………………………05 Aço…………………………………………………………………………………...06 Cabos ……………………………………………………………………………….06 COBERTURAS TENSIONADAS ...………………………………………………08 Cobertura do Estádio Olímpico de Munique – Olimpiadächer…………...10 Cobertura do Estádio Maracanã – Estádio Jornalista Mário Filho ……...15 PONTE ESTAIADA….…………………………………………………………….18 Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira....................................................20 Ponte Langkawi Sky Bridge..........................................................................24 CONCLUSÃO ..........................................................................................……28 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................…..29 4 INTRODUÇÃO: TENSÃO EM ESTRUTURAS METÁLICAS Em física, tensão é a grandeza de força de tração exercida a uma corda, a um cabo ou a um sólido similar por um objeto. Materiais Conhecer os materiais que constituem os sistemas construtivos possibilita compreender a relação entre forma, dimensões, resistência e os parâmetros que limitam sua escolha como componentes de uma estrutura. Para vencer grandes vãos, deve-se especialmente observar a relação entre o peso próprio e o peso suportado. Neste sentido, o uso de elementos e cabos metálicos de alta resistência como componentes do sistema suporte apresenta alta eficiência no que diz respeito a grandes estruturas com peso reduzido. Além disso a modulação, padronização e pré fabricação dos componentes possibilitam o desenvolvimento de materiais de alta resistência e eficiência, além de permitir maior rapidez na montagem e de minimizar o impacto no local de intervenção, facilitando o transporte e sua reutilização. Aço O aço é um material obtido industrialmente sob rigoroso controle de qualidade. É uma liga cujos componentes principais são o ferro e o carbono, sendo este último quem determina a resistência e a ductibilidade do material. Quanto maior a quantidade de carbono, maior a resistência do aço mas menor a sua ductibilidade. A perda da ductibilidade prejudica o seu uso como material estrutural, devido à fragilidade de sua ruptura. Quando a ruptura ocorre sem grandes deformações, classificamos como sendo uma ruptura frágil. Por outro lado, deformações exageradas evidenciam que o material está próximo da ruptura. O aço é um material fácil de ser encontrado, rápido de ser aplicado, porém necessita de mão de obra especializada para a sua manipulação e produção. O rigoroso controle de qualidade em sua produção faz com que as características de cada tipo de liga sejam bastante confiáveis. Em vista disso, os coeficientes de 5 segurança podem ser bem baixos, o que implica o uso de uma quantidade de material muito próxima daquela exigida pelos esforços máximos. Além disso os aços destinados a aplicação estrutural apresentam elevada tensão de escoamento e tenacidade, boa soldabilidade e trabalhabilidade, adequada às operações de corte, furação e dobra. Dentre as principais vantagens estão a responsabilidade ambiental (menor impacto e material reciclável), alívio de carga nas fundações, aumento da área útil, flexibilidade das estruturas metálicas, precisão de orçamento e construção, otimização no canteiro de obras, maior qualidade e segurança. Cabo “Um fio de aço, por mais resistente que seja, não é capaz de suportar a si próprio quando colocado em pé sobre um apoio qualquer”. (REBELLO, 2000). O cabo é uma barra cujo comprimento é tão predominante em relação à sua seção transversal que se torna flexível, ou seja, não apresenta rigidez nem à compressão nem à flexão. Porém apresenta alta resistência a tração, resultando em elementos estruturais muito esbeltos que possibilitam vencer grandes vãos com pequeno consumo de material. Se uma barra, quando submetida a forças externas, sofre um aumento no seu tamanho, na direção do seu eixo, e se esse aumento ocorre de forma uniforme, ou seja, toda a sua fibra sofre a mesma deformação, pode-se concluir que internamente 6 a barra esteja sujeita a uma força atuando de dentro para fora, normal ao plano da sua secção e aplicada no seu centro de gravidade. A esta força dá-se o nome de tração simples ou axial. 7 COBERTURAS TENSIONADAS Muito utilizada pelo homem pré-histórico na forma de tendas, até os antigos sistemas de coberturas do Império Romano, que se apropriavam de tecidos em linho com grandes dimensões junto a cordas de cânhamo cobrindo os Estádios, como é o caso do Coliseu, por exemplo. Apenas após a Revolução Industrial é que estas estruturas tiveram um desenvolvimento tecnológico significativo. Porém, ainda apresentavam instabilidade devido a aplicação de cabos entrelaçados e coberturas muito leves. Foi na metade do século XX, graças a um sistema de cabos de aço com um conjunto de fios metálicos trançados e membranas de fibra com alto grau de resistência junto a camadas de revestimentos impermeabilizantes, que as membranas passaram a ser amplamente utilizadas, especialmente em coberturas de centros esportivos, arenas, construções industriais e agroindustriais. Além da melhor resistência e proteção, houve uma evolução com relação aos esforços que também permitem vencer forças intrínsecas próprias e ainda agentes externos, como contraventamento e chuvas. Com relação ao sistema construtivo das estruturas tensionadas, podemos ter três modelos principais: Estruturas tensionadas por membrana – quando a membrana trabalha junto ao cabo, permitindo a distribuição dos esforços de tração pela própria forma; Estruturas tensionadas por malha – condiz à malha estrutural auxiliando nos esforços intrínsecos, transmitindo-os a elementos separados, como as lâminas de vidro ou madeira; Estruturas pneumáticas, onde uma membrana de proteção é sustentada por meio da pressão do ar. Estruturalmente, o sistema é formalizado pela combinação de três elementos: membranas (tecido ou PTFE), estruturas metálicas(mastros e masteletes) e cabos de borda. Ainda ao sistema, há dois tipos de apoios: direto e indireto. Os apoios diretos são aqueles em que a construção é disposta direto sobre a estrutura, enquanto que o segundo caso é aquele disposto a partir de um ponto elevado (mastro). Os cabos, responsáveis pela distribuição dos esforços tracionados e ainda enrijecimento da lona, apresentam duas diferentes nomenclaturas de acordo com a ação a qual é exposto: sustentante e estabilizante. Ambos os cabos são cruzados 8 ortogonalmente, garantindo o enrijecimento em duas direções e evitando deformações. Os cabos sustentantes são aqueles que recebem diretamente as cargas externas, fixados nos pontos mais altos. Já os casos estabilizantes são responsáveis por enrijecer o cabo sustentante e dispõe-se nos pontos mais baixos, cruzando ortogonalmente os sustentantes. Contudo, por uma questão de espaço, pode-se evitar que o cabo estabilizante tenha seu ponto de fixação junto ao solo, gerando um cabo periférico de fixação. Pela associação dos cabos, algumas nomenclaturas são geradas de acordo com o posicionamento: Crista (cabos estabilizantes do cabo superior); Vale (fixados inferiormente em outros cabos); e radial (centro mais alto que as extremidades junto a cabos radiais estabilizados por cabos anelares). Os cabos de crista suportam as cargas gravitacionais e os cabos de vale suportam as cargas de sucção dos ventos. Nomenclatura de cabos Frei Otto, arquiteto e engenheiro alemão, foi quem iniciou na década de 1950 os estudos físico-estruturais referentes à tensoestruturas com a utilização de cabos de aço (elementos tensionados) junto as membranas. Dentre seus projetos destaca- se o Estádio Olímpico de Munique, qual fazemos análise no presente trabalho. 9 Cobertura do Estádio Olímpico de Munique – Olimpiadächer Projeto: Frei Otto e Gunther Behnisch Localização: Munique, Alemanha. Área coberta: 74.800 m² Ano de construção: 1968-1972 Materiais: Aço e painéis de acrílico Localização: Munique, Alemanha Concebido como uma estrutura tensionada suspensa sobre o terreno, ramificando-se pelo natatório, ginásio e estádio principal, consiste em redes interligadas, compostas de cabos curvos, apoiados em mastros tubulares soldados de aço de até 80 metros de altura e com capacidade resistente de 50.000 KN (SILVER, McLEAN e EVANS, 2014). 10 Os mastros que perfuram a membrana da cobertura estão posicionados atrás dos espectadores na parte traseira oeste da arquibancada, suportando a membrana da cobertura em dois pontos com cabos suspensos. A borda frontal da cobertura é mantida tensa por um cabo contínuo distendido através daestrutura e ancorado ao norte e ao sul do estádio. As duas maiores forças de tração na borda frontal, com protensão de até 50.000 KN (bhucheu,2000), foram resistidas por encaixes inclinados em fundações com ancoragem por gravidade, formadas por pesadas paredes diafragmas de concreto, utilizando geometria e massa para se opor às forças de tração. 11 Em outros lugares do estádio, foram usadas ancoragens de piso para resistir às forças de tração. As superfícies das redes de cabo eram formadas por uma malha retangular de cabos entrelaçados. Os cabos foram fixados com grampos de alumínio nas intersecções, o que lhes permitia girar em relação um ao outro quando puxados para atingir a configuração final. Os cabos das bordas e as principais linhas de apoio são todos de 80 mm de diâmetro, com a borda frontal constituída de um pacote desses elementos ligados entre si em “braços” de aço fundido. A rede de cabos foi revestida por painéis de 3x3 m fixados por conectores flexíveis de neoprene nos nós de intersecção dos cabos. As ligações entre os painéis foram seladas por uma tira de neoprene presa às bordas dos painéis. As 12 tiras de proteção climática são um dos mais visíveis delineadores da forma estrutural, porém não são elementos estruturais. Entre os inúmeros revestimentos que a compõe há revestimento superior, preliminar e principal, camada de adesão, tecido base, revestimento principal e por fim, outra camada de revestimento superior. As membranas em fibra de vidro revestida com polímero à base de flúor (PTFE), dispõe de durabilidade superior (cerca de 30 anos), maior resistência às interpéries (sol, chuva e ventos); porém requer mão de obra especializada e maior custo. 13 Cobertura do Estádio Maracanã – Estádio Jornalista Mário Filho Projeto: Schlaich Bergemann und partner Localização: Rio de Janeiro, Brasil Área coberta: 45.700 m² Ano do projeto: 2013 Materiais: Aço e painéis de acrílico Uma análise da estrutura existente do estádio revelou que a cobertura original de concreto não apenas tinha ficado inadequada em termos de sua função, mas também carecia de segurança estrutural suficiente a longo prazo. Assim, a reforma inclui as colunas de concreto armado existentes da antiga cobertura do estádio para apoiar uma nova estrutura leve de cobertura baseada no princípio de uma roda com raios horizontais. Uma opção inovadora deste sistema é que possui um anel de compressão e três anéis de tensão feitos de materiais de alto desempenho, o que favorece uma cobertura quase flutuante. Mesmo em sua abordagem sustentável, esta solução é a melhor entre estruturas de cobertura convencionais. Os cabos que representam os raios são tensionados entre o 'aro da roda' - chamado de "anel de compressão" em engenharia estrutural - e os anéis de tensão alocados na borda interna da cobertura. Os 'cabos dos raios' são feitos de cabos de alta resistência. 14 Diagrama “Cabos dos Raios” A membrana de cobertura consiste de PTFE revestido de fibra de vidro, suspensa entre os eixos radiais principais. Cabos radiais adicionais estabilizam a superfície. Na altura dos suportes dos cabos, esses cabos radiais mais delgados são suspensos em direção ao anel de menor tensão, e portanto, geram um ponto de inflexão mínimo, que funciona como drenagem de água. Desta maneira, as secções da membrana atingem sua forma característica deltóide, com elegante curvatura. O design atraente do sistema deriva a partir de ambas as bordas interna e externa serem extremamente delgadas. Isso enfatiza a intervenção deliberadamente cautelosa e atenciosa na estrutura existente.Diagrama estrutural A cobertura foi instalada com cabos tensionados e membrana de PVC com Teflon PTFE. O sistema capta água da chuva para reutilização nos banheiros e nela, ainda, foram instalados painéis para captação de energia solar. 15 A antiga cobertura de concreto deu lugar a uma nova instalada com cabos tensionados e membrana de PVC com Teflon PTFE. A área coberta aumentou de 24.354 m² para 47.350 m². 16 Ponte Estaiada A ponte estaiada é, atualmente, a principal solução para vencer grandes vãos. O recurso é bastante empregado, por exemplo, no cruzamento de rios ou canais que necessitem de espaço para passagem de embarcações. Em distâncias maiores que 150 metros nada justifica a utilização de outra solução que não seja esta, já que ela é a alternativa mais moderna, bonita e economicamente viável hoje, podendo também ser uma opção em vãos mais curtos, porém, o custo torna-se elevado. Quatro elementos principais compõem esse tipo de ponte: os estais, os mastros (torre), o tabuleiro e a fundação. “Todos fazem parte de um sistema integrado. Os estais não são nada sem o mastro que, por sua vez, não tem função sem o tabuleiro, que é sustentado pelos estais, cada parte tem sua relevância. Considerada a evolução da tradicional pontepênsil, as Pontes Estaiada podem ser divididas em dois tipos diferentes: harpa e leque. Na tipologia harpa, os cabos correm paralelos a partir do mastro, de modo que a altura de fixação do cabo ao mastro é proporcional à distância entre o mastro e o ponto de fixação deste cabo ao tabuleiro. Tipo Harpa 17 No leque, os cabos conectam-se ou passam pelo topo do mastro. O tempo de construção da ponte estaiada depende, basicamente, dos recursos disponíveis e do tamanho do projeto. Inicialmente, essas obras de arte possuíam poucos estais muito espaçados, suportando tabuleiros rígidos. Em seguida as pontes começaram a apresentar um grande número de estais e viga apoiada em apoios elásticos, conduzindo a uma baixa rigidez e à flexão do tabuleiro. Esse tipo de estrutura permitiu simplificar a transmissão dos esforços, bem como substituir os estais quando danificados, sem a necessidade de interromper a utilização da estrutura. Além disso, agregou facilidades construtivas, como a possibilidade de se erguer as pontes por balanços sucessivos. Destacam–se vários fatores que distinguem as estruturas estaiadas das demais, primeiro é a característica estética. De uma maneira geral, ela tem uma arquitetura requintada, atrativa ao gosto popular. Além disso, é a tecnologia mais sofisticada de projeto e construção de pontes do mundo. Os problemas que este tipo de obra tinha no passado, como falta de hardwares e de programas de cálculo, estão sanados. Os problemas que elas apresentaram de manutenção e durabilidade também foram resolvidos. Hoje uma ponte estaiada é a que exige menos manutenção que as outras, ela deve durar mais de 100 anos. Apesar disso, por envolver tecnologia pouco explorada, altamente complexa, e dominada por poucas empresas, o custo de uma ponte estaiada pode chegar a ser três vezes mais elevado que o de uma ponte convencional. Executar um projeto de ponte ou viaduto estaiado exige uma equipe de engenheiros com experiência e conhecimento técnico apurado. Todas as fases de execução são importantes e merecem acompanhamento rigoroso. 18 Estaremos abordando dois estudos de caso de Ponte estaiada, onde estão apresentando as duas variações, harpa e leque. O objetivo, é entender o comportamento e a função estrutural desempenhada, pelos cabos em ambos os casos. 19 Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira Projeto: Arquiteto João Valente Localização: São Paulo, Brasil. Ano do projeto: 2008. Materiais: Aço e Concreto. A ponte Octávio Frias de Oliveira é um marco na arquitetura nacional, pois foi construída com um formato único no mundo: duas pontes em curva formando um X e sustentadas por estais ligados a um único mastro. Uma ponte estaiada é uma ponte suspensa por conjuntos de cabos de aço (os chamados estais, que dão origem ao nome estaiada), conectados a uma torre ou mastro com a função de dar sustentação às suas pistas. Moderna, é construída em locais onde o uso dos pilares não é aconselhável. 20 A sustentação das pontes é feita por estais, que são feixes de cabos que variam de 15 a 25 cordoalhas de aço, revestidas por uma bainha de polietileno amarelo, cuja finalidade é proteger os estais da chuva, do vento e dos raios do sol. São 492 toneladas de aço, que se fossem colocadas lado a lado daria para percorrer 378 mil metros, equiparável à distância entre a cidade de São Paulo e a de Ourinhos (370 km). O maior estai tem 195 metros e o menor 78 metros. A distância entre os estais é de 7 metros do lado do rio, e de 6,5 metros do lado do sistema viário.O Cruzamento entre as duas pontes ocorre no mastro (margem do rio Pinheiros). Ambos os tabuleiros estaiados são suportados por um único mastro – o mastro em “X” nasceu da necessidade estrutural, não arquitetônica. 21 Cada tabuleiro curvo necessita de um mastro inclinado para ser equilibrado. Como o cruzamento entre os tabuleiros ocorre junto ao mastro, as torres inclinadas se interceptam, contraventando-se entre si. Devido ao componente horizontal de forças dos estais, é necessária uma protensão no tabuleiro para minimizar este efeito. 22 A ponte Octávio Frias de Oliveira, é estaiada do tipo Harpa, onde os cabos correm paralelos a partir do mastro, de modo que a altura de fixação do cabo ao mastro é proporcional à distância entre o mastro e o ponto de fixação deste cabo ao tabuleiro. Os materiais usados são, o concreto e o aço. Destaque neste, para os estais, que são elementos de aço galvanizado com alta resistência à tração, não apresentam resistência, a flexão ou compressão, seu comportamento estrutural, é a resistência através de força axial de tração. Além disso, as cargas podem ser afetadas por diversos fatores, como variação de temperaturas, ou a ação do vento, neste caso os cabos também podem ser usados como contraventamento, para estabilizar a estrutura. 23 Ponte Langkawi Sky Bridge Projeto: Peter Wyss Projeto de Engenharia:Plano CEPAS Localização: Rio de Janeiro, Brasil Área coberta: 45.700 m² Ano do projeto: 2005 Materiais: Aço e Concreto Uso: Transporte de Pedestre A Langkawi Sky Bridge é uma ponte suspensa de pedestres curvada de 125 metros Localizada na Malásia, concluída em 2005. Toda a estrutura se mantem de pé por um único pilar, de aparência semelhante a um guindaste, de onde saem os cabos. O convés da ponte está localizado a 660 metros acima do nível do mar, no pico de Gunung Mat Cincang, em Pulau Langkawi, a ilha principal do arquipélago de Langkawi, em Kedah. A Ponte do Céu de Langkawi pode ser alcançada primeiro 24 pegando o Teleférico de Langkawi até a estação superior, onde um elevador inclinado chamado SkyGlide leva os visitantes da estação superior para a ponte. A ponte foi fechada em julho de 2012 para manutenção e atualização. A reabertura foi adiada várias vezes, mas reabriu parcialmente em fevereiro de 2015. A ponte agora está totalmente acessível. 25 A ponte tem 125 metros de comprimento e 1,8 metros de largura (a seção intermediária tem uma passarela mais larga), com dois trilhos de aço e arame de aço em ambos os lados. Ela é projetado como uma passarela curva para maximizar a experiência de visualização, proporcionando uma perspectiva mutável à medida que o visitante caminha pela ponte. A passarela, formada por painéis de aço e concreto em cima de uma treliça triangular invertida, conecta dois topos de morro em Gunung Mat Chinchang. Os primeiros 25m da ponte são retos, seguindo 3 seções curvas de 25m, depois uma reta final de 25m. Em cada extremidade da passarela, a ponte tem uma plataforma de visualização triangular de 3.6m de largura que serve como áreas de descanso e visualização para os visitantes. A Ponte Langkawi Sky Bridge, é estaida do Tipo Leque, onde os cabos conectam-se ou passam pelo topo do mastro. A ponte é suspensa por 8 cabos de um único pilão de 81,5 m de altura e trava a cerca de 100 m acima do solo. O pilão é ancorado em um bloco de concreto em uma elevação de 604.5m, e sua ponta atingiu 686m acima do nível do mar. É inclinado em ângulos de 78 ° e 2 ° em duas direções, e suportado por dois cabos. A ponte é projetada para transportar uma capacidade máxima de 250 pessoas. 26 27 CONCLUSÃO Devido às suas características e às inúmeras vantagens, a estrutura metálica vem sendo cada vez mais utilizadas na construção civil, sendo frequentemente associada a arquitetura contemporânea e inovadora. O uso da tração, especialmente, vem sendo cada vez mais difundido e utilizado devido àssuas diversas vantagens que vão muito além do aspecto estético. O presente estudo mostrou que além do fator estético há um fator funcional de extrema importância que faz com que o uso da tração na engenharia aumente o grau de eficiência de diversas estruturas, seja para pontes, coberturas e até com relação ao concreto protendido. O conhecimento e estudos de caso nos possibilitou ampliar nossa visão e entendimento das diversas possibilidades que a engenharia nos proporciona para podermos, desta forma, criar com mais ousadia e eficiência. 28 BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS ANDRADE, Matheus Wamser. Modelagem de uma passarela estaiada: Análise comparativa da configuração dos estais. Orientador: Paula Manica Lazzari. 2017. 55 p. Artigo (Graduação em Engenharia de Infraestrutura) - Universidade Federal de Santa Catarina, Joinvile, 2017. BORSATO, Karen Tostes. Arquitetura em aço e o processo de projeto. Orientador: Francisco Borges Filho. 2009. 166 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. NUNES, Eliana Ferreira. Tensoestruturas – Elementos e cabos metálicos associados a membrana. Orientador: João Batista Marques de Sousa Junior. 2008. 173 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Programa de Pós- Graduação do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2008. FREITAS, Wesley R.S.; JABBOUR, Charbel J. C. Utilizando estudo de caso como estratégia de pesquisa qualitativa: boas práticas e sugestões. Estudo & Debate, Lajeado, 2011. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. A concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Sigurate, Editora, 2000. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Estruturas de Aço, Concreto e Madeira. São Paulo: Editora Zigurate, 2007. SILVER, Pete; McLEAN, Will; EVANS, Peter. Sistemas Estruturais. p. 208. São Paulo: Editora Blucher, 2014. OLIVEIRA, Vinicius Maia Barreto de. Análise e projeto de tenso-estruturas têxteis para cobertura. Rio de Janeiro, 2003. Portal Metálica Construção Civil. Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira em SP. Disponível em <http://wwwo.metalica.com.br/ponte-estaiada-mastro-x- necessidade-estrutural> Acesso em 1º de junho de 2019. 29 Cobertura do Estádio Maracanã – Estádio Jornalista Mário Filho Portal Metálica Construção Civil. Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira em SP. Disponível em <http://wwwo.metalica.com.br/ponte-estaiada-mastro-x-necessidade-estrutural> Acesso em 1º de junho de 2019.
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