Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 02 Walter Gropius e a Bauhaus. . História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY Contexto - Derrota dos exércitos alemães – 1918 - Reação ao caos econômico gerou uma polarização dos radicalismos políticos da esquerda e da direita; “O artista de hoje vive em uma era de dissolução sem orientação. Ele está sozinho. As velhas formas estão em ruínas, o mundo entorpecido se encontra abalado, o velho espírito humano está inválido e em movimento rumo a uma nova forma. Flutuamos no espaço e não conseguimos perceber qual é a nova ordem.” Walter Gropius, 1919. - Alta inflação minimizava as possibilidades reais de se construir – arquitetos alemães se voltavam para projetos que não sairiam do papel; História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY Lyonel Freininger, “Catedral do Socialismo”, da capa do primeiro manifesto da Bauhaus, 1919. “o objetivo final de todas as artes visuais é o edifício completo (...) hoje as artes existem em um isolamento do qual só podem ser resgatadas pelo esforço cooperativo e consciente de todos os artistas”. Gropius defendia a formação de um profissional total, que pudesse atuar em todas as escalas do design, do objeto ao edifício e à cidade. a arquitetura passa a ser entendida como uma resultante da convergência de várias disciplinas. Bauhaus A máquina, a produção industrial e o desenho de produtos se destacavam na formação deste profissional, que só viria a ter contato com o ensino de história depois de alguns anos de estudo, para que os padrões herdados do passado não influenciassem o processo criativo. Design no novo contexto da industrialização e das novas demandas da sociedade Mestres: pintor e poeta suíço Paul Klee, o pintor russo Wassily Kandinsky, o arquiteto, poeta e artista holandês Theo van Doesburg e o arquiteto alemão Mies van der Rohe Unir as artes e os grandes artistas para produzir o artesanato e a tecnologia do novo tempo Bauhaus História da Arquitetura II Hannes Meyer (1928-1930) Dessau “nova forma de construir”. arquitetura era uma tarefa puramente organizacional, sem qualquer relação com a estética. Edifícios deveriam ser baratos e projetados para atender as necessidades sociais Walter Gropius (1919-1928) Weimar e Dessau Ludwig Mies van der Rohe (1930-1933) Dessau e Berlim Walter Gropius, Bauhaus, Dessau, 1926 Bauhaus, Dessau, 1926, projeção axonométrica Walter Gropius, Bauhaus, Dessau, 1926 PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 Mies Van der Roher PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 Uma ordenação espacial horizontal era subdividida e articulada por planos e colunas independentes Com apurado rigor minimalista, o pavilhão se configura como um conjunto de planos independentes, horizontais e verticais, revestidos de diferentes mármores. panos de vidro e lâminas d’água, pilares metálicos em cruz, dispostos em grid regular independente dos planos de “fechamento”. PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 PAVILHÃO ALEMÃO - EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE BARCELONA, 1929 mistura de aço e couro, presente e passado, tecnologia e tradição Confortável, elegante, seguro. CIAM – CONGRESSOS INTERNACIONAIS DE ARQUITETURA MODERNA Suíça, 1928 - Le Corbusier, Sigfried Gideon, Hannes Meyer, Hendrik Berlage e Gerrit Rietveld buscou o diálogo entre representantes das tendências dispersas da arquitetura Pós-Revolução Industrial para entender suas semelhanças e diferenças e formalizar os princípios da arquitetura moderna O grupo via a Arquitetura e o Urbanismo como uma ferramenta política e econômica capaz de transformar o mundo por meio do design e planejamento das cidades. Frankfurt em 1929 - habitação mínima Congresso de 1933 - cidade funcional, levando o foco principal para o urbanismo CARTA DE ATENAS cidade como um organismo a ser planejado de modo funcional Cada necessidade do homem deveria estar em um lugar específico e lógico, com cada desafio identificado claramente e resolvido tecnicamente Toda propriedade de todo o solo urbano pertence à cidade e, portanto, deve ser de domínio público. “Rue Libre”, ou “rua livre” - o homem não deveria limitar sua liberdade de ir e vir às direções determinadas pelas ruas e calçadas. Pilotis CIAM – CONGRESSOS INTERNACIONAIS DE ARQUITETURA MODERNA (1928-1959 – 11 encontros) Plano piloto é de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, extremamente influenciado por Le Corbusier, é considerada como o mais avançado experimento urbano no mundo que tenha aplicado integralmente todos os princípios da Carta. BRASILIA - 1957 “Cinco Pontos para uma Nova Arquitetura” 1926 “Se eliminarmos de nossos corações e mentes todos os conceitos mortos a propósito das casas e examinarmos a questão a partir de um ponto de vista crítico e objetivo, chegaremos à “Máquina de Morar”, a casa de produção em série, saudável (também moralmente) e bela como são as ferramentas e os instrumentos de trabalho que acompanham nossa existência”. Sistema Dom-ino, 1914 protótipo da construção moderna foi desnudado, representado apenas por lajes, pilares, fundações e circulação vertical para demonstrar que os demais elementos da edificação poderiam ser absolutamente livres História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY Le Corbusier, “Cinco Pontos para uma Nova Arquitetura” História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY “Cinco Pontos para uma Nova Arquitetura” 1926 “Aqui estão aplicados com grande clareza as certezas das descobertas feitas até agora: os pilotis, o terraço jardim, a planta livre, a fachada livre, a janela em fita de correr para os lados. As linhas reguladoras são automaticamente geradas por simples elementos arquitetônicos em uma escala humana, que também controla os pés-direitos, as dimensões das janelas, portas e balaustradas. A planta clássica é virada de cabeça para baixo: a base da casa está livre. A principal sala de recepção fica bem no alto da casa. Você pisa diretamente sobre o terraço jardim, do qual tem uma vista privilegiada do Bois de Boulogne. Não estamos mais em Paris; é como se estivéssemos no campo.” PROMENADE ARCHITETURALE História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY Le Corbusier, Vila Savoye, Poissy, 1928-31 História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉADALL´OLIO HILUY Philip Johnson e o International Style (1932) “Modern Architecture – International Exhibition” - (1932) A ênfase no “volume arquitetônico”, não na massa (planos no lugar de solidez); Rejeição à simetria Rejeição à ornamentação o objetivo era evitar os estilos, que, considerados ornamentação (portanto, um crime em tempos de entreguerras) remontam ao historicismo, que tanto combatiam com o intuito de criar uma arquitetura livre, que pudesse estar em qualquer lugar e qualquer tempo História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY Philip Johnson e o International Style (1932) História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY Philip Johnson morou por 58 anos nessa casa, cuja maior influência foi a casa Farnsworth, de Mies van der Rohe, exibida com destaque na exposição do MoMA tese de mestrado Casa Farnsworth, de Mies van der Rohe (1947) História da Arte e Arquitetura III Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY a substituição da simetria vertical (presente, por exemplo, nas catedrais góticas, que levam o usuário automaticamente a olhar para os céus) por uma simetria horizontal, através da fixação do pé direito em 3,20 m (o dobro da altura média dos olhos) e do uso de grandes panos de vidro de piso a teto, que obrigam a luz penetrar e refletir de maneira homogênea nos planos horizontais do piso e do teto. Iñaki Ábalos
Compartilhar