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TRABALHO PROCESSO LICITATÓRIO (Fundamentação teórica e materiais e métodos) (1)

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1 Nome dos acadêmicos 
2 Nome do Professor tutor externo 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Gestão Pública – Prática do Módulo I - 18/04/2018 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO 
ESTRATÉGICO NOS PROCESSOS LICITATÓRIOS 
 
 
Rosangela Nunes dos Santos¹ 
Rosilda Von Kriger Dominelli 
Rosely Antunes Barbosa Molina 
Fabio Luiz Iba² 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho propõe apresentar a importância do planejamento estratégico nos processos 
licitatórios e fazer uma breve análise acerca das práticas adotadas pela Prefeitura Municipal de 
Ivatuba, localizada no Estado do Paraná, na intenção de planejar o processo. Para subsidiar a 
análise fizemos uso, sobretudo, do material disponibilizado pela UNIASSELVI e consideramos a 
Lei 8.666 de 1993, conhecida como a Lei das Licitações, e a Lei 10.520 de 2002, que introduziu a 
modalidade Pregão. Desta forma, nosso trabalho configura-se como uma pesquisa bibliográfica e 
documental. A partir deste exercício constamos que a aplicação do planejamento estratégico nos 
processos licitatórios aumenta consideravelmente a qualidade do resultado final e influencia 
diretamente no funcionamento do ambiente organizacional. Também inferimos que a Prefeitura de 
Ivatuba tem buscado praticar o planejamento estratégico em suas licitações, entretanto ainda não é 
possível mensurar os resultados. 
 
Palavras-chave: Planejamento estratégico. Licitações. Prefeitura de Ivatuba. 
1. INTRODUÇÃO 
 A cobrança por prestação de serviços de qualidade e pela ética e moralidade nos processos 
relacionados à administração pública aumentou consideravelmente na atualidade. Com a 
participação popular legitimada por meio da Constituição Federal, promulgada em 1988, aumentou 
a exigência pela transparência dos procedimentos e pela eficiência nas contratações. Neste sentido, 
os processos licitatórios são responsáveis por definir majoritariamente os rumos da Administração 
Pública. Por meio das licitações - em suas várias modalidades - o Ente público escolhe a empresa 
apta a fornecer a alimentação escolar e também escolhe a empresa apta a construir uma unidade de 
saúde, por exemplo, sempre observando os princípios da igualdade, da impessoalidade e da 
moralidade. 
 Neste horizonte, buscamos neste trabalho defender a importância do planejamento 
estratégico nos processos licitatórios e analisar as práticas adotadas pela Prefeitura Municipal de 
Ivatuba (PR) na intenção de planejar seus processos de licitação. Sempre considerando o 
planejamento estratégico como uma solução palpável aos anseios dos profissionais da Gestão 
Pública, dos servidores públicos e dos demais agentes relacionados. Ele deve ser visto e entendido 
como uma prática cujo os resultados aparecem na maioria das vezes a médio e a longo prazo, sendo 
excepcional sua correta aplicação. 
 
1.2 PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA: DEFINIÇÃO DE CONCEITOS 
 
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 Entende-se como planejamento um importante instrumento na gerência de organizações, 
pois está atrelado as atitudes pelas quais as instituições e seus colaboradores promovem ações 
utilizando métodos, normas, técnicas e recursos. O Dicionário Online de Português (Dicio) 
apresenta as seguintes definições: 
 
Ação de preparar um trabalho, ou um objetivo, de forma sistemática; planificação. 
Ação ou efeito de planejar, de elaborar um plano. 
Determinação das etapas, procedimentos ou meios que devem ser usados no 
desenvolvimento de um trabalho, festa, evento. 
[Economia] Política. Desenvolvimento de projetos que buscam sanar os problemas sociais, 
econômicos, ou atingir certos objetivos de governo (DICIO, 2018). 
 
 O ato de planejar as atividades dentro de uma organização torna-se indispensável porque 
melhora as relações dentro do ambiente interno e expõe uma imagem positiva da organização aos 
stakeholders (o público envolvido com a organização). A imagem que o Ente transmite diz respeito 
a reputação que ele possui perante a sociedade, elemento que vem ganhando destaque nos últimos 
anos, porque o público está mais exigente. 
 
 Planejar é necessário e muito importante à todas as organizações que desejam atuar 
de maneira organizada e de acordo com as suas expectativas, afinal, sem um planejamento 
as ações são realizadas de forma desorientada e as chances de alcançar os objetivos e as 
metas são mínimas (MARTINS, 2017, p. 49). 
 
A estratégia por sua vez é mais pontual, historicamente é utilizada no alcance de metas: nas 
grandes navegações que culminaram no descobrimento de continentes, nas guerras da Idade Média, 
na Primeira e na Segunda Guerra Mundial e inclusive nas histórias relatadas pela Bíblia. Seja nas 
pequenas atividades da nossa rotina ou quando traçamos nossos objetivos pessoais fazemos uso de 
estratégias. Em linhas gerais, são as ações específicas que realizamos para atingir o objetivo 
principal. 
 A estratégia estabelece relação com o futuro e o comportamento direcionado para objetivos 
estratégicos. Deve ser formulada e entendida pelos membros da organização, implantada e avaliada 
quanto ao desempenho e aos resultados atingidos. Porter (2004) defende que a estratégia é a 
combinação das metas com os meios pelos quais a organização busca chegar em objetivos 
propostos. 
 Conforme afirma o Dicio (2018), pode-se definir estratégia como: 
 
Meios desenvolvidos para conseguir alguma coisa. 
Forma ardilosa que se utiliza quando se quer obter alguma coisa. 
[Por Extensão] Habilidade, astúcia, esperteza: contornou a dificuldade com estratégia. 
Coordenação militar, política, econômica e moral feita com o intuito de defender uma 
nação de seus possíveis invasores. 
[Militar] Arte militar de planificações de guerra. 
 
1.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
 
 Considerando os conceitos já apresentados, o planejamento estratégico é pensado como um 
processo dinâmico, sistêmico, coletivo, participativo e contínuo para determinação dos objetivos, 
estratégias e ações das organizações (REZENDE, 2008). É uma ferramenta que promove a união do 
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Planejamento e da Estratégia, na intenção de projetar o futuro e, desta forma, atingir melhorias ao 
ambiente em que é aplicada. Esta ferramenta está à disposição da Administração Pública e pode ser 
usada na solução de problemas e vícios que existem no setor. Quando planejamos estrategicamente 
usamos os recursos disponíveis de forma eficiente, aumentando a produção do setor. Sendo 
necessário também promover a gestão dos recursos disponíveis (gestão do tempo, gestão dos riscos, 
gestão dos recursos humanos etc). 
 
[...] o processo de planejamento estratégico deve começar com algumas questões simples 
como: como está a organização hoje? Como a organização está se desempenhando em 
relação aos clientes e à concorrência? Se nenhuma mudança for feita, como será a 
organização dentro de um ano? Ou dois? Cinco? Dez? (MARTINS, 2017, p. 49). 
 
 Vale destacar que o planejamento estratégico, diferente de outras formas de planejamento, 
precisa ser desenvolvido e motivado principalmente pelos membros da direção da organização, 
sendo extremamente necessária também a adesão dos demais membros no processo. Isto porque 
trata-se de um planejamento a médio e longo prazo. Talvez por este motivo, muitos Governos não 
obtêm sucesso na aplicação desta forma de planejamento (os mandatos são eletivos e duram quatro 
anos, além disso, as chefias são massivamente ocupadas por cargos de confiança). 
 
1.4 O QUE É LICITAÇÃO 
 
 A licitação é o processo administrativo encarregado pela contratação de empresas aptas a 
fornecer produtos/serviços para a Administração Pública. Toda licitação deve visar a escolha de 
propostas vantajosas para a Administração, considerandoos produtos com a melhor qualidade e o 
menor preço. Por se tratar de um processo público deve ser acessível a qualquer cidadão, atendendo 
aos princípios da Constituição Federal que dá direito a qualquer pessoa de fiscalizar e acompanhar 
todos os processos de contratação, compra, cessão etc. 
 As licitações públicas que acontecem em território brasileiro devem ser regidas mormente 
pela Lei 8.666/1993 (Lei das Licitações) e pela Lei 10.520/2002, que institui a modalidade Pregão. 
Também existem outras leis complementares a nível nacional e a nível municipal, como no caso de 
Maringá (PR) que proíbe a participação de empresas e seus sócios condenados em processos 
criminais transitados em julgado (Lei Municipal 10.481/2017). 
 A licitação pública é dividida por modalidades, sendo elas: concorrência, tomada de preços, 
concurso, convite, leilão e pregão (presencial ou eletrônico). Cada modalidade possui uma 
característica e uma finalidade, devem ser observadas e cumpridas para conferir legitimidade aos 
processos feitos pela Administração. Mais que outros setores de um governo, as licitações devem 
ser promovidas com extrema responsabilidade e moralidade pois envolvem dinheiro público. O 
setor de licitação também é considerado peça-chave de qualquer organização pública. Se a licitação 
para, consequentemente param outros setores essenciais como a Saúde e a Educação. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 Motivados pelas crescentes crises relacionadas ao preço do petróleo, às guerras entre árabes 
e israelenses, à inflação e aos altos índices de desemprego, empresários desenvolveram o 
planejamento estratégico no início dos anos 1970. O planejamento já não podia acontecer de modo 
operacional, era preciso haver uma fórmula sustentável que fosse capaz de englobar todas as 
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necessidades do mercado, considerando a sua fluidez. De lá pra cá, o conceito tomou outras formas 
e passou por reconstruções, tornando-se aplicável também às organizações públicas. 
Inserir as práticas do planejamento estratégico no ambiente organizacional, passa por 
compreender as suas ideias norteadoras e por entender que trata-se de um plano que propicia 
resultados a médio e longo prazo. Ou seja, o gestor público precisa ter uma visão de futuro. 
 
 Planejamento estratégico é o processo continuo, sistematicamente e com o maior 
conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos; 
organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões, através de 
uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em 
confronto com as expectativas alimentadas (DRUCKER, apud CHIAVENATO & 
SAPIRO, 2003). 
Segundo Oliveira (2012), nas organizações sem planejamento estratégico torna-se difícil a 
identificação básica das necessidades e das oportunidades, além disso, elas ficam incapazes de se 
adaptar às constantes mudanças que ocorrem no cenário econômico. De fato, o setor público sofre 
ainda mais com as bruscas mudanças da economia brasileira, pois possui uma legislação 
extremamente burocrática e antiquada, que ainda não conseguiu se adaptar às mudanças do século 
XXI. 
 Rasmussen (1990), explica que o planejamento estratégico caracteriza-se por ser um 
processo contínuo, uma forma de pensar, que deve estar incutida em todos os agentes do processo. 
O autor também define o conceito como um processo de transição do presente ao futuro, 
indispensável para o crescimento sustentável de qualquer organização. 
 Logicamente, o reconhecimento da importância deste conceito não pode ficar apenas na 
teoria. Neste sentido, com base na proposta de Oliveira (2011), citado por Martins (2017, p. 50-53), 
conheçamos a metodologia do planejamento estratégico, que é composta por quatro fases: 
diagnóstico estratégico, missão da empresa, instrumentos prescritivos e quantitativos e controle e 
avaliação. 
Na primeira fase, é necessário fazer um diagnóstico real da organização, levando em conta 
todos os aspectos positivos e negativos. Neste caso, é preciso fazer uma aferição do órgão público 
como um todo (considerando todos os setores e não apenas a Licitação). Esta fase implica em 
identificar a visão e os valores da organização; promover uma análise externa e interna; além de 
analisar os concorrentes. 
 A segunda fase busca estabelecer a missão da instituição. Conforme explica o autor, é 
preciso estabelecer os propósitos atuais e potenciais (aonde a organização pode chegar); levar em 
conta os cenários existentes (Estruturação e Debate de Cenários); estabelecer uma postura 
estratégica, além de definir as macroestratégias e as macropolíticas. 
 Na terceira fase, a organização deve elaborar os instrumentos prescritivos e quantitativos, 
que conforme explica o autor, os instrumentos prescritivos “[...] são explicitações do que deve ser 
feito para realizar a missão da empresa (MARTINS, 2017, p. 52)” e os instrumentos quantitativos 
“[...] consiste no planejamento do orçamento necessário para o desenvolvimento dos projetos, 
planos de ações e atividades. São analisados os recursos que serão necessários para que os 
objetivos, desafios ou metas sejam atingidos (MARTINS, 2017, p. 53)”. 
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 A última fase da metodologia exige o constante controle e avaliação do desenvolvimento do 
planejamento estratégico. Deve ser avaliado como a organização está aplicando o planejamento e 
quais resultados estão sendo atingidos. 
 Observamos, no esquema abaixo, a metodologia de planejamento estratégico defendidos por 
Oliveira (2011): 
 
 
Ilustração 1: Metodologia de planejamento estratégico, elaborado e adaptado pelas autoras, com base na 
proposta apresentada por Martins (2017, p. 50-53). 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 Com a finalidade de analisar a aplicação prática do planejamento estratégico em uma 
instituição pública, visando promover a importância do planejamento estratégico nos processos 
licitatórios e na intenção de contribuir para o desenvolvimento do conceito no âmbito público, 
elegemos a Gerência de Compras da Prefeitura Municipal de Ivatuba como nosso objeto de estudo. 
Além disso, o fato de estarmos na condição de servidoras públicas deste município, e enquanto 
futuras profissionais da Gestão Pública, pesou na nossa escolha. 
 A Gerência de Compras, que está estruturada na Secretaria de Administração, é o setor 
responsável por realizar as licitações, fazer as compras, planejar os estoques, entre outras 
 
 
METODOLOGIA 
DE 
PLANEJAMENTO 
ESTRATÉGICO 
 
 
 
FASE I: 
DIAGNÓSTICO 
ESTRATÉGICO 
 
 
 
FASE II: 
MISSÃO DA 
EMPRESA 
 
 
FASE III: 
INSTRUMENTOS 
PRESCRITIVOS E 
QUANTITATIVOS 
 
 
 
FASE IV: 
CONTROLE E 
AVALIAÇÃO 
 
 
IDENTIFICAÇÃO da 
visão e dos valores 
 
ANÁLISE 
externa, interna e dos 
concorrentes 
 
 
ESTABELECIMENTO 
da missão, propósitos, 
debate de cenários, 
postura e 
macroestratégias e 
macropolíticas 
 
 
PRESCRITIVOS: 
Estabelecimento dos 
objetivos, desafios e 
metas; das estratégias e 
políticas funcionais; e 
dos projetos e planos de 
ação 
 
 
QUANTITATIVOS: 
Planejar o orçamento e 
recursos necessários 
 
 
CONTROLE e 
AVALIAÇÃO 
constante do 
processo 
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atribuições. Na prática, este departamento possui o controle sobre as dez Secretarias que existem no 
município e é capaz de regular o funcionamento de todos os setores da Administração. Isto porquê, 
como já exemplificado, numa administração pública todos os processos de compra e concessão 
precisam passar por processos licitatórios. 
 A fim de aferir como acontece o planejamentoestratégico nesta organização, agendamos 
uma entrevista com a servidora responsável pelas licitações e com a presidenta da Comissão 
Permanente de Licitação, para entendermos como são feitos os procedimentos de fiscalização dos 
processos. Também conversamos com o secretário de Administração sobre o assunto. Além disso, 
no dia 04 de Abril de 2018 participamos de um pregão presencial para aquisição de móveis 
planejados, poltronas e cadeiras, para conferir como ocorre o processo. 
 Baseamos nossa atuação no material Gestão em foco, organizado por Martins (2017) e 
fornecido pela UNIASSELVI, e levamos em consideração os autores citados neste trabalho. Ainda 
analisamos, com o auxílio de um bacharel em Direito, a Lei 8.666/1993 e a Lei 10.520/2002, que 
regem os processos licitatórios no Brasil.

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