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DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Prof. Elcio Almeida elcio2005@oi.com.br DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Definição Metalografia é o ramo da engenharia que estuda as estruturas e as propriedades dos metais e suas ligas. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA O exame metalográfico procura relacionar a estrutura do material com as propriedades físicas e com o processo de fabricação, sendo que este exame pode ser: Macrográfico Micrográfico DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA MACROGRAFIA Objetivo Obter uma informação ampla da peça, facilitar a micrografia e determinar a região crítica para análise detalhada. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA A macrografia consiste no exame do aspecto de uma superfície plana seccionada de uma peça ou amostra metálica, devidamente polida e atacada por um reagente adequado. Por seu intermédio tem-se uma ideia de conjunto, referente à homogeneidade do material, à distribuição e natureza de falhas, impurezas; ao processo de fabricação. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA •A analise é feita a olho nu,com lupa ou com utilização de microscópios estéreos que favorecem a profundidade de foco e dão, portanto, visão tridimensional da área observada com aumentos que podem variar de 5x a 64X. Em geral as observações são feitas até 10X. MACROGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Algumas das heterogeneidades mais comuns nos metais: Vazio: causado pelo resfriamento lento; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Segregação: causadas pelas impurezas e outros metais; Dendritas: formação de grãos de vários tamanhos; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Trincas: devido às tensões excessivas no resfriamento; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA ZTA: Zona Termicamente Afetada DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Seleção da amostra Cuidados a observar: Saber o que realmente o cliente deseja e o fim a que se destina a peça Em qualquer hipótese é altamente prudente proceder a um exame detido da peça sob diversos pontos de vista, como o aspecto da fratura, a existência de marcas de pancadas, grinpamentos, vestígios de soldas, azulamento por aquecimento, porosidades, rebarbas, trincas, polimentos locais, enferrujamento, corrosões, desgastes, marcas punçonadas, entortamentos etc., antes de determinar cortes ou extração de amostras ou de corpos de prova. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Na apreciação dos sinais encontrados, é preciso muita atenção para não confundir aqueles que possivelmente já existiam na peça, antes do evento que deu motivo ao estudo, e que podem conduzir a alguma pista para as investigações, com os que possam ter sidos ocasionados pela aplicação de ferramentas para retirar a peça de onde estava instalada, ou então, ocasionados por quedas, ou durante o transporte. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Preparação da amostra I. Escolha da secção a ser estudada (direção de corte) II. Preparação da amostra / superfície (lixamento/polimento); III. Ataque com reagente químico adequado; IV. Interpretação dos resultados; V. Documentação. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Preparação da amostra I. Escolha da secção a ser estudada (Direção do corte) DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Defeitos e possíveis causas durante a operação de corte DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA II. Preparação da superfície (Embutimento/lixamento/polimento); Embutimento DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Lixamento DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Escolha da secção: I- Transversal (Macro) Naturezas do material; Homogeneidade da secção; Intensidade da segregação; Forma de disposição das bolhas; Existência de restos de vazios; Profundidade e uniformidade da carbonetação; Profundidade de descarbonetação; Profundidade de têmpera; Inclusões. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA II- Longitudinal (Macro) Processos de fabricação; Análise de cordão de solda; Caldeamento DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Preparação da superfície Cuidados: •Mudança da estrutura; •Aquecimento não superior a 100ºC; •Pressão excessiva (encruamento); •Lixamento; •Ataque químico. • Obs.: Em função de variações estruturais ou químicas o material será mais ou menos atacado. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Embutimento a quente: As resinas para embutimento a quente apresentam baixa viscosidade, contração, boa adesão à amostra e resistência a ação de agentes químicos, bem como propriedades mecânicas adequadas para aplicações específicas. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Embutimento a frio: São resinas auto-polimerizáveis, com propriedades químicas e mecânicas para atendimento das mais diversas necessidades de embutimento, metalográfico, mineralógico, cerâmico e petrográfico. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Lixamento Objetivo Eliminar as imperfeições da superfície da amostra (ex.: oxidação, rebarbas, arranhados profundos, etc.).Pode ser, de acordo com: - Operação (manual ou mecânico) - Meio (a seco ou úmido) DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Lixamento Para a preparação de uma superfície plana, isenta de deformações plásticas e mecânicas é necessário um correto lixamento, deve-se começar da lixa mais grossa para a mais fina, mudando a direção do lixamento em 90º. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Defeitos e possíveis causas durante a operação de lixamento DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA O ataque Objetivo: Revelar a microestrutura e os constituintes da amostra, possibilitando maior entendimento das suas propriedades. O ataque pode ser por: •Imersão •Aplicação •Impressão direta (Impressão de Baumann) Quanto ao tempo: •Longo ou profundo •Rápido ou superficial •Quanto à temperatura: •A frio •A quente DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interferências no comportamento do ataque: Variação da composição do material (concentração de impurezas); Variação de estrutura (deformação a frio); Variação de cristalização (granulometria grosseira, textura acicular, gradiente térmico). DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Principais reagentes para a macrografia: Iodo; Ácido Sulfúrico; Heyn (Cloreto Cupro-Amoniacal); Ácido clorídrico; Fry (Ácido clorídrico + Água + Cloreto Cúprico) DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Principais reagentes para a micrografia Nota: Estes reagentes são basicamente soluções diluídas de ácidos orgânicos ou inorgânicos, álcalis, ou outras soluções de natureza complexa. Como foi verificado anteriormente, a seleção final de uma solução, para fazer parecer um desenvolvimento da estrutura, depende da composição e condições estruturais do metal ou da liga. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Reativos DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Tempo de Ataque I. Fator importante para o ataque correto a um corpo de prova é a seleção do reagente que melhor se adapte à composição química e à condição física do metal;II. Controle conveniente do tempo de ataque para que se produza um grau de contraste apropriado entre os diferentes componentes da estrutura; III.Limpeza da superfície atacada. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Tempo de Ataque OBS: O tempo de ataque depende da estrutura em questão e da ampliação que se deseja na fotografia. Conforme o reagente escolhido, o tempo de ataque variará de poucos segundos até alguns minutos, ou dias. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Recomendações: Não atacar mais que o necessário para fazer aparecer o detalhe significativo; Um grau de contraste satisfatório para uma micrografia com pequeno aumento é geralmente excessivo para uma melhor definição da estruturas em ampliações muito maiores; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Recomendações: Desejando-se um alto contraste, é preferível obtê-lo por meios fotográficos a recorrer a um ataque profundo, pois este ocultará os detalhes mais finos da estrutura; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Recomendações: Se um corpo de prova for insuficientemente atacado (pouco contraste), é preferível poli-lo novamente no disco acabador e atacá-lo novamente com ácido superior, a um ataque já levado a efeito, outro posterior; NOTA: Não tocar com coisa alguma numa superfície já atacada e fotografá-la logo após o ataque. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS (Macro) Quando ataca mais a estrutura: Regiões encruadas; Regiões temperadas ou temperadas e revenidas; Granulação grosseira. Quando ataca mais a composição química: Regiões com maior teor de carbono; Regiões com maior teor de fósforo; Regiões com maior quantidade de inclusões não metálicas, principalmente enxofre e fósforo. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA IDENTIFICAÇÃO Técnica de polimento, repolimento e ataque, servem para definir o defeito: • Regiões ricas em carbono desaparecem com um leve repolimento; • Regiões ricas em impurezas, principalmente inclusões de S e P, sofrem um ataque profundo escurecendo mais, permanecendo assim mesmo após um leve polimento; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA IDENTIFICAÇÃO • Regiões com granulação grosseira aparecem como mosaicos de lado escuro (parte clara e parte escura); • Regiões com têmpera branda ou temperadas e revenidas, ficam mais brilhantes que o resto da amostra após um repolimento; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias A correta interpretação das texturas que ocorre nos materiais é matéria que requer larga experiência do operador. Dentre as inúmeras estruturas, citamos: Inclusões a) Fósforo Localiza-se na ferrita e somente pode ser observada ao microscópio quando o seu teor estiver acima de 1%. Forma estrias claras, pois expulsa o carbono dessas regiões. A presença de fósforo causa fragilidade aos aços e também melhora a usinabilidade; DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias Inclusões b) Enxofre Forma sulfeto de manganês a 1100 o C, apresentando- se sob a forma de polígonos, glóbulos ou formas arborescentes de coloração cinzenta. O sulfeto de ferro geralmente não aparece nos aços comuns; caso aconteça, terá coloração amarelada. A presença de enxofre nos aços facilita a usinabilidade. c) Manganês Semelhante ao enxofre DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias Inclusões d) Silício O silício não é detectado ao microscópio. e) Alumínio Usado como desoxidante nos aços. Forma com o oxigênio Al 2 O 3 (alumina) que se apresenta ao microscópio sob a forma de partículas negras esparsas ou agrupadas. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias f) Ferrita Solução sólida de carbono no ferro alfa- Origina-se na zona crítica- É a forma estável a temperatura ambiente. Apresenta-se ao microscópio em grãos claros com finos contornos pretos. Identificação Metalográfica Apresenta-se ao microscópio como grãos brancos com finos contornos pretos. Arranha e deforma-se facilmente. Arestas arredondadas. É fortemente atraída pelo ímã. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias g) Cementita Carboneto de ferro Fe 3 C Apresenta-se clara com contornos pretos, chega a riscar o vidro. Identificação metalográfica Apresenta-se como uma só massa e não mostra subdivisão em grãos. Não é riscada, se apresenta precipitada, forma um abaulamento. Possui cor amarelada. Brilho intenso. Forma bastonetes ou nódulos. Atacada com picrato de sódio em ebulição se torna escura diferenciando da ferrita. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias h) Perlita Corresponde a lamelas de ferrita (88%) e cementita (12%). As lamelas podem ser planas, curvas ou ondeadas. A perlita se apresenta escura ao microscópio. As lamelas são mais ou menos paralelas podendo ser planas, curvas ondeadas, etc.. O afastamento entre elas depende, entre outros fatores, da velocidade de resfriamento e do ângulo segundo o qual o grão de perlita é cortado. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias h) Perlita Identificação metalográfica Em aços com baixo carbono se localiza em geral nos contornos da ferrita, aumentando-se o %C. Este quadro vai se modificando até se tornar o constituinte principal. São envolvidos ou quase, por rede de ferrita ou cementita. Possui coloração marrom, verde ou preta, dependendo do ataque (reagente e tempo), aumento de observação e estrutura da perlita. As lamelas só podem ser vistas com ampliações de mais de 200 X. Forma grãos DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Interpretação das Micrografias i) Martensita Apresenta ao microscópio aspecto acicular e escuro. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Procedimentos de Exame ao Microscópio Observar os seguintes cuidados ao trabalhar com o microscópio: • iniciar a observação com a objetiva de menor ampliação; • o foco para o microscópio monoscópico é conseguido aproximando-se a objetiva o mais possível da amostra, tomando- se o máximo de cuidado para que não haja colisão entre esses elementos e em seguida, com um dos olhos na ocular, afastar lentamente o canhão. Quando o objeto estiver com em foco, utilizar o parafuso de ajuste fino; • ao mudar-se de objetiva, afastar o canhão do microscópio da amostra para evitar colisão das lentes das objetivas com a amostra. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Dureza dos Microconstituintes (HB) • Austenita : 300 • Ferrita : 80 • Perlita : 200-250 • Cementita : 700 • Martensita : 500-650 • Bainita : 400-500 • Martensita Revenida : 250-400 DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia •Ataque: picrato de sódio. 730 X. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia •Aço com cerca de 0,5% de carbono esfriado lentamente. Ataque: nítrico. 160 X. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia •Aço com cerca de 0,5% de carbono esfriado lentamente. Ataque: nítrico. 160 X. DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia • Aspecto com maior aumento da área delimitada na figura anterior. Ataque: nítrico. 800 X DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia•0,1% de C – ferrita + perlita DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia •0,4% de C – ferrita + perlita DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia • 0,8% de C - perlita DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Exemplos de Micrografia • 1,3% de C – perlita + cementita DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA BAINITA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA MARTENSITA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA DISCIPLINA - CCE0688 - METALOGRAFIA Obrigado pela atenção! Prof. Elcio Almeida elcio2005@oi.com.br
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