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1 Curso: Engenharia Ambiental Disciplina: Química Geral TÓPICO 2 – Ligações Químicas e Estrutura Molecular Profª. Drª. Elisandra Scapin 2 Ligações Químicas Ligação química é a junção de dois ou mais átomos. Forma-se uma ligação química entre dois átomos se o arranjo resultante dos dois núcleos e seus elétrons tem menos energia do que a energia total dos átomos separados. 3 Ligação iônica: o abaixamento de energia pode ser obtido pela transferência completa de um ou mais elétrons de um átomo para outro, formando íons e o composto mantén-se unido pela atração eletrostática entre os íons. Ex.: NaCl Ligação covalente: a diminuição de energia é atingida pelo compartilhamento de elétrons. Ex.: NH3, o gás formado por moléculas de NH3 tem energia mais baixa do que um gás formado pelo mesmo número de átomos de N e H. 4 Ligação metálica: cátions em grande número são mantidos juntos por um grande número de elétrons. Ex.: pedaço de cobre - formado por um conjunto de íons mantidos juntos por um mar de elétrons, onde cada um vem de um átomo da amostra. As mudanças de energia que respondem pela formação de ligações ocorrem quando os elétrons de valência dos átomos – os elétrons da camada mais externa – mudam de posição. 5 Ligação iônica metal + Não-metal Ligação Covalente não-metal + não-metal Ligação metálica metal + metal 6 LIGAÇÕES IÔNICAS A ligação iônica ocorre entre cátions e ânions. É caracterizada pela existência de forte atração eletrostática entre os íons de cargas opostas. A ligação iônica ocorre entre elementos que apresentam tendências opostas - um dos átomos da ligação possui tendência de perder elétrons e o outro de receber elétrons. - átomos que perdem elétrons: metais das famílias IA, IIA e IIIA - baixa energia de ionização. - átomos que recebem elétrons: ametais das famílias VA, VIA e VIIA. Alta afinidade eletrônica. 7 Ex.: o cristal de NaCl tem energia menor do que um gás de átomos de Na e Cl separados. A formação do sólido ocorre em três etapas: 1. Os átomos de Na liberam é 2. Os é se ligam aos átomos de Cl 3. Os íons resultantes agrupam-se como um cristal. 8 A afinidade eletrônica do Cl = +349kJ.mol-1 – logo +349kJ.mol-1 de energia são liberados quando elétrons se ligam aos átomos de Cl par formar os ânions: O balanço de mudança de energia é: 494 – 349 = +145 Cl(g) + e-(g) Cl-(g) energia liberada = 349kJ.mol -1 Na – [Ne]3s1 – o átomo de Na deve formar um íon +1. A energia de ionização do Na = 494 kJ.mol-1 – é preciso fornecer esta quantidade de energia para formar o cátion Na+. Na(g) Na+(g) + e- Energia necessária (EI): 494 kJ.mol-1 não há razão para se formar NaCl. 9 A contribuição que falta é a forte atração eletrostática entre os íons de cargas opostas no sólido. Quando os íons Na+ o e Cl- se unem para formar um sólido cristalino, a atração mútua libera uma grande quantidade de energia. 145 – 787 = -642 kJ.mol-1 – há um decréscimo de energia energia liberada = 787kJ.mol-1Na +(g) + Cl-(g) NaCl(g) A energia reticular é a energia necessária para separar completamente os íons uns dos outros em um mol de um composto sólido para formar uma nuvem de íons gasosos! A reação é violentamente exotérmica. 10 Ciclo de Born Haber para o NaCl 2Na(s) + Cl2(g) → 2NaCl(s) • Sublime Na: ΔHsub = 107.8 kJ/mol Ionize Na: IE1 = 495.4 kJ/mol Break Cl bond: ½( DCl-Cl) = 121.3 kJ/mol Ionize Cl: EA = -348.8 kJ/mol Form bond: -U = -787 kJ/mol 11 12 Para qualquer composto iônico, a principal influência na estabilização é a energia reticular que, quando é liberada, é grande o suficiente para superar a energia líquida inicial necessária para formar os íons a partir de seus elementos. Composto Íons Energia Reticular (kJ.mol-1) 13 O sólido iônico não se mantém junto por ligações entre pares específicos de íons: -Todos os cátions interagem mais ou menos com todos os ânions; - todos os cátions repelem-se uns aos outros e todos os ânions repelem-se uns aos outros. A ligação iônica é uma característica de um cristal como um todo e o abaixamento líquido de energia leva em conta todo o cristal. A energia realmente abaixa se a atração entre os íons é maior do que a energia necessária para fazê-los. 14 A principal contribuição energética é a energia de ionização do elemento que fornece o cátion. Os metais tem energias de ionização suficientemente baixas para que a formação de cátions monoatômicos seja energeticamente favorável. Os metais podem perder seus elétrons de valência cátions. Os não-metais acomodam os elétrons na sua camada de valência ânions. 15 Um sólido iônico é um conjunto de cátions e ânions empacotados em um arranjo regular. Os sólidos iônicos são um exemplo de sólidos cristalinos. A existência do retículo iônico determina as principais características dos compostos iônicos: a) Como apresentam forma definida, são sólidos nas condições ambientes. 16 c) Apresentam condutibilidade elétrica quando dissolvidos em água ou quando puros no estado líquido (fundidos), devido à existência de íons com liberdade de movimento. b) Os compostos iônicos apresentam elevadas temp. de fusão e temp. de ebulição. 17 d) A interação coulombiana entre os íons em um sólido é grande quando os íons são pequenos e tem carga alta. e) Seu melhor solvente é a água. f) Quando submetidos a impacto, quebram facilmente, produzindo faces planas duros e quebradiços. Esta sequência de imagens mostra que os sólidos iônicos são quebradiços: 18 Configurações eletrônicas de íons Quando um átomo de um metal do bloco s forma um cátion, ele perde é até atingir a configuração eletrônica de um gás nobre. 11Na (1s 22s22p63s1) 11Na + (1s22s22p6) + é 12Mg(1s 22s22p63s2) 12Mg 2+ (1s22s22p6) + 2é 13Al(1s 22s22p63s23p1) 13Al 3+ (1s22s22p6) + 3é 19 Embora o Al e o In estejam ambos no Grupo IIIA: - Al forma íons Al3+ - In forma íons In3+ e In+. Efeito do par inerte - tendência de formar íons com carga 2 unidades mais baixa do que o esperado pelo número do grupo. O efeito do par inerte é devido, em parte, às energias relativas dos elétrons de valência s e p. In3+ In+ Sn2+ Sn4+ 20 21 O Sn (Grupo IVA) - forma óxido de Sn(IV) quando aquecido ao ar. O Pb, mais pesado, perde somente seus 2é p e forma óxido de Pb(II). In3+ In+ Sn2+ Sn4+ 22 A partir do 3º período da Tabela Periódica, os é de valência s têm energia muito baixa por causa de sua boa penetração e da baixa capacidade de blindagem dos elétrons d. Assim os é de valência s podem permanecer ligados ao átomo durante a formação do íon. O efeito do par inerte é mais pronunciado nos átomos pesados do bloco p, onde a diferença de energia entre os elétrons s e p é maior . 23 Quando os metais que estão à esquerda do bloco p, no 4º período, perdem seus e- s e p, eles expõem uma subcamada completa adicional de e-d. Ex.: Ga : [Ar] 4s2 3d104p1 Ga+ : [Ar]4s2 3d10 Ga3+ : [Ar] 3d10 Os elétrons d estão mais firmemente ligados ao núcleo e na maior parte dos casos não podem ser perdidos. No bloco d, as energias dos orbitais (n-1)d ficam abaixo das dos orbitais ns. Importante: quando os metais de transição formam cátions, os é s são perdidos primeiro, seguindo-se um número variável de (n-1)d. 24 Cátions: os elétrons são removidos do orbital com o maior número quântico principal, n: 25Mn ([Ar]4s 23d5) 25Mn 2+ ([Ar]3d5) + 2é Ex.: 26Fe ([Ar] 4s 23d6) → 26Fe 2+ ([Ar]3d6) 26Fe ([Ar] 4s 23d6) → 26Fe 3+ ([Ar]3d5) 25 Os não-metais raramente perdem é em reações químicas – E.I. são muito altas. Mas, podem adquirir é para completar sua camada de valência e completar o octeto. Ânions: os elétrons são adicionados ao orbital com o mais baixo valor de n disponível: F (1s2 2s2 2p5) → F- (1s2 2s2 2p6) 26 Metais Não-Metais Metal – baixa energia de ionização – perde um ou dois elétrons de valência Não-metal – Afinidade eletrônica altamente negativa - ganha elétrons 27 Símbolos de Lewis: A estrutura de Lewis de um composto iônico consiste na combinação entre estruturas de Lewis dos íons individuais. Ex.: Na2O Na O Na 2Na+[ O ] 2- 28 LIGAÇÃO COVALENTE • Quando átomos similares se ligam, eles compartilham pares de elétrons para que cada um atinja o octeto. 2. À medida que os átomos se aproximam, eles começam a interagir e a energia potencial diminui. As interações atrativas diminuem a energia potencial. 1. Quando afastados, os átomos não interagem entre si – a energia potencial é zero. 3. Quando os átomos atingem uma separação ótima, existe um compartilhamento de elétrons entre os dois núcleos. Essa distância (distância de ligação) diminui a energia potencial. Energia de ligação: quantidade pela qual a energia é diminuída pela interação 4. Quando os átomos são empurrados para muito próximos os núcleos começam a se repelir. Como consequência existe um aumento significativo na energia potencial. 29 À medida que dois núcleos se aproximam, seus orbitais atômicos se superpõem. À medida que a superposição aumenta, a energia de interação diminui. A uma determinada distância, a energia mínima é alcançada - corresponde à distância de ligação. Quando os dois átomos ficam mais próximos, seus núcleos começam a se repelir e a energia aumenta. À distância de ligação, as forças de atração entre os núcleos e os elétrons equilibram exatamente as forças repulsivas. 30 Estruturas de Lewis As ligações covalentes podem ser representadas pelos símbolos de Lewis dos elementos: Nas estruturas de Lewis, cada par de elétrons em uma ligação é representado por uma única linha: 31 Ligações múltiplas: 32 A distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de pares de elétrons compartilhados aumenta. Para escrever a estrutura de Lewis é necessário saber que átomos estão ligados entre si na molécula. Para saber qual o átomo central observa-se o elemento com mais baixa energia de ionização. Outra forma de prever a estrutura é arranjar os átomos simetricamente em torno do átomo central. Ex.: SO2 é OSO e não SOO Exceção: N2O é NNO 33 As fórmulas químicas simples tem o átomo central escrito primeiro. Ex.: OF2 tem arranjo FOF Excessão: H2O é HOH H2S é HSH Íons poliatômicos como o NH4 + e o SO4 - são mantidos juntos por ligações covalentes. Cada átomo contribui com um número de elétrons igual ao número de elétrons da camada de valência. CO2 ClO4 34 EX.: HNO3 35 O cátion é o ânion tem de ser tratados separados pois eles são íons separados – não se ligam por pares compartilhados. Ex.: (NH4)2SO4 Ex.: Uréia , (NH2)2CO 36 É Preciso aprender a desenhar as Estruturas de Lewis Como escrever estruturas de Lewis para espécies poliatômicas: 37 12 pares 16 pares 8 pares 38 CARGA FORMAL A carga formal é a carga que um átomo teria em uma molécula se todos os outros átomos tivessem a mesma eletronegatividade. É possível desenhar mais de uma estrutura de Lewis obedecendo-se a regra do octeto para todos os átomos. Para determinar qual estrutura é mais razoável, usamos a carga formal. 39 Para calcular a carga formal: 1. Todos os elétrons não compartilhados (não-ligantes) são atribuídos ao átomo no qual estão localizados. 2. Metade dos elétrons ligantes é atribuída a cada átomo em uma ligação. A carga formal é: Nº de é de valência – (o nº de ligações + nº de é não compartilhados) 40 Calcule as cargas formais para o íon cianeto (CN-): •Para o C: Elétrons de valência: 4 (pela tabela periódica). Pela estrutura de Lewis: 5 elétrons (2+3). Carga formal: 4 – (2 +3)= -1. •Para o N: Élétrons de valência: 5. Pela estrutura de Lewis: 5 elétrons. Carga formal = 5 – (2+3) = 0. C N Soma das cargas formais: -1 + 0 = -1 41 Ex.: H2SO4 42 1 – (1-0) = 0 -1 43 Comparando as duas possíveis estruturas: 44 A estrutura mais estável tem: 1) a carga formal mais baixa em cada átomo, 2) a carga formal mais negativa nos átomos mais eletronegativos. Exemplo: O íon cianato (NCO-) tem três estruturas de Lewis possíveis. Desenhe três estruturas de Lewis e atribua as cargas formais aos átomos em cada estrutura. Qual a estrutura de Lewis Preferida? -2 0 +1 -1 0 0 0 0 -1 N = 5 -(6 +1) = -2 C = 4 - (4) = 0 O = 6 - (2 + 3) = +1 N C O[ ] - N C O[ ] - N C O[ ] - N = 5 -(4 +2) = -1 C = 4 - (4) = 0 O = 6 - (4 + 2) = 0 N = 5 -(2 +3) = 0 C = 4 - (4) = 0 O = 6 - (6 + 1) = -1 45 Exceções À Regra Do Octeto O C, N e F obedecem rigosamente à regra do octeto, desde que existam elétrons disponíveis em número suficiente. Átomos como o P, S, Cl e outros não metais do 3º período e seguintes podem acomodar mais de 8 elétrons na camada de valência. Expansão da Camada de Valência A regra diz que os é tendem a preencher a camada externa para atingir a configuração de um gás nobre – ns2 np6. 46 Quando o átomo central tem orbitais d vazios, ele pode acomodar 10, 12 ou mais “é” - expansão da camada de valência. Somente os átomos do 3º período em diante podem ter octetos expandidos. Os orbitais d são baixos o suficiente em energia para participarem de ligações e receberem densidade eletrônica extra. Ex.: PCl5 - composto hipervalente P Cl ClCl P Cl ClCl ClCl Tricloreto de fósforo Houve expansão da camada de valência do átomo de fósforo - possui 10 é. Exemplo: no PF5, a configuração eletrônica do átomo de P é (Ne) 3s2, 3px 1, 3py 1 e 3pz 1, e este dispõe, ainda, de 5 orbitais 3d vazios no nível de valência. 47 Como as diferenças de energia, (neste caso), entre os orbitais 3s, 3p e 3d são pequenas, pode haver promoção de um elétron do orbital 3s para o 3d sem aumento significativo de energia, possibilitado a formação de cinco orbitais híbridos do tipo sp3d. 48 Tetrafluoreto de enxofre Deficiência em elétrons Relativamente raro. As moléculas com menos de um octeto são típicas para compostos dos Grupos1A, 2A, e 3A. Ex.:BF3 e BCl3. B FF F 49 Estruturas de ressonância Algumas moléculas não são bem representadas por uma única estrutura de Lewis. As estruturas com ligações múltiplas podem ter estruturas similares às ligações múltiplas entre diferentes pares de átomos. Exemplo: NO3 - - íon nitrato, usado na forma de KNO3 em adubos e fertilizantes. 50 As três estruturas de Lewis são válidas e tem a mesma energia. Deveríamos esperar que a ligação dupla fosse mais curta do que as ligações simples em todas as estruturas, porém todas as ligações são iguais. Como as três ligações são idênticas, o íon nitrato é representado pela fusão das três estruturas de Lewis, com cada ligação tendo propriedades intermediárias entre uma simples e uma dupla. 51 Esta fusão de estruturas é chamada de ressonância e a estrutura resultante da fusão - híbrido de ressonância. O3 tem duas ligações idênticas, ao passo que a estrutura de Lewis requer uma simples (mais longa) e uma ligação dupla (mais curta). O O O O O O 52 Exemplo: CO3 2- - íon carbonato, 53 A estrutura de ressonância tem duas ligações idênticas de caráter intermediário. Exemplos comuns: O3, NO3 -, SO4 2-, NO2 , CO2 - e benzeno. Ex.: benzeno A estrutura experimental do benzeno mostra que todas as ligações C-C têm o mesmo comprimento. Da mesma forma, sua estrutura mostra que o benzeno é plano. 54 Polaridade Das Ligações Existem algumas ligações covalentes nas quais os elétrons estão localizados mais próximos a um átomo do que a outro. O compartilhamento desigual de elétrons resulta em ligações polares. 55 A diferença na eletronegatividade entre dois átomos é uma medida da polaridade de ligação. A eletronegatividade aumenta ao logo de um período e ao subirmos em um grupo. 56 A polaridade de uma molécula depende da polaridade das ligações e também da geometria molecular. Em moléculas simétricas os momentos de dipolo se cancelam: 57 Polar 58 59 a) b) Sem Dipolo Resultante 60 61 A energia necessária para quebrar uma ligação covalente é denominada entalpia de dissociação de ligação, D. Cl2(g) 2Cl(g). Quando mais de uma ligação é quebrada: CH4(g) C(g) + 4H(g) H = 1660 kJ A entalpia de ligação é uma fração do H para a reação de atomização: D(C-H) = ¼ H = ¼(1660 kJ) = 415 kJ A energia de ligação cresce quando a multiplicidade da ligação aumenta. Decresce quando aumenta o número de pares isolados em átomos vizinhos e decresce com o aumento do raio atômico. FORÇAS DAS LIGAÇÕES COVALENTES 62 63 64 Entalpias de ligação e entalpias de reação A entalpia da reação é dada pela soma das entalpias de ligações quebradas menos a soma das entalpias das ligações formadas. Ex.: CH4(g) + Cl2(g) CH3Cl(g) + HCl(g) H = ? - Ligações quebradas: uma C-H e uma Cl-Cl - Ligações formadas: uma C-Cl e uma H-Cl. A reação como um todo é exotérmica as ligações formadas são mais fortes do que as ligações quebradas. 65 Quando o número de ligações entre os átomos aumenta, mais próximos eles estão e são mais firmemente unidos. 66 Exercícios: 1. Estime o H para seguinte reação: 2. O fosfogênio, substância usada em gás venenoso de combate na Primeira Guerra Mundial, foi primeiro preparado pela ação da luz do sol em uma mistura de gases monóxido de carbono cloro. O fosfogênio tem a seguinte composição elementar:12,14% de C, 16,17% de O e 71,69% de Cl em massa. Sua massa molar é 98,9g/mol. a) Determine a fórmula molecular deste composto b) Desenhe três estruturas de Lewis para a molécula que satisfaça a regra do octeto de cada átomo. c) Usando as cargas formais, determine qual estrutura de Lewis é mais importante. d) Usando as entalpias de ligação, estime o valor de H para formação do fosfogênio a partir de CO e Cl2. C H H H C H H H + 7/2O2 CO O + O HH2 3 67 Orbitais híbridos e Arranjos das Moléculas As estruturas de Lewis fornecem a conectividade atômica. A forma espacial de uma molécula é determinada por seus ângulos de ligação. Ex.: CCl4 - verifica-se que todos os ângulos de ligação Cl-C-Cl são de 109,5. •Conseqüentemente, a molécula não pode ser plana. •Todos os átomos de Cl estão localizados nos vértices de um tetraedro com o C no seu centro 68 69 As Moléculas são Tridimensionais com Formas que São Construídas a Partir de 5 Arranjos Básicos Molécula Trigonal Plana Molécula Linear Molécula Tetraédrica Molécula Trigonal Bipiramidal Molécula Octaédrica 70 Para prevermos a forma molecular, supomos que os elétrons de valência se repelem e, conseqüentemente, a molécula assume qualquer geometria 3D que minimize essa repulsão. Denominamos este processo de teoria de Repulsão do Par de Elétrons no Nível de Valência (RPENV ou VESPR). As Formas Moleculares são Previstas por meio da Teoria do Modelo RPECV (Repulsão do par eletrônico da Camada de Valência) 71 Teoria VESPR : a estrutura é mais estável quando as regiões de alta densidade de elétrons no átomo central estão o mais distante possível. 72 Ex.: Existem formas simples para as moléculas AB2 e AB3. Note que: - para nomear a fórmula molecular considera-se apenas a posição dos átomos, ignorando os pares de elétrons isolados. - Não existe distinção entre ligações simples ou múltiplas. 73 Existem cinco geometrias fundamentais para a forma molecular: Ex.: BeCl2 BF3 CH4 Ex.: PCl5 SF6 74 Ao considerarmos a geometria ao redor do átomo central, consideramos todos os elétrons (pares solitários e pares ligantes). Quando damos nome à geometria molecular, focalizamos somente na posição dos átomos. 75 Para se determinar a forma de uma molécula, fazemos a distinção entre pares de elétrons não-ligantes e pares ligantes. Definimos o arranjo eletrônico pelas posições no espaço 3D de TODOS os pares de elétrons (ligantes ou não ligantes). Os elétrons assumem um arranjo no espaço para minimizar a repulsão é-é. Ignoramos os pares solitários na geometria molecular. Os átomos que têm expansão de octeto têm arranjos AB5 (de bipirâmide trigonal) ou AB6 (octaédricos). 76 Todos os átomos que obedecem a regra do octeto têm arranjos tetraédricos. Os ângulos de ligação diminuem quando o número de pares de elétrons não-ligantes aumenta. Os elétrons nas ligações múltiplas se repelem mais do que os elétrons nas ligações simples. C O Cl Cl 111.4o 124.3o 77 Para determinar o arranjo: •Desenhe a estrutura de Lewis, •conte o número total de pares de elétrons ao redor do átomo central, •ordene os pares de elétrons em uma das geometrias para minimizar a repulsão e--e- . Conte as ligações múltiplas um par de ligação. 78 AX2 AX3 AX2E 79 AX3E AX4 AX2E2 80 AX5 AX4E AX3E2 81 AX2E3 82 AX6 AX4E2 AX5E 83 As estruturas de Lewis e o modelo RPENV não explicam porque uma ligação se forma. A teoria de ligação de valência Explica a ligação como uma sobreposição de Orbitais Atômicos As ligações se formam quando os orbitais nos átomos sesuperpõem. Existem 2é de spins contrários na superposição de orbitais. Os orbitais atômicos podem se misturar ou se hibridizar para adotarem uma geometria adequada para a ligação. Ligação covalente e Superposição de orbitais - Orbitais híbridos sp, sp2 e sp3 84 A hibridização é determinada pelo arranjo. Ex.: BeF2 Não existem é desemparelhados disponíveis para ligações. Be : 1s22s2 Assim: os orbitais atômicos não são adequados para descreverem os orbitais nas moléculas. O ângulo de ligação F-Be-F é de 180° (teoria de RPENV). 85 Sabemos que: 1é do Be é compartilhado com cada um dos elétrons desemparelhados do F. Be : 1s22s2 F: 1s22s22p5 Poderíamos promover um elétron do orbital 2s no Be para o orbital 2p para obtermos dois elétrons desemparelhados para a ligação. Sabemos a geometria admitindo que: 86 87 88 89 90 Importante: quando misturamos n orbitais atômicos, devemos obter n orbitais híbridos. Os orbitais híbridos sp2 são formados com 1 orbital s e 2 orbitais p. Todas as moléculas com arranjos trigonais planos têm orbitais sp2 no átomo central. 91 Os orbitais híbridos sp3 são formados a partir de 1 orbital s e 3 orbitais p. Assim: há 4 lóbulos grandes e cada lóbulo aponta em direção ao vértice de um tetraedro. Todas as moléculas com arranjos tetraédricos são hibridizadas sp3. 92 A Teoria de ligação de Valência pode Explicar os Ângulos de Ligação 93 Carbono no estado fundamental Ligação sp3 no C: Carbono no estado Excitado Orbitais híbridos do carbono Estado hibridizado sp3 94 95 96 Expansão da Camada de Valência 97 Expansão da Camada de Valência Gangorra 98 Ligações Múltiplas: Ligações : a densidade eletrônica encontra-se no eixo entre os núcleos - as ligações simples. Ligações : a densidade eletrônica encontra-se acima e abaixo do plano dos núcleos. - Uma ligação dupla: - Uma ligação tripla: Normalmente, os orbitais p envolvidos nas ligações vêm de orbitais não-hibridizados. 99 Ex.: O etileno, C2H4 Carbono no estado fundamental Carbono no estado Excitado Orbitais híbridos do carbono Orbital 2p sem hibridizar 100 101 São 3 ligações e uma ligação π no eteno. 102 103 Orbitais híbridos do carbono Orbitais 2p sem hibridizar Ex.: acetileno (etino), C2H2: •Os átomos de C são hibridizados sp; •os orbitais híbridos sp formam as ligações C-C e C-H; •há 2 orbitais p não-hibridizados; 104 •uma ligação está acima e abaixo do plano dos núcleos; •uma ligação está à frente e atrás do plano dos núcleos. • ambos orbitais p não- hibridizados formam as 2 ligações 105 106 MX2 sp Linear MX3 sp2 Plana Triangular MX2E sp2 Angular MX4 sp3 Tetraédrica MX3E sp3 Trigonal Piramidal MX2E2 sp3 Angular 107 MX3 sp3d Tetraédrica MX4E sp3d Gangorra MX2E2 sp3d T MX2E3 sp3d Linear MX6 sp3d2 Octaédrica MX3E sp 3d2 Piramidal quadrada MX2E2 sp 3d2 Planar Quadrática 108 Referências Bibliográficas: 1. ATKINS, P.; Jones, L.; Princípios de Química. 3 ed.; São Paulo: Editora Bookman. 2006. 2.RUSSEL, J. B., Química Geral. Vol 1 e 2; 2 ed.; São Paulo; Editora Makron Books do Brasil; 1994. 3.BROWN, L. S.; HOLME, T. A.; Química Geral Aplicada à Engenharia, Editora Cengage Learning, 2009. 4. BROWN, T. L., LeMay, H. E., Bursten, B. E. e Burdge, J. R.; Química a Ciência Central. 9 ed. São Paulo: Editora Makron Books do Brasil. 2005. 5. MASTERTON, W. L.; Slowinski, E. J.; Stanitsky, C. L.; Princípios de Química, 6 Ed, Editora Livros Técnicos e Científicos S. A., Rio de Janeiro, 1990.
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