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1 
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES 
Criminologia 
Paulo Sumariva 
Aula 02 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
TEORIA MACROSSOCIOLÓGICAS DA CRIMINALIDADE 
 
A criminologia pode ser dividida sob duas óticas, a criminologia tradicional e a criminologia crítica. Na criminologia 
tradicional encontramos as teorias do consenso já na criminologia crítica encontramos as teorias do conflito. 
 
Teorias do consenso, de cunho funcionalista, denominadas teorias de integração, defendendo a ideia de que os 
objetivos da sociedade são atingidos quando há o funcionamento perfeito de suas instituições, com as pessoas 
convivendo e compartilhando as metas sociais comuns, concordando com as regras da sociedade de convívio. Ex: Escola 
de Chicago 
 
Teorias do conflito, de cunho argumentativo, defendendo a ideia de que a harmonia social decorre da força e da 
coerção, onde há uma relação entre dominantes e dominados, não existindo voluntariedade entre os personagens para 
a pacificação social, a qual decorrerá de imposição ou coerção. Ex: Rotulação. 
 
CRIMINOLOGIA TRADICIONAL 
 
A Escola de Chicago é o berço da moderna sociologia americana, que teve seu início nas décadas de 20 e 30, à luz do 
Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, quando esta apresentou a “sociologia das grandes cidades”, 
em razão da constatação do aumento da criminalidade na cidade de Chicago. 
 
Tudo começa com a evolução da escola de Chicago, com ela nasce a antropologia urbana. A antropologia urbana tem o 
meio urbano como o foco da análise principal de seu estudo, estuda a influência do meio ambiente na conduta 
criminosa. Ela apresenta um paralelo entre o crescimento populacional das cidade e o consequente aumento da 
criminalidade. Quando se falar em escola de Chicago precisamos lembrar que “a cidade produz a delinquência”. Dentro 
de uma região urbana encontramos área bem definidas onde a criminalidade se concentra, ao passo que encontramos 
outras regiões em que a criminalidade é bem baixa. 
 
Partindo da escola de Chicago surgem algumas teorias: 
 
01) A teoria ecológica ou da desorganização social é oriunda da Escola de Chicago e foi criada em 1915 sob o legado de 
que o progresso leva a criminalidade aos grandes centros urbanos. A teoria ecológica, a ordem social, a estabilidade e a 
 
 
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integração contribuem para o controle social e a conformidade com as leis, enquanto a desordem e a má integração 
conduzem ao crime e à delinquência. 
 
Quanto menor a coesão e o sentimento de solidariedade entre o grupo, a comunidade ou a sociedade, maiores serão os 
índices de criminalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O crescimento populacional acarreta na redução ou ausência do controle social informal desempenhado pelas 
instituições sociais como a igreja, escola, etc. 
 
 
02) Teoria Espacial 
 
A teoria espacial foi criada na década de 1940 e trata da reestruturação arquitetônica e urbanística das grandes cidades 
como medida preventiva da criminalidade. 
 
Estuda a influência que tem a arquitetura e o urbanismo na criminalidade. Ex: Ruas iluminadas, praças frequentadas, 
hospitais próximo a grandes centro populacionais, etc. A ideia é que tenhamos modelos adequados de construção que 
sirvam como prevenção situacional do crime. 
 
Para a teoria espacial o que seria um espaço defensável? O espaço defensável seria aquele que permite uma maior 
vigilância pelas pessoas criando barreias que podem ser reais ou simbólicas para desestimular a ação criminosa em 
razão de aumentar os riscos aos criminosos. 
 
Na mesma ideia da escola de Chicago existem duas teorias que surgiram após a escola de Chicago mas que tem relação 
com a mesma. 
 
03) Teoria das janelas quebradas 
 
A teoria das janelas quebradas está intimamente atrelada a Escola de Chicago. Tem origem nos Estados Unidos, onde 
dois criminologistas da Universidade de Harvard, James Wilson e George Kelling, apresentaram esta teoria, em março 
de 1982, após publicaram na revista Atlantic Monthly um estudo em que, pela primeira vez, estabelecia-se uma relação 
de causalidade entre desordem e criminalidade, cujo título era The Police and Neiborghood Safety (A Polícia e a 
Segurança da Comunidade). 
 
Esse estudo tem por base o estudo feito pelo psicólogo Philip Zimbardo, e tratam da omissão. A partir do momento em 
que o estado é omisso a criminalidade toma o seu lugar. O estudo de Philip, foi feito da seguinte forma: Deixaram um 
carro estacionado no bairro de Palo Alto na Califórnia durante uma semana e durante essa semana ninguém mexeu no 
carro. Na segunda semana ele quebrou uma das janelas do veículo e em questão de algumas horas o carro foi 
completamente depenado e levado embora. A ideia é que se uma janela de um prédio for quebrada devemos consertá-
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Desordem 
e má 
integração 
social 
Ordem e 
integração 
social 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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la caso contrário logo as demais também serão quebradas. Trazendo para o campo da criminalidade a teoria defende 
que a repressão dos menores delitos para inibir os mais graves é a correta política de segurança pública. O Objetivo é 
promover a redução dos índices de criminalidade e evitar que um único local se torne uma zona de concentração da 
criminalidade. 
 
Junto com essa teoria surge a política de tolerância zero. 
 
04) Teoria da Tolerância Zero 
 
A política de tolerância zero é uma estratégia indireta de combate ao crime, baseada na teoria das janelas quebradas. É 
uma estratégia de manutenção da ordem pública, da segurança dos espaços de convivência social e da adequada 
prevenção de fatores criminógenos. 
 
Essa teoria exige que surja uma afinidade entre a comunidade e a polícia em prol da segurança pública. 
 
05) Teoria dos testículos despedaçados 
 
A Teoria dos Testículos Despedaçados ou Testículos Quebrados possui relação direta com a Teoria das Janelas 
Quebradas, ou seja, pauta-se na ideia de combate às pequenas infrações. Tem origem nos Estados Unidos. 
 
Essa teoria se funda na experiência policial e defende que os delinquentes de crimes de pouca gravidade ou de menor 
potencial ofensivo, quando perseguidos com eficácia pela polícia, via de regra são derrotados e fogem para outras 
localidades mais distantes, na tentativa de continuar violando a lei penal sem a reprimenda dos agentes do Estado. 
 
06) Teoria da Associação Diferencial 
 
A teoria da associação diferencial, também conhecida por teoria da aprendizagem social ou social learning, surgiu no 
final de 1924 e foi difundida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland, com base no pensamento do jurista e 
sociólogo francês Gabriel Tarde. 
 
É o processo de aprender alguns tipos de comportamento desviante, que requer conhecimento especializado e 
habilidade, bem como a inclinação de tirar proveito de oportunidade para usá-lo de maneira desviante. 
 
Essa teoria deve ser lembrada quando falarmos em crimes do colarinho branco, ou criminosos de ocasião. O criminoso 
deve apreender a ser criminoso. 
 
Quando se fala em teoria da associação diferencial a premissa principal é a de que o crime não pode ser definido como 
um disfunção de pessoas de classes menos favorecidas, não podemos fazer essa correlação. O crime não é exclusividade 
dessa classe, a delinquente é resultado de uma socialização inadequada. Essa teoria para o estudo do direito penal 
permite compreendermos o porquê da existência do direito penal econômico. Quebra a ideia que se tem de que o 
criminoso é sempre o mais pobre ou o menos favorecido. 
 
07) Teoria da Subcultura Delinquente 
 
Foi desenvolvida por Albert K. Cohen, que teve como marco o lançamento de seu livro Deliquent boys, em 1955, onde 
explicou que todo agrupamentohumano possui subculturas, oriundas de seu gueto, filosofia de vida, onde cada um se 
comporta de acordo com as regras do grupo, as quais não correspondem com a regra da cultura geral. 
 
Essa teoria entende que dentro da sociedade criam-se grupos que possuem regras próprias que se fazem respeitar pela 
imposição da violência, que chamaram de subcultura da violência. Enquanto a sociedade mantem a ordem através da 
imposição da lei, nessas subculturas aqueles que fogem dos padrões estabelecidos são punidos pelo uso da violência. 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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08) Teoria da Anomia 
 
Apresenta explicações de cunho sociológico acerca da criminalidade. O comportamento desviado pode ser considerado 
como um sintoma de dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançar tais 
aspirações. 
 
Teoria muito importante, foi desenvolvida por Robert King Merton 1938, e revela que a motivação para a delinquência 
decorre da impossibilidade do indivíduo atingir as suas metas desejadas, o fracasso diante do que desejava para si, e 
isso lhe fazia partir para o descumprimento das leis, ela explica o surgimento dos alcoólatras, dos drogados, moradores 
de rua, etc. 
 
CRIMINOLOGIA CRÍTICA 
 
Critica a maneira de agir do Estado. 
 
01) Teoria do Etiquetamento – Rotulação – Labeling Approach – Interacionismo Simbólico – Reação Social 
 
Esta teoria surgiu no ano de 1960, nos Estados Unidos. Tem raízes na obra de Emile Durkhein, que se referiu aos 
processos de construção da delinquência e a normalidade dela. Os principais precursores da teoria da rotulação foram 
Erving Goffman, Edwim Lemert e Howard Becker, considerados como autores da Nova Escola de Chicago. Estes autores 
adotam a metodologia da observação direta e o trabalho de campo. 
 
Para os defensores desta teoria, um fato só é considerado criminoso a partir do momento em que adquire esse status 
por meio de uma norma criada de forma a selecionar certos comportamentos como desviantes no interesse de um 
sistema social. 
 
A ideia é que a sociedade é que acaba rotulando a pessoa como criminosa, e essa pessoa não consegue sair desse 
cenário por culpa do próprio estado polícia. 
 
A criminalização primária, que corresponde à primeira ação delitiva de um sujeito, produz a etiqueta ou rótulo que por 
sua vez gera a criminalização secundária, que se refere à repetição dos atos delituosos, isto é, a reincidência. A etiqueta 
ou rótulo (por meio do atestado de antecedentes e a divulgação nos meios de comunicação) acaba por afetar o 
indivíduo, gerando a expectativa social de que a conduta venha a ser praticada, perpetuando o comportamento 
delinquente e aproximando os indivíduos rotulados uns dos outros. 
 
02) Teoria da Criminologia Marxista 
 
Esta teoria surgiu na década de 70, nos Estados Unidos e na Inglaterra, posteriormente irradiando para os países 
europeus, notadamente, na Alemanha, Itália, Holanda e França. Tem sua origem mediata no livro “Punição e estrutura 
social” de Georg Rusche e Otto Kirchheimer. Baseia-se na análise marxista da ordem social. 
 
Essa teoria considera o problema criminal insolúvel em uma sociedade capitalistas, sendo necessária a transformação 
da própria sociedade para extinguir a criminalidade. Essa teoria pregava o combate ao capitalismo. 
 
03) Teoria da criminologia abolicionista 
 
A criminologia abolicionista apresentava a proposta de acabar com as prisões e abolir o próprio direito penal. 
 
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Os abolicionistas afirmam que o sistema penal não cumpre a sua função, isto é, não protege a vida, a propriedade, a 
liberdade social, dentre outros direitos fundamentais. Pelo contrário, só tem servido para legitimar e reproduzir as 
desigualdades e injustiças sociais. 
 
Essa teoria fala em conciliação, transforma o juiz penal em juiz cível e a propostas é acabar com prisões e com o direito 
penal, substituindo a aplicação de leis penais por conciliações com base no diálogo e da solidariedade. 
 
04) Teoria da criminologia minimalista 
 
Transformação radical da sociedade como a melhor estratégia de combate ao crime. Uma política criminal voltada a 
radicais transformações sociais e institucionais para o desenvolvimento da igualdade e democracia. 
 
Tenta limitar a atuação do direito penal somente a situações extremamente necessárias. 
 
05) Teoria criminologia Neo-realista 
 
Admite que as frágeis condições econômicas dos pobres na sociedade capitalista fazem com que a pobreza tenha seus 
reflexos na criminalidade, reconhecendo, contudo, que essa não é a única causa da atitude criminosa, também gerada 
por fatores como: expectativa superdimensionada, individualismo exagerado, competitividade, agressividade, ganância, 
anomalias sexuais, machismo. 
 
Entende que o crime está relacionado com a pobreza, mas que porém não é o único fator. Essa teoria defende que só 
um política social ampla pode promover um justo e eficaz controle das zonas de delinquência, sendo necessário vontade 
de políticas sociais. 
 
CRIMINOLOGIA CULTURAL 
 
A criminologia cultural surgiu em meados da década de 90, como legatária da criminologia crítica, notadamente das 
teorias do labelling approach e das teorias da subcultura. 
 
Busca suas referências nas noções de transgressão, subcultura e desvio, analisa à experiência criminal através de 
imagens, significados e interferências culturais e sociais. 
 
Essa teoria pretende romper os panoramas da criminologia pois quer relacionar as imagens dos comportamentos ilícitos 
com o que isso representa simbolicamente à aplicação de leis. 
 
Exemplo: Um muro pichado – já associamos aos crime; Tatuados – associávamos ao crime. 
 
Oxley da Rocha – Um forte interesse pelo primeiro plano ou pelo momento experimental do crime é que leva ao estudo 
da criminologia cultura, essa criminologia cultural se preocupa com o sentido localizado da atividade criminosa. 
Precisamos entender que hoje existe um amadurecimento do mundo moderno e que certos comportamentos evoluíram 
com o passar do tempo e mudaram. 
 
TEORIA DA IDENTIFICAÇÃO DIFERENCIAL 
 
A teoria da identificação diferencial foi desenvolvida por Daniel Glaser. Defende que a aprendizagem da conduta delitiva 
não ocorre por via da comunicação ou interação pessoal, mas pela identificação. Um indivíduo inicia ou segue uma 
carreira criminal na medida em que se identifica com outros indivíduos reais ou fictícios, a partir da perspectiva de que 
sua própria conduta delitiva parece aceitável. 
 
O crime passaria de um indivíduo para outro através da identificação com a conduta criminosa. 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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Exemplo: Indivíduos que cometem determinado crime por ter assistido em programa televisivo a conduta e ter se 
identificado com ela. 
 
TEORIA DOS INSTITNTOS 
 
Defende que os instintos criminosos são reprimidos mas não são destruídos, permanecendo sedimentados no 
inconsciente. O comportamento criminoso ocorre quando o sujeito acaba superando o seu sentimento de culpa 
praticando a conduta criminosa novamente. 
 
Mediante o comportamento criminoso o sujeito supera o sentimento de culpa e realiza a sua tendência a confissão, 
conhecemos essa teoria como teoria freudiana do delito. 
 
CRIMINOLOGIA AMBIENTAL 
 
Estuda o crime, a criminalidade e a vitimização, levando em consideração a relação com o lugar, o espaço e a respectiva 
interação destes fatores. 
 
As teorias da criminologia ambiental não incidem sobre as razões sob as quais os criminosos são criados, mas estuda o 
ato de praticar crimes. A preocupação é com a forma como o crime é praticado. 
 
01) Teoria das Atividades Rotineiras 
 
Elementos dessa teoria: 
 
✓ Provável agressor – infrator motivado por uma patologia individual buscando umlucro fácil, que veio de uma 
desorganização social. 
✓ Alvo adequado – o alvo adequado pode ser uma pessoa, um local ou ainda um produto. Ex: a pessoa que 
caminha a noite numa rua escura. 
✓ Ausência de um guardião - ausência e um guardião capaz de impedir o crime. Pode ser uma pessoa ou um 
equipamento que irá desencorajar a prática do crime. Ex: guarda noturno, câmeras. 
 
Para que possa haver um crime deverá haver a convergência de tempo e de espaço em pelo menos esses três 
elementos. 
 
02) Teoria da Escolha Racional – está ligada ao processo de escolha do criminoso. Para o criminoso o que menos 
importa é a sanção legal, ele prioriza a recompensa imediata oferecida pelo crime. O criminoso prioriza a recompensa 
imediata oferecida pelo crime ou o risco de alguém impedir a sua ação criminal. 
 
03) Teoria do Padrão Criminal - Teoria que vem ao encontro dos problemas policiais. Analisa o tipo de infração, o 
procedimento adotado pelo criminoso, a localização, as pessoas, o tempo e o evento. 
 
Ex: Festa do Peão numa determinada cidade, esse evento chega a elevar o número de pessoas numa mesma localidade 
que fogem ao controle do policiamento, é muito provável que crimes aconteceram como consequência do evento. 
 
04) Teoria da Oportunidade – Ressalta que o comportamento individual é o resultado da interação entre o indivíduo e o 
ambiente, as oportunidades para o crime levam o indivíduo a praticar o delito. A ideia que a oportunidade faz o ladrão. 
 
VITIMOLOGIA 
 MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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A vitimologia se originou do sofrimento dos judeus na Segunda Guerra Mundial. Teve origem nos estudos de Benjamin 
Mendelsohn, considerado pai da vitimologia, que, como marco histórico, proferiu uma famosa conferência – Um 
horizonte novo na ciência biopsicossocial: a vitimologia, na Universidade de Bucareste, em 1947, e também com os 
estudos de Hans Von Hentig, em 1948, nos Estados Unidos, com a publicação do livro “The Criminal and his Victim”. 
 
A sociedade de forma em geral tem muito mais ódio do criminoso do que piedade da vítima. 
 
Conceito de vítima: É aquela pessoa que sofre um dano e ordem física, mental e econômica, perdendo também os seus 
direitos fundamentais, seja em razão da violação de diretos humanos ou seja por ato de criminosos comuns. Ela está 
relacionada diretamente com o crime e precisamos localizá-la dentro de uma das suas três fases: 
 
▪ 1ª fase: Protagonismo – Lembrar da vingança privada. Nessa fase os danos produzidos sob uma pessoa eram 
reparados ou punidos pela própria vítima. A resposta ao crime tem a ideia de vingança e punição do criminoso. 
 
▪ 2ª fase - Neutralização – Ligada a imparcialidade. Nessa fase a resposta do crime tem que ser desprovida de 
rivalidade- imparcial. A ideia é de prevenção geral para que o crime não volte a acontecer. 
 
▪ 3ª fase - Redescobrimento – É o período após 2ª guerra mundial. Nessa fase a vítima passou a desempenhar um 
papel mais importante, deixando de ser imparcial, mas passou a ter um papel mais importante dentro dessa 
relação. Daqui surgiram movimentos importantes. 
 
Processo de Vitimização: É o que chamamos de “iter vítimae” – é o caminho interno e externo que segue o indivíduo 
para se converter em vítima. É o conjunto de etapas que operam cronologicamente dentro da ideia de vítima. 
 
Classifica-se de três modos: 
 
▪ Vitimização primária – É aquela causada pelo cometimento do crime. É aquela que provoca dano físico, 
emocional, psicológico, mudança de hábito e alteração de conduta. 
▪ Vitimização secundária – Também chamada de sobrevitimização. É aquela que decorre do tratamento dado pela 
ações ou omissões das instancias formais de controle social (trabalho da polícia, do judiciário, do MP, etc). O 
sofrimento causado à vítima pelos órgãos oficiais da justiça, poder midiático ou pelo meio social em que está 
inserida leva ao descrédito nas instituições oficiais do estado. 
▪ Vitimização terciária - É aquela que decorre da falta de amparo dos órgãos públicos e da ausência de 
receptividade social em relação à vítima, pode acontecer dentro da sua própria família ou na sociedade. 
Ex: Abrigo às mulheres vítimas de violência doméstica. 
 
Atenção: o processo de vitimização é que ocasionou o que conhecemos como cifra negra (estado não tem 
conhecimento do fato criminoso por descredito das vítimas nas instituições oficiais do estado). 
 
Vitimização Indireta: É o sofrimento das pessoas intimamente ligadas à uma vítima de um crime. Embora não tenha 
sido a vítima direta ela sofre com o sofrimento da vítima. 
 
Heterovitimização – É a autorecriminação da vítima pela ocorrência do crime através da busca por motivos que a 
tornaram responsável pela ocorrência do crime. 
 
Revitimização – É um processo emocional em que a vítima sofre em pensar que poderá ser vítima novamente. Após a 
vitimização a vítima passa a ter sentimento de culpa, de autoimposição, e passa a conviver com delegados de polícias, 
funcionários da justiça, promotores, juízes, etc, e caso essa relação não seja bem conduzida pode acontecer da vítima vir 
a sofrer novamente. 
 
Síndrome de Stocolmo 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790
 
 
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A Síndrome de Stocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido em algumas vítimas no qual ela tenta se 
identificar com o seu raptor. Ela tenta conquistar a simpatia com o seu agressor e acaba criando laços afetivos com ele. 
Foi o que aconteceu em Stocolmo depois de um sequestro onde a vítima passou a defender os seus sequestradores. 
 
Síndrome da mulher de potivar – Corresponde a figura da mulher que por ter sido rejeitada cria falsamente a figura 
criminosa da pessoa que a está rejeitando. 
 
A cifra negra: É o diferença existente entre a criminalidade real e a criminalidade registrada pelo estado. São as 
ocorrências que não chegam ao conhecimento da autoridade policial. Muitos dos fatos criminosos não são levados a 
registro nos órgãos públicos, por inúmeros motivos, isso dificulta ao estado ter a noção real dos crimes que vem 
ocorrendo na sociedade. Ex: crimes ainda não tipificados, falta de estrutura do estado na persecução do crime, etc. 
 
A criminalidade real é muito maior que a criminalidade oficialmente registrada. Dentro do âmbito da criminalidade os 
crimes menos graves tem uma cifra negra maior que os crimes mais graves. 
 
Classificações das cifras: 
 
▪ Cifra dourada: É um subtipo da cifra negra e que está relacionada as infrações penais de elite, aquelas não 
reveladas pelo estado. Ex: Crimes do colarinho branco, crimes tributários, crimes ambientais, etc. Professor 
Eduardo Cabbet chama de criminalidade do colarinho branco. 
▪ Cifra cinza: Consiste nas ocorrências policiais registradas nas delegacias e que a própria delegacia soluciona o 
conflito sem chegar ao judiciário. 
▪ Cifra amarela: Número de ocorrências praticadas com violência policial contra pessoas da sociedade, que por 
medo de retaliações de policiais se calam e não denunciam essas agressões. 
 
PROGNÓSTICO CRIMINOLÓGICO E ESTATÍSTICO 
 
A possibilidade do criminoso se tornar um reincidente analisando-se dados estatísticos coletados caracteriza o que 
chamamos de prognóstico criminológico ou prognose criminológica. Essa análise é dividida em dois grupos: 
 
✓ Prognose clínico – é aquele estudo que realiza um detalhamento do criminoso por meio da interdisciplinaridade, 
ou seja, utiliza-se a medicina, a psicologia dentre outros ramos para traçar um diagnóstico médico acerca das 
chances de cura de um criminoso no cumprimento de uma pena, é realizado por profissionais que integram a 
comissão técnica de classificação - exame criminológico. No Brasil é obrigatório? Não, ele passou a ser 
facultativo no Brasil por mudança na lei de execuções penais em seu artigo 112. Mas atenção, não podemos 
confundi-locom o exame psiquiátrico, o exame psiquiátrico é essencial para saber se o indivíduo é inimputável 
ou não, ao passo que o exame criminológico analisa as possibilidade de ressocialização do apenado. 
 
✓ Prognose estatística – é aquele estudo baseado em índices de criminalidade, e que se preocupa com a não 
reincidência do recluso. Utiliza-se a tábua de prognóstico (medidas feitas estatisticamente por profissionais das 
carreiras psicológicas com o escopo de verificar a condição e a evolução do recluso no cumprimento da pena, 
avaliando a sua probabilidade de cometer novos crimes). 
 
PREVENÇÃO 
 
Abordagem Clássica: O estado só buscava a punição do criminoso, existia ausência de preocupação com a 
ressocialização, com a reparação à vítima, etc. 
 
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Abordagem moderna – Entende que o castigo por si só não esgotam as expectativas em torno do fato criminoso, a pena 
deve ser aplicada como intervenção positiva, precisa ser pensada na ressocialização, na reparação do dano, na 
prevenção do crime como objetos essenciais, não só punir. 
 
A prevenção do crime aparece dividida em três tipos: 
 
▪ Prevenção primária – é a voltada para a origem do delito na tentativa de neutralizá-las. Ataca a raiz do conflito, 
seria o estado proporcionar a educação, a moradia, a saúde, etc, para que o indivíduo tenha condições mínimas 
de viver em sociedade. Opera a média e a longo prazo, quando o crime ainda não aconteceu. 
 
▪ Prevenção secundária – Está ligada a uma política legislativa, definição de ações policiais, operações policiais 
direcionadas. Opera-se a curto e médio prazo, atua na exteriorização de conflitos. Aqui o crime já aconteceu e o 
estado precisa reprimir. 
 
▪ Prevenção terciária - Está ligada a população carcerária. Tem o objetivo de evitar a reincidência, busca 
trabalhar o condenado de forma que cumpra sua pena, retorne a sociedade e não cometa mais delitos. 
MARCIO LIMA DA CUNHA - 05308192790

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