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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL UFRN CT DEC SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕES NATAL/RN 2015 Figuras retiradas das notas de aula do professor Sandro Lautenschlager INFLUÊNCIA RELATIVA ENTRE O TRAÇADO DA TUBULAÇÃO E AS LINHAS DE CARGA Serão apresentados três traçados de uma canalização que liga dois reservatórios mantidos em níveis constantes, desprezando-se as perdas de carga localizadas. Como a carga cinética é muito baixa, para velocidades de 1 a 2m/s (0,05 a 0,20m ela será desprezada). TRAÇADO 2 A canalização passa acima da L.C.E e abaixo da L.C.A e P.C.E J 1 : p a r a o c a s o d a l i n h a p i e z o m é t r i c a e m N P p a s s a r a s e r C P N e s s e c a s o , a v a z ã o s e r á m e n o r q u e a q u e l a p a r a a q u a l a a d u t o r a f o i p r o j e t a d a . Essa situação ocorre por necessidade topográfica ou por um erro no traçado SOLUÇÃO: instalar uma caixa de passagem no ponto alto e dimensionar a adutora com dois pontos distintos: NP e PL. TRAÇADO 3 A canalização corta a L.C.E e o P.C.E, mas fica abaixo da L.C.A O encanamento funcionará como um sifão. Caso entre ar no trecho GEF, é necessário escorvar o sifão para permitir o funcionamento da adutora. TRAÇADO 4 A canalização corta L.C.A, mas fica abaixo do P.C.E SOLUÇÃO: instalar uma caixa de passagem no ponto alto e dimensionar a adutora com dois pontos distintos: NP e PL. No trecho PX a água se moverá como conduto livre, adquirindo pressão no ponto X Q2< Q1 DISTRIBUIÇÃO DE VAZÃO EM MARCHA A vazão vai diminuindo ao longo do percurso e o escoamento é classificado como movimento permanente gradualmente variado. ▪ Sistema de abastecimento público de água ▪ Sistema de irrigação qLQQ jm += qxQQ mX −= VAZÃO UNITÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO Cada metro linear da tubulação distribui uma vazão uniforme q (l/s.m ou m³/s.m) DISTRIBUIÇÃO DE VAZÃO EM MARCHA 2 dm )Q55,0Q(KLH −=∆ jmd QQqLQ −== 2 fKLQH =∆ dmf Q55,0QQ −= qL50,0QQ50,0QQ mdmf −=−= 2 QQQ jmf + = vazão fictícia: uma vazão constate que, percorrendo o conduto em toda sua extensão, produz a mesma perda de carga verificada na distribuição em marcha. DISTRIBUIÇÃO DE VAZÃO EM MARCHA No caso particular onde toda a vazão de montante é consumida ao longo do comprimento L e Qj=0, a extremidade de jusante é chamada de extremidade morta ou ponta seca e: 0Q j = md QqLQ == 2 m 22 KLQ 3 1 3 LqKLH ==∆ 3 QQ mf = EXEMPLO O diâmetro da tubulação é 6” e o coeficiente de atrito f=0,022, a pressão em A=166,6kN/m2 e em D=140,2kN/m2. Determine a vazão unitária de distribuição em marcha q, sabendo que a tubulação está no plano vertical e que a vazão no trecho AB é de 20l/s. Despreze as perdas localizadas. 20 l/s 39m 1 , 0 m A 120m 2 , 0 m B C D q = ? 82m jmd QQQ −= LQq d /= RESOLUÇÃO 06,18058,0 108,9 106,1660,1 2 3 32 =+ ⋅ ⋅ +=++= g VpZE AAAA γ g V g V g VpZE DDDDDD 2 31,16 2108,9 102,1400,2 2 22 3 32 +=+ ⋅ ⋅ +=++= γ CDBCABDA HHHEE ∆+∆+∆=− CDCDBCBCABAB 2 D AB LJLJLJg2 V77,2H ++=+=∆ Usando conceito de vazão fictícia Como: � � ������ � ² �� RESOLUÇÃO 84 15,0 022,0 0827,0120 15,0 022,0 0827,040 15,0 020,0022,00827,0 2 75,1 5 2 5 2 5 22 jfD QQ g V ⋅ + ⋅ + ⋅ =− 222 57,2012101,2875383,038,16375,1 jfj QQQ ++=− 22 95,217510,2875367,1 jf QQ += 2 Q020,0 2 QQQ jjmf + = + = 2 2 95,2175 2 020,0 10,2875367,1 j j QQ + + = s/m015,0Q 3j = s/0,5QQQ jmd l=−= )ms/(0417,0q120q0,5Qd ⋅=∴⋅== l Como: Substituindo: CONDUTOS EQUIVALENTES Um conduto é equivalente a outro ou a outros, quando é capaz de conduzir a mesma vazão com a mesma perda de carga total. APLICAÇÃO PRÁTICA: para cálculos que visem a substituição de condutos ou apenas para efeito de simples dimensionamento. 21 HH ∆=∆ 21 QQ = 5 2 D fLQ0827,0H =∆ 87,4 1 2 85,1 1 2 12 D D C CLL = CONDUTOS EQUIVALENTES A UM SISTEMA 2 1 5 2 5 QD LfQ D fLH n i i ii∑ = ==∆ αα SISTEMA EM SÉRIE No conduto percorre a mesma vazão e a perda de carga entre as extremidades é a soma das perdas de carga em cada tubo. ∑ = = n 1i 5 i ii 5 D Lf D fL ∑ = = n i ii i DC L DC L 1 87,485,187,485,1 EXEMPLO Um sistema de distribuição de água é feito por uma adutora com um trecho de 1500m de comprimento e 150mm de diâmetro, seguido por outro trecho de 900m de comprimento e 100mm de diâmetro, ambos com o mesmo fator de atrito f=0,028. A vazão total que entra no sistema é de 0,025m3/s e toda água é distribuída com uma taxa uniforme por unidade de comprimento q (vazão de distribuição unitária) nos dois trechos, de modo que a vazão na extremidade de jusante seja nula. Determine a perda de carga total na adutora desprezando as perdas localizadas ao longo da adutora. Em série: hPTOTAL = hP1 + hP2 A vazão de distribuição ao longo da adutora vale: q = (Qi - Qf)/L = 0,025/2400 = 1,04⋅10-2 L/s.m No final do primeiro trecho a vazão vale: 25 - 1,04⋅10-2 ⋅1500 = 9,4 L/s que é a vazão de montante do segundo trecho. As vazões fictícias nos dois trechos valem: Qf1 = (25+9,4)/2 = 17,2 L/s Qf2 = 9,4/√ 3 = 5,43 L/s . Como os dois trechos estão em série a perdas de carga total é a soma: 23 5 23 5 )10*43,5(1,0 900028,00827,0)10*2,17( 15. 1500028,00827,0H −− ⋅+⋅=∆ RESOLUÇÃO CONDUTOS EQUIVALENTES A UM SISTEMA 2 1 5 2 5 QD LfQ D fLH n i i ii∑ = ==∆ αα SISTEMA EM PARALELO A perda de carga é a diferença de cotas piezométricas na entrada e saída do sistema, sendo a mesma em todos os trechos e a vazão de entrada é igual a somas das vazões nos trechos. ∑ = = n 1i 5 i ii 5 D Lf D fL ∑ = = n 1i 87,4 i 85,1 i i 87,485,1 DC L DC L EXEMPLO Assumindo um coeficiente de atrito constante para todas as tubulações e igual a f=0,0020, desprezando as perdas localizadas e as cargas cinéticas, determine a vazão que chega ao reservatório R2 as vazões nos trechos de 4” e 6”e a pressão disponível no ponto B. RESOLUÇÃO Transformando as linhas em diâmetros únicos, temos: m1600L 600 4 750 6 L 8 5,0 5,2 5,0 5,2 5,0 5,2 ≅∴+= Adutora de 2500m de comprimento e 8” diâmetro 2 55 2 Q 20,0 2500020,00827,020 D fLQ0827,0H ⋅=⇒=∆ s/m0393,0Q 3= m1600L 600 1,0 750 15,0 L 2,0 5,0 5,2 5,0 5,2 5,0 5,2 ≅∴+= A cota piezométrica no ponto B pode ser calculada através da perda de carga no trecho BC 00,5730393,0 20,0 900020,00827,0PB.C00,573HPB.C 25BC +⋅=→=∆− m20,580PB.C = RESOLUÇÃO 2 65AB Q15,0 750020,00827,020,58000,593H ⋅⋅=−=∆ s/m0114,0Q 34 =245AB Q10,0 600020,00827,020,58000,593H ⋅⋅=−=∆ s/m028,0Q 36 = )m/kN8,352p(a.c.m3620,54420,580p 2BB ==−=γ SISTEMAS RAMIFICADOS Um sistema é dito ramificado quando em uma ou mais seções de um conduto ocorre variação da vazão por derivação de água. Essa derivação podeser para um reservatório, ou para consumo em uma rede de distribuição. - Tomada de água entre dois reservatórios - Três reservatórios SISTEMAS RAMIFICADOS TOMADA DE ÁGUA ENTRE DOIS RESERVATÓRIOS Z1 Z2 A C R1 R2 QB L1 D1 L2 D2 B1 B2 B3 B4 B M L X: COTA PIEZOMÉTRICA EM B. Se X> Z2: R1 abastece R2 e QB Se X=Z2: R1 abastece QB e em BC não tem vazão Se X<Z2: R1 e R2 abastecem QB (QB= QAB + QBC) SISTEMAS RAMIFICADOS TOMADA DE ÁGUA ENTRE DOIS RESERVATÓRIOS Z1 Z2 A C R1 R2 QB L1 D1 L2 D2 B1 B2 B3 B4 B M L 21 ZZH −=∆ ) D Lf D Lf(Q0827,0HHH 5 2 22 5 1 112 21 +=∆+∆=∆ + ∆ = 5 2 22 5 1 11 D Lf D Lf0827,0 HQ RESERVATÓRIO SUPERIOR: ABASTECEDOR RESERVATÓRIO INFERIOR: ABASTECEDOR OU NÃO SISTEMAS RAMIFICADOS TOMADA DE ÁGUA ENTRE DOIS RESERVATÓRIOS 11 5 121 B Lf0827,0 D)ZZ(Q ⋅⋅ − = 22 5 242 11 5 141 B Lf0827,0 D)BZ( Lf0827,0 D)BZ(Q ⋅⋅ − + ⋅⋅ − = PROBLEMA DOS TRÊS RESERVATÓRIOS Z1 Z3 A D R1 R3 L1 D1 L2 D2 B Z2 R2 Q1 L3 D3 Q3 C X X: COTA PIEZOMÉTRICA EM B. Se X> Z2: R1 abastece R2 e R3 Se X=Z2: R1 abastece R3 Se X<Z2: R1 e R2 abastecem R3 PROBLEMA DOS TRÊS RESERVATÓRIOS 2 15 1 1 1 QD LkXZ =− 2 25 2 2 22 QD LkXZou ZX =−− 2 35 3 3 3 QD LkZX =− 213321 QQQou QQQ +=+= EXEMPLO Uma instalação de transporte de água compreende dois reservatórios A e D, abertos e mantidos em níveis constantes, e um sistema de tubulação C=130, saída livre para atmosfera em C. A bomba tem rendimento igual 75%. Determine a vazão bombeada para o reservatório D quando o conduto BC deixa sair uma vazão de 0,10m3/s e ter uma distribuição de vazão em marcha q=0,00015m3/(s.m) e a potência necessária à bomba? Despreze perdas localizadas e a carga cinética nas tubulações. 30,0 36,0 B Bomba A 810m D1=0,40m D3=0,20m D2=0,30m 400 m 20,0 C D Resolução: Determinar a cota piezométrica no ponto B RESOLUÇÃO Trecho BC s/m10,0Q 3j = s/m16,040000015,010,0qLQQ 3jm =⋅+=+= s/m13,0 2 16,010,0 2 QQQ 3mjf = + = + = 130C 0,30mD s/m13,0QQ BC3fBC ==== m22,4Hm100/m055,113,098,45J BC85,1BC =∆→=⋅= m22,2422,40,20HP.CP.C BCCB =+=∆+= Para achar ∆H precisamos de J: � � �������������������� RESOLUÇÃO Trecho AB m78,522,240,30HAB =−=∆ m100/m714,0m810/78,5JAB == Com DAB=0,40, JAB=0,714m/100m e C = 130 pela tabela 2.3 tem-se s/m225,0QQ327,11714,0 3AB85,1AB =→= s/m065,016,0225,0Q 3BD =−= Entrada da Bomba m22,24P.C B = Saída da Bomba 130C e m20,0D s/m065,0Q BD3BD === Usando Tabela 2.3 tem-se m100/m108,2065,010312,3J 85,12BD =⋅⋅= m22,4HBD =∆ Eq. Energia tem-se m22,40Ps.C0,36HPs.C BD =∴=∆− 75,0 )22,2422,40(065,0108,9)HH(QPot 3 es −⋅⋅ = η −γ = )48,18(58,13 cvkWPot = Como estamos desprezando a carga cinética, a altura total de elevação da bomba é igual à diferença entre as cotas piezométricas na saída e na entrada da bomba.