Buscar

OAB_XXII_DIR_TRIBUTARIO_AULA_04

Prévia do material em texto

www.cers.com.br 
 
1 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
2 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
A lei que rege o lançamento é a da data do fato gerador, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
Sempre vale a lei da data do fato, não importa se depois diminuiu ou não tem mais o imposto. Não vale a regra do 
mais benéfico no direito tributário. O lançamento é o ato constitutivo do crédito tributário. 
 
A data do fato gerador é a regra geral para o lançamento. Salvo, artigo 106, CTN, se a lei vier a reduzir penalidade 
ou excluir infração, ou ainda, nos termos do artigo 144, §1º, CTN se a lei vier a dispor sobre novos meios de fisca-
lização. 
 
Natureza jurídica do lançamento: declaratória da obrigação e constitutiva do crédito. 
 
O Crédito tributário é constituído por meio do Lançamento que pode ser de três modalidades: de ofício, por decla-
ração e por homologação. 
 
 LANÇAMENTO DE OFÍCIO 
 
De ofício é lançamento efetuado pela autoridade administrativa independentemente de qualquer atuação ou parti-
cipação do sujeito passivo. A própria autoridade verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação, determina a 
matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo caso, propõe a aplica-
ção da penalidade cabível. 
 
A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
 
Ex: IPTU- quem faz tudo é a autoridade administrativa, IPVA, taxa, contribuições de melhoria. 
 
 LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO 
 
O sujeito passivo, ou um terceiro, declaram à autoridade administrativa a ocorrência de fatos em face dos quais 
seria possível efetuar o lançamento. Depois de ofertada essa declaração, a autoridade então efetua o lançamento 
e notifica o sujeito passivo para pagá-lo ou, se for o caso, apresentar impugnação (defesa administrativa). 
 
Ex: ITBI. 
 
 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO 
 
Por homologação é aquele lançamento no qual todos os atos de apuração, quantificação, cálculo etc., relativos à 
liquidação da obrigação tributária, são efetuados pelo próprio sujeito passivo. Depois de calcular o montante do 
tributo devido, o sujeito passivo submete essa apuração à autoridade administrativa, para que esta a homologue. 
O dever de efetuar o pagamento respectivo, entretanto, é antecipado, devendo ser o tributo recolhido antes do 
exame da autoridade e da respectiva homologação. 
 
Ex: imposto de renda, ITR, IPI, ICMS. 
 
 Hipóteses de Suspensão do Crédito Tributário 
 
1) moratória – Arts. 151, I, 152 a 155 do CTN. 
 
Trata-se de dilação legal do prazo de pagamento do tributo. 
 
A moratória poder ser geral ou individual. 
 
A moratória individual alcança apenas algumas pessoas que preenchem determinados critérios estabelecidos em 
lei e que deve, ainda, ser averiguado por meio de despacho da autoridade administrativa. Sendo geral, alcança 
uma generalidade de pessoas, indistintamente e por essa razão não há necessidade de despacho da autoridade 
administrativa. 
 
A moratória em caráter geral, nos termos do art. 152, I do CTN, somente poderá ser concedida pelo ente 
federativo que tem competência para instituir o tributo, trata-se de moratória autônoma ou autonômica (exemplo: 
somente os Estados e o Distrito Federal poderão conceder a moratória de ICMS, vez que eles apresentam 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
3 
competência para instituir esse tributo). O inciso II do art. 152 do CTN, por sua vez, traz uma exceção ao prever 
que a União poderá criar moratória para tributos municipais e estaduais, desde que esta crie moratória, 
simultaneamente, de um tributo de sua competência e às obrigações de direito privado. Esta moratória é 
denominada de heterônoma. 
 
A moratória pode ser concedida por determinada classe de profissionais ou, então, ser estendida para 
determinadas regiões. Essas restrições podem ser justificadas, por exemplo, para evitar catástrofes. A lei que 
estabelecer a moratória deverá observar o art. 153 do CTN, e especificar: i) o prazo de duração do favor; ii) as 
condições da concessão do favor em caráter individual; iii) sendo caso: a) os tributos a que se aplica; b) o número 
de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e 
de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual; c) as garantias que 
devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual. 
 
Além disso, salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos já definitivamente 
constituídos (já ocorreu o lançamento) à época da lei que a conceder ou cujo lançamento já tenha sido iniciado 
àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo, nos termos do art. 154 do CTN. 
 
Vale destacar ainda, o art. 155 do CTN, que estabelece que a moratória em caráter individual não gera direito 
adquirido, pois no caso de o contribuinte não preencher mais os requisitos, ou restar comprovado que nunca os 
preencheu, perderá a moratória, devendo pagar o tributo com juros. E no caso de agir com dolo, fraude ou 
simulação, deverá pagar o tributo, acrescidos de juros e penalidade tributária. 
 
Não se computa o prazo de moratória para fins de prescrição quando o sujeito passivo deixou de preencher os 
requisitos por ter agido com dolo, fraude e simulação. Mas, se por simples erro, perde-se a moratória, a revogação 
do benefício somente poderá ocorrer se não houver ocorrido a prescrição. 
 
2) O depósito do seu montante integral – O depósito do montante integral não é condição de admissibilidade 
de ação, apenas é um meio para suspender a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, II do 
CTN. 
 
Assim, ainda que o Art. 38 da lei 6.830-80 (lei de execução fiscal) condiciona a existência do depósito judicial para 
a propositura da Ação Anulatória, o STF já se manifestou pela inconstitucionalidade da exigência de depósito 
como condição de admissibilidade de ação. 
 
Esse entendimento foi pacificado pelo STF, por meio da Súmula Vinculante 28: “É inconstitucional a exigência de 
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do 
crédito tributário”. 
 
No mesmo sentido, o STF também se posicionou quanto à obrigação de depósito na esfera administrativa para a 
propositura de recurso, concluindo que a lei que condiciona o depósito na esfera administrativa também é 
inconstitucional - Súmula Vinculante 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. 
 
O depósito judicial, apesar de não ser condição de admissibilidade, suspende automaticamente a exigibilidade do 
crédito tributário, desde que em seu montante integral, conforme Súmula 112 do STJ. 
 
Além de suspender a exigibilidade do crédito tributário, o depósito suspende a fluência dos juros a cargo do sujeito 
passivo. 
 
No final da demanda judicial, caso o contribuinte obtenha êxito, a quantia depositada no início deverá ser liberada 
em seu favor. Caso o sujeito passivo seja vencido, o depósito será convertido em renda do Ente federativo 
litigante. (completar com a jurisprudência) 
 
3) As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo - 
essa hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário é muito utilizada em razão de ser menos custosa 
e por possibilitar uma primeira discussão do crédito tributário, sem que seja necessário adentrar direto na esfera 
judicial. 
 
4) A concessão de medida liminar em mandado de segurança 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
4 
Demanda da esfera judicial, com previsão no art. 5º, LXIX e LXX da CF e Lei nº 12.016-2009, o Mandado de 
segurança visa proteger o direito líquido e certo daquele que sofrerilegalidade ou abuso de poder, ou tiver o 
receio de sofrê-la, como ato perpetrado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica, no exercício de 
atribuições do poder público. 
 
Nos termos do art. 7º, III da Lei nº 12.016-2009 o impetrante poderá requerer concessão de liminar sempre que 
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida. 
 
Nesse caso, a concessão da liminar no mandado de segurança suspende a exigibilidade do crédito. A mera 
propositura do Mandado de segurança com pedido de liminar não suspende a exigibilidade do crédito tributário, o 
que a suspende é a concessão dessa medida pelo Poder Judiciário. 
 
O inciso III do artigo 7º da Lei nº 12.016-2009 prevê, ainda, que o juiz poderá, para conceder a liminar, exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
Uma vez concedida a liminar o fisco não poderá cobrar o crédito tributário, mas poderá constituí-lo, sob pena de 
ocorrer a decadência. Assim, o fisco constitui o crédito e por estar com a exigibilidade suspensa, não pode ajuizar 
uma execução fiscal. 
 
Caso a concessão da medida liminar seja reconsiderada, anulada ou reformada, o crédito voltará a ser exigido. 
 
5) A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de ação judicial - A 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário também pode ser obtida por meio de tutela provisória em ação 
judicial, desde que presentes os requisitos dos arts. 300 e 311 do CPC. 
 
6) O parcelamento – está previsto no art. 155-A do CTN. Trata-se de dilação legal do prazo de pagamento do 
tributo, realizado em parcelas. O Parcelamento deve ser concedido por lei específica do Ente Federativo que 
possui competência tributária para instituir o tributo. 
 
Pelo art. 155-A do CTN, o fato de ter sido concedido o parcelamento não vai excluir a incidência de juros e de 
multas. No entanto, nada obsta de existir uma legislação que exclua juros e multa. Alguns exemplos de leis que 
excluem a incidência de juros e multa são: REFIS, PAES, PAEX, etc. 
 
Ademais, o legislador entende que o parcelamento e a moratória são causas de suspensão muito semelhantes, 
assim, determina o legislador que se deve aplicar ao parcelamento subsidiriamente a Lei que regulamenta a 
Moratória. 
 
Vale destacar ainda que os parágrafos 3º e 4º do art. 155-A do CTN estabelece um tratamento diferenciado para 
os contribuintes que estiverem em recuperação judicial, devendo ser regulamentado em lei específica. E, no caso 
de inexistência de lei específica, prevê a possibilidade de se aplicar a lei geral. 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
As modalidades de extinção do crédito tributário encontram-se no art. 156, do CTN. 
 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º 
e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais pos-
sa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
5 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação 
da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. 
 
 PAGAMENTO 
 
Pagou o objeto da prestação, extingue-se a Relação Jurídica Tributária. 
 
Art.. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: 
 
I – quando parcial, das prestações em que se decomponha; 
II – quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
Sendo que, em se tratando de lançamento por homologação, só se considera extinto o crédito se o paga-
mento for homologado. 
 
O pagamento é a maneira natural de extinção do crédito tributário. 
 
 COMPENSAÇÃO 
 
A compensação é uma forma de extinção da obrigação tributária, uma forma de pagamento. Crédito e débito se 
compensam quando houver credor e devedor simultaneamente. 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso 
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários líquidos e certos, 
vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública 
 
Art.. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial 
pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Redação dada pela LC 
104/2001). 
 
Súmula 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida limi-
nar cautelar ou antecipatória 
 
Súmula 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação 
tributária. 
 
 TRANSAÇÃO 
 
Mediante disposição expressa em lei. Só a lei pode autorizar a transação entre o contribuinte e a fazenda. 
 
 REMISSÃO 
 
Perdão, indulto: art. 172, do CTN: A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fun-
damentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
 
I – à situação econômica do sujeito passivo; 
II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato; 
III – à diminuta importância do crédito tributário; 
IV – a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; 
V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
 
Aqui estamos diante do instituto da remissão como forma de extinção da obrigação de do crédito tributário. A anis-
tia, que está no capítulo da exclusão do crédito tributário, exclui a penalidade, a multa e deve ser antes da consti-
tuição do crédito tributário. Se a lei da anistia exclui a multa, permanece devido o tributo. A anistia é só mediante 
lei. 
 
 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 
Prescrição: Art. 174, do CTN: A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco (cinco anos), con-
tados da data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
6 
I – pela citação pessoal feita ao devedor; 
II – pelo protesto judicial; 
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 
Perda do direito à ação. 
 
B) Decadência: Art. 173, do CTN. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 
(cinco) anos, contados: 
 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormen-
te efetuado. 
 
O prazo dela não se interrompe 
 
Pode ser decretada “ex offício” 
 
Do fato gerador ao lançamento é prazo decadencial. Com o lançamento que constitui o direito da Fazenda a co-
brar começa a prescrição. 
 
Decadência - cinco anos- regra: começa a contagem no primeiro dia do exercício seguinte aquele que deveria ter 
ocorrido o lançamento. 
 
Prescrição - 5 anos do lançamento. 
 
No lançamento por homologação conta cinco anos do fato gerador para decadência. Exceção: Salvo quando hou-
ver fraude, dolo ou simulação ou ausência de pagamento! O prazo prescricional pode ser interrompido, o despa-
cho do juiz que determinar a citação do devedor zera e volta a contar novamente. Não é com a citação válida. 
(Art.. 150, parágrafo 4º.) 
 
 A dação em pagamentoem bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
 
Lei nº 13.259/2016 – Art. 4º 
 
Art. 4º O crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto, nos termos do inciso XI do 
caput do art. 156 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, mediante dação 
em pagamento de bens imóveis, a critério do credor, na forma desta Lei, desde que atendidas asseguintes 
condições: (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) 
 
I - a dação seja precedida de avaliação do bem ou dos bens ofertados, que devem estar livres e desemba-
raçados de quaisquer ônus, nos termos de ato do Ministério da Fazenda; e (Redação dada pela Lei nº 
13.313, de 2016) 
II - a dação abranja a totalidade do crédito ou créditos que se pretende liquidar com atualização, juros, 
multa e encargos legais, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao devedor a possibilidade 
de complementação em dinheiro de eventual diferença entre os valores da totalidade da dívida e o valor do 
bem ou dos bens ofertados em dação. (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) 
 
§ 1º O disposto no caput não se aplica aos créditos tributários referentes ao Regime Especial Unificado de 
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - 
Simples Nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) 
§ 2º Caso o crédito que se pretenda extinguir seja objeto de discussão judicial, a dação em pagamento 
somente produzirá efeitos após a desistência da referida ação pelo devedor ou corresponsável e a renún-
cia do direito sobre o qual se funda a ação, devendo o devedor ou o corresponsável arcar com o pagamen-
to das custas judiciais e honorários advocatícios. (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) 
§ 3º A União observará a destinação específica dos créditos extintos por dação em pagamento, nos ter-
mos de ato do Ministério da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 13.313, de 2016) 
 
 Exclusão do Crédito Tributário – Art. 175 do CTN 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
7 
Consistem em causas de inibição do Lançamento do tributo, previstas no Art. 175 do CTN. Portanto, ocorre o fato 
gerador, porém não haverá o lançamento. Com isso, é possível concluir que a isenção e a anistia têm início antes 
do lançamento e surgem após a ocorrência da obrigação tributária. 
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. 
 
Art. 175 do CTN, há o estabelecimento de que, ainda que exista o direito à isenção ou anistia, o contribuinte deve-
rá cumprir as obrigações acessórias 
 
Isenção - A lei concede a isenção, para que determinada situação ou pessoa não esta obrigado de pagar o tribu-
to. Ocorre que, a isenção não observa o princípio da anterioridade, do exercício, nem o da nonagesimal, porque a 
revogação da isenção não configuraria uma instituição ou majoração do tributo. 
 
No CTN, em seu art. 104, prevê revogação de isenção, cujo o imposto é sobre renda ou sobre o patrimônio, essa 
lei só produzirá efeitos no primeiro dia do exercício seguinte: 
 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os disposi-
tivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e ob-
servado o disposto no artigo 178. 
 
O art. 177 do CTN, estabelece que a concessão de isenção não se estende às taxas e contribuição de melhoria, 
bem como aos tributos que venham a ser criados ou instituídos posteriormente à lei que cria a isenção. 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
A lei que estabelece isenção deve ser interpretada literalmente, nos termos do art. 111 do CTN. Portanto, no caso 
de tributos que venham a ser criados ou instituídos posteriormente à lei que cria a isenção, não serão abrangidos 
pela isenção. 
 
Em relação à não extensão da isenção às taxas e contribuição de melhoria, deve-se observar que esses tributos 
são criados em virtude de uma contraprestação direta, por isso, não há embasamento para se estender determi-
nada isenção concedida em lei para estes tributos, salvo disposição de lei em contrário. 
 
Sobre a revogação, existe uma exceção, nos termos do art. 178 do CTN e na Súmula 544 do STF, que consiste 
nos casos de isenção por prazo determinado ou por determinadas condições onerosas. 
 
CTN - Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser 
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada 
pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975) 
 
STF - SÚMULA Nº 544: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente supri-
midas. 
 
Anistia - Trata-se de perdão, concedida por lei, das penalidades pecuniárias, de forma a abranger os créditos 
tributários anteriores ao lançamento. Importante destacar que a anistia poderá abarcar apenas os tributos, cujos 
fatos ocorreram anteriores à lei, nos termos do art. 180 do CTN. 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
8 
A anistia não poderá ser concedida em casos de crimes ou contravenções, praticados com dolo, fraude ou simu-
lação do sujeito passivo, bem como às infrações resultantes de conluio de outras pessoas. 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a 
concede, não se aplicando: 
 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, 
sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daque-
le; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais 
ou jurídicas. 
 
Esse perdão pode ser geral ou limitado, conforme dispõe o artigo 181 do CTN. 
 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com 
penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja 
atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
9

Continue navegando