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Fármacos Ansiolíticos e Neurolépticos Farmacologia II Paulo Henrique da Silva Barbosa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Medicina Veterinária Conceitos Tranquilizantes: Medicamentos que causam tranquilização, reduzem a agitação e a hiperatividade. “Sedativos, sedantes, calmantes” Prometazina: Anti histamínico do grupo dos fenotiazínicos Clorpromazina: Ação antipsicótica sem sedação excessiva. (esquizofrenia) Fármacos que tinham esses efeitos sobre essas doenças eram chamados de tranquilizantes maiores. Fármacos que agiam sobre “neuroses” ou seja, quadros menos graves, eram chamados de tranquilizantes menores. Na medicina humana: Tranquilizantes maiores: Antipsicóticos (neurolépticos) Utilizados no tratamento da esquizofrenia Tranquilizantes menores: Ansiolíticos Tratamento de transtornos de ansiedade, sono ou anticonvulsivante Na medicina veterinária: Contenção química, pré-anestesia e alterações de comportamento. O tratamento crônico propicia o aparecimento de vários efeitos adversos, na medicina veterinária essas aplicações são mais agudas, o que diminui um pouco esses efeitos adversos, de forma que a medicina humana se desenvolveu muito mais a busca por medicamentos que possam ser usados de forma crônica com menos efeitos adversos. Fármacos Ansiolíticos Os principais na medicina veterinária são os benzodiazepínicos, na medicina humana porém já caiu muito o uso devido aos efeitos colaterais. As diferenças na estruturas das moléculas influenciam nas propriedades farmacocinéticas e não farmacodinâmicas da droga. Efeitos gerais: - Redução da ansiedade - Relaxamento muscular - Hipinose - Ação anticonvulsivante - Não induzem analgesia - Amnésia anterógrada (só é causada durante o efeito do fármaco) O conceito de efeito adverso de um fármaco é muito relativo porque depende do que você quer para aquele fármaco. Aplicações Clínicas - Sedação: especialmente em animais muito jovens, muito idosos ou criticamente doentes – reduzidos efeitos adversos - Para acalmar pacientes estressados ou impacientes no período pós operatório. - Indução de anestesia geral em combinação com outros agentes (anestésicos dissociativos) – Zolazepam + tiletamina - Diazepam: fármaco de escolha para tratamento do estado espilético - Estímulo do apetite em gatos com anorexia - Indicações específicas para o tratamento do tétano e alívio de espasmos uretrais. Mecanismo de Ação Receptor Gaba A é um receptor inibitório ionotrópico que abre canais de cloreto, permitindo o influxo deste íon. Sua importância fisiológica é que está presente em mais de 90% das sinapses inibitórias, principalmente encefálicas, e sua resposta é extremamente rápida. Os benzodiazepínicos têm u sítio de ligação específico nos receptores Gaba A e o que irão fazer é modular a resposta deste receptor. Quando coloco o Gaba, produz-se uma corrente e essa corrente é derivada da abertura do canal de cloreto. Quando coloca o gaba + benzodiazepínico, tem-se uma corrente maior, ou seja, os benzodiazepínicos tem capacidade de potencializar o gaba. Esse é um efeito bastante específico para o Gaba. Por exemplo, Glutamato ou glicina na presença do benzodiazepínico não observa-se alteração na corrente. O benzodiazepínico muda a frequência de abertura do canal de cloreto. Benzodiazepínico sozinho não tem capacidade de abrir o canal de cloreto. Precisa-se da presença do Gaba para produzir esse efeito. A ação do Gaba é dependente da própria ativação fisiológica. Um indivíduo com convulsão já teria a liberação de Gaba fisiologicamente ativada para tentar compensar aquela hiperatividade anormal, a administração do Gaba seria apenas uma “forcinha” para o mecanismo fisiológico. Benzodiazepínicos: Efeito dose dependente. 1. Ação Ansiolítica: Grande afinidade dos receptores de benzodiazepínicos na amigdala. 2. Ação Sedativa: Atuação na formação reticular – diminuição da atenção. 3. Ação Hipnótica: Ativação de circuitos inibitórios da vigília. 4. Ação Relaxante Muscular: Inibição do neurônio motor alfa na medula espinhal. Modulação da contração muscular no neurônio motor alfa da medula espinhal, não é tão eficiente quanto o bloqueio de receptores nicotínicos. Por isso tem-se um efeito relaxante mais leve. Os receptores Gaba A podem ser diferentes entre si. Ligação dos benzodiazepínicos é dependente da presença da subunidade y2 e a1, a2, a3 ou a5. Essas diferenças tornam possíveis a diminuição dos efeitos adversos a medida em que a inibição de uma dessas subunidades que é responsável cada uma por determinado efeito, ou seja, aumentando a seletividade do fármaco para atuar nas subunidades com efeitos desejados, a quantidade de efeitos indesejáveis diminui. Farmacocinética Absorção - Bem absorvidos pelo trato gastrointestinal. - Absorção irregular pela via intramuscular com risco de formação de precipitados. É uma desvantagem devido ao manejo dificultado em certas espécies de animais como por exemplo o uso de zarabatanas com animais silvestres. - Uso intravenoso – pré anestesia e controle de convulsões. Distribuição - Ampla - Atravessam a barreira hemato encefálica (Lipossolúveis) - Atravessma a barreira placentária - Alta ligação à proteínas plasmáticas - Pode ocorrer acúmulo gradual em tecido adiposo Biotransformação e Eliminação Reações de dealquilação e hidroxilação com posterior conjugação com ácido flicurônico e eliminação pela urina (não deu muita importância a isso) Muito formam metabólitos ativos. Podem ser classificados de acordo com o tempo de duração do efeito. Efeitos Adversos Efeitos tóxicos decorrentes da superdosagem aguda - Relativamente seguros - Na superdosagem induzem sono prolongado sem depressão grave da respiração ou da função cardiovascular. - Antagonista: Flumazenil Efeitos adversos que ocorrem durante o uso terapêutico normal: sonolência, ataxia e amnésia, excitação paradoxal. Tolerância e dependência. Antagonista e Agonistas Inversos Agonistas inversos são os fármacos que quando colocados na presença do benzodiazepínico diminuía a frequência de abertura do canais de cloreto. Os antagonistas são aqueles que seu efeito é como se não tivesse tomado nada. Buspirona - Ansitec, buspar Transtornos comportamentais: medos crônicos, fobias, comportamentos agressivos e estereotipado. Mecanismo de ação: Agonista 5-HT1A Basicamente as aplicações que tinham da Buspirona foram trocadas por outros fármacos que tinham um maior espectro de atuação como os antidepressivos, inibidores eletivos da receptação de serotonina. Enquanto os benzodiazepínicos agem no Gaba A, a Buspirona age no sistema modulatório serotoninérgico favorecendo a liberação de serotonina. Uma das formas do neurônio de controlar a liberação de Serotonina, ele manda um sinal para o seu próprio corpo que tem receptores como o 5HT1A em que a serotonina ativa e diminui a frequência de disparo do neurônio. A buspirona ativa esse receptor e a ativação constante dessensibiliza o receptor e com isso aumenta a liberação de serotonina a longo prazo. (Prova? Talvez sim, talvez não, talvez talvez). Neurolépticos Principais são derivados de Fenotiazínicos (Acepran). Compostos Butirofenônicos também. Efeitos Gerais: - Sedação - Redução da Agressividad - Efeito anti-emético - não induzem analgesia - Aumento do tônus muscular - Redução do limiar convulsivo - Ação antipsicóticas Aplicações Clínicas - Facilitar o manuseio ou contenção de animais - Pré medicação anestésica - Redução de medo agressividade em suínos recém misturados (azeperona)- Neuroleptoanalgesia (droperidol + fentanil): Neuroléptico + analgésico. Mecanismo de Ação São antagonistas de receptor dopaminérgico D2. Existem 4 vias dopaminérgicas: Via nigroestriada, via túbero-hipofisial, via mesocortical, via mesolímbica. A via mesolímbica acaba modulando comportamentos de ansiedade, medo. Efeitos sobre comportamento são mediados pelo bloqueio de recptor D2 nessa via. Farmacocinética Absorção - Absorvidas pelo TGI - Absorvidas pela via Intra Muscular Distribuição: Ampla Efeitos Adversos Relativamente seguros. Efeitos extrapiramidais (efeitos sobre a via nigro estriadal) e endócrinos pouco importantes na medicina veterinária. Hipotensão Redução do limiar convulsivo Priapismo ou prolapso peniano (acepromazina em equinos). Efeitos adversos que ocorrem durante o uso terapêutico normal: Sonolência, apatia e excitação paradoxal.
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