Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 A História do Microscópio Ocular e sua Evolução Desde a Antiguidade já se conheciam algumas técnicas para ampliar imagens e objetos, porém eram muito simples e seu poder de aumento era muito baixo. Na Idade Média já havia a confecção de lentes convergentes para tentar corrigir problemas de visão e rapidamente essas lentes foram aperfeiçoadas. Os mais antigos autores conhecidos que utilizaram lentes para estudar seres vivos foram Thomas Moffett em 1589, Georges Hoefnagel em 1592 (LOCY, 1923) e o botânico Fabio Colonna, da Academia dos Linces, em 1606 (WOODRUFF, 1939). Porém seus resultados eram poucos e irrelevantes para a ciência. Costuma-se atribuir a invenção do microscópio composto a Hans Janssem (1534– 1592), que teriam construído os primeiros aparelhos aproximadamente em 1590 e presenteado com um deles o príncipe Maurício de Nassau. Galileo também criou um microscópio que foi utilizado para estudar abelhas (BALL, 1966). Mas foram somente dois homens que se aprofundaram em criar microscópios, estudar e descrever aquilo que viam, Robert Hooke e Antoni van Leeuwenhoek, sendo Hooke considerado o pai do microscópio óptico. Robert Hooke (1635- 1703) era um homem muito criativo e engenhoso que criou diversas ferramentas que são utilizadas até hoje. Seu microscópio foi o primeiro a ser utilizado de modo cientifico para estudar pequenos seres vivos como pulgas, formigas, cabelos e tecidos, foi ele quem examinou um pedaço de cortiça cortado em finas camadas e observou que sua estrutura era composta por algo que ele descreveu como pequenas celas (prisões) que mais tarde ficou conhecido por célula. Os resultados de seu trabalho ganharam muito interesse dos membros aristocratas da Royal Society, gerando fundos para a publicação de seu livro mais famoso: Micrographia, que mais tarde serviu como referência para Leeuwenhoek criar seu próprio microscópio com uma única lente. Apesar de Hooke não ter sido o primeiro inventor do microscópio, devido seu empenho e resultados, além do cuidado em descrever as imagens encontradas seu trabalho foi o mais renomado e serviu de contribuição para que outros cientistas estudassem a forma dos seres vivos. 2 Principais partes e funções do Microscópio óptico: Lente ocular: Os oculares são constituídos por duas lentes (ou apenas um nos microscópios mais simples) que geralmente possuem aumento de 10x que ampliam a imagem formada pelas objetivas e ajusta possíveis deficiências ópticas. Tubo ou Canhão: Serve de suporte para as lentes oculares. Revólver ou tambor óptico: Utensílio giratório que tem como função portar as lentes objetivas. Para trocar as lentes objetivas, sempre manusear o revólver. Objetivas: São um sistema de lentes com diferentes aumentos e seu número varia de acordo com o microscópio. Platina ou Mesa: Serve como apoio para o material a ser observado, possui uma passagem de vidro por onde os raios de luz atravessam e também é dotada de parafusos dentados permitindo o deslocamento do material pela mesa. Condensador ou Diafragma: Responsável pela uniformidade da iluminação e redução ou ampliação da região a ser iluminada. Lâmpada: Fonte de luz principal pelo sistema. Pé ou base: Trata-se do apoio e do ponto de fixação do microscópio. Botão Liga/Desliga: Botão para ligar e desligar a lâmpada. Macrométrico: Parafuso Rotativo que permite a movimentação vertical da mesa. Micrométrico: Por sua vez é o responsável pelos movimentos verticais e sutis da mesa, permitindo o aperfeiçoamento da imagem. Charriot: É responsável pela movimentação lateral da lâmina em observação, sendo possível analisa-la de forma totalitária. Pinça: Serve para fixar a lâmina no charriot e na mesa. 3 Microscopia Básica Passo a passo de como utilizar um microscópio óptico 1. Antes de ligar o microscópio, verificar se a potência da lâmpada está no mínimo; 2. Verificar se a lente objetiva posicionada para observação é a de menor aumento (4x – vermelha); caso não esteja, posicioná-la; 3. Baixar a mesa ao mínimo para que a lente não raspe na lâmina colocada sobre ela; 4. Colocar a lâmina sobre a mesa e subir lentamente até encontrar o foco do objeto; 5. Para passar a objetiva para os próximos aumentos não há necessidade de alterar a altura da mesa, mas acertar o foco após a mudança; 6. Iniciar sempre com a objetiva de menor aumento (vermelha); 7. Colocar o objeto no centro da mesa; 8. Ajustar a iluminação (maior quantidade de luz através do objeto); 9- Fazer a focalização fina – micrométrico; 10- Mudar a objetiva para 10x e utilizar apenas o micrométrico para focalização final (Se necessário 100 x usar apenas com óleo de imersão); 11- Acertar a quantidade de luz. O condensador deve permanecer sempre em posição elevada; 12- Após terminar a análise baixe a luz à menor intensidade; 13- Antes de remover a lâmina, baixe a mesa e volte à lente objetiva de menor aumento; 14- Caso tenha utilizado óleo de imersão para observação na objetiva de 100X, limpar cuidadosamente com etanol; 15- Remover a lâmina e substituir; 4 16- No caso da finalização das análises, a luz deverá ser desligada e o microscópio guardado no devido local; 17- O microscópio não deve ser arrastado para mudança de local e devem ser evitados movimentos bruscos, que poderão danificar o núcleo óptico do aparelho. Referências Bibliográficas: LOCY, W. A. Primitive microscopes and some early observations. Transactions of the American Microscopical Society. MARTINS, R. A. Robert Hooke e a pesquisa microscópica dos seres vivos. 2011. TEIXEIRA. L. D. Patologia de mudas e sementes, microscopia. USP. Link para acesso: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2968889/mod_resource/content/1/MicroscopiaLilia ne10032015.pdf > Acesso em 21/03/19 WOODRUFF, L. L. Hooke’s Micrographia. The American Naturalist.
Compartilhar