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Ética jurídica: a advocacia
Prof. Paulo Machado
false
Descrição
Origem e evolução da atividade de advogado, bem como sua divulgação.
Propósito
Conhecer acerca do surgimento e do desenvolvimento da advocacia,
além de saber como divulgar a atividade advocatícia, é essencial para a
construção de uma carreira sólida e de sucesso.
Preparação
Tenha em mãos a Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB),
o Regulamento Geral do EAOAB e o Código de Ética e Disciplina.
Objetivos
Módulo 1
Origem, evolução e divulgação da
atividade de advogado
Reconhecer a origem e evolução da atividade de advogado, assim
como sua divulgação.
Módulo 2
Advogado sócio e advogado
empregado
Distinguir a figura do advogado sócio do advogado empregado.
Módulo 3
Direitos e prerrogativas.
Honorários advocatícios
Analisar os direitos, prerrogativas e honorários advocatícios.
Conhecer as bases, os princípios e as regras éticas da nossa
profissão é essencial para um futuro promissor.
A deontologia jurídica ensina que de nada adianta o advogado
saber muito sobre determinado ramo do Direito, mas não utilizar
seus conhecimentos de forma ética.
Por conseguinte, um advogado que infringe as normas éticas pode
colocar a história de sua carreira em risco.
Introdução
Material para download
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
1 - Origem, evolução e divulgação da atividade de
advogado.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a origem e evolução
da atividade de advogado, assim como sua divulgação.
Origem e evolução da
advocacia
Você conhece a origem da advocacia? E quanto à sua evolução? Vamos
acompanhar o professor Paulo Machado discorrer sobre o assunto.
javascript:CriaPDF()
Origem e evolução da advocacia
Não temos como precisar quem foi o primeiro advogado do mundo.
Rui Barbosa dizia que o primeiro foi aquele que defendeu alguém de
uma injustiça, de uma lesão ou de uma ameaça.
Alguns historiadores tentam se ater a alguns pontos, até mesmo da
Bíblia, para achar algum registro de quando a advocacia se tornou
profissão. Isso se dá porque antigamente essa profissão estava entre
atividades não especulativas, assim como médicos, professores e amas
de leite.
No entanto, existe um registro de quem foi o primeiro advogado no
Brasil. Trata-se de Duarte Perez, um português degredado em 1502.
Em linhas gerais, podemos organizar o surgimento e a evolução da
advocacia em três momentos (sem nos prender a lugar e tempo).
Foi caracterizado pelo uso intenso da oratória, pois nessa época
ainda não havia escrita. Esse momento se iniciou com as partes
atuando em defesa própria, surgindo depois a possibilidade de
levar um amigo (amicus) ao “tribunal”.
Mais tarde, os amigos que mais se destacavam pelo dom da
palavra evoluíram para a figura de orador, etapa em que
passaram a ser contratados para representar alguém. Daí a
expressão advogado, do latim AD (para junto) mais VOCATUS
(chamado), aquele que é chamado para junto.
Com isso, o uso intenso da palavra deu azo para o surgimento
das falácias (falsas ideias, quando a premissa aparentemente
verdadeira era utilizada para se chegar a conclusões
equivocadas). Diante disso, algumas restrições passaram a ser
criadas: limite do uso do tempo, menores de idade não puderam
mais representar outras pessoas e o orador tinha de abandonar a
causa, se ela fosse injusta.
Primeiro momento 
Segundo momento 
Tão logo a escrita foi sendo criada, iniciou-se o segundo
momento da evolução da advocacia. Há registos de que, no Egito,
o processo passou a ser 100% escrito (por muito tempo). Tudo
isso com o objetivo de se evitar o abuso da oratória.
O terceiro momento da evolução da advocacia ocorreu com a
criação das leis. Aqui então junta-se a figura do orador com a do
jurisconsulto, que é a versão mais próxima dos advogados dos
tempos atuais.
Você deve estar se perguntando como isso se deu no Brasil, certo?
Curiosidade
No Brasil, os principais acontecimentos do surgimento da advocacia
foram em 1825, mais precisamente no dia 11 de agosto, quando foi
autorizada a criação da primeira faculdade de Direito do país, que
acabou não acontecendo.
Selo postal de 1977 homenageando a lei imperial de 11 de agosto de 1827 que criou os cursos
em Olinda e São Paulo.
Entretanto, aproveitando o ensejo, Visconde de Cachoeira criou o
primeiro estatuto das faculdades de Direito.
Terceiro momento 
Em 1827, de fato, foram criadas as primeiras faculdades de Direito do
país, mais precisamente em Olinda e São Paulo.
Divulgação e publicidade da
advocacia
A questão da publicidade dos serviços advocatícios está abordada nos
arts. 39 a 47 do Novo Código de Ética e Disciplina, que manteve a
permissão da publicidade, mas com algumas restrições.
Saiba mais
Diferentemente de outros lugares (como, por exemplo, nos EUA, onde a
publicidade pode ser feita com mais liberdade), no Brasil não se admite
o uso de mecanismos ou de expressões que possam captar clientes nem
a divulgação da advocacia com outra atividade. Vedam-se ainda a
veiculação pelo rádio e pela televisão e a denominação de nome
fantasia.
A fim de alcançar todos os detalhes acerca desse relevante tema,
veremos a seguir as regras básicas a respeito dele trazidas no Código de
Ética e Disciplina (CED).
Regramento da divulgação e
publicidade na advocacia
O art. 39 do CED determina que a publicidade profissional do advogado
tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e
sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou
mercantilização da profissão.
Já o art. 40 do mesmo diploma traz as principais diretrizes acerca do
tema ao dizer que são vedados:
I - a veiculação da publicidade por
meio de rádio, cinema e televisão; II
- o uso de outdoors, painéis
luminosos ou formas assemelhadas
de publicidade; [...] III - as inscrições
em muros, paredes, veículos,
elevadores ou em qualquer espaço
público; IV - a divulgação de serviços
de advocacia juntamente com a de
outras atividades ou a indicação de
vínculos entre uns e outras; V - o
fornecimento de dados de contato,
como endereço e telefone, em
colunas ou artigos literários,
culturais, acadêmicos ou jurídicos,
publicados na imprensa, bem assim
quando de eventual participação em
programas de rádio ou televisão, ou
em veiculação de matérias pela
internet, sendo permitida a
referência a e-mail; VI - a utilização
de mala direta, a distribuição de
panfletos ou formas assemelhadas
de publicidade, com o intuito de
captação de clientela.
(BRASIL, 2022, art. 39)
Entretanto, exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de
advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e
inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes
previstas no artigo 39.
Outro ponto importante é o que está determinado no
art. 41: as colunas que o advogado mantiver nos meios
de comunicação social ou os textos que, por meio
deles, divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem
promover, dessa forma, a captação de clientela.
Ainda podemos citar como vedações ao advogado aquelas elencadas no
art. 42 do CED:
I. responder com habitualidade à consulta sobre matéria jurídica nos
meios de comunicação social;
II. debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio
de outro advogado;
III. abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e
da instituição que o congrega;
IV. divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e
demandas;
V. insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Além disso, podemos destacar outras regras:
 O advogado que eventualmente participar de
programa de televisão ou de rádio, de entrevista na
imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada
por qualquer outro meio, para manifestação
profissional, deve visar a objetivos exclusivamente
ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem
propósito de promoção pessoal ou profissional,
vedados pronunciamentossobre métodos de
trabalho usados por seus colegas de profissão.
 Quando convidado para manifestação pública por
qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento
de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado
evitar insinuações com o sentido de promoção
pessoal ou profissional, bem como o debate de
caráter sensacionalista (art. 43, parágrafo único, do
CED).
 Na publicidade profissional que o advogado vier a
promover ou nos cartões e material de escritório dos
quais se utilizar, ele fará constar seu nome, o nome
social ou o da sociedade de advogados, o número
ou os números de inscrição na OAB (art. 44 do
CED).
 Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos
do advogado e as distinções honoríficas
relacionadas à vida profissional, bem como as
instituições jurídicas das quais faça parte e as
especialidades às quais se dedica, o endereço, e-
mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a
fotografia do escritório, o horário de atendimento e
os idiomas em que o cliente poderá ser atendido.
Ressalte-se que o art. 45 do CED admite, como formas de publicidade, o
patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural,
assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre
matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação
fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico.
É importante lembrar ainda que a publicidade veiculada pela internet ou
por outros meios eletrônicos deverá observar as diretrizes estabelecidas
no CED/OAB. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo
de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários
certos, desde que isso não implique o oferecimento de serviços ou
represente forma de captação de clientela.
Em 2021, o Conselho Federal editou o novo provimento que trata da
publicidade da advocacia (Provimento 205/2021).
 Nos cartões de visitas do advogado, é proibida a
inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros,
bem como menção a qualquer emprego, cargo ou
função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer
órgão ou instituição, salvo o de professor
universitário.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(XVII Exame ‒ FGV) O advogado Nelson, após estabelecer seu
escritório em local estratégico, nas proximidades dos prédios que
abrigam os órgãos judiciários representantes de todas as esferas da
Justiça, resolve publicar anúncio em que, além dos seus títulos
acadêmicos, expõe a sua vasta experiência profissional, indicando
os vários cargos governamentais ocupados, inclusive o de ministro
de prestigiada área social. Nos termos do Código de Ética da
Advocacia, assinale a afirmativa correta.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O Código de Ética e Disciplina da OAB trata da publicidade da
advocacia a partir do artigo 39. No Brasil, a publicidade da atividade
do advogado é permitida com algumas restrições. Entre as
proibições, estão a referência a cargos públicos que exerceu ou que
A
O anúncio está adequado aos termos do Código,
pois indica os títulos acadêmicos e a experiência
profissional.
B
O anúncio está adequado aos termos do Código por
não conter adjetivações ou referências elogiosas ao
profissional.
C
O anúncio colide com as normas do Código, pois a
referência a títulos acadêmicos é vedada por indicar
a possibilidade de captação de clientela.
D
O anúncio colide com as normas do Código, que
proíbem a referência a cargos públicos capazes de
gerar captação de clientela.
E
O Código de Ética da OAB não trata do tema acerca
da publicidade da advocacia.
ainda exerce, bem como qualquer outra atividade estranha à
advocacia (exceto a de professor ou ex-professor de Direito).
Questão 2
(FGV ‒ VI Exame de Ordem ‒ Duque de Caxias) O escritório de
advocacia do Dr. Zangão decide patrocinar um programa televisivo
com um supermercado e uma companhia de cervejas. O programa é
de estilo popular, com belas mulheres vestidas de forma apropriada
ao verão brasileiro. No intervalo dele, o apresentador apresenta
homenagens aos seus patrocinadores e, em relação ao escritório de
advocacia, recita um texto: “Caso você tenha um problema com a
Justiça, procure quem é bom. Consulte um dos advogados do
escritório do Dr. Zangão. Pode não ser uma rima, mas é a solução”.
Essa situação caracteriza:
Parabéns! A alternativa A está correta.
O artigo 39 e os seguintes do CED da OAB trazem as regras acerca
da publicidade da advocacia no Brasil. Entre as vedações, estão:
fazer menção a expressões que possam captar clientes e divulgar
sua atividade em televisão, rádio, outdoor, cinema e elevador.
A publicidade imoderada.
B propaganda regular.
C patrocínio cultural.
D atividade permitida pelo Estatuto.
E instituto não previsto.
2 - Advogado sócio e advogado empregado.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir a �gura do advogado
sócio do advogado empregado.
Formação de sociedade
Advogado sócio e advogado
empregado
Neste vídeo, o professor Paulo Machado discorre sobre a atuação do
advogado como sócio e como empregado, trazendo suas principais
características.
Advogado sócio

Quando um advogado começa a assumir uma quantidade considerável
de causas, chega o momento de se unir a outro(s) advogado(s),
constituindo, juntos, uma sociedade de advogados. Os sócios dividem as
tarefas e rateiam os lucros auferidos.
Nos termos do art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/1994, isso se aplica à
sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o
Código de Ética e Disciplina, no que couber.
Advogado empregado
O advogado empregado é aquele que mantém um vínculo empregatício
com uma empresa ou uma sociedade de advogados para a qual presta
os seus serviços de advocacia.
Ele preenche todos estes requisitos caracterizadores do mencionado
vínculo:

Habitualidade

Onerosidade

Pessoalidade

Subordinação
Pela primeira vez, essa forma de advocacia recebeu sua tutela legal com
o advento do atual Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/94)
nos arts. 18 ao 21. O Regulamento Geral também tratou do assunto nos
arts. 11 ao 14.
A relação de emprego não retira do advogado a isenção técnica,
tampouco reduz a independência profissional inerente à advocacia.
O advogado empregado não está obrigado a
prestar serviços pro�ssionais de interesse
pessoal dos empregadores fora da relação
empregatícia.
Vejamos alguns aspectos importantes relacionados a essa espécie de
advogado:
O salário-mínimo do advogado empregado será fixado por
sentença normativa, salvo quando ajustado em acordo ou
convenção coletiva de trabalho.
A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar
serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8
(oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta) horas semanais.
As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são
remuneradas com um adicional não inferior a 100 % (cem por
cento) sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato
escrito. Naqueles casos de dedicação exclusiva, serão
remuneradas como extras as horas trabalhadas que passarem da
jornada de 8 (oito) horas diárias. Considera-se como período de
trabalho todo o tempo em que o advogado estiver à disposição
do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu
Piso salarial 
Jornada de trabalho e hora extra 
escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsados os
gastos efetuados com transporte, hospedagem e alimentação.
O art. 21 do estatuto e seu parágrafo único determinam que, nas
causas em que o empregador (ou pessoa por ele representada)
for parte, os honorários de sucumbência serão devidos aos
advogados empregados.
Já se o advogado for empregado de sociedade de advogados, os
sucumbenciais serão partilhados entre ele e a sociedade
conforme o estabelecido em acordo. Esses dispositivos, embora
tenha sido objetos de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI
nº 1.194-4), foram declarados constitucionaispelo STF, que deu
interpretação conforme, sem redução do texto.
Os referidos honorários, por decorrerem precipuamente do
exercício da advocacia e só acidentalmente da relação
empregatícia, não integram o salário ou a remuneração do
advogado empregado, não podendo, assim, ser considerados
para efeitos trabalhistas. Os honorários sucumbenciais desses
advogados constituem fundo comum, cuja destinação é decidida
pelos profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou
por seus representantes.
Os honorários de sucumbência e o advogado empregado 
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FGV ‒ VI Exame de Ordem ‒ Duque de Caxias) No concernente à
sociedade de advogados, é correto afirmar, à luz do Estatuto e do
Código de Ética e Disciplina da OAB, que:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Nos termos do art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/94, o Código de Ética e
Disciplina da OAB se aplica aos advogados, aos estagiários e às
sociedades de advogados, no que couber.
Questão 2
O Estatuto da OAB prevê mais de um tipo de advogado: o advogado
empregado e o advogado sócio. Desse modo, assinale a alternativa
que corresponde corretamente às disposições do referido estatuto
quanto ao advogado empregado.
A
pode se organizar de forma mercantil, com registro
na Junta Comercial.
B
está vinculada às regras de ética e disciplina dos
advogados.
C
seus sócios estão imunes ao controle disciplinar da
OAB.
D
seus componentes podem isoladamente representar
clientes com interesses conflitantes.
E
a lei não permite o registo das sociedades de
advogados na OAB, devendo ser feito na junta
comercial.
A
A relação de emprego retira do advogado a isenção
técnica, respeitando a diretriz da empresa
empregadora.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A redação do art. 21 do estatuto prevê que, nas causas em que for
parte o empregador ou pessoa por ele representada, os honorários
de sucumbência serão devidos aos advogados empregados.
B
O advogado empregado está obrigado a prestar
serviços profissionais de interesse pessoal dos
empregadores fora da relação empregatícia.
C
Nas causas em que o empregador (ou pessoa por ele
representada) for parte, os honorários de
sucumbência serão devidos aos advogados
empregados.
D
A jornada de trabalho do advogado empregado é de,
no mínimo, oito diárias horas contínuas.
E
As horas trabalhadas que excederem a jornada
normal serão remuneradas com um adicional não
inferior a 50%.
3 - Direitos e prerrogativas. Honorários
advocatícios.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os direitos,
prerrogativas e honorários advocatícios.
Advocacia e seus direitos
Direitos do advogado
O estatuto trata indistintamente as expressões “direitos” e
“prerrogativas” do advogado. Desse modo, inicialmente nos cabe fazer
um breve esclarecimento sobre a diferença técnica entre ambas.
Direito
Podemos dizer que o
“direito” está
relacionado a todas as
pessoas.
Prerrogativa
Já a “prerrogativa” é um
direito exclusivo de
determinada profissão
para o seu pleno
exercício.
Desse modo, todos têm o direito à livre locomoção no território nacional
em tempo de paz (art. 5º, XV, Constituição Federal), mas os advogados
têm a prerrogativa visitar clientes presos, sem procuração, como
determina o art. 7º, III, da Lei nº 8.906/1994.
Comentário
Entretanto, por questões didáticas, também empregaremos as
expressões “direitos” e “prerrogativas” sem distinção, como se fossem
sinônimos.
O Estatuto da Advocacia e da OAB disciplina os direitos
dos advogados ao longo de toda a lei, sendo que as
concentra em maior número no Capítulo II do Título I
(arts. 6º e 7º).

Sendo a advocacia indispensável à realização da justiça – ao lado da
magistratura do Ministério Público –, o art. 6º logo determina que não há
hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros
do Ministério Público, devendo todos tratarem-se com consideração e
respeito recíprocos. Para que o advogado possa exercer de maneira
plena e sem embaraços a sua atividade, impõe-se às autoridades, aos
servidores públicos e aos serventuários da justiça o dever de tratar os
advogados, no exercício da profissão, de forma compatível com a
dignidade da advocacia, inclusive com condições adequadas ao seu
desempenho.
Conforme o disposto no art. 7º do estatuto, são direitos do advogado:
I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional.
O advogado devidamente inscrito em um determinado conselho
seccional da OAB pode exercer a profissão em todo o país. É importante
apenas lembrar que tal prerrogativa permite que o profissional advogue
ilimitadamente no respectivo conselho e eventualmente em qualquer
outro estado.
Se passar a exercer habitualmente a profissão, considerando-se
habitualidade a intervenção judicial que exceder as cinco causas por
ano, em outro estado, ele deverá providenciar outra inscrição (inscrição
suplementar - art. 10, § 2º, do EAOAB). Desse modo, é garantido o direito
de advogar livremente dentro do território nacional, sendo que, em alguns
casos, essa atuação é condicionada à realização de outra inscrição.
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como
de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita,
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da
advocacia.
Esta é a nova redação dada a tal inciso pela Lei nº 11.767/2008. Essa lei
também acrescentou os parágrafos 6º e 7º ao art. 7º do Estatuto da
Advocacia, o qual, em linhas gerais, melhor tratou do tema da
inviolabilidade referida nesse inciso.
A inviolabilidade de seu escritório ou local de
trabalho, bem como de seus instrumentos de
trabalho, não é absoluta.
Uma vez presentes os indícios de autoria e materialidade da prática de
crime pelo advogado, a autoridade judiciária competente poderá, em
decisão motivada, decretar a quebra da inviolabilidade de que trata esse
inciso, expedindo, para tanto, o devido mandado de busca e apreensão,
específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de
representante da OAB.
É de salientar que, em qualquer hipótese ‒ mesmo nesses casos ‒, é
proibida a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos que
pertencem aos clientes do advogado averiguado, muito menos dos
demais instrumentos de trabalho que tenham informações acerca de
clientes, a não ser que algum cliente do advogado averiguado seja
formalmente investigado como partícipe ou coautor pela prática do
mesmo crime que deu origem à quebra da inviolabilidade.
III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente,
mesmo sem procuração, quando eles se acharem presos, detidos ou
recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis.
A Constituição Federal garante a todo preso a assistência de advogado
(art. 5º, LXIII). Ao encontro da Lei Maior, o Estatuto da Advocacia e da
OAB confere ao advogado esse direito.
Apenas por questão de debate, ainda que de forma bem sucinta, no que
tange à incomunicabilidade do preso (tratada no art. 21 do Código de
Processo Penal), acompanhamos o entendimento de renomados
autores, entre eles, Fernando da Costa Tourinho Filho (2012): na
atualidade, pelo fato de a Constituição Federal determinar que é vedada
a incomunicabilidade do preso na vigência do estado de defesa, com
mais razão tal incomunicabilidade não deve existir na ausência dele.
Reforçando esse entendimento, o ilustre professor (2012) afirma que, “se
por acaso, houver entendimento contrário, não se deve olvidar que a
incomunicabilidade é medida perversa e que, no fundo, o seu objetivo,
que é impedir a comunicação do preso com o mundo exterior, se reduz a
uma nonada, em face do direito conferido ao advogado de se comunicar
com o incomunicável pessoal e reservadamente”. De qualquer forma, a
incomunicabilidade não alcança o advogado.
IV – ter a presença de representante da OAB, quando presoem
flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para a lavratura
do auto respectivo, sob pena de nulidade, e, nos demais casos, a
comunicação expressa à seccional da OAB.
Este inciso foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº
1.127-8), proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB),
em relação à expressão “ter a presença de representante da OAB”, que
chegou a ficar suspensa desde 1994. Contudo, o STF, no julgamento do
mérito, ocorrido em 17 de maio de 2006, decidiu pela integral
constitucionalidade do inciso.
Ressalte-se que os ministros do pretório excelso destacaram que, se a
OAB não remeter um representante em tempo hábil, não haverá de se
falar em invalidade da prisão em flagrante.
Em complementação, o parágrafo 3º do art. 7º do estatuto garante ao
advogado o direito de somente ser preso em flagrante em caso de crime
inafiançável, desde que por motivo ligado ao exercício da profissão e,
mesmo assim, com as observações indicadas no inciso IV.
Ainda sobre o assunto:
Imunidade profissional do advogado
A imunidade profissional do advogado é tratada no artigo 7º, parágrafo
2º, do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/1994):
“O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria,
difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das
sanções disciplinares perante a OAB pelos excessos que cometer”.
Saiba mais
Acontece que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) propôs
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 1.127-8) na qual o
Supremo Tribunal Federal, em 1994, suspendeu liminarmente a eficácia
da expressão “desacato”, tendo o mérito sido julgado em 17 de maio de
2006 e, nessa parte, julgado procedente, ou seja, o advogado não tem
mais imunidade profissional em relação ao crime de desacato.
V – não ser recolhido preso, antes da sentença transitada em julgado,
senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades
condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão
domiciliar.
Mais uma vez, a AMB insurgiu-se, por meio de ADI, contra a Lei nº
8.906/1994. Nesse caso, foi em relação à expressão “assim
reconhecidas pela OAB”. O STF, confirmando a liminar antes concedida,
julgou, nessa parte, procedente a ação, ou seja, declarou a
inconstitucionalidade da expressão “assim reconhecidas pela OAB”.
A prerrogativa de prisão domiciliar, na ausência de sala de Estado Maior,
continua valendo. Esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
VI – ingressar livremente:
a. nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que
separam a parte reservada aos magistrados;
b. nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios,
ofícios de justiça, serviços notariais e de registro e, no caso de
delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e
independentemente da presença de seus titulares;
c. em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial
ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou
colher prova ou informação útil ao exercício da atividade
profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido,
desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
d. em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa
participar o seu cliente, ou perante a qual ele deva comparecer,
desde que munido de poderes especiais;
Com essas prerrogativas, o estatuto garante ao advogado o pleno
exercício de sua atuação a fim de que ele possa representar os interesses
de seus clientes de maneira eficaz. Qualquer impedimento a essas
garantias deve ser entendido como ilegal e, nos casos de violações às
alíneas a, b e c, como crime de abuso de autoridade, previsto no art. 3º, f,
da Lei nº 4.898/1995.
Na alínea d, encontramos um direito que, para ser exercido, exige
procuração com poderes especiais.
VII – permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais
indicados no inciso anterior, independentemente de licença.
Conforme o art. 6º do estatuto, não há hierarquia nem subordinação
entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público. Nesse
mesmo sentido, esse inciso assegura ao advogado decidir a melhor
maneira de ficar nos locais onde precisa estar para o exercício da
advocacia, sem qualquer interferência por parte dos agentes públicos
(nem mesmo das autoridades policiais e judiciárias).
Importa em desprestígio para a classe - e nenhum advogado pode a isso
condescender - quando o magistrado determina o local onde o advogado
deve ficar com a clara intenção de menoscabo ou em atitude arbitrária.
VIII – dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de
trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou
outra condição, observando-se a ordem de chegada.
Justamente em razão de não haver hierarquia nem subordinação entre
advogados e magistrados, e pelo fato de ser o advogado um dos
figurantes essenciais à justiça, é assegurado o seu livre acesso aos
magistrados.
Entretanto, é razoável que, em razão de um ato processual estar sendo
realizado, a autoridade judiciária solicite ao advogado que aguarde o
término do aludido ato. O que não se admite é a restrição para atendê-lo
somente em alguns dias da semana e em horários previamente
estipulados.
Comentário
Para fins de prova (Exame de Ordem), é direito do advogado - e não do
estagiário.
IX – sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo,
nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial
ou administrativa, pelo prazo de 15 minutos, salvo se prazo maior for
concedido.
O STF declarou inconstitucional todo o conteúdo desse inciso por
ocasião do julgamento da ADI nº 1.127-8 proposta pela Associação dos
Magistrados Brasileiros.
Quis o legislador garantir ao advogado o direito de sustentar oralmente
as razões recursais “após o voto do relator”, o que contribuiria muito
para a realização da justiça, uma vez que, após ouvir o voto do relator, o
advogado melhoraria sua argumentação para o melhor esclarecimento
das razões para os demais julgadores do órgão colegiado.
Com a declaração de inconstitucionalidade, o advogado deve prever o
voto do relator e preparar uma sustentação oral a mais completa e
sintetizada possível.
Observe que, no Novo Código de Ética e Disciplina (art.
60, §4º), ainda consta que, no processo disciplinar na
OAB, a sustentação oral do advogado será após o voto
do relator!
X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal,
mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida
surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no
julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe
forem feitas.
Aqui temos uma importantíssima prerrogativa garantida pelo estatuto
aos advogados. Trata-se da utilização da expressão “pela ordem”
quando se verificar a necessidade de esclarecer algum equívoco ou uma
dúvida relevante que possa influir no julgamento, ou ainda como forma
de defesa contra acusações ou censura que lhe forem feitas.
XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo,
tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei,
regulamento ou regimento.
Este inciso traz mais uma forma de o advogado reclamar para as
autoridades contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou
regimento. A diferença entre o inciso anterior e este é que, no primeiro, a
intervenção deve ser sumária, de modo a evitar um prejuízo maior,
enquanto, no último, pode-se esperar um momento mais oportuno para
intervir.
XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de
deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo.
O advogado tem o direito de se manifestar oralmente, sentado ou em pé,
em qualquer órgão do Poder Judiciário, do Legislativo ou da
Administração Pública, não podendo nenhum ato normativo interno
estabelecer forma diversa.
XIII -examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos
findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não
estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a
obtenção de cópias, com possibilidade de tomar apontamentos
(Redação dada pela Lei nº 13.793, de 2019).
O direito ao exame dos autos e o de vista dos autos não se confundem:

Direito ao exame
dos autos
Tal direito nada mais é
do que a simples
consulta dos autos no
cartório.

Direito de vista
É a retirada dos autos
pelo advogado
mediante registro em
livro de carga ou em
documento que declare
a saída dos autos.

Por vezes, o exame dos autos é necessário para suprir uma dúvida
urgente ou até mesmo para que o advogado decida se irá ou não
ingressar na causa.
Assim, o estatuto assegura ao advogado examiná-los em qualquer órgão
do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e da Administração Pública em
geral, findos ou em andamento, mesmo sem procuração, desde que não
estejam submetidos a sigilo, sendo assegurada a obtenção de cópia,
além de ele poder tomar apontamentos.
Em relação ao direito de obtenção de cópia mesmo sem procuração
explicitado nesse inciso, explica Geronimo Theml de Macedo (2009, p.
81): “aqui é fundamental ter em mente que o direito não é de retirar os
autos de cartório para levá-los até a copiadora mais próxima. O direito é
de obter as cópias, o que implica dizer que cada cartório judicial deverá
disponibilizar os mecanismos adequados para garantir tal direito,
alguns, por exemplo, possibilitam que servidores acompanhem o
advogado até a copiadora”.
A novidade trazida pela Lei nº 13.793/2019 foi para permitir o acesso
dos advogados aos processos eletrônicos mesmo sem procuração,
desde que eles não estejam sujeitos a sigilo (art. 7º, XIII, §13, do EAOAB).
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda
que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos, em meio físico ou digital.
Este inciso foi alterado pela Lei nº 13.245/2016. Antes, em seu texto
original, não constavam as expressões “em qualquer repartição policial
responsável por conduzir investigação” e “investigações de qualquer
natureza” (constava apenas “autos de flagrante e de inquérito policial”),
bem como a questão da obtenção de cópias por meio digital, como, por
exemplo, a fotografia por scanner portátil ou por aparelho de telefone
celular.
Comentário
Tais alterações vieram em boa hora, pois há muito tempo já se discutia o
direito de acesso do advogado aos procedimentos investigatórios nos
mais variados setores, e não só em sede policial (como é o caso do
procedimento investigatório criminal feito pelo Ministério Público).
Para assegurar esse direito, a Lei nº 13.245/2016 também acrescentou o
§12, determinando que: “A inobservância aos direitos estabelecidos no
inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de
autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno
investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso
de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o
intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito
subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz
competente.”
Assim, entendemos que o mesmo direito deve ser estendido para se ter
vista e cópia de registros de ocorrência (ou boletins de ocorrência), de
termos circunstanciados e de qualquer procedimento anterior à
instauração do inquérito policial, como o comumente chamado
procedimento de “verificação das procedências das informações” (na
prática penal denominada VPI), tratado no art. 5º, §3º, do Código de
Processo Penal (CPP). Afinal, se pode o mais (inquérito policial), pode o
menos (VPI, registro de ocorrência ou boletim de ocorrência).
É importante observar o seguinte: embora o art. 20 do
CPP estabeleça que “a autoridade assegurará no
inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade”, essa sigilosidade
– característica do IP – não alcança o advogado em
virtude do que lhe é garantido pelo art. 7º, inciso XIV, da
Lei nº 8.906/1994.
Em razão disso, em fevereiro de 2009, o Supremo Tribunal Federal editou
a súmula vinculante nº 14 com o seguinte teor: “É direito do defensor, no
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa”.
Nesse sentido, a Lei nº 13.245/2016 acrescentou os §§10 e 11, que
esclarecem mais ainda esse tema. Vejamos:
No §10, consta o seguinte: “nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado
apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso
XIV”. Isso ocorre porque, como já comentamos, o sigilo do inquérito
policial não alcança o advogado.
No entanto, há casos em que pode haver uma interceptação telefônica
decretada pelo juiz ou a quebra de sigilo bancário. Assim, documentos e
informações sigilosas são juntadas aos autos do inquérito policial.
Nessa hipótese, para que o advogado tenha acesso, ele deverá ter
procuração.
Já o §11 atesta que, “no caso previsto no inciso XIV, a autoridade
competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de
prova relacionados a diligências em andamento e ainda não
documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da
eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências”. Esse inciso
esclareceu melhor o teor da aludida Súmula Vinculante 14.
XV – ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer
natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos
prazos legais.
XVI – retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo
prazo de dez dias.
Os direitos trazidos nos incisos XV e XVI não se aplicam aos seguintes
casos mencionados no § 1º do art. 7º:
a. quando o processo estiver sob o regime do segredo de justiça;
b. quando houver nos autos documentos originais de difícil
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a
permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição,
reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido ex
officio, mediante representação ou requerimento da parte
interessada;
c. até o encerramento do processo ao advogado que tenha deixado
de devolver os respectivos autos no prazo legal e só o fizer depois
de intimado.
XVII – ser publicamente desagravado quando ofendido no exercício da
profissão ou em razão dela.
O estatuto tratou o desagravo público como um direito do advogado,
tendo o Regulamento Geral especificado o tema nos arts. 18 e 19.
O desagravo público é um procedimento formal utilizado pela Ordem dos
Advogados do Brasil para mostrar o repúdio e prestar uma solidariedade
às ofensas sofridas pelo advogado no exercício da sua profissão, ou de
cargo ou função nos órgãos da OAB, sem prejuízo das sanções penais
em que incorrer o ofensor. Não raramente, os advogados são ofendidos
por juízes, promotores de justiça ou delegados de polícia no desempenho
de seu mister, devendo o desagravo ser promovido pelo conselho
competente, de ofício, a requerimento do próprio advogado ou de
qualquer outra pessoa.
O desagravo público, como meio de defesa dos direitos e das
prerrogativas da advocacia, não depende de concordância do ofendido,
que não pode dispensá-lo, sendo, portanto, um critério do próprio
conselho. Uma vez ocorrendo a ofensa no espaço territorial da subseção
a que se vincule o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida
pela diretoria ou conselho da subseção, com representação do conselho
seccional.
Com razão, se o advogado foi ofendido num município distante da sede
do Conselho Seccional, de nada adiantará a solenidade ser lárealizada.
Atenderá melhor ao seu objetivo se ela for feita em um local mais
próximo de onde ocorreu a ofensa.
Por outro lado, competirá ao Conselho Federal promover o desagravo
público nos casos de ofensa a conselheiro federal ou a presidente de
conselho seccional, quando eles forem ofendidos no exercício das
atribuições de seus cargos e quando a ofensa a advogado se revestir de
relevância e grave violação às prerrogativas profissionais com
repercussão nacional. Dessa forma, o Conselho Federal indica seus
representantes para a sessão pública de desagravo, que será realizado
na sede do conselho seccional, exceto no caso de ofensa a conselheiro
federal, caso em que ela acontecerá no próprio Conselho Federal.
O procedimento do desagravo público é disciplinado nos parágrafos do
art. 18 do Regulamento Geral.
 Compete ao relator, convencendo-se da existência
de prova ou indício de ofensa relacionada ao
exercício da profissão ou cargo da OAB, propor ao
presidente que solicite informações da pessoa ou
autoridade ofensora, que serão fornecidas no prazo
de 15 dias, a não ser que haja urgência ou
notoriedade do fato.
Na sessão do desagravo público, o presidente lê a nota a ser publicada
na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades e registrada nos
assentamentos do inscrito.
XVIII – usar os símbolos privativos da profissão de advogado.
Apenas o advogado devidamente inscrito na OAB pode utilizar os
símbolos privativos da advocacia. São anéis, adornos e outros itens
relacionados à profissão. Compete ao Conselho Federal criar ou aprovar
o seu uso (art. 10, inciso X, EAOAB): “Compete ao Conselho Federal: X –
dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos
símbolos privativos”.
Não se deve confundir essa competência do Conselho Federal com o que
está disposto no art. 58, XI, do mesmo diploma: compete ao conselho
seccional determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos
advogados no exercício profissional. Um fala sobre os símbolos; o outro,
sobre o traje.
XIX – recusar-se a depor como testemunha em processo no qual
funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de
quem seja ou tenha sido advogado, mesmo quando autorizado ou
solicitado pelo constituinte.
A recusa em depor como testemunha em processo no qual funcionou ou
deve funcionar, ou até mesmo sobre algum fato vinculado à pessoa de
quem seja ou foi advogado, é um direito assegurado pelo estatuto, mas
 Pode o relator propor o arquivamento do pedido se:
(1) a ofensa tiver natureza pessoal; (2) se não
estiver ligada ao exercício profissional ou às
prerrogativas gerais do advogado; ou (3) se
configurar crítica de caráter doutrinário, político ou
religioso.
 Sendo recebidas ou não as informações solicitadas
e convencendo-se da procedência da ofensa, o
relator emitirá um parecer, que será submetido ao
conselho. Em caso de acolhimento do parecer, é
designada a sessão de desagravo, que será
amplamente divulgada.
também é um dever imposto pelo Código de Ética e Disciplina (arts. 35 a
38 do Novo CED).
XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para
ato judicial, após 30 minutos do horário designado e ao qual ainda não
tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante
comunicação protocolizada em juízo.
O advogado ganhou com esse inciso uma importantíssima prerrogativa.
Para evitar abusos lamentavelmente cometidos por alguns magistrados,
garantiu-lhe o Estatuto da Advocacia e da OAB o direito de se retirar do
recinto onde está aguardando para a realização do ato judicial após
passados 30 minutos do horário marcado e sem que a respectiva
autoridade tenha chegado.
Esse direito não se aplicará quando o magistrado, já estando no local,
esteja realizando outro ato processual, como é o caso de uma audiência
designada para um horário anterior, mas que ainda não terminou.
Saiba mais
É mister salientar que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) traz
um prazo menor. Assim, para os advogados que atuarem perante a
Justiça Trabalhista, o tempo de espera será de apenas 15 minutos a
partir do horário designado (art. 815, CLT).
Em qualquer caso, obviamente exige-se a comunicação protocolizada
em juízo.
XXI - assistir seus clientes investigados durante a apuração de
infrações sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e subsequentemente de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo inclusive no curso da respectiva apuração:
a) apresentar razões e quesitos;
Essa inovação trazida pela Lei nº 13.245/2016 traduz um relevante
avanço para a Justiça e para o exercício do direito de defesa. Embora o
princípio da ampla defesa não seja aplicado à fase da investigação
policial, a presença e a participação do advogado evitam que se
cometam abusos contra os investigados.
Honorários advocatícios
Neste esclarecedor vídeo, o professor Paulo Machado discorre sobre os
principais aspectos dos honorários advocatícios, assim como sobre sua
cobrança e prescrição.
Advogar é muito mais do que defender direitos e pensar em ganhar
dinheiro. Trata-se de entender que o advogado é um dos agentes
indispensáveis à administração da Justiça.
A Lei nº 8.906/1994 (EAOAB) traz uma hipótese em que o advogado
trabalha gratuitamente. Isso ocorrerá quando ele defender outro colega
em processo originário de ação ou omissão no exercício da profissão.
Entende-se aqui que as prerrogativas da advocacia estão em debate,
motivo pelo qual há interesse de toda a classe, e não só daquele
profissional. Veja que o defensor dativo nomeado pela OAB faz a
representação do advogado processado disciplinarmente por delegação
da própria Ordem, constituindo um múnus (e um motivo) extremamente
célebre.
O Novo Código de Ética e Disciplina passou a tratar da advocacia pro
bono no art. 30 e seus parágrafos. No exercício da advocacia pro bono e
ao atuar como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado
empregará o zelo e a dedicação habituais, de modo que a parte por ele
assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio.
advocacia pro bono
Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária
de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e
de seus assistidos sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos
para a contratação de profissional.
A advocacia pro bono poderá ser exercida em favor de pessoas naturais
que igualmente não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do
próprio sustento, contratar advogado. Ela não pode ser utilizada para
fins político-partidários ou eleitorais nem beneficiar instituições que
visem a tais objetivos, tampouco como instrumento de publicidade para
captação de clientela.
O Estatuto da Advocacia e da OAB apresenta três tipos de honorários
advocatícios:
Os convencionados (como o próprio nome diz, o advogado e o
cliente) combinam um valor fixo. Esse valor é a principal
característica desse tipo de honorários e pode ser contratado de
forma verbal ou por escrito mediante o contrato de honorários
advocatícios.
Recomenda-se ao advogado fazer o contrato por escrito por ele
ser mais seguro, inclusive para fins de cobrança, como se verá
adiante.
Na ausência de combinação entre advogado e cliente sobre o
valor dos honorários, eles serão arbitrados pelo juiz, ou seja,
fixados por arbitramento judicial, com remuneração compatível
com o trabalho e o valor econômico da questão. Advirta-se que,
mesmo nesse caso, o valor dos honorários não pode ser inferior
ao estabelecido na tabela de honorários criada por cada conselho
seccional da OAB.
Convencionados 
Arbitrados judicialmente 
O art. 22, §1º, do estatuto, determina que, quando o advogado for
indicado para atuar em causa de pessoa juridicamente
necessitada, nos casos de estados que não tenham Defensoria
Pública ou que, mesmo tendo, sua atuação, por qualquer motivo,esteja impossibilitada (greve, por exemplo), o profissional terá
direito a receber honorários fixados pelo juiz e pagos pelo Estado.
Os honorários sucumbenciais são aqueles pagos pela parte
vencida (parte sucumbente) ao advogado da parte vencedora. É
importante lembrar que a Lei nº 13.467/2017, que alterou a CLT,
incluiu a possibilidade de honorários sucumbenciais ao
acrescentar o art. 791-A.
Acrescente-se que, de acordo com o art. 14 do Regulamento
Geral, os honorários de sucumbência, por decorrerem
precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da
relação de emprego, não integram o salário ou a remuneração,
não podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas
ou previdenciários.
O parágrafo único do mesmo dispositivo complementa
determinando que os honorários de sucumbência dos advogados
empregados constituem fundo comum cuja destinação será
decidida pelos profissionais integrantes do serviço jurídico da
empresa ou por seus representantes. Em caso de falecimento do
advogado, ou se ele vier a se tornar incapaz civilmente, os
honorários de sucumbência, proporcionalmente ao trabalho por
ele desenvolvido, são devidos aos seus sucessores ou
representantes legais.
Apesar de o art. 24, §3º, do estatuto estipular que “é nula
qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção
individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao
recebimento dos honorários de sucumbência”, o STF, na ADI nº
1.194-4, declarou o aludido dispositivo inconstitucional. O Novo
CED reservou um capítulo próprio para tratar dos honorários
profissionais (Título I, Capítulo IX, arts. 48 ao 54).
Sucumbenciais 
Pacto quota litis
Pacto ou cláusula quota litis é a participação do advogado no resultado
ou ganho obtido na causa. Paulo Lôbo (2021) lembra que o direito
romano e as ordenações filipinas condenavam essa forma de contratar -
e com razão.
Nesse caso, o advogado se transforma em “sócio” do cliente naquela
demanda. Tal profissisonal, nessa situação, é “quase” parte.
Entretanto, o Código de Ética e Disciplina trouxe a possibilidade de ser
feito esse pacto, desde que estejam presentes as condições do art. 50 e
seus parágrafos:
Art. 50. Na hipótese da adoção de
cláusula quota litis, os honorários
devem ser necessariamente
representados por pecúnia e,
quando acrescidos dos honorários
da sucumbência, não podem ser
superiores às vantagens advindas a
favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em
bens particulares do cliente só é
admitida em caráter excepcional,
quando esse, comprovadamente,
não tiver condições pecuniárias de
satisfazer o débito de honorários e
ajustar com o seu patrono, em
instrumento contratual, tal forma de
pagamento.
§ 2º Quando o objeto do serviço
jurídico versar sobre prestações
vencidas e vincendas, os honorários
advocatícios poderão incidir sobre o
valor de umas e outras, atendidos
os requisitos da moderação e da
razoabilidade.
(BRASIL, 2022, art. 50)
De toda forma, apesar da permissão dada pelo Código de Ética, o
advogado deve ter todo zelo para que não incorra em infração
disciplinar.
Formas judiciais de cobrança
Na hipótese de o constituinte faltar com a obrigação de pagar os
honorários ao advogado, o profissional deverá procurar ao máximo
resolver a situação amigavelmente. Chegando ao ponto de não haver
mais solução pela forma preliminar, surge a necessidade de se buscar a
via judicial.
Para isso, o advogado precisa renunciar ao
patrocínio da causa e constituir outro
advogado para fazer a cobrança, conforme
dispõe o art. 54 do Novo Código de Ética e
Disciplina.
O art. 24 do estatuto determina que o contrato feito por escrito (contrato
de honorários advocatícios) constitui título executivo. Desse modo, o
advogado não precisará propor ação de conhecimento. A cobrança será
feita, nesse caso, por meio da execução por quantia certa.
Quando o advogado contrata de forma verbal, resta claro que não há o
que executar, ensejando, assim, uma ação de cobrança. Quando for o
caso de ele juntar aos autos o contrato de honorários advocatícios antes
da expedição do mandado de levantamento ou precatório, o juiz terá de
determinar que lhe sejam pagos diretamente, deduzindo o valor
respectivo da quantia a ser recebida pelo constituinte, a não ser que ele
comprove que já o pagou.
Os honorários incluídos na condenação, seja por arbitramento, seja por
sucumbência, pertencem ao advogado, tendo o profissional direito
autônomo de exigir o cumprimento da sentença, podendo ainda solicitar
ao juiz que o precatório seja expedido em seu nome, quando for o caso.
O art. 24 do estatuto enfatiza que a decisão judicial que fixar ou arbitrar
honorários e o contrato feito por escrito têm força de título executivo e
constituem crédito privilegiado em falência, concordata, concurso de
credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
Quando o advogado receber um substabelecimento com reserva de
poderes, ele não poderá cobrar os honorários respectivos sem a
intervenção daquele que lhe substabeleceu (art. 26 do EAOAB).
Prescrição (art. 25, EAOAB)
A ação de cobrança de honorários advocatícios prescreve em cinco anos,
que serão contados a partir:
a. do vencimento do contrato, quando houver;
b. do trânsito em julgado da decisão que os fixar ou arbitrar;
c. da finalização do serviço extrajudicial (assessoria, consultoria e
direção jurídicas ou acompanhamento de inquérito policial);
d. da desistência ou transação;
e. da renúncia ou revogação de mandato.
Saiba mais
Em 2009, foi acrescentado o art. 25-A, que também trouxe o prazo
prescricional de cinco anos para a ação de prestação de contas das
quantias recebidas pelo advogado do seu cliente ou de terceiros por
conta dele.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FGV ‒ XXI - Exame de Ordem) Adolfo, policial militar, consta como
envolvido em fato supostamente violador da integridade física de
terceiros e apurado em investigação preliminar perante a Polícia
Militar. No curso dessa investigação, Adolfo foi notificado a prestar
declarações e, desde logo, contratou a advogada Simone para sua
defesa. Ciente do ato, Simone dirige-se à unidade respectiva,
pretendendo solicitar vista quanto aos atos já concluídos da
investigação e buscando tirar cópias com seu aparelho celular. Além
disso, ela pretende acompanhar Adolfo durante o seu depoimento
designado.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A
É direito de Simone e de seu cliente Adolfo o exame
dos autos da investigação no que se refere aos atos
já concluídos e documentados, porém a
possibilidade de emprego do telefone celular para
tomada de cópias fica a critério da autoridade
responsável pela investigação. Também é direito de
ambos que Simone esteja presente no depoimento
de Adolfo, sob pena de nulidade absoluta do ato e
de todos os elementos investigatórios dele
decorrentes.
B
É direito de Simone e de seu cliente Adolfo que a
advogada examine os autos no que se refere aos
atos já concluídos e documentados, bem como
empregue o telefone celular para a tomada de
cópias digitais, o que não pode ser obstado pela
autoridade responsável pela investigação. Também
é direito de ambos que Simone esteja presente no
depoimento de Adolfo, sob pena de nulidade
absoluta do ato e de todos os elementos
investigatórios dele decorrentes.
C
É direito de Simone e de seu cliente Adolfo que a
advogada examine os autos no que se refere aos
atos já concluídos e documentados, bem como
empregue o telefone celular para a tomada de
cópias digitais, o que não pode ser obstado pela
Parabéns! A alternativa B está correta.
Nos termos do art. 7º, XIV, do estatuto, com a redação dada pela Lei
nº 13.245/2017, é direito do advogado examinar, em qualquer
instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer
natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade,podendo copiar peças e tomar apontamentos em meio
físico ou digital.
Questão 2
(FGV – XXVII - Exame de Ordem) O advogado Sebastião é
empregado de certa sociedade limitada, competindo-lhe, entre
outras atividades da advocacia, atuar nos processos judiciais em
que a pessoa jurídica é parte. Em certa demanda na qual foram
julgados procedentes os pedidos formulados pela sociedade, foram
fixados honorários de sucumbência em seu favor. Considerando o
caso narrado e o disposto no Regulamento Geral do Estatuto da
Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
autoridade responsável pela investigação. Também
é direito de ambos que Simone esteja presente no
depoimento de Adolfo, sob pena de nulidade relativa
apenas do ato em que embaraçava a sua presença.
D
Considerando cuidar-se de mera investigação
preliminar, Simone não possui o direito de examinar
os atos já concluídos e documentados ou tomar
cópias. Do mesmo modo, por não se tratar de
interrogatório formal, mas mera investigação
preliminar, sujeita à disciplina da legislação
castrense, não configura nulidade se obstada a
presença de Simone no depoimento de Adolfo.
E O estatuto não traz previsões acerca do tema.
A
Os referidos honorários integram a remuneração de
Sebastião e serão considerados para efeitos
Parabéns! A alternativa D está correta.
Nos termos do art. 14 e seu parágrafo único do Regulamento Geral,
os honorários de sucumbência, por decorrerem precipuamente do
exercício da advocacia e só acidentalmente da relação de emprego,
não integram o salário ou a remuneração, não podendo, assim, ser
considerados para efeitos trabalhistas ou previdenciários.
Considerações �nais
Como vimos neste conteúdo, a ética da advocacia constitui a base
sólida de qualquer profissional. Além das regras deontológicas trazidas
no Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado também precisa
conhecer seus direitos, os quais, por sua vez, são tratados no Estatuto da
Advocacia e da OAB (Lei nº 8.906/1994).
Outro ponto importante para o desenvolvimento da atividade é saber os
mandamentos acerca do advogado sócio e do advogado empregado,
pois também existem normas a serem seguidas nessa seara. Por fim,
trabalhistas, embora não sejam considerados para
efeitos previdenciários.
B
Os referidos honorários integram a remuneração de
Sebastião e serão considerados para efeitos
trabalhistas e previdenciários.
C
Os referidos honorários não integram a remuneração
de Sebastião nem serão considerados para efeitos
trabalhistas, embora sejam considerados para os
previdenciários.
D
Os referidos honorários não integram a remuneração
de Sebastião nem serão considerados para efeitos
trabalhistas e previdenciários.
E O Regulamento Geral não trata do tema.
verificamos que o estudo do instituto dos honorários advocatícios, em
conjunto com o demais, também faz parte da trajetória de sucesso do
profissional do Direito.
Podcast
Neste podcast, um especialista irá discorrer sobre os principais direitos
do advogado, trazendo exemplos de aplicação dos mais relevantes.
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Assista ao filme O homem que fazia chover, que mostra condutas
éticas e antiéticas praticadas pelos personagens.
Leia o livro Responsabilidade civil do advogado, de Antonio Laert,
publicado pela Editora Lumen Juris.
Referências
BRASIL. Casa Civil. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
Código de Processo Penal.
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 8.906, de 4 de julho 1994. Dispõe sobre o
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 13.245, de 12 de janeiro de 2016. Altera o art.
7º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil).
BRASIL. Ordem dos Advogados do Brasil. Código de Ética e Disciplina.
OAB. Consultado em: 27 jan. 2022.
LÔBO, P. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. São Paulo:
Saraiva, 2021.
MACEDO, G. T. Deontologia jurídica. 1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2009.
MACEDO JR., M. A. S.; COCCARO, C. Ética profissional e Estatuto da
Advocacia – coleção OAB Nacional. São Paulo: Saraiva, 2009.
MACHADO, P. 10 em ética! 8 ed. Salvador: Jus Podivm, 2021.
TOURINHO FILHO, F. da C. Manual de processo penal. 15. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
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