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AULA 05 TEAM X e a revisão do Movimento Moderno O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM – CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA MODERNA O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM – CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA MODERNA A revisão do moderno promovida pelo Team X é historicamente determinada como uma reação deste grupo aos CIAM. O grupo se constituía de arquitetos ingleses que eram membros e representantes das últimas edições dos CIAM Liderado por Alison e Peter Smithson e Aldo van Eyck, o grupo atacou de modo contundente as quatro categorias funcionalistas da Carta de Atenas: moradia, trabalho, lazer e transporte. O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM – CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA MODERNA A primeira etapa: de 1929 a 1933 Dominados pelos arquitetos alemãs da Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade), em sua maioria de tendências socialistas Frankfurt, sob o título de Die Wohnung für das Existenzminimum (alojamentos para unidade mínima de habitação), para os problemas de padrões mínimos de vida Bruxelas (CIAM III) sob o título Rationelle Bebaungsweisen (práticas de desenvolvimento racional), que abordava questões de gabarito (altura ideal) e do espaçamento entre blocos, visando à eficiência tanto da terra quanto do material O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM – CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETURA MODERNA A segunda etapa: de 1933 a 1947 Dominada pela personalidade de Le Corbusier, que deliberadamente alterou a ênfase predominante, fazendo-a incidir sobre o planejamento urbano A terceira etapa Ruptura decisiva com o CIAM IX, realizado em Aix-en-Provance em 1953 Team X se organizaram contra ao funcionalismo proposto pela Carta de Atenas ao urbanismo moderno O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM X – 1956 – última reunião O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM X – 1956 – última reunião No IX Congresso, em 1953, em Aix-en-Provence - Peter e Alison Smithson, Aldo Van Eyck, Jacob Bakema e George Candilis - X CIAM, cujo tema seria "O Habitat", no qual introduziriam os conceitos de identidade e crescimento urbano. Analisaram criticamente os princípios estruturais do desenvolvimento urbano consolidados por Le Corbusier na etapa anterior do CIAM Descontentamento com o funcionalismo “da velha guarda” – com o “idealismo” de Le Corbusier, Van Eesteren, Sert, Ernesto Rorgers, Alfred Roth, Kunio Mayekawa e Gropius História da Arte e Arquitetura IV Prof. ANDRÉA DALL´OLIO HILUY O Team X e o CIAM de Dubrovnik (1956) CIAM X – 1956 – última reunião Team X: manifestação de um padrão urbano que atendia a uma nova sensibilidade contemporânea, que compreendia uma necessidade e urgência de “identidade” para o espaço citadino “Pertencer é uma necessidade emocional básica – suas associações são da ordem mais simples. Do pertencer – identidade – provém o sentido enriquecedor da urbanidade. A ruazinha estreita da favela funciona muito bem exatamente onde fracassa com frequência o redesenvolvimento espaçoso” Assim, o elã crítico de encontrar uma relação mais precisa entre a forma física e a necessidade sociopsicológica tornou-se o tema do CIAM X Conjunto habitacional Golden Lane, de 1952. Alison e Peter Smithson arquivo fotográfico de Henderson representa a realidade física e social de Londres “vida das ruas” da população de Bethnal Green – e foi a partir desta “expressividade do cotidiano das ruas” crítica à Ville Radieuse e ao zoneamento das quatro funções da cidade em habitação, trabalho, lazer e transporte Quatro funções uma proposta mais fenomenológica de reconhecimento do lugar mais imediato: a casa, a rua, o bairro e a cidade O Estruturalismo Holandês e recuperação do vigor plástico da arquitetura racionalista Aldo Van Eyck (1918-1999) Nova postura da arquitetura moderna; Rejeição ao funcionalismo, procurando uma maior relação com a história, as arquiteturas regionais e os elementos simbólicos; Interessava-se por articular o intervalo entre diferentes objetos e espaços (uma harmonia estática de um templo grego e a rigorosa assimetria de uma tela de Mondrian poderiam coexistir alegremente) A cidade deveria se comportar com uma grande casa, e a casa, como uma pequena cidade Estabeleceu uma estrutura básica e essencialmente repetitiva da arquitetura “estruturalista” (Estética do número: um projeto é composto de uma unidade repetitiva, como células biológicas) Aldo Van Eyck Orfanato Municipal de Amsterdã (1955-60) • O estruturalismo holandês faz do edifício uma extensão da cidade, não apresentando barreiras entre edifício e rua, demonstrando fluidez entre interior e exterior. • Esta fluidez persiste dentro da edificação, que simula uma pequena cidade, com ruas de circulação, pátios internos e escritórios, distribuindo-se de forma orgânica. • Explora as relações de escala entre as pequenas e grandes estruturas, onde se apreende o todo pela parte e a parte pelo todo. Aldo Van Eyck Orfanato Municipal de Amsterdã (1955-60) • Edifício construído de concreto e vidro – um pavimento, com diversos módulos retangulares: a ideia é fazer o usuário interagir com o espaço. Aldo Van Eyck Orfanato Municipal de Amsterdã (1955-60) • “Claridade labiríntica” Aldo Van Eyck Orfanato Municipal de Amsterdã (1955-60) • “Claridade labiríntica” A teoria de Herman Hertzberger (Amsterdã, 1936) Uma obra de arquitetura não é um resultado estático dos esforços do arquiteto, mas uma estrutura que convida a ser habitada, adaptada e modificada no tempo pelos usuários; A ordem e as regras definidas pela arquitetura que providenciam a liberdade aos usuários para interagir com as construções; Não deve existir necessariamente oposição entre espaço público e espaço privado, mas sim gradações de acessibilidade, funções e formas, que podem ser definidas pelo uso de materiais, luz e cores. A ênfase na espacialidade dos projetos resultou numa preferência por materiais industriais de relativo baixo custo. A escolha para esses materiais também dá aos espaços uma característica pública, quase como espaços urbanos. Herman Hertzberger Escritórios da Centraal Beheer Insurance (1955-60) • A área de circulação é literalmente formada como uma paisagem urbana, com ruas, travessias, praças e sacadas. Nas esquinas existem lugares para reuniões rápidas, contemplando o movimento nas praças. Essas praças, largas, dão margem a encontros e coincidências. Herman Hertzberger – obras: Escritórios da Centraal Beheer Insurance (1955-60) Não apresentava uma entrada imponente ou uma hierarquia espacial óbvia – aparentemente uma deficiência em criar uma forma e organização legível – para Hertzberger, uma liberdade de entrar e sair de forma discreta. Brutalismo • 1947: Le Corbusier: primeiro Brutalismo • Brutalismo como nome designativo do uso de béton brut, concreto aparente, nas obras de Le Corbusier no pós-II Guerra, a partir da Unité d’Habitation de Marselha, prolongando-se até 1965; • Essa é de fato a acepção original, ou primeira, do termo Brutalismo. No momento em que surge tem sentido restrito: ainda não se trata de tendência nem movimento, mas de exemplo magistral e isolado. Brutalismo1953-56: Novo Brutalismo Britânico Novo Brutalismo como nome adotado por representantes de uma nova geração de arquitetos britânicos do pós-II Guerra para qualificar um “movimento”; Intenções do movimento Brutalista: • Revelar as realidades do sistema de construção e edificação • Impor uma nova honestidade em relação à arquitetura tendo seu papel no pós-guerra de modo a ampliar as transformações sociais e urbanas. • Edificações tentaram ser ásperas e diretas em oposição ao vidro e ferro. • Concreto, o material mais usado e explorado do movimento, foi empregado com o objetivo de criar formas diferenciadas esculpidas pesadamente ao invés de finas e leves. • Apesar de sua aceitação, o público geral – entre eles até mesmo diversos arquitetos – tendia a ver as obras do Brutalismo como social e urbanisticamente agressivas Novo Brutalismo Ética ou Estética?: o discurso arquitetônico-ideológico do New Brutalism Reyner Banham (arquiteto e crítico inglês) publica livro em 1966, The New Brutalism: Ethic ou Aesthetic? • Banham admite que “os brutalistas estão comprometidos com o último esforço da tradição clássica, não tecnológica; e a ética da conexão brutalista, que tal como todas as tendências reformistas da arquitetura é retrógrada”. • Assim, contrariando suas expectativas artísticas revolucionárias, Banham admite que o Brutalismo apenas vestia com trajes discursivos de ética progressista uma arquitetura de estética conservadora – entendida aqui no sentido que lhe dá Banham, de que ela aceita trabalhar dentro das qualidades tradicionais inerentes ao saber profissional arquitetônico – seja derivadas seja da tríade vitruviana, seja da tradição Beaux-Arts, seja ainda do funcionalismo da “era da máquina”. Novo Brutalismo - Arquitetura Alison e Peter Smithson Escola Secundária Hunstanton, Norfolk, Inglaterra,1949-54 Novo Brutalismo - Arquitetura Alison e Peter Smithson Escola Secundária Hunstanton, Norfolk, Inglaterra,1949-54 Novo Brutalismo - Arquitetura Alison e Peter Smithson - Edifício The Economist, Inglaterra (1962-64) • Demonstração de como um empreendimento comercial poderia gerar espaços públicos de qualidade. • Integrou edifícios modernos a um contexto histórico Novo Brutalismo - Arquitetura Alison e Peter Smithson Edifício The Economist, Inglaterra (1962-64) Novo Brutalismo - Arquitetura Alison (1928-1993) e Peter Smithson (1923-2003) • Atacaram os dogmas vigentes por décadas, propostos nos anos 1930 por Le Corbusier e Walter Gropius: cidades zoneadas e habitação urbana feitas em altas torres amplamente espaçadas. • Cidade ideal dos Smithsons; streets in the sky Urban Structuring - Urbanismo Contribuição teórica de Alison e Peter Smithson – TEXTO – Urban Structuring (1967) • Ideias que surgiram nas reuniões do TEAM X; • Novas possibilidades de revisão formal urbana. • Vitalidade das ruas tradicionais e populares. • Aproximação das ciências sociais, psicologia, antropologia, sociologia e dos modos populares, da realidade da vida urbana. • CINCO CONCEITOS URBANOS – Associação, identidade, crescimento, mobilidade e cluster. Urban Structuring - Urbanismo CLUSTER – espécie de estrutura, modelo formal. • Uma forma específica de habitar para cada situação particular • Preocupação com a cultura e a comunidade. • Cluster é uma estrutura adaptável. • Qualquer agrupamento é um cluster – agrupamento de casas, agrupamento de quadras, agrupamento de bairros. • Para cada forma de associação entre as pessoas existe um modelo diferenciado e inerente para o edifício ou a cidade. • Cidade compreendida através das relações e manifestações humanas – passagem, o movimentar-se, as relações de vizinhança, o contato na rua, etc. Bibliografia: MONTANER, Josep Maria. Depois do movimento moderno. Arquitetura da segunda metade do século XX. (pág. 54-56; 72-78); CURTIS, William J.R. Arquitetura moderna desde 1900. (pág. 529-534) http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.007/949
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