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autora ANDRÉIA MARQUES MACIEL DE CARVALHO 1ª edição SESES rio de janeiro 2015 CONTABILIDADE COMERCIAL E FINANCEIRA Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares Autora do original andreia marques maciel de carvalho Projeto editorial roberto paes Coordenação de produção gladis linhares Projeto gráfico paulo vitor bastos Diagramação bfs media Revisão linguística amanda duarte aguiar Revisão de conteúdo marta chaves Imagem de capa rawpixelimages | dreamstime.com Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) M357c Marques, Andreia Contabilidade comercial e financeira / Andreia Marques Rio de Janeiro: SESES, 2015. 140 p: il. isbn: 978-85-5548-106-2 1. Contabilidade. 2.Tributos.3.Operações comerciais. I.SESES. II. Estácio. cdd 657 Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063 Sumário Prefácio 7 1. Operações com Mercadorias 9 Objetivos 10 1.1 Operações com Mercadorias - Estoques 11 1.1.1 Itens que compõem o estoque 11 1.1.2 Critérios de avaliação de estoques 13 1.1.3 Compra, venda e estoque de mercadorias 13 1.1.4 Métodos de contabilização 13 1.1.5 Conceito e Mensuração do CMV - Custo da Mercadoria Vendida 13 1.1.5.1 Regimes de inventário 15 1.1.5.1.1 Inventário periódico e permanente 15 1.1.5.1.2 Contagem física 15 1.1.6 Ficha de Controle de Estoque 18 1.1.6.1 Atribuições de Preços as Mercadorias 20 1.1.6.1.1 Preço Específico 20 1.1.6.1.2 PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In, First Out) 22 1.1.6.1.3 UEPS ou LIFO (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In, First Out) 24 1.1.6.1.4 MPM (Média Ponderada Móvel) 25 1.1.7 Diferenças entre os Métodos 27 1.1.8 Resultado da Conta com Mercadorias (RCM) 29 Reflexão 33 Referências bibliográficas 35 2. Operações com Mercadorias – Fatos que Alteram os Valores de Compras e Vendas 37 Objetivos 38 2.1 Fatos que alteram os valores das compras 39 2.2 Devoluções e abatimentos de compras 39 2.3 Abatimento sobre compras 41 2.4 Fretes e seguros sobre compras 44 2.5 Descontos incondicionais obtidos 45 2.6 Fatos que alteram os valores das Vendas 47 2.7 Vendas anuladas ou devoluções de vendas 47 2.8 Abatimento sobre vendas 49 2.9 Descontos incondicionais concedidos 50 2.10 Descontos financeiros 52 2.11 Apuração do resultado contábil 53 Reflexão 56 Referências bibliográficas 57 3. Tributos Incidentes sobre as Compras e Vendas 59 Objetivos 60 3.1 ICMS – Imposto sobre circulação de mercadorias sobre compras e vendas 61 3.1.1 Conceito 61 3.2 Incidência 63 3.3 Base de cálculo: 64 3.4 Alíquotas de ICMS 66 3.5 Apuração e contabilização do ICMS 67 3.6 IPI sobre compras e vendas 70 3.6.1 Base de cálculo do IPI 70 3.6.2 Apuração e contabilização do IPI 70 3.7 ISS – Imposto sobre serviços de qualquer natureza 72 3.8 PIS e COFINS regime cumulativo e não-cumulativo 73 3.8.1 Base de cálculo do PIS e COFINS 74 3.8.2 Apuração e contabilização do PIS e COFINS 75 3.8.2.1 Modalidade cumulativa 75 3.8.2.2 Modalidade não-cumulativa 76 3.9 Outras informações importantes sobre o PIS/PASEP e a COFINS 78 3.10 Apuração da receita líquida de vendas 79 Reflexão 79 Referências bibliográficas 81 4. Operações Financeiras 83 Objetivos 84 4.1 Aplicações financeiras 85 4.1.1 Investimentos 85 4.1.2 Rendimentos prefixados - contabilização 90 4.1.3 Rendimentos pósfixados - contabilização 92 4.2 Empréstimos 93 4.3 Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo 95 4.3.1 Encargos Financeiros 97 4.3.2 Encargos pré-fixados - contabilização 97 4.3.3 Encargos pós-fixados - contabilização 99 4.4 Encargos financeiros descontados antecipadamente 101 4.5 Desconto de duplicatas 102 4.6 Baixa das contas a receber 104 4.7 Variação cambial ativa e passiva - contabilização 105 4.8 Ajuste a valor presente das contas a receber e contas a pagar 106 Reflexão 108 Referências bibliográficas 109 5. Operações com Ativo Imobilizado 111 Objetivos 112 5.1 Operações com Ativo Imobilizado 113 5.1.1 Natureza 113 5.2 Depreciação, Amortização e Exaustão 117 5.2.1 Depreciação 117 5.2.2 Taxa Anual de Depreciação 118 5.2.3 Depreciação Acelerada 122 5.2.4 Métodos de calculo de Depreciaçao: 126 5.3 Amortização 127 5.3.1 Calculo da Amortização 128 5.4 Exaustão 128 5.4.1 Calculo da Exaustão 128 5.5 Intangível 130 5.6 Noções sobre impairment de ativo imobilizado 132 5.7 Alienação de bens do ativo imobilizado 135 Reflexão 138 Referências bibliográficas 139 7 Prefácio Prezados(as) alunos(as), Este material tem como objetivo ser a base dos conhecimentos necessários à sua formação, além de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as indi- cações bibliográficas de cada capítulo, a aprofundar cada vez mais seus conhe- cimentos. Procurou-se aliar os aspectos teóricos básicos da Contabilidade Comercial e Financeira aos aspectos legais e fiscais vigentes no Brasil, mantendo-se sempre um equilíbrio entre teoria, fundamentação legal e obrigações fiscais. Não deixe para estudar no final somente com o objetivo de passar pelas ava- liações; procure ler este material, realizar outras leituras e pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, afinal, num mundo globalizado e em constante transformação, é preciso estar sempre “ligado”, atualizado e in- formado. Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aproveitando-se do momen- to que é fundamental para sua formação pessoal e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, realize as atividades, você estará se formando de maneira responsável, autônoma e, certamente, fará diferença no mundo contemporâneo. Bons estudos! Operações com Mercadorias 1 10 • capítulo 1 Vamos estudar como a conta Mercadorias é classificada nas operações de com- pra e venda, bem como, nas devoluções de compra e venda, baixa nas fichas de estoques, tudo por meio dos Métodos e dos Sistemas. Além disso, entender a funcionalidade dos Métodos com os Sistemas da Conta Mercadoria, bem como, saber qual a influência dos Métodos e dos Sistemas na apuração da con- ta de Mercadoria, quando e como utilizar um Sistema. OBJETIVOS Neste capítulo vamos estudar os Estoques, seus conceitos, sua composição, os critérios de avaliação e de controle. E, também, as transações com mercadorias, conceito e mensuração do Custo das Mercadorias Vendidas. • Entender como o comércio apura o lucro com mercadorias; • Entender a sistemática para preenchimento de uma ficha de estoque; • Diferenciar o sistema de inventário periódico e permanente; • Operacionalizar os métodos de atribuição de valores de inventário como PEPS, UEPS, MPM e Preço Específico. • Apurar o resultado na venda de mercadorias; • Saber contabilizar corretamente as operações com mercadorias. capítulo 1 • 11 1.1 Operações com Mercadorias - Estoques De acordo com Ribeiro (2009): “Mercadorias são os objetos que as empresas comerciais compram para revender”. Empresas Comerciais: são aquelas que se caracterizam pela compra e pela venda de mercadorias (RIBEIRO, 2009). Para os autores (Szuster et al, 2013, p. 145) estoque é toda aplicação de re- cursos que, diretamente relacionada à atividade-fim da entidade,gera, por si só, benefícios econômicos futuros. Segundo (Yamamoto, Paccez e Malacrida, 2011, p. 121): Os estoques estão intimamente relacionados com as atividades operacionais das em- presas e, além dos problemas de administração e controle, sua correta avaliação é fundamental para a apuração do valor a ser evidenciado no Balanço Patrimonial e, também, para a determinação do resultado do período. Segundo o glossário do CPC PME, da Resolução CFC 1.285/2010, os esto- ques são mantidos: a) Para a venda no curso normal dos negócios; b) No processo de produção para venda; c) Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos no proces- so de produção ou na prestação de serviços. Dessa forma, vale ressaltar que os estoques são produzidos ou adquiridos a fim de comercialização, sendo importante apurar o resultado obtido nessas transações. 1.1.1 Itens que compõem o estoque Os itens que compõem o Estoque variam de acordo com o ramo de atividades das entidades (SZUSTER ET AL, 2013, p. 145). 12 • capítulo 1 De acordo com os autores segue abaixo o ramo de atividades, bem como, os itens mais comuns: RAMO DE ATIVIDADE EXEMPLO TÍPICO DE ESTOQUE Comércio • Mercadorias para revenda Indústria • Produtos acabados • Produtos em elaboração • Matérias-primas Tabela 1.1 – Ramo de atividade e exemplo típico de estoque. Fonte: Szuster et al, 2013, p. 146. As empresas buscam administrar seus estoques de forma a reduzir o pra- zo médio de estocagem, portanto, o saldo da conta Estoques é evidenciado no Ativo Circulante. Vale ressaltar que empresas que atuam em setores específicos seus ativos demorem mais de um ano para serem concluídos o que leva o lançamento no Ativo Não Circulante de seus estoques, por exemplo, o setor imobiliário. © H O N G Q I Z H A N G (A K A M IC H A E L Z H A N G ) capítulo 1 • 13 CONEXÃO Acesse o link e saiba mais sobre Estoque e classificação contábil: http://www.portaldecon- tabilidade.com.br/guia/estoques.htm. 1.1.2 Critérios de avaliação de estoques Para saber como consiste o valor do estoque deve-se além do preço devido ou pago ao fornecedor, verificar todos os demais gastos incorridos pela entida- de e necessários para colocar o ativo em condições de gerar benefícios para a entidade. Dessa forma, os estoques são compostos por itens registrados contabilmen- te a valores monetários representativos dos custos de aquisição. 1.1.3 Compra, venda e estoque de mercadorias De forma geral, a compra está relacionada à expectativa de obtenção de receita mediante a principal atividade operacional da entidade. 1.1.4 Métodos de contabilização Segundo Ribeiro (2009) para contabilizar as operações com mercadorias, existem dois métodos os quais serão abordados no próximo tópico do capitulo, a saber: a) Método da conta mista. b) Método da conta desdobrada. 1.1.5 Conceito e Mensuração do CMV - Custo da Mercadoria Vendida Para os autores (Szuster et al, 2013) o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) corresponde à baixa da mercadoria vendida e, consequentemente é a Receita de Vendas e o do Custo das Mercadorias Vendidas. Assim, tem-se a con- frontação da despesa (baixa do produto vendido) com a Receita (gerada pela venda). 14 • capítulo 1 Dessa forma, o CMV é conhecido somente pela seguinte fórmula: CMV = EI + C – EF Onde, CMV = Custo da Mercadoria Vendida; EI = Estoque Inicial; C = Compras do Período; EF = Estoque Final. Exemplo: em determinado período uma empresa iniciou com o esto- que de mercadorias a débito de $5.000,00; comprou mercadorias no valor de $20.000,00 e vendeu mercadorias por $23.000,00. Ao final do ano, foi feito um inventário que apurou o valor de $12.000,00 no estoque de mercadorias. Aplicando a fórmula temos: CMV = EI + C – EF CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000 CMV = 13.000. Para Ribeiro (2009) as mercadorias englobam todo universo de bens que as entidades que praticam comércio compram com o objetivo de venda. As ativida- des de compra e vendas constituem a atividade principal das empresas comer- ciais, e, para contabilizar operações com mercadorias existem dois métodos: MÉTODO DA CONTA MISTA É uma forma de controle de entradas e saídas de mercadorias através de uma única conta contábil chamada de Estoque de Mercadorias, conta esta que registrará os estoques iniciais e finais, compras, custo das vendas e devoluções. MÉTODO DA CONTA DESDOBRADA É uma forma de controle de entradas e saídas de mercado- rias através de três contas contábeis: Estoque de Mercado- rias para estoques iniciais e finais; Compras de Mercadorias e Vendas de Mercadorias. capítulo 1 • 15 Vale ressaltar que o método adotado neste material será o da Conta Mista, por ser mais simples em entendimento que o método da conta desdobrada. O principal foco para controlar a conta de mercadorias é identificar o valor de custo das mercadorias vendidas nos períodos. Para vender algum bem preci- samos nos desfazer deste bem, que, obviamente, tem um custo. Este custo em contabilidade é determinado e controlado através da conta contábil chamada CMV (Custo da Mercadoria Vendida). 1.1.5.1 Regimes de inventário 1.1.5.1.1 Inventário periódico e permanente De acordo com Iudícibus et al (2010), de forma independente ao método de apuração das operações com mercadorias, a empresa pode adorar dois siste- mas para controle do CMV: INVENTÁRIO PERIÓDICO Trata-se de conhecer o valor do estoque somente ao final de um exercício ou período contábil, após a realização da conta- gem física do estoque e sua mensuração. INVENTÁRIO PERMANENTE Trata-se de controlar de forma contínua o valor dos estoques de mercadorias. Assim, a cada compra é aumentado o valor do estoque (a débito) e, a cada venda, é apurado o valor do CMV. 1.1.5.1.2 Contagem física O inventário de mercadorias consiste na contagem física das mercadorias exis- tentes em estoque no final do exercício social, para conhecer o valor do estoque final de mercadorias. Existe a combinação entre dois métodos e os dois sistemas, o que resulta em três maneiras diferentes que podem ser adotadas para registrar e controlar as operações com mercadorias: 16 • capítulo 1 CONTA MISTA COM INVENTÁRIO PERIÓDICO Adota uma só conta, a de Mercadorias, para o registro das operações com mercadorias. Tanto para compra como para vendas. CONTA DESDOBRADA COM INVENTÁRIO PERIÓDICO Cada fato será contabilizado em uma conta própria, sen- do a Conta Mercadoria desdobrada em Estoque de Mer- cadorias, Compras, Vendas, Resultado com Mercadorias (RCM), Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), Devo- luções de Compras, Abatimentos sobre Compras, Des- contos Incondicionais Obtidos, Devoluções de Vendas, Abatimentos sobre Vendas e Descontos Incondicionais Concedidos. CONTA DESDOBRADA COM INVENTÁRIO PERMANENTE Também cada fato será contabilizado em uma conta pró- pria, sendo a Conta Mercadoria desdobrada em Estoque de Mercadorias, Compra, Fretes e Seguros sobre Com- pras, Compras Anuladas, Descontos Incondicionais Obti- dos, Vendas, Vendas Anuladas, Descontos Incondicionais Concedidos, ICMS, PIS, COFINS e ISS. Para que os esto- ques sejam controlados permanentemente, as compras e as devoluções de compras são contabilizadas diretamente a débito e a crédito, respectivamente, da conta Estoque de Mercadorias. Sempre que se efetuam vendas, deve-se dar baixa nos estoques pelo valor do custo das mercado- rias vendidas; por isso é necessário conhecer o valor do custo em cada venda efetuada. O sistema adotado neste material será o do inventário permanente, queape- sar de mais complexo, é muito mais informativo e factível com o advento da informatização do controle de estoque. capítulo 1 • 17 Organizando o Inventário Físico Anual O inventário consiste em equalizar os estoques que se têm fisicamente nos almoxarifa- dos e os dados que estão registrados no sistema. Aparentemente, este é um processo simples já que é só contar os estoques e conferir com os registros gravados nos siste- mas das entidades. Porém, para que este processo se torne simples, é preciso uma boa organização prévia, para que se evitem surpresas e inconsistências. Dicas para tornar esta atividade o mais simples possível: • Antes de iniciar o processo de inventário, é necessário que todas as ordens de pro- dução, ou seja, tudo o que estiver em processo de fabricação, seja finalizado até a data do inventário ou então o material seja devolvido ao almoxarifado. • Se você possui materiais em poder de terceiros, solicite a chamada carta de circula- rização onde o fornecedor deve enviar em um papel timbrado o total em quantidade e valor dos seus materiais que estão em poder dele. • A organização do almoxarifado deve ser feita previamente, de forma a facilitar os processos de contagem. • As contagens devem ser independentes, ou seja, a pessoa que fez a primeira conta- gem não deve fazer a segunda, a terceira etc. Isso demonstra uma maior transparência e imparcialidade nos processos de contagem dos materiais. • As fichas de contagens devem ser em papéis de cores diferentes. • Por fim, mas não menos importante, certifique-se de que nenhum tipo de movimenta- ção seja feita nos dias do inventário. Importante: A relação dos bens inventariados deverá se entregue para a contabilidade de sua empresa impreterivelmente até 31 de janeiro. Fonte: Portal Administradores. Disponível em:http://www.infofisco.com.br/organizando -o-inventario-fisico-anual/. Acesso em 10/06/2015. Adaptado. CONEXÃO Acesse o link e saiba mais sobre Regime de Inventário Permanente. <http://www.contabili- dadedecifrada.com.br/upload/topico/pdf_envios/aula-0020206-a-texto.pdf>. 18 • capítulo 1 1.1.6 Ficha de Controle de Estoque No Sistema do Inventário Permanente, o controle do estoque de Mercadorias pode ser realizado com o uso de Fichas de Controle. Seu modelo varia de acordo com as necessidades das empresas, porém, ba- sicamente deve demonstrar, para cada mercadoria controlada, a quantidade, o valor unitário e o valor total de compras, vendas e saldos, assim como a data em que houve o movimento. Nos dias atuais, todavia, com a completa computadorização, mesmo em- presas não grandes conseguem ter esse controle de forma contínua e seus sis- temas são às vezes tão integrados que a Contabilidade efetua os registros das vendas e dos custos das mercadorias vendidas diariamente; às vezes, a cada operação (IUDÍCIBUS ET AL, 2010). Segue abaixo modelo de ficha para controle de estoque: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Mercadoria DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL COMPRAS CMV Vejamos o exemplo abaixo: Uma empresa que comercializa bicicletas tinha um estoque inicial de mer- cadorias (bicicletas) de $10.000 sendo dez unidades compradas a $1.000 cada. No mês 02 de X9 a empresa teve 03 transações: 1. Venda de 06 unidades por $ 8.000, no total. 2. Compra de 04 unidades a $ 1.000 cada uma, à vista. 3. Venda de 06 unidades por $ 8.500, no total. capítulo 1 • 19 Supondo um caixa inicial de $10.000, no razonete teríamos: Estoques Mercaodrias (SI) 10.000 (2) 4.000 6.000 (1a) 6.000 (3a) (SF) 2.000 Receitas de vendas 8.000 (1) 8.500 (3) 16.500 Caixa (SI) 10.000 (1) 8.000 (3) 8.500 4.000 (2) (SF) 22.500 CMV (1a) 6.000 (3a) 6.000 12.000 Os razonetes nos demonstram Receitas no valor de $16.500,00 e CMV no va- lor de $12.000,00, onde poderíamos apurar um RCM de $4.500,00 no período. Caso a empresa deseje o acompanhamento não somente dos valores, mas também das quantidades movimentadas e, principalmente dos custos unitá- rios das mercadorias, seria necessário preencher a ficha de controle de estoque deste exemplo conforme demonstrado abaixo: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Mercadoria DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL SI 10 1.000,00 10.000,00 1 6 1.000,00 6.000,00 4 1.000,00 4.000,00 2 4 1.000,00 4.000,00 8 1.000,00 8.000,00 3 6 1.000,00 6.000,00 2 1.000,00 2.000,00 COMPRAS 4.000,00 CMV 12.000,00 A partir deste exemplo poderíamos ter a falsa ideia de inutilidade da ficha de controle de estoque, pelo fato de ela somente ratificar o que já havia sido rea- lizado pelos Razonetes. Porém, repare que o estoque inicial e as compras foram realizados pelo mesmo valor de compra unitário. 20 • capítulo 1 E, se houverem compras com valores unitários diferentes, como podemos definir qual valor de mercadoria baixar quando de sua venda? O valor que en- trou inicialmente? O valor que entrou por último? A média dos valores que constam no estoque? Vejamos isso com mais detalhes no próximo tópico. 1.1.6.1 Atribuições de Preços as Mercadorias É notório que vários fatores influenciam o preço de todo tipo de mercadoria (concorrência, aumentos, escala de compra, tabelamento etc.). Com isso difi- cilmente temos durante o período compras feitas pelo mesmo valor, e com isso surge o problema da avaliação do inventário e, consequentemente, do CMV. Na realidade, existem quatro formas de atribuição de preços às mercadorias: a) Preço Específico b) PEPS c) UEPS d) MPM Dessa forma, será apresentado em detalhes cada uma das formas de atribui- ções citadas. 1.1.6.1.1 Preço Específico O primeiro método, denominado Preço Específico, consiste na utilização do va- lor unitário real de aquisição de cada unidade específica da mercadoria consu- mida na venda. Naturalmente, essa forma de atribuição demanda de uma ficha de identificação específica para cada unidade de cada mercadoria que consta no estoque. É evidente que esse método somente deve ser usado por empresas que mo- vimentam materiais de alto valor unitário, cuja quantidade armazenada não é muito grande e que são comprados em condições bem específicas. Deve ser utilizada quando conseguimos fazer a apropriação do preço especí- fico de cada unidade em estoque, ou seja, há possibilidade de rastrear especifi- camente qual mercadoria foi vendida e qual foi seu singular custo de aquisição. Havendo condições de se conhecer a unidade do produto vendido, pode-se dar baixa em cada venda, por este valor, e dessa forma no estoque final, o valor do CMV será a soma de todos os custos específicos baixados no período. capítulo 1 • 21 Segundo Ribeiro (2011, p. 92) o preço específico é definido como: O critério de avaliação dos estoques pelo preço específico consiste em atribuir a cada uni- dade do estoque o preço efetivamente pago por ela. O autor afirma que esse é um critério que só pode ser utilizado para mer- cadorias de fácil identificação física, como imóveis para revenda, veículos etc. EXEMPLO Uma revenda de automóveis usados tem, inicialmente, 5 automóveis usados adquiridos de uma frota por R$ 13.000. 1. No próximo mês são comprados mais 03 carros de outra frota por R$ 15.000 cada um; 2. Venda de 02 carros por R$ 16.000 cada um, porém 1 do lote inicial e outro do lote comprado depois (item 01) Neste exemplo, o proprietário da revenda conhece previamente de qual fro- ta foi originada a venda dos veículos, e, dessa forma, dá-se baixa através do cus- to específico, ou seja, (13.000 + 15.000 = 28.000). A ficha de estoque, neste caso, ficaria da seguintemaneira: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Mercadoria DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL SI 5 13.000,00 65.000,00 1 3 15.000,00 45.000,00 5 13.000,00 65.000,00 3 15.000,00 45.000,00 8 110.000,00 2 1 13.000,00 13.000,00 4 13.000,00 52.000,00 1 15.000,00 15.000,00 2 15.000,00 30.000,00 6 82.000,00 COMPRAS 45.000,00 CMV 28.000,00 Iudícibus et al (2010) afirma que tal tipo de apropriação de custo, somente é possível em alguns casos onde a quantidade, o valor, ou a característica da mer- cadoria permitir, pois na maioria dos casos não é possível ou economicamente conveniente a identificação do custo. 22 • capítulo 1 1.1.6.1.2 PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In, First Out) O segundo método apresentado é representado pela sigla PEPS que significam que o primeiro valor a entrar é o primeiro valor a sair. Erroneamente, se con- funde e considera-se como obrigatória a utilização do primeiro material entra- do fisicamente no estoque. Na realidade, o que este método determina é que se considere que o valor unitário da primeira aquisição (independente de qual mercadoria fisicamente foi movimentada), passando-se para o valor unitário da segunda, e assim sucessivamente. Por esse método, o primeiro item que entra no estoque é o primeiro que deve sair do mesmo, e dessa forma, à medida que ocorrem as vendas, deve-se baixar no CMV obrigatoriamente o valor das primeiras compras realizadas para a mercadoria. Caso existam saldos de estoque remanescentes de outros perío- dos, deve-se baixar inicialmente no CMV o saldo de estoque do lote mais antigo que ainda está na empresa. O uso do PEPS equivale a dizer que “vendemos” primeiro, as primeiras unidades compradas. Ribeiro (2009, p. 92) definem PEPS como: significa primeiro que entra, pri- meiro que sai conhecido como Fifo inicias da frase inglesa fisrt in, first out. O autor coloca que adotando este critério para valoração dos estoques, a em- presa atribuirá às mercadorias estocadas os custos mais recentes. EXEMPLO A empresa Comercial Araxá dedica-se à comercialização de luminária de luxo. Em 01/11/ X5, seu estoque estava constituído de 200 unidades ao custo unitário de $1.000. Durante o mês de Novembro, foram realizadas as seguintes operações com produtos: 1. Compra de 300 unidades por $1.200 cada uma, a prazo; 2. Venda de 100 unidades a R$1.500 cada uma, sendo 50% a prazo; 3. Venda de 300 unidades a R$1.400 cada uma, a prazo; 4. Compra de 200 unidades a R$1.300 cada uma, a prazo; 5. Venda de 100 unidades a R$1.400 cada uma, a vista. capítulo 1 • 23 Assim, a baixa de cada venda foi feita pelo preço de custo mais antigo em es- toque (o primeiro que entra é o primeiro que sai), então, pela ficha de estoque: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Mercadoria DATA ENRADA SAÍDA SALDO QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL SI 200 1.000,00 200.000,00 1 300 1.200,00 360.000,00 200 300 1.000,00 1.200,00 200.000,00 360.000,00 2 100 1.000,00 100.000,00 100 300 1.000,00 1.200,00 100.000,00 360.000,00 3 100 200 1.000,00 1.200,00 100.000,00 240.000,00 100 1.200,00 120.000,00 4 200 1.300,00 260.000,00 100 200 1.200,00 1.300,00 120.000,00 260.000,00 5 100 1.200,00 120.000,00 200 1.300,00 260.000,00 COMPRAS 620.000,00 CMV 560.000,00 ESTOQUE FINAL 260.000,00 Baseado no sistema PEPS, temos que: • CMV total do período será R$ 560.000 e o Estoque R$ 260.000. • Estoque estará sempre baseado nas últimas compras e o CMV nas mais antigas. Pelo razonete foi possível apurar um Lucro Bruto de $150.000. ATIVO PASSIVO RECEITA DESPESA RESULTADO (si) 200.000 100.000(2a) (1) 360.000 340.000(3a) (4) 260.000 120.000(5a) Estoque (sf) 260.000 200.000(si) (a) 710.000 150.000(2) 200.000 (sf) 420.000(3) Cap. Social Receita Venda 140.000(5) (2a)100.000 (3a) 340.000 (5a) 120.000 CMV 560.000(b) 360.000(1) 260.000(4) (2) 75.000 620.000(sf) (5) 140.000 (SF) 215.000 150.000 ( c ) 150.0000 (sf) (2) 75.000 (3) 420.000 (sf) 495.000 Cts. a pg Caixa Cts a Rec. L.P. Acumulado (b) 560.000 710.000(a) ( c ) 150.000 Resultado 24 • capítulo 1 1.1.6.1.3 UEPS ou LIFO (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In, First Out) O terceiro método é representado pelas iniciais UEPS que significam que o úl- timo valor a entrar é o primeiro valor a sair. Da mesma forma que o anterior, este método é apenas escritural e não significa que a movimentação física seja coincidente com a que preconiza o método. Por esse método, analogamente ao PEPS, no UEPS, o último item que entra no estoque é o primeiro que deve sair do mesmo, dessa forma, deve-se baixar no CMV obrigatoriamente o valor das últimas compras realizadas para a mercado- ria. Caso existam saldos de estoque remanescentes de outros períodos, deve-se baixar inicialmente no CMV os valores das últimas compras e manter o saldo de estoque do lote mais antigo que ainda está na empresa (não fisicamente, mas monetariamente). O uso do PEPS equivale a dizer que “vendemos” primeiro, as últimas unidades compradas. Segundo Ribeiro (2009, p. 95) UEPS é definido como: significa último que entra, primeiro que sai e é também conhecida como Lifo inicias da frase inglesa Last in, first out. Para o autor adotando este critério para valoração de seus estoques, a em- presa sempre atribuirá as suas mercadorias em estoque os custos mais antigos, guardadas as devidas proporções com as mercadorias que entram e saíram do estabelecimento. No exemplo abaixo utilizou-se os mesmos dados utilizados com o PEPS para analisar o sistema UEPS: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Mercadoria DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL SI 200 1.000,00 200.000,00 1 300 1.200,00 360.000,00 200 300 1.000,00 1.200,00 200.000,00 360.000,00 2 100 1.200,00 120.000,00 200 200 1.000,00 1.200,00 200.000,00 240.000,00 3 200 100 1.200,00 1.000,00 240.000,00 100.000,00 100 1.000,00 100.000,00 4 200 1.300,00 260.000,00 100 200 1.000,00 1.300,00 100.000,00 260.000,00 5 100 1.300,00 130.000,00 100 100 1.300,00 1.000,00 130.000,00 100.000,00 COMPRAS 620.000,00 CMV 590.000,00 ESTOQUE FINAL 230.000,00 capítulo 1 • 25 Baseado no sistema UEPS, temos que: CMV = 590.000,00 E.F. = 230.000,00 O Estoque estará sempre baseado nas primeiras compras e o CMV nas mais recentes. Pelo razonete podemos apurar um Lucro Bruto de $120.000: Cts. a pg Caixa Cts a Rec. L.P. Acumulado Resultado Estoque Cap. Social Receita Venda CMV ATIVO PASSIVO RECEITA DESPESA RESULTADO (si) 200.000 120.000(2a) 200.000(si) (a) 710.000 150.000(2) (2a)120.000 590.000(b) (1) 360.000 340.000(3a) 200.000 (sf) 420.000(3) (3a) 340.000 (4) 260.000 130.000(5a) 140.000(5) (5a) 130.000 (sf) 230.000 360.000(1) 260.000(4) (2) 75.000 620.000(sf) (5) 140.000 (SF) 215.000 120.000 ( c ) 120.0000 (sf) (2) 75.000 (3) 420.000 (b) 590.000 710.000(a) (sf) 495.000 ( c ) 120.000 1.1.6.1.4 MPM (Média Ponderada Móvel) O quarto método, denominado médio, como o próprio nome indica, signifi- ca que o material saído do estoque será valorado por um valor médio do saldo existente no Almoxarifado. Esse valor é conhecido pela simples divisão do valor do saldo em estoque por sua quantidade logo após cada entrada (normalmente compra) de material, já que as saídas não alteram o valor médio do estoque. Tal sistemática é denominada média móvel porque, a cada entrada no estoque,novos saldos em valor e quantidade proporcionarão novos valores médios. Segundo Ribeiro (2009, p.96) adotando este critério, as mercadorias esto- cadas serão sempre valoradas pela média dos custos de aquisição, sendo estes atualizados a cada compra efetuada. Este método é denominado de custo médio ponderado móvel, pois a cada compra por custo unitário diferente dos que constarem do estoque, o custo mé- dio modifica-se. 26 • capítulo 1 No exemplo utilizaram-se os mesmos dados usados no PEPS e UEPS para elaboração da ficha pelo método MPM: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Mercadoria DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL QTDE VR. UNIT VR. TOTAL SI 200 1.000,00 200.000,00 1 300 1.200,00 360.000,00 500 1.120,00 560.000,00 2 100 1.120,00 112.000,00 400 1.120,00 448.000,00 3 300 1.120,00 336.000,0 100 1.120,00 112.000,00 4 200 1.300,00 260.000,00 300 1.240,00 372.000,00 5 100 1.300,00 130.000,00 200 1.240,00 248.000,00 COMPRAS 620.000,00 CMV 572.000,00 ESTOQUE FINAL 248.000,00 Onde, * 560.000 (Compras + Saldo) ÷ 500 (Qtde) = 1.120,00 ** 372.000 ÷ 300 = 1.240,00 É lógico que, com o uso da Média Ponderada Móvel em todas as variantes, teremos, normalmente, valores que se encontrarão entre os apurados pelo PEPS e pelo UEPS: CMV = 572.000,00 E.F. = 248.000,00 O Estoque e o CMV estão sobre a mesma base que é o custo médio ponde- rado das entradas. capítulo 1 • 27 Pelo Razonete podemos apurar um Lucro Bruto de $138.000,00. ATIVO PASSIVO RECEITA DESPESA RESULTADO Cts. a pg Caixa Cts a Rec. L.P. Acumulado Resultado Estoque Cap. Social Receita Venda CMV (si) 200.000 112.000(2a) 200.000(si) (a) 710.000 150.000(2) (2a)112.000 572.000(b) (1) 360.000 336.000(3a) 200.000 (sf) 420.000(3) (3a) 336.000 (4) 260.000 124.000(5a) 140.000(5) (5a) 124.000 (sf) 248.000 360.000(1) 260.000(4) (2) 75.000 620.000(sf) (5) 140.000 (SF) 215.000 138.000 ( c ) 138.0000 (sf) (2) 75.000 (3) 420.000 (b) 572.000 710.000(a) (sf) 495.000 ( c ) 138.000 1.1.7 Diferenças entre os Métodos De acordo com Ribeiro (2009, p. 98): Quando a economia do país estiver equilibrada e os preços mantiverem-se estáveis, qualquer que seja o critério adotado para valoração dos estoques não interferirá nos resultados. Entretanto, nos casos de oscilações de preços, em decorrência de inflação ou deflação, a escolha do critério constituirá fator decisivo na determinação dos resul- tados da empresa. Nos períodos de inflação galopante, por exemplo, a adoção do critério UEPS provocará sérias distorções tanto na avaliação dos estoques quanto na atribuição dos custos das vendas, resultando em estoques disformes dos preços de mercado e custos elevados, reduzindo consideravelmente os lucros. Conclui-se que, os métodos (critérios) diferentes levam a resultados tam- bém diferentes. Se a mesma empresa buscasse analisar seu resultado pelos três diferentes métodos de controle do estoque para um mesmo período e 28 • capítulo 1 movimentação (compra e venda), suas situações reais (quantidade em estoque) seriam as mesmas, mas o resultado não, conforme tabela abaixo: PEPS UEPS MPM Vendas 710.000 Vendas 710.000 Vendas 710.000 (–) CMV 560.000 (–) CMV 520.000 (–) CMV 572.000 (=) Resultado 150.000 (=) Resultado 120.000 (=) Resultado 138.000 Estoque final 260.000 Estoque final 230.000 Estoque final 248.000 Com isso, pode-se perceber que uma mesma empresa, em um mesmo perí- odo e analisando as mesmas vendas e compras pelos mesmos preços, podem apresentar resultados diferentes apenas pelo sistema de atribuição de preços utilizado para a mensuração do inventário. As consequências para valor do estoque do uso desses critérios são, respec- tivamente, as seguintes: CUSTEIO DO CMV VALOR DO ESTOQUE PREÇO ESPECÍFICO O estoque fica valorizado ao Custo Específico. PEPS O estoque fica valorizado pelas últimas entradas rema- nescente. UEPS O estoque fica valorizado pelas primeiras entradas re- manescente. MÉDIO O estoque fica valorizado pelo preço médio. Fonte: Marion (2012, P. 338). capítulo 1 • 29 Quadro sintético da conclusão conceitual CRITÉRIOS REGIMES VIABILIDADE LEGALIDADE USO PRÁTICO PEPS Permanente Sim Sim Não Periódico Sim Sim Sim UEPS Permanente Sim Não Não Periódico Difícil Não Não MÉDIO Permanente Sim Sim Sim Periódico Não Sim Não Fonte: Marion (2012, P. 342). 1.1.8 Resultado da Conta com Mercadorias (RCM) Segundo Ribeiro (2009, p. 108): Os fatos administrativos que ocorrem na em- presa comercial, envolvendo compra e venda de mercadorias representam seu principal movimento. Os autores afirmam que o resultado dessas transações influi diretamente no destino dessas empresas. © LU C H S C H E N | D R E A M S TIM E .C O M 30 • capítulo 1 Para Ribeiro (2009) a apuração do Resultado com Mercadorias (RCM) ocor- re ao final de um período, pois é preciso apurar a diferença entre as receitas ob- tidas pelas vendas e o custo destas mercadorias que foram vendidas, conforme fórmula abaixo: RCM = V – CMV Onde, • RCM = Resultado com Mercadorias; • V = Receita de Vendas; • CMV = Custo da Mercadoria Vendida; No exemplo do tópico 2, o RCM seria: RCM = V – CMV RCM = 23.000 – 13.000 RCM = 10.000 de Lucro. O RCM é importante para empresas comerciais que trabalham com compra e venda de mercadorias. Depois adicionamos as demais receitas, e dessa soma subtraímos as despesas para se obter o resultado líquido, conforme modelo simplificado de apuração do resultado descrito abaixo: Receita de venda 150.000,00 (–) Custos de mercadorias vendidas (CMV) (105.000,00) Lucro (=) Resulçtado bruto com mercadorias 45.000,00 (+) Receita de juros 1.000,00 (–) Despesas operacionais Despesas com sálario (15.000,00) Despesas diversas (6.000,00) (=) Resultado liquido 25.000,00 Lucro Caso o RCM for maior que zero, ou seja, vendas sejam maiores que o CMV, alcançamos o Lucro Bruto com Mercadorias. Caso contrário, ou seja, se o RCM for menor que zero, temos Prejuízo Bruto com Mercadorias. capítulo 1 • 31 Quanto da aquisição das mercadorias, todas as compras são registradas di- retamente na conta Estoque de Mercadorias. Dessa forma, o lançamento con- tábil a se efetuar seria: D ESTOQUE DE MERCADORIAS C Fornecedor (se for compra a prazo) ou Caixa (se for compra a vista). Já na ocasião da venda da mercadoria, na realidade, ocorrem dois eventos contábeis a partir de uma mesma ação, primeiro, ocorre a realização de uma re- ceita de vendas que será a prazo ou a vista a partir do valor faturado, e, segundo, ocorre o consumo (baixa → despesa) do bem que foi comercializado e o mesmo deixa de ser um ativo (estoque). Dessa forma, na Venda há necessidade de dois lançamentos: 1 D CONTAS A RECEBER (VENDA A PRAZO) OU CAIXA (VENDA A VISTA) C Receita de Vendas (Lançado pelo valor de faturamento/ven- da na conta de resultado → venda). 2 D CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CONTA DE RESULTADOÀDESPESA CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CONTA DE RESULTADO → DESPESA) C Estoque de mercadorias → lançado pelo valor do CMV. 32 • capítulo 1 Dessa forma, após cada operação de Venda e sua contabilização, teremos a conta de Vendas atualizada, e a conta de CMV com o total do custo acumulado até a mesma data e ainda o Estoque de Mercadorias refletindo o valor exato do estoque. EXEMPLO 1. Caso uma empresa possui um estoque de mercadorias no valor de R$ 15.000 e vende a metade dele por R$ 10.000, a prazo, temos: a) Contas a Receber a Receita de Vendas _______________________ R$ 10.000 b) Custo de mercadorias vendidas a Estoque de Mercadorias___________________R$ 7.500 Pelo razonete temos: Estoques Mercadorias (SI) 15.000 7.500 (1a) Receitas de Vendas 10.000 (1) Contas a Receber (1a) 10.000 CMV (1a) 7.500 2. Se, após essas transações se efetuasse uma compra de mercadorias no valor de 6.000 a prazo: D - Estoque de Mercadorias C - Fornecedores a Pagar____________________6.000 Ao final do período, para a apuração do resultado teríamos: a) D - Receita de Vendas C - Resultado ______________________ 10.000 capítulo 1 • 33 b) D - Resultado C – CMV __________________________ 7.500 Nos razonetes temos as seguintes operações: Fornecedor Resultado Estoque Mercadorias Contas a Receber Receita de Vendas CMV (SI)15.000 7.500(1a) (1a)10.000 6.000(2) (2) 6.000 (SF)13.500 (A)10.000 10.000(1) (1a)7.500 7.500(B) (B)7.500 10.000(A) 2.500 REFLEXÃO Neste capítulo você aprendeu a contabilização das compras e das vendas de mercadorias, bem como a apuração do resultado e como é apurado o lucro com mercadorias e, também, entender a sistemática do preenchimento da ficha de estoque; diferenciar o sistema de in- ventário periódico e permanente; operacionalizar os métodos de atribuição de valores de inventário como PEPS, UEPS, MPM e Preço Específico. O estoque é composto por mercadorias, produtos acabados, produtos em processo, ma- téria-prima, material de escritório, peças de manutenção, entre outros itens. O valor do estoque consiste no custo de aquisição mais os gastos necessários para co- locar o ativo em condições de gerar benefícios para a Entidade. Sua avaliação deve ser pelo custo de aquisição (ou produção), ou o valor liquido de realização dos dois o menor. A avaliação a menor ou a maior do Estoque interfere diretamente no lucro do exercício. Por exemplo, se superavaliarmos, o estoque final, o lucro líquido ficará superavaliado; se su- bavaliarmos, o lucro líquido também ficara subavaliado. O CMV corresponde à despesa com baixa de mercadoria vendida, que é confrontada com a receita de venda. 34 • capítulo 1 LEITURA Proposta de implantação de controles internos de estoque para um supermer- cado da serra gaúcha Matheus Tumelero Dornelles, Camila Pesini Resumo Este estudo aborda a importância dos controles internos direcionados a gestão dos esto- ques, como uma ferramenta que pretende facilitar as operações e assegurar as informações geradas pela empresa. Diante disso, este trabalho pretende responder o seguinte problema de pesquisa: quais os procedimentos necessários para a implantação de controles internos de estoque em um supermercado da Serra Gaúcha? O objetivo deste estudo consiste em ana- lisar os procedimentos, verificar métodos de controle de estoque, bem como, fundamentar e apontar a importância dos mesmos. A pesquisa teórica torna-se fundamental para entender, desenvolver e aprimorar os controles internos, além disso, por meio da fundamentação torna- se possível relacionar a teoria e a prática dentro do estudo em questão. Esta pesquisa se jus- tifica pela necessidade de melhora na gestão dos estoques, uma vez que, a falta de controles e planejamento pode afetar o desenvolvimento econômico da empresa. Crepaldi, Iudicibus e Padovezze estão entre os principais autores pesquisados e citados neste estudo. Quanto a metodologia, a pesquisa é considerada exploratória, visto que, se faz necessário a busca e aperfeiçoamento do tema estudado. A abordagem da pesquisa é considerada qualitativa, em que se faz uma análise aprofundada da questão a ser estudada. O método empregado é o estudo de caso, por tratar de coletar os dados dentro da empresa, para posteriormente fazer a análise desses dados. A coleta de dados foi por meio de entrevista, aplicada a um dos sócios da empresa, juntamente com a administradora e uma pessoa relacionada a área dos estoques. Os dados obtidos foram analisados com o propósito de identificar os principais problemas existentes na empresa, a fim de propor melhorias e soluções eficientes nos con- troles de estoque. Através da análise, foram constatados problemas na empresa em estudo, tanto na questão administrativa, por meio da ausência de delegações de funções, quanto nas questões práticas, como o controle de itens perecíveis, por exemplo. Se propôs um organo- grama com a identificação dos responsáveis por cada função para a gestão dos estoques; a utilização do sistema operacional para fins de controles dos itens, tanto para controle de capítulo 1 • 35 estoques mínimos como para controle de perecibilidade; a melhora na segurança interna, com a instalação de câmeras de vigilância e detectores anti furto e criação de pedido interno de compras para padronizar o processo atual. Ressalta-se a importância da implantação e do acompanhamento dos controles internos de estoques para melhora do planejamento e do desenvolvimento empresarial. Os resultados obtidos neste estudo não podem ser generali- zados para todo o setor, pois cada empresa possui suas peculiaridades que podem alterar os resultados obtidos neste. Sugere-se a análise de outra empresa do ramo com o intuito de efetuar a comparabilidade com os resultados deste estudo ou, aplicação das propostas ora apresentadas para verificação da aplicabilidade das mesmas em outra entidade. Palavras-chave: Controles internos. Gestão. Estoques. Fonte: http://ojs.fsg.br/index.php/anaiscontabeis/article/view/1155. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CPC PME. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 10 maio. 2015. INFOFISCO: Disponível em: <http://www.infofisco.com.br/organizando-o-inventario-fisico-anual/>. Acesso em 10 junho 2015. IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; KANITZ, S. C.; RAMOS, A. T. ; CASTILHO, E. BENATTI, L.; WEBER, E. F.; DOMINGUES, R.; Contabilidade introdutória 11 ed. São Paulo: Atlas , 2010. IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. dos. Manual de Contabilidade Societária – aplicável a todas as sociedades. São Paulo: Atlas, 2010. MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 12 ed. São Paulo: Atlas , 2012. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica, 2 ed. São Paulo: Saraiva , 2009. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Intermediária, 2 ed. São Paulo: Saraiva , 2009. SZUSTER et al. Contabilidade Geral: Introdução à Contabilidade Societária. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2013. 36 • capítulo 1 Operações com Mercadorias – Fatos que Alteram os Valores de Compras e Vendas 2 38 • capítulo 2 O presente capítulo tem a pretensão de apresentar, do ponto de vista contábil, como devem ser tratadas algumas situações que surgem no nosso dia a dia dos fatos que alteram os valores de compras e vendas de mercadorias. OBJETIVOS Neste capítulo vamos estudar fatos que alteram os valores de compras e vendas de merca- dorias, tais como, devoluções e abatimentos, descontos comerciais e financeiros, fretes e seguros e a apuração do resultado contábil. capítulo 2 • 39 2.1 Fatos que alteram os valores das compras As compras servem de intermediárias nas trocas, as empresas comerciais com- pram mercadorias para depois revendê-las. A empresa comercial pode comprar de seus fornecedores à vista ou a prazo. Nas compras à vista, o pagamento normalmente é efetuado por meio de cheque, evitando a manipulação de somas elevadas de dinheiro, caso em que a conta a ser creditada no lançamento seria Bancos Conta Movimento ou se o pagamento fosse em dinheiro a conta creditada seria Caixa. Nas compras a prazo o registro contábil será semelhante ao das compras à vista, mas a conta creditada não será caixa, mas sim Fornecedores ou Duplicatas a Pagar (RIBEIRO, 2009, p. 56). 2.2 Devoluções e abatimentos de compras Para Iudícibus et al (2010) as devoluções serão registradasna ficha de controle, porem, não como saída de mercadorias, pois, dessa forma, haveria alteração do valor do CMV (Custo da Mercadoria Vendida); na realidade, tais devoluções cor- rigem o valor de entrada. Portanto, devem ser registradas como entrada, mas com valor negativo. Segundo Ribeiro (2009, p. 195): Compras anuladas ou devoluções de compras consistem na devolução total ou par- cial das mercadorias adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra, por exemplo, as mercadorias não correspondem ao pedido ou não atendem as expectativas. 40 • capítulo 2 De acordo (Yamamoto, Paccez e Malacrida, 2011, p. 132): As devoluções de compras devem ser registradas na ficha de controle de estoques para corrigir as compras efetuadas, ou seja, devem ser registradas como um acerto das quantidades e dos valores de entradas e apresentadas com valores negativos. Para os autores o registro não deve ser considerado como uma saída de mercadorias na ficha de controle dos estoques, pois, dessa forma, haveria alteração no custo das mercado- rias vendidas, em valor e em quantidade, o que não corresponde a realidade, porque a saída não ocorreu em função de uma venda, mas de uma devolução de mercadorias que não atendem às especificações da empresa. Dessa forma para melhor compreensão, é apresentado a seguir um exem- plo numérico que aborda os aspectos relacionados à devolução de mercadorias pelo comprador. EXEMPLO Suponhamos que a nossa empresa tenha devolvido parte da compra de mercadorias efetua- do do fornecedor Antônio Silva Ltda. Para acompanhar as mercadorias devolvidas, emitimos a nota fiscal nº 5.545, no valor de R$ 3.000. O fornecedor nos devolveu a importância em dinheiro. a) Empresa que adota a conta mista de mercadorias Caixa a Mercadorias Devolução de parte da compra efetuada do fornecedor Antônio Silva Ltda. Conforme nota fiscal nº 5.545.......................................................R$ 3.000 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Caixa a Compras Anuladas Devolução de parte da compra efetuada do fornecedor Antônio Silva Ltda. Conforme nota fiscal nº 5.545......................................................R$ 3.000 capítulo 2 • 41 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Caixa a Estoque de Mercadorias Devolução de parte da compra efetuada do fornecedor Antônio Silva Ltda. Conforme nota fiscal nº 5.545......................................................R$ 3.000 CONEXÃO Acesse o link abaixo e saiba mais sobre empresas que adotam a conta mista de mercadorias: http://www.contabilizando.com/CMV%20.htm. 2.3 Abatimento sobre compras Em relação aos abatimentos sobre compras Yamamoto, Paccez e Malacrida (2011, p. 133) afirmam que: Os abatimentos sobre compras são obtidos, normalmente, em função de alguma diver- gência entre as características solicitadas pela empresa e aquelas apresentadas pelas mercadorias que foram entregues. Dessa forma, a empresa pode negociar com seu fornecedor que este lhe conceda um abatimento sobre o valor originalmente acertado pelas mercadorias, esse fato ocorre, em geral, apos o recebimento e registro das mer- cadorias no estoque da empresa compradora. © TU P U N G ATO | D R E A M S TIM E .C O M 42 • capítulo 2 Segundo Iúdícibus et al (2010) os abatimentos e descontos comerciais sobre compras são registrados também como entrada, com valor negativo, porém na parte relativa a apenas valores, já que as quantidades de mercadorias permane- cem inalteradas nesse caso. Caso a empresa receba mercadorias adquiridas de fornecedores, e averi- guar que elas não atendem às suas expectativas, por motivos desconhecidos no momento da compra, é possível devolvê-la total ou parcialmente, conforme exemplo anterior (compras anuladas). Mas se houver interesse em ficar com as mercadorias é possível solicitar ao nosso fornecedor que nos conceda um abatimento e, assim ganhar um abatimento no preço (RIBEIRO, 2009, p. 195). Dessa forma, havendo interesse em ficar com as mercadorias, pode-se soli- citar ao fornecedor que conceda um abatimento. Portanto, para melhor compreensão, é apresentado a seguir um exemplo numérico que aborda os aspectos relacionados a abatimento sobre compras. © G A V R A N 3 3 3 | D R E A M S TI M E .C O M capítulo 2 • 43 EXEMPLO Como as mercadorias adquiridas por meio da nota fiscal nº 455 do fornecedor ABC Silva chegaram com estragos sofridos no transporte e, nossa empresa obteve do fornecedor um abatimento no valor de R$ 5.000. A compra tinha sido efetuada a prazo. a) Empresa que adota a conta mista de mercadorias Forncedores ABC Silva a Mercadorias Abatimentos obtido tendo em vista estragos sofridos no transporte n/compra conforme s/ nota fiscal nº 455......................................R$ 5.000 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Forncedores ABC Silva a abatimentos sobre compras Abatimentos obtido tendo em vista estragos sofridos no transporte n/compra conforme s/ nota fiscal nº 455.....................................R$ 5.000 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Forncedores ABC Silva a Estoque de Mercadorias Abatimentos obtido tendo em vista estragos sofridos no transporte n/compra conforme s/ nota fiscal nº 455.....................................R$ 5.000 CONEXÃO Acesse o link e saiba mais sobre os principais aspectos que envolvem operações com mer- cadorias: http://arquivos.unama.br/professores/iuvb/contabilidade/CG/aula08/verprint.htm. 44 • capítulo 2 2.4 Fretes e seguros sobre compras De acordo com Ribeiro (2009, p. 57): Fretes e seguros sobre compras correspondem às importâncias pagas pela empresa, diretamente ao fornecedor ou a uma empresa transportadora, referentes a despesas com seguros e transporte das mercadorias, do estabelecimento do fornecedor, até a nossa empresa. Normalmente, refere-se à despesa com fretes e seguros. Os valores de fretes e dos seguros calculados sobre as vendas, quando correrem por conta do vendedor (fornecedor), devem ser contabilizados em contas represen- tativas de despesas operacionais, classificadas no grupo das Despesas com Vendas (RIBEIRO, 2009, p. 64). Para melhor compreensão, é apresentado a seguir um exemplo numérico que aborda os aspectos relacionados a Fretes e seguros sobre compras. EXEMPLO Suponhamos que a nossa empresa tenha pago a importância de R$ 4.000, para a Transpor- tadora Maravilha S/A, referente a fretes e seguros, conforme nota fiscal de serviço de trans- porte nº 12.333, para transportar ao estabelecimento mercadorias adquiridas do fornecedor Antônio Silva Ltda. © V E N IA M IN K R A S K O V | D R E A M S TI M E .C O M capítulo 2 • 45 a) Empresa que adota a conta mista de mercadorias Mercadorias a Caixa Pagamento da nota fiscal nº 12.333 da Transportadora Maravilha S/A, referente a fretes e seguros.........................................................R$ 4.000 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Fretes e seguros sobre compras a Caixa Pagamento da nota fiscal nº 12.333 da Transportadora Maravilha S/A, referente a fretes e seguros........................................................R$ 4.000 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Estoque de Mercadorias a Caixa Pagamento da nota fiscal nº 12.333 da Transportadora Maravilha S/A, referente a fretes e seguros........................................................R$ 4.000 2.5 Descontos incondicionaisobtidos Segundo Ribeiro (2009): Descontos incondicionais obtidos compreendem aqueles descontos que a empresa ganha dos fornecedores, no momento em que se efetua compras de mercadorias. Esses descontos podem são destacados nas próprias notas fiscais e, para os oferecer, nossos fornecedores não nos im- põem nenhuma condição. Para Iudicibus et al (2010): Os descontos comerciais são concedidos pelo vendedor a favor do comprador, no ato da compra, em função de vários motivos: seja pela grande quantidade que está sendo vendida, seja porque o comprador é um cliente importante. Vale ressaltar que há diferença entre descontos comerciais e abatimentos, pois descontos comerciais são negociados no ato da transação de compra ou 46 • capítulo 2 de venda, enquanto os abatimentos são concedido após a compra ou venda já terem sido concretizadas e os produtos entregues de uma empresa para outra. Dessa forma, para melhor compreensão, é apresentado a seguir um exem- plo numérico que aborda os aspectos relacionados a descontos incondicionais obtidos. EXEMPLO Compra de mercadorias, à vista, do fornecedor Solimões S/A, conforme nota fiscal nº 350, no valor de R$ 5.000. Houve desconto destacado na nota fiscal no valor de R$ 500. a) Empresa que adota a conta mista de mercadorias Mercadorias a Diversos NF nº 350 de Solimões S/A Como segue: Valor líquido pago...............................................................4.600 a descontos incondicionais obtidos 10 % destacado na NF ....................................................400.............5.000 © A R N E 9 0 0 1 | D R E A M S TI M E .C O M capítulo 2 • 47 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Compra de Mercadorias a Diversos NF nº 350 de Solimões S/A Como segue: a caixa Valor líquido pago...............................................................4.600 a descontos incondicionais obtidos 10 % destacado na NF .........................................................400.........5.000 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Como esse sistema de registro das operações com mercadorias visa manter o valor dos estoques permanentemente atualizado, não cabe a contabilização do desconto incondicional obtido. 2.6 Fatos que alteram os valores das Vendas As vendas de mercadorias constituem a principal fonte de receita das empresas comerciais e, podem ser efetuadas à vista ou a prazo. 2.7 Vendas anuladas ou devoluções de vendas De acordo com Ribeiro (2009): É comum as empresas receberem de seus clien- tes, em devolução, o total ou parte das mercadorias a eles vendidas por motivos desconhecidos no momento das vendas. Para Iudícibus et al (2010): as devoluções de vendas também representam correção do valor exato das saídas; portanto, registramo-las também como saí- da, com valor negativo. É comum as empresas receberem de seus clientes, em devolução, o total ou parte das mercadorias a eles vendidas, por motivos desconhecidos no momen- to das vendas. 48 • capítulo 2 Dessa forma para melhor compreensão, é apresentado a seguir um exemplo numérico que aborda os aspectos relacionados a Vendas anuladas ou devolu- ções de vendas. EXEMPLO Recebemos do cliente Roberto Silva, em devolução, mercadorias no valor de R$ 5.000, re- ferente à nossa venda efetuada por meio da nossa nota fiscal nº 2.000. Considerar que a importância tenha sido restituída ao cliente em dinheiro e que o custo das referidas merca- dorias vendidas correspondeu R$ 3.000. a) Empresa que adota a conta mista de mercadorias Mercadorias a caixa Devolução de vendas recebida do cliente Roberto Silva, referente à parte da nossa nota fiscal nº 2.000......................................................R$ 5.000 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Vendas anuladas a Caixa Devolução de vendas recebida do cliente Roberto Silva, referente à parte da nossa nota fiscal nº 2.000......................................................R$ 5.000 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Vendas anuladas a Caixa Devolução de vendas recebida do cliente Roberto Silva, referente à parte da nossa nota fiscal nº 2.000......................................................R$ 5.000 Estoque de Mercadorias a custo de mercadorias vendidas Conforme reintegração ao estoque de mercadorias recebidas em devolução, referente à venda a NF nº 2.000............................................................................................R$ 3.000 capítulo 2 • 49 2.8 Abatimento sobre vendas De acordo com Iudícibus et al (2010) os abatimentos e descontos comerciais so- bre vendas simplesmente não são registrados na ficha de controle, pois alteram os valores de vendas apenas. Quando os clientes, ao receberem as mercadorias adquiridas, constatarem alguma irregularidade eles poderão devolver total ou parcialmente as mercado- rias ou solicitar um abatimento sobre no preço do custo. Portanto, para melhor compreensão, é apresentado a seguir exemplo nu- mérico que aborda os aspectos relacionados a abatimentos sobre vendas. EXEMPLO As mercadorias constantes da nota fiscal nº 666, vendidas a L. Santos Ltda., chegaram com estragos no seu destino, concedeu-se ao cliente um abatimento no valor de R$ 2.000. O valor da nota fiscal é de 9.000, e a venda foi efetuada a prazo. Considerando, ainda, que o custo das mercadorias vendidas correspondeu a 70% do preço de venda. © M O N K E Y B U S IN ES S IM A G ES | D R E A M S TIM E .C O M 50 • capítulo 2 a) Empresa que adota a conta mista de mercadorias Mercadorias a clientes a L. Santos Ltda. Abatimentos concedidos, por estragos ocorridos no transporte referente à nossa nota fiscal nº 666...........................................................R$ 2.000 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Abatimentos sobre vendas a clientes a L. Santos Ltda. Abatimentos concedidos, por estragos ocorridos no transporte referente à nossa nota fiscal nº 666...........................................................R$ 2.000 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Abatimentos sobre vendas a clientes a L. Santos Ltda. Abatimentos concedidos, por estragos ocorridos no transporte referente à nossa nota fiscal nº 666...........................................................R$ 2.000 No caso de abatimento sobre vendas não caberá lançamento para reintegrar ao es- toque o valor do custo referente ao abatimento concedido, uma vez que não houve retorno de mercadorias para a empresa. Dessa forma, o abatimento representa uma redução no valor da receita bruta de vendas (RIBEIRO, 2009, p. 63). 2.9 Descontos incondicionais concedidos Independentemente de qualquer condição posterior à emissão da nota fiscal, toda empresa poderá oferecer descontos, destacando-se nas notas fiscais de venda. capítulo 2 • 51 Apresenta-se a seguir um exemplo numérico que aborda os aspectos rela- cionados a descontos incondicionais concedidos. EXEMPLO Venda de mercadorias a Silva Andrade, conforme nota fiscal nº 2.350, no valor de R$ 7.000, tendo sido concedido um desconto incondicional, destacado na própria nota fiscal, igual a 700. Considerar que o custo das mercadorias vendidas correspondeu a R$ 5.000. Vale ressaltar que a contabilização do desconto incondicional concedido, como ocorre também com o desconto incondicional obtido, é desnecessário. Entretanto, ele poderá ser contabilizado conforme segue: a) Empresa que adota a conta mista de mercadoriasDiversos a Mercadorias NF nº 2.350 Como segue: Valor líquido da nota.......................................................6.300 a descontos incondicionais concedidos 10% destacado na NF ......................................................700.............7.000 b) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário periódico Diversos a Venda de Mercadorias NF nº 2.350 Como segue: Caixa Valor líquido da nota.......................................................6.300 Descontos incondicionais concedidos 10% destacado na NF ......................................................700.............7.000 c) Empresa que adota a conta desdobrada com inventário permanente Diversos a Venda de Mercadorias NF nº 2.350 52 • capítulo 2 Como segue: Caixa Valor líquido da nota.......................................................6.300 Descontos incondicionais concedidos 10% destacado na NF ......................................................700.............7.000 2.10 Descontos financeiros De acordo com Yamamoto, Paccez e Malacrida (2011, p. 139) os descontos fi- nanceiros ocorrem em função da liquidação antecipada de uma obrigação ou de um direito a receber. Dessa forma, quando uma empresa opta por pagar antecipadamente uma obrigação que se venceria no futuro, negocia a diminuição do valor a ser pago e essa diferença caracteriza-se como desconto financeiro. Entretanto, a empresa que faz o pagamento antecipado obtém um descon- to que é caracterizado como uma receita, o qual é denominado de Desconto Financeiro Obtido e, a empresa que recebe um valor antecipadamente concede um desconto que é caracterizado como uma despesa e, recebe o nome de Des- conto Financeiro Concedido. Para Iudícibus et al (2010) os descontos financeiros são prêmios oferecidos pelo vendedor ao comprador, por um pagamento antecipado de dívidas assu- midas com transação de Mercadorias. Dessa forma para melhor compreensão, é apresentado a seguir um exemplo numérico que aborda os aspectos relacionados a descontos financeiros. EXEMPLO Considerando uma venda no valor de R$ 12.000, para pagamento em 60 dias, com 5% de des- conto se o pagamento for em 30 dias, e o cliente aproveitar tal premio, a contabilização será: Fornecedores a diversos a caixa.......................................................11.400 a descontos financeiros obtidos........................600................12.000 capítulo 2 • 53 No vendedor: Diversos A clientes Caixa...................................................11.400 Descontos financeiros concedidos.............600.....................12.000 Portanto, deve-se abrir a conta Descontos Financeiros Obtidos e Concedidos. 2.11 Apuração do resultado contábil De acordo com Ribeiro (2009) os fatos administrativos que ocorrem na empre- sa comercial, envolvendo compra e venda de mercadorias, representam seu principal movimento. A apuração do resultado da conta Mercadorias por este método é bem sim- ples. Veja: Suponhamos que durante o exercício a conta Mercadorias da empresa Comercial Silva, apresente o seguinte movimento: Mercadorias 50.000 10.000 60.000 70.000 40.000 80.000 20.000 30.000 3.000 5.000 SOMA 173.000 SOMA 195.000 Sabemos que no lado do débito do razonete da conta Mercadorias constam os valores representativos de: a) Estoque inicial b) Compras c) Fretes e seguros sobre compras d) Vendas anuladas e) Descontos incondicionais concedidos. 54 • capítulo 2 E, do lado do crédito do razonete da conta Mercadorias constam os valores representativos de: a) Vendas b) Compras anuladas c) Descontos incondicionais obtidos. Assim, para apurar o resultado da conta de Mercadorias os procedimentos são os seguintes: 1. Efetuar a contagem física das mercadorias existentes em estoque no fim do período, para conhecer o valor do estoque final; 2. Efetuar o calculo extra contábil para conhecer o resultado; 3. Registrar, por meio de um único lançamento, o resultado da conta Mercadorias. Já, para apurar o resultado pelo método da conta desdobrada temos: Por esse sistema, na contabilidade, teremos pelo menos as seguintes con- tas: estoque de mercadorias (estoque inicial); descontos incondicionais obti- dos; vendas de mercadorias; vendas anuladas e descontos incondicionais con- cedidos. Além destas, evidentemente há as contas que registram os tributos (ICMS, PIS e COFINS) que serão estudados no capitulo 3. As empresas podem elaborar a seguinte Demonstração de Resultado na for- ma dedutiva: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA CIA. MÁXIMA PARA O ANO DE X9 Vendas 150.000 (-) CMV Estoque Inicial 23.000 (+) Compras do Período 104.500 Mercadorias Disponíveis para Venda 127.500 (-) Estoque Final (22.500) (105.000) Lucro Bruto 45.000 (+) Receita de Juros 1.000 Soma 46.000 capítulo 2 • 55 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA CIA. MÁXIMA PARA O ANO DE X9 Menos Despesas de Salários 15.000 Despesas Diversas 6.000 (21.000) Lucro Líquido do Ano 25.000 Fonte: adaptado de Iudícibus et al (2010, p. 122) De acordo com Yamamoto, Paccez e Malacrida (2011, p. 140): os valores que se caracterizam como redutores das receitas de vendas (devoluções, abati- mentos e impostos sobre vendas) devem ser apresentados em seguida à Receita Bruta de Vendas, diminuindo esse valor para a identificação da Receita Líquida de Vendas, subtraindo-se da Receita Liquida de Vendas o Custo das Mercadorias Vendidas, obtém-se o Resultado Bruto (ou Lucro Bruto). As demais despesas re- lacionadas com as vendas, bem como os efeitos relacionados aos recebimentos ou pagamentos antecipados, são apresentadas como despesas operacionais ou outras receitas e despesas relacionadas com a atividade da empresa. CIA. COMERCIAL SILVA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS – JANEIRO/X6 Receita Bruta de Vendas 76.000 (-) Devoluções de Vendas (11.400) (-) Abatimento sobre Vendas (800) (=) Receita Líquida de Vendas 63.800 (-) CMV (47.940) (=) Resultado Bruto 15.860 (-) Despesas operacionais Frete sobre vendas (500) (+/-) Receitas e Despesas Financeiras Descontos financeiros concedidos (500) Descontos financeiros obtidos 400 Lucro Bruto 15.260 56 • capítulo 2 REFLEXÃO Neste capítulo você aprendeu como o comércio apura o lucro com mercadorias; em relação fatos que alteram os valores de compras e vendas de mercadorias, tais como, Devoluções e abatimentos, Descontos comerciais e financeiros, Fretes e seguros e, também, a Apuração do resultado contábil. As operações com mercadorias estão intimamente ligadas às principais áreas de opera- ção das empresas e envolvem problemas de administração, controle, contabilização e, prin- cipalmente avaliação. Portanto, nas empresas industriais e comerciais, as mercadorias representam um dos ativos mais importantes e, isso leva a essencial necessidade de sua correta determinação no início e no fim do período contábil para uma apuração do lucro contábil do exercício. LEITURA Proposta de Controle e Gestão de Estoques na Madeireira Carvalho - Rede Construir Henrique Faustini de Castro Rodrigues, Nilson Varella Rübenich, Janine Cardoso Rocha Resumo Nos últimos anos muitas pessoas migraram pra o litoral norte do Rio Grande do Sul em busca de tranquilidade na aposentadoria ou, até mesmo, de oportunidades de explorar o mercado do ramo turístico. Como resultado desta migração, encontramos uma região que investe pesado na construção civil, construindo Shoppings, centros comercias, condomínios fechados, prédios, entre outros. É neste mercado que a Madeireira Carvalho – Rede Cons- truir está inserida. A empresa possui participação significativa no ramo da região e obteve grande crescimentonos últimos anos. Este crescimento fez com que a empresa se depa- rasse com dificuldades que antes, por ser uma empresa familiar e de pequeno porte, não existiam. Dentre tais dificuldades está o controle dos estoques, que não se fazia necessário quando a empresa operava em um pequeno prédio. Porém, com a atual transferência da loja para um prédio maior, a questão dos estoques começou a preocupar o proprietário. Com capítulo 2 • 57 base nisto, foi pensado este estudo, que utiliza-se da metodologia pesquisa-ação. O objetivo foi efetuar uma intervenção planejada que será o primeiro passo para a organização dos estoques da empresa, tornando-os confiáveis, permitindo a gestão e o controle dos mesmos e ainda contribuindo para a qualidade do processo de compras da empresa. Fonte: http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/ mostraucsppga/mostrappga2014/paper/view/3797. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; KANITZ, S. C.; RAMOS, A. T. ; CASTILHO, E. BENATTI, L.; WEBER, E. F.; DOMINGUES, R.; Contabilidade introdutória 11 ed. São Paulo: Atlas , 2010. IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. dos. Manual de Contabilidade Societária – aplicável a todas as sociedades. São Paulo: Atlas, 2010. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica, 2 ed. São Paulo: Saraiva , 2009. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Intermediária, 2 ed. São Paulo: Saraiva , 2009. YAMAMOTO, Marina M.;PACCEZ, Joao Domiraci e MALACRIDA, Mara Jane C. Fundamentos de Contabilidade. 1 ed., São Paulo: Saraiva, 2011. 58 • capítulo 2 Tributos Incidentes sobre as Compras e Vendas 3 60 • capítulo 3 Poderão incidir alguns tributos, na operação de compra e vendas de merca- dorias, os quais são inclusos no valor das mercadorias, ou a ela adicionados. São considerados tributos incidentes sobre as vendas os impostos, as taxas e as contribuições, que guardem proporcionalidade com o preço da venda efetuada ou do serviço prestado, ainda que o montante do referido tributo integre a sua própria base de calculo. Os impostos incidentes sobre as vendas são os seguintes: • imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobe prestações de serviços, de transporte interestadual e intermunicipal e de co- municação – ICMS; • imposto sobre produtos industrializados – IPI; • imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS; • imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos; • imposto de exportação – IE. Incluem-se, também, nos tributos incidentes sobre as vendas: • as taxas que guardam proporcionalidade com o preço da venda. • as parcelas de contribuições mensais com recursos próprios para: programa de formação do patrimônio do servidor publico – PASEP; programa de integração social – PIS; contribuição para o financiamento da seguridade social – COFINS. • as quotas de contribuição ou retenção cambial devida na exportação. Assim, para as empresas comerciais, as quais são o enfoque principal do pre- sente capítulo, os tributos incidentes sobre vendas mais comuns são: ICMS, IPI, ISS, PIS sobre faturamento e COFINS. OBJETIVOS Nesse capitulo é apresentado como as operações de compras e vendas de mercadorias, podem sofrer incidência de alguns tributos no valor das mercadorias, ou a ele serem adicionados. En- tretanto, vamos aprender como considerar tributos incidentes sobre as vendas os impostos, as taxas e as contribuições. E, no caso das empresas comerciais, dar enfoque principal aos tributos incidentes sobre as vendas mais comuns: ICMS, IPI, ISS, PIS sobre faturamento e COFINS. Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce capítulo 3 • 61 3.1 ICMS – Imposto sobre circulação de mercadorias sobre compras e vendas 3.1.1 Conceito De acordo com o SEBRAE o ICMS é conceituado como: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. A regulamenta- ção constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada "Lei Kan- dir"), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. Ainda, de acordo com o SEBRAE são contribuintes: [...] as pessoas físicas ou jurídicas que realizem, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadorias ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações se iniciem no exterior (art.7º, RICMS/SC). CONEXÃO Acesse o link e saiba mais o ICMS: http://www.sebrae-sc.com.br/leis/default.asp?vcdtexto= 4844&%5E%5E. Para Ribeiro (2009, p. 198-199): ICMS quer dizer Imposto sobre Operações Relativas a Circulação de Mercadorias sobre prestações de serviços de trans- porte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Ele é um imposto de competência estadual, incidindo sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal, comunica- ções e fornecimento de energia elétrica. Murilo Realce Murilo Realce 62 • capítulo 3 Contudo, nem todas as mercadorias ou operações estão sujeitas ao ICMS. É considerado um imposto por dentro, o que quer dizer que o seu valor está incluso no valor das mercadorias. Se comprarmos uma mercadoria no valor de R$ 100,00, com ICMS inciden- te sobre a alíquota de 18%, isso significa dizer que o custo da mercadoria é de 82.00 e o ICMS é de 18,00. Nesse caso, o total da NF é de 100,00. É um imposto não cumulativo, o valor incidente em uma operação (compra) será compensado do valor incidente sobre a operação subsequente (venda). De acordo com Iudícibus et al (2010) o ICMS incide sobre a circulação de mercadorias, que como regra incide nas suas compras e vendas. O ICMS está incluído no custo das compras e integra o valor das vendas. E a empresa co- mercial recolhe ao tesouro estadual a diferença entre ambas as operações em cada mês. Importante!!! ICMS – Este imposto está incluso no preço das mercadorias e serviços na nota fiscal. A alíquota é variável. Mas, na maioria dos Estados, é de 18%. © P H O TO M A LL | D R E A M S TI M E .C O M Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce Murilo Realce capítulo 3 • 63 3.2 Incidência Iudícibus et al (2010) ressaltam que a incidência tributária não é por Regime de Competência: não é sobre Receita de Vendas diminuídas do CMV, mas sobre as Receitas de Vendas diminuídas das Compras. Dessa forma, deve-se ter um cui- dado especial para que a contabilização desse tributo não interfira na apuração do resultado contábil feita com base na Competência dos Exercícios. De acordo com o Portal Tributário o ICMS incide sobre: I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimen- tação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a amplia- ção de comunicação de qualquer natureza; IV - o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; V - o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios,
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