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Aula 01 Dos crimes contra a vida Homicidio (Art 121, CP) (1)

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Aula 01 – Dos crimes contra a vida – Homicídio (Art. 121, CP)
Professor Marcelo Castelo Branco Ismael
Devry - FACID
Disciplina – Direito Penal Especial
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Art. 121 - Matar alguém:
Pena - reclusão, de 6 a 20 anos.
- é “crime hediondo” quando praticado em atividade típica de grupos de extermínio, mesmo que por uma só pessoa.
Caso de diminuição de pena (Homicídio privilegiado)
§ 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social (diz respeito a interesses da coletividade, como, por exemplo, matar traidor da pátria, matar bandido perigoso, desde que não se trate de atuação de justiceiro) ou moral (refere-se a sentimento pessoal do agente, como no caso da eutanásia), ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (existência de emoção intensa - ex.: tirar o agente totalmente do sério; injusta provocação da vítima - ex.: xingar, fazer brincadeiras de mau gosto, flagrante de adultério; reação imediata - “logo em seguida”), o juiz pode (deve) reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
Homicídio qualificado
- é “crime hediondo”.
§ 2º - Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (motivo vil, repugnante, que demonstra depravação moral do agente - ex.: matar para conseguir herança, por rivalidade profissional, por inveja, porque a vítima não quis ter relação sexual etc.);
II - por motivo fútil (matar por motivo de pequena importância, insignificante; falta de proporção entre a causa e o crime - ex.: matar dono de um bar que não lhe serviu bebida, matar a esposa que teria feito jantar considerado ruim etc.);
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso (é o uso de uma armadilha ou de uma fraude para atingir a vítima sem que ela perceba que está ocorrendo um crime, como, por exemplo, sabotagem de freio de veículo ou de motor de avião) ou cruel (outro meio cruel além da tortura - ex.: morte provocada por pisoteamento, espancamento, pauladas etc.), ou de que possa resultar perigo comum (ex.: provocar desabamento ou inundação);
IV - à traição (quebra de confiança depositada pela vítima ao agente, que desta se aproveita para matá-la - ex.: matar a mulher durante o ato sexual), de emboscada (ou tocaia; o agente aguarda escondido a passagem da vítima por um determinado local para, em seguida, alvejá-la), ou mediante dissimulação (é a utilização de um recurso qualquer para enganar a vítima, visando possibilitar uma aproximação para que o agente possa executar o ato homicida - ex.: uso de disfarce ou método análogo para se aproximar da vítima, dar falsas provas de amizade ou de admiração para possibilitar uma aproximação) ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (surpresa; efetuar disparo pelas costas, matar a vítima que está dormindo, em coma alcoólico);
V - para assegurar a execução (ex.: matar um segurança para conseguir seqüestrar um empresário – homicídio qualificado em concurso material com extorsão mediante seqüestro), a ocultação (o sujeito quer evitar que se descubra que o crime foi praticado), a impunidade (o sujeito mata alguém que poderia incriminá-lo - ex.: morte de testemunha do crime anterior) ou vantagem de outro crime (ex.: matar co-autor de “roubo” para ficar com todo o dinheiro ou a pessoa que estava fazendo o pagamento do resgate no crime de “extorsão mediante seqüestro”). 
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos.
Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Feminicídio significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como um crime hediondo no Brasil. O feminicídio se configura quando é comprovada as causas do assassinato, devendo este ser exclusivamente por questões de gênero, ou seja, quando uma mulher é morta simplesmente por ser mulher. Alguns estudiosos do tema alegam que o termo feminicídio se originou a partir da expressão "generocídio", que significa o assassinato massivo de um determinado tipo de gênero sexual. 
- havendo mais de uma qualificadora no caso concreto, o juiz usará uma para qualificar o homicídio e as demais como agravantes genéricas.
Homicídio culposo
§ 3º - Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de 1 a 3 anos.
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
CONCEITO: Legal: matar alguém; Doutrinário: eliminação da vida humana extra-uterina por outrem (pressupõe constatação da vida – respiração, circulação sanguínea e sinais cerebrais).
OBJETO JURÍDICO: a vida humana extra-uterina.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa
OBJETO MATERIAL: É a pessoa que sofre a conduta criminosa.
BEM JURÍDICO TUTELADO: A vida humana extra-uterina.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada, em todas as modalidades de homicídio.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: Crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa; simples, pois atinge apenas um bem jurídico; de dano, pois exige a efetiva lesão de um bem jurídico; de forma livre já que pode ser praticado por qualquer meio; instantâneo, mas de efeitos permanentes quanto ao momento consumativo; material, pois exige a efetiva ocorrência do resultado morte; comissivo (através de uma ação), podendo também ser comissivo por omissão ou omissivo impróprio, ou seja, nos casos do art. 13, §2º, do Código Penal; unissubjetivo (pode ser praticado por um só agente); plurissubsistente (via de regra, vários atos integram a conduta de matar); não transeunte (pois deixa vestígios).
CONSUMAÇÃO: No momento em que a vítima morre (fim da atividade cerebral conforme previsto na lei de doação de órgãos)
TENTATIVA: Admissível
1) HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES (ART. 121, CAPUT):
Objeto material: o ser humano sobre o qual recai a conduta.
Sujeito Ativo (crime comum): cometido por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: ser vivo nascido de mulher.
Conduta típica: matar (núcleo do tipo) alguém (objeto material). São as elementares do tipo penal, sem a ocorrência das duas não há crime.
O homicídio é crime de ação ou forma livre. Pode ser cometido por ação ou omissão (desde que o agente tenha dever jurídico de agir para evitar o resultado, nos termos do art. 13, 2º, do CP). De regra, o agente pratica o crime por ação, utilizando de meios diretos (exs.: disparos de arma de fogo, golpes com instrumentos perfuro cortantes – faca ou facão, etc. – ou contundentes – pedaço de ferro ou de madeira etc.). Pode valer-se também de meios indiretos, por exemplo, coagindo alguém a atirar contra si próprio. Os meios executórios podem ser físicos ou materiais (ex.: disparos de arma de fogo), psíquicos ou morais (Ex.: assustar uma pessoa cardíaca), químicos (ex.: ministrar a alguém substâncias lesivas ou patológicas), transmissão de moléstia fatal, por meio de um vírus ou bactéria.
Elemento subjetivo: dolo (vontade livre e consciente de matar outrem) é o chamado “animus necandi”, também é punido na modalidade culposa. Existe homicídio por dolo eventual. A jurisprudência majoritária estabelece que se um participante de um "pega" perder o controle do carro e atropelar uma pessoa, eleterá praticado homicídio doloso por ação (com dolo eventual). Não se trata de dolo direto (o agente não intencionava realizar o atropelamento), mas o resultado era previsível e o agente (assim como também as demais pessoas que participam) toleram o resultado. 
Consumação: com a morte da vítima. Diz-se que a morte ocorre quando se dá a morte cerebral
Tentativa: admissível
Observações sobre o homicídio simples: não se trata de crime hediondo, salvo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. O homicídio cometido contra Presidente da República, do Senado, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal é crime contra a segurança nacional caso tenha motivação política (Lei n. 7.170/83).
Pena: reclusão de 6 a 20 anos
2) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (ART. 121, § 1º):
Natureza jurídica: causa obrigatória de diminuição de pena (de um sexto a um terço).
Hipóteses: 
a) Quando o agente age impelido por motivo de relevante valor social (ou seja, quando o crime é cometido no interesse geral da coletividade – por exemplo: matar o líder de uma grande facção criminosa).
b) Por motivo de relevante valor moral (isto é, se há um especial interesse particular, como na hipótese de se cometer eutanásia, por piedade diante do sofrimento de um paciente terminal). c) A hipótese mais usual é a de cometer o delito sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (se não houver domínio, mas influência de violenta emoção e a reação do agente não for imediata, ter-se-á a atenuante genérica do art. 65, III, “c”, do CP; assim como se for injusta agressão, o agente estará atuando em legítima defesa).
3) HOMICÍDIO QUALIFICADO (ART.121, § 2º):
As qualificadoras constantes dos incisos do § 2º do art.121 do CP dizem respeito aos motivos (I e II), meios (III), modos (IV) e fins (V).
Qualificadoras subjetivas (motivos do crime): 
a) inc. I: mediante paga (bem ou valor dado antes da prática do homicídio) ou promessa de recompensa (bem ou valor prometido para o agente após a consumação do crime) ou outro motivo torpe (i.e., desprezível, repugnante, vil); 
b) inc. II: por motivo fútil (desproporcional, insignificante, inadequado etc.) – para a jurisprudência, a falta de motivo ou o ciúme não caracterizam o motivo fútil; 
c) inc. V: para assegurar a execução de outro crime (conexão teleológica) ou para garantir a ocultação, impunidade ou vantagem de crime anterior (Conexão consequencial).
Qualificadoras objetivas (pelos meios de execução):
a) inc. III: mediante emprego de veneno (peçonha), fogo (produto da combustão de matérias inflamáveis), explosivo (matéria capaz de causas rebentação), asfixia (impedir a respiração, seja por meios mecânicos, como a esganadura, o estrangulamento, o enforcamento, a sufocação direta ou indireta, o afogamento e o soterramento, seja por meio tóxico, como a inalação de gás e o confinamento), com emprego de tortura (intenso sofrimento físico ou mental) ou outro meio insidioso (cuja eficácia letal seja dissimulada) ou cruel (causador de sofrimento excessivo) ou que possa resultar perigo comum (vale dizer, perigo a várias pessoas); 
Qualificadoras objetivas (pela forma de execução):
b) inc. IV: a traição, física (disparo pelas costas, colhendo o agente de maneira desprevenida) ou moral (aproveitando-se da confiança que a vítima depositava no agente), de emboscada (tocaia), mediante dissimulação (dando falsas mostras de amizade; se havia relação de amizade verdadeira, haverá traição moral), ou com utilização de outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (como a surpresa, a atitude inopinada).
Pena: reclusão, de 12 a 30 anos (crime hediondo)
HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIFILEGIADO: possível quando a qualificadora for de caráter objetivo (meios ou modo de execução), pois o privilégio tem caráter subjetivo (nesse caso, o crime não será classificado como hediondo).
Obs.: relação de parentesco não qualifica o crime, mas constitui agravante genérica (art. 61, II, “e”, do CP).
4) HOMICÍDIO CULPOSO (ART. 121, § 3)
Tipo aberto: vale dizer, a definição típica abrange um grande leque de condutas, pois a lei empregou termos genéricos (“se o homicídio é culposo”). Será cometido quando o agente violar o dever de cuidado objetivo (cuidado exigível de uma pessoa de mediana prudência e discernimento), dando causa ao resultado seja por imprudência, negligência ou imperícia.
- imprudência – é a ação em que o agente demonstra o desprezo pelas cautelas normais; é a prática de um fato perigoso (Damásio); é a forma ativa de culpa, significando um comportamento sem cautela, realizado com precipitação ou com insensatez (Nucci) - ex.: dirigir veículo em rua movimentada com excesso de velocidade.
- negligência – é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado, ou a falta de atenção às circunstâncias, de que não poderia descuidar; é a omissão de um determinado procedimento que deveria ter o agente (Damásio); é a forma passiva de culpa, ou seja, assumir uma atitude passiva, inerte material e psiquicamente, por descuido ou desatenção, justamente quando o dever de cuidado objetivo determina de modo contrário (Nucci) - ex.: deixar arma de fogo ao alcance de criança, ou não reparar que há sinal semafórico na esquina, ou placa de “pare”.
- imperícia – é a falta de aptidão para o exercício de uma arte ou profissão (Damásio); é a imprudência no campo técnico, pressupondo uma arte, um ofício ou uma profissão. Consiste na incapacidade ou falta de conhecimento necessário para o exercício de determinado mister (Nucci). Ex.: o médico deixa de tomar as cautelas devidas de assepsia em uma sala de cirurgia, demonstrando sua nítida inaptidão para o exercício profissional
Obs.: Distinção entre imperícia e erro profissional: a deficiência profissional que acarreta um dano a alguém, nem sempre pode ser caracterizada como imperícia. Enquanto esta é um erro grosseiro, que a média dos profissionais de determinada área não cometeriam, em circunstâncias normais, o erro profissional faz parte da precariedade dos conhecimentos humanos, pois nem todos possuem o mesmo talento, a mesma cultura e idêntica habilidade. Quando houver erro, resolve-se na esfera civil.
Perdão judicial (art. 121, § 5º): o Juiz poderá deixar de aplicar a pena quando o homicídio culposo atingir o agente de modo tão grave que torne desnecessária a aplicação da pena (ex.: pai que culposamente provoca a morte do próprio filho).
Homicídio culposo no Código de Trânsito (Art. 302 da Lei n. 9.503/97): 
Pressupõe seja o crime cometido por alguém na condução de um veículo automotor (veículo movido por seus próprios meios). 
        Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
        Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
        Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente:
        I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
        II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
        III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
        IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.
        V - estiver sob a influência de álcool ou substância tóxica ou entorpecente de efeitos análogos. (Incluído pela Lei nº 11.275, de 2006)
CAUSA DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO CULPOSO (ART. 121, § 4º, 1ª PARTE): (em 1/3). Modalidades: 
a) se há inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: o agente conhece a regra, mas não aplica (difere da imperícia); 
b) se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima (o agente não estará obrigado a prestar socorro à vítima se ela faleceu instantaneamente, se foisocorrida por terceiros, quando o próprio agente se lesiona e busca socorro para si, quando ele se evade do local por temor de represália ou quando fica emocionalmente perturbado); 
c) se o agente não procura diminuir as conseqüências de seu ato: indenizando a família da vítima; 
d) se ele foge para evitar prisão em flagrante.
§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.       (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
JURISPRUDÊNCIA:
Informativo nº 0575
Período: 19 de dezembro de 2015 a 4 de fevereiro de 2016. 
SEXTA TURMA 
DIREITO PENAL. QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE EM RELAÇÃO AO MANDANTE DE HOMICÍDIO MERCENÁRIO. 
O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de recompensa" (inciso I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime de homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja torpe. De fato, no homicídio qualificado pelo motivo torpe consistente na paga ou na promessa de recompensa (art. 121, § 2º, I, do CP) - conhecido como homicídio mercenário - há concurso de agentes necessário, na medida em que, de um lado, tem-se a figura do mandante, aquele que oferece a recompensa, e, de outro, há a figura do executor do delito, aquele que aceita a promessa de recompensa. É bem verdade que nem sempre a motivação do mandante será abjeta, desprezível ou repugnante, como ocorre, por exemplo, nos homicídios privilegiados, em que o mandante, por relevante valor moral, contrata pistoleiro para matar o estuprador de sua filha. Nesses casos, a circunstância prevista no art. 121, § 2º, I, do CP não será transmitida, por óbvio, ao mandante, em razão da incompatibilidade da qualificadora do motivo torpe com o crime privilegiado, de modo que apenas o executor do delito (que recebeu a paga ou a promessa de recompensa) responde pela qualificadora do motivo torpe. Entretanto, apesar de a "paga ou promessa de recompensa" (art. 121, § 2º, I, do CP) não ser elementar, mas sim circunstância de caráter pessoal do delito de homicídio, sendo, portanto, incomunicável automaticamente a coautores do homicídio, conforme o art. 30 do CP (REsp 467.810-SP, Quinta Turma, DJ 19/12/2003), poderá o mandante responder por homicídio qualificado pelo motivo torpe caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja abjeto, desprezível ou repugnante. REsp 1.209.852-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/12/2015, DJe 2/2/2016.
Informativo nº 0491
Período: 13 a 24 de fevereiro de 2012. 
SEXTA TURMA 
HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA. FALTA DE MATERIALIDADE. AUSÊNCIA DO CORPO DA SUPOSTA VÍTIMA. 
Trata-se, na origem, de recurso em sentido estrito no qual o tribunal a quo entendeu existirem outras provas que demonstrariam a materialidade do crime, indicando a confissão do paciente e depoimentos testemunhais. A Turma negou a ordem ao entender que, nos termos do art. 167 do CPP, a prova testemunhal pode suprir a falta do exame de corpo de delito, caso desaparecidos os vestígios. O STJ já decidiu que tal situação se aplica, inclusive, aos casos de homicídio, se ocultado o corpo da vítima. Diante desse contexto, não se mostra possível avaliar profundamente as provas carreadas aos autos para concluir de modo diverso. Ademais, caberá aos jurados competentes a análise detida dos elementos de convicção carreados, por ocasião do julgamento pelo tribunal do júri, mostrando-se prematuro o trancamento do feito. Precedentes citados: HC 110.642-ES, DJe 6/4/2009; HC 79.735-RJ, DJ 3/12/2007; HC 205.763-PR, DJe 22/8/2011, e HC 204.733-RJ, DJe 25/8/2011. HC 170.507-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/2/2012. 
Informativo nº 0590
Período: 16 de setembro a 3 de outubro de 2016. 
SEXTA TURMA 
DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO. 
Em homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB), ainda que realizada composição civil entre o autor do crime e a família da vítima, é inaplicável o arrependimento posterior (art. 16 do CP). O STJ possui entendimento de que, para que seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do Código Penal, faz-se necessário que o crime praticado seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais (HC 47.922-PR, Quinta Turma, DJ 10/12/2007; e REsp 1.242.294-PR, Sexta Turma, DJe 3/2/2015). Na hipótese em análise, a tutela penal abrange o bem jurídico, o direito fundamental mais importante do ordenamento jurídico, a vida, que, uma vez ceifada, jamais poderá ser restituída, reparada. Não se pode, assim, falar que o delito do art. 302 do CTB é um crime patrimonial ou de efeito patrimonial. Além disso, não se pode reconhecer o arrependimento posterior pela impossibilidade de reparação do dano cometido contra o bem jurídico vida e, por conseguinte, pela impossibilidade de aproveitamento pela vítima da composição financeira entre a agente e a sua família. Sendo assim, inviável o reconhecimento do arrependimento posterior na hipótese de homicídio culposo na direção de veículo automotor. REsp 1.561.276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/6/2016, DJe 15/9/2016.
Informativo nº 0581
Período: 14 a 28 de abril de 2016. 
SEXTA TURMA 
DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE DA CAUSA DE AUMENTO DESCRITA NO ART. 302, § 1º, I, DO CTB EM VIRTUDE DE CNH VENCIDA. 
O fato de o autor de homicídio culposo na direção de veículo automotor estar com a CNH vencida não justifica a aplicação da causa especial de aumento de pena descrita no § 1º, I, do art. 302 do CTB. No art. 162 do CTB, o legislador, ao definir diferentes infrações administrativas, distinguiu duas situações: dirigir veículo "sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir" (inciso I); e dirigir "com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias" (inciso V). Essas situações, embora igualmente configurem infração de trânsito, foram tratadas separadamente, de forma diversa. Em relação ao crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, o § 1º, I, do art. 302 do CTB determina que a pena será aumentada de 1/3 (um terço) à metade se o agente "não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação". Ora, se o legislador quisesse punir de forma mais gravosa o autor de homicídio culposo na direção de veículo automotor cuja CNH estivesse vencida, teria feito expressa alusão a esta hipótese (assim como fez, no § 1º, I, do art. 302, quanto à situação de "não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação"). Além disso, no Direito Penal, não se admite a analogia in malam partem, de modo que não se pode inserir no rol das circunstâncias que agravam a pena (art. 302, § 1º) também o fato de o agente cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor com carteira de habilitação vencida. HC 226.128-TO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 7/4/2016, DJe 20/4/2016.
Informativo nº 0563
Período: 29 de maio a 14 de junho de 2015. 
SEXTA TURMA 
DIREITO PENAL. MOTIVOS PARA EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE DE HOMICÍDIO E DE LESÕES CORPORAIS CULPOSOS PRATICADOS NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. 
O juiz, na análise dos motivos do crime (art. 59 do CP), pode fixar a pena-base acima do mínimo legal em razão de o autor ter praticadodelito de homicídio e de lesões corporais culposos na direção de veículo automotor, conduzindo-o com imprudência a fim de levar droga a uma festa. Isso porque o fim de levar droga a uma festa representa finalidade que desborda das razoavelmente utilizadas para esses crimes, configurando justificativa válida para o desvalor. AgRg no HC 153.549-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/6/2015, DJe 12/6/2015.
Informativo nº 0559
Período: 6 a 16 de abril de 2015. 
CORTE ESPECIAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL E PENAL. INCONSTITUCIONALIDADE DO PRECEITO SECUNDÁRIO DO ART. 273, § 1º-B, V, DO CP. 
É inconstitucional o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, V, do CP - "reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa" -, devendo-se considerar, no cálculo da reprimenda, a pena prevista no caput do art. 33 da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), com possibilidade de incidência da causa de diminuição de pena do respectivo § 4º. De fato, é viável a fiscalização judicial da constitucionalidade de preceito legislativo que implique intervenção estatal por meio do Direito Penal, examinando se o legislador considerou suficientemente os fatos e prognoses e se utilizou de sua margem de ação de forma adequada para a proteção suficiente dos bens jurídicos fundamentais. Nesse sentido, a Segunda Turma do STF (HC 104.410-RS, DJe 27/3/2012) expôs o entendimento de que os "mandatos constitucionais de criminalização [...] impõem ao legislador [...] o dever de observância do princípio da proporcionalidade como proibição de excesso e como proibição de proteção insuficiente. A idéia é a de que a intervenção estatal por meio do Direito Penal, como ultima ratio, deve ser sempre guiada pelo princípio da proporcionalidade [...] Abre-se, com isso, a possibilidade do controle da constitucionalidade da atividade legislativa em matéria penal". Sendo assim, em atenção ao princípio constitucional da proporcionalidade e razoabilidade das leis restritivas de direitos (CF, art. 5º, LIV), é imprescindível a atuação do Judiciário para corrigir o exagero e ajustar a pena de "reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa" abstratamente cominada à conduta inscrita no art. 273, § 1º-B, V, do CP, referente ao crime de ter em depósito, para venda, produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais de procedência ignorada. Isso porque, se esse delito for comparado, por exemplo, com o crime de tráfico ilícito de drogas (notoriamente mais grave e cujo bem jurídico também é a saúde pública), percebe-se a total falta de razoabilidade do preceito secundário do art. 273, § 1º-B, do CP, sobretudo após a edição da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), que, apesar de ter aumentado a pena mínima de 3 para 5 anos, introduziu a possibilidade de redução da reprimenda, quando aplicável o § 4º do art. 33, de 1/6 a 2/3. Com isso, em inúmeros casos, o esporádico e pequeno traficante pode receber a exígua pena privativa de liberdade de 1 ano e 8 meses. E mais: é possível, ainda, sua substituição por restritiva de direitos. De mais a mais, constata-se que a pena mínima cominada ao crime ora em debate excede em mais de três vezes a pena máxima do homicídio culposo, corresponde a quase o dobro da pena mínima do homicídio doloso simples, é cinco vezes maior que a pena mínima da lesão corporal de natureza grave, enfim, é mais grave do que a do estupro, do estupro de vulnerável, da extorsão mediante sequestro, situação que gera gritante desproporcionalidade no sistema penal. Além disso, como se trata de crime de perigo abstrato, que independe da prova da ocorrência de efetivo risco para quem quer que seja, a dispensabilidade do dano concreto à saúde do pretenso usuário do produto evidencia ainda mais a falta de harmonia entre esse delito e a pena abstratamente cominada pela redação dada pela Lei 9.677/1998 (de 10 a 15 anos de reclusão). Ademais, apenas para seguir apontando a desproporcionalidade, deve-se ressaltar que a conduta de importar medicamento não registrado na ANVISA, considerada criminosa e hedionda pelo art. 273, § 1º-B, do CP, a que se comina pena altíssima, pode acarretar mera sanção administrativa de advertência, nos termos dos arts. 2º, 4º, 8º (IV) e 10 (IV), todos da Lei n. 6.437/1977, que define as infrações à legislação sanitária. A ausência de relevância penal da conduta, a desproporção da pena em ponderação com o dano ou perigo de dano à saúde pública decorrente da ação e a inexistência de consequência calamitosa do agir convergem para que se conclua pela falta de razoabilidade da pena prevista na lei, tendo em vista que a restrição da liberdade individual não pode ser excessiva, mas compatível e proporcional à ofensa causada pelo comportamento humano criminoso. Quanto à possibilidade de aplicação, para o crime em questão, da pena abstratamente prevista para o tráfico de drogas - "reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa" (art. 33 da Lei de drogas) -, a Sexta Turma do STJ (REsp 915.442-SC, DJe 1º/2/2011) dispôs que "A Lei 9.677/98, ao alterar a pena prevista para os delitos descritos no artigo 273 do Código Penal, mostrou-se excessivamente desproporcional, cabendo, portanto, ao Judiciário promover o ajuste principiológico da norma [...] Tratando-se de crime hediondo, de perigo abstrato, que tem como bem jurídico tutelado a saúde pública, mostra-se razoável a aplicação do preceito secundário do delito de tráfico de drogas ao crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais". AI no HC 239.363-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/2/2015, DJe 10/4/2015.
Informativo nº 0554
Período: 25 de fevereiro de 2015. 
QUINTA TURMA 
DIREITO PENAL. MORTE INSTANTÂNEA DA VÍTIMA E OMISSÃO DE SOCORRO COMO CAUSA DE AUMENTO DE PENA. 
No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4°, do CP - deixar de prestar imediato socorro à vítima -, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa. Com efeito, o aumento imposto à pena decorre do total desinteresse pela sorte da vítima. Isso é evidenciado por estar a majorante inserida no § 4° do art. 121 do CP, cujo móvel é a observância do dever de solidariedade que deve reger as relações na sociedade brasileira (art. 3º, I, da CF). Em suma, o que pretende a regra em destaque é realçar a importância da alteridade. Assim, o interesse pela integridade da vítima deve ser demonstrado, a despeito da possibilidade de êxito, ou não, do socorro que possa vir a ser prestado. Tanto é que não só a omissão de socorro majora a pena no caso de homicídio culposo, como também se o agente "não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar a prisão em flagrante". Cumpre destacar, ainda, que o dever imposto ao autor do homicídio remanesce, a não ser que seja evidente a morte instantânea, perceptível por qualquer pessoa. Em outras palavras, havendo dúvida sobre a ocorrência do óbito imediato, compete ao autor da conduta imprimir os esforços necessários para minimizar as consequências do fato. Isso porque "ao agressor, não cabe, no momento do fato, presumir as condições físicas da vítima, medindo a gravidade das lesões que causou e as consequências de sua conduta. Tal responsabilidade é do especialista médico, autoridade científica e legalmente habilitada para, em tais circunstâncias, estabelecer o momento e a causa da morte" (REsp 277.403-MG, Quinta Turma, DJ 2/9/2002). Precedente citado do STF: HC 84.380-MG, Segunda Turma, DJ 3/6/2005. HC 269.038-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/12/2014, DJe 19/12/2014. 
BIBLIOGRAFIA
BUSATO, Paulo Cesar. Direito Penal: Parte Especial 1. São Paulo: Atlas, 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Vol. II. São Paulo: Saraiva, 2004
Código Penal Brasileiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
PRADO, Luiz Regis – Curso de direito penal brasileiro, volume 2: Parte Especial – arts. 121 a 249. 11ºEd. rev. atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, informativos e demais julgados relacionados ao tema, em: https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?aplicacao=informativo.ea

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