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2017529_104813_TEC+1+07-Execucao+Concretagem+2 (1)

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CONCRETAGEM 
ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO 
1 – INTRODUÇÃO 
2 – PROCEDIMENTOS PRELIMINARES A EXECUÇÃO 
DAS CONCRETAGENS 
3 – PREPARAÇÃO DO CONCRETO 
4 – RECEBIMENTO DO CONCRETO USINADO 
5 – TRANSPORTE DO CONCRETO 
6 – LANÇAMENTO DO CONCRETO 
7 – ADENSAMENTO DO CONCRETO 
8 – CURA DO CONCRETO 
9 – PRAZOS PARA DESFÔRMA 
10 – CORREÇÃO DE FALHAS NO CONCRETO 
GLOSSÁRIO 
NORMAS TÉCNICAS 
BIBLIOGRAFIA 
 
1 – INTRODUÇÃO 
A concretagem é a fase final de um processo de elaboração de elementos de 
infraestrutura e superestrutura, e em geral a mais importante. A concretagem 
somente pode ser liberada para execução depois de verificado se as fôrmas estão 
consolidadas e limpas, se as armaduras estão corretamente dispostas e se as 
instalações embutidas estão devidamente posicionadas. 
Nessa etapa, de lançamento, adensamento e cura do concreto é extremamente 
importante a presença do engenheiro na obra. No mínimo, é necessária a presença 
de um técnico, ou ainda, de um mestre-de-obra de inteira confiança e com larga 
experiência em execução de concretagem. Os erros cometidos nessa etapa 
geralmente acarretam grandes prejuízos futuros. A necessidade de correção das 
patologias ocorridas nas estruturas provocadas por falta de cuidados na fase de 
concretagem implicará em perda da reputação e de dinheiro para o profissional e 
construtora responsáveis. 
2 – PROCEDIMENTOS PRELIMINARES A EXECUÇÃO DAS CONCRETAGENS 
2.1 – Liberação da concretagem 
Para a liberação de uma concretagem é necessário estar atento para os pontos a 
seguir: 
 2 
a) Verificar se as estruturas concretadas anteriormente já se encontram 
consolidadas e escoradas o suficiente para esse novo carregamento; 
b) dependendo do tipo de concreto (usinado ou feito no canteiro), verificar as 
condições de acesso dos equipamentos (caminhão-betoneira, carrinhos e 
jericas, bombas etc.) 
c) garantir a existência de fontes de água e de tomadas de energia para 
ligação dos adensadores, réguas e iluminação, se for o caso; 
d) estudar e promover condições para a movimentação ininterrupta das 
jericas, com caminhos diferentes para ir e vir, se possível; 
e) garantir que os materiais para a elaboração de controle tecnológico 
(moldes) estejam em perfeitas condições (limpos e preparados); 
f) verificar se os eixos das fôrmas foram conferidos, se estão travadas e 
escoradas e se os pés dos pilares foram fechados após a limpeza; 
g) conferir as armaduras, principalmente as negativas e se foram colocados 
os espaçadores em quantidade suficiente; 
h) requisitar a presença de equipes de carpinteiros, armadores e eletricistas 
para estarem de prontidão durante a concretagem para eventuais serviços 
de reparos e reforços nas fôrmas, armaduras e instalações; 
i) prever a possibilidade de interrupção da concretagem e a necessidade da 
criação de juntas frias; 
j) conferir o nível das mestras e dos gabaritos de rebaixo, das prumadas e 
aberturas, cuidando para que não haja deslocamento dos ferros negativos 
pela passagem dos carrinhos e pessoas; 
k) estabelecer um plano prévio de concretagem, os intervalos entre os 
caminhões e/ou betonadas e reprogramar em função do ritmo; 
l) acercar-se das condições de segurança interna e externamente à obra, 
verificando as proteções de taludes, valas, trânsito de veículos próximos, 
vizinhos e transeuntes (aplicar as recomendações da NR-18); 
m) planejar e acompanhar a seqüência de concretagem anotando o local 
onde foram lançados o material de cada caminhão e terminar a 
concretagem sempre na caixa da escada ou no ponto de saída da laje. 
2.2 – Solicitação de concreto usinado 
Para a escolha do fornecedor de concreto dosado em central, além dos critérios 
comerciais para a seleção (preço, prazo de pagamento, entrega, credibilidade etc.) 
deve-se verificar se o fornecedor está atendendo às prescrições das normas 
técnicas pertinentes e se recolhem junto ao CREA as devidas anotações de 
responsabilidade técnica pelo serviço executado (ART da concreteira). 
Definidos os lotes de concreto, em função do tipo de estrutura, solicitação 
(compressão ou flexão) e quantidade (NBR – 12655 Preparo, controle e recebimento 
de concreto – procedimento), o contratante deve exigir que na nota fiscal venham 
registradas as seguintes informações: 
a) especificação do concreto (tipo de cimento, traço. teor de argamassa etc.); 
b) resistências características (no mínimo aos 28 dias); 
 3 
c) módulo de elasticidade; 
d) consistência; 
e) dimensão máxima do agregado graúdo; 
f) consumo mínimo de cimento; 
g) fator água-cimento; 
h) aditivos; 
i) volume; 
j) preço unitário e total; 
k) horário da saída do caminhão da central. 
3 – PREPARAÇÃO DO CONCRETO 
3.1 – Concreto misturado manualmente 
O concreto misturado manualmente exige um grande esforço da mão-de-obra e é 
indicado para pequenas obras e serviços. Deve-se estar ciente de que o concreto 
resultante é de qualidade apenas razoável, sem garantia da resistência conseguida 
em concretos preparados mecanicamente. Escolher uma superfície resistente (livre 
de partes soltas), plana, limpa e impermeável para efetuar a mistura ou utilizar a 
caixa de argamassa devidamente livre de outros materiais. Os materiais secos 
devem ser misturados até se conseguir a homogeneidade de cor. A mistura manual, 
preferencialmente para um saco de cimento, deve obedecer à seqüência abaixo: 
a) espalhar a areia sobre a superfície (caixa) formando uma camada de 15 
cm; 
b) espalhar o cimento sobre a camada de areia; 
c) misturar a areia e o cimento até conseguir uma mistura homogênea; 
d) formar uma camada de mais ou menos 15 cm; 
e) espalhar a pedra sobre a camada e misture tudo; 
f) depois de bem misturado, formar um monte com um buraco no meio (boca 
de um vulcão); 
g) despejar a água aos poucos e misturar vigorosamente até obter a 
consistência desejada (depois de colocada a água, continuar misturando, 
pois o concreto ficará mais mole). 
 4 
 
Adaptado de manual da ABCP 
3.2 – Concreto misturado em betoneira 
O trabalho com betoneira simplifica o processo de elaboração do concreto, obtendo-
se um material de melhor qualidade do que o obtido na mistura manual. O tempo de 
carregamento dos materiais deve ser o mínimo possível (um minuto) e o tempo de 
mistura deve ser de 3 minutos, no mínimo. A mistura com betoneira deve obedecer à 
seqüência abaixo: 
a) para betoneiras com carregamento direto (mistura para um saco de 
cimento), com a betoneira girando: 
– adicionar a água; 
– agregado graúdo (brita); 
– cimento; 
– areia; 
b) para betoneiras com carregamento por caçambas e água (aditivos) 
adicionada concomitantemente (meio a meio): 
– adicionar metade do agregado graúdo; 
– areia; 
– cimento; 
– restante da brita. 
 
 5 
Betoneira 320 litros com
carregamento direto e
descarga pelos dois lados
Betoneira 580 litros com caçamba
 
3.3 – Concreto dosado em central 
O concreto usinado é obtido em centrais dosadoras, geralmente chamadas de 
concreteiras. São instalações preparadas para a produção em escala, constituídas 
de silos armazenadores, balanças, correias transportadoras e equipamentos de 
controle. Na maioria dos casos, para as obras urbanas, a mistura é feita no próprio 
caminhão, durante o trajeto entre a central de concreto e a obra. Nas obras de 
grande porte, como barragens e estradas, as centrais podem fazer a mistura e o 
material é transportado por gruas e caçambas. Dentre as vantagens do uso de 
concreto pronto (usinado) pode-se destacar: 
a) economia de materiais, menor perda de areia, brita e cimento; 
b) maior controle tecnológico dos materiais, dosagem, resistência e 
consistência, com melhoria da qualidade; 
c) racionalização do número de ajudantes na obra, com a conseqüenteredução dos encargos trabalhistas; 
d) melhor produtividade da equipe; 
e) redução no controle de suprimentos e eliminação de áreas de estoque no 
canteiro; 
f) redução do custo da obra. 
4 – RECEBIMENTO DO CONCRETO USINADO 
4.1 – Acessos e espaços de manobras 
O trajeto a ser percorrido pelo caminhão-betoneira deve ser preparado, seja dentro 
do canteiro ou fora dele, para evitar atrasos e perda do concreto. Nas obras 
urbanas, o acesso para o caminhão-betoneira deve permitir manobras do caminhão 
seguinte, de forma que a continuidade não seja prejudicada. Prever local próximo do 
canteiro para estacionar o caminhão que estará esperando para descarregar. É 
necessário sinalizar as manobras dos caminhões com a colocação de cones 
refletivos, fitas e luzes de sinalização, quando for o caso. Quando utilizar concreto 
bombeado, prever os acessos e local de estacionamento para os caminhões e a 
bomba. O estacionamento para dois caminhões-betoneira, próximo à bomba, a fim 
de manter o fluxo contínuo de bombeamento. 
 6 
4.2 – Ensaio de abatimento 
Antes da descarga do caminhão é necessário fazer uma avaliação da quantidade de 
água do concreto, verificando se a consistência está de acordo com o que foi 
especificado na nota fiscal (pedido). A falta de água torna o concreto menos 
trabalhável, podendo criar ninhos de concretagem (bicheiras) e água em excesso 
reduz a resistência do concreto. A consistência é avaliada pelo ensaio slump test, 
que tem como objetivos de determinar da trabalhabilidade e controlar a quantidade 
de água adicionada no concreto fresco, de acordo com os passos a seguir: 
a) coletar diretamente da calha do caminhão uma amostra de 
aproximadamente 30 litros de concreto depois de descarregado pelo 
menos 0,5 m3 (não retire a amostra de concreto já lançado na fôrma); 
b) colocar a amostra em um carrinho e misturar para assegurar a 
homogeneidade; 
c) colocar o cone sobre a placa metálica (previamente molhados e tratados) 
nivelada, apoiando firmemente os pés sobre as abas inferiores do cone; 
d) preencher o cone em 3 camadas iguais e aplicar um apiloamento de 25 
golpes em cada camada em toda a seção do cone, adensando 
cuidadosamente com a haste sem que esta penetre na camada inferior; 
e) retirar o excesso de material da última camada com a régua, alisando a 
superfície; 
f) içar o cone verticalmente, com cuidado; 
g) colocar a haste sobre o cone invertido ao lado da massa abatida, medindo 
a distância entre o ponto médio do material e a parte inferior da haste, 
expressando o resultado em centímetros. 
 
 
 7 
 
 
Embora a amostra ideal seja aquela retirada do terceiro terço do concreto ainda na 
betoneira, é conveniente fazer um ensaio logo na segunda descarga na calha para 
tomar as medidas de aceite ou rejeição da carga. O valor do abatimento desejado 
deve estar expresso na nota fiscal e deve ser verificado antes de seu lançamento. 
Caso o ensaio aponte estar o concreto com trabalhabilidade acima do limite 
estabelecido a carga deve ser rejeitada. No caso do abatimento ficar abaixo do limite 
pode-se adicionar água ao concreto e em seguida, verificar novamente o 
abatimento. Se este ficar aumentado em até 2,5 cm e dentro do limite máximo o 
concreto pode ser aceito. 
4.3 – Ensaio de resistência à compressão 
A determinação da resistência à compressão do concreto é realizada em 
laboratórios especializados a partir de corpos-de-prova obtidos de amostra 
representativa do material, conforme estabelece a NBR 12655. Geralmente, os 
corpos-de-prova são moldados em cilindros metálicos (moldes) de 150 mm de 
diâmetro e 300 mm de altura, considerando os seguintes pontos: 
a) retirar a amostra do terço médio da mistura, evitando as primeiras e as 
últimas partes do material lançado; 
b) retirar o material direto da calha do caminhão-betoneira, em quantidade 
superior a 30 litros e o dobro do necessário para os moldes, misturando 
tudo em um carrinho para assegurar a homogeneidade; 
c) preencher os moldes em quatro camadas iguais, apiloando cada uma 
delas com 30 golpes com a haste metálica, evitando e penetrar a haste na 
camada inferior já adensada; 
d) proceda ao acabamento da superfície com uma régua metálica, retirando 
o excesso de material; 
e) deixar o molde em repouso, em temperatura ambiente, por 24 horas; 
f) envie ao laboratório os corpos-de-prova, devidamente identificados. 
 8 
A aceitação do concreto em obra é feita em duas etapas, segundo a NBR 12655, a 
primeira consiste em verificar as condições do concreto fresco na obra e para isso, 
em geral, usa-se o slump test e demais propriedades para o concreto fresco; a 
segunda diz respeito às condições de aceite para o concreto endurecido e 
caracteriza a aceitação definitiva considerando todas as propriedades para o 
concreto endurecido. A norma determina a confecção de 2 corpos-de-prova de uma 
mesma amassada (caminhão-betoneira ou betonada) para cada idade de 
rompimento e os lotes em função de controle e solicitação a que estiver submetido o 
elemento estrutural. O controle pode ser estatístico por amostragem parcial e 
controle total (no qual são elaborados corpos-de-prova para cada amassada ou 
caminhão-betoneira). A condição básica para aceitação definitiva, considerando o 
ensaio de resistência à compressão é quando a tensão de ruptura for maior que a 
tensão projetada. 
5 – TRANSPORTE DO CONCRETO 
5.1 – Transporte convencional 
O transporte do concreto do local de produção ou descarga na obra até o local de 
lançamento (fôrmas) pode ser feito, convencionalmente, com a utilização dos 
seguintes equipamentos: 
a) carrinhos e jericas – o uso dos carrinhos e jericas implica no planejamento 
do caminho de percurso a fim de evitar contratempos provocados por 
esperas e por danos nas armaduras. Alguns cuidados são essenciais para 
sua durabilidade, tais como: 
– devem ser mantidas sempre limpas, livres de argamassas endurecidas; 
– devem ser molhados antes do início da concretagem; 
– ter os eixos engraxados semanalmente; 
– não receber sobrecarga (peso acima do permitido); 
b) elevadores cremalheira – além da rigorosa manutenção dos componentes 
do elevadores cremalheira, os seguintes cuidados são necessários: 
– travar os carrinhos e jericas na cabine do elevador; 
– a operação deve ser feita por pessoa habilitada; 
– prever corrente, cadeado e chave para impedir o uso por pessoa sem 
habilitação e/ou em horários inadequados ou acionamento acidental. 
c) gruas e caçambas – a área de atuação da grua deve ser delimitada e 
devidamente sinalizada, a fim de impedir a circulação de pessoas sob as 
cargas suspensas. Além da rigorosa manutenção por firma especializada 
(em geral, a própria fornecedora da grua), os seguintes cuidados 
operacionais devem ser levados em conta: 
– manter limpa a caçamba, livre de material endurecido (lavar sempre 
depois do uso); 
– carregar sempre dentro do limite de carga estabelecido; 
– operar usando rádios comunicadores; 
d) calhas e correias transportadoras – são indicadas para obras de maior 
porte, com exigência de fluxo contínuo de concreto em grande quantidade. 
 9 
5.2 – Transporte por bombeamento 
O transporte é feito por equipamento chamado bomba que empurra o concreto por 
meio de uma tubulação metálica, podendo vencer grandes alturas e/ou distâncias 
horizontais. A grande vantagem da bomba é a capacidade de transportar volumes 
maiores de concreto em comparação com os sistemas usuais (carrinhos, jericas e 
caçambas), podendo atingir de 35 a 45 m3 por hora, enquanto que outros meios 
atingem de 4 a 7 m3. As outras vantagens são obtidas com a maior produtividade, 
menor gasto com mão-de-obra e menor energia de vibração (concreto mais 
plástico). Em conjunto com a bomba pode-se usar lanças (caminhão-lança) que 
facilitam atingir todos ospontos de concretagem. Os seguintes cuidados são 
importantes na operação com bomba e lança: 
a) o diâmetro interno da tubulação deve ser maior que o triplo do diâmetro 
máximo do agregado graúdo; 
b) lubrificar a tubulação com nata de cimento, antes da utilização; 
c) reforçar as curvas com escoras e travamento para suportar o golpe de 
aríete provocado pelo bombeamento; 
d) designar, no mínimo, dois operários para segurar a extremidade do 
mangote de lançamento; 
e) operar usando rádios comunicadores e controle remoto da lança; 
f) verificar se a movimentação da lança não provoca danos nas instalações 
elétricas, telefônicas e vizinhas; 
g) manter a continuidade da concretagem, com um caminhão sempre na 
espera. 
6 – LANÇAMENTO DO CONCRETO 
Nas obras de construção civil é comum encarar a concretagem como sendo a etapa 
final de um ciclo constituído da execução das fôrmas, armaduras, lançamento, 
adensamento e cura do concreto. Nos edifícios de múltiplos pavimentos a 
concretagem da laje encerra uma etapa da programação. Tendo em vista que a 
reparação de uma concretagem executada errada é onerosa e muitas vezes 
esconde defeitos que irão aparecer somente algum tempo depois, é extremamente 
importante a presença do engenheiro, mestre ou técnico com experiência na etapa 
de lançamento do concreto. A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de 
Concretagem – ABESC sugere considerar os seguintes cuidados na fase de 
concretagem: 
6.1 – Plano de lançamento (de concretagem) 
a) dimensionar antecipadamente o volume do concreto (calculando direto das 
fôrmas), o início e intervalos das cargas para manter o ritmo na entrega do 
concreto; 
b) dimensionar a equipe envolvida nas operações de lançamento, adensamento 
e cura do concreto; 
c) prever interrupções nos pontos de descontinuidade das fôrmas como: juntas 
de concretagem previstas e encontros de pilares, paredes com vigas ou lajes 
etc.; 
 10 
d) especificar a forma de lançamento: convencional ou bombeado, com lança, 
caçamba etc.; 
e) providenciar os equipamentos e ferramentas como: 
– equipamento para transporte dentro da obra (carrinhos, jericas, dumper, 
bombas, esteiras, guinchos, guindaste, caçamba etc.); 
– ferramentas diversas (enxadas, pás, desempenadeiras, ponteiros etc.); 
– tomadas de força para os equipamentos elétricos. 
6.2 – Condições gerais durante o lançamento 
a) fazer com que o concreto seja lançado logo após o batimento, limitando em 2 
horas e meia o tempo entre a saída do caminhão da concreteira e a aplicação 
na obra; 
b) limitar em 1 hora o tempo de fim da mistura no caminhão e o lançamento, o 
mesmo valendo para concretagem sobre camada já adensada e se for o 
caso, utilizar retardadores de pega, nas obras com maior dificuldade no 
lançamento; 
c) lançar o mais próximo da sua posição final; 
d) evitar o acúmulo de concreto em determinados pontos da fôrma, distribuindo 
a massa sobre a fôrma; 
e) lançar em camadas horizontais de 15 a 30 cm, a partir das extremidades para 
o centro das fôrmas; 
f) lançar nova camada antes do início de pega da camada inferior; 
g) tomar cuidados especiais quando da concretagem com temperatura ambiente 
inferior a 10ºC e superior a 35ºC; 
h) a altura de lançamento não deve ultrapassar 2,5 metros e, se for o caso, 
utilizar trombas, calhas, funis etc. para alturas de lançamento superiores a 2,5 
metros; 
i) limitar o transporte interno do concreto com carrinhos ou jericas a 60 metros 
para evitar a segregação e perda de consistência (utilizar carrinhos ou jericas 
com pneus); 
j) preparar rampas e caminhos de acesso às fôrmas (prever antiderrapantes); 
k) iniciar a concretagem pela parte mais distante do local de recebimento do 
concreto; 
l) molhar abundantemente as fôrmas antes de iniciar o lançamento do concreto; 
m) eliminar e/ou isolar pontos de contaminação por barro, entulho e outros 
materiais indesejados; 
n) manter uma equipe de carpinteiros, armadores e eletricistas, sendo que um 
carpinteiro fique sob as fôrmas verificando o preenchimento com um martelo 
de borracha; 
o) lançar nos pés dos pilares, antes do concreto, uma camada de argamassa 
com traço 1:3 (cimento e areia média); 
 11 
p) interromper a concretagem no caso de chuva, protegendo o trecho já 
concretado com lonas plásticas; 
q) dar especial atenção às armaduras negativas, verificando sua integridade; 
r) providenciar pontos de iluminação no caso da concretagem se estender para 
a noite. 
7 – ADENSAMENTO DO CONCRETO 
O objetivo do adensamento do concreto lançado é torná-lo mais compacto, retirando 
o ar do material, incorporado nas fases de mistura, transporte e lançamento. O 
adensamento exige certa energia mecânica. O processo mais comum e simples é o 
adensamento manual, indicado para pequenos serviços e/ou obras de pequeno 
porte. Nas obras onde se exige maior qualidade e responsabilidade é necessário 
promover o adensamento por meio de equipamentos de vibração. Em geral, são 
usados vibradores de imersão e de superfície para o acabamento (réguas 
vibratórias). O concreto deve ser adensado imediatamente após seu lançamento nas 
fôrmas, levando em conta que tanto a falta de vibração como o excesso pode causar 
sérios problemas para o concreto. Os seguintes cuidados são importantes nesta fase 
da execução do concreto: 
a) lançar o concreto em camadas de no máximo 50 cm (30 cm é o 
recomendável) ou em camadas compatíveis com o comprimento do vibrador 
de imersão; 
b) aplicar o vibrador sempre na vertical; 
c) vibrar o maior número possível de pontos da peça; 
d) introduzir e retirar o vibrador lentamente, fazendo com que a cavidade 
deixada pela agulha se feche novamente; 
e) deixar o vibrador por 15 segundos, no máximo, num mesmo ponto (o excesso 
de vibração causará segregação do concreto); 
f) fazer com que a agulha penetre 5 cm na camada já adensada; 
g) evitar encostar o vibrador na armadura, pois isso acarretará problemas de 
aderência entre a barra e o concreto; 
h) não aproximar muito a agulha das paredes da fôrma (máximo 10 cm), para 
evitar danos na madeira e evitar bolhas de ar; 
i) o raio de ação do vibrador depende do diâmetro da agulha e da potência do 
motor, conforme a tabela a seguir: 
Diâmetro da
agulha
(mm)
25 a 30
35 a 50
50 a 75
Raio de ação
(cm)
10
25
40
Distância de
vibração
(cm)
15
38
60
Fonte: CTE
 
j) evitar desligar o vibrador ainda imerso no concreto; 
k) adotar todos os cuidados de segurança indicados para o manuseio de 
equipamento elétrico. 
 12 
8 – CURA DO CONCRETO 
O concreto deve ser protegido durante o processo de endurecimento (ganho de 
resistência) contra secagem rápida, mudanças bruscas de temperatura, excesso de 
água, incidência de raios solares, agentes químicos, vibração e choques. Deve-se 
evitar bater estacas, utilizar rompedores de concreto, furadeiras a ar comprimido 
próximo de estruturas recém concretadas, assim como, evitar o contato com água 
em abundância e qualquer outro material que possa prejudicar o processo de 
endurecimento e de aderência na armadura. Para evitar uma secagem muito rápida 
do concreto e o conseqüente aparecimento de fissuras e redução da resistência em 
superfícies muito grandes, tais como lajes, é necessário iniciar a cura úmida do 
concreto tão logo a superfície esteja seca ao tato. A seguir são listados alguns dos 
métodos mais comuns para a cura do concreto, que podem ser usados isoladamente 
ou em concomitantemente: 
a) molhar continuamente durante 7 dias (no mínimo 3 dias) a superfície 
concretada (pilares e vigas); 
b) manter uma lâmina de água sobre a superfície (lajes e pisos); 
c) espalhar areia, serragem ou sacos (arroz, estopa, cimento etc.) sobre a 
superfície e mantê-los umedecidos (lajes e pisos); 
d) manter as fôrmassempre molhadas (pilares, vigas e escadas); 
e) molhar e cobrir com lona; 
f) utilizar produtos apropriados para cura de concreto (película impermeável). 
9 – PRAZOS PARA DESFÔRMA 
A desfôrma do concreto deve ser planejada de modo a evitar o aparecimento de 
tensões nas peças concretadas diferentes das que foram projetadas para 
suportarem, como por exemplo, em vigas em balanço ou marquises. Nas 
concretagens usuais, em que não foram utilizados cimentos de alta resistência inicial 
os prazos são: 
 13 
 
Elemento a ser 
desmoldado 
Prazo (dias) 
Concreto Armado comum 
Concreto Armado + 
Aditivos 
Faces laterais de vigas e 
pilares 
3 - 
Faces inferiores de vigas e 
lajes, retirada de algumas 
escoras e encunhamentos 
 
7 
 
- 
Faces inferiores de vigas e 
pilares com desmoldagem 
quase total e retirada de 
escoras esparsas 
 
14 
 
7 
Desmoldagem total 21 11 
Vigas e arcos com vão 
maior que 10 m 
28 21 
Fonte: RIPPER (1995) 
10 – CORREÇÃO DE FALHAS NO CONCRETO 
As falhas ocorridas nas concretagens que aparecem depois da desfôrma, 
geralmente, mostra a falta de cuidados durante a fase de lançamento, adensamento 
e cura. O pessoal da obra tende a querer esconder essas falhas logo em seguida da 
desfôrma, por achar que isso significa um certo relaxo da mão-de-obra nas fases 
anteriores. Entretanto, uma tentativa de conserto pode vir a causar grandes 
problemas no futuro, com o comprometimento da segurança. Por isso, é conveniente 
estabelecer como norma estudar em conjunto com projetista estrutural e o mestre-
de-obra a melhor forma de resolver as falhas ocorridas. 
10.1 – Correção de pequenas falhas 
São consideradas pequenas falhas de concretagem, as bicheiras mínimas, ou seja, 
aquelas em que não há o aparecimento da armadura. Nesse caso, o próprio 
pedreiro pode fazer o reparo com uma argamassa de cimento e areia fina (3:1) com 
aditivo adesivo sintético (sika-fix, Bianco) misturado na água de amassamento na 
proporção de 1:2. 
10.2 – Correção de grandes falhas (bicheiras) 
São considerados grandes falhas de concretagem, os ninhos de concretagem 
(bicheiras), ou seja, aquelas em que há o aparecimento da armadura e/ou 
segregação do concreto. Nesses casos, é recomendável verificar todos os detalhes 
da falha, sua localização, extensão e proximidade com outra falha de mesmo ou 
maior porte, para daí então, escolher o melhor tratamento para cada situação 
encontrada. Na maioria das vezes pode-se resolver o problema com o uso de 
adesivos a base de epóxi para solidificar um novo concreto ou graute (grout). A 
seguir, são apresentadas algumas sugestões de correção de falhas mais comuns 
(bicheiras): 
 14 
a) remover todo o concreto solto (segregado), apicoar deixando os cantos 
arredondados e limpar a área a ser tratada; 
b) promover a limpeza das armaduras, retirando a corrosão e nata de 
concreto aderida; 
c) aplicar um adesivo estrutural à base de epóxi na superfície de concreto e 
nas armaduras (seguir as instruções do fabricante); 
d) lançar o material escolhido (concreto ou graute) usando o método de 
adensamento possível (manual ou vibração mecânica); 
e) utilizar aditivos para evitar a retração do material (expansor); 
f) promover a cura adequada e o acabamento da superfície. 
GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE CONCRETO ARMADO 
Calda – mistura fluída de água e cimento. 
Calor de hidratação – é calor gerado pelas reações químicas (exotérmicas) durante 
a cura do concreto, sendo dissipada pelas superfícies concretadas. Esse calor é 
dissipado no período de ganho de resistência entre 3 a 28 dias (de 50% a 90%). 
Concreteira – empresa especializada em fornecimento de concreto usinado. 
Concreto fresco – é o estado do concreto que permite manusear (transportar, lançar 
e adensar). 
Desempenadeira – régua de madeira (ripa 1 “x2") usada para desempenar o 
concreto (regularizar a superfície em acordo com as mestras). 
Gabaritos – são réguas ou quadros de madeira ou metálicos usados para guiar o 
nível dos rebaixos em uma laje. 
Jerica, jirica, girica ou gerica – tipo de carrinho caçamba com um eixo e dois pneus 
apropriado para transporte de argamassa e concreto. 
Junta fria – junta motivada pela paralisação da concretagem ou por etapa de 
concretagem. 
Martelo de borracha – usado para bater nas fôrmas para verificar possíveis ninhos 
no concreto. 
Mestras – são réguas metálicas, de madeira ou de concreto colocadas antes da 
concretagem para servir de guia para o nível desejado. 
Ninhos de concretagem ou bicheiras – são vazios na concretagem ocorridos por 
falha na vibração ou por densidade excessiva de armadura. 
Pasta – mistura mais consistente de cimento é água. 
Pega – é a etapa de endurecimento do concreto, tendo o início de pega quando 
ocorrer um aumento notável e brusco da viscosidade e fim da pega quando ocorrer 
à formação de um bloco rígido. 
Prumadas – são as tubulações verticais com passagem pelas vigas e lajes. 
Traço – é a convenção adotada para expressar a quantidade (proporção) de cada 
componente do concreto, sempre tendo como elemento base da proporção o 
cimento. 
 
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
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materiais nos canteiros de obras”. Relatório final – volume 4 – Resultados e 
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