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QUESTÕES DIREITO CIVIL III - AV2

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QUESTÃO SUBJETIVA 1 – Diante da teoria geral dos contratos e o diálogo existente
entre as fontes jurídicas, aborde, fundamentadamente, a realidade dos contratos de plano
de saúde, apresentando sua natureza jurídica e elementos característicos.
QUESTÃO SUBJETIVA 2 – (FGV/OAB 2010.2/Adaptada) Durante dez anos, empregados de uma fabricante de extrato de tomate distribuíram, gratuitamente, sementes de tomate entre agricultores de uma certa região. A cada ano, os empregados da fabricante procuravam os agricultores, na época da colheita, para adquirir a safra produzida. No ano de 2009, a fabricante distribuiu as sementes, como sempre fazia, mas não retornou para adquirir a safra. Procurada pelos agricultores, a fabricante recusou-se a efetuar a compra. O tribunal competente entendeu que havia responsabilidade pré-contratual da fabricante. Explique o que significa a responsabilidade pré-contratual, fundamentando se a decisão do tribunal foi acertada.
Embora não haja previsão expressa no Código Civil acerca da fase de negociações preliminares, compreende-se que a responsabilidade pré-contratual é aquela decorrente de momento anterior à formação do contrato, no momento das negociações para a efetivação deste, capaz de gerar direitos e obrigações provenientes do princípio da boa-fé objetiva, que determina uma postura leal e sincera no momento das tratativas, isto é, quando feri a confiabilidade e gera danos à parte contrária. 
Neste caso, quando a empresa distribuiu as sementes e não adquiriu o que foi produzido, os agricultores, frustrados em sua expectativa, ingressaram com demandas indenizatórias, alegando a quebra da boa-fé, mesmo não havendo qualquer contrato escrito. Os agricultores tiveram êxito na ação. Isso porque, a boa-fé objetiva é princípio que incide também na fase pré-contratual, exigindo uma atuação das partes com lealdade, honestidade, probidade, respeito e agir conforme a confiança depositada.
QUESTÃO SUBJETIVA 3 – (FGV OAB 2012.3 Adaptada) Em 12.09.12, Sílvio adquiriu de Maurício, por contrato particular de compra e venda, um automóvel, ano 2011, por R$ 34.000,00 (trinta e quatro mil reais). Vinte dias após a celebração do negócio, Sílvio tomou conhecimento que o veículo apresentava avarias na suspensão dianteira, tornando seu uso impróprio pela ausência de segurança. Considerando que o vício apontado existia ao tempo da contratação, de acordo com a hipótese acima e as regras de direito civil, o que poderá Silvio requerer de Maurício?
De acordo com o CC\02, o prazo para reclamação contra vícios redibitórios incidentes em coisas móveis é de 30 dias, a contar da entrega efetiva (CC, art. 445). E desconhecendo o alienante (Maurício) o vício da coisa, deverá restituir o valor recebido mais as despesas do contrato (CC, art. 443). 
QUESTÃO SUBJETIVA 4 – (27º Concurso Promotor de Justiça/MPDFT/Adaptada) Considere a hipótese em que foi firmado um contrato de empréstimo-financiamento entre instituição bancária e pessoa física, no qual foi inserida cláusula pela qual o devedor autorizava o desconto do débito das prestações do financiamento por consignação em folha de pagamento ou em sua conta bancária. Após o pagamento de algumas parcelas mensais, o devedor constata que não tem condições financeiras para continuar a cumprir as obrigações contratuais, porque o valor da prestação tornou-se insuportável, correspondendo a quase 80% do valor líquido de seus rendimentos. Nessa situação, como o devedor deverá proceder?
De acordo com art.478, CC, nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Nesse caso, não se pode considerar que a situação descrita no caso concreto era extraordinária ou imprevisível. 
QUESTÃO SUBJETIVA 5 – (Defensoria Pública/MS/VUNESP/2012/Adaptada) João comprou um automóvel, com reserva de domínio, com uma entrada e pagamento de 24 prestações. Desempregado, deixou de efetuar o pagamento da última parcela, quando foi interpelado judicialmente pelo vendedor, para constituí-lo em mora e ser possível a execução da cláusula de reserva de domínio, resolvendo o contrato. Com base nesta situação, poderá o vendedor ver o contrato resolvido?
De acordo com o art. 526, CC, preceitue que “verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida”. E necessário observar neste caso que, pelo adimplemento substancial do contrato, não é possível a busca e apreensão do veículo, mas, apenas, a exigência do pagamento da parcela restante.
QUESTÃO SUBJETIVA 6 – Marina é proprietária de uma casa no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e Paulo é proprietário de um apartamento avaliado em R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais). Com a intenção de realizarem a troca destes bens, Marina e Paulo acordam a permuta, contudo, Marina deverá realizar uma complementação no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), haja vista a divergência de valores entre os bens a serem permutados. O fato da contraprestação do bem a ser trocado ser ofertada parcialmente em dinheiro desnatura a permuta?
O contrato de troca ou permuta e caracterizado como nominado, típico, bilateral, oneroso, comutativo, paritário e não solene, consistindo num negócio jurídico em que uma parte se compromete a entregar à outra, e esta reciprocamente àquela, coisa(s) que não seja(m) dinheiro. Neste caso, adotando a teoria dominante na doutrina, a qual considera a situação descrita como permuta, mesmo em havendo saldo, sendo assim, somente desnaturaria a permuta se a importância paga como saldo fosse de tal modo superior ao objeto do contrato que tornaria o dinheiro o objeto principal.
QUESTÃO SUBJETIVA 7 – (FGV/OAB 2010.3/Adaptada) Sônia, maior e capaz, decide doar, por instrumento particular, certa quantia em dinheiro em favor se seu sobrinho, Fernando, maior e capaz, caso ele venha a se casar com Leila. Sônia faz constar, ainda, cláusula de irrevogabilidade da doação por eventual ingratidão de seu sobrinho. Fernando, por sua vez, aceita formalmente a doação e, poucos meses depois, casa-se com Leila, conforme estipulado. No dia seguinte ao casamento, ao procurar sua tia para receber a quantia estabelecida, Fernando deflagra uma discussão com Sônia e lhe dirige grave ofensa física. Considerando o regime legal da doação e a situação narrada, como Sônia deve proceder?
Neste caso, Sônia poderá revogar a doação, haja vista que “não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário” (art. 556, CC), podendo ser revogadas por ingratidão as doações se o donatário cometeu contra o doador ofensa física (art. 557, II, CC).
QUESTÃO SUBJETIVA 8 – (FCC/2016/SEGEP/MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual/Adaptada) Marcelo emprestou gratuitamente a Henrique, para que expusesse em sua galeria de arte, obra assinada por renomado artista plástico. Enquanto a obra estava exposta, a galeria de artes foi atingida por um raio que incendiou o local. Durante o incêndio, Henrique houve por bem salvar as obras de sua propriedade, tendo em vista possuírem valor maior, abandonando a de Marcelo, que se danificou. Assim, qual o contrato celebrado entre Marcelo e Henrique, bem como as consequências da atitude de Henrique?
Contrato de Comodato, que tem como objeto bem infungível, perfaz-se com a sua tradição e Henrique responderá pelo dano, não podendo invocar como causa excludente de responsabilidade caso fortuito ou força maior. Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante,responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. 
QUESTÃO SUBJETIVA 9– (FCC - 2017 - TJ-SC - Juiz Substituto - Adaptada) Leia o texto a seguir: “Coviello, em seu magnífico Manuale di Diritto Civile Italiano, é quem explica a matéria com maior clareza. Uma cousa, diz êle, é independer, a obrigatoriedade da lei, do conhecimento dos que lhe estão sujeitos e outra cousa é poder-se invocar o êrro de direito como pressuposto de certos fatos, dos quais a lei faz derivar consequências jurídicas. A primeira não comporta dúvidas; a segunda exige um exame, uma indagação. Quando se admite a possibilidade de se invocar o êrro de direito, tal outro qualquer êrro, como pressuposto de um fato jurídico, isto não significa que se abra exceção à regra da obrigatoriedade das leis mesmo contra quem não as conhece. A única distinção a fazer-se é a relativa ao fim visado por quem alega ignorância ou êrro de direito.” (Vicente Rao. O Direito e a Vida dos Direitos. 1° volume. Tomo I. p. 382. São Paulo, Max Limonad. 1960). Diante desta leitura acima e considerando as normas atinentes à transação, qual a aplicabilidade do texto ao Direito brasileiro? Responda fundamentadamente.
Neste caso, aplica-se ao direito brasileiro, porque, embora ninguém se escuse de cumprir a lei alegando que não a conhece, é anulável o negócio jurídico quando o erro de direito for o motivo único ou principal do negócio, e não implique recusa à aplicação da lei, salvo na transação a respeito das questões que forem objeto de controvérsia entre as partes. Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes.

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