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FARMACIA HOSPITALAR

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A aquisição de medicamentos é uma das principais atividades da Gestão da Assistência Farmacêutica e deve estar estreitamente vinculada às ofertas de serviços e à cobertura assistencial dos programas de saúde. Uma boa aquisição de medicamentos deve considerar primeiro o que comprar (seleção); quando e quanto comprar (programação); e como comprar. O monitoramento e a avaliação dos processos são fundamentais para aprimorar a gestão e intervir nos problemas. 
Nas aquisições os passos a serem seguidos são: a elaboração do pedido pelo serviço de farmácia que o envia, quando não o adquire diretamente, ao setor de compras do hospital para providenciar a compra.
Para que o hospital compre medicamentos, germicidas e/ou correlatos é preciso ter conhecimento das seguintes questões:
• Das características intrínsecas e do nível de qualidade do produto a ser adquirido;
• Da compatibilidade entre as necessidades de aquisição e as atividades assistenciais das instituições;
• Da política de suprimentos da instituição e de dados referentes ao consumo dos produtos passíveis de aquisição;
• Do modelo de consumo e de sua influência na política de medicamentos;
• Da qualidade que se pode esperar dos produtos, verificando-se a capacidade técnica para o fornecimento;
• Das informações sobre o tempo de entrega dos produtos;
• Da disponibilidade de recursos orçamentários da instituição e das formas de pagamento;
• Da capacidade de armazenagem essencial à manutenção das características dos produtos adquiridos.
SELEÇÃO
A adoção de critérios para seleção de medicamentos garante qualidade, segurança e melhor custo-benefício. Essa etapa prevê a participação da Comissão de Farmácia e Terapêutica, que aprova a indicação dos fármacos. A escolha de antimicrobianos e germicidas, especificamente, deve contar ainda com a anuência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Além disso, a seleção de medicamentos deve ser reavaliada a cada compra, considerando-se sempre os mais novos estudos da área.
ESPECIFICAÇÃO
A compra dos itens na farmácia hospitalar é realizada com base em uma avaliação detalhada das características do medicamento. Em geral, as especificações consideram o grupo dos medicamentos, a forma farmacêutica, a dosagem e o volume ou peso e a nomenclatura – que deve obedecer a Denominação Comum Brasileira (DCB)
COMPRA
Depois da seleção e da especificação, deve-se considerar a capacidade de provisão do estoque e a rotina de compras do hospital. Novas aquisições dependem das diretrizes da instituição, podendo ser mensais, trimestrais, semestrais e até mesmo anuais. Hospitais públicos geralmente levam mais tempo para realizar compras, em função do tempo entre o lançamento dos editais e o vencimento da licitação. Já as instituições privadas podem adquirir produtos em menor tempo.
CLASSIFICAÇÃO
A classificação agrupa os medicamentos de acordo com suas características, a fim de organizar o estoque adquirido. Além de facilitar a localização de cada item, a classificação reduz as chances de erro ou troca de medicamentos. A organização costuma ser feita por ordem alfabética, por forma farmacêutica e pela Curva ABC de consumo ou valor.
CODIFICAÇÃO
A codificação é a etapa final da organização dos medicamentos na farmácia hospitalar. Ela consiste na utilização de um sistema de códigos ou símbolos de fácil identificação dos medicamentos. Os grupos podem ser ainda divididos em subgrupos e subclasses, codificados por ordem alfabética, alfanumérica ou apenas numérica.
 
CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS NA COMPRA E RECEBIMENTO DE MEDICAMENTOS
1- Nome do medicamento – os medicamentos não podem ser adquiridos com nome de marca/fantasia. Deve ser utilizada a DCB (Denominação Comum Brasileira
2- Registro sanitário – nenhum medicamento pode ser fabricado, comercializado ou distribuído para uso, sem o devido registro na Anvisa. Medicamentos sem registro, ou com registro vencido, devem ser comunicados à Vigilância Sanitária para o recolhimento do mercado. O prazo de validade do registro de medicamentos é de cinco anos.
3- Embalagem/rotulagem – medicamentos não devem ser recebidos se as embalagens apresentarem sinais de violação, aderência ao produto, umidade, ou inadequação em relação ao conteúdo, e não estiverem devidamente identificadas. Devem estar de acordo com o que estabelece a legislação vigente.
*Os medicamentos genéricos devem apresentar na embalagem: “medicamento genérico” dentro de uma tarja amarela e impresso: “Lei no 9.789/99”.
4- Lote – lote de um medicamento é a quantidade de um medicamento ou produto que se produz em um ciclo de fabricação, cuja característica essencial é a homogeneidade.
Pode estar apresentado em combinação distinta de números e/ ou letras, que identificam determinado lote em seu rótulo, registros e certificados de análises.
É preciso considerar, também, todos os tipos de demanda e a maneira de se precaver para cada uma delas.
 As demandas permanentes dizem respeito a medicamentos de saída regular, que requerem suprimento periódico. As demandas sazonais ocorrem com certa frequência, mas não necessariamente no mesmo período. 
Exemplo disso são as demandas por vacina para gripe ou por medicamentos contra dengue. Há, ainda, as demandas em desuso, que entram em cena quando o estoque de um medicamento acaba e ele tem de ser substituído por outro. Por fim, há a demanda derivada, cujo uso está associado a outro item.
Com relação à capacidade de seleção e estoque, os farmacêuticos podem recorrer às progressões matemáticas de demanda para realizar uma provisão mais assertiva. É necessário também se informar sobre processos de aquisição e seleção dos fornecedores, garantindo assim a gestão segura e eficiente da farmácia hospitalar.

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