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Organização Internacional

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PONTO 7 
Organização Internacional é entendida como a associação de sujeitos de Direito Internacional, entenda-se, constituída por Estados (embora tal concepção esteja lentamente sendo reformada nos dias atuais). Possuem como finalidade buscar os interesses comuns de seus integrantes por meio da cooperação recíproca, sendo tal ideal de cooperação cada vez mais fundamental na política internacional moderna. Sendo assim, as Organizações Internacionais são um fenômeno decorrente do incremento dos contatos entre as mais diversas nações.
Tais elementos atuam destacadamente no cenário global, com origem na plena vontade de Estados Soberanos, ligando assim sua atuação ao desejo manifestado pelos seus integrantes, sempre buscando objetivos que são comuns a estes mesmos componentes.
Pode-se citar como objetivos mais comuns das Organizações Internacionais a obtenção ou manutenção da paz, desenvolvimento ou cooperação no âmbito econômico, estrutural e social, resolução de conflitos armados, entre outras questões similares.
São as organizações entendidas por boa parte da doutrina de Direito Internacional atual também como sujeitos de Direito Internacional, ao lado dos Estados. Prova de tal aceitação é a elaboração da Convenção de Viena de 1986, tratando exclusivamente da regulamentação dos tratados internacionais entre Estados independentes e Organizações Internacionais ou entre duas Organizações Internacionais. São reconhecidamente dotadas de personalidade jurídica, dotadas de direitos e obrigações no âmbito internacional, antes qualidade exclusiva dos Estados soberanos.
A partir do tratado constitutivo de uma determinada organização, teremos acesso aos objetivos a serem alcançados por esta, além dos instrumentos de que esta se utilizará para o cumprimento de suas metas. Assim, é por meio da análise de tal documento que podemos fazer uma distinção entre as várias organizações internacionais que estão sendo criadas a todo momento.
Uma comum distinção entre os vários tipos de organizações é assim racionalizada:
Intergovernamentais (os objetivos podem ser específicos ou generalizados)
a) globais:
ONU (Organização das Nações Unidas) - objetivo generalizado
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) - objetivo específico, busca a cooperação
b) regionais:
OEA (Organização dos Estados Americanos) - objetivo generalizado
Não-governamentais
Greenpeace (organização destinada à divulgação da política de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável) - objetivo específico
Há ainda quatro linhas fundamentais distintas nas quais se podem dividir os objetivos e o campo de atuação das organizações, que são:
aproximação de posições entre países-membros;
adoção de normas comuns de comportamento dos países membros;
previsão de ação operacional em casos de urgência na solução de crises de âmbito nacional ou internacional, originadas de conflitos internacionais, guerra civil, catástrofes e pesquisa conjunta em áreas específicas de interesse dos Estados-partes;
prestação de serviços, sobretudo de cooperação econômica aos países membros.
UNESCO: cooperação entre os Países de modo a favorecer o conhecimento e a compreensão mútua entre as Nações e impulsionar a educação popular e difundir a cultura e o saber. Foi criada em 1945 pela Conferência de Londres e tem como objetivo contribuir para a paz através da educação, da ciência e da cultura. Visa eliminar o analfabetismo e melhorar o ensino básico, além de promover publicações de livros e revistas, e realizar debates científicos. Desde 1960, atua também na preservação e restauração de espaços de valor cultural e histórico.
Por sua vez, no que concerne ao critério da composição, as Organizações se classificam da seguinte forma: as de vocação universal e as de caráter regional. Estas restringem a participação a um número limitado de Países que reúnam determinadas condições preestabelecidas de natureza geográfica, econômica, política, etc., tais como a OEA e o MERCOSUL. Aquelas estão abertas, potencialmente, à participação de todos os Países do mundo, a exemplo da ONU.
ONU - Organização das Nações Unidas Foi criada pelos países vencedores da Segunda Guerra Mundial e tem como principal objetivo manter a paz e a segurança internacionais. Proíbe o uso unilateral da força, prevendo contudo sua utilização - individual ou coletiva - para defender o interesse comum dos seus países-membros. Seu principal objetivo é manter a segurança internacional e pode intervir nos conflitos não só para restaurar a paz, mas também para prevenir possíveis enfrentamentos. Também incentiva as relações amistosas entre seus membros e a cooperação internacional. 
OEA - Organização dos Estados Americanos Criada em 1948, com sede em Washington (EUA), seus membros são as 35 nações independentes do continente americano. Seu objetivo é o de fortalecer a cooperação, garantir a paz e a segurança na América e promover a democracia.
AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS
As organizações internacionais são sujeitos secundários do Direito Internacional Público, isso significa que, segundo Soares (2002), são entidades criadas a partir da vontade de Estados, para defender seus interesses, e só então adquirem personalidade jurídica derivada dos mesmos.
Para Del’olmo (2006) as organizações internacionais, são interestatais ou intergovernamentais, desta forma necessitam da criação por Estados e por meio de Tratados.
Bregalda (2009) diz que os organismos internacionais, que surgiram em meados do século XX, são pessoas ou grupos criados pelos próprios sujeitos de direito internacional, reconhecendo-os como pessoas internacionais, com capacidade de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional.
Mazzuoli define as organizações como:
Assim, também podem ser considerados sujeitos do Direito Internacional Público, na atualidade, além dos Estados soberanos, as organizações internacionais intergovernamentais (v. G., as Nações Unidas, que têm capacidade jurídica para celebrar tratados de caráter obrigatório, regidos pelo Direito Internacional, com os Estados e com outros organismos internacionais), bem como os indivíduos, embora o campo de atuação destes últimos seja mais limitado, sem, contudo, perder ou restar diminuída sua importância. (MAZZUOLI, 2011, p. 66)
Desta forma é possível notar que diferentes autores definem as organizações internacionais como dependentes da criação por meio dos Estados para só então passar a ter o direito a exercer papel de personalidade internacional, e serem reconhecidas para então negociar tratados e defenderem seus interesses.
Características das Organizações Internacionais
Para a criação de uma organização Internacional, é necessário a elaboração de um tratado de criação para então passarem a ter personalidade internacional independentemente de seus membros. Conforme Mazzuoli cita no trecho:
Os tratados internacionais são incontestavelmente, a principal e mais concreta fonte do Direito Internacional Público na atualidade não apenas em relação à segurança e estabilidade que trazem nas relações internacionais, mas também porque tornam o direito das gentes mais representativo e autêntico a, medida em que se substanciam na vontade livre e conjugada dos Estados e das Organizações Internacionais, sem a qual não subsistiriam. (MAZZUOLI, 2011, p. 114)
Ainda segundo o autor, as organizações internacionais devem possuir um estatuto interno, órgãos internos e funcionarem na forma estabelecida pelo tratado de criação, desta forma, passíveis de responsabilidade internacional.
Segundo Silva (2008) toda organização internacional, para ser considerada como tal, deve apresentar no mínimo, uma Assembleia Geral e Secretariado Permanente. Outras características completam a definição das organizações:
Ordenamento Jurídico Próprio – As Organizações têm um ordenamento jurídico próprio.
Personalidade Jurídica de Direito Internacional Público – As Organizações podem celebrar tratado em nome próprio, por meio deseus representantes.
Existência de órgãos próprios e permanentes – Para a Organização funcionar deve ter uma estrutura administrativa, no entanto geralmente as Organizações têm pelo menos três órgãos:
Conselho: Funciona como órgão executivo, onde as decisões mais importantes são feitas;
Assembleia: Todos os membros participantes da Organização participam;
Secretaria: órgão que organiza as reuniões, o arquivo, faz o funcionamento burocrático.
Poderes próprios – A Organização deve ter poderes para agir, poder está submetida ao critério da soma zero (para um ganhar o outro deve perder), desta forma os Estados devem abrir mão da Soberania para a Organização ganhar poder.
Sede própria – Ainda não existe alguma Organização exclusivamente virtual, toda Organização tem seu prédio próprio.
Qualquer Estado pode se tornar membro de uma organização internacional uma vez que esteja dentro dos objetivos da mesma. Caso o objetivo de uma organização seja destinado a membros da região europeia, por exemplo, o Brasil não poderá participar.
É o que ocorre no caso da OTAN, o Brasil não pode se tornar membro, pois ela se destina aos países banhados pelo Atlântico Norte. (SILVA, 2008)
No que diz respeito à autonomia, segundo Bregalda (2009) decorre do reconhecimento da personalidade jurídica internacional das organizações internacionais, possui ordem jurídica própria, determinando como cada um dos órgãos irá executar suas atividades.
As organizações internacionais têm o direito de legação, ou seja, envio e recebimento de representantes e agentes diplomáticos independentes dos Estados membros. (MAZZUOLI, 2011)
Embora o seu orçamento dependa da contribuição dos Estados pertencentes à organização internacional possui independência para decidir como irá utilizar seus recursos financeiros, mediante procedimentos próprios e comprovação de finalidade. (MAZZUOLI, 2011, p. 114)
Este trabalho irá estudar três organizações Internacionais: Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).

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