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Web Conferência - 02

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DIREITO DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO 
IDOSO
UNIDADE DE APRENDIZAGEM - 02
Amanda Coutinho
DIREITO FUNDAMENTAL À EDUCAÇÃO
Educação como sendo o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e
do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. O processo educacional visa a
integral formação da criança e do adolescente, buscando seu desenvolvimento, seu preparo para o pleno
exercício da cidadania e para ingresso no mercado de trabalho (art. 205 da CF).
É direito fundamental que permite a instrumentalização dos demais, pois sem conhecimento não há o
implemento universal dos direitos fundamentais. A ignorância leva a uma passividade generalizada que impede
questionamentos, assegura a manutenção de velhos sistemas violadores das normas que valorizam o ser
humano.
Princípios constitucionais das políticas educacionais:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola:
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais de ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério
público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
Igualdade: Educação é direito de todos, sem distinção. Assegurá-lo é dever dos pais, através da matrícula
dos filhos na rede de ensino; dever da sociedade, fiscalizando os casos de evasão ou de não ingresso na
escola através do Conselho Tutelar, dos profissionais de educação ou qualquer outro meio e,
principalmente, dever do poder público, mantendo uma oferta de vagas que permita o livre e irrestrito
acesso à educação.
Caso a rede pública não seja suficiente para absorver toda a demanda, caberá ao poder público custear o
ensino na rede privada através de um sistema de bolsas.
Portadores de necessidades especiais devem ser contemplados com número de vagas nos sistemas
educacionais e profissionais capacitados.
Adolescentes infratores, provisoriamente internados, ou em cumprimento de medida socioeducativa
também devem ter assegurado o direito à educação, como parte integrante do processo de ressocialização.
O período da execução da medida não pode ser motivo para interromper a formação do adolescente.
-Não basta que o poder público oferte vagas. É necessário que garanta o acesso e a permanência na
escola, preferencialmente próximo à residência da criança e do adolescente. Na prática, o acesso vem
sendo assegurado através de leis estaduais e municipais dispondo sobre passe livre no transporte público
urbano para estudantes da rede pública...
Os pais, por sua vez, devem efetuar a matrícula dos filhos na rede de ensino, sob pena de serem autuados
por crime de abandono intelectual, sem prejuízo de sanções administrativas por descumprimento dos
deveres inerentes ao poder familiar e de eventual medida aplicável aos pais (art. 129 do ECA).
O dever de educar não se limitar a matricular o filho na escola. Vai muito além. Exige acompanhamento
constante dos trabalhos, frequência, avaliações, comparecimento às reuniões de pais, enfim o saudável
exercício da paternidade/maternidade responsável...
Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
maus-tratos envolvendo seus alunos; reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar; elevados níveis
de repetência.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do
contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às
fontes de cultura.
Níveis e modalidades de ensino
-A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (Lei nº 9.394/96) classifica a educação em dois níveis:
educação básica e educação superior.
a) educação infantil: ministrada em creches e pré-escolas. Prestada pela rede pública, mas
principalmente pela privada.
b) ensino fundamental: duração mínima de nove anos, iniciando-se aos 6 anos, tendo por objetivo a
formação básica do cidadão. Sua oferta é obrigatória e, se prestado pela rede pública, gratuito.
c) ensino médio: finaliza a educação básica. Tem duração de 3 anos e nessa fase deve enfatizar a
profissionalização, buscando preparar o adolescente para a escolha de sua profissão.
- A CF estabeleceu competência comum para os três entes da Federação, quanto à matéria educacional.
Com o fim de sistematizá-la, determinou à União a organização do sistema federal de ensino. Estados e
o DF autuarão, prioritariamente no ensino fundamental e médio, cabendo aos Municípios a atuação
prioritária no ensino fundamental e educação infantil.
- A educação infantil é garantida pela lei devendo ser prestada, prioritariamente pelos Municípios. Visa o
desenvolvimento da criança na primeira infância com estímulos motores, intelectuais, psicológicos e sociais.
Ao contrário do que pensam alguns administradores municipais, integra a educação básica e deve ser
obrigatoriamente prestada, ainda que a educação fundamental goze, nesse aspecto, de prioridade.
Contudo, os pais não estão obrigados a matricular os filhos nessa primeira fase de estudo. A
obrigatoriedade para os genitores respeita ao ensino fundamental. Realidade: falta de creches (70%).
Texto: http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/as-graves-consequencias-da-falta-de-creche/
- Direito à educação é direito público subjetivo indisponível da criança e do adolescente, sendo, pois,
líquido, certo e exigível do poder público e dos pais.
- No caso da ausência de prestação do serviço público essencial de educação, seja pela falta de vagas,
seja pela prestação irregular do ensino, a autoridade omissa deverá ser responsabilizada. No caso,
aponta-se a prática de crime de responsabilidade, como previsto no artigo 208, § 2º, da CF, e art. 5º, § 4º,
da LDB, sem prejuízo de eventual enquadramento na Lei de Improbidade Administrativa, em caso de
desvio de recursos públicos vinculados.
Ensino noturno: o estudo noturno (art. 208, VI, da CF), tem grande importância, pois permite conciliar a
formação do adolescente, do jovem, e até mesmo do adulto, sem prejuízo da atividade profissional eleita
que, desde logo, lhe permite realizar, no todo ou em parte, carências materiais.
Flexibilização do ensino: A LDB, buscando universalizar e manter o aluno na sala de aula inovou
flexibilizando a prestação do ensino. Instituiu regimes especiais (ensino noturno, jovens e adultos, ensino
rural e o ensino em regiões de difícil acesso ou sob adversidades climáticas); previu seriação diferenciada
(séries anuais, períodos semestrais...), dispôs sobre o período de recesso escolar para reforço do aluno ou
aprimoramento do professor.
Educação no campo: há fortes indícios de que os administradores públicos não estão respeitando esses
preceitos. Entre 2002 e 2009, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), mais de 24 mil escolas do campo
foram fechadas no Brasil. Estamos assistindo ao extermínio do ensino voltado às populações historicamente mais
pobres e condenadas à ignorância. Grande parte dos analfabetos brasileiros encontra-se justamente nas zonas
rurais. Em vez de corrigir erros do passado e proporcionar condições dignas a esse público, a opção tem sido
realocar esses estudantes em escolas urbanas, quilômetros e horas distantes de suas moradias. O principal
argumento é financeiro: escolas no campo são muito caras. * A população urbana não tem o direito de impor os
seus modos de vida, objetivos e maneiras de se relacionar como mundo a ninguém. A escola do e no campo é
uma forma de assegurar o respeito às culturas locais. Constitui um espaço de valorização da história e da
relevante função social do povo que vive na zona rural.
- Além disso, preocupando-se em aproximar a teoria da realidade, expandir a cultura popular regional e nacional,
adequando o estudo à realidade local deu margem à organização diferenciada da grade curricular levando em
conta as variadas diversidades existentes em nosso país.
Educação democratizada: Trata-se da gestão compartilhada da escola pública com a comunidade, pais,
alunos e profissionais de educação. A co-gestão permite constante avaliação dos métodos pedagógicos, busca
de resultados, novos experimentos, aproximação dos parceiros que se sentem responsáveis pela escola.
Metas do PNE: http://www.cartaeducacao.com.br/tecnologia/mapa-monitora-cumprimento-de-metas-do-pne/
Reformas no Ensino Médio e ocupações secundaristas pelo Brasil:
- MP 746/2016, que estabelece a reforma do ensino médio, e a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) do Teto, aprovada em dois turnos tanto pela Câmara quanto pelo Senado (antes, 18%. Agora, a
inflação do ano interior impõe o limite).
- Reforma: faz com que os estudantes sejam divididos entre aqueles que vão ter acesso a um ensino
propedêutico e aqueles que vão ter acesso a um ensino técnico de baixa qualidade. A inclusão do ensino
profissionalizante, dentre as trajetórias possíveis aos estudantes, durante o novo Ensino Médio, vai
empurrar os jovens com menor renda para carreiras de subemprego, enquanto que os mais ricos
poderão focar os estudos nas áreas que desejam.
https://www.youtube.com/watch?v=pndQmJhpN2o
https://www.cartacapital.com.br/educacao/reforma-do-ensino-medio-e-um-retorno-piorado-a-decada-de-
1990
https://www.youtube.com/watch?v=34ojWI5M0Qw
Filme “Nunca me sonharam”: https://www.youtube.com/watch?v=KB-GVV68U5s
DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE E 
AO LAZER
A criança e o adolescente no seu desenvolver necessitam de variados estímulos: emocionais, sociais,
culturais, educacionais, motores, enfim, todo o arcabouço necessário para sua formação.
A cultura estimula o pensamento de maneira diversa da educação formal. Os espetáculos culturais –
música, dança, cinema – permitem que crianças e jovens tenham contato com padrões de comportamento
e valores, através de outro canal.
O esporte desenvolve as habilidades motoras, socializa e pode ser o início da vida profissional da criança e
do adolescente. Além disso, a prática esportiva é atual aliada da saúde. O exercício estimula o bom
colesterol, melhora a capacidade cardiorrespiratória, diminui a obesidade quando aliada a uma alimentação
racional.
Criança e adolescente têm direito de brincar e de se divertir, e até de não fazer nada. O lazer envolve
entretenimento, diversão, importantes ingredientes para a felicidade, antídoto da depressão. Na escola é
obrigatório o recesso, chamado recreio, momento de descontração no qual os alunos descansam a mente e
se inter-relacionam. Em casa, a família deve reservar algum tempo para que a criança brinque e possa de
fato ser criança, afastando o adulto em miniatura exigido pela sociedade moderna.
Poder Público e família têm importante papel na efetivação desses direitos fundamentais. O Estado deve
assegurar o acesso à cultura, esporte e lazer através da construção de praças, instalação de lonas
culturais, de teatros populares, promoção de shows abertos ao público, construção de complexos ou
simples ginásios poliesportivos. A família deve buscar ofertar às suas crianças e jovens a possibilidade
de frequentar, teatros, shows, assistir filmes ou, simplesmente, brincar. A própria escola tem importante
papel na promoção desses direitos, sendo comum passeios a museus ou formação de grupos de teatro
pelos próprios alunos.
A doutrina da proteção integral não comporta relativização. Assim, cabe à sociedade exigir o respeito e
a efetivação dos direitos fundamentais
Historicamente, o investimento em cultura no Brasil sempre esteve muito aquém da demanda (0,15%d
do PIB). Supremacia dos investimentos via Lei Rouanet (incentivo fiscal).
Caso prático | Teatro do Parque – Recife. Inaugurado em 1915, está fechado desde 2010.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2015/08/23/internas_viver,593756/cem-anos-
sem-festa-teatro-do-parque-vai-da-gloria-ao-silencio-no-centenario.shtml
DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À 
PROTEÇÃO NO TRABALHO
A profissionalização integra o processo de formação do adolescente e, por isso, lhe é assegurada. Contudo, sua
peculiar condição de pessoa em desenvolvimento exige um regime especial de trabalho, com direitos e
restrições.
A CF proíbe o trabalho de menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Além da limitação etária, é também proibido o trabalho noturno (entre 22 e 5 horas), perigoso, insalubre ou penoso,
realizado em locais prejudiciais à sua formação e desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.
Profissão repórter | Trabalho infantil: https://www.youtube.com/watch?v=z5PIBj5-cYs
A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios: garantia de acesso e frequência obrigatória
ao ensino regular; atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; horário especial para o exercício
das atividades.
“Atores mirins”: crianças que participam de novelas e peças teatrais. Não se trata de um contrato de trabalho
regido pela CLT, pois o trabalho infantil é proibido constitucionalmente, mas sim de um contrato de participação em
obra televisiva, teatral ou cinematográfica, dependente de autorização judicial e sujeito a um regime especial, de
acordo com a portaria do juízo da infância e juventude.
O trabalho artístico realizado por crianças, embora exponha o indivíduo à formação cultural (o que é
positivo para a sua educação), também requer muito esforço e dedicação para ser executado, o que
pode trazer muitas consequências danosas como os outros trabalhos infantis. Geralmente esta
atividade é mais bem remunerada do que as outras formas de trabalho infantil, mas igualmente tende a
restringir as possibilidades do futuro daquele ser em formação, porque os artistas mirins, assim como os
trabalhadores mirins, ficam ocupados em sua arte/trabalho e não se dedicam, em regra, à escola e ao
desenvolvimento pleno de suas potencialidade físicas, psicológicas, emocionais e sociais.
Ação civil pública interposta pelo MPT, de São Paulo, contra o SBT. Na ação, o MPT pede que menores
sejam proibidos de atuarem em programas artísticos transmitidos pela emissora, "sendo expostos a
situações vexaminosas, humilhantes ou psicologicamente perturbadoras". O MPT perdeu a ação.
http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/mpt-nao-obtem-condenacao-do-sbt-por-
incidente-com-apresentadora-infantil-maisa
Não se admitirá atividade profissional realizada em horários e locais que não permitam a frequência à
escola. O direito à educação é indisponível e poderá ser complementado pela atividade
profissional, mas não o contrário.
Aprendizagem: O contrato de aprendizagem é definido no art. 428 da CLT como sendo contrato de
trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete
a assegurar ao maior de quatorze e menor de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem,
formação técnico-profissional metódica, compatível com os eu desenvolvimento físico, moral e
psicológico, e o aprendiz a executar com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação.
Trata-se de um contrato especial de trabalho com duração máxima de dois anos sobre o qual incidirão
direitos trabalhistas. Assim, é obrigatória sua anotação na CTPS.
O aprendiz receberá remuneração equivalente ao salário-mínimo-hora, possuindo uma jornada máxima
de seis horas diárias, vedada prorrogação (art. 432 CLT). Sua atividade serásupervisionada,
complementada pro atividades teóricas e práticas organizadas em tarefas de complexidade progressiva.
A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos
produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
Os programas de aprendizagem, por força do artigo 90, parágrafo único, do ECA deverão ser inscritos no
Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, e findo o curso será concedido
ao aprendiz certificado de qualificação profissional.
Trabalho rural: O trabalho rural é regulado pela Lei nº 5.889/73 e pela Constituição Federal, que o
equiparou ao trabalho urbano quanto às garantias previstas no artigo 7º.
- O trabalho adolescente no campo se submete à idade mínima de 16 anos, ressalvada a
aprendizagem a partir dos 14 anos.
- A remuneração não poderá ser inferior ao salário-mínimo-hora e o empregador assegurará o
período de frequência à escola.
Infelizmente um grande número de crianças e jovens vive à margem da lei e desde cedo
asseguram sua subsistência, e às vezes a dos pais, numa completa inversão de valores,
trabalhando pelas ruas, de dia e à noite, sem se submeter à lei formal, mas apenas à lei da vida.
Lutar contra essa realidade deve ser um compromisso da nação. Os passos iniciais já foram dados
através dos programas PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e Agente Jovem.
Democratizá-los e universalizá-los é o próximo passo.
PREVENÇÃO E POLÍTICA DE 
ATENDIMENTO
Substituição do modelo de atendimento centralizado, vertical, assistencialista e correcional-
repressivo construído sob a égide do Código de Menores.
Na esteira da Doutrina da Proteção Integral, o legislador estatutário, partindo do pressuposto de que
a criança e o adolescente possuem um espírito maleável suscetível a todo tipo de influências
ambientais, outorgou-lhes um cuidado especial, de prevenção e tratamento por parte da família, da
sociedade e do poder público, para que possam se desenvolver de forma plena.
Isto levou o legislador do ECA a tratar da matéria atinente à prevenção sob dois enfoques:
A) Da prevenção geral nos arts. 70 ao 73.
B) Da prevenção especial nos arts. 74 e 75.
� Prevenção Geral
• Como desdobramento da garantia da proteção integral, o legislador, ao preceituar no art. 70
ser “dever de todos prevenir a ocorrência da ameaça ou violação dos direitos da criança e
do adolescente”, trouxe inovação importante, qual seja, alterou a responsabilidade desta
tarefa que, antes era exclusiva do Estado, passando a ser compartilhada entre a família,
sociedade e Poder Público, de forma a impedira incidência de danos ou risco de dano à
pessoa em formação.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração
de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais
ações:
I - a promoção de campanhas educativas permanentes [...]
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho
Tutelar [...]
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e dos demais
agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente [...]
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
adolescente
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde
a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante
no processo educativo;
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
conjunta [...]
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas
ações e políticas públicas de prevenção e proteção.
No art. 71 do ECA: A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
“As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes dos
princípios por ela adotados”.
Por fim, o legislador, conferindo uma maior importância ao tema, encerrou o capítulo das
“Disposições Gerais” ressaltando, no art. 73, que a inobservância das normas de prevenção
importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta lei,
responsabilidade esta que poderá estar definida no ECA ou em outra lei civil ou penal.
�Prevenção Especial
O legislador estatutário ao abordar a matéria relativa aos direitos referentes à informação, à cultura,
ao lazer, aos esportes, às diversões e aos espetáculos, procurou regulamentá-los de forma singela,
no capítulo da prevenção especial.
Acesso aos Espetáculos e Diversões Públicas: No Caput do art. 74, dispõe o ECA, em
consonância com o § 3º do art. 220 da CF - caberá ao Poder Público, através de órgão competente,
regulamentar as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horário em que sua apresentação se mostre
inadequada.
Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como
adequados à sua faixa etária. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.
Exibição de Programas pelas Emissoras de Rádio e de Televisão: Embora os pais, no exercício
do poder familiar, devam orientar seus filhos quanto aos programas inadequados às suas faixas
etárias, o aviso de classificação é obrigatório, para que se faça a respectiva seleção, do que é
permitido para cada idade. Inúmeras são as manifestações na área de psicologia infantil que
apontam o excesso de violência e cenas de sexo na televisão como fatores influenciadores para a
agressividade, desvio e abusos sexuais na infância e na juventude.
- O art. 76 do ECA preceitua que as emissoras de rádio e de televisão somente exibirão, no horário
recomendado para o público infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas.
Revistas e Publicações: no art. 78 do ECA, o legislador restringiu o comércio de revistas e
publicações que contenham material impróprio ou inadequado às crianças e aos adolescentes, na
medida em que determinou que estes impressos sejam vendidos em embalagem lacrada.
- As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições.
Estabelecimentos que Exploram Jogos com Apostas: o legislador estatutário ciente do
quanto, crianças e adolescentes, são vulneráveis, pela sua própria condição de pessoas em
formação, objetivando evitar qualquer risco de sedução, proibiu no art. 80, a entrada e a
permanência de infantes e jovens, acompanhados ou não de seus pais ou responsáveis, em
estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou em casas de
jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente.
Produtos e Serviços Proibidos: Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: I -
armas, munições e explosivos; II - bebidas alcoólicas; III - produtos cujos componentes possam
causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida; IV - fogos de estampido
e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzidopotencial sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida; V - revistas e publicações a que alude o art.
78; VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
acompanhado pelos pais ou responsável.
Autorização para viagem: Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial. § 1º A autorização não será exigida
quando: a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana; b) a criança estiver acompanhada: 1) de ascendente ou colateral maior, até
o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco; 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
pai, mãe ou responsável. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder
autorização válida por dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: I - estiver
acompanhado de ambos os pais ou responsável; II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente
pelo outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
-Tráfico de crianças: O tráfico de crianças segue aumentando e já representa um terço dos casos de tráfico de
pessoas no mundo, segundo o relatório 2014 do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) .
Embora a principal finalidade do tráfico de seres humanos continue sendo a exploração sexual (53% dos casos), o
tráfico para trabalho forçado aumentou a 40%, contra 32% em 2007, segundo a UNODC. O relatório também
expressa sua preocupação por alguns tipos de tráfico de pessoas, como o que obriga as crianças a combater, a se
dedicar aos pequenos crimes ou à mendicidade forçada.
-http://tudo-sobre.estadao.com.br/trafico-de-criancas
�POLÍTICA DE ATENDIMENTO
Compreende-se a política de atendimento, como o conjunto de instituições, princípios, regras, objetivos e
metas que dirigem a elaboração de planos destinados à tutela dos direitos da população infantojuvenil,
permitindo, desta forma, a materialização do que é determinado, idealmente, pela ordem jurídica.
Um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios
São linhas de ação da política de atendimento: (não recomendações, mas obrigações do poder público)
a) políticas sociais básicas;
b) serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de
prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;
c) serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
d) serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
e) proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
f) políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e
a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes;
g) campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do
convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com
necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.
Crianças desaparecidas: Pernambuco registra média de três desaparecimentos de crianças e adolescentes a cada
dia, diz polícia Em todo o estado, 1.104 menores sumiram em 2016. Índice de encontro é de 85%, segundo o DPCA.
Dia Internacional das Crianças Desaparecidas: 25 de Maio (Esta data é uma homenagem ao caso de Etan Patz, um
menino de 6 anos que desapareceu nas ruas de Nova Iorque, enquanto voltava da escola, em 25 de maio de 1979).
SOS Crianças Desaparecidas. Desaparecidos.org: http://www.desaparecidosdobrasil.org/criancas-desaparecidas
São diretrizes da política de atendimento: (comandos normativos)
I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos
e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações
representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da
criança e do adolescente;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência
Social.
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade.
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira
infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça a
intersetorialidade no atendimento.
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos
direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será
remunerada.
Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente são órgãos públicos, imbuídos da missão
institucional de exercer, politicamente, as opções relacionadas ao atendimento da população infanto-
juvenil; exercem atividade administrativa de governo, distinguindo-se, no entanto, dos demais órgãos
que compõem a Administração Pública, na medida em que, mesmo despidos de personalidade
jurídica própria, possuem independência e autonomia em relação à chefia do Poder Executivo.
A ausência de personalidade jurídica aos Conselhos dos Direitos, logicamente, não os impede de
estar em juízo, como sujeitos ativos ou passivos de demandas relacionadas ao exercício de suas
prerrogativas ou atribuições.
Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente em Recife:
COMDICA http://comdica.recife.pe.gov.br/
� Entidades de Atendimento
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos
destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sociofamiliar;
II - apoio socioeducativo em meio aberto;
II - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional;
V - prestação de serviços à comunidade;
VI - liberdade assistida;
VII - semiliberdade; e
VIII - internação.
• As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão
adotar os seguintes princípios: - preservação dos vínculos familiares e promoção da
reintegração familiar; II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família natural ou extensa; III - atendimento personalizado e em pequenos
grupos; IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação; V - não
desmembramento de grupos de irmãos; VI - evitar, sempre que possível, a transferência para
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; VII - participação na vida da
comunidade local; VIII - preparação gradativa para o desligamento;IX - participação de
pessoas da comunidade no processo educativo.
• As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre
outras: I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes; II - não
restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação; III -
oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos; IV -
preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente; etc.
Relatório da Secretaria Especial de Direitos Humanos apontou “graves violações de direitos, como ameaça à
integridade física, violência psicológica, maus-tratos e tortura” em casas de internação, os chamados centros de
socioeducação, onde os jovens cumprem medidas de privação de liberdade. Em 2009 foram registradas 13
mortes nos sistemas socioeducativos do país. Apesar de o ECA prever que a privação de liberdade deva ocorrer
somente em último caso, o número de jovens nesta situação passou de 4,2 mil para 16,9 mil em 13 anos. A
antiga Fundação de Bem-Estar do Menor (Febem), em São Paulo, se tornou o maior símbolo dos maus-tratos
cometidos contra jovens infratores. A instituição ficou marcada por suas rebeliões, mortes e espancamento de
adolescentes. http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/jovens-sofrem-violacao-de-direitos-
f3own3z91yca9skvybjsicaq6
� Fiscalização das Entidades de Atendimento
As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a
origem das dotações orçamentárias.
São medidas aplicáveis às entidades de atendimento, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
dirigentes ou prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
As medidas estão à disposição do julgador, em ordem crescente de severidade, não havendo critério predeterminado
para a sua aplicação; deverá o magistrado optar, entre as providências acima elencadas, por aquela que se mostrar, no
caso concreto, suficientemente eficaz a afastar a ilegalidade apurada.
Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária
competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão pelos danos que seus
agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das
atividades de proteção específica
� Medidas Específicas de Proteção
As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos no
ECA forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
As medidas previstas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer
tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se
aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos.
II - proteção integral e prioritária.
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a
crianças e a adolescentes é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem
prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não
governamentais.
IV - interesse superior da criança e do adolescente.
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada.
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida.
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente.
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em
que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada.
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
para com a criança e o adolescente.
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto não for
possível, que promovam a sua integração em família substituta.
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se processa.
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente.
Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários,
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental.
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção
da família, da criança e do adolescente.
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial.
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos.
VII - acolhimento institucional.
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar.
IX - colocação em família substituta.

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