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Fármacos que Influenciam a Secreção Ácida Gástrica (SAG) Farmacologia II Paulo Henrique da Silva Barbosa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Medicina Veterinária Antiácidos: Propiciam a elevação do pH do suco gástrico, tendo condições adequadas para tratamento de gastrite, esofagite de refluxo e úlcera gástrica. A úlcera gástrica em animais domésticos é muito mais frequente do que se imagina, porém na maior parte das vezes não é diagnosticada, acaba sendo diagnosticada numa etapa bem avançada em que o animal já começa a apresentar fezes sanguinolentas e outros sintomas mais agravantes. O estômago permanecer vazio por muito tempo facilita o aparecimento de úlceras gástricas. As úlceras de estresse são comuns em equinos com situações estressantes, e em animais domésticos que ficam sozinhos em casa ou em espaços muito reduzidos. A secreção ácida gástrica é garantida pela célula parietal que secreta ácido para a luz do estômago através de um sistema de antiporte pela bomba Hidrogênio ptotássio ATPase que forma ácido clorídrico HCL. Também existe um componente colinérgico muscarínico na membrana dessa célula parietal no qual age a Ach (proveniente do fluxo parassimpático) sobre receptor Gq, ativando respostas cálcio dependentes da bomba. Esse mesmo componente envolve ativação de secreção de fatores de proteção da mucosa que são produzidos pela célula epitelial superficial, ativando a secreção de muco que irá fazer barreira da mucosa para a acidez do suco gástrico e também a secreção de bicarbonato que não só garantirá que o pH fique em torno de 7 como irá consumir uma parte do excedente de íons H+ através da formação de íons ácido carbônico. Outro mediador é a gastrina que interage em receptores CCK e, de forma semelhante à Ach, irá ativar os componentes cálcio dependentes da bomba. De onde surgiu a gastrina? Entre os diferentes tipos celulares que fazem parte da parede do estômago, temos as células G que sintetizam, armazenam e liberam gastrina que irá participar da ativação da bomba de hidrogênio potássio ATPase. Os fatores necessários para a liberação de gastrina são a presença de Aminoácidos, proteínas, distensão da parede do estômago que são indicativos de condição que existe alimento no seu interior, fazendo com que a gastrina seja liberada e tenha essa participação sobre a ativação da bomba. O etanol tem elevado potencial serogênico, pois consiste numa alta liberação de gastrina e altera tensão superficial da barreira mucosa, tornando assim a mucosa o estômago mais exposta à acidez gástrica. Não só intensifica a liberação ácida como reduz a capacidade da barreira de proteger essa mucosa. Umas das formas experimentais de induzir a úlcera gástrica em animais de laboratório é a úlcera induzida por etanol. Outro mediador que se destaca na ativação da boba hidrogênio potássio ATPase é a histamina, que irá atuar em receptores H2, desempenhando um importante papel na ativação da bomba hidrogênio potássio ATPase, fornecendo AMPc, ou seja, o receptor H2 é Gs e, com isso, tem-se aumento nos níveis de AMPc. De onde surge a histamina? É produzida e armazenada pelas células de enterocromafin semelhante que é responsável pela liberação de histamina que irá ativar a bomba de hidrogênio potássio ATPase. Essa célula enterocromafin semelhante é ativada a liberar histamina pela gastrina. A gastrina, de forma indireta, vai ativar a bomba hidrogênio potássio ATPase e de forma direta também pelo mecaniso anterior. A Ach também, de uma forma indireta, ao atuar em receptores muscarínicos, determina a liberação de histamina pelas células enterocromafin semelhantes. A PGE2 e a PCI2 atuando em receptores EP2 ou IP2 da célula parietal desempenham u importante componente inibitório da bomba de hidrogênio potássio ATPase através da diminuição dos níveis de AMPc porque esses receptores são Gi que inibem a adenilato ciclase, diminuindo os níveis de AMPc. Esses receptores EP2 e IP2 que são ativados pelas PGE2 e PCI2 també participam na ativação e liberação dos dois fatores de proteção à mucosa que é a secreção de muco e secreção de bicarbonato. De onde surgem as prostaglandinas? A partir do ácido aracdônico via COX I e, por isso os COX II seletivos apresentam potencial anti ulcerogênicos elevados. Existe também um outro mediador que participa dos mecanismos de preservação da mucosa via inibição de secreção ácida gástrica. Esse mediador é a Somatostatina que é um mediador inibitório sobre a célula G. Atuará sobre a célula G inibindo a liberação de gastrina e, consequentemente, reduzirá a liberação de histamina e, com isso, não irá atuar ativando a bomba. A célula D é responsável por liberar Somatostatina em situações de elevada acidez paraq eu reduza a liberação de gastrina na tentativa de reduzir a concentração de íons H, subindo o pH. Anti Ácidos Gástricos através de diferentes bases que são administradas pela via oral que na luz do estômago reagem com o ácido clorídrico formando outros componentes mas consumindo uma parte dessa reserva ácida do estômago. Bases: Bicarbonato de Sódio Hidróxido de Magnésio Hidróxido de Cálcio Hidróxido de Alumínio Se numa condição fisiológica tem-se secreção ácida no estômago, a nível intestinal temos uma mobilização da reserva alcalina plasmática através da secreção de sódio que vai se ligar a secreção de bicarbonato, formando bicarbonato de sódio. Em condições fisiológicas, uma parte desse ácido clorídrico consome o bicarbonato de sódio formando com essa reação NaCl + Co2 + H2O. Rebote Ácido Quando se administra o bicarbonato de sódio por via oral, que ainda vem sendo utilizado como anti ácido pois é um hábito que se passou de geração em geração, ele reage na luz do estômago com o ácido clorídrico formando o que deveria ser formado no intestino, NaCl + CO2 + H2O. A formação de CO2 no estômago aciona-se um dos componentes determinantes para a liberação de gastrina que é a extensão da parede do estômago, causando a ativação da bomba de hidrogênio potássio ATPase. Simultaneamente, evidencia-se que a redução da acidez do suco gástrico vai diminuir a participação da somatostatina em inibir a célula G, reforçando ainda mais a liberação de gastrina. Isso ocorre não só com a administração de bicarbonato de sódio, mas com qualquer antiácido descrito acima. Este processo é chamado de Rebote Ácido. Essa abordagem pode trazer um efeito positivo de alívio para o paciente se for um evento bastante esporádico, não para o tratamento de gastrite e úlcera gástrica. A utilização frequente e prolongada pode causar uma alcalose sistêmica no paciente e todas as alterações fisiológicas decorrentes dessa elevação do pH. Hidróxido de Magnésio Ao reagir com o Hcl do estômago (1 molécula de hidróxido de magnésio para cada duas moléculas de ácido clorídrico). Essa reação produzirá 2 H2O + MgCl2 cloreto de magnésio. Não ocorre formação de CO2 mas ocorre rebote ácido. Esse cloreto de magnésio irá reagir com o bicarbonato de sódio na luz intestinal, 1 MgCl2 para cada 2 Bicarbonato de sódio e essa reação formará 2 NaCl + CO2 + H2O + MgCO3 carbonato de magnésio. O carbonato de magnésio é um sal com propriedades hidrofílicas, gerando consequentemente um ambiente hipertônico na luz intestinal, fazendo com que ocorra retenção de líquido na luz intestinal que exercerá um efeito laxante de natureza osmótica. As fezes assumindo densidade mais líquida favorece um trânsito ao longo do intestino e a retenção de água é um componente de distensão da parede do intestino que por mecanismo reflexo exerce ativação dos movimentos peristálticos. Hidróxido de Cálcio Reage com duas moléculas de ácidoclorídrico, formando cloreto de cálcio que irá reagir com dois bicarbonatos, formando 2 NaCl + CO2 + H2O e CaCO3 carbonato de cálcio. Os sais a base de cálcio terão ação contrária aquela evidenciada com o sal de magnésio no que diz respeito ao trânsito intestinal. Enquanto os sais de magnésio geram efeito laxante, os sais a base de cálcio, devido à formação de carbonato de cálcio que irá precipitar na luz intestinal, tornando o conteúdo intestinal mais denso, reduzirá o trânsito intestinal. Então fazia-se um tratamento intercalado entre hidróxido de magnésio e de cálcio para que não houvesse diarreia e nem constipação. Hidróxido de Alumínio Apresenta como vantagem adicional em relação aos sais de magnésio e cálcio a característica de apresentar propriedades adistringentes que a propriedade de precipitar proteínas de membranas celulares. A formação desse precipitado proteico expõe menos a mucosa gástrica à acidez, favorecendo o processo de cicatrização de úlceras. Diminuem a ação irritante a nível de estômago. Esses sais també aumentam a densidade da barreira de muco, conferindo maior proteção da mucosa gástrica. O leite de magnésia tem, atualmente, como princípio ativo o hidróxido de alumínio por ser mais eficiente que o antigo que era hidróxido de magnésio porém o nome fantasia foi mantido pois já tinha aceitação no mercado. Sucalfase é uma preparação de salcarina sulfatada com hidróxidodealuminio. dealalumínioalumínio. E sosobre essa. Bloqueador Colinérgico Muscarínico Exemplo: Atropina São totalmente contra indicados. A resposta cálcio dependente será garantida pela gastrina. A gastrina garantirá liberação de histamina. Simultaneamente estará reduzindo formação de fatores de proteção da mucosa. Adicionalmente estará reduzindo toda a influência fisiológica do fluxo parassimpático. A quantidade de efeitos colaterais é alta. O que fazer para diminuir a secreção ácida gástrica? Abordagem 1: Inibidores de bomba Hidrogênio Potássio ATPase. Exemplo: Omeprazol, lanzoprazol. O omeprazol se liga de forma irreversível à ATPase da bomba de hidrogênio potássio e, consequentemente, com a inativação dessa bomba, a energia necessária para o mecanismo de antiporte do hidrogênio com o potássio não é obtida, tendo-se uma inativação da bomba. A célula parietal tem aspecto caliceforme com duas invaginações e as bombas de hidrogênio estão na extremidade . O omeprazol deve ser administrado com uma certa antecedência (30 minutos antes da refeição) porque o omeprazol não irá diretamente inativar a bomba e sim um subproduto de uma reação da molécula do omeprazol, reação essa que só corre em pH ácido. Antecedendo a refeição já há uma acidez considerável do estômago e então ocorrerá essa reação formando o subproduto para inativação da bomba. Outro fator importante é a dose. Uma dose excessiva pode comprometer a digestão e essa elevação do pH pode gerar um desequilíbrio de flora, uma vez que a acidez do suco gástrico representa uma notável forma de defesa à proliferação de microrganismos patogênicos. Abordagem 2: Bloqueio de Receptores H2 Exemplo: Cimetidina, ranitidina Abordagem muito adequada. Esse bloqueio de receptor para histamina, tem-se a redução de forma expressiva da secreção ácida gástrica pois estará mexendo com o principal componente ativador da bomba cuja presença só é garantida pela histamina que seria o aumento de AMPc que não irá ocorrer. O receptor H2 tem uma distribuição bastante restrita no organismo e, consequentemente, os efeitos indesejados são mínimos. Abordagem 3: (Não muito frequente) Agonistas de EP2 IP2 (receptores de prostaglandinas e prostaciclinas) Exemplo: Misoprostol A comercialização do misoprostol teve que ser controlada devido a um efeito colateral que é a ativação de músculo liso uterino, tornando essa substância em elevadas doses potencialmente abortivas. Em gravidez indesejada ingere-se grandes doses de misoprostol para aborto. Uma mulher que não saiba que está grávida e toma esse remédio pode ter aborto indesejado devido a participação da PGF2alfa sobre o músculo liso uterino. Helicobatera Pilory Pode viver no fundo dos canalículos da célula parietal. Cerca de 70% da população humana se for fazer a sorologia vai dar positivo, mas certamente 70% da população humana não tem úlcera gástrica. Se um paciente for diagnosticada com úlcera gástrica e tiver essa bactéria deve-se tratar esse paciente com tetraciclina que é outro quimioterápico que vai eliminar esse microrganismo que é o fator determinante para a úlcera que deve ser eliminado. Se o paciente tem úlceras frequentes e o paciente for positivo para a bactéria, deve-se fazer o taratmento específico para eliminá-la pois pode ser o fator determinante para a úlcera.
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