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Sensopercepção e suas alterações

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2022/1 
 Isabella Rocha Baihense 
 @isabellabaihense.psi 
 
Psicopatologia I 
Resumo 2 bim 
 
Livro Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais – 3 Edição 
Cap. 16 – Sensopercepção e suas alterações 
Todas as informações do ambiente, necessárias à sobrevivência do indivíduo, chegam até o 
organismo por meio das sensações. Os diferentes estímulos físicos (luz, som, calor, pressão, 
etc.) ou químicos (substâncias com sabor ou odor, estímulos sobre as mucosas e a pele) agem 
sobre os órgãos dos sentidos, estimulando os diversos receptores e, assim, produzindo as 
sensações. O ambiente fornece constantemente informações sensoriais ao organismo, que, 
por intermédio delas, se autorregula e organiza suas ações voltadas à sobrevivência ou à 
interação com o mundo, com as outras pessoas (Goldstein, 2010). 
-> as diferentes formas de sensação são geradas por estímulos sensoriais específicos, como 
visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos e cinestésicos. 
 
Percepção: Tomada de consciência do estímulo sensorial. Em outras palavras, tomada 
de conhecimento sensorial de objetos ou de fatos exteriores mais ou menos complexos. 
*Arbitrariamente, então, se atribui à sensação a dimensão neuronal, ainda não plenamente 
consciente, no processo de sensopercepção, pois a percepção diz respeito à dimensão 
propriamente neuropsicológica e psicológica do processo, à transformação de estímulos 
puramente sensoriais em fenômenos perceptivos conscientes. 
- Sensação -> fenômeno passivo: estímulos físicos ou químicos atuam sobre sistemas 
de recepção do organismo. 
- Percepção -> fenômeno ativo: o SN e a mente constroem um percepto por meio da 
síntese dos estímulos sensoriais, a partir de experiências passadas que foram 
registradas na memória e com o contexto em que o indivíduo vive e que atribui 
significado a tais experiências, portanto a percepção final é apreendido pelo sujeito 
consciente. 
- Apercepção -> plena entrada de uma percepção na consciência e sua articulação com os 
demais elementos psíquicos. Aperceber é perceber algo integralmente, com clareza e 
plenitude, por meio de reconhecimento ou identificação do material percebido com o 
preexistente. 
A percepção não resulta passivamente do conjunto de estímulos e sensações, mas é produto 
ativo de experiências aprendidas, que partem de estímulos sensoriais e são recriadas na mente 
de quem recebe algo. 
 Em psicopatologia não se separa sensação de percepção. 
 
2022/1 
 Isabella Rocha Baihense 
 @isabellabaihense.psi 
 
DELIMITAÇÃO DOS CONCEITOS DE IMAGEM, REPRESENTAÇÃO E IMAGINAÇÃO 
1. O elemento básico do processo de sensopercepção é a imagem perceptiva real, ou 
simplesmente “imagem”. A imagem sensoperceptiva se caracteriza pelas seguintes 
qualidades: 
- Nitidez: a imagem é nítida, seus contornos são precisos. 
- Corporeidade: a imagem é viva, corpórea, tem luz, brilho e cores vivas. 
- Estabilidade: a imagem percebida é estável; enquanto estiver presente o objeto estimulador, 
a imagem não muda de um momento para outro. 
- Extrojeção: a imagem, provinda do espaço exterior, também é percebida nesse espaço. 
- Ininfluenciabilidade voluntária: o indivíduo não consegue alterar voluntariamente a imagem 
percebida. 
- Completude: a imagem apresenta desenho completo e determinado, com todos os detalhes 
diante do observador. 
 
2. Representação é a reapresentação de uma imagem na consciência, sem a presença real, 
externa, do objeto que, em um primeiro momento, gerou uma imagem sensorial. A 
representação (imagem representativa ou mnêmica) se caracteriza por: 
- pouca nitidez (os contornos, geralmente, são borrados). 
- pouca corporeidade (a representação não tem a vida de uma imagem real). 
- instabilidade (a representação aparece e desaparece facilmente do campo de consciência). 
- introjeção (a representação é percebida no espaço interno). 
- incompletude (a representação demonstra um desenho indeterminado, apresentando-se 
geralmente incompleta e apenas com alguns detalhes). 
 
Subtipos de imagem representativa: 
- Imagem eidética (eidetismo): É a evocação de uma imagem guardada na memória, ou seja, 
de uma representação, de forma muito precisa, com características semelhantes à percepção. 
A imagem eidética é experimentada por alguns indivíduos que, por uma capacidade 
excepcional, conseguem ver em sua mente uma representação de um objeto com tamanha 
nitidez e clareza (uma cadeira, a face de uma pessoa, etc.) que parecem ser percepções, e não 
representações. A evocação de uma imagem eidética é voluntária e não significa 
necessariamente sintoma de transtorno mental. 
- Pareidolias: São, na verdade, um misto de percepção e representação. São imagens 
visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente. Ao olhar uma 
nuvem e poder ver nela um gato ou um elefante, a criança está experimentando o que se 
denomina pareidolia. 
3. Imaginação e fantasia 
A imaginação é uma atividade psíquica voluntária, que consiste na evocação de imagens 
percebinas no passado (imagem mnêmica), ou mesmo na criação de novas imagens, que 
geralmente ocorre na ausência de estímulos sensoriais. 
2022/1 
 Isabella Rocha Baihense 
 @isabellabaihense.psi 
 
A fantasia é uma forma de imaginação que ocorre a partir de uma produção negativa e pode 
ser consciente ou inconsciente, a partir do ponto de vista psicanalítico. Se origina de desejos, 
temores e conflitos, tanto conscientes, quanto inconscientes e é muito frequente e intensa em 
crianças pois tem uma importante função psicológica que é ajudar o indivíduo a lidar com 
frustrações, com o desconhecido e com seus próprios conflitos. 
 
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO 
 Alterações quantitativas: nessas alterações, as imagens perceptivas têm intensidade 
anormal, para mais ou para menos, configurando hiperestesias, hiperpatias, hipoestesias, 
anestesias e analgesias. 
-> Hiperesterias: Ocorre em intoxicações por alucinógenos (LDS, ayahuasca), em 
algumas formas de epilepsia, enxaqueca, hipertireoidismo, esquizofrenia aguda e 
certos quadros maníacos. 
É a condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua 
intensidade ou duração. Os sons são ouvidos de forma muito amplificada; um ruído parece um 
estrondo; as imagens visuais e as cores tornam-se mais vivas e intensas. 
-> Hiperpatia: Costuma ocorrer nas síndromes talâmicas e caracteriza-se pela 
produção de um leve estímulo na pele que causa uma sensação desagradável 
(geralmente queimação dolorosa). 
-> Hipoestesia: É observada em alguns pacientes com depressão grave, nos quais o 
mundo circundante é percebido como mais escuro; as cores tornam-se mais pálidas e sem 
brilho; os alimentos não têm mais sabor; e os odores perdem sua intensidade. 
-> Anestesias táteis: implicam a perda da sensação tátil em determinada área da pele. 
-> Analgesia: perda das sensações dolorosas de áreas da pele e/ou partes do corpo. 
* Anestesias, hipoestesias e analgesias em áreas que não correspondem a territórioes 
de nervos anatomicamente definidos em geral são de causa psicogenética, com fatores 
emocionais em sua base. Tais alterações ocorrem mais em pacientes com transtornos 
histéricos (conversão histérica), em sujeitos com alto grau de sugestionabilidade e em 
alguns quadros depressivos e psicóticos graves. 
-> Parestesias: sensações táteis desagradáveis, descritas como “formigamentos”, 
“adormecimentos”, “picadas”, “agulhadas”, “queimação”, mais ou menos intensas. 
Uma forma fisiológica não patológica é a parestesia de Berger (famosa dormência), 
quando cruzamos as pernas por um tempo e passamos a sentir um formigamento, 
adormecimento e fraqueza em parte do membro, por compressão transitória do nervo 
correspondente. 
-> Distesias táteis: Sensações contrárias ao que se deve sentir ao ser exposto por 
determinado estímulo, e em geral, são dolorosas. Ex: ao ser estimulado à um ambiente 
2022/1Isabella Rocha Baihense 
 @isabellabaihense.psi 
 
quente, o paciente relata sensação de frio, e, após um leve roçar sobre a pele, refere 
dor (aqui, a disestesia assemelha-se à hiperpatia). 
* As parestesias diferem das disestesias pelo fato de aquelas ocorrerem de forma espontânea, 
e estas serem desencadeadas por estímulos externos. 
 
 Alterações qualitativas: São as mais importantes em psicopatologia pois compreendem 
as ilusões, as alucinações, a alucinose e a pseudoalucinação. 
-> Ilusão: percepção deformada ou alterada de um objeto real e presente (ilusões visuais – 
mais comuns - e/ou auditivas) 
Ocorre em: rebaixamento do nível de consciência (delirium), fadiga grave e estados afetivos 
-> Alucinação: percepção clara e definida de um objeto sem a presença de estímulo sensorial 
real. 
* Embora mais comum nos T.M. Graves, pode ocorrer em pessoas que não os apresentam. 
TIPOS DE ALUCINAÇÃO 
 Alucinações Auditivas: Existem simples (tinnitus, zumbidos) e complexas (vozes de 
comando, sonorização, eco e publicação do pensamento). 
Ocorrem na Esquizofrenia, no T. de Humor, no Alcoolismo, alguns T. de Personalidade e 
T. Dissociativo. 
 
 Alucinações Visuais: Existem simples e complexas. São mais comuns em quadros 
neurológicos e neuropsicológicos (Parkinson, DCL, narcolepsia). 
 
 Alucinações Táteis: frequentes na esquizofrenia, quadros histéricos, delirium tremens, 
psicoses tóxicas. 
 
 Alucinações Olfativas e Gustativas: os pacientes sentem cheiro de coisas podres, 
cadáveres, fezes, gasolina, etc; e, na boca, o sabor de ácido, de sangue, de urina, etc, sem 
qualquer estímulo olfativo ou gustativo presente. Frequentes nos quadros histéricos, 
esquizofrênicos e psico-orgânicos. 
 
 Alucinações Cenestésicas e Cinestésicas: sensações incomuns e claramente anormais em 
diferentes partes ou órgãos do corpo, como sentir o cérebro encolhendo, o fígado 
despedaçando, ou as mãos se esfarelando. Ocorrem na esquizofrenia e na depressão 
grave. 
 
 Alucinações Combinadas: Trata-se de uma condição neuropsiquiátrica em que há 
desorientação e alterações sensoperceptivas da visão e da percepção do movimento 
(cinestesia). Ocorre em síndromes com alteração do nível da consciência, na 
esquizofrenia e histeria grave – Síndrome de Alice no País das Maravilhas -> Os pacientes 
relatam experimentar alteração da percepção do tamanho dos objetos e de partes de 
2022/1 
 Isabella Rocha Baihense 
 @isabellabaihense.psi 
 
seu corpo ou do organismo todo, que parecem muito grandes ou muito pequenas (a 
chamada metamorfopsia). 
 
 Alucinose: o paciente percebe a alucinação como estranha à sua pessoa. Frequente em 
quadro psico-orgânicos e intoxicação por substâncias alucinógenas (LDS, ayahuasca, 
psilocibina, mescalina, anticolinérgicos). 
 
 Pseudo-alucinação: não apresenta os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem 
perceptiva real. Pode se manifestar nas psicoses, em estados afetivos intensos, na fadiga, 
no rebaixamento do nível de consciência e em intoxicações.

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