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Faculdade Estácio de Sá Goiás Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais Goiânia – Go 29 de Abril de 2019 A sensopercepção e suas alterações (incluindo a representação e a imaginação) Todas as informações do meio ambiente, necessárias à sobrevivência do individuo, chegam ate o organismo por meio da sensação que é fenômeno elementar gerado por estímulos físicos (luz, som, pressão ou químicos), é considerado um fenômeno passivo. As diferentes formas de estímulos sensoriais são visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos e sinestésicos. Percepção Por percepção, entende-se a tomada de consciência de conhecimento sensorial de objetos ou de fatos exteriores complexos pelo individuo, é considerado, portanto um fenômeno ativo. Sensopercepção Vários psicopatológos preferem não separar a sensação da percepção e denominam o fenômeno de sensopercepção, que se refere a processos complexos através dos quais tomamos conhecimento do mundo. Apercepção O termo apercepção foi introduzido pelo filosofo Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e significa a plena entrada de uma percepção na consciência e sua articulação com os demais elementos psíquicos. É um processo psíquico onde um novo conteúdo é articulado. Imagem perceptiva O elemento básico da senso percepção é a imagem perceptiva real ou simplismente imagem. A imagem sensoperceptiva se caracteriza pelas seguintes qualidades: nitidez, corporeidade, estabilidade, extrojeção, inifluenciabilidade voluntaria e completude. Subtipos de imagem representativa Existem alguns subtipos de imagem representativa. Dentre elas, pareídolia, imaginação e fantasia. Pareídolia É um fenômeno psicológico comum em todos os seres humanos, conhecido por fazer as pessoas reconhecerem imagens de rostos humanos ou animais em objetos, sombras, formações de luzes e em qualquer outro estímulo visual aleatório. Exemplo: Ao olhar uma nuvem, ver nela um gato ou um elefante. Imaginação A imaginação é uma atividade psíquica, geralmente voluntária, que consiste na evocação de imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou na criação de novas imagens (imagem criada). A imaginação, ou processo de produção de imagens, geralmente ocorre na ausência de estímulos sensoriais. Fantasia A fantasia é uma forma de imaginação, uma produção imaginativa, produto minimamente organizado do processo imaginativo. Ajuda os indivíduos a lidar com a frustações. A produção da fantasia é muito intensa e frequente em crianças. Se origina dos desejos, temores e conflitos tanto conscientes como inconscientes. Alterações Quantitativas da sensopercepção Nas alterações quantitativas da sensopercepção, as imagens perceptivas tem a intensidade anormal, para mais ou para menos. Configuram hiperestesias, hiperpatias, hipoestesias, anestesias e analgesias. Hiperestesia Se configura pelo excesso de sensibilidade de um sentido ou órgão a qualquer. Ex um som que é ouvido de uma forma muito amplificada. A Hiperpatia é a sensibilidade excessiva a dor, podendo permanecer mesmo após a interrupção dos estímulos dolorosos. Ex: quando uma sensação desagradável é produzida por um leve estimulo da pele. Hipoestesia O mundo circundadnte é percebido como mais escuro, as cores se tornam mais pálidas e sem brilho. Ex: Na depressão grave o mundo é percebido como mais escuro e as cores se tornam mais pálidas. Parestesias São sensações anormais, descritas como formigamentos, choques, adormecimentos, picadas, agulhadas, queimações. Estes sintomas podem aparecer em diversas doenças e podem variar desde formigamentos em um dedo até a perda completa da sensibilidade. Muitas vezes o sintoma começa de forma leve e aumenta com o tempo. Ex: Quando um sujeito cruza as pernas por um longo tempo e passa a sentir formigamentos. Agnosia É um distúrbio do reconhecimento dos estímulos visuais, auditivos ou táteis, na ausência de déficits sensoriais. As anestesias consistem na abolição da sensibilidade (perda das sensações dolorosas). Ocorrem nas mesmas condições que na hipoestesia e ainda nos quadros conversivos, na intoxicação alcoólica e no coma. Macropsia os objetos parecem aumentados de tamanho. Micropsia os objetos parecem menores do que realmente são. Alterações qualitativas da sensopercepção As alterações qualitativas da sensopercepção, são as mais importantes em psicopatologia. Compreendem as ilusões, as alucinações, a alucinose e a pseudo-alucinação. Ilusão O fenômeno descrito como ilusão se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Na ilusão, há sempre um objeto externo real, gerador do processo de sensopercepção, mas tal percepção é deformada, adulterada, por fatores patológicos diversos. Ilusão é a percepção deformada de um objeto real e presente. As ilusões ocorrem basicamente em três condições Estados de rebaixamento do nível de consciência. Por turvação da consciência, a percepção tornase imprecisa, fazendo com que os estímulos sejam percebidos de forma deformada. Estados de fadiga grave ou de inatenção marcante. Podem ocorrer ilusões transitórias e sem muita importância clínica. Alucinação Define-se alucinação como a percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo. Alucinose A alucinação denominada alucinose é o fenômeno pelo qual o paciente percebe tal alucinação como estranha à sua pessoa. Assim, os psicopatólogos franceses HenriCharles-Jules Claude (1869-1945) e Henri Ey (1900-1977) afirmavam que o característico das alucinoses é serem adequada e imediatamente criticadas pelo sujeito, reconhecendo seu caráter patológico (Cheniaux, 2005). Na alucinose, embora o doente veja a imagem ou ouça a voz ou o ruído, falta a crença que comumente o alucinado tem em 130 Paulo Dalgalarrondo sua alucinação. O indivíduo permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho, patológico, não tem nada a ver com a sua pessoa, estabelecendo distanciamento entre si e o sintoma. Diz-se que a alucinose é um fenômeno periférico ao Eu, enquanto a alucinação é central ao Eu. Pseudo-alucinação A pseudo-alucinação é um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela se afasta por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real. Apresenta mais as características de uma imagem representativa. Assim, na pseudo-alucinação, a voz (ou imagem visual) percebida é pouco nítida, de contornos imprecisos, sem vida e corporeidade. A vivência é projetada no espaço interno, são “vozes que vêm de dentro da cabeça, do interior do corpo”. “O paciente relata que “parece uma voz (ou imagem)”...” ou que “. é como se fosse uma voz (ou imagem), mas não é bem uma voz”. Auditiva Simples A principal forma de algo que poderíamos chamar de alucinações auditiva simples (audição de ruídos primários) é tinnitu = zumbido, ele corresponde a sensação subjetiva de ouvir ruídos (em um ou nos dois ouvidos) mais frequentemente zumbido, mais também e eventualmente, burburinho, cliques e estalidos. Podem se contínuos e intermitentes, ou pulsáteis (nesse caso, o ruído pode ocorrer em sincronia com batimentos cardíacos (Kreuzer et al,. 2013). Audioverbal A forma de alucinação auditiva complexa mais frequente e signifivativa em psicopatologia é a alucinação audiovisual, na qual a paciente escuta vozes sem qualquer estimulo real. São vozes que geralmente o ameaçam ou insultam. Muito frequentemente, a alucinação audioverbal é de conteúdo depreciativo ou de perseguição. Deve se chamar atenção para o fato de que sobretudo na esquizofrenia, as alucinações audioverbais com frequência impõem determinada convicção nos pacientes, deixando-os intrigados e assustados, a procurar a fonte daquela “ Voz invisível” (revisão em Leede Smith; Barkus, 2013) Sonorização do Pensamento Muito próximo do eco do pensamento, é experimentada como a vivencia sensorial de ouviro pensamento, no momento mesmo que ele está sendo pensado (sonorização), ou de forma repetida, logo após ter sido pensado (como eco do pensamento). Existem dois tipos básicos de sonorização ou eco do pensamento. Eco do pensamento Publicação do Pensamento Na publicação do pensamento o paciente tem a nítida sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa no exato momento em que está pensando. Musicais Fenômeno intrigante a alucinação musical é descrita como a audição de tons musicais, ritmos e harmonias sem correspondente estimulo auditivo externo. Visual Simples As alucinações visuais são visões, muitas vezes nítidas, que o paciente experimenta, sem a presença de estímulos visuais. Podem ser simples ou complexas. As alucinações visuais simples também são denominadas fotopsias. Nelas, o indivíduo vê cores, bolas e pontos brilhantes. Complexas As alucinações visuais complexas, ou configuradas, incluem, por exemplo figuras e imagens de pessoas (vivas ou mortas, familiares ou desconhecidas), de partes do corpo (órgãos genitais, caveiras, olhos assustadores, cabeças disformes, etc.), de entidades (o demônio, uma santa, um fantasma) de objetos inanimados animais, ou crianças. Cenográficas As alucinações visuais complexas podem, eventualmente, incluir visões de cenas completas (p. ex., o quarto pegando fogo). Liliputianas Na qual o indivíduo ver cenas com personagens diminutos, minúsculos, etre os objetos e pessoas reais de sua casa. O paciente sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos animais correndo sobre sua pele. Tateis Olfativas São relativamente raras. Em geral, manifestam-se como o odor de coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano queimado, etc. (...) Lembranças ou sensação olfativas normalmente vem acompanhada de forte impacto emocional. Ocorrem principalmente na esquizofrenia e em epsilepsia do lobo temporal, geralmente precendo as crises epileticas generalizadas (auras com alucinações olfativas). Gustativas Nas alucinações gustativas os pacientes sentem na boca, o sabor de ácido de sangue, de urina, etc.
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