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Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá – Prof. João Mod CÁLCULO DIFERENCIAL Cálculo Diferencial e Integral 2 SUMÁRIO 1. Derivadas ..................................................................................................................................... 3 1.1. Introdução ............................................................................................................................. 3 1.2. Conceito de Derivada ........................................................................................................... 5 1.2.1. Derivada da função f no ponto 0x ................................................................................ 6 1.2.2. Interpretação geométrica da derivada ......................................................................... 6 1.3. Derivadas das principais funções elementares ................................................................... 8 1.3.1. Derivada da função constante ...................................................................................... 8 1.3.2. Derivada da função potência ........................................................................................ 8 1.3.3. Derivada da função logarítmica .................................................................................... 9 1.4. Regras de derivação ............................................................................................................ 10 1.4.1. Derivada da soma e da diferença ............................................................................... 10 1.4.2. Derivada de constante vezes função .......................................................................... 10 1.4.3. Derivada de um produto ............................................................................................. 11 1.4.4. Derivada de um quociente .......................................................................................... 11 1.5. Regra da cadeia ................................................................................................................... 12 1.4.2 Função composta ........................................................................................................ 14 2.4.2 Regra da cadeia (função composta) ........................................................................... 14 1.6. Derivada da função exponencial ........................................................................................ 16 1.7. Derivadas das funções trigonométricas ............................................................................. 17 1.8. Derivadas sucessivas .......................................................................................................... 19 1.9. Aplicações de derivadas ..................................................................................................... 20 1.9.1. Crescimento e decrescimento de funções ..................................................................... 20 1.9.2. Concavidade e ponto de inflexão ................................................................................... 22 1.9.3. Aplicação a máximos e mínimos de funções ................................................................. 24 1.9.4. Problemas de otimização ................................................................................................ 25 2. Bibliografia ................................................................................................................................. 29 Cálculo Diferencial e Integral 3 1. Derivadas 1.1. Introdução O conceito de derivada foi introduzido em meados do século XVII em estudos de problemas da Física associados à pesquisa dos movimentos. • Isaac Newton • Leibiniz • Lagrange Taxa média de variação de uma função f f∆ x∆ x1x0x )( 1xf )( 0xf )(xf Figura 1.1 Seja a função ( )xf e sejam 0x e 1x dois pontos de seu domínio; sejam ( )0xf e ( )1xf as correspondentes imagens. A taxa média de variação de f , para x variando de 0x até 1x é dada por: ( ) ( ) 01 01 xx xfxf − − Essa taxa mede a variação da imagem em relação à variação de x . A taxa média de variação depende do ponto de partida 0x e da variação de x , dada por 01 xx − . ( ) ( ) 01 01 xx xfxf x f − − = ∆ ∆ Cálculo Diferencial e Integral 4 Exemplo: Seja ( ) 2xxf = , 10 =x e 31 =x x1 9 1 )(xf 3 Figura 1.2 ( ) ( ) 4 2 8 13 19 01 01 == − − = − − = ∆ ∆ xx xfxf x f Reta tangente x )(xf )( 0xf 0x Figura 1.3 ( )( ) ( )( ) PQ xfxQ xfxP ≠ = = , , 00 Fazendo Q se aproximar de P, a reta PQ tende a uma posição limite: a reta t . t é chamada reta tangente à função f no ponto P, desde que seja não vertical. Cálculo Diferencial e Integral 5 Q se aproxima de P tanto pela esquerda quanto pela direita. Em ambos os casos, a reta PQ tende a t . Figura 1.4 A figura 1.4 mostra um caso em que a reta tangente ao ponto P de ( )xf não existe, pois ( )( )00 , xfxP = é um ponto anguloso (bico). 1.2. Conceito de Derivada Para calcular a inclinação da reta tangente ao gráfico de f no ponto ( )( )00 , xfxP = , procede-se da seguinte forma: x∆ xxx ∆+00x )( 0 xxf ∆+ )( 0xf )(xf Figura 1.5 x )(xf )( 0xf 0x P 1t 2t . Cálculo Diferencial e Integral 6 Tomamos o ponto ( )( )xxfxxQ ∆+∆+= 00 , e calculamos: ( )( ) ( )( ) ( )( ))(,,, 000000 xfxxfxxfxxxfxxPQ −∆+∆=−∆+∆+=− A inclinação da secante PQ é dada por: ( ) ( ) x xfxxf mPQ ∆ −∆+ = 00 Fazendo-se Q se aproximar de P, fazendo 0→∆x , a reta secante PQ tenderá à reta t tangente ao gráfico de f em P. Dessa forma, a inclinação m . ( ) ( ) x xfxxf mPQ ∆ −∆+ == →∆→∆ 00 0x0x lim lim m O segundo membro recebe o nome de derivada de f em 0x . 1.2.1. Derivada da função f no ponto 0x Seja ( )xf uma função e 0x um ponto de seu domínio. Define-se derivada da função f no ponto 0x , e se indica por ( )0xf ′ , como sendo o número: ( ) ( ) ( ) x xfxxf xf x ∆ −∆+ =′ →∆ 00 0 0 lim Supondo que o limite existe e é finito, caso em que a função f é derivável no ponto 0x . Indica-se a derivada de ( )xf no ponto 0x por ( )0xf ′ ou ( )0xdx df ou ainda ( )0x dx dy . 1.2.2. Interpretação geométrica da derivada ( )0xf ′ é a inclinação da reta tangente ao gráfico f no ponto ( )( )00 , xfxP = . Exemplo: Calcule, pela definição, a derivada de ( ) 5=xf . Resolução: Pela definição, ( ) ( ) ( ) x xfxxf xf x ∆ −∆+ =′ →∆ 0 lim Cálculo Diferencial e Integral 7 )(xf xx xx ∆+ 5)()( =∆+= xxfxf Figura 1.6 ( ) ( ) ( ) 00 0 lim0 0 lim 055 = →∆ = ∆→∆ =′ =−=−∆+ xxx xf xfxxf Exemplo: Calcule, pela definição, a derivada de ( ) Rbabaxxf ∈+= ,; . ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) axf aa x xf x xa xx xfxxf x xf xabaxbxaaxbaxbxxaxfxxf =′ = →∆ =′= ∆ ∆ →∆ = ∆ −∆+ →∆ =′ ∆=−−+∆+=+−+∆+=−∆+ 0 lim 0 lim 0 lim )( Exemplo: Calcule, pela definição, a derivada de ( ) 2xxf = . ( ) ( ) ( ) 222222222 222)( xxxxxxxxxxxxxxxxxfxxf ∆+∆=−∆+∆+=−∆+∆+=−∆+=−∆+ ( ) )2()( xxxxfxxf ∆+∆=−∆+ ( ) ( ) ( ) xxxx xx xxx xx xfxxf x xf 202)2( 0 lim)2( 0 lim 0 lim =+=∆+ →∆ = ∆ ∆+∆ →∆ = ∆ −∆+ →∆ =′ Se quisermos aderivada no ponto 20 =x , por exemplo, basta calcularmos ( ) 4222 =×=′f Exercício: Dada a função 3)( xxf = , mostre, usando a definição de derivada, que 23)( xxf dx d = . Cálculo Diferencial e Integral 8 1.3. Derivadas das principais funções elementares 1.3.1. Derivada da função constante Se ( ) cxf = (função constante), então ( ) 0=′ xf , para todo x . Demonstração: ( ) ( ) ( ) 00 0 lim 0 lim 0 lim = →∆ = ∆ − →∆ = ∆ −∆+ →∆ =′ xx cc xx xfxxf x xf para todo o x . Exemplos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0 0 05 1 2 =′⇒= =′⇒= =′⇒= − xfexf xfxf xfxf pi 1.3.2. Derivada da função potência Se ( ) nxxf = , então ( ) 1−=′ nxnxf Demonstração: Consideremos n e N ( ) ( ) ( ) nn xxxxfxxff −∆+=−∆+=∆ Usando a fórmula do Binômio de Newton, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 121121 112211 1 ... 11 1 ... 21 −− −− − −− ∆+∆ − ++∆ + = ∆ ∆ −∆−∆ − ++∆ +∆ +=∆ nnnn nnnnnn xxx n n xx n x n x f xxxx n n xx n xx n xf Quando 0→∆x , todos os termos do segundo membro tendem a zero exceto o primeiro. ( ) 111 !1!1 ! 10 lim −−− = − = = ∆ ∆ →∆ nnn xnx n n x n x f x Cálculo Diferencial e Integral 9 Exemplos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) x x x x xx xxxxxxf x xxfx x xf xxxxf xx dx d xxf xxfxxf 22 1 2 1 2 1 2 1 331 2 5 3 2 1 2 1 2 1 1 4 43 3 22 455 23 ===== ′ ⇒== =−=′⇒== = ′ ⇒= =⇒= =′⇒= −− −− 1.3.3. Derivada da função logarítmica Se ( ) xxf ln= , então ( ) x xf 1=′ (para )0>x . Demonstração: Fazendo x x m ∆ = , então , quando x∆ tende a 0, m também tende a 0. Portanto: ( ) ( ) ( ) ( ) + → =+ → = = + → =+ → = ∆ ∆ →∆ mm mmx m mx m mx m xm m mx f x 11 11 1 0 lim ln11ln 0 lim1 1ln1 0 lim 1ln 0 lim 0 lim Por definição, ( ) em m m =+ → 1 1 0 lim , então x e xx f m 1ln1 0 lim == ∆ ∆ → , ou seja, ( ) x xf 1=′ ( ) x x x x x xx f x x x xx xxxf ∆ ∆ += ∆ + ∆ = ∆ ∆ ∆ += ∆+ =−∆+=∆ 1 1ln1ln1 1lnlnlnln Cálculo Diferencial e Integral 10 1.4. Regras de derivação 1.4.1. Derivada da soma e da diferença Se f e g são deriváveis: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )xgxfxgf xgxfxgf ′−′= ′ − ′+′=′+ Obs: Essa propriedade pode ser estendida a uma soma de n funções, ou seja: Se ( ) ( ) ( ) ( )xfxfxfxf n+++= ...21 , então ( ) ( ) ( ) ( )xfxfxfxf n′++′+′=′ ...21 Exemplo 1: Calcule a derivada de ( ) 25 xxxf += ( ) xxxxxf 25)'()'( 425 +=+=′ Exemplo 2: Calcule a derivada de ( ) 12 += xxf ( ) 202)'1()'2( =+=+=′ xxf Exercício: Demonstre, pela definição, a regra da soma e da diferença. 1.4.2. Derivada de constante vezes função Se f é derivável em x e k uma constante: ( ) ( ) ( )xfkxfk ′=' Exemplo 1: ( ) 31333 =×== x dx d x dx d Exemplo 2: ( ) ( ) ( ) 6677 1407202020 xxxx =×=′=′ Exemplo 3: xxx dx dx dx d 4 12 8 1)( 8 1 8 2 2 === Cálculo Diferencial e Integral 11 1.4.3. Derivada de um produto Se u e v são deriváveis em x : ( ) vuxf = ( ) ( ) '''' vuvuvuxf +== Exemplo 1: ( ) ( )( )1332 −+= xxxh . Calcule dx dh . ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) 712 9626 332132 13321332 += ++−= ++−= ′ −++−′+=′ x xx xx xxxxxh Exemplo 2: ( ) ( ) xxxf ln12 −= . Calcule ( )xf ′ . ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) x xx x xxx x x xx x xxx xxxxxf 11ln2 1ln21ln2 11ln2 ln1ln1 2 222 2 22 −+ = −+ = − += −+⋅= ′ −+ ′ −=′ 1.4.4. Derivada de um quociente Se u e v são deriváveis em x : ( ) v u xf = ( ) 2 ''' ' ' v vuvu v u xf −= = Exemplo 1: Calcule a derivada de + − = 3 1)( 2 x x xf . Exercícios: Calcule as derivadas das funções a seguir: 1) xxxf += 30)( 2) 1)( 10 +−= xxxf 3) 3)( 2 −= uuf 4) 1)( 925 +−= tttf Cálculo Diferencial e Integral 12 5) 421)( xxxf −+= 6) 2100)( xxf = 7) 4 )( 4 x xf = 8) xxf 7)( = 9) ( )( )11)( 210 −+= xxxf 10) + +−= 9 1 7 23)( 42 xxxxxf 11) xxxf ln)( = 12) xxxf ln23)( 2 −= 13) 1 3)( + = x xf 14) 1 )( 2 − = x x xf 15) 10 31)( 2 +−= xx xf 1.5. Regra da cadeia Dada a função )1(ln)( 2 += xxf , como calcular )(' xf ? Ou, ainda, se 100)12()( += xxf , como calcular dx df ? Nenhuma das regras aprendidas nos itens 1.3 e 1.4 ajuda a resolver os problemas acima. É claro que )1ln( 2 +x dx d NÃO é igual a 1 1 2 +x e que 100)12( +x dx d NÃO é igual a 99)12(100 +x Exemplo: Para calcular )1ln( 2 +x dx d , procedemos da seguinte maneira: • Fazemos )1(ln)( 2 += xxf . Chamamos 12 += xu . Então, uuf ln)( = • Aplicamos a regra da cadeia: ').(')(' uufxf = Cálculo Diferencial e Integral 13 • 1 11)('ln)( 2 + ==⇒= xu ufuuf • xuxu 2'12 =⇒+= 1 22 1 1)(' 22 + = + =∴ x x x x xf Exemplo: Calcular a derivada de 100)12()( += xxf . • Fazemos 12 += xu . Então, 100)( uuf = . • Aplicamos a regra da cadeia: ').(')(' uufxf = • 99100)(' uuf = • 2' =u ( )999999 122002002100)(' +==⋅=∴ xuuxf Exercícios : Calcule as derivadas de: 1) ( )431)( xxf −= 2) ( )342 1)( ++= xxxf 3) ( )1ln)( 2 −= xxf 4) 4 2 2 1 1)( + − = x x xf 5) ( )33 7)( + = x xf 6) ( )421 1)( x xf − = 7) ( )3222 51 2 3 3 4)( xxxxf − += 8) ( ) 1 3)( 2 22 + − = x xx xf Cálculo Diferencial e Integral 14 1.4.2 Função composta x )(xg ••• ))(( xgf gf o Sejam f e g funções tais que, para todo x do domínio A de ( )xgg, está no domínio de f . Define-se função composta de f e g , indicada por gf o , como sendo a função de domínio A dada por: ( )( ) ( )( )xgfxgf =o Exemplo 1: Se ( ) xxf ln= e ( ) 12 += xxg , então: ( )( ) ( )( ) ( ) ( )1ln1 22 +=+== xxfxgfxgf o Exemplo 2 : se ( ) 100xxf = e ( ) 12 += xxg , então ( )( ) ( )( ) ( ) ( )1001212 +=+== xxfxgfxgf o Exercício: Calcule gf o e fg o nos casos: a) ( ) xxf += 1 e ( ) 52xxg = ( )( ) ( )( ) ( ) 55 212 xxfxgfxgf +===o ( )( ) ( )( ) ( )512)1( xxgxfgxfg +=+==o b) ( ) xxf ln= e ( ) 124 ++= xxxg ( )( ) ( )( ) ( ) ( )1ln1 2424 ++=++== xxxxfxgfxgf o ( )( ) ( )( ) ( ) ( ) 1lnln)(ln 24 +==== xxgxgxfgxfg o 2.4.2 Regra da cadeia (função composta) Se g é derivável em x , f é derivável em ( )xg , e gf o está definida, então ( ) ( ) ( )( ) ( )xgxgfxgf ′⋅′=′o Exemplo 1: se ( ) xxfln= e ( ) 12 += xxg , então Cálculo Diferencial e Integral 15 ( )( ) ( )( ) ( ) ( )1ln1 22 +=+== xxfxgfxgf o ( ) ( )( ) ( ) 1 111 2 + ==′⇒=′ xxg xgf x xf ( ) xxg 2=′ ( ) ( ) ( )( ) 1 22 1 11ln 22 2 + = + = ′ +=′ x x x x xxgf o Exemplo 2: Se ( ) 100xxf = e ( ) 12 += xxg , então ( )( ) ( )( ) ( ) ( )1001212 +=+== xxfxgfxgf o ( ) ( )( ) ( )9999 12100100 +=′⇒=′ xxgfxxf ( ) xxg 2=′ ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )9999100 1220021210012 +=×+=′+=′ xxxxgf o Exercícios: Calcule a derivada de 1) ( ) 4113)( −= xxf 2) ( ) 321)( 2 += xxf 3) ( ) 5123)( xxxf −= 4) ( )10025)( xxxf −= 5) ( ) 142)( −+= xxf 6) 1)( 4 += xxf Exercícios: Calcule a derivada de 1) ( )4ln)( 2 += xxf 2) ( )62ln)( += xxf 3) ( )2ln)( xxf = 4) ( )4ln)( +−= xxf 5) xxf 2ln)( = 6) ( )xxf −= ln)( 7) += x xf 11ln)( 8) 3 2ln)( xxf = 9) ( )xxf lnln)( = Cálculo Diferencial e Integral 16 1.6. Derivada da função exponencial ( ) ( ) aaxfaxf xx ln=′⇒= Rx ∈∀ (com 0>a e 1≠a ). Demonstração: xaxf =)( Aplicando ln em ambos os lados da equação, teremos: axaxf x lnln)(ln == axxgxgaxxf ln)()(ln)(ln =⇒== Aplicando a regra da cadeia, )(')( 1)(' xf xfxg = Por outro lado, axg ln)(' = . Consequentemente, aaaxfxfa xf xf x lnln)()('ln)( )(' ==⇒= Exemplo: xexf =)( 1ln,ln)(' === epoiseeexf xx Exemplo: xxf 3)( = 3ln3)(' xxf = Exemplo: 53 2)( −+= xxexf Empregando a regra da cadeia, 532 −+= xxu ueuf =)( dx du du df dx df = ue du df = 32 += x dx du )32()32( 532 +=+= −+ xexe dx df xxu Cálculo Diferencial e Integral 17 Exercícios: Calcule as derivadas das funções abaixo 1) + = 1 ln x xy 2) 2 2 2 )2(ln x xy + + = 3) x xy − − = 1 )12( 2 4) x xey x x 23 )2(ln 13 + + = + 1.7. Derivadas das funções trigonométricas )(xf )(' xf gx x x tgx x senx cot sec seccos cos x tgxx gxx x senx x 2 2 seccos sec cotseccos sec cos − − − Onde x ângulo medido em radianos. Exemplo: 2)( senxxf = . Calcule dx df 2 2 cos22cos 2 cos )( xxxu dx df x dx du u dx df usenuf xu dx du dx df dx df =⋅= = = = = = Exemplo: + ⋅ + −= + = 11 . 1 cos)( x x dx d x x sen dx df dx dfCalcule x x xf Cálculo Diferencial e Integral 18 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 222 1 1 1 1 1 1 11 1 111 1 + + −= + = + ⋅+ = + ⋅−+⋅ = + xx x sen dx df xx x x xx x x dx d Exercícios: Calcule as derivadas das funções trigonométricas abaixo: 1) xsenxxf 3)( −= 2) xsenxxf =)( 3) xtgxseny 10+= 4) xxconsy cos5sec2 += 5) ( ) tttg cos3= 6) ( ) ttgttg += sec4 7) xtg xy − = 2 8) xx xseny cos 1 + + = 9) 2x xseny = 10) = 2 1 cosy 11) = x y 1cos Exercícios: Calcule as derivadas a seguir 1) ( ) xxxf 63 22 += 2) ( ) 13 2 − = x x xf 3) ( ) ( )xxexf x 522 += 4) ( ) xexf x 3cos2= 5) ( ) − + = x x xf 1 1ln 6) ( ) ( ) 2102 163 xxxxf −+= 7) ( ) ( ) ( )36 1325 −−= xxxf 8) ( ) ( )47ln 2 1 2 −= xxf Cálculo Diferencial e Integral 19 1.8. Derivadas sucessivas Seja f uma função definida num certo intervalo. A sua derivada f ′ é também uma função, definida no mesmo intervalo. Podemos, portanto, pensar na derivada da função f ′ . Definição Seja f uma função derivável. Se f ′ for derivável, então a derivada é chamada derivada segunda de f e é representada por 2 2 dx fd ouf ′′ . Exemplo 1 ( ) ( ) 6 86 183 2 =′′ +=′ ++= f xxf xxxf Exemplo 2 ( ) ( ) ( ) tgxxtgxxxxf xxf xtgxf ⋅=⋅⋅=′′ =′ = 2 2 sec2secsec2 sec Exemplo 3 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) xsenxf xxf xsenxf xxf xsenxf IV = − ′′′ −=′′′ =′ = cos cos Exercícios: Calcule as derivadas feff ′′′′′′, . 1. ( ) )1ln( += xxf ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )332 2 21 1 21121 1 1111 1 1 1 11 1 1 + =⋅+=+−=′′′ + − =⋅+−=+= + =′′ + =⋅ + =′ −− x xx dx d xf x xx dx d xdx d xf xx xf Cálculo Diferencial e Integral 20 2. ( ) 4;1 == n e xf x ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) x xIV x x x xx x xx e exf e exf e eexf e ee dx d xf 1 1 11 1 == −=−=′′′ ==−−=′′ − =−==′ − − −− −− 1.9. Aplicações de derivadas As derivadas têm inúmeras aplicações, dentre elas, crescimento e decrescimento de funções, maximização e minimização de funções, concavidade e pontos de inflexão. 1.9.1. Crescimento e decrescimento de funções Seja f uma função com derivada positiva em todos os pontos de um intervalo I . Como )(xf ′ é a inclinação da reta tangente ao gráfico no ponto ))(,( xfx , então qualquer reta tangente ao gráfico no intervalo I tem inclinação positiva. Logo a função é crescente em I . Analogamente, se 0)( <′ xf para todo x no intervalo I , então a função f é decrescente. Função crescente Função decrescente Basta examinar o sinal da derivada nos pontos do intervalo I que não são extremidades do mesmo. Tal conjunto recebe o nome de interior de I . Se ],[ baI = , o interior de I é ),( ba . Critério da derivada primeira para o crescimento e decrescimento • Se 0)( >′ xf para todo x do interior de I , então f é crescente em I . • Se 0)( <′ xf para todo x do interior de I , então f é decrescente em I . Cálculo Diferencial e Integral 21 Exemplos: a) 32)( += xxf Rxxf ∈∀>= ,02)(' f∴ é crescente em R 32)( +−= xxf Rxxf ∈∀<−= ,02)(' f∴ é decrescente em R Exemplos. Estude quanto ao crescimento e decrescimento a função f em cada um dos casos: a) 33)( += xxf Rxxf ∈∀>= ,03)(' f∴ é crescente em R b) 24)( +−= xxf Rxxf ∈∀<−= ,04)(' f∴ é decrescente em R c) 2)( xxf = x y -2 -1 3 2 1 x y 21 3 2 1 x y -2 -1 3 2 1 x y 21 3 2 1 Cálculo Diferencial e Integral 22 xxf 2)(' = Se 0)('0 <⇒< xfx f∴ é decrescente em ( ]0,∞− Se 0)('0 >⇒> xfx f∴ é crescente em [ )+∞,0 Exercícios. Estude quanto ao crescimento e decrescimento a função f em cada um dos casos abaixo: a) 25)( xxf −= b) 44)( xxf = c) 86)( xxf −= d) 242)( 2 +−= xxxf e) 34)( 2 −+−= xxxf f) x xf 1)( = g) x xf 1)( −= h) 1 1)( − + = x x xf i) x xxf 1)( −= j) x xxf 1)( += k) 2 4 1)( x x xf −= Exercício. Mostre que a função 3)( xxf = é crescente. 1.9.2. Concavidade e ponto de inflexão O gráfico de uma função )(xf , derivável, é côncavo para cima, no intervalo ( )ba, , se ( )bax ,∈∀ , o gráfico da função nesse intervalo (exceto no ponto de abscissa x ) permanece acima da tangenteao gráfico no ponto de abscissa x . O gráfico de uma função )(xf , derivável, é côncavo para baixo, no intervalo ( )ba, , se ( )bax ,∈∀ , o gráfico da função nesse intervalo (exceto no ponto de abscissa x ) permanece abaixo da tangente ao gráfico no ponto de abscissa x . x y Cálculo Diferencial e Integral 23 Concavidade para cima Concavidade para baixo • Se f tem concavidade para cima, 'f é crescente em ),( ba . Vale a recíproca do resultado acima: • Se 'f é crescente ),( ba , f tem concavidade para cima. Critério da derivada primeira para a concavidade Seja f uma função derivável no intervalo ),( ba . • f tem concavidade para cima em ),( ba se e somente se 'f é crescente em ),( ba . • f tem concavidade para baixo em ),( ba se e somente se 'f é decrescente em ),( ba . Suponhamos que f tenha derivada segunda em ),( ba e que ''f seja positiva em ),( ba . Então, 'f é crescente em ),( ba e f tem concavidade para cima em ),( ba . Resultado análogo vale caso ''f seja negativa em ),( ba . Critério da derivada segunda para a concavidade Seja f uma função derivável duas vezes em ),( ba . • Se 0)('' >xf , ),( bax ∈∀ , então f tem concavidade para cima em ),( ba . • Se 0)('' <xf , ),( bax ∈∀ , então f tem concavidade para baixo em ),( ba . Exemplo. Estude, quanto à concavidade, a função f dada por xxxf −= 3)( Solução: 13)(' 2 −= xxf xxf 6)('' = Se 0)(''0 <⇒< xfx f∴ tem concavidade para baixo em ( ]0,∞− Se 0)(''0 >⇒> xfx f∴ tem concavidade para cima em [ )+∞,0 x y a b x y a b Cálculo Diferencial e Integral 24 Ponto de inflexão Um ponto do domínio de uma função em relação ao qual há uma mudança de concavidade chama-se ponto de inflexão da função. 1.9.3. Aplicação a máximos e mínimos de funções • Se f tem concavidade para cima em ( )ba, , e 0)(' 0 =xf para todo ),(0 bax ∈ , então 0x é ponto de mínimo de f . • Se f tem concavidade para baixo em ( )ba, , e 0)(' 0 =xf para todo ),(0 bax ∈ , então 0x é ponto de máximo de f . Ponto de mínimo Ponto de máximo Exemplo. Seja 22 1)( xxxf ++= . Mostre que f tem um ponto de mínimo e determine esse mínimo. Solução: ( ) 221222 11)( xxxxxf ++=++= ( ) xxxxf 221 2 1)(' 212 ++= − x x x 2 12 + + = ( ) 21 1)('' 3 2 + + = x xf Claramente, 0)('' >xf , Rx ∈∀ . Então f tem concavidade para cima. Por outro lado, fazendo 0)(' =xf ⇒=+ + 02 12 x x x 02 1 1 2 = + +x x ∴ 0=x é ponto de mínimo da função f . 1010)0( 22 =++=f 1)0( =f é o mínimo solicitado. x y a b x y a b Cálculo Diferencial e Integral 25 1.9.4. Problemas de otimização Exemplo. A parte lateral de uma caixa é obtida dobrando-se uma faixa retangular de papelão de comprimento 60cm e largura 20cm. Determine as dimensões x e y para que o volume seja máximo. Solução: BhxV =)( , onde :B área da base da caixa :h altura da caixa = 20 cm xyB = xyBhxV 20)( == (1) xyyx −=⇒=+ 306022 (2) Subst. (2) em (1): 220600)30(20)( xxxxxV −=−= xxxV 60020)( 2 +−= 60040)(' +−= xxV 040)('' <−=xV V∴ tem concavidade para baixo (ponto de máximo) Fazendo 0)(' =xV , teremos: 1560040060040 =⇒=⇒=+− xxx , ( )30;0∈x 151530 =−=y cmy cmx 15 15 = = Exemplo. Deseja-se construir um espaço de lazer com formato retangular e 1.600m2 de área. Quais as dimensões para que o perímetro seja mínimo? Solução: A área é dada por: x yyxA 16001600 =⇒== (1) x y x y 60 cm x y cm20 y x Cálculo Diferencial e Integral 26 O perímetro é dado por: yxP 22 += (2) Subst. (1) em (2): x xxP 160022)( += x xxP 32002)( += 2 32002)(' x xP −= 401600320020320020)(' 222 ±=⇒=⇒=⇒=−⇒= xxxxxP 0 40 6400)40(''6400)('' 33 >=⇒= PxxP 40=∴ x é ponto de mínimo 40 40 16001600 === x y mymx 4040 == Exemplo. Uma caixa com tampa quadrada usa um material para a tampa e para o fundo, que custa R$ 4,00/m2 e um outro para lateral, que custa R$ 2,00/m2. O custo de cada caixa deve ser de R$ 8,00. Quais devem ser as dimensões para que o volume da caixa seja máximo? Solução: :LA área da lateral da caixa :Lc custo/m 2 da lateral da caixa :LC custo da lateral da caixa :TA área da tampa da caixa :Tc custo/m 2 da tampa da caixa :TC custo da tampa da caixa :FA área do fundo da caixa :Fc custo/m 2 do fundo da caixa :FC custo do fundo da caixa :C custo total da caixa = R$ 8,00 x x h Cálculo Diferencial e Integral 27 Lateral xhAL 4= =Lc R$ 2,00/m 2 xhxhAC LL 8422 =⋅== Tampa e fundo 2xAA FT == == FT cc R$ 4,00/m 2 244 xAC TT == 244 xAC FF == xhxxhxxCCCC LFT 88844 222 +=++=++= Como =C R$ 8,00 x xhxhxxhx 2 22 11888 −=⇒+=⇒+= (1) Como 0>h , 1<x e 0≠x hxhxxBhxV 2)( =⋅⋅== (2) Subst. (1) em (2): ( ) 3222 11)( xxxx x x xxV −=−=−= 3)( xxxV −= 231 x dx dV −= x dx Vd 62 2 −= Em ( )1,0 , a derivada segunda é negativa para 0>x , o que significa que V tem concavidade para baixo. 3 3 3 3 3 1310310 22 ==⇒=⇒=−⇒= xxx dx dV x x x x h x x Cálculo Diferencial e Integral 28 3 32 3 3 3 2 39 36 3 3 9 6 3 3 9 31 3 3 3 31 1 2 2 == ⋅ == − = − = − = x xh 3 32 3 3 == hx Exemplo. Uma indústria farmacêutica deseja fabricar potes cilíndricos de 300ml de volume, para armazenar um certo tipo de produto. Sabe-se que estes potes devem ter área mínima, para reduzir o custo de impressão dos rótulos. De todos os cilindros de volume igual a 300ml, qual possui menor área total (raio e altura)? Solução: Abrindo o cilindro temos: hrBhV 2pi== volume do cilindro rhrA pipi 22 2 += área total 2 2 300300 r hhrV pi pi =⇒== r r r rrA 600230022 22 2 +=+= pi pi pipi r rA 6002 2 += pi 2 6004' r rA −= pi pipi pipi 150 4 6006004060040' 322 ==⇒=⇒=−⇒= r r r r rA ⇒=⇒= 33 150150 pipi rr 6,3=r cm ⇒= 26,3 300 pi h 2,7=h cm cmhcmr 2,76,3 == Cálculo Diferencial e Integral 29 2. Bibliografia BOULOS, P., Calculo Diferencial e Integral + Pré-Cálculo, Volume 1. Makron, 2006. BOULOS, P., ABUD, Z. I., Calculo Diferencial e Integral, Volume 2. Makron, 2002. HAZZAN; MORETTIN; BUSSAB. Introdução ao Cálculo para Administração, Economia e Contabilidade. Saraiva, 2009. LARSON, R. Cálculo Aplicado - Curso rápido. CENGAGE Learning, 2011. MEDEIROS, V. Z.; CALDEIRA, A. M.; SILVA, L. M. O.; MACHADO, M. A. S. Pré-Cálculo, 2ª edição. CENGAGE Learning, 2010. SILVA, F. C. M.; ABRÃO, M. Matemática Básica para Decisões Administrativas, 2ª edição. Editora Atlas, 2008. SPIEGEL, M. R., WREDE, R. C., Cálculo Avançado. 2ª ed., Coleção SCHAUM Bookman, 2003. STEWART, J., et al. Cálculo, Volume I, 5ª edição. Thomson Learning, 2009.
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