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Farmacologia do Sistema Trato Gastrointestinal

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Farmacologia Bárbara Rebeca Hoffmann, TXIX 
1: enterocromafim – pesquisado no Google 
 
AULA I 
Trato Gastro Intestinal (TGI) 
Do ponto de vista farmacológico, é possível observar três situações: 
A: secreção gástrica, é basicamente o controle de secreção do ácido clorídrico. 
B: vômito 
C: motilidade do intestino e expulsão das fezes. 
 
A e B é considerado TGI alto e C é TGI baixo (fármacos que aumentam ou diminuem a motilidade do TGI). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As células epiteliais são as responsáveis pela produção de 
muco, o qual serve para fazer a barreira protetora para que o 
HCL não entre em contato com as células, com o objetivo de 
não causar vários distúrbios como a gastrite. 
A nível de SNC, temos a liberação de gastrina, que em uma 
célula enterocromafim (célula neuroendócrina encontrada 
nas glândulas da mucosa gástrica abaixo do epitélio 
estomacal)1, se liga no receptor CCK2 e leva a um aumento na 
produção de histamina. A histamina liberada interage na 
célula parietal por meio do seu receptor H2. 
 
 
O receptor H2 ativado, ativa uma via excitatória que acaba 
ativando uma bomba de prótons. Essa bomba vai jogar um 
próton na luz. Ainda, temos outros canais que vão jogar cloro. 
O próton + Cl na luz vão dar origem ao ácido clorídrico (HCl). 
Além disso, por meio de receptores como o M1 eu tenho a 
estimulação. Essa estimulação via m1 e via M3, M1 
principalmente, também vai estimular uma via de cálcio e, 
também, leva ao funcionamento da bomba de prótons pra 
jogar o próton na luz. 
 
2 
 
O M3, de modo geral, serve mais para a contração da 
musculatura lisa (no estômago) do que para a produção de 
ácido clorídrico. Para a produção do HCl, o M1 é mais 
essencial. 
Ao mesmo tempo, os ácidos graxos (fosfolipídios e outros 
lipídios) ao passarem pela C20 (COCS 1?) dão origem à 
prostaglandina. A prostaglandina tem dois efeitos: 
1. Ativação dos receptores de prostaglandina na célula 
epitelial vai levar à produção de muco. 
2. Em receptores de protaglandinas na célula parietal, 
tem a capacidade de controlar a produção de ácido 
clorídrico. 
A Helicobacter pylori tem a capacidade de degradar o muco, 
o que vai favorecer o contato do ácido clorídrico com a célula 
parietal. 
Dessa forma, é possível perceber o alvo de vários 
medicamentos. Na própria bomba, os fármacos chamados 
“inibidores de bomba” vão inibir a bomba, que é a via final 
para a produção do ácido clorídrico. Exemplos desses 
fármacos são: Omeprazol, Pantoprazol, Lanomeprazol. 
Os antiácidos são medicamentos considerados bases, 
normalmente fracas. Na luz do estômago essas bases 
interagem com o ácido clorídrico formando sal e água, 
diminuindo a acidez estomacal. Exemplos: Sal de frutas, 
Hidróxido de alumínio/magnésio, Bicarbonato de sódio. 
Para eliminar a H. pylori, podem ser usados agentes 
antimicrobianos,como: Bismuto, Metronidazol, 
Tetraciclina, Claritromicina, Amoxicilina. 
Para a proteção estomacal existem: 
✓ Sucralfato: medicamento à base de alumínio, o qual se 
deposita no muco formando uma barreira protetora. 
 
✓ Carbeno-xolona 
Tem fármacos que podem ser antagonistas H2 (inibidores), 
ou seja, vão parar de estimular a via dependente (na célula 
parietal): 
✓ Ranitidina (ANVISA suspendeu alguns lotes por causa 
de contaminação de matéria-prima vinda da Índia). 
 
✓ Cimetidina: precursor da ranitidina. É um 
medicamento velho e ruim, mas é barato. Causa 
galactorreia e ginecomastia e é um potente inibidor da 
Cyp450, o que vai gerar uma série de efeitos colaterais 
e interação com outros medicamentos. 
Além disso, quando tem piora da situação gástrica, têm os 
fármacos AINEs que têm a capacidade de inibir a COCs 1, em 
que vão prejudicar a produção de prostaglandina, 
diminuindo o controle da produção de ácido clorídrico e da 
produção de muco (na célula epitelial superficial). 
INIBIDORES DE BOMBA 
São medicamentos mais potentes para diminuir a produção 
de ácido clorídrico, visto que a bomba de prótons é a via final 
dessa produção. 
O efeito clínico desses medicamentos começa a aparecer em 
5 dias e não deve ser tomado na presença de outros 
alimentos, portanto, absorção é em jejum (principalmente o 
Omeprazol). 
Ao mudar a acidez estomacal, aumentando o pH, vão deixar o 
paciente mais suscetível a infecções, já que o ácido clorídrico 
é uma barreira protetora que será diminuída. 
Não são medicamentos para se usar mais que 14 dias, pois 
impedem a absorção de vários nutrientes (principalmente a 
Vitamina B12) gerando problemas. 
✓ Omeprazol 
✓ Pantoprazol 
✓ Lanoprazol 
 
NEUTRALIZAÇÃO DO HCl 
É uma neutralização química feita por bases fracas (ácido + 
base = sal e água). São os chamados “antiácidos”. 
✓ Hidróxido de magnésio: se tomado em alta 
quantidade se torna laxante (diarreia). 
 
✓ Hidróxido de alumínio: se tomado em alta 
quantidade causa constipação intestinal por uma ação 
adsorvente. 
 
✓ Bicarbonato de sódio (sal de frutas): a longo prazo 
produz mais ácido carbônico, que vai dar origem ao 
carbonato. O H2CO3 tem a capacidade de estimular a 
produção de gastrina, o que vai gerar um ciclo vicioso. 
 
Obs.: refrigerantes também aumentam a produção de 
gastrina e geram um ciclo vicioso. 
 
✓ Misoprostol: foi inventado para ser um protetor 
ácido, mas hoje é proibido porque pode ser abortivo. 
Era um agonista do receptor de prostaglandina, porém 
há muito tempo não se usa mais para melhorar a 
quantidade de prostaglandinas no estômago. 
 
✓ Sucralfato: medicamento composto por alumínio que 
se deposita no muco. Forma uma barreira protetora, 
distanciando o HCl das células parietais. 
 
3 
 
 
 
• Vômito: é desencadeado por uma série de fatores que 
estão correlacionado a eventos, que podem vir inúmeros 
gatilhos da periferia ou do SNC que vão dar a êmese 
(gatilho inicial) para o vômito (evento mecânico). 
 
Toda vez que a Zona de Gatilho dos Quimiorreceptores, 
presente no bulbo, for despolarizada, vai gerar uma 
informação para o Centro Emético, que é a êmese ou o 
vômito. Essa Zona de Gatilho tem vários que receptores 
que quando antagonizados podem hiperpolarizar a ZGQ e 
impedir o vômito. 
 
➢ 5-HT3, D2, M1, CB1 e H1: receptores que podem ser 
antagonizados. 
 
o Antagonistas H1 
 
✓ Dimenidrinato (Dramin): antagoniza o receptor H1 e 
impede a despolarização da ZGQ e, consequentemente, 
o vômito. O problema é a sonolência. 
✓ Cinarizina 
✓ Prometazina 
 
São mais eficazes se administrados no início da náusea. 
Geralmente causam sonolência. 
 
o Antagonistas 5HT3 
 
✓ Ondasetrona (Nausedron, Vonal) 
São muito eficientes, porém causam cefaleia. Ao 
antagonizar o 5HT3, ele deixa livre os outros 
receptores, e isso aumenta a chance da serotonina se 
ligar ao 5HT2. Então existe a interação medicamentosa 
quando os medicamentos serotoninérgicos são 
associados. 
 
o Antagonistas D2 
 
✓ Metoclopramida (Plasil): quando usado em excesso 
pode causar um nível importante de antagonismo D2 
no SNC e produzir síndromes de reação 
extrapiramidal. 
 
✓ Domperidona (Domperidal) 
Esses dois medicamentos têm efeitos no próprio 
estômago, então, conseguem aumentar o fluxo de 
motilidade do TGI alto. Fazendo isso, conseguem 
também ser chamados de prócinéticos, porque 
conseguem diminuir o trânsito do TGI alto e, assim, ir 
esvaziando o estômago. 
Se acontecer de a pessoa permanecer com a êmese, 
pelo menos ela não terá conteúdo gástrico para 
executar o vômito. 
Os problemas são os mesmos relacionados ao 
antagonismo D2. 
o Antagonistas mAch (muscarínicos) 
 
✓ Butilbrometo de escopolamina (Buscopan) 
Agem diminuindo os espasmos. Por antagonizar o 
receptor M3, conseguem diminuir a contração 
muscular e, consequentemente, diminuir a náusea e o 
vômito. 
✓ Bromoprida (Digesan): também tem ação 
antagonista D2, mas seu principal efeito é no 
estômago.Aumenta a motilidade do TGI alto e faz o 
esvaziamento gástrico. Inibe a sensação de 
estufamento e da má digestão, e a chance do vômito 
diminui. Faz contração gástrica e relaxamento do 
esfíncter pilórico. Agonista Colinérgico (iAchE). 
 
o Motilidade do intestino e expulsão das fezes 
 
1. Purgativos/laxativos: causam aumento do volume de 
resíduos não absorvíveis, conseguem aumentar o 
conteúdo de água (osmóticos), alterar a consistência 
(emolientes) e aumentar tanto a motilidade quanto a 
secreção (irritativos). 
Obs.: pessoas que têm constipação intestinal devem 
usar de maneira alternada entre osmótico, emoliente e 
irritativo, porque os irritativos podem irritar a mucosa 
e gerar síndromes inflamatórias no intestino. 
 
✓ Manitol e Hidróxido de magnésio: osmóticos – 
atraem água para a luz do TGI, aumentando o trânsito 
intestinal e produzindo diarreia. 
4 
 
✓ Bisacodil (Lactopurga): é irritativo, irrita a mucosa e 
aumenta tanto a produção de muco quanto o 
peristaltismo. 
 Chá de Sene, Almeida Prado 46 
✓ Óleo mineral e Lactulose: são emolientes e tornam o 
trânsito do TGI mais viável. 
 
2. Aumento da motilidade (mm liso) 
 
3. Antidiarreicos: é preciso descobrir qual é o motivo da 
diarreia, pois se é por um microrganismo, não tem que 
usar antidiarreico, mas sim um antimicrobiano 
adequado. 
 
Para tratar a diarreia de pacientes deve-se manter o 
equilíbrio hidroeletrolítico (água, sais minerais 
açúcar), pois ela causa desidratação, usar agentes 
antiinfecciosos para matar o microrganismo, e em 
casos em que não há microrganismos, deve usar 
agentes antidiarreicos não antimicrobianos. Também 
é importante repor a flora intestinal por meio dos 
Saccharomyces boulardii (Floratil oral) durante a 
diarreia, porque as evacuações eliminam bactérias e 
lactobacilos importantes 
 
✓ Imosec (Loperamida): é um opioide que não tem a 
capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica. 
Apenas age no TGI e interrompe de maneira abrupta o 
trânsito intestinal. 
 
✓ Hidróxido de alumínio: é adsorvente, então começa 
a grudar substâncias que estão presentes na luz do TGI 
juntamente com as moléculas de alumínio, e vai 
formando o bolo fecal. 
 
4. Antiespasmódicos

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