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03/05/2019 EPS simulado.estacio.br/alunos/ 1/4 CCJ0097_EX_A4_201505444667_V1 ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL 4a aula Lupa Vídeo PPT MP3 Exercício: CCJ0097_EX_A4_201505444667_V1 07/04/2019 (Finaliz.) Aluno(a): ANTONIO MARCOS MEDEIROS DA SILVA 2019.1 Disciplina: CCJ0097 - ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL 201505444667 1a Questão Renato, advogado em início de carreira, é contactado para defender os interesses de Rodrigo que está detido em cadeia pública. Dirige-se ao local onde seu cliente está retido e busca informações sobre sua situação, recebendo como resposta do servidor público que estava de plantão que os autos do inquérito estariam conclusos com a autoridade policial e, por isso, indisponíveis para consulta e que deveria o advogado retornar quando a autoridade tivesse liberado os autos para realização de diligências. À luz das normas aplicáveis, o acesso aos autos de inquérito policial é direito do advogado, mesmo sem procuração ou conclusos à autoridade policial. no caso de réu preso, somente com autorização do juiz pode o advogado acessar os autos do inquérito policial. o acesso aos autos, no caso, depende de procuração e de prévia autorização da autoridade policial. o advogado, diante do seu dever de urbanidade, deve aguardar os atos cabíveis da autoridade policial. Explicação: A lei Federal 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB)garante ao advogado "examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos" (artigo 7º, XIV). 2a Questão O advogado Ademar é surpreendido por mandado de busca e apreensão dos documentos guardados no seu escritório, de forma indiscriminada. Após pesquisa, verifica que existe processo investigando um dos seus clientes e a ele mesmo. Apesar disso, os documentos de toda a sua clientela foram apreendidos. Diante do narrado, é correto afirmar que a prática é correta, em função de a investigação atingir o advogado. O excesso é normal para tal ato realizado. a inviolabilidade do escritório de advocacia é absoluta. a proteção ao escritório do advogado não se inclui na hipótese versada. houve excesso na apreensão de todos os documentos da clientela do advogado Explicação: A lei citada pelo referido artigo constitucional é a Lei n.º 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil), a qual sofreu recente alteração pela Lei n.º 11.767/08, que modificou o artigo 7.º, inciso II, e acrescentou o parágrafo sexto e sétimo (6.º e 7.º) ao referido artigo. O fundamento legal abaixo está com nova redação e com os respectivos comentários para fundamentar a opção correta apontada. Art. 7. º São direitos do advogado: II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. Dessa forma, a regra é a da não entrada (exemplo: por policiais) e da não determinação de entrada por parte de autoridades (delegado de polícia e juiz de direito, por exemplo) em escritórios de advogados, assim como a não apreensão de instrumentos de trabalho (livros, agendas, computadores, disquetes, CD-ROMS, pastas de clientes, etc), de correspondência escrita (cartas, ofícios, etc), eletrônica (e- 03/05/2019 EPS simulado.estacio.br/alunos/ 2/4 mails), telefônica (elaboração de escutas, gravações telefônicas, etc) e telemática (por exemplo: comunicação entre computador e telefone celular via SMS), desde que relacionados ao exercício da advocacia. O artigo ganhou o acréscimo do parágrafo sexto (6.º) que dispõe: 6.º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado , a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. 3a Questão Um advogado foi preso em flagrante e indiciado por homicídio doloso triplamente qualificado de sua convivente. Em defesa, alegou a nulidade da lavratura do auto por não ter a presença de representante da OAB quando preso. Sobre esta alegação é correto afirmar: a ausência de representante da OAB para lavratura do auto de prisão em flagrante gera a nulidade, mas terá direito à sala de Estado Maior; somente quando preso em razão da profissão terá direito à sala de Estado Maior. a ausência de representante da OAB para lavratura do auto de prisão em flagrante gera a nulidade e lhe concede o direito de ficar em sala de Estado Maior; Somente quando preso por prática de crime inafiançável terá direito a sala de Estado Maior. a ausência de representante da OAB para lavratura do auto de prisão em flagrante não gera a nulidade conforme determinado pelo STF em julgamento de ADI 1127-8 em 2006 em que foi decidido a interpretação conforme com redução de texto. Explicação: A ausência de representante da OAB para lavratura do auto de prisão em flagrante não gera a nulidade conforme determinado pelo STF em julgamento de ADI 1127-8 - DOU 26-5-2006, com redução de texto. Retira-se a expressão "sob pena de nulidade" do inciso IV do art. 7º do EOAB. 4a Questão O sigilo profissional da advocacia: por ser inerente à profissão, nunca poderá ser violado pelo advogado. pode ser utilizado em favor do cliente, nos limites da necessidade da defesa, independentemente da autorização do mesmo. não pode ser preservado em depoimento judicial. é de ordem privada e pode ser afastado em solicitação expressa do constituinte. poderá ser afastado pelo advogado, em defesa própria, quando se vê gravemente ameaçado em sua honra, configurando justa causa Explicação: O fundamento da questão está expresso nos art. 35 e 36 do CED de 2015. 5a Questão (XVIII Exame de Ordem Unificado - Ampliada) Os advogados criminalistas X e Y atuavam em diversas ações penais e inquéritos em favor de um grupo de pessoas acusadas de pertencer a determinada organização criminosa, supostamente destinada ao tráfico de drogas. Ao perceber que não havia outros meios disponíveis para a obtenção de provas contra os investigados, o juiz, no âmbito de um dos inquéritos instaurados para investigar o grupo, atendendo à representação da autoridade policial e considerando manifestação favorável do Ministério Público, determinou o afastamento do sigilo telefônico dos advogados constituídos nos autos dos aludidos procedimentos, embora não houvesse indícios da prática de crimes por estes últimos. As conversas entre os investigados e seus advogados, bem como aquelas havidas entre os advogados X e Y, foram posteriormente usadas para fundamentar a denúncia oferecida contra seus clientes. Considerando-se a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A prova é ilícita, uma vez que as comunicações telefônicas do advogado são invioláveis quando disserem respeito ao exercício da profissão, bem como se não houver indícios da prática de crime pelo advogado. A prova é lícita, pois foi determinada por juiz competente e ouvido previamente o Ministério Público. A prova é lícita, pois não havia outro meio disponível para a obtenção de provas. A prova é lícita, pois tratava-se de investigação de prática de crime cometido no âmbito de organização criminosa. Considerando que não havia outro meio disponível para a obtenção de provas, bem como que se tratava de investigação de prática de crimecometido no âmbito de organização criminosa, é ilícita a prova obtida a partir dos diálogos havidos entre os advogados e seus clientes. É, no entanto, lícita a prova obtida a partir dos diálogos havidos entre os advogados X e Y. Explicação: O fundamento está no art. 7º, inciso II, EOAB. 03/05/2019 EPS simulado.estacio.br/alunos/ 3/4 6a Questão Das Regras Deontológicas expressas no CED de 2015, indique a alternativa INCORRETA: O exercício da advocacia é compatível com qualquer procedimento de mercantilização. O advogado deve ter consciência de que o direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de pretensão concernente a lei ou direito que também lhe seja aplicável, ou contrarie expressa orientação sua, manifestada anteriormente. O advogado vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, integrantes de departamentos jurídicos, ou órgão de assessoria jurídica, pública ou privada, deve zelar pela sua liberdade e independência. É defeso ao advogado expor fatos em juízo falseando deliberadamente a verdade e utilizando-se de má-fé. Explicação: O art. 5° do CED de 2015 estabelece que é incompatível com a advocacia qualquer procedimento de mercantilização. 7a Questão Fonte (adaptada): FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - Primeira Fase O advogado Antônio foi contratado por Bernardo para atuar em determinada ação indenização por danos materiais e morais. Ao ter vista dos autos em cartório, percebeu que Bernardo já estava representado por outro advogado na causa. Mesmo assim, considerando que já havia celebrado contrato com Bernardo, mas sem contatar o advogado que se encontrava até então constituído, apresentou petição requerendo juntada da procuração pela qual Bernardo lhe outorgara poderes para atuar na causa, bem como a retirada dos autos em carga, para que pudesse examiná-los com profundidade em seu escritório. Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta. O advogado Antônio cometeu infração disciplinar prevista no Código de Ética e Disciplina da OAB, pois não pode aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento do mesmo. O advogado Antônio cometeu infração disciplinar, não por ter requerido a juntada de procuração nos autos, mas sim por ter realizado carga dos autos do processo em que já havia advogado constituído. O advogado Antônio não cometeu infração disciplinar, pois não foi informado pelo seu cliente da existência de outro advogado já patrocinando a causa. O advogado Antônio não cometeu infração disciplinar, pois, ao requerer a juntada da procuração nos autos, já havia celebrado contrato com José. O advogado Antônio não cometeu infração disciplinar, pois apenas requereu a juntada de procuração e realizou carga dos autos do processo, sem apresentar petição com conteúdo relevante para o deslinde da controvérsia. Explicação: O fundamento da questão está expresso no art. 14 do CED de 2015. 8a Questão Alfredo Rodrigues, advogado, teve seu escritório de advocacia invadido por policiais e oficiais de justiça, em virtude de cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão. O magistrado competente, ao decretar referida medida, fez consignar no mandado que poderiam ser apreendidos todos e quaisquer objetos relevantes para as investigações. À luz das disposições estatutárias: agiu corretamente o magistrado, visto que a busca e apreensão em escritórios de advocacia é medida que visa à satisfação do princípio in dubio pro societate a ausência de representante da OAB gerará a ilegalidade da busca e apreensão, ainda que o magistrado tenha oficiado à entidade comunicando tal medida agiu incorretamente o magistrado, visto que o mandado de busca e apreensão deve ser específico e pormenorizado, não se podendo determinar a apreensão de objetos de forma indeterminada o escritório de advocacia é inviolável em qualquer hipótese, não sendo admitida a busca e apreensão, sob pena de restar quebrada a intimidade do advogado e de seus clientes todas as questões estão erradas. Explicação: Dispõe o art. 7º, inciso II, da Lei 8.906 de 04.7.1994 (EOAB), com a redação que lhe deu a Lei n. 11.767 de 07.8.2008, que é direito do advogado ¿a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia¿. A regra, portanto, é a da inviolabilidade do escritório, materiais e instrumentos de trabalho do advogado, uma vez que indispensáveis ao exercício da ampla defesa, valor que possui raiz constitucional, e é ¿consectário da inviolabilidade assegurada ao advogado no exercício profissional¿[1]. A inviolabilidade, pois, está ligada ao exercício da advocacia e à garantia da ampla defesa, e não à pessoa ou ao ¿grau¿ do advogado. 03/05/2019 EPS simulado.estacio.br/alunos/ 4/4 A inviolabilidade, todavia, não é ¿ e nem poderia ser - absoluta, pois o que pretende a norma é resguardar a liberdade, o segredo e inviolabilidade profissional, o pleno exercício do direito de defesa, e não o acobertamento ou a prática de crimes. Nesta esteira, prevê o § 6º, do art. 7º, do EOAB, que, sendo o advogado investigado, isto é, presentes indícios da autoria e materialidade de crime de sua autoria ou que tenha contado com a sua participação, poderá a autoridade judiciária competente decretar a quebra da inviolabilidade do escritório ou local de trabalho, em decisão motivada, expedindo, para tanto, mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais documentos de trabalho que contenham informações sobre clientes